O desafio para o país é retomar a tendência de queda da pobreza num quadro fiscal mais restritivo do que o existente entre 1994 e 2014. Se possível acelerá-la, porque há ainda muita pobreza para um país com o PIB do tamanho nosso.
Sabemos como enfrentar com sucesso esse desafio? Basta retomar o crescimento e manter as políticas sociais adotadas? É possível voltar a reduzir a pobreza e, ao mesmo tempo, diminuir a desigualdade entre ricos e pobres ou um objetivo deve ter prioridade sobre o outro?
Marta Arretche
Cientista social e política, é professora titular do Departamento de Ciência Política da USP, diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM/Cepid) e editora da 'Brazilian Political Science Review'. Foi Pró-reitora de Pesquisa da USP. Graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, realizou mestrado e doutorado na Unicamp e pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT, EUA). Foi 'visiting fellow' no Instituto Universitário Europeu, em Florença. Suas principais áreas de pesquisa são desigualdade e análise comparada dos sistemas de proteção social.
1. Como voltar a reduzir a pobreza em
anos de aperto fiscal?
Marta Arretche
Centro Ruth Cardoso
Maio de 2018
2. Horizontes normativos para a redução
da desigualdade
1. Igualitários:
– Comparações interpessoais
– Igualdade de recursos, excluídas as desigualdades que derivam de
escolhas pessoais
2. Prioritaristas:
- Sob escassez de recursos, devemos dar prioridade aos pior situados
3. Suficientistas:
- Sob escassez de recursos, devemos ter como meta garantir que
nenhum indivíduo de uma dada sociedade viva abaixo de um limiar crítico
3. Renda Domiciliar per capita
Renda média = R$ 1162,13
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
BRASIL - DISTRIBUIÇÃO DE RENDA - 2015
5. 5a. Plano de Saúde 5b. Atendimento nas últimas 2 semanas
5c. Atendimento nas 2 últimas semanas foi SUS? 5d. Consulta ao dentista nos últimos 12
meses
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1998 2003 2008 2013
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1o. quintil 2o. quintil 3o. quintil
4o. quintil 5o. quintil Total
6. Inclusão Educacional no Brasil
Frequencia (N) % Frequencia (N) %
Analfabeto / Sem anos de estudo 16.388.776 26,3% 11.004.888 8,4%
Fundamental incompleto - de 1 a 3 anos de estudo 13.515.251 21,7% 20.508.862 15,7%
Fundamental incompleto - de 4 a 7 anos de estudo 19.305.979 31,0% 25.442.453 19,5%
Fundamental completo - 8 anos de estudo 3.368.209 5,4% 12.580.791 9,6%
Médio incompleto - de 9 a 10 anos de estudo 2.412.790 3,9% 10.719.090 8,2%
Médio Completo - 11 anos de estudo 3.806.218 6,1% 29.013.357 22,2%
Superior Incompleto - 12 a 14 anos de estudo 1.801.700 2,9% 8.180.417 6,3%
Superior completo - 15 anos de estudo 1.691.491 2,7% 13.350.993 10,2%
Total 62.290.414 100,0% 130.800.853 100,0%
Sem informação 2.781.367 3.659.446
Total (Incluindo sem informação) 65.071.781 134.460.298
Fonte: IBGE, Censos 1980 e 2010 (Tabulações Especiais do CEM)
Elaboração: Rogerio J. Barbosa
2010
Escolarização da população adulta (18+ anos de idade)
1980
Tabela 1