3. A inclusão do aluno com surdez deve
acontecer desde a educação infantil até a
educação superior, garantindo-lhe, desde
cedo, utilizar os recursos de que necessita
para superar as barreiras no processo
educacional e usufruir seus direitos
escolares, exercendo sua cidadania, de
acordo com os princípios constitucionais do
nosso país.
4. Existem três tendências educacionais para a surdez: a
oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do
bilinguismo.
Oralismo: visa à
capacitação da pessoa
com surdez para que
possa utilizar a língua da
comunidade ouvinte na
modalidade oral, como
única possibilidade
lingüística. Nega a
diferença entre surdos e
ouvintes.
Comunicação total:
considera as
características da pessoa
com surdez utilizando
todo e qualquer recurso
possível para a
comunicação. Nega a
língua natural das
pessoas com surdez.
6. ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA PESSOAS COM SURDEZ
O AEE para alunos com surdez estabelece como ponto
de partida a compreensão e o reconhecimento do
potencial e das capacidades dessas pessoas, vislumbrando
o seu pleno desenvolvimento e aprendizagem.
Atendimento esse, assegurado em lei, de uma educação
bilíngue, em todo o processo educativo. Dessa forma, as
práticas de sala de aula comum e do AEE devem ser
articuladas. Por meio de uma metodologia vivencial de
aprendizagem, os alunos ampliam sua formação.
O AEE promove o acesso dos alunos com surdez ao
conhecimento escolar em duas línguas: em Libras e em
Língua Portuguesa. A prática pedagógica do AEE parte dos
contextos de aprendizagem definidos pelo professor da
sala comum, que realizando pesquisas sobre o assunto a
ser estudado elabora um plano de trabalho envolvendo os
conteúdos curriculares.
7. AEE envolve três momentos
didático-pedagógicos:
*Atendimento Educacional Especializado em
Libras;
*Atendimento Educacional Especializado de
Libras;
*Atendimento Educacional Especializado de
Língua Portuguesa.
8. Atendimento Educacional Especializado em Libras
Trata-se de um trabalho complementar ao que está sendo
estudado na sala de aula, de uma exploração do conteúdo,
em Libras; em que o professor de AEE retoma as idéias
essenciais, avaliando durante o processo o plano de
atendimento do aluno com surdez. Para que o
conhecimento seja construindo as aulas devem ser
planejadas visando: valorização do aluno, desenvolvimento
das habilidades, articulação entre o ensino comum e o AEE,
identificação, organização e produção de recursos
didáticos.
9. O Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras
Ocorre diariamente, em horário contrário ao das aulas, na sala de aula
comum. Este trabalhado é realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras
(preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da
Língua de Sinais em que o aluno se encontra. O professor e/ou instrutor de
Libras organiza o trabalho do Atendimento Educacional Especializado,
respeitando as especificidades dessa língua, principalmente o estudo dos
termos científicos a serem introduzidos pelo conteúdo curricular.
• Caso não existam sinais para designar determinados termos científicos, os
professores de Libras analisam os termos científicos do contexto em estudo,
procurando entendê-los, a partir das explicações dos demais professores de
áreas específicas;
• Avaliam a criação dos termos científicos em Libras, a partir da estrutura
lingüística da mesma, por analogia entre conceitos já existentes, de acordo
com o domínio semântico e/ou por empréstimos lexicais;
• Os termos científicos em sinais são registrados, para serem utilizados nas
aulas em Libras.
10. Atendimento Educacional Especializado de Língua Portuguesa.
O objetivo desse atendimento é desenvolver a competência
linguística, bem como textual, dos alunos com surdez, para que sejam
capazes de ler e escrever em Língua Portuguesa. Deve-se conceber,
porém, que o processo de letramento requer o desenvolvimento e
aperfeiçoamento da língua em várias práticas sociais, principalmente
da escrita.
A apropriação da Língua Portuguesa escrita, demanda atividades de
reflexão voltadas para a observação e a análise de seu uso. A reflexão
sobre a língua permite ao aluno conhecer e usar a gramática
normativa, ampliando sua competência e desempenho linguístico.
11. GRUPO DE IDEIAS
@ Qual metodologia podemos
empregar no ensino para
pessoas com surdez?
Discutam em grupo (05) e
sugiram uma atividade
prática a ser utilizada
na rede comum ou A.E.E.
12. Em se tratando da educação dos
surdos existem alguns profissionais,
com funções distintas, que se
encarregam do processo: o professor
regente, o intérprete de Libras, o
instrutor de libras e o professor de
AEE.
13. O instrutor é aquele que tem o papel de ensinar a
Libras. (No DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.)
O intérprete é aquele que tem o papel de
intermediar a comunicação entre o idioma do emissor
ao idioma do receptor.
Obs. É importante ressaltar que em todos os casos previstos nos incisos do Decreto ,
as pessoas surdas terão prioridade em cursos de formação e para ministrar a
disciplina de Libras.
14. Da capacitação no trabalho com alunos surdos
Portarias Normativa nº 11, de 9 de Agosto de 2006 Ministério da Educação Gabinete do
Ministro
Institui o Programa Nacional para a Certificação de Proficiência em Libras
e para a Certificação de Proficiência em Tradução e Interpretação de Libras-
Língua Portuguesa-Prolibras.
§ 1º O Prolibras é um programa promovido pelo Ministério da Educação -
MEC e desenvolvido por Instituições de Ensino Superior IES , que se destina
a:
I - certificar a proficiência em Libras, de pessoas, surdas ou ouvintes, com
escolaridade de nível superior ou médio, para o ensino dessa disciplina,
prioritariamente, em cursos de formação de professores e de fonoaudiólogos;
II - certificar a proficiência em tradução e interpretação da Libras-Língua
Portuguesa, para o exercício dessa função, prioritariamente, em ambientes
educacionais.
Obs. Um profissional com certificado de proficiência em LIBRAS, na prática, pode até comprovar a sua
habilitação para o uso, mas não para o ensino, visto que este requer anos de estudos e pesquisas nessa língua
e não apenas no uso.
15. Diretrizes da
Secretaria de Estado da
Educação
A atuação do
intérprete e do instrutor
de Libras é de extrema
importância para junto
com o professor
propiciar a construção do
conhecimento que leve o
aluno ao pleno exercício
de sua cidadania.
16. Créditos
BRASIL. Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais e
dá outras providências, DF, 2002.
________ Decreto nº 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436, de 24 de abril
de 2002 e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, DF, 2000.
________ Portaria Normativa nº 11 de 09 de agosto de 2006. Institui o Programa Nacional para
Certificação de Proficiência em LIBRAS e para Certificação de Proficiência em Tradução e
Interpretação de Libras - Língua portuguesa – Prolibras, DF, 2006.
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Atendimento Educacional especializado – Pessoa com
surdez. Formação Continuada a Distância de Professores para o Atendimento Educacional
Especializado Pessoa com Surdez- MEC/Brasília/DF – 2007.
ALVEZ, Carla Barbosa/ FERREIRA, Josimário de Paula / DAMÁZIO, Mirlene Macedo. A
Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar- Abordagem Bilíngue na Escolarização de
Pessoas com Surdez – Brasília-2010.
PERLIN,Gladis/ STROBEL,Karin - FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE SURDOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC