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As construções que se afastam das estruturas
regulares e que visam transmitir à frase mais

concisão, expressividade ou elegância, dá-se
o nome de figuras de construção ou sintaxe.
 Elipse: é a omissão de um termo ou oração que

facilmente subentender no contexto. É uma
espécie de economia de palavras.

Exemplo:
* João estava com pressa. Preferiu não entrar.
* As mãos erram pequenas e os dedos, delicados.
 PLEONASMO: é o emprego de palavras com

o fim de reforçar o enfatizar a expressão.

Exemplo:
* Foi o que vi com os meus próprios olhos.
* Detalhes tão pequenos de nós dois.
 Polissíndeto: é a repetição intencional do

conectivo coordenativo (geralmente a
conjunção e). É particularmente eficaz para
sugerir movimentos contínuos ou séries de
ações que se sucedem rapidamente.

Exemplo:

* “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.”
* “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.”
 Inversão: Consiste em alterar a ordem

normal dos termos ou orações com o fim
de lhes dar destaque.

Exemplo:
* “Passarinho, desisti de ter.”
* “Tão leve estou que sombra tenho.”
 Anacoluto: É a quebra ou interrupção do fio

da frase, ficando termos sintaticamente
desligados do período, sem função. O termo
sem nexo sintático coloca-se, em geral, no
início da frase para se lhe dar realce.

Exemplo:
* “Essas criadas de hoje não se pode confiar nelas.”
* A rua onde moras, nela é que desejo morar.
 Silepse: Ocorre esta figura quando efetuamos a

concordância não com os termos expressos mas
com a ideia a eles associada em nossa mente.
A silepse, ou concordância ideológica, pode ser:
a) De gênero:
Vossa Majestade será informado acerca de tudo.

b) De número:
“Corria gente de todos os lados, e gritavam.”
c) De pessoa:
Ele e eu temos a mesma opinião.
 Onomatopeia: Consiste no aproveitamento de

palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz
natural dos seres. É um recurso fonêmico ou
melódico que a língua proporciona ao escritor.

Exemplo:
* “ Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept!
lept! arrancou estrada afora.”
 Repetição: Consiste em reiterar (repetir) palavras

ou orações para intensificar ou enfatizar a
afirmação ou sugerir insistência, progressão:

Exemplo:
* “O

surdo pede que repitam, que repitam a última
frase.”

* “Tudo, tudo parado: parado e morto.”

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Figuras de construção

  • 1.
  • 2. As construções que se afastam das estruturas regulares e que visam transmitir à frase mais concisão, expressividade ou elegância, dá-se o nome de figuras de construção ou sintaxe.
  • 3.  Elipse: é a omissão de um termo ou oração que facilmente subentender no contexto. É uma espécie de economia de palavras. Exemplo: * João estava com pressa. Preferiu não entrar. * As mãos erram pequenas e os dedos, delicados.
  • 4.  PLEONASMO: é o emprego de palavras com o fim de reforçar o enfatizar a expressão. Exemplo: * Foi o que vi com os meus próprios olhos. * Detalhes tão pequenos de nós dois.
  • 5.  Polissíndeto: é a repetição intencional do conectivo coordenativo (geralmente a conjunção e). É particularmente eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem rapidamente. Exemplo: * “Trejeita, e canta, e ri nervosamente.” * “Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.”
  • 6.  Inversão: Consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes dar destaque. Exemplo: * “Passarinho, desisti de ter.” * “Tão leve estou que sombra tenho.”
  • 7.  Anacoluto: É a quebra ou interrupção do fio da frase, ficando termos sintaticamente desligados do período, sem função. O termo sem nexo sintático coloca-se, em geral, no início da frase para se lhe dar realce. Exemplo: * “Essas criadas de hoje não se pode confiar nelas.” * A rua onde moras, nela é que desejo morar.
  • 8.  Silepse: Ocorre esta figura quando efetuamos a concordância não com os termos expressos mas com a ideia a eles associada em nossa mente. A silepse, ou concordância ideológica, pode ser: a) De gênero: Vossa Majestade será informado acerca de tudo. b) De número: “Corria gente de todos os lados, e gritavam.” c) De pessoa: Ele e eu temos a mesma opinião.
  • 9.  Onomatopeia: Consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a voz natural dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor. Exemplo: * “ Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! lept! arrancou estrada afora.”
  • 10.  Repetição: Consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para intensificar ou enfatizar a afirmação ou sugerir insistência, progressão: Exemplo: * “O surdo pede que repitam, que repitam a última frase.” * “Tudo, tudo parado: parado e morto.”