O documento descreve como o Brasil era imaginado na Europa nos séculos XV e XVI. As pessoas acreditavam que a América continha terras maravilhosas e habitadas por criaturas fantásticas. Muitos artistas criaram ilustrações destes lugares e seres imaginários com base em relatos, sem nunca terem visitado a região. Com o tempo, as descrições ficaram mais realistas à medida que mais europeus exploravam o continente americano.
2. O Brasil
imaginário
• Logo na época do descobrimento a Europa
queria saber como era a América
• Muitos artistas fizeram desenhos, a maioria de
“ouvido”
• A mistura entre a realidade e a lenda era
bastante comum
• Últimas décadas do século XV e primeiras do
século XVI
3. • As artes voltavam-se ao humanismo
• Época de grande desenvolvimento no
conhecimento geográfico, da navegação
marítima e da cartografia
– Reflete em mais contato com a Ásia, África e
América
• A pintura torna-se à representação da
natureza
• O ser humano é marcado pelo imaginário.
4. • Nas regiões maravilhosas para além de Tule
ora estaria situado o Paraíso Terrestre:
– seus campos fertilíssimos
– um clima de perene primavera
– a Fonte da Juventude
– a Árvore do Bem e do Mal
– o grande rio dividido em quatro braços...
5. • Por vezes a terra era inóspita e despovoada ou:
– habitada por seres disformes ou monstruosos
– Criaturas de um só olho na testa
– Outras sem boca
– Ciápodes de uma única perna bifurcada em dois pés
– Blêmios
– Grifos
– Antropófagos
– Várias outras criaturas de umafauna subumana
7. • Colombo, na carta que falava de sua primeira
viagem, esclarecesse (aliviado):
• “Não encontrei os monstros humanos que muitas
pessoas esperavam que eu encontrasse. Pelo
contrário, toda a população é muito bem feita de
corpo”.
• Outros desbravadores relatavam tais criaturas na
América central e do sul
• Muitos eram baseados em ilustrações feitas nos
séculos passados
8. • Apesar de todo esse bestiário retratado na
época a atitude que mais chocava os europeus
era a antropofagia.
• Algumas pessoas achavam que os índios eram
apenas monstros, já outros discutiam a
verdadeira índole desses filhos de Adão e Eva
9. • “Essa imagem nos mostra o povo e a ilha descobertos pelo Rei Cristão de Portugal ou por seus súditos.
Essas pessoas andam nuas, são bonitas e têm uma cor de pele acastanhada, sendo bem construídas de
corpo. Cabeças, pescoços, braços, vergonhas e pés, tanto de homens quanto de mulheres, são enfeitados
com penas. Os homens têm também no rosto e no peito muitas pedras preciosas. Ninguém é possuidor de
coisa alguma, pois a propriedade é de todos. Os homens tomam por mulher a que mais lhes agrade,
podendo ser sua mãe, irmã ou amiga, já fazem distinção. Guerreiam entre si e devoram uns aos outros,
inclusive os que matam em combate, cujos corpos penduram para assar sobre fogueiras. Vivem 150 anos.
E não possuem governo”.
Johann Froschauer.
Imagem do Novo
Mundo. Xilogravura
aquarelada a mão.
Mundus Novus, 1505
Notas do Editor
Pinturas guiadas pelo preconceito e imaginação,
Perspectiva histórica
Alimentava-se de narrativas extravagantes de viagens imaginárias ou sobrenaturais
Obras literárias desse gênero eram comuns na época
Grifa-se: hoje também são comuns, mas a crença era mais forte na época
Narrativas e histórias descritas por Navegatio Sancti Brendani Abbatis: Coisas Inacreditáveis para além de Tule,
Escritores de prestígio como Heródoto, Plínio, Santo Agostinho
Descrições realistas
Seria necessário um documento da igreja atestando que os Índios eram filhos de Adão e Eva para mudar a opinião de alguns