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Produção de água doce a bordo:
Evaporador/Destilador e Osmose Reversa
ESCOLA SUPERIOR NÁUTICA
INFANTE D. HENRIQUE
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MARÍTIMA
Rodrigo Pinto Martins Nº13112
Motores e Sistemas Auxiliares
TeSP MMN
Índice
Conceitos básicos ............................................................................................................ 3
Evaporador/Destilador................................................................................................... 3
Procedimentos para lançar o Destilador/Vaporizador ............................................... 5
Procedimento para parar produção de água doce....................................................... 6
Osmose Reversa (Inversa).............................................................................................. 7
Conceitos básicos
Evaporador/Destilador: equipamento, presente na maior parte dos navios, que é capaz
de produzir água potável, a partir da água salgada do mar, pelo processo de destilação.
Destilação: processo que realiza a separação de componentes, ou substâncias, de uma
mistura líquida através da sua fervura e da sua condensação. Durante a realização deste
processo, apenas o componente líquido sofre uma mudança de estado físico.
Evaporador/Destilador
Nos dias de hoje, praticamente todos os navios contém um vaporizador/destilador.
Um sistema de produção de água doce é constituído por um vaporizador/destilador de
baixa pressão (vácuo), que possui na parte inferior um vaporizador e na para superior um
condensador.
Figura 1- Sistema de produção de água doce (Evapoeador/Destilador).
A fonte de energia para a vaporização da água salgada é a água doce de refrigeração dos
cilindros do motor. Esta água, como vem da saída das cabeças, pode atingir temperaturas
de 75°C a 80°C.
Com estas temperaturas não é possível a evaporação, pois esta ocorre a 100°C sob pressão
atmosférica. Então, para produzir água doce a 70°C é necessário reduzir a pressão
atmosférica, a cerca de 90%, criando um vácuo dentro da câmara onde a evaporação está
a ocorrer. Para isso, a bomba que aspira a água do mar comprime-a a grande pressão para
os ejetores, que funcionam pelo efeito de “Venturi”, que desempenham funções como:
 Extrair o ar do sistema criando vácuo;
 Extrair a salmoura acumulada durante a vaporização da água do mar.
Em motores de potência elevada, é possível retirar da água de refrigeração dos cilindros,
calor suficiente para produzir até 12 toneladas de água doce em 24 horas, por cada
1000kW de potência instalada. Em motores de baixa potência, a produção de água doce
em 24 horas pode atingir valores de 2 toneladas por cada 100kW de potência instalada.
A água doce não potável produzida a bordo, é utilizada para alimentar os sistemas de
refrigeração dos motores diesel e as caldeiras auxiliares sendo para o efeito tratada
quimicamente.
A água doce potável é distribuída conforme as necessidades por um circuito de água doce
fria e um circuito de água doce quente.
Figura 2- Ejetor efeito "Venturi".
Procedimentos para lançar o Destilador/Vaporizador
• Antes de lançar Vaporizador/Destilador, verificar se o navio não está a navegar
em água interiores ou canais recomendando-se uma distância de 20 milhas
náuticas da costa, por forma a evitar utilização de água poluída.
• Verifique o regime de funcionamento do motor, se os parâmetros já estão
estabilizados e assim, garantir valores da temperatura da água de circulação (HT)
acima dos 60ºC.
• Verifique se a válvula de dreno na parte inferior do destilador está em posição
fechada.
• Verificar abertura das válvulas de aspiração, compressão e descarga para a borda
da bomba de água do mar, que fornecerá água para evaporação, arrefecimento e
vacum.
• Fechar válvula de vácuo situada no topo do destilador.
• Lançar bomba de água salgada, verificar pressão (normalmente 3-4 bar)
• Aguardar o incremento do vácuo. O vácuo deve estar a pelo menos 90%, verificar
• manómetro. Geralmente, o tempo necessário para a geração de vácuo é de cerca
de 10 minutos.
• Quando o vácuo é alcançado, abrir a válvula para o tratamento químico da água
de alimentação, para evitar depósitos de sedimentos nos tubulares.
• Abrir lentamente válvulas de entrada e saída da água de circulação HT, até meia
abertura, de seguida abrir totalmente a de saída e posteriormente a entrada.
• Observar que a temperatura de ebulição começa a aumentar e o vácuo a cair, para
cerca de ≈ 85%, o que é uma indicação de que a evaporação é iniciada.
• Ligar o salinómetro. Geralmente liga automaticamente.
• Abrir a válvulas para de dreno e arrancar com a bomba de extração de água doce.
• Quando se começa a produzir água doce, verifica-se que a temperatura de ebulição
cai ligeiramente e o vácuo volta ao valor normal.
• Verificar se a água que sai do salinómetro não é salgada, confrontar com leitura
que nos é dada do salinómetro. Desta forma garantimos que a água doce não é
contaminada com água salgada. O valor no salinómetro deve ser mantido abaixo
de 10ppm.
• Depois de confirmar a qualidade da água que sai do salinómetro, abra a válvula
para o Tk de água doce e feche a válvula de dreno.
Procedimento para parar produção de água doce.
• Fechar válvulas da água de circulação (HT). Primeiro a entrada no destilador e
depois a válvula de saída.
• Fechar a válvula para tratamento químico de água de alimentação.
• Parar a bomba de água doce. Desligar o salinómetro.
• Parar a bomba de água do mar (também conhecida como bomba de ejetores).
• Abrir válvula de vácuo situada no topo do destilador.
• Fechar válvulas de aspiração e descarga para a borda bomba de água salgada.
Osmose Reversa (Inversa)
A osmose reversa, ou inversa, é um processo de separação em que um solvente é
separado de um soluto de baixa massa molecular por uma membrana permeável ao
solvente e impermeável ao soluto. Isto ocorre quando se aplica uma grande pressão sobre
o meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Por essa razão o processo é
denominado osmose reversa.
Na dessalinização de água do mar, tanto para consumo humano quanto para outros
processos, a membrana de Osmose Reversa pode reduzir a concentração de cloreto de
sódio de 35.000 mg/L para 350 mg/L.
Esta técnica é mais usada em embarcações de passageiros, pois esta necessita de uma
grande produção de água doce. No entanto, em navios mercantes, o método de evaporação
é usado porque a osmose reversa é mais dispendiosa e inclui um grande custo de
manutenção da membrana.
Figura 3- Exemplo de dessalinizador utilizado a bordo.

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Evaporador/Destilador e osmose reversa

  • 1. Produção de água doce a bordo: Evaporador/Destilador e Osmose Reversa ESCOLA SUPERIOR NÁUTICA INFANTE D. HENRIQUE DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MARÍTIMA Rodrigo Pinto Martins Nº13112 Motores e Sistemas Auxiliares TeSP MMN
  • 2. Índice Conceitos básicos ............................................................................................................ 3 Evaporador/Destilador................................................................................................... 3 Procedimentos para lançar o Destilador/Vaporizador ............................................... 5 Procedimento para parar produção de água doce....................................................... 6 Osmose Reversa (Inversa).............................................................................................. 7
  • 3. Conceitos básicos Evaporador/Destilador: equipamento, presente na maior parte dos navios, que é capaz de produzir água potável, a partir da água salgada do mar, pelo processo de destilação. Destilação: processo que realiza a separação de componentes, ou substâncias, de uma mistura líquida através da sua fervura e da sua condensação. Durante a realização deste processo, apenas o componente líquido sofre uma mudança de estado físico. Evaporador/Destilador Nos dias de hoje, praticamente todos os navios contém um vaporizador/destilador. Um sistema de produção de água doce é constituído por um vaporizador/destilador de baixa pressão (vácuo), que possui na parte inferior um vaporizador e na para superior um condensador. Figura 1- Sistema de produção de água doce (Evapoeador/Destilador).
  • 4. A fonte de energia para a vaporização da água salgada é a água doce de refrigeração dos cilindros do motor. Esta água, como vem da saída das cabeças, pode atingir temperaturas de 75°C a 80°C. Com estas temperaturas não é possível a evaporação, pois esta ocorre a 100°C sob pressão atmosférica. Então, para produzir água doce a 70°C é necessário reduzir a pressão atmosférica, a cerca de 90%, criando um vácuo dentro da câmara onde a evaporação está a ocorrer. Para isso, a bomba que aspira a água do mar comprime-a a grande pressão para os ejetores, que funcionam pelo efeito de “Venturi”, que desempenham funções como:  Extrair o ar do sistema criando vácuo;  Extrair a salmoura acumulada durante a vaporização da água do mar. Em motores de potência elevada, é possível retirar da água de refrigeração dos cilindros, calor suficiente para produzir até 12 toneladas de água doce em 24 horas, por cada 1000kW de potência instalada. Em motores de baixa potência, a produção de água doce em 24 horas pode atingir valores de 2 toneladas por cada 100kW de potência instalada. A água doce não potável produzida a bordo, é utilizada para alimentar os sistemas de refrigeração dos motores diesel e as caldeiras auxiliares sendo para o efeito tratada quimicamente. A água doce potável é distribuída conforme as necessidades por um circuito de água doce fria e um circuito de água doce quente. Figura 2- Ejetor efeito "Venturi".
  • 5. Procedimentos para lançar o Destilador/Vaporizador • Antes de lançar Vaporizador/Destilador, verificar se o navio não está a navegar em água interiores ou canais recomendando-se uma distância de 20 milhas náuticas da costa, por forma a evitar utilização de água poluída. • Verifique o regime de funcionamento do motor, se os parâmetros já estão estabilizados e assim, garantir valores da temperatura da água de circulação (HT) acima dos 60ºC. • Verifique se a válvula de dreno na parte inferior do destilador está em posição fechada. • Verificar abertura das válvulas de aspiração, compressão e descarga para a borda da bomba de água do mar, que fornecerá água para evaporação, arrefecimento e vacum. • Fechar válvula de vácuo situada no topo do destilador. • Lançar bomba de água salgada, verificar pressão (normalmente 3-4 bar) • Aguardar o incremento do vácuo. O vácuo deve estar a pelo menos 90%, verificar • manómetro. Geralmente, o tempo necessário para a geração de vácuo é de cerca de 10 minutos. • Quando o vácuo é alcançado, abrir a válvula para o tratamento químico da água de alimentação, para evitar depósitos de sedimentos nos tubulares. • Abrir lentamente válvulas de entrada e saída da água de circulação HT, até meia abertura, de seguida abrir totalmente a de saída e posteriormente a entrada. • Observar que a temperatura de ebulição começa a aumentar e o vácuo a cair, para cerca de ≈ 85%, o que é uma indicação de que a evaporação é iniciada. • Ligar o salinómetro. Geralmente liga automaticamente. • Abrir a válvulas para de dreno e arrancar com a bomba de extração de água doce. • Quando se começa a produzir água doce, verifica-se que a temperatura de ebulição cai ligeiramente e o vácuo volta ao valor normal. • Verificar se a água que sai do salinómetro não é salgada, confrontar com leitura que nos é dada do salinómetro. Desta forma garantimos que a água doce não é contaminada com água salgada. O valor no salinómetro deve ser mantido abaixo de 10ppm. • Depois de confirmar a qualidade da água que sai do salinómetro, abra a válvula para o Tk de água doce e feche a válvula de dreno.
  • 6. Procedimento para parar produção de água doce. • Fechar válvulas da água de circulação (HT). Primeiro a entrada no destilador e depois a válvula de saída. • Fechar a válvula para tratamento químico de água de alimentação. • Parar a bomba de água doce. Desligar o salinómetro. • Parar a bomba de água do mar (também conhecida como bomba de ejetores). • Abrir válvula de vácuo situada no topo do destilador. • Fechar válvulas de aspiração e descarga para a borda bomba de água salgada.
  • 7. Osmose Reversa (Inversa) A osmose reversa, ou inversa, é um processo de separação em que um solvente é separado de um soluto de baixa massa molecular por uma membrana permeável ao solvente e impermeável ao soluto. Isto ocorre quando se aplica uma grande pressão sobre o meio aquoso, o que contraria o fluxo natural da osmose. Por essa razão o processo é denominado osmose reversa. Na dessalinização de água do mar, tanto para consumo humano quanto para outros processos, a membrana de Osmose Reversa pode reduzir a concentração de cloreto de sódio de 35.000 mg/L para 350 mg/L. Esta técnica é mais usada em embarcações de passageiros, pois esta necessita de uma grande produção de água doce. No entanto, em navios mercantes, o método de evaporação é usado porque a osmose reversa é mais dispendiosa e inclui um grande custo de manutenção da membrana. Figura 3- Exemplo de dessalinizador utilizado a bordo.