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Será que os refrigerantes podem envelhecer 
as suas células? 
D 
e acordo com um novo estudo da 
Universidade da Califórnia em San 
Francisco (EUA), o consumo de 
refrigerantes açucarados está associado com o 
envelhecimento celular. 
A pesquisa revelou que os telômeros – as 
unidades de proteção do DNA que ficam nas 
extremidades dos cromossomos nas células – 
eram menores nas células brancas do sangue dos 
participantes do estudo que relataram beber 
mais refrigerantes. 
O comprimento dos telômeros nas células 
brancas do sangue – onde podem ser mais 
facilmente medidos – já tinha sido previamente 
associado com a extensão da vida humana. 
Telômeros curtos foram associados com o 
desenvolvimento de doenças crônicas do 
envelhecimento, incluindo doenças cardíacas, 
diabetes e alguns tipos de câncer. Além disso, o 
encurtamento dos telômeros foi previamente 
ligado a dano oxidativo ao tecido, à inflamação 
e à resistência à insulina. 
“O consumo regular de refrigerantes adoçados 
com açúcar pode influenciar o desenvolvimento 
de doenças, não só atrapalhando o controle 
metabólico de açúcares do corpo, mas também 
através de envelhecimento celular acelerado dos 
tecidos”, disse Elissa Epel, professora de 
psiquiatria e principal autora do estudo. 
Os pesquisadores compararam o comprimento 
dos telômeros e o consumo de refrigerantes 
adoçados com açúcar dos participantes apenas 
em um único ponto do tempo, por isso afirmam 
que a associação encontrada não demonstra 
causalidade. 
Um novo estudo no qual os participantes serão 
acompanhados por semanas em tempo real 
deverá investigar melhor os efeitos do consumo 
de refrigerantes adoçados sobre os aspectos do 
envelhecimento celular. 
A pesquisa 
Os pesquisadores mediram os telômeros do 
DNA armazenado de 5.309 participantes entre 
20 e 65 anos sem histórico de diabetes ou 
doença cardiovascular, que haviam participado 
de uma pesquisa de saúde em curso por todo os 
EUA chamada de Pesquisa Nacional de Exame 
de Saúde e Nutrição, durante os anos 1999 a 
2002. 
O consumo médio de refrigerante adoçado com 
açúcar em todos os participantes da pesquisa foi 
de 340 ml. Cerca de 21% das pessoas relataram 
beber pelo menos 568 ml de refrigerante 
adoçado com açúcar por dia. 
Os cientistas calcularam que o consumo diário 
de 568 ml de refrigerante foi associado com 4,6 
anos de envelhecimento biológico adicional, 
vistos no encurtamento dos telômeros. Esse 
efeito sobre o comprimento dos telômeros é 
comparável ao efeito do tabagismo e do 
exercício físico regular na direção oposta, ou 
seja, no antienvelhecimento. 
A descoberta acrescenta evidências para a lista 
de males associados a bebidas açucaradas, como 
obesidade, síndrome metabólica, diabetes tipo 2 
e doença cardiovascular. Ao que tudo indica, 
refrigerantes também causam envelhecimento 
celular. 
Fonte: [ScienceDaily] 
Por que as girafas tem pescoço longo?
amos transportá-lo de volta para as 
aulas de biologia do Ensino Médio. Se 
você prestou atenção às aulas sobre 
V 
teorias evolutivas, o duelo entre as ideias de 
Lamarck e Darwin, talvez se lebre que o 
exemplo mais recorrente era sobre o pescoço 
das girafas. Lamarck dizia que, no passado, 
todas as girafas tinham pescoço curto, e ele foi 
esticando ao longo dos milhões de anos devido 
à necessidade de alcançar folhas nas árvores 
altas para comer. Darwin, por sua vez, 
acreditava que existiram, desde o princípio, 
girafas de pescoço longo e outras nem tanto, e 
houve uma seleção natural que acabou 
eliminando as girafas “baixinhas” com o tempo, 
incapacitadas de alcançar folhas altas. Assim só 
as de pescoço longo se adaptaram, e puderam 
sobreviver. 
Mas um estudo da Universidade de Pretória, 
África do Sul, está chegando à conclusão que o 
fato de haver pescoços mais ou menos longos 
em girafas não está relacionado com a altura das 
folhas nas árvores. O motivo, segundo eles, é 
devido ao sexo. 
Isso mesmo: para fins de acasalamento e 
necessidade de atrair as fêmeas é que as girafas 
têm a necessidade de pescoço longo. Já se sabe 
que os machos disputam as fêmeas através de 
brigas com “pescoçadas”. Aqueles que têm 
pescoço mais longo levam vantagem e 
geralmente vencem, porque a cabeça funciona 
como um aríete, e a vantagem no comprimento 
é convertida em potência nos golpes. Assim, as 
fêmeas preferem os vencedores desses duelos de 
pescoço. 
Uma girafa tem entre 4,5m e 5m de altura, e 
dois desses metros são apenas de pescoço. 
Assim, o Cérbero da girafa fica cerca de dois 
metros do coração, razão pela qual ela precisa 
ter um fortíssimo sistema para bombear sangue. 
Além disso, a maioria das espécies de girafas 
não perde tempo procurando folhas em árvores 
altas, as de árvores médias já as satisfazem. 
Assim, a teoria de que o comprimento do 
pescoço é fruto da procura por árvores altas 
sofre um abalo – ponto para a nova teoria do 
acasalamento que mostra outra face da teoria 
darwiniana: a seleção sexual. 
Fonte: [New Scientist] 
Outras curiosidades sobre as girafas. 
1. As girafas não se deitam para dar à luz. Ao 
nascer, o filhote despenca de 2,5 metros de 
altura. 
2. A girafinha já nasce com cerca de 2 metros de 
altura. Na idade adulta, atinge até 6 metros. Ela 
conseguiria olhar pela janela do segundo andar 
de um prédio sem sair do chão. 
3. É o único animal que consegue alcançar a 
própria orelha com a língua. 
4. As pernas de 2,5 metros da girafa podem 
desferir um coice capaz de matar um leão. É a 
patada mais forte do reino animal. 
5. Apesar de todo o seu tamanho, o pescoço da 
girafa tem o mesmo número de vértebras que o 
do ser humano: 7. 
6. A cabeça da girafa fica a mais de 2 metros de 
distância do coração. Para fazer o sangue subir, 
o coração precisa ser muito forte. Por isso, o 
coração da girafa é 43 vezes maior que o do ser 
humano. 
7. Quando estão apaixonadas, as girafas cruzam 
seus pescoços. 
8. A língua da girafa mede 45 centímetros. 
9. A girafa é um dos poucos animais que já 
nascem com chifres. 
10. A pegada da girafa mede mais de 30 
centímetros de comprimento. 
Fonte: Guia dos Curiosos
As abelhas estão desaparecendo. E isso é 
preocupante. 
N 
os últimos anos, a quantidade de 
abelhas tem diminuído no mundo. 
Pragas e uso de pesticidas estão entre 
as principais causas desse fenômeno, que 
já afeta o Brasil. 
Dois terços dos alimentos que nós ingerimos são 
cultivados com a ajuda das abelhas. Na busca de 
pólen, sua refeição, esses insetos polinizam 
plantações de frutas, legumes e grãos. Em 
tempos em que a escassez mundial de comida é 
pauta das autoridades no assunto – como a 
recomendação da ONU para consumir 
mais insetos – a perspectiva de ficar sem a ajuda 
desses seres no abastecimento alimentar seria 
alarmante. E é o que está acontecendo. 
Em 2006, apicultores nos Estados Unidos 
começaram a notar que suas colônias de abelhas 
estavam desaparecendo. Cientistas investigaram 
e comprovaram o fenômeno, que foi batizado de 
colony collapse disorder (síndrome do colapso 
da colônia, CCD). Sete anos depois, o sumiço 
continua: no inverno de 2012 para 2013, dado 
mais recente, 31% das abelhas americanas 
deixaram de existir. 
O fenômeno se repetiu na Europa, onde, 
segundo um levantamento do Coloss, rede de 
cientistas de mais de 60 países que estuda o 
sumiço das abelhas, algumas regiões perderam 
até 53% de suas colônias nos últimos anos. 
Japão, China e o Brasil também reportaram 
problemas – apicultores de Santa Catarina 
relataram que um terço das 300.000 abelhas do 
Estado bateu asas em 2012. 
A escassez de polinizadores já afeta alguns 
cultivos. Em 2013, a queda na produção elevou 
o preço das amêndoas nos Estados Unidos em 
43% em relação ao ano anterior, segundo 
informações do jornal The Telegraph. Pelo 
mesmo motivo, o quilo da oleaginosa na 
Espanha, outro produtor, chegou a quase 8 euros 
– o mais alto desde 2005. Na França, as vítimas 
foram as cerejas, que passaram a ser cultivadas 
na Austrália, menos afetada pela falta de 
abelhas. No Brasil, segundo especialistas, a 
redução de insetos afetou a plantação de maçãs, 
embora as perdas não tenham sido 
quantificadas. "Se o problema continuar, o 
modelo atual de fazendas vai se tornar 
insustentável. O custo de produção vai subir 
para o produtor e para o consumidor final, de 
modo que diversos fazendeiros podem acabar 
deixando a atividade", afirma o físico brasileiro 
Paulo de Souza, estudioso do tema na 
Organização Nacional de Pesquisa Científica e 
Industrial da Austrália. 
Pesticidas – A causa do sumiço é um mistério 
que intriga os pesquisadores, a começar pelo 
fato de os corpos dos insetos não serem 
encontrados nas colmeias ou arredores. Os 
animais desaparecem sem deixar rastros, e os 
especialistas acreditam que o motivo seja uma 
espécie de curto-circuito no sistema de 
localização das abelhas, fazendo com que elas 
se percam. A diversidade de espécies e as 
peculiaridades de cada país dificultam a 
investigação sobre o extermínio. 
Entre os principais motivos apontados está o uso 
de pesticidas, especialmente os neonicotinoides, 
uma das classes mais utilizadas por agricultores. 
"Os neonicotinoides têm uma segurança grande 
com relação aos mamíferos, principalmente o 
homem, por isso são bastante utilizados. O 
problema é que eles afetam não apenas os 
insetos que são considerados pragas, mas os 
polinizadores também", explica Aroni Sattler, 
professor de agronomia da Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul, cujo trabalho envolve 
ajudar apicultores a descobrir a causa da perda 
de suas abelhas. 
As suspeitas levaram a União Europeia a banir 
os neonicotinoides por um período de dois anos, 
iniciado em julho de 2013, apesar dos protestos 
de produtores agrícolas e as multinacionais 
químicas e agroalimentícias. Nesse intervalo, 
será avaliado o impacto da proibição na 
agricultura e nas abelhas, para se decidir se a 
regra será mantida por mais tempo. "A medida é 
radical, mas necessária", diz Paulo de Souza. 
"Foi uma medida de precaução, mesmo critério
adotado na criação do Protocolo de Kyoto." 
Souza lidera um estudo que vai instalar sensores 
em 5 000 abelhas para monitorar sua localização 
em tempo real e estudar as causas do 
extermínio. "As pesquisas nos mostram os 
fatores [que causam as mortes de abelhas] com 
alguma segurança, mas não sabemos ainda qual 
é o peso de qual um deles, nem como eles se 
combinam", diz. 
Pragas – Além dos pesticidas, vírus, fungos, 
bactérias e outros parasitas são apontados como 
vilões. O principal é o ácaro Varroa destructor, 
que se agarra às abelhas, suga sua hemolinfa (o 
“sangue” dos insetos) e pode transmitir vírus 
aos animais. 
A Austrália é, atualmente, o único país do 
planeta que ainda não foi atingido pelo Varroa. 
Para manter o status de abelhas mais saudáveis 
existentes, cuidados relativos à biossegurança 
foram adotados por lá. Segundo Souza, todos os 
aeroportos contam com cães especialistas em 
farejar frutas na bagagem dos passageiros, 
norma que evita a contaminação mesmo entre os 
Estados australianos. 
Outras causas – A monocultura e o manejo 
inadequado das colmeias por parte dos criadores 
também atrapalham os insetos. Uma área de 
plantação extensa com apenas um tipo de 
planta, como a soja ou o girassol, faz com que 
as abelhas colocadas para trabalhar naquela 
região se alimentem de um tipo de pólen 
exclusivamente. A restrição causa má-nutrição, 
uma vez o pólen de cada planta possui uma 
composição diferente de proteína. "A abelha 
evoluiu com as plantas que se reproduzem por 
meio de flores, uma dependendo da outra, 
enquanto a monocultura é mais recente", explica 
Sattler. 
Em busca de aumentar a produtividade, algumas 
práticas de manejo das colmeias estressam os 
animais, o que pode reduzir seu tempo de vida. 
De acordo com Paulo de Souza, criadores 
colocam uma espécie de "tapete grudento" na 
entrada da colmeia, que retém todo o pólen que 
a abelha recolheu durante seu voo, obrigando-a 
a sair novamente em busca de alimento. 
Além disso, suspeita-se que a poluição do ar e 
até mesmo sinais de torres de celular poderiam 
influenciar o sistema de orientação desses 
insetos. Essas teorias ainda não foram 
comprovadas. 
Enquanto o sumiço das abelhas não é 
desvendado, a ciência falha em encontrar 
formas de substitui-las. A solução mais próxima 
é colocar o próprio homem para fazer o 
trabalho. "Em regiões da China onde a 
população de abelhas foi reduzida 
drasticamente, fazendeiros de maçã precisam de 
empregados para fazer a polinização manual", 
afirma Rodolfo Jaffe, pós-doutorando do 
laboratório de abelhas da USP. A tarefa é 
realizada com auxílio de envelopes de pólen e 
um tipo de vareta com a qual os trabalhadores 
tocam as flores. Mas o processo é mais 
demorado e caro do que o das abelhas e menos 
eficiente. 
Problema nacional – No Brasil, apicultores de 
diversos Estados têm relatado perdas 
substanciais – e muitas vezes inexplicáveis – em 
suas colmeias. Além de Santa Catarina, Minas 
Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul estão 
entre os afetados. "Por enquanto, parece que 
temos casos mais isolados e em menor escala do 
que nos Estados Unidos e na Europa", afirma 
David De Jong, professor de genética da USP de 
Ribeirão Preto. Americano, ele veio para o 
Brasil na década de 1980 para estudar o ácaro 
Varroa – recém-descoberto na época. 
Uma das razões é que as abelhas daqui são 
diferentes das mais comuns da Europa e dos 
Estados Unidos. A espécie brasileira é chamada 
de africanizada, porque sofreu cruzamento, há 
mais de cinco décadas. O resultado são insetos 
mais resistentes a doenças e capazes de se 
reproduzir mais rapidamente – com 
desvantagem de serem mais agressivos. "A 
abelha africanizada se adapta muito bem ao 
ambiente, exceto o frio excessivo. Por essa
razão, ela não é utilizada na Europa. 
Para Lionel Gonçalves, professor aposentado 
da USP de Ribeirão Preto, o Brasil sofre com 
um uso indiscriminado de agrotóxicos, e não 
tem uma legislação de restrição efetiva. Lionel é 
um dos idealizadores do projeto Bee or not to be 
(abelhas ou não ser, em tradução livre, fazendo 
um trocadilho com a frase de Shakespeare), uma 
campanha de proteção das abelhas, lançada no 
ano passado. O objetivo é alertar a população e 
buscar apoio para proteção dos insetos no Brasil 
e no mundo. A campanha está recolhendo 
assinaturas para uma petição, que deve ser 
entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária 
e Abastecimento e do Meio Ambiente em 
novembro deste ano, exigindo ações efetivas no 
combate ao CCD. 
Algumas medidas simples trariam grandes 
benefícios. "Os produtores poderiam aplicar os 
pesticidas na temporada certa, não durante as 
floradas, e com cuidado, apenas sobre o cultivo. 
Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já 
estão em casa, também reduziria os danos", diz 
Sattler. 
Fonte: Revista Veja
razão, ela não é utilizada na Europa. 
Para Lionel Gonçalves, professor aposentado 
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  • 1. Será que os refrigerantes podem envelhecer as suas células? D e acordo com um novo estudo da Universidade da Califórnia em San Francisco (EUA), o consumo de refrigerantes açucarados está associado com o envelhecimento celular. A pesquisa revelou que os telômeros – as unidades de proteção do DNA que ficam nas extremidades dos cromossomos nas células – eram menores nas células brancas do sangue dos participantes do estudo que relataram beber mais refrigerantes. O comprimento dos telômeros nas células brancas do sangue – onde podem ser mais facilmente medidos – já tinha sido previamente associado com a extensão da vida humana. Telômeros curtos foram associados com o desenvolvimento de doenças crônicas do envelhecimento, incluindo doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. Além disso, o encurtamento dos telômeros foi previamente ligado a dano oxidativo ao tecido, à inflamação e à resistência à insulina. “O consumo regular de refrigerantes adoçados com açúcar pode influenciar o desenvolvimento de doenças, não só atrapalhando o controle metabólico de açúcares do corpo, mas também através de envelhecimento celular acelerado dos tecidos”, disse Elissa Epel, professora de psiquiatria e principal autora do estudo. Os pesquisadores compararam o comprimento dos telômeros e o consumo de refrigerantes adoçados com açúcar dos participantes apenas em um único ponto do tempo, por isso afirmam que a associação encontrada não demonstra causalidade. Um novo estudo no qual os participantes serão acompanhados por semanas em tempo real deverá investigar melhor os efeitos do consumo de refrigerantes adoçados sobre os aspectos do envelhecimento celular. A pesquisa Os pesquisadores mediram os telômeros do DNA armazenado de 5.309 participantes entre 20 e 65 anos sem histórico de diabetes ou doença cardiovascular, que haviam participado de uma pesquisa de saúde em curso por todo os EUA chamada de Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição, durante os anos 1999 a 2002. O consumo médio de refrigerante adoçado com açúcar em todos os participantes da pesquisa foi de 340 ml. Cerca de 21% das pessoas relataram beber pelo menos 568 ml de refrigerante adoçado com açúcar por dia. Os cientistas calcularam que o consumo diário de 568 ml de refrigerante foi associado com 4,6 anos de envelhecimento biológico adicional, vistos no encurtamento dos telômeros. Esse efeito sobre o comprimento dos telômeros é comparável ao efeito do tabagismo e do exercício físico regular na direção oposta, ou seja, no antienvelhecimento. A descoberta acrescenta evidências para a lista de males associados a bebidas açucaradas, como obesidade, síndrome metabólica, diabetes tipo 2 e doença cardiovascular. Ao que tudo indica, refrigerantes também causam envelhecimento celular. Fonte: [ScienceDaily] Por que as girafas tem pescoço longo?
  • 2. amos transportá-lo de volta para as aulas de biologia do Ensino Médio. Se você prestou atenção às aulas sobre V teorias evolutivas, o duelo entre as ideias de Lamarck e Darwin, talvez se lebre que o exemplo mais recorrente era sobre o pescoço das girafas. Lamarck dizia que, no passado, todas as girafas tinham pescoço curto, e ele foi esticando ao longo dos milhões de anos devido à necessidade de alcançar folhas nas árvores altas para comer. Darwin, por sua vez, acreditava que existiram, desde o princípio, girafas de pescoço longo e outras nem tanto, e houve uma seleção natural que acabou eliminando as girafas “baixinhas” com o tempo, incapacitadas de alcançar folhas altas. Assim só as de pescoço longo se adaptaram, e puderam sobreviver. Mas um estudo da Universidade de Pretória, África do Sul, está chegando à conclusão que o fato de haver pescoços mais ou menos longos em girafas não está relacionado com a altura das folhas nas árvores. O motivo, segundo eles, é devido ao sexo. Isso mesmo: para fins de acasalamento e necessidade de atrair as fêmeas é que as girafas têm a necessidade de pescoço longo. Já se sabe que os machos disputam as fêmeas através de brigas com “pescoçadas”. Aqueles que têm pescoço mais longo levam vantagem e geralmente vencem, porque a cabeça funciona como um aríete, e a vantagem no comprimento é convertida em potência nos golpes. Assim, as fêmeas preferem os vencedores desses duelos de pescoço. Uma girafa tem entre 4,5m e 5m de altura, e dois desses metros são apenas de pescoço. Assim, o Cérbero da girafa fica cerca de dois metros do coração, razão pela qual ela precisa ter um fortíssimo sistema para bombear sangue. Além disso, a maioria das espécies de girafas não perde tempo procurando folhas em árvores altas, as de árvores médias já as satisfazem. Assim, a teoria de que o comprimento do pescoço é fruto da procura por árvores altas sofre um abalo – ponto para a nova teoria do acasalamento que mostra outra face da teoria darwiniana: a seleção sexual. Fonte: [New Scientist] Outras curiosidades sobre as girafas. 1. As girafas não se deitam para dar à luz. Ao nascer, o filhote despenca de 2,5 metros de altura. 2. A girafinha já nasce com cerca de 2 metros de altura. Na idade adulta, atinge até 6 metros. Ela conseguiria olhar pela janela do segundo andar de um prédio sem sair do chão. 3. É o único animal que consegue alcançar a própria orelha com a língua. 4. As pernas de 2,5 metros da girafa podem desferir um coice capaz de matar um leão. É a patada mais forte do reino animal. 5. Apesar de todo o seu tamanho, o pescoço da girafa tem o mesmo número de vértebras que o do ser humano: 7. 6. A cabeça da girafa fica a mais de 2 metros de distância do coração. Para fazer o sangue subir, o coração precisa ser muito forte. Por isso, o coração da girafa é 43 vezes maior que o do ser humano. 7. Quando estão apaixonadas, as girafas cruzam seus pescoços. 8. A língua da girafa mede 45 centímetros. 9. A girafa é um dos poucos animais que já nascem com chifres. 10. A pegada da girafa mede mais de 30 centímetros de comprimento. Fonte: Guia dos Curiosos
  • 3. As abelhas estão desaparecendo. E isso é preocupante. N os últimos anos, a quantidade de abelhas tem diminuído no mundo. Pragas e uso de pesticidas estão entre as principais causas desse fenômeno, que já afeta o Brasil. Dois terços dos alimentos que nós ingerimos são cultivados com a ajuda das abelhas. Na busca de pólen, sua refeição, esses insetos polinizam plantações de frutas, legumes e grãos. Em tempos em que a escassez mundial de comida é pauta das autoridades no assunto – como a recomendação da ONU para consumir mais insetos – a perspectiva de ficar sem a ajuda desses seres no abastecimento alimentar seria alarmante. E é o que está acontecendo. Em 2006, apicultores nos Estados Unidos começaram a notar que suas colônias de abelhas estavam desaparecendo. Cientistas investigaram e comprovaram o fenômeno, que foi batizado de colony collapse disorder (síndrome do colapso da colônia, CCD). Sete anos depois, o sumiço continua: no inverno de 2012 para 2013, dado mais recente, 31% das abelhas americanas deixaram de existir. O fenômeno se repetiu na Europa, onde, segundo um levantamento do Coloss, rede de cientistas de mais de 60 países que estuda o sumiço das abelhas, algumas regiões perderam até 53% de suas colônias nos últimos anos. Japão, China e o Brasil também reportaram problemas – apicultores de Santa Catarina relataram que um terço das 300.000 abelhas do Estado bateu asas em 2012. A escassez de polinizadores já afeta alguns cultivos. Em 2013, a queda na produção elevou o preço das amêndoas nos Estados Unidos em 43% em relação ao ano anterior, segundo informações do jornal The Telegraph. Pelo mesmo motivo, o quilo da oleaginosa na Espanha, outro produtor, chegou a quase 8 euros – o mais alto desde 2005. Na França, as vítimas foram as cerejas, que passaram a ser cultivadas na Austrália, menos afetada pela falta de abelhas. No Brasil, segundo especialistas, a redução de insetos afetou a plantação de maçãs, embora as perdas não tenham sido quantificadas. "Se o problema continuar, o modelo atual de fazendas vai se tornar insustentável. O custo de produção vai subir para o produtor e para o consumidor final, de modo que diversos fazendeiros podem acabar deixando a atividade", afirma o físico brasileiro Paulo de Souza, estudioso do tema na Organização Nacional de Pesquisa Científica e Industrial da Austrália. Pesticidas – A causa do sumiço é um mistério que intriga os pesquisadores, a começar pelo fato de os corpos dos insetos não serem encontrados nas colmeias ou arredores. Os animais desaparecem sem deixar rastros, e os especialistas acreditam que o motivo seja uma espécie de curto-circuito no sistema de localização das abelhas, fazendo com que elas se percam. A diversidade de espécies e as peculiaridades de cada país dificultam a investigação sobre o extermínio. Entre os principais motivos apontados está o uso de pesticidas, especialmente os neonicotinoides, uma das classes mais utilizadas por agricultores. "Os neonicotinoides têm uma segurança grande com relação aos mamíferos, principalmente o homem, por isso são bastante utilizados. O problema é que eles afetam não apenas os insetos que são considerados pragas, mas os polinizadores também", explica Aroni Sattler, professor de agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, cujo trabalho envolve ajudar apicultores a descobrir a causa da perda de suas abelhas. As suspeitas levaram a União Europeia a banir os neonicotinoides por um período de dois anos, iniciado em julho de 2013, apesar dos protestos de produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agroalimentícias. Nesse intervalo, será avaliado o impacto da proibição na agricultura e nas abelhas, para se decidir se a regra será mantida por mais tempo. "A medida é radical, mas necessária", diz Paulo de Souza. "Foi uma medida de precaução, mesmo critério
  • 4. adotado na criação do Protocolo de Kyoto." Souza lidera um estudo que vai instalar sensores em 5 000 abelhas para monitorar sua localização em tempo real e estudar as causas do extermínio. "As pesquisas nos mostram os fatores [que causam as mortes de abelhas] com alguma segurança, mas não sabemos ainda qual é o peso de qual um deles, nem como eles se combinam", diz. Pragas – Além dos pesticidas, vírus, fungos, bactérias e outros parasitas são apontados como vilões. O principal é o ácaro Varroa destructor, que se agarra às abelhas, suga sua hemolinfa (o “sangue” dos insetos) e pode transmitir vírus aos animais. A Austrália é, atualmente, o único país do planeta que ainda não foi atingido pelo Varroa. Para manter o status de abelhas mais saudáveis existentes, cuidados relativos à biossegurança foram adotados por lá. Segundo Souza, todos os aeroportos contam com cães especialistas em farejar frutas na bagagem dos passageiros, norma que evita a contaminação mesmo entre os Estados australianos. Outras causas – A monocultura e o manejo inadequado das colmeias por parte dos criadores também atrapalham os insetos. Uma área de plantação extensa com apenas um tipo de planta, como a soja ou o girassol, faz com que as abelhas colocadas para trabalhar naquela região se alimentem de um tipo de pólen exclusivamente. A restrição causa má-nutrição, uma vez o pólen de cada planta possui uma composição diferente de proteína. "A abelha evoluiu com as plantas que se reproduzem por meio de flores, uma dependendo da outra, enquanto a monocultura é mais recente", explica Sattler. Em busca de aumentar a produtividade, algumas práticas de manejo das colmeias estressam os animais, o que pode reduzir seu tempo de vida. De acordo com Paulo de Souza, criadores colocam uma espécie de "tapete grudento" na entrada da colmeia, que retém todo o pólen que a abelha recolheu durante seu voo, obrigando-a a sair novamente em busca de alimento. Além disso, suspeita-se que a poluição do ar e até mesmo sinais de torres de celular poderiam influenciar o sistema de orientação desses insetos. Essas teorias ainda não foram comprovadas. Enquanto o sumiço das abelhas não é desvendado, a ciência falha em encontrar formas de substitui-las. A solução mais próxima é colocar o próprio homem para fazer o trabalho. "Em regiões da China onde a população de abelhas foi reduzida drasticamente, fazendeiros de maçã precisam de empregados para fazer a polinização manual", afirma Rodolfo Jaffe, pós-doutorando do laboratório de abelhas da USP. A tarefa é realizada com auxílio de envelopes de pólen e um tipo de vareta com a qual os trabalhadores tocam as flores. Mas o processo é mais demorado e caro do que o das abelhas e menos eficiente. Problema nacional – No Brasil, apicultores de diversos Estados têm relatado perdas substanciais – e muitas vezes inexplicáveis – em suas colmeias. Além de Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul estão entre os afetados. "Por enquanto, parece que temos casos mais isolados e em menor escala do que nos Estados Unidos e na Europa", afirma David De Jong, professor de genética da USP de Ribeirão Preto. Americano, ele veio para o Brasil na década de 1980 para estudar o ácaro Varroa – recém-descoberto na época. Uma das razões é que as abelhas daqui são diferentes das mais comuns da Europa e dos Estados Unidos. A espécie brasileira é chamada de africanizada, porque sofreu cruzamento, há mais de cinco décadas. O resultado são insetos mais resistentes a doenças e capazes de se reproduzir mais rapidamente – com desvantagem de serem mais agressivos. "A abelha africanizada se adapta muito bem ao ambiente, exceto o frio excessivo. Por essa
  • 5. razão, ela não é utilizada na Europa. Para Lionel Gonçalves, professor aposentado da USP de Ribeirão Preto, o Brasil sofre com um uso indiscriminado de agrotóxicos, e não tem uma legislação de restrição efetiva. Lionel é um dos idealizadores do projeto Bee or not to be (abelhas ou não ser, em tradução livre, fazendo um trocadilho com a frase de Shakespeare), uma campanha de proteção das abelhas, lançada no ano passado. O objetivo é alertar a população e buscar apoio para proteção dos insetos no Brasil e no mundo. A campanha está recolhendo assinaturas para uma petição, que deve ser entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente em novembro deste ano, exigindo ações efetivas no combate ao CCD. Algumas medidas simples trariam grandes benefícios. "Os produtores poderiam aplicar os pesticidas na temporada certa, não durante as floradas, e com cuidado, apenas sobre o cultivo. Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já estão em casa, também reduziria os danos", diz Sattler. Fonte: Revista Veja
  • 6. razão, ela não é utilizada na Europa. Para Lionel Gonçalves, professor aposentado da USP de Ribeirão Preto, o Brasil sofre com um uso indiscriminado de agrotóxicos, e não tem uma legislação de restrição efetiva. Lionel é um dos idealizadores do projeto Bee or not to be (abelhas ou não ser, em tradução livre, fazendo um trocadilho com a frase de Shakespeare), uma campanha de proteção das abelhas, lançada no ano passado. O objetivo é alertar a população e buscar apoio para proteção dos insetos no Brasil e no mundo. A campanha está recolhendo assinaturas para uma petição, que deve ser entregue ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente em novembro deste ano, exigindo ações efetivas no combate ao CCD. Algumas medidas simples trariam grandes benefícios. "Os produtores poderiam aplicar os pesticidas na temporada certa, não durante as floradas, e com cuidado, apenas sobre o cultivo. Usá-los no fim do dia, quando as abelhas já estão em casa, também reduziria os danos", diz Sattler. Fonte: Revista Veja