Neste artigo foi elaborado um estudo comparativo entre dois geradores eólicos de
baixa potência aplicados à consumidores residenciais. Foi apresentado um breve
histórico da evolução do uso do vento para geração de energia desde os primórdios
até os dias atuais. Houve uma abordagem sobre o sistema eólico brasileiro,
mostrando quais regiões são mais favoráveis para instalação de aerogeradores.
Foram usados casos simulados exemplificando o uso da energia eólica em sistemas
conectados diretamente à rede elétrica e levantados os custos da aquisição dos
equipamentos. Os resultados apontaram que um gerador eólico que gera valores de
potência elétrica próxima do consumo real da residência é atrativo, porém, o alto
custo inicial do sistema desmotiva o consumidor a implantá-lo.
1. INTRODUÇÃO
A busca por fontes de energia renováveis é um assunto que está cada vez
mais em pauta das discussões sobre o futuro do parque energético do Brasil e do
mundo. Isso porque estudos preveem o esgotamento dos combustíveis fósseis
como carvão, petróleo e gás natural (ALMEIDA; SILVA, 2012).
Uma das alternativas para o quadro elétrico brasileiro é a energia eólica. O
potencial de desenvolvimento de energia eólica no Brasil é bastante considerável
visto que, a geografia e relevo contribuem para implantação transporte e montagem
de turbinas com alturas que vão de 30 à 80 metros (ALMEIDA; SILVA, 2012).
2
Tendo observado o cenário atual da energia eólica no Brasil, um estudo
comparativo entre dois modelos de geradores de baixa potência aplicados à
consumidores residenciais torna-se interessante, isso porque, o consumidor poderá
escolher qual o equipamento que melhor atenda suas necessidades de consumo
energético levando em consideração os custos de aquisição. O presente estudo
também mostra como é feito o acesso ao sistema de geração distribuída da
concessionária, permitindo que o consumidor conecte o gerador no conceito
denominado grid tie (conexão direta na rede elétrica), possibilitando assim a
transformação da energia gerada pelo gerador eólico em créditos energéticos. Esses
créditos em quilowatts-hora, são usados no abatimento da fatura de energia da
residência, contribuindo na redução significativa da conta de energia do imóvel.
Estudo de caso. Exemplo da viabilidade da energia solar.Unico Coisa
Semelhante a ROGÉRIO PRESTES SANTOS LIMA - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS GERADORES EÓLICOS DE BAIXA POTÊNCIA APLICADOS À CONSUMIDORES RESIDENCIAIS (17)
ROGÉRIO PRESTES SANTOS LIMA - ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DOIS GERADORES EÓLICOS DE BAIXA POTÊNCIA APLICADOS À CONSUMIDORES RESIDENCIAIS
1. ESTUDO COMPARATIVO ENTRE GERADORES EÓLICOS DE BAIXA POTÊNCIA
APLICADOS À CONSUMIDORES RESIDENCIAIS
ALUNO: ROGÉRIO PRESTES SANTOS LIMA
PROFESSOR: CHENG TE HUNG
ORIENTADOR
CURITIBA 2017
PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO DA MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
2. 2/31
ROTEIRO
• INTRODUÇÃO;
• HISTÓRICO DO USO DA ENERGIA EÓLICA;
• CENÁRIO DA ENERGIA EÓLICA NO MUNDO E NO BRASIL;
• ESTUDO COMPARATIVO ENTRE GERADORES EÓLICOS ;
• ANÁLISE DOS RESULTADOS;
• CONSIDERAÇÕES FINAIS.
3. 3/31
INTRODUÇÃO
O interesse no desenvolvimento do trabalho teve como base
questões discutidas na disciplina de Gestão e eficiência
energética na indústria.
Principais pontos considerados:
• Fontes renováveis
• Sustentabilidade;
• Favorecimento geográfico;
• Poucos estudos mostrando aplicações residenciais;
• Geração distribuída.
4. 4/31
HISTÓRICO DO USO DA ENERGIA EÓLICA
Existem relatos do uso da energia eólica na China e Japão
por volta de 2000 A.C. e na Babilônia por meados de 1700
A.C. e registros formais do uso dessa energia na Pérsia nos
anos de 200 A.C.
• A energia era usada basicamente para triturar grãos e
bombear água.
• No século 17 na Holanda para bombeamento.
• Declínio dos moinhos de vento com a revolução
industrial (vapor).
5. 5/31
• A adaptação do “cata vento” para geração de eletricidade
foi em 1888, quando Charles F. Bruch, construiu um
gerador eólico de 12kW em CC.
• A geração de grande porte iniciou-se na Rússia em 1931,
quando um gerador de 100kW em CA, foi conectado à
uma linha de 6,3kV de 30km.
• Atualmente as maiores máquinas possuem potências
entre 8 MW (Vestas) e 10MW (SeaTitan).
6. 6/31
O CENÁRIO DA ENERGIA EÓLICA NO MUNDO E NO
BRASIL
FONTE: ABEEólica (2015)
POTÊNCIA EÓLICA INSTALADA NOS 10 MAIORES PRODUTORES EM 2015
10. 10/31
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE GERADORES EÓLICOS DE
BAIXA POTÊNCIA APLICADOS À CONSUMIDORES
RESIDENCIAIS
Por onde começar?
Analisar o local verificando dados estatísticos do vento. Mais
precisamente a média anual.
A cidade paranaense de Pinhais foi usada para exemplo.
12. 12/31
O acesso ao sistema de micro e mini microgeração
distribuída
O sistema será modelado conforme quesitos presentes na
Resolução Normativa Nº 482 da ANEEL de abril de 2012.
A normativa estabelece as condições gerais para o acesso de
microgeração e minigeração distribuídas ao sistema de
distribuição de energia elétrica.
Microgeração ≤ 75kW
Minigeração > 75kW
13. 13/31
Fluxograma de acesso conforme Resolução Normativa Nº
482 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL
FONTE: ANEEL
15. 15/31
Arranjo elétrico da instalação
FONTE: ANEEL
A ANEEL, mostra de forma geral, como deve ser feito o arranjo elétrico da instalação. Como a
cidade de Pinhais fica no estado do Paraná, os procedimentos específicos de conexão elétrica de
micro e minigeração devem feitos conforme a norma NTC905200 da concessionária local – COPEL.
A montagem específica pode ser vista à seguir:
17. 17/31
Dados considerados
• Casa de alvenaria com 70m² onde habitam 4 pessoas.
• Consumo médio anual 390,80kW/h – simulação por
software.
• Gasto médio mensal com energia elétrica R$252,23.
• Tarifa para consumidores residenciais categoria B1 =
R$0,64543 por kWh, sendo esse valor já
contabilizado com impostos ICMS e PIS/COFINS.
18. 18/31
Equipamentos que devem ser adquiridos
• Gerador eólico com pás na horizontal ou vertical;
• Torre de sustentação do gerador;
• Sistema regulador de carga conforme tipo de gerador;
• Sistema inversor de carga conforme tipo de gerador;
• Sistema de proteção do gerador (disjuntores, chaves
seccionadoras);
• Medidor de energia bidirecional conforme norma da
concessionária (ETC 4.15 COPEL);
• Caixa de passagem;
• Eletrodutos, painel elétrico, cabeamentos;
• Haste de aterramento.
21. 21/31
Total dos custos
Para o gerador de geração estimada de 500 kWh:
Gerador+ torre+ materiais+ serviços+ 5% taxa manutenção*
40.000,00+ 15.000,00+ 1.210,20+ 967,31+ 2.810,51=
R$ 59,988,02 reais
Para o gerador de geração estimada de 305 kWh:
Gerador+ torre+ painel grid tie+ materiais+ serviços+ 5% taxa
manutenção*
14.000,00+ 12.400,00+ 2.850,00+ 1.210,20 + 967,31+ 1.523,01=
R$ 32,950,52 reais
*Para sistemas eólicos com contratos de +/-20 anos os custos com manutenção e peças
sobressalentes chegam a 5% no projeto (PATEL, 1999). A taxa de 5% foi calculada sobre o valor dos
materiais, geradores, torres e painel grid tie para o gerador de 305kWh. O gerador de 500 kWh não
necessita de painel grid tie, pois, possui essa tecnologia incorporada junto ao motor.
22. 22/31
O cálculo da fatura
A ANEEL, no caderno temático de micro e minigeração distribuída, mostra
como é feito o cálculo da fatura de energia. Independente do valor de
consumo e injetado para o cálculo usa-se sempre a diferença positiva. Os
créditos do mês corrente serão usados sempre no próximo mês.
FONTE: ANEEL
Os créditos energéticos são cumulativos e têm validade de 60 meses.
23. 23/31
O cálculo da fatura para geração estimada de 500 kWh
O consumo da residência foi distribuído em 12 meses tendo como base
simulações feitas por um software gerador de faturas da concessionária.
Fatura normal de janeiro
Fatura janeiro = (Consumo) x Tarifa energia
Fatura Janeiro = (325,28) x R$ 0,64543
Fatura Janeiro = R$ 209,95
Como a geração de janeiro superou
o consumo, teremos:
325,28kWh – 500kWh = 174,72kWh
em créditos que podem ser usados
quando a geração for inferior ao
consumo. Nesse mês a fatura será
a mínima de 50kWh conforme
resolução ANEEL nº 456/2000.
24. 24/31
O cálculo da fatura para geração estimada de 305 kWh
Fatura normal de janeiro
Fatura janeiro = (Consumo ) x Tarifa energia
Fatura Janeiro = (325,28) x R$ 0,64543
Fatura Janeiro = R$ 209,95
Como o consumo de janeiro superou a geração,
325,28kWh – 305kWh = 20,28kWh que é menor
que a fatura mínima de 50kWh, sendo assim, o
consumidor pagará o mínimo conforme resolução
ANEEL nº 456/2000.
Fatura de abril com GD
Fatura abril com GD= (413,23 – 305) x 0,64543
Fatura de abril com GD = 108,23 x 0,64543
Fatura de abril Com GD = R$ 69,85
25. 25/31
Retorno do investimento para geração estimada de 500kWh
RETORNO = CUSTO DO PROJETO/ECONOMIA ANUAL
Sendo assim:
RETORNO = 59.988,02 / 2.639,54 = 22,72 ANOS
RETORNO=CUSTO DO PROJETO/ECONOMIA ANUAL
Sendo assim:
RETORNO = 32.950,52 / 2.347,76 = 14,03 ANOS
Retorno do investimento para geração estimada de 305kWh
26. 26/31
ANÁLISE DOS RESULTADOS
Com o geração estimada de 500 kWh teremos um retorno em 22,72
anos. O gerador possui vida útil de aproximadamente 20 anos com baixo
custo de manutenção.
• Alto custo de aquisição;
• Gera muitos créditos que não são aproveitados pela residência.
Com o geração estimada de 305 kWh teremos um retorno em 14,03
anos. O gerador possui vida útil de aproximadamente 15 anos com baixo
custo de manutenção.
• Médio custo de aquisição;
• Não gerou créditos, mas a energia consumida é muito próxima da
gerada.
Quando se tem geração mais próxima do consumo, a tarifa de geração
distribuída tem valores mais atrativos, proporcionando maior economia
mensal.
27. 27/31
COSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os custos de forma geral, a energia
eólica gerada em pequena escala em residências
ainda é cara, entretanto, os cálculos apontaram que
mesmo sem créditos gerados, um gerador que
trabalha próximo da demanda da residência gera uma
boa economia mensal, mostrando assim sua
viabilidade.
28. 28/31
REFERÊNCIAS
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<http://www.abeeolica.org.br/wp-content/uploads/2016/08/Abeeolica_BOLETIM-
2015_low.pdf> Acesso em: 20/10/2016
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica – Resolução normativa nº 482, de 17 de abril de
2012. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf> Acesso em:
20/01/2017.
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica – Resolução normativa nº 456, de 29 de
novembro de 2000. Disponível em: <
< http://www2.aneel.gov.br/cedoc/bres2000456.pdf> Acesso em: 20/01/2017.
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, PRODIST, Procedimento de distribuição Módulo
3. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/modulo-3> Acesso em: 20/01/2017.
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, Prognóstico do setor elétrico 2015-2018, XVI
Congresso Nacional dos Conselhos de Consumidores de Energia Elétrica, Brasília-DF, 2014.
Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/ppt/Diretor_Pepitone.pptx> Acesso em:
20/01/2017
29. 29/31
ANEEL, Agência Nacional de Energia Elétrica, Mini e microgeração distribuída, caderno
temático 2ª edição. Brasília-DF, 2016. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/documents/656877/14913578/Caderno+tematico+Micro+e+Mini
gera%C3%A7%C3%A3o+Distribuida+-+2+edicao/716e8bb2-83b8-48e9-b4c8-a66d7f655161>
Acesso em 20/10/2016.
AMARANTE et al., Atlas do potencial eólico brasileiro, Brasília, 2001. Disponível em:<
http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=publicacoes&task=livro&cid=1>
Acesso em: 20/10/2016.
BEN - BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL, Relatório Síntese ano base 2015, EPE - Empresa de
pesquisa Energética, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:<
https://ben.epe.gov.br/BENRelatorioSintese.aspx?anoColeta=2016&anoFimColeta=2015>
Acesso em: 20/10/2016.
COPEL, Compania Paranaense de Energia, Software simulador de consumo. Disponível em:
<http://www.copel.com/hpcopel/simulador/index.htm> Acesso em: 20/10/2016.
30. 30/31
COPEL, Compania Paranaense de Energia, NTC905200 Norma Técnica, Acesso de micro e
minigeração distribuída ao sistema COPEL. Disponível em:
<http://www.copel.com/hpcopel/root/ntcarquivos.nsf/0342A62F50C68EC4032577F500
644B9A/$FILE/905100.pdf> Acesso em: 20/01/2017
DUTRA, R. M., Energia eólica – Princípios Tecnologias. CRESESB, Centro de referência
para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito, 2008.
KIM, I. S. et al., Frequência e intensidade dos ventos no estado do Paraná, XXV
Congresso Brasileiro de Meteorologia, Foz do Iguaçu, Paraná, 2012.