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Psicologia – 4º período – Noturno – Unidade Perimetral
Disciplina: Psicologia da Personalidade II
Professora: Simone Eliza Ribeiro de Carvalho Avelino
Acadêmicas: Larissa Cardoso de Menezes, Larissa Oliveira da Silva, Julyana
Sousa Vieira, Michelle Silva Santos, Morgana Souza Figueiró, Munique O. Paula
Alves, Pâmela Thays Mendes Dutra, Priscila Waxony Rodrigues Araújo.
→ O CASO DE KATHARINA
Numa viagem de férias, Freud é abordado por Katharina, que lhe fala sobre seus sintomas de falta
de ar, sufocação, etc. Apesar de estar de férias, Freud, interessa-se pelo caso porque achou interessante
constatar que uma neurose tivesse florescido numa cidade pequena, situada a mais de 2000 metros de
altitude ( lembrando que, antes de Freud inventar a psicanálise, um dos tratamentos recomendados para as
doenças nervosas era o repouso numa região de clima ameno - o que esta cidade tinha, por conta de sua
localização).
Assim, a partir de uma mera conversa, veio o estudo do caso de Katharina.
SINTOMAS DE KATHARINA
Os sintomas aconteciam de repente. Parecia que havia alguma coisa pressionando seus olhos, a
cabeça ficava pesada, escutava um zumbido terrível, ficava tonta quase ao ponto de cair, então, alguma
coisa lhe esmaga o peito que quase não consegue respirar. Sua garganta fica apertada como se fosse sufocar,
sente marteladas fortes na cabeça. Quando as crises veem a mesma tem a impressão de que vai morrer e
não saía para lugar nenhum, tinha a sensação de que havia alguém atrás dela que ia agarrá-la de repente.
Toda vez que vinham os momentos de aperto, Katharina só conseguia pensar em um rosto medonho
que a olhava de maneira terrível, deixando-a assustada.
Katharina sentia-se mal quase tempo todo, ficava sempre pensando na cena. Então, dois dias depois,
tornou-se a cair doente, e de cama por 3 dias seguidos.
Para Freud estar doente significava repulsa.
Katharina então, começou a contar dois grupos de histórias mais antigas que aconteceram dois ou
três anos antes do momento traumático.
O primeiro grupo de histórias, contou que houve ocasiões em que esse mesmo tio fez investidas
sexuais contra ela, quando tinha apenas 14 anos de idade. Já o segundo grupo de histórias, se relacionava
com ocasiões em que notava algo entre o tio e Franziska.
Psicologia – 4º período – Noturno – Unidade Perimetral
Disciplina: Psicologia da Personalidade II
Professora: Simone Eliza Ribeiro de Carvalho Avelino
Acadêmicas: Larissa Cardoso de Menezes, Larissa Oliveira da Silva, Julyana
Sousa Vieira, Michelle Silva Santos, Morgana Souza Figueiró, Munique O. Paula
Alves, Pâmela Thays Mendes Dutra, Priscila Waxony Rodrigues Araújo.
Assim, Freud identifica que ela não sentiu repulsa pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança
que aquela visão despertava, ou seja, a lembrança da investida contra ela na noite em que “sentiu o corpo
do tio”. Em suma, a repulsa surgiu quando entendeu o que o tio queria fazer com ela, que era a mesma coisa
que estava fazendo com Franziska.
Por fim, foi possível identificar do que se tratava o rosto medonho que via sempre nos estados de
crises. Tratava-se do tio, que culpava Katharina pelo seu divórcio e, que quando a via seu rosto se
transfigurava no ódio que tinha pela sobrinha.
MECANISMOS UTILIZADOS
Neste caso, sem o uso da hipnose, percebemos claramente as associações que fazem com que o
trauma se instaure sempre em dois tempos. A cena do trauma, para fazer efeito enquanto tal, precisa se ligar
a uma outra cena (aqui, no caso, são as duas histórias), ligação que dá o sentido de traumático à primeira.
Entre elas, há um tempo, um período de incubação.
Mas, Freud encontra resistência por parte de Katharina para se lembrar do primeiro trauma, que foi
quando o tio fez investidas sexuais para com ela.
ANÁLISE
A angústia que Katharina sentia em seus ataques é histérica.
Em toda análise de casos de histeria baseados em traumas sexuais, verifica-se que as impressões do
período pré-sexual não produzem nenhum efeito na criança, mas atingem um poder traumático numa data
posterior, como lembranças quando a moça ou a mulher casada adquire uma compreensão da vida sexual.
Pela descrição dos sintomas, Freud percebeu que Katharina sofria de crises de angústia e, essa
angústia de que Katharina sofria em suas crises era histérica, isto é, era uma reprodução da angústia que
surgira em conexão com cada um dos traumas sexuais. Segundo ele, é algo relacionado, nas moças, com "o
horror de que mentes virginais são tomadas ao se defrontarem pela primeira vez com o mundo da
sexualidade".

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  • 1. Psicologia – 4º período – Noturno – Unidade Perimetral Disciplina: Psicologia da Personalidade II Professora: Simone Eliza Ribeiro de Carvalho Avelino Acadêmicas: Larissa Cardoso de Menezes, Larissa Oliveira da Silva, Julyana Sousa Vieira, Michelle Silva Santos, Morgana Souza Figueiró, Munique O. Paula Alves, Pâmela Thays Mendes Dutra, Priscila Waxony Rodrigues Araújo. → O CASO DE KATHARINA Numa viagem de férias, Freud é abordado por Katharina, que lhe fala sobre seus sintomas de falta de ar, sufocação, etc. Apesar de estar de férias, Freud, interessa-se pelo caso porque achou interessante constatar que uma neurose tivesse florescido numa cidade pequena, situada a mais de 2000 metros de altitude ( lembrando que, antes de Freud inventar a psicanálise, um dos tratamentos recomendados para as doenças nervosas era o repouso numa região de clima ameno - o que esta cidade tinha, por conta de sua localização). Assim, a partir de uma mera conversa, veio o estudo do caso de Katharina. SINTOMAS DE KATHARINA Os sintomas aconteciam de repente. Parecia que havia alguma coisa pressionando seus olhos, a cabeça ficava pesada, escutava um zumbido terrível, ficava tonta quase ao ponto de cair, então, alguma coisa lhe esmaga o peito que quase não consegue respirar. Sua garganta fica apertada como se fosse sufocar, sente marteladas fortes na cabeça. Quando as crises veem a mesma tem a impressão de que vai morrer e não saía para lugar nenhum, tinha a sensação de que havia alguém atrás dela que ia agarrá-la de repente. Toda vez que vinham os momentos de aperto, Katharina só conseguia pensar em um rosto medonho que a olhava de maneira terrível, deixando-a assustada. Katharina sentia-se mal quase tempo todo, ficava sempre pensando na cena. Então, dois dias depois, tornou-se a cair doente, e de cama por 3 dias seguidos. Para Freud estar doente significava repulsa. Katharina então, começou a contar dois grupos de histórias mais antigas que aconteceram dois ou três anos antes do momento traumático. O primeiro grupo de histórias, contou que houve ocasiões em que esse mesmo tio fez investidas sexuais contra ela, quando tinha apenas 14 anos de idade. Já o segundo grupo de histórias, se relacionava com ocasiões em que notava algo entre o tio e Franziska.
  • 2. Psicologia – 4º período – Noturno – Unidade Perimetral Disciplina: Psicologia da Personalidade II Professora: Simone Eliza Ribeiro de Carvalho Avelino Acadêmicas: Larissa Cardoso de Menezes, Larissa Oliveira da Silva, Julyana Sousa Vieira, Michelle Silva Santos, Morgana Souza Figueiró, Munique O. Paula Alves, Pâmela Thays Mendes Dutra, Priscila Waxony Rodrigues Araújo. Assim, Freud identifica que ela não sentiu repulsa pela visão das duas pessoas, mas pela lembrança que aquela visão despertava, ou seja, a lembrança da investida contra ela na noite em que “sentiu o corpo do tio”. Em suma, a repulsa surgiu quando entendeu o que o tio queria fazer com ela, que era a mesma coisa que estava fazendo com Franziska. Por fim, foi possível identificar do que se tratava o rosto medonho que via sempre nos estados de crises. Tratava-se do tio, que culpava Katharina pelo seu divórcio e, que quando a via seu rosto se transfigurava no ódio que tinha pela sobrinha. MECANISMOS UTILIZADOS Neste caso, sem o uso da hipnose, percebemos claramente as associações que fazem com que o trauma se instaure sempre em dois tempos. A cena do trauma, para fazer efeito enquanto tal, precisa se ligar a uma outra cena (aqui, no caso, são as duas histórias), ligação que dá o sentido de traumático à primeira. Entre elas, há um tempo, um período de incubação. Mas, Freud encontra resistência por parte de Katharina para se lembrar do primeiro trauma, que foi quando o tio fez investidas sexuais para com ela. ANÁLISE A angústia que Katharina sentia em seus ataques é histérica. Em toda análise de casos de histeria baseados em traumas sexuais, verifica-se que as impressões do período pré-sexual não produzem nenhum efeito na criança, mas atingem um poder traumático numa data posterior, como lembranças quando a moça ou a mulher casada adquire uma compreensão da vida sexual. Pela descrição dos sintomas, Freud percebeu que Katharina sofria de crises de angústia e, essa angústia de que Katharina sofria em suas crises era histérica, isto é, era uma reprodução da angústia que surgira em conexão com cada um dos traumas sexuais. Segundo ele, é algo relacionado, nas moças, com "o horror de que mentes virginais são tomadas ao se defrontarem pela primeira vez com o mundo da sexualidade".