3. Classificação, organização genómica e
replicação do Vírus Cache Valley
Doença clínica e patológica
Diagnóstico
Epidemiologia e transmissão
Controlo e prevenção
4. Género Bunyavirus.
Família Bunyaviridae – única com mais de 350
membros.
O vírus foi encontrado nos EUA, Canada e México.
Infecta uma grande variedade de animais
domésticos, silvestres e seres humanos.
Os testes de hemaglutinação-inibição reconhecem
epítopos conservados na nucleocápsula da
proteína e identifica vírus intimamente
relacionados.
5. Cache Valley é um dos 33 vírus incluídos no grupo
Bunyamwera.
Os testes de neutralização cruzada têm
demonstrado que existem múltiplos subtipos do
vírus CV.
Uma vez que os critérios de classificação variam
entre bunyaviruses, quando mais informações da
sequência do genoma bunyaviruses se torna
disponível, mais a taxonomia deste grupo de vírus
é suscetível a mudança no futuro.
6. Os viriões Bunyavirus são esféricos e variam em
tamanho entre 80-90 nm de diâmetro. A camada
mais externa das partículas virais é o envelope, o
qual é composto por saliências superficiais de
glicoproteínas incorporados numa bicamada
lipídica. O tratamento com lípidos solventes resulta
em perda de infecciosidade. O interior dos viriões
contêm a polimerase viral e a nucleocápsula da
proteína.
7. A nucleocápsula da proteína está estreitamente
ligada ao ácido nucleico viral e os dois dão ao
virião uma aparência filamentosa ou enrolada.
O genoma viral é constituído por três segmentos de
sentido negativo, em cadeia simples de RNA
designada pequeno (S), médio (M) e grande (L),
codificado de proteína da nucleocápsula e de
proteína não estrutural (NSS), os dois envelopes
de glicoproteínas (G1 e G2) e outra proteína não-
estrutural (Nm), e a polimerase viral,
respetivamente.
8. Estes segmentos contêm os mesmos nucleótidos
complementares a nível da extremidade 3’ e 5’.
Estas extremidades são altamente conservadas
entre os vírus dentro do género, mas diferem dos
vírus em outros géneros. Ao contrario dos vírus
com um genoma de cadeia de RNA positiva, o
genoma Bunyavirus ou o anti genoma de RNA não
são infeciosos.
9. O vírus CV replica-se, in vitro, em muitas linhas
celulares de mamíferos incluindo o rim de hamster
bebé. A ligação do vírus às células é mediada pela
glicoproteína viral G1 , que também pode ter um
papel na virulência do vírus.
O recetor celular para o vírus da CV ainda não foi
identificado. Após entrar na célula, a multiplicação
do vírus ocorre no citoplasma, e o virião
amadurece nas membranas do aparelho de Golgi.
O efeito citopático típico nessas células consiste
na lise de células e formação de placas.
10. O vírus também se replica em linhas celulares de
insetos, onde causa uma infeção persistente não-
citopática. A persistência de linhas de células de
inseto in vitro é acompanhada pela geração de
vírus com variáveis características fenotípicas e
genéticas. Além disso, as bunyaviruses podem
perder ou alterar os seus antígenos de
neutralização durante a passagem em células do
inseto.
11. A maioria das infeções em ovinos são
subclínicas, no entanto quando a infeção
ocorre no primeiro trimestre da gravidez o vírus
pode atravessar a placenta e pode produzir :
Morte embrionária
Mumificação
Malformação fetal incluindo artralgia, torcicolo,
escoliose, lordose, hidranencefalia,
microcefalia, porencefalia, hipoplasia cerebelar
e muscular.
12. As infeções que ocorrem nos últimos dois terços
da gestação são clinicamente inofensivas para o
feto.
O melhor método para confirmar a infecção intra-
uterina é através da demostração de anticorpos
contra o vírus especifico C.V. por testes de
neutralização em soros de fetos malformados ou
amostras de soro pré-colostral de recém nascidos.
13. Não existem vacinas ou tratamentos disponíveis
para proteger as ovelhas contra esta infeção.
O aborto entre as ovelhas é um sério problema
económico para os produtores de gado.
Clinicamente a doença pode manifestar-se através
de um retorno rápido ao estro, mortalidade
embrionária, malformação fetal, aborto, natimorto
ou nascimento de crias fracas.
15. A inoculação experimental endovenosa ou intra-
peritoneal em ovinos e caprinos com vírus C.V.
resultou em depressão, febre, tremores, espasmos
musculares, desorientação, anomalias de
alimentação, convulsões ou outros sinais de
distúrbios do sistema nervoso.
O vírus C.V. foi isolado a partir de uma ovelha
doente no Texas, mas a maioria das infeções
naturais em animais não gestantes é subclínica.
16. Em caso de gestação o vírus pode atravessar a
placenta e infetar o feto.
Em gestações múltiplas, o grau e tipo de patologia
fetal pode ser diferente em cada feto. Em alguns
casos, um feto pode ser normal, enquanto os
outros podem apresentar malformações.
As lesões histológicas são mais frequentemente
observadas no cérebro, medula espinal e
músculo esquelético de fetos malformados.
17. Bunyaviruses são tipicamente isolados por
inoculação intra-cranial de ratinhos lactentes.
O isolamento do vírus a partir de fetos
malformados ou recém-nascidos é sempre bem
sucedido, porque no momento em que o feto é
expelido, o seu sistema imunológico já erradicou o
vírus dos tecidos.
18. › Soro-neutralização
› Elisa
› Testes de fixação do complemento
› Testes de hemaglutinação-inibição
Nas fêmeas, o isolamento do vírus a partir de
sangue pode ser obtido numa cultura de células,
durante a fase virémia da infeção.
19. O vírus Cache Valley foi isolado pela primeira vez a
partir de mosquitos (Culiseta inornata) em Cache
Valley, Utah 1956.
Desde então, o vírus tem demonstrado ser
endémico na América do Norte.
A transmissão a vertebrados ocorre através da
picada de mosquitos infetados(vectores): Aedes,
Psorophora, Anopheles, Coquillettidia, Culex e
de Culiseta inornata.
As infeções humanas ocorrem através da picada
de mosquitos infetados e não por contato direto
com animais infetados.
20. Depois de anos repetidos de seca e de inverno em
áreas endêmicas de vírus CV, a população de
mosquitos vetores e a transmissão do vírus diminuíram.
Apos 7 a 15 dias de exposição o vírus nos
mosquitos aumentou mais 100 vezes. Após a
ingestão do sangue dos ratos infetados o pico do
vírus permanece 35 dias ativos.
A eficiência de transmissão varia dentro de
diferentes espécies de mosquitos.
21. É difícil devido a grande variedade de mosquitos
vetores e hospedeiros vertebrados.
A ampla aplicação de inseticidas é usada em
algumas regiões, mas não é admissível
ecologicamente.
Programas de controlo de outros insetos e o
melhoramento do saneamento ambiental podem
reduzir a abundancia do vetor de risco.
22. Nos seres humanos é aconselhado o uso de redes
de malha, roupas de proteção e repelentes de
insetos contendo dietiltoluamida .
Atualmente não existem vacinas ou tratamentos
aprovados para controlo de C.V. e dos animais
devemos apenas protege-los de infeções
subsequentes.
23. Cache Valley virus is a cause of fetal
malformation and pregnancy loss in
sheep