O documento discute as consequências da não conclusão da educação básica no Brasil. A evasão escolar representa uma perda econômica significativa de R$214 bilhões por ano e afeta negativamente a empregabilidade, remuneração, saúde e segurança dos jovens.
2. Aspirações
“O dever do Estado com a educação será
efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita
dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade....”
Constituição Federal Brasileira (Brasil,
1988) – Art. 208
Emenda Constitucional no. 59, de 2009
“Universalizar, até 2016, o
atendimento escolar para
de 15 a 17 anos e elevar, até o final
do período de vigência deste PNE, a
taxa líquida de matrículas no ensino
médio para 85%.”
Plano Nacional de Educação
(Brasil, 2014) - Meta 3
“Até 2030, garantir que todas as meninas
e meninos completem o ensino primário
e secundário gratuito, equitativo e de
qualidade, que conduza a resultados de
aprendizagem relevantes e eficazes.”
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável: 4º Objetivo, Meta 4.1
3. Linha do tempo
2002
2018
2010
3,3 Milhões de
Jovens com 16
anos. Desses, 575
mil (17,5%) não
devem concluir a
educação básica
Evolução da porcentagem de jovens de 16 anos que não devem concluir a educação
básica: Brasil, 1992 a 2018
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNADC).
Notas: (1) Os valores anuais são referentes a média móvel entre o ano de referência, o ano anterior e o posterior. Para obter o valor referente ao ano de 1992 foram
utilizados os valores de 1992 e 1993. Para obter o valor referente a 2018 foram utilizados os valores de 2017 e 2018. (2) Aidade dos jovens se refere a que tinham em
31 de março do ano de referência.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018
porcentagem
de
jovens
de
16
anos
que
não
devem
concluir
a
educação
básica
(%)
17,5%
Evolução do número de jovens de 16 anos que não devem concluir a educação básica:
Brasil, 1992 a 2018
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNADC) e nas Projeções da População do IBGE.
Notas: (1) Os valores anuais são referentes a média móvel entre o ano de referência, o ano anterior e o posterior. Para obter o valor referente ao ano de 1992 foram
0
250
500
750
1.000
1.250
1.500
1.750
2.000
2.250
1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018
Jovens
de
16
anos
que
não
devem
concluir
a
educação
básica
(em
mil)
575 mil
6. Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)do IBGE.
Perfil etário da porcentagem dos ocupados que são trabalhadores
formais sem educação básica completa e o perfil que teriam caso
tivessem educação básica completa: Brasil, 2018
Sem educação básica
completa
Com educação básica
completa
Impacto da não conclusão
da educação básica
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Porcentagem
dos
ocupados
que
são
trabalhadores
formais
(%)
Idade
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)do IBGE.
Perfil etário da porcentagem de ocupados sem educação básica
completa e o perfil que teriam caso tivessem educação básica
completa: Brasil, 2018
Sem educação básica
completa
Com educação básica
completa
Impacto da não conclusão
da educação básica
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Porcentagem
de
ocupados
(%)
Idade
30%
35%
40%
45%
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 58 60 62 64 66 68
porcentagem
da
população
ou
do
valor
aos
18
anos
(%)
idade (anos)
PERFIL ETÁRIO DA PROBABILIDADE DE SOBREVIVÊNCIA E DA TAXA DE DESCONTO
INTERTEMPORAL
Homens
Mulheres
taxa de desconto
intertemporal (3% ao ano)
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)do IBGE.
Perfil etário da remuneração dos trabalhadores formais sem educação
básica completa e o perfil que teriam caso tivessem educação básica
completa: Brasil, 2018
Sem educação básica
completa
Com educação básica
completa
Impacto da não conclusão
da educação básica
0
5
10
15
20
25
30
35
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Remuneração
do
trabalho
(R$
mil/ano)
Idade
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)do IBGE.
Perfil etário da remuneração total dos trabalhadores sem educação
básica completa e o perfil que teriam caso tivessem educação básica
completa: Brasil, 2018
Sem educação básica
completa
Com educação básica
completa
Impacto da não conclusão
da educação básica
0
5
10
15
20
25
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Remuneração
do
trabalho
(R$
mil/ano)
Idade
Fonte: FRM/INSPER/Oppen Social com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC)do IBGE.
Perfil etário da remuneração dos trabalhadores independentes sem
educação básica completa e o perfil que teriam caso tivessem
educação básica completa: Brasil, 2018
Sem educação básica
completa
Com educação básica
completa
Impacto da não conclusão
da educação básica
0
5
10
15
20
25
15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
Remuneração
do
trabalho
(R$
mil/ano)
Idade
Empregabilidade e remuneração
7. Em relação ao que ocorreria se
concluíssem a educação básica,
os jovens que não a concluem
passarão 10% a menos de sua
vida produtiva ocupados, e
quando ocupados, passarão
quase 20% a menos do seu
tempo em empregos formais.
Além disso, os jovens que
não concluíram a educação
básica recebem
remunerações entre 20%
e 25% inferiores ao que
receberiam se tivessem
concluído a educação
básica. E essas perdas se
acumulam ao longo de todo
o ciclo de vida produtivo.
O valor presente acumulado de
todas essas perdas leva a que um
jovem que não concluiu a
educação básica receba ao longo
do seu ciclo de vida R$159 mil
(37%) a menos do que receberia
caso tivesse concluído a educação
básica.
Os benefícios econômicos para
a sociedade de uma força de
trabalho com maior
escolaridade vão bem além
daquilo que o próprio
trabalhador se apropria (via
uma remuneração mais
elevada).
Cada jovem que não conclui
a educação básica
representa uma perda
econômica para a
sociedade maior que
sobre sua própria
remuneração.
Estimamos que a perda
econômica adicional para a
sociedade será de R$54 mil
por jovem que não concluir a
educação básica.
Estima-se que, em relação a
um jovem que não deverá
concluir a educação básica, um
que conclui terá um pouco mais
de que quatro anos
adicionais de vida
Além disso, estima-se que
cada um desses quatro
anos adicionais de vida
serão mais saudáveis
Considerando-se, como propõe a
OMS, que um ano de vida vale
três vezes a renda que seria
gerada por ano, o valor
monetário da perda por jovem
que não concluir a educação
básica será de R$114 mil.
A expectativa é que, mantida a
tendência atual, 575 mil jovens
que hoje têm 16 anos não
deverão concluir a educação
básica. Caso todos concluíssem,
uma perda de R$25 bilhões
poderia ser evitada. Portanto, a
perda a ser evitada é de R$45
mil por jovem que
adicionalmente passar a
concluir a educação básica.
O custo monetário de um
homicídio é estimado em R$2,7
milhões. Assim, uma redução
de 10 mil homicídios por ano
(que poderia ser alcançada caso
todos os jovens concluíssem a
educação básica) evitaria uma
desnecessária perda de R$26
bilhões por ano.
Educação promove a cultura da paz.
Jovens com educação básica
completa tendem a ter um menor
envolvimento em atividades
violentas. Estima-se que, para cada
ponto percentual de redução na
evasão, teremos 550 homicídios a
menos a cada ano. Assim, se os
17,5% (que não devem concluir)
concluírem a educação básica,
deveremos ter 10 mil homicídios a
menos por ano.
R$159 mil
R$54 mil
R$114 mil
R$45 mil
Quais são as consequências?
R$372 mil
8. Mas, quanto vale R$372 mil por jovem evadido?
Uma renda de R$1 mil por mês para sempre, para quem
tem uma taxa de retorno de 3% ao ano, equivale a:
12 x R$1mil / 3% = R$400 mil
Quando a taxa de mortalidade é levada em consideração,
R$1 mil por mês a partir dos 25 anos passa a ser equivalente
a R$298 mil.
Assim, considerando a taxa de mortalidade R$372 mil é
equivalente à uma renda mensal vitalícia de R$1.250
9. 3
Um jovem que não irá concluir a educação básica em média ainda precisa
alcançar 3,6 séries.
Logo, caso esse estudante (que não deve concluir a educação básica) concluísse
essas séries faltantes sem repetência, o custo adicional seria de
3,6 x R$7,5mil = R$27 mil
Supondo que as chances desse aluno repetir ou que o custo da sua educação
sejam mais elevados, vamos supor que ele vá levar o equivalente a 5 anos para
concluir as 3,6 séries que faltam (o que equivale a um custo quase 40% maior)
O custo
da
evasão
por
jovem é
de
R$372
mil!
Mas, quanto custaria levar um jovem a concluir a educação básica?
Segundo o Inep o investimento público direto por estudante por série de
educação média é de R$7,5 mil.
Nesse caso, levá-lo a concluir a educação básica custaria:
5 x R$7,5mil = R$37,5 mil
que equivale a 1/10 da perda (R$372 mil) de não concluir.
10. mil US$ por
jovem
múltiplo do PIB per
capita
mil R$ por
jovem
múltiplo do PIB per
capita
Empregabilidade e remuneração 260 6,2 159 5,0
Externalidades econômicas 70 1,7 54 1,7
Longevidade e qualidade de vida 183 4,4 114 3,6
Redução na violência 80 1,9 45 1,4
Total 593 14,2 372 11,8
Redução no número de homicídios
por ano (homicídios/ano)
373 ..... 620 .....
Custo social por homicídio 2.940 111 2.657 84
Estados Unidos Brasil
Componente
Comparação do custo da evasão escolar entre Brasil e Estados Unidos
Estamos superestimando as perdas da não conclusão da educação básica?
11. Quais são as
consequências?
Qual é o custo
total?
Quantos jovens não
devem concluir a
Educação Básica?
575 mil Jovens
R$ 372 mil por
jovem
R$ 214 bilhões
por ano
Quanto o Brasil estaria disposto a gastar para convencer um jovem, que
iria evadir, a concluir a educação básica?
12. A cada ano a evasão escolar:
representa uma perda de 5% do valor da vida de todos os jovens que
transitam para a vida adulta num dado ano (R$4,8 trilhões por coorte)
leva a uma perda equivalente a 3,4% do PIB anual (R$6,6 trilhões
(2017)
representa um custo social que equivale a 68% do gasto do Governo
Federal, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios com a
provisão da educação básica (R$314 bilhões por ano)
O custo da
evasão é de
R$214 bilhões
por ano!
Quanto o Brasil estaria disposto a gastar para convencer um jovem, que
iria evadir, a concluir a educação básica?