SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 28
Baixar para ler offline
Texto:
Ronaldo Melo
Ilustrações:
Klaudiana Torres
Fortaleza ● Ceará ● 2018
Texto: Ronaldo Melo
Ilustrações: Klaudiana Torres
Copyright © 2018 Ronaldo Melo
Copyright © 2018 Klaudiana Torres
Coordenação Editorial,
Preparação de Originais e Revisão
Raymundo Netto
Projeto e Coordenação Gráfica
Daniel Dias
Revisão Final
Marta Maria Braide Lima
Conselho Editorial
Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda
Sammya Santos Araújo
Antônio Élder Monteiro de Sales
Sandra Maria Silva Leite
Antônia Varele da Silva Gama
Catalogação e Normalização
Gabriela Alves Gomes
Governador
Camilo Sobreira de Santana
Vice-Governadora
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho
Secretário da Educação
Rogers Vasconcelos Mendes
Secretária-Executiva da Educação
Rita de Cássia Tavares Colares
Coordenador de Cooperação
com os Municípios (COPEM)
Márcio Pereira de Brito
Orientadora da Célula de Apoio à Gestão Municipal
Gilgleane Silva do Carmo
Orientador da Célula
de Fortalecimento da Aprendizagem
Idelson de Almeida Paiva Júnior
SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará
Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba - Fortaleza - Ceará | CEP: 60.822-325
(Todos os Direitos Reservados)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M528z Melo, Ronaldo de.
Zé Cassimiro, o vaqueiro / Ronaldo de Melo; ilustrações de Klaudiana Tor-
res. - Fortaleza: SEDUC, 2018.
24p.; il.
ISBN 978-85-8171-174-4
1. Literatura infantojuvenil. I. Torres, Klaudiana. II. Título.
CDU 028.5
A todos os vaqueiros do meu Ceará, em especial, a Zé Cassimiro,
protagonista dessa aventura, e ao Luiz Carlos que, se estivesse
aqui entre nós, esse livro seria motivo de orgulho e admiração.
À Ilderlucia Cândido e Auremilia Abreu,
pelo carinho, amizade e incentivo.
Aos meus alunos, crianças curiosas e investigadoras,
que muito contribuíram para a realização dessa obra.
À minha esposa Natália e aos meus filhos Raul e Luiz,
que acreditaram juntos comigo que esse sonho era possível.
4444444444444
EEEEEEEEssssssstttttttttaaaaaaaaa hhhhhhhhhiiiiiiiiiissssssttttttttóóóóóóóóórrrrrrriiiiiiiiaaaaaaaaaaa vvvvvvvvvvvvvveeeeeeeeeeemmmmmmmmmmm lllllllllllllááááááááááá dddddddddddddoooooooooo sssssssssssseeeeeeeeeeerrrrrrrrrrttttttttttãããããããããããããoooooooooo......
OOOOOOOOOOOuuuuuuuuuvvvvvvvvvvviiiiiii oooooooooo mmmmmmmmmmmmmeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuu aaaaaaaaaavvvvvvvvvvôôôôôôôôôôôô ccccccccccoooooooooonnnnnnnnnttttttttttaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrr.....
AAAAAAAAAAA ddddddddddeeeeeeeeee uuuuuuuuuummmmmmmmmmm sssssssssssuuuuuuuuujjjjjjjjjjeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiitttttttttttooooooooo aaaaaaaaaaffffffffffaaaaaaaaammmmmmmmaaaaaaadddddddddooooooo,,,,,
vvvvvvvvvvvvaaaaaaaaqqqqqqqqquuuuuuuueeeeeeeiiiiiiirrrrrrrooooooo cccccccooooooonnnnnnnsssssssaaaaaaaaagggggggggggrrrrrrrraaaaaaaadddddddddddooooooooo ddddddddddddooooooooooo ssssssssseeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrttttttttttttttãããããããããããããããooooooo dddddddddooooooooo CCCCCCCCCCCCCeeeeeeeeaaaaaaaarrrrrrrrrráááááááá....
555555555
No alpendre das casas, nas cancelllllllas dos currais,
se o assunto era coragem, e a conversa muito mais,
falavam logo de Zé Cassimiro, o vaqueiro,
um cabra destemido, duro e ligeiro.
6
Zé Cassimiro era daqueles que quanto maior o desafio,
maior a empolgação.
E como se transformava quando vestia
sua calçaaaaaaaaa, chapéu de couro e gibão.
7
Montado em seu cavalo alazão,
não rejeitava pega de boi valente e fujão,
ainda que o desafio fosse em mata fechada
ou no meio da plantação.
Quando vestia sua roupa de couro eeeeeeeeeeeeee montava o seu alazããããããão,
Zé Cassimiro deixava de ser um agricultor,
passando a ser respeitado por prefeito, fazendeiro e até douuuuuuuutor.
8
9
NNNNNaaasssssscccceeeeuuuu nnnaaaa ccccciiiiiddddaaaaaadddddeeeee ddddeeee MMMMoooorrraaadddddddddddddddddddddddaaaa NNNNooooovvvvaaa....
AAAAA llllliiiidddaaa ccccoooommmm oooo gggggaaaaaddddoooo sssseeeemmmmmppppppprrrreeeee ffffoooiiiii sssssssssssssuuuuuuaaaaa úúúúúnnnniiiiccccaaaaa ppppppaaaaiiiiiiiixxxxxxxããããããoooo...
EEEEEssssssssaaaaa fffffaaaaaammmmmaaa dddddeeee bbbbboooommmmm vvvvaaaaqqqquuuuueeeeeiiirrrroooo
cccccoooorrrrrrrreeeeuuuuu oooooo mmmmmuuuuunnnndddddooo iiiinnnnttttteeeiiirrrrroooooooo dddddoooo sssseeeeerrrrrttttãããããoooooo.......
AAAAAsssssssiiimmmmm,,,, ooo ssssseeeeuuuuu nnnnnoooooommmmeeee llllllloooggggggoooo ssssseeeee eeeesssssppppaaaaalllllhhhhhoooouuuuu...
DDDDDDDeeeeiiixxxxooooooouuuuu ssssuuuuuaaaaa ttttteeeeerrrrrrrrraaaaa nnnnaaatttttaaaaallll pppppppaaarrraaaa ttttttttttttttrrrrrraaaaabbbbaaaalllllhhhhhaaaarrrr nnnnaaaa ccccciiiidddaaaadddeeee ddddddeeeee OOOOOrrrróóóóssss,,,
nnnnnaaaaa ffffaaaaazzzeeeeennnndddddaaaa dddeeee uuuummmmm fffffffaaaaammmmoooossssssoooo cccaaannnnnttttooooorrrr...
101010100
11111111
Das histórias contadas, sobre Zé Cassimiro,
tinha uma que sempre se repetia,
de quando ele perseguiu um boi esperto
na mata fechada por quase dez dias.
Por onde Cassimiro passava, as pessoas
lhe apontavam e começavam a falar:
“Lá vai Zé Cassimiro, o melhor vaqueiro do sertão do Ceará.”
12121212121212121212221212122122222211212222221121222212122211112122212222121221222112122222212121212222221121222121212222221212122121212212111211111222121212122221221
Certa vez, lá pras bandas da Serra do Franco,
na fazenda de um grande criador, na divisa
de Orós com Quixelô, um boi brabo a cerca
do curral arrebentou.
Foi a última vez que foi visto,
pois o bbbbbbbbbicho na mata fechada se embrenhou.
13
O boi por vários dias foi perseguido
e por muitos vaqueiros procurado,
os melhores daquele lugar,
e nenhum deles conseguiu sequer
do bicho se aproximar.
1414144411
Até que um dia, depois de mais uma vez fracassar,
um dos vaqueiros pôs-se a dizer sem gaguejar:
— Aqui só se for Zé Cassimiro, vaqueiro duro e ligeiro,
o mais valente do Ceará.
1515151555155515
O fazendeiro, que já se encontrava desacreditado,
não pensou duas vezes e por um vizinho mandou
o recado:
— Diga a Zé Cassimiro que eu estou muito
agoniado. Nunca mais vi a cor do meu boi, apenas
escuto de longe o chocalhado. Fale pra ele vir
ligeiro, que o pagamento é ele quem escolhe, se
uma vaca parida ou uma boa quantia em dinheiro.
1666666666666666666666666666666666666666
No dia seguinte, o sol não tinha ainda saído,
quando o fazendeiro avistou, na cancela de sua
fazenda, o vaqueiro montado em seu alazão.
O fazendeiro se aproximou, com alegria no coração,
recebendo o vaqueiro com um forte aperto de mão.
17177171771
O vaqueiro muito ansioso perguntou
ao novo patrão:
— Para que lado o boi poderia estar?
O fazendeiro lhe indicou e ele falou:
— Comigo não carece se preocupar,
só volto quando o bicho capturar.
1818181818181818181818118181181818118181881818181881888181181818881811111811818
Zé Cassimiro, vestido com roupa de couro
e montado em seu alazão, sumia pouco a
pouco na mata como se fosse assombração.
Depois de um longo período de silêncio,
um grito, seguido do badalo do chocalho,
de longe se deu para escutar.
A perseguição tinha se iniciado e Zé
Cassimiro o boi tinha encontrado.
1919191919991991999999
Por várias horas, uma gritaria mata adentro continuou,
Quando, finalmente, se ouviu um alto mugido seguido
de um forte estalo. O fazendeiro falou:
— O boi foi capturado!
202
O fazendeiro, no alpendre da casa e arrodeado
de curiosos, as apostas começava a fazer. Alguns
duvidavam que sozinho Zé Cassimiro, a fera, não
conseguiria trazer.
222121221221212121121212121212121211212121211122
Qual não foi a surpresa, lá vinha o vaqueiro
abrindo a cancela com o boi encaretado,
amarrado na lua de sua sela.
Zé Cassimiro foi muito aplaudido e aclamado.
A multidão não conseguia acreditar
como um homem sozinho e danado,
aquela fera tinha conseguido pegar.
22
Zé Cassimiro era um homem simples
que não gostava de se gabar.
Recebeu seu pagamento
e deixou a história para o povo inventar.
Ora, no sertão, o vaqueiro é como um herói da
fazenda e, depois de mais esse desafio,
Zé Cassimiro virou lenda.
23
Ronaldo Melo
Olá! Sou professor, formado em matemática pela
Universidade Vale do Acaraú (Uva). Moro em
Quixelô, Ceará, onde trabalho como educador,
alfabetizando crianças. Fico muito feliz em
poder compartilhar esta história com vocês.
Cada palavra foi pensada e escrita para fazer
essa humilde homenagem a todos os vaqueiros,
verdadeiros heróis do sertão. Boa leitura!
Klaudiana Torres
Ao receber essa linda história, decidi voltar meu
olhar, com maior esmero, aos objetos existentes no
Museu Frei Aquino na Fazenda Marruás em Ipu-CE,
cidade onde nasci. Lá os objetos nos mostram a
história do homem sertanejo e seus diversos aparatos
para atravessarem as nossas difíceis estações. Voltei
também, aos alpendres de minha infância em Santa
Quitéria na Fazenda Nova Virginia onde não só
ouvia, como via, a partida e a chegada de vaqueiros
profissionais. Quis marcar as várias escalas do
marrom, referente à terra, à caatinga, ao coro curtido
e ao ferro da marca do gado. Marquei também o azul
permanente do céu que assiste às idas e vindas do
verde na paisagem do sertão do Ceará.
Sou professora de Artes em Caucaia-CE, onde
moro atualmente. Fazer parte de mais uma coleção
do PAIC, é motivo de grande satisfação, pois sei
do retorno positivo que tal projeto proporciona a
Educação no nosso Estado.
Realização
Apoio
O Governo do Estado do Ceará desenvolve, com os seus 184 municípios, o
Programa de Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC, com o compro-
misso de garantir e elevar a qualidade e os resultados da educação de suas
crianças e seus jovens.
Publicada pela Secretaria da Educação do Estado, através do MAIS PAIC, a
Coleção Paic, Prosa e Poesia, rica em identidade cultural, reúne narrativas
de autores do Ceará que tiveram seus textos selecionados por meio de se-
leção pública. Esse acervo constitui um estímulo a mais para se ler e contar
histórias em sala de aula, garantindo, assim, um letramento competente.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Uma letra puxa a outra impressão
Uma letra puxa a outra impressãoUma letra puxa a outra impressão
Uma letra puxa a outra impressão
Elia Rejany
 
Alimentacao historia
Alimentacao historiaAlimentacao historia
Alimentacao historia
Ana Prada
 
marcelo , marmelo, martelo
marcelo , marmelo, martelomarcelo , marmelo, martelo
marcelo , marmelo, martelo
mariaelidias
 
Mcastanha lp-2º
Mcastanha lp-2ºMcastanha lp-2º
Mcastanha lp-2º
Ana Luis
 
Parábola do Amor. A Árvore e o Menino
Parábola do Amor. A Árvore e o MeninoParábola do Amor. A Árvore e o Menino
Parábola do Amor. A Árvore e o Menino
Adilson P Motta Motta
 
Dia do pai todos os pais são diferentes
Dia do pai todos os pais são diferentesDia do pai todos os pais são diferentes
Dia do pai todos os pais são diferentes
Teresa Ramos
 
Menina gotinha de água
Menina gotinha de águaMenina gotinha de água
Menina gotinha de água
Paula Almeida
 

Mais procurados (20)

O menino e o cata vento
O menino e o cata vento O menino e o cata vento
O menino e o cata vento
 
Um amor de família
Um amor de famíliaUm amor de família
Um amor de família
 
Era Uma Vez Uma Gotinha De áGua
Era Uma Vez Uma Gotinha De áGuaEra Uma Vez Uma Gotinha De áGua
Era Uma Vez Uma Gotinha De áGua
 
Uma letra puxa a outra impressão
Uma letra puxa a outra impressãoUma letra puxa a outra impressão
Uma letra puxa a outra impressão
 
Alimentacao historia
Alimentacao historiaAlimentacao historia
Alimentacao historia
 
Faniquito e siricutico no mosquito
Faniquito e siricutico no mosquitoFaniquito e siricutico no mosquito
Faniquito e siricutico no mosquito
 
marcelo , marmelo, martelo
marcelo , marmelo, martelomarcelo , marmelo, martelo
marcelo , marmelo, martelo
 
Histórias infantis e contos power point
Histórias infantis e contos power pointHistórias infantis e contos power point
Histórias infantis e contos power point
 
Mcastanha lp-2º
Mcastanha lp-2ºMcastanha lp-2º
Mcastanha lp-2º
 
Parábola do Amor. A Árvore e o Menino
Parábola do Amor. A Árvore e o MeninoParábola do Amor. A Árvore e o Menino
Parábola do Amor. A Árvore e o Menino
 
O Meu Pai
O Meu PaiO Meu Pai
O Meu Pai
 
Diario de uma minhoca
Diario de uma minhocaDiario de uma minhoca
Diario de uma minhoca
 
Meninos de todas as cores
Meninos de todas as coresMeninos de todas as cores
Meninos de todas as cores
 
O livro da família
O livro da famíliaO livro da família
O livro da família
 
Tudobemserdiferente
Tudobemserdiferente Tudobemserdiferente
Tudobemserdiferente
 
Dia do pai todos os pais são diferentes
Dia do pai todos os pais são diferentesDia do pai todos os pais são diferentes
Dia do pai todos os pais são diferentes
 
Todos os pais são diferentes
Todos os pais são diferentesTodos os pais são diferentes
Todos os pais são diferentes
 
Menina gotinha de água
Menina gotinha de águaMenina gotinha de água
Menina gotinha de água
 
Sequência didática a casa e seu dono (1)
Sequência didática a casa e seu dono (1)Sequência didática a casa e seu dono (1)
Sequência didática a casa e seu dono (1)
 
Como são os Contos de fadas?
Como são os Contos de fadas?Como são os Contos de fadas?
Como são os Contos de fadas?
 

Semelhante a Zé cassimiro, o vaqueiro . (9)

ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/4
 
Módulo 2016.2
Módulo   2016.2Módulo   2016.2
Módulo 2016.2
 
A casa dos animais
A casa dos animais   A casa dos animais
A casa dos animais
 
A casa dos animais
A casa dos animais A casa dos animais
A casa dos animais
 
A casa dos animais
A casa dos animaisA casa dos animais
A casa dos animais
 
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/2
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/2ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/2
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/2
 
Histria de lobisomem
Histria de lobisomemHistria de lobisomem
Histria de lobisomem
 
Historia de lobisomen
Historia de lobisomenHistoria de lobisomen
Historia de lobisomen
 
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/1
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/1ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/1
ESCUTA - Edição especial ACAREG #57/1
 

Mais de PamellaSilveira3

Mais de PamellaSilveira3 (20)

A joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhasA joaninha que perdeu as pintinhas
A joaninha que perdeu as pintinhas
 
Carlota barbosa a bruxa medrosa
Carlota barbosa a bruxa medrosaCarlota barbosa a bruxa medrosa
Carlota barbosa a bruxa medrosa
 
O sapato que miava
O sapato que miavaO sapato que miava
O sapato que miava
 
A escola de Marcelo - Ruth Rocha
A escola de Marcelo - Ruth RochaA escola de Marcelo - Ruth Rocha
A escola de Marcelo - Ruth Rocha
 
Alegria
AlegriaAlegria
Alegria
 
A menina das estrelas
A menina das estrelasA menina das estrelas
A menina das estrelas
 
Cheirar - Ruth rocha
Cheirar - Ruth rocha   Cheirar - Ruth rocha
Cheirar - Ruth rocha
 
O reizinho mandao ruth rocha
O reizinho mandao  ruth rochaO reizinho mandao  ruth rocha
O reizinho mandao ruth rocha
 
O tamanho da gente - Murilo Cisalpino
O tamanho da gente - Murilo Cisalpino O tamanho da gente - Murilo Cisalpino
O tamanho da gente - Murilo Cisalpino
 
Anna llenas o monstro das cores
Anna llenas   o monstro das coresAnna llenas   o monstro das cores
Anna llenas o monstro das cores
 
Stephen michael king - O homem que amava caixas
Stephen michael king - O homem que amava caixasStephen michael king - O homem que amava caixas
Stephen michael king - O homem que amava caixas
 
A borboleta rosa
A borboleta rosaA borboleta rosa
A borboleta rosa
 
Que bicho este
Que bicho  este Que bicho  este
Que bicho este
 
A gargalhada de alegria da Dona Ecologia
A gargalhada de alegria da Dona EcologiaA gargalhada de alegria da Dona Ecologia
A gargalhada de alegria da Dona Ecologia
 
O menino que escrevia com os pes interativo
O menino que escrevia com os pes interativoO menino que escrevia com os pes interativo
O menino que escrevia com os pes interativo
 
O melgor amigo da bengala interativo
O melgor amigo da bengala interativoO melgor amigo da bengala interativo
O melgor amigo da bengala interativo
 
Mauro e o dinossauro
Mauro e o dinossauro  Mauro e o dinossauro
Mauro e o dinossauro
 
Uma princesa diferente mini min
Uma princesa diferente mini minUma princesa diferente mini min
Uma princesa diferente mini min
 
O tempo que o tempo tem
O tempo que o tempo temO tempo que o tempo tem
O tempo que o tempo tem
 
O ratinho roi roi
O ratinho roi roiO ratinho roi roi
O ratinho roi roi
 

Último

A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
PatriciaCaetano18
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 

Último (20)

Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 

Zé cassimiro, o vaqueiro .

  • 2.
  • 3. Fortaleza ● Ceará ● 2018 Texto: Ronaldo Melo Ilustrações: Klaudiana Torres
  • 4. Copyright © 2018 Ronaldo Melo Copyright © 2018 Klaudiana Torres Coordenação Editorial, Preparação de Originais e Revisão Raymundo Netto Projeto e Coordenação Gráfica Daniel Dias Revisão Final Marta Maria Braide Lima Conselho Editorial Maria Fabiana Skeff de Paula Miranda Sammya Santos Araújo Antônio Élder Monteiro de Sales Sandra Maria Silva Leite Antônia Varele da Silva Gama Catalogação e Normalização Gabriela Alves Gomes Governador Camilo Sobreira de Santana Vice-Governadora Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário da Educação Rogers Vasconcelos Mendes Secretária-Executiva da Educação Rita de Cássia Tavares Colares Coordenador de Cooperação com os Municípios (COPEM) Márcio Pereira de Brito Orientadora da Célula de Apoio à Gestão Municipal Gilgleane Silva do Carmo Orientador da Célula de Fortalecimento da Aprendizagem Idelson de Almeida Paiva Júnior SEDUC - Secretaria da Educação do Estado do Ceará Av. Gen. Afonso Albuquerque Lima, s/n - Cambeba - Fortaleza - Ceará | CEP: 60.822-325 (Todos os Direitos Reservados) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) M528z Melo, Ronaldo de. Zé Cassimiro, o vaqueiro / Ronaldo de Melo; ilustrações de Klaudiana Tor- res. - Fortaleza: SEDUC, 2018. 24p.; il. ISBN 978-85-8171-174-4 1. Literatura infantojuvenil. I. Torres, Klaudiana. II. Título. CDU 028.5
  • 5. A todos os vaqueiros do meu Ceará, em especial, a Zé Cassimiro, protagonista dessa aventura, e ao Luiz Carlos que, se estivesse aqui entre nós, esse livro seria motivo de orgulho e admiração. À Ilderlucia Cândido e Auremilia Abreu, pelo carinho, amizade e incentivo. Aos meus alunos, crianças curiosas e investigadoras, que muito contribuíram para a realização dessa obra. À minha esposa Natália e aos meus filhos Raul e Luiz, que acreditaram juntos comigo que esse sonho era possível.
  • 7. EEEEEEEEssssssstttttttttaaaaaaaaa hhhhhhhhhiiiiiiiiiissssssttttttttóóóóóóóóórrrrrrriiiiiiiiaaaaaaaaaaa vvvvvvvvvvvvvveeeeeeeeeeemmmmmmmmmmm lllllllllllllááááááááááá dddddddddddddoooooooooo sssssssssssseeeeeeeeeeerrrrrrrrrrttttttttttãããããããããããããoooooooooo...... OOOOOOOOOOOuuuuuuuuuvvvvvvvvvvviiiiiii oooooooooo mmmmmmmmmmmmmeeeeeeeeeeeuuuuuuuuuuuu aaaaaaaaaavvvvvvvvvvôôôôôôôôôôôô ccccccccccoooooooooonnnnnnnnnttttttttttaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrr..... AAAAAAAAAAA ddddddddddeeeeeeeeee uuuuuuuuuummmmmmmmmmm sssssssssssuuuuuuuuujjjjjjjjjjeeeeeeeeeeeeeeiiiiiiiiiiiiiiitttttttttttooooooooo aaaaaaaaaaffffffffffaaaaaaaaammmmmmmmaaaaaaadddddddddooooooo,,,,, vvvvvvvvvvvvaaaaaaaaqqqqqqqqquuuuuuuueeeeeeeiiiiiiirrrrrrrooooooo cccccccooooooonnnnnnnsssssssaaaaaaaaagggggggggggrrrrrrrraaaaaaaadddddddddddooooooooo ddddddddddddooooooooooo ssssssssseeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrttttttttttttttãããããããããããããããooooooo dddddddddooooooooo CCCCCCCCCCCCCeeeeeeeeaaaaaaaarrrrrrrrrráááááááá.... 555555555
  • 8. No alpendre das casas, nas cancelllllllas dos currais, se o assunto era coragem, e a conversa muito mais, falavam logo de Zé Cassimiro, o vaqueiro, um cabra destemido, duro e ligeiro. 6
  • 9. Zé Cassimiro era daqueles que quanto maior o desafio, maior a empolgação. E como se transformava quando vestia sua calçaaaaaaaaa, chapéu de couro e gibão. 7
  • 10. Montado em seu cavalo alazão, não rejeitava pega de boi valente e fujão, ainda que o desafio fosse em mata fechada ou no meio da plantação. Quando vestia sua roupa de couro eeeeeeeeeeeeee montava o seu alazããããããão, Zé Cassimiro deixava de ser um agricultor, passando a ser respeitado por prefeito, fazendeiro e até douuuuuuuutor. 8
  • 11. 9
  • 12. NNNNNaaasssssscccceeeeuuuu nnnaaaa ccccciiiiiddddaaaaaadddddeeeee ddddeeee MMMMoooorrraaadddddddddddddddddddddddaaaa NNNNooooovvvvaaa.... AAAAA llllliiiidddaaa ccccoooommmm oooo gggggaaaaaddddoooo sssseeeemmmmmppppppprrrreeeee ffffoooiiiii sssssssssssssuuuuuuaaaaa úúúúúnnnniiiiccccaaaaa ppppppaaaaiiiiiiiixxxxxxxããããããoooo... EEEEEssssssssaaaaa fffffaaaaaammmmmaaa dddddeeee bbbbboooommmmm vvvvaaaaqqqquuuuueeeeeiiirrrroooo cccccoooorrrrrrrreeeeuuuuu oooooo mmmmmuuuuunnnndddddooo iiiinnnnttttteeeiiirrrrroooooooo dddddoooo sssseeeeerrrrrttttãããããoooooo....... AAAAAsssssssiiimmmmm,,,, ooo ssssseeeeuuuuu nnnnnoooooommmmeeee llllllloooggggggoooo ssssseeeee eeeesssssppppaaaaalllllhhhhhoooouuuuu... DDDDDDDeeeeiiixxxxooooooouuuuu ssssuuuuuaaaaa ttttteeeeerrrrrrrrraaaaa nnnnaaatttttaaaaallll pppppppaaarrraaaa ttttttttttttttrrrrrraaaaabbbbaaaalllllhhhhhaaaarrrr nnnnaaaa ccccciiiidddaaaadddeeee ddddddeeeee OOOOOrrrróóóóssss,,, nnnnnaaaaa ffffaaaaazzzeeeeennnndddddaaaa dddeeee uuuummmmm fffffffaaaaammmmoooossssssoooo cccaaannnnnttttooooorrrr... 101010100
  • 14. Das histórias contadas, sobre Zé Cassimiro, tinha uma que sempre se repetia, de quando ele perseguiu um boi esperto na mata fechada por quase dez dias. Por onde Cassimiro passava, as pessoas lhe apontavam e começavam a falar: “Lá vai Zé Cassimiro, o melhor vaqueiro do sertão do Ceará.” 12121212121212121212221212122122222211212222221121222212122211112122212222121221222112122222212121212222221121222121212222221212122121212212111211111222121212122221221
  • 15. Certa vez, lá pras bandas da Serra do Franco, na fazenda de um grande criador, na divisa de Orós com Quixelô, um boi brabo a cerca do curral arrebentou. Foi a última vez que foi visto, pois o bbbbbbbbbicho na mata fechada se embrenhou. 13
  • 16. O boi por vários dias foi perseguido e por muitos vaqueiros procurado, os melhores daquele lugar, e nenhum deles conseguiu sequer do bicho se aproximar. 1414144411
  • 17. Até que um dia, depois de mais uma vez fracassar, um dos vaqueiros pôs-se a dizer sem gaguejar: — Aqui só se for Zé Cassimiro, vaqueiro duro e ligeiro, o mais valente do Ceará. 1515151555155515
  • 18. O fazendeiro, que já se encontrava desacreditado, não pensou duas vezes e por um vizinho mandou o recado: — Diga a Zé Cassimiro que eu estou muito agoniado. Nunca mais vi a cor do meu boi, apenas escuto de longe o chocalhado. Fale pra ele vir ligeiro, que o pagamento é ele quem escolhe, se uma vaca parida ou uma boa quantia em dinheiro. 1666666666666666666666666666666666666666
  • 19. No dia seguinte, o sol não tinha ainda saído, quando o fazendeiro avistou, na cancela de sua fazenda, o vaqueiro montado em seu alazão. O fazendeiro se aproximou, com alegria no coração, recebendo o vaqueiro com um forte aperto de mão. 17177171771
  • 20. O vaqueiro muito ansioso perguntou ao novo patrão: — Para que lado o boi poderia estar? O fazendeiro lhe indicou e ele falou: — Comigo não carece se preocupar, só volto quando o bicho capturar. 1818181818181818181818118181181818118181881818181881888181181818881811111811818
  • 21. Zé Cassimiro, vestido com roupa de couro e montado em seu alazão, sumia pouco a pouco na mata como se fosse assombração. Depois de um longo período de silêncio, um grito, seguido do badalo do chocalho, de longe se deu para escutar. A perseguição tinha se iniciado e Zé Cassimiro o boi tinha encontrado. 1919191919991991999999
  • 22. Por várias horas, uma gritaria mata adentro continuou, Quando, finalmente, se ouviu um alto mugido seguido de um forte estalo. O fazendeiro falou: — O boi foi capturado! 202
  • 23. O fazendeiro, no alpendre da casa e arrodeado de curiosos, as apostas começava a fazer. Alguns duvidavam que sozinho Zé Cassimiro, a fera, não conseguiria trazer. 222121221221212121121212121212121211212121211122
  • 24. Qual não foi a surpresa, lá vinha o vaqueiro abrindo a cancela com o boi encaretado, amarrado na lua de sua sela. Zé Cassimiro foi muito aplaudido e aclamado. A multidão não conseguia acreditar como um homem sozinho e danado, aquela fera tinha conseguido pegar. 22
  • 25. Zé Cassimiro era um homem simples que não gostava de se gabar. Recebeu seu pagamento e deixou a história para o povo inventar. Ora, no sertão, o vaqueiro é como um herói da fazenda e, depois de mais esse desafio, Zé Cassimiro virou lenda. 23
  • 26. Ronaldo Melo Olá! Sou professor, formado em matemática pela Universidade Vale do Acaraú (Uva). Moro em Quixelô, Ceará, onde trabalho como educador, alfabetizando crianças. Fico muito feliz em poder compartilhar esta história com vocês. Cada palavra foi pensada e escrita para fazer essa humilde homenagem a todos os vaqueiros, verdadeiros heróis do sertão. Boa leitura! Klaudiana Torres Ao receber essa linda história, decidi voltar meu olhar, com maior esmero, aos objetos existentes no Museu Frei Aquino na Fazenda Marruás em Ipu-CE, cidade onde nasci. Lá os objetos nos mostram a história do homem sertanejo e seus diversos aparatos para atravessarem as nossas difíceis estações. Voltei também, aos alpendres de minha infância em Santa Quitéria na Fazenda Nova Virginia onde não só ouvia, como via, a partida e a chegada de vaqueiros profissionais. Quis marcar as várias escalas do marrom, referente à terra, à caatinga, ao coro curtido e ao ferro da marca do gado. Marquei também o azul permanente do céu que assiste às idas e vindas do verde na paisagem do sertão do Ceará. Sou professora de Artes em Caucaia-CE, onde moro atualmente. Fazer parte de mais uma coleção do PAIC, é motivo de grande satisfação, pois sei do retorno positivo que tal projeto proporciona a Educação no nosso Estado.
  • 27.
  • 28. Realização Apoio O Governo do Estado do Ceará desenvolve, com os seus 184 municípios, o Programa de Aprendizagem na Idade Certa - MAIS PAIC, com o compro- misso de garantir e elevar a qualidade e os resultados da educação de suas crianças e seus jovens. Publicada pela Secretaria da Educação do Estado, através do MAIS PAIC, a Coleção Paic, Prosa e Poesia, rica em identidade cultural, reúne narrativas de autores do Ceará que tiveram seus textos selecionados por meio de se- leção pública. Esse acervo constitui um estímulo a mais para se ler e contar histórias em sala de aula, garantindo, assim, um letramento competente.