SlideShare uma empresa Scribd logo
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Ciência dos Materiais
Cap.3. Solidificação, defeitos cristalinos e difusão em
sólidos
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Solidificação
Generalidades
Processos para obtenção de peças
metálicas:
 Fundição
 Conformação plástica
 Maquinagem
 Pulverometalurgia
 Soldadura
Fundição
Fusão do metal ou liga
Vazamento num molde
Solidificação
Produto final
Semi-final
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Solidificação
Generalidades
Metal no
estado
líquido
Metal no estado sólido
SOLIDIFICAÇÃO
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Solidificação
Solidificação de metais
Etapas da solidificação de um metal
1. Formação no líquido, de
núcleos estáveis - nucleação
2. Crescimento dos núcleos,
originando cristais que darão
origem à formação de uma
estrutura de grãos
Formação de núcleos
estáveis:
- nucleação homogénea
- nucleação heterogénea
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Solidificação
Solidificação de metais
1. Nucleação homogénea - num metal líquido o próprio metal
fornece os átomos para formar os núcleos.
Metal
Puro
Núcleos*
Crescimento
cristais  grãos
Sobrearrefecimento ? Difusão de átomos
Embriões atingem
tamanho crítico
*Se os embriões não atingirem um determinado tamanho dissolvem-se não
formando núcleos
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Solidificação
Solidificação de metais
DT = TS – TN  Sobrearrefecimento
1
2
1 – nucleação homogénea
2 – nucleação heterogénea
L + S
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação homogénea
À medida que o grau de sobrearrefecimento aumenta, o tamanho crítico
do núcleo, r*, diminui:
Raio crítico de um núcleo de
Cu em função do grau de
sobrearrefecimento DT
Núcleos estáveis
nesta região
Embriões formam-se e podem
redissolver-se nesta região
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Solidificação
Solidificação de metais – Variação da energia livre ∆G
r *
raio crítico
Aumento volume dos
núcleos por difusão
de átomos
Dificuldade de formação dos núcleos
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Nucleação heterogénea
ocorre, no líquido, sobre as paredes do recipiente, impurezas
insolúveis, ou outro material presente na estrutura – agente
nucleante - que baixe a energia livre crítica necessária para
formar um núcleo estável
 Grau de sobrearrefecimento - varia entre 0,1 e 10 ºC,
durante as operações industriais de vazamento
 Energia de superfície - ( > ou < dificuldade de formação dos núcleos)
inferior à da nucleação homogénea
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Nucleação heterogénea sobre um agente nucleante (an) sólido
Condição necessária  o agente nucleante ser molhado pelo
líquido
Superfície sólida  Agente nucleante
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
an-L = an-S + S-L cos θ
 S-L
 an-L
 an-S
Agente nucleante (an)
Sólido
Líquido
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
a) Esquema da estrutura de grão de um metal solidificado num molde
frio
b) Secção transversal de um lingote de liga de Al 1100 (99.0% Al) vazado
a b
Grãos colunares
Grãos
equiaxiais
Molde
Estrutura típica de um metal puro
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Grãos equiaxiais
Grãos colunares
“Cristais de
arrefecimento”
Solidificação de uma liga com formação de
soluções sólidas*
*Solução sólida - é um sólido
formado por dois ou mais
elementos dispersos
atomicamente formando uma
única fase.
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
1 2 3
Frente de
crescimento
dendrítico
Líquido entre as dendrites está
solidificado dando origem aos
grãos colunares
Orientação
não
favorável
“Cristais de
arrefecimento”
a
a
b
b
Solidificação de uma liga com formação de soluções sólidas
 Crescimento dendrítico
Problemas:
o Segregação -
composição
química
o Tamanho de grão -
irregular
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Sistema: Co-Sm-Cu, Composição:
Co 70, Sm 10, Cu 20 (at%)
Dendrites de Co após ataque
químico do Sm e do Cu
Tf Samário = 1067ºC
Tf Cobre = 1080ºC
Tf Cobalto = 1490ºC
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Defeitos macroscópicos da solidificação
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
a) Estrutura de
solidificação típica
de um metal puro
b) Estrutura de uma
liga formando
soluções sólidas 
microestrutura não
desejável
c) Idem (b) após
adição de
elementos
nucleantes
a) b) c)
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Crescimento de cristais num metal líquido e formação da
estrutura de grão:
núcleos (crescimento)  grãos
o Grãos com diferentes orientações  material policristalino
o Zonas de “barreira” entre os diferentes grãos  fronteiras ou
limites de grão
o Nº de locais de nucleação reduzido  estrutura com grão
grosseiro
o Nº de locais de nucleação elevado  grão fino
DESEJÁVEL
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Adiciona-se refinadores de tamanho de grão ao metal líquido
antes do vazamento, para criar um elevado nº de locais de
nucleação.
Objetivo:
Grãos colunares  grãos finos e equiaxiais
Consequência:
Grãos finos e equiaxiais  melhores propriedades
mecânicas
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Representação esquemática do procedimento para obtenção de amostras
de uma liga de Al-Sn com tamanho de grão fino e equiaxial.
Fundição por gravidade com adição de refinador de grão.
O refinador de grão é cerca de 1 g de partículas de uma liga Al-5%Ti-1%B.
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Microestruturas típicas obtidas para a liga Al-10%Sn em:
- fundição convencional
- fundição com adição de refinador de grão mais agitação mecânica
Efeito da adição de refinadores no tamanho de grão
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Solidificação
Solidificação de metais - monocristais
o Os componentes
sólidos eletrónicos,
tais como, transistores
e díodos são
constituídos por
monocristais.
o A ausência de
fronteiras de grão no
monocristal melhora
as propriedades
elétricas destes
dispositivos
semicondutores.
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Solidificação
Solidificação de metais - monocristais
Produção de um monocristal de silício
a) Si puro antes de ser fundido; b) semente (haste) de Si mergulhada no banho
de Si líquido sujeita a um movimento de rotação ascendente; c) monocristal
após fase de crescimento; d) monocristal de Si após arrefecimento
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Solidificação
Soluções sólidas metálicas
o Na maior parte das aplicações de engenharia não se usam
metais puros mas sim  ligas metálicas (mistura 2 ou +
elementos metálicos ou + 1 elemento não metálico)
o O tipo mais simples de liga é uma solução sólida.
o Uma solução sólida é um sólido formado por dois ou mais
elementos dispersos atomicamente numa única fase.
o Tipos de soluções sólidas: substitucionais e intersticiais.
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Solidificação
Soluções sólidas metálicas - substitucionais
Numa solução sólida substitucional a estrutura cristalina do
solvente mantém-se, mas a rede pode ficar distorcida pela
presença dos átomos de soluto  diferença significativa entre o
raio atómicos
átomos de soluto
lacuna
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Solidificação
Soluções sólidas metálicas - intersticiais
o Nas soluções sólidas intersticiais, os átomos de soluto ocupam os
espaços entre os átomos do solvente.
o As soluções sólidas intersticiais podem formar-se entre átomos de
tamanho muito distinto.
o Exemplos de átomos que, devido ao seu reduzido tamanho, podem
formar soluções sólidas intersticiais: H, C, N, e O.
Exemplo: aços – Fe-C
Solubilidade de apenas
2,08% C a 1148ºC
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Solidificação
Solidificação de metais - nucleação heterogénea
Liga metálica - presença de soluções
sólidas intersticiais
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Difusão atómica em sólidos
Generalidades
DIFUSÃO - é o mecanismo pelo qual a matéria é transportada
através da matéria.
o Nos sólidos, os movimentos atómicos são dificultados devido
à ligação dos átomos nas posições de equilíbrio.
o Exemplos de reações no estado sólido:
 precipitação de uma segunda fase a partir de uma
solução sólida
 nucleação e crescimento de novos grãos, durante a
recristalização de um metal deformado a frio
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Difusão atómica em sólidos
Demonstração do fenómeno de difusão
Solução
sólida
Antes do
aquecimento
Depois do
aquecimento
Cu Ni Ni
Cu Cu+Ni
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MECANISMOS DE DIFUSÃO:
o mecanismo substitucional ou por lacunas
o mecanismo intersticial
Difusão atómica em sólidos
Mecanismos de difusão
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Difusão atómica em sólidos
Difusão substitucional ou por lacunas
As lacunas são um defeito de equilíbrio  é sempre
possível ocorrer difusão atómica substitucional
O aumento T origina:
> energia térmica
> nº de lacunas
> velocidade difusão
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Difusão atómica em sólidos
Difusão substitucional ou por lacunas
A energia de ativação
fornecida pela vibração
térmica  movimentação
dos átomos se existirem
lacunas ou outros defeitos
Mecanismo de difusão por
lacunas em soluções sólidas
 velocidade difusão é
afectada pela diferença do
tamanho dos átomos e
energias ligação dos átomos
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Difusão atómica em sólidos
Difusão intersticial
Mecanismo de difusão
intersticial - os átomos do
soluto movem-se de um
interstício para outro sem
provocar deslocamentos
permanentes dos átomos da
rede cristalina da matriz
(solvente).
É necessário que os átomos
intersticiais sejam de
pequena dimensão
relativamente aos da rede
(H,C,O,N).
Átomo intersticial em
difusão para interstício
vizinho
Ex: difusão do carbono no ferro  - CCC
e ferro  - CFC.
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t
A
M
J


o A difusão é um processo dependente do tempo;
o Para controlo dos processos industriais, é necessário conhecer
a taxa de transporte de massa ou fluxo de difusão, J;
o J define-se como a massa ou número de átomos difundidos
por unidade de área e unidade de tempo
na forma diferencial, vem:
dt
dM
A
J
1

J exprime-se em: kg/cm2sou mol/m2s
Difusão atómica em sólidos
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Se o fluxo de difusão é constante no tempo, a difusão ocorre em
condições estacionárias  1ª lei de Fick
dx
dC
D
J 

D - constante
(difusividade ou
coeficiente de difusão)
dC/dx - gradiente de
concentração
Difusão atómica em sólidos
Difusão estacionária - 1ª Lei de Fick
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Difusão atómica em sólidos
Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick
Difusão de um gás num
sólido
a) O gás A difunde-se no
sólido B, a partir da
superfície onde x=0.
Na superfície do sólido B, a
concentração de átomos do
gás A mantém - Cs
b) Perfis de concentração do
elemento A, para vários
tempos.
Antes da difusão, o sólido B
tinha uma concentração
uniforme de A - C0
a)
b)
Gás A
Sólido B
x = 0
Distância x
A esta dist. a conc. da espécie
a difundir é Cx
CA
CS
CX
C0
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Difusão atómica em sólidos
Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick
Difusão não-estacionária  a concentração de átomos de soluto
em qualquer ponto do material varia com o tempo
2ª Lei de Fick - o coeficiente de difusão
é independente do tempo
Resolução da equação da 2ª Lei de Fick
- difusão de um gás através de um
sólido
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Difusão atómica em sólidos
Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick
Função de erro de Gauss
aplicada à difusão
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Difusão atómica em sólidos
Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick
Função de erro de Gauss:
sendo,
Tabela da função de erro de Gauss
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Difusão atómica em sólidos
Coeficientes de difusão
Os coeficientes de difusão dependem:
 mecanismo de difusão (intersticial ou substitucional)
 temperatura de difusão
 estrutura cristalina do solvente (CCC, CFC, etc)
 natureza dos defeitos (lacunas, fronteiras de grão,
superfície, etc)
 concentração da espécie a difundir
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Difusão atómica em sólidos
Coeficientes de difusão









T
R
Q
D
D d
.
exp
0
D0 – constante independente da temperatura
Qd – energia de ativação para a difusão
R – constante dos gases perfeitos (8,31 J.mol-1.K-1)
T – temperatura absoluta
sendo,
Equação de Arrhenius
x
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Difusão atómica em sólidos
Coeficientes de difusão
Valores da constante de difusão, D0 e energia de ativação, Q
para alguns sistemas metálicos
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Difusão atómica em sólidos
Influência da temperatura nos coeficientes de difusão
Representação de
Arrhenius dos
valores dos
coeficientes de
difusão de algumas
impurezas no silício
em função da
temperatura
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Difusão atómica em sólidos
Coeficientes de difusão
Representação
de Arrhenius
dos valores dos
coeficientes de
difusão de
alguns sistemas
metálicos
Fe em Fe
CCC
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Difusão atómica em sólidos
Influência da temperatura nos coeficientes de difusão
( )
( )* valores estimados dado que às temperaturas referidas, o solvente não possui a estrutura
cristalina indicada
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Difusão atómica em sólidos
Coeficientes de difusão
Tipos de difusão:
- Volume - através do grão - vol
- Fronteira de grão - fg
- Superfície - sup
Energia de ativação, Q:
- Qvol > Qfg > Qsup
Constantes de difusão, D0 (variam entre 0,1 e 1,0 cm2/s):
- D0 sup > D0 fg > D0 vol
Coeficientes de difusão, D:
- Dsup > Dfg > Dvol









T
R
Q
D
D d
.
exp
0
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais
A difusão no estado sólido está presente em muitos processos
industriais. Alguns exemplos:
 cementação de aços com carbono
 dopagem de bolachas de silício, com impurezas, para
produção de circuitos integrados
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais - Cementação
Peças em aço que rodem ou escorreguem
Núcleo tenaz para resistir à fratura
e
superfície dura com elevada
resistência ao desgaste
Aço de baixo teor em C
Camada superficial endurecida
pela introdução de C
Peças colocadas num forno com
uma atmosfera rica em
hidrocarbonetos
Ex: metano (CH4) a 927 ºC
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais - Cementação
Aspeto de um forno para a realização de
cementações em fase gasosa
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais - Cementação
 Camadas
cementadas
 Camadas duras,
resistentes ao
desgaste c/
elevado teor em
carbono (0,8 a
1,1%)
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas
Monocristal de silício
Corte de bolachas de silício
Produção de monocristal Si
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas
Carregamento de um
lote de bolachas de
silício no forno de
difusão
Método de difusão para
a dopagem de bolachas
de silício com boro
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Difusão atómica em sólidos
Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas
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Defeitos cristalinos
As imperfeições e defeitos dos cristais afetam as
propriedades mecânicas, físicas e químicas dos materiais:
o a deformabilidade a frio das ligas,
o a condutibilidade eletrónica dos semicondutores,
o a velocidade de difusão no estado sólido,
o a resistência à corrosão, etc.
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Defeitos cristalinos
As imperfeições nas redes cristalinas são classificadas de
acordo com a sua geometria e forma:
o defeitos adimensionais ou pontuais
o defeitos unidimensionais ou lineares (deslocações)
o defeitos bidimensionais - superfícies exteriores e fronteira de
grão
o defeitos macroscópicos tridimensionais ou em volume -
poros, fendas, inclusões........
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Defeitos cristalinos
Defeitos pontuais - Lacunas
LACUNAS - posição atómica na qual falta
um átomo. Nos metais a concentração
de lacunas é cerca de uma por cada 10
000 átomos.
Introdução de lacunas nos metais:
arrefecimentos rápidos ou por
bombardeamento com partículas de
elevada energia - neutrões.
As lacunas podem mover-se por troca de
posição com os átomos vizinhos.
Processo muito importante na difusão
no estado sólido para T.
Lacunas
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Defeitos cristalinos
Defeitos pontuais - intersticiais
INTERSTICIAIS - um átomo de
um cristal pode ocupar um
interstício entre os átomos
vizinhos em posições atómicas
normais
Estes defeitos não ocorrem
naturalmente devido à distorção
que provocam na rede, mas
podem ser introduzidos por
irradiação – ex. implantação
iónica
Intersticial
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o Os defeitos lineares, designados por deslocações, originam
uma distorção da rede centrada em torno de uma linha.
o As deslocações são originadas durante a solidificação e a sua
densidade cresce de modo significativo durante a
deformação plástica de materiais metálicos; as tensões
térmicas também produzem deslocações.
o As deslocações podem ser do tipo cunha, parafuso (ou
hélice) ou mistas.
Defeitos cristalinos
Defeitos lineares
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações em cunha
Uma deslocação cunha num cristal pode ser criada inserindo um
semi-plano atómico adicional  velocidade de arrefecimento
elevada ou aplicando uma tensão de corte.
As deslocações são defeitos de não-equilíbrio e armazenam
energia na região distorcida da rede cristalina – uma zona de
compressão e uma de tração - em torno da deslocação.
Compressão
Tração
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações em cunha
cristal perfeito s/
aplicação tensão de corte
deformação final provocada no
cristal pela tensão de corte
plano de
deslizamento
passagem da deslocação através do plano de deslizamento ( vector b ┴ plano)
direção do movimento
da deslocação




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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares - deslocações em parafuso
Deslocação parafuso
numa rede cristalina
cúbica. A deslocação
parafuso é criada por
aplicação de tensões
de corte num plano.
A deslocação parafuso consiste numa rampa, em espiral, de
átomos distorcidos e é representada, por uma linha.
O vetor de escorregamento (vetor de Burgers) da deslocação
parafuso é paralelo à linha da deslocação.
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações em parafuso
Aplicando tensões de corte num cristal perfeito pode-se
formar uma deslocação em parafuso
Plano de corte vs plano
deslizamento
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações
Efeito final
igual
Cunha: movimento
paralelo à direção
da tensão
Parafuso: movimento
normal à direção da
tensão
Direção do movimento
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações
Exemplos de
deslocações em
cunha após a
deformação de
metais observadas
em microscopia
eletrónica de
transmissão
Imagem AFM
(microscopia de força
atómica) de um bloco de
copolímero crescendo a
partir de uma deslocação
em parafuso
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações
Tensão tangencial ou de corte
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações
O movimento das deslocações é responsável pela
deformação
Direção da deslocação
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Defeitos cristalinos
Defeitos lineares – deslocações
É mais difícil deformar plasticamente o latão do que o Cu puro.
O raio atómico do Zn é maior do que o do Cu  barreiras ao
movimento das deslocações
Exemplo solução sólida substitucional de Zn em Cu (latão)
Átomos de
soluto
Região de
deslizamento
Linha de deslocação
Força  b por
unidade de comprimento
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Defeitos cristalinos
Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão
LIMITES DE GRÃO - defeitos interfaciais, em materiais
policristalinos, que separam os grãos com diferentes orientações
cristalográficas ou estruturas cristalinas distintas, com uma largura
de 2 a 5 diâmetros atómicos.
o A sua compacidade atómica é mais
baixa nos limites de grão do que no
interior dos grãos, nestas regiões a
difusão atómica é mais fácil e rápida
o Estas regiões limitam a deformação
plástica, pois dificultam o
movimento das deslocações nessas
regiões  tg    fg  
resistência mecânica
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Defeitos cristalinos
Limites de grão
A compacidade é
mais baixa nos
limites de grão do
que no interior
dos grãos
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Defeitos cristalinos
Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão
a b
Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão
em materiais policristalinos
Evolução do tamanho do grão e limites
de grão de um material policristalino,
antes (a) e após (b) deformação plástica
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Defeitos cristalinos
(a) Lacunas
(b) Átomos de soluto
intersticiais e
substitucionais
(c) Deslocação – semi-
plano extra de
átomos
(d) Fronteiras de grão
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Defeitos cristalinos
Defeitos em volume – os indesejáveis!
Defeitos
macroscópicos
tridimensionais ou
em volume - poros,
fendas, inclusões ....
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O.C.
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Solidificação de Metais e Formação de Estruturas Cristalinas

  • 1. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Ciência dos Materiais Cap.3. Solidificação, defeitos cristalinos e difusão em sólidos
  • 2. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Generalidades Processos para obtenção de peças metálicas:  Fundição  Conformação plástica  Maquinagem  Pulverometalurgia  Soldadura Fundição Fusão do metal ou liga Vazamento num molde Solidificação Produto final Semi-final
  • 4. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais Etapas da solidificação de um metal 1. Formação no líquido, de núcleos estáveis - nucleação 2. Crescimento dos núcleos, originando cristais que darão origem à formação de uma estrutura de grãos Formação de núcleos estáveis: - nucleação homogénea - nucleação heterogénea
  • 5. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais 1. Nucleação homogénea - num metal líquido o próprio metal fornece os átomos para formar os núcleos. Metal Puro Núcleos* Crescimento cristais  grãos Sobrearrefecimento ? Difusão de átomos Embriões atingem tamanho crítico *Se os embriões não atingirem um determinado tamanho dissolvem-se não formando núcleos
  • 6. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais DT = TS – TN  Sobrearrefecimento 1 2 1 – nucleação homogénea 2 – nucleação heterogénea L + S
  • 7. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação homogénea À medida que o grau de sobrearrefecimento aumenta, o tamanho crítico do núcleo, r*, diminui: Raio crítico de um núcleo de Cu em função do grau de sobrearrefecimento DT Núcleos estáveis nesta região Embriões formam-se e podem redissolver-se nesta região
  • 8. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais – Variação da energia livre ∆G r * raio crítico Aumento volume dos núcleos por difusão de átomos Dificuldade de formação dos núcleos
  • 10. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Nucleação heterogénea ocorre, no líquido, sobre as paredes do recipiente, impurezas insolúveis, ou outro material presente na estrutura – agente nucleante - que baixe a energia livre crítica necessária para formar um núcleo estável  Grau de sobrearrefecimento - varia entre 0,1 e 10 ºC, durante as operações industriais de vazamento  Energia de superfície - ( > ou < dificuldade de formação dos núcleos) inferior à da nucleação homogénea
  • 11. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Nucleação heterogénea sobre um agente nucleante (an) sólido Condição necessária  o agente nucleante ser molhado pelo líquido Superfície sólida  Agente nucleante
  • 12. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea an-L = an-S + S-L cos θ  S-L  an-L  an-S Agente nucleante (an) Sólido Líquido
  • 13. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea a) Esquema da estrutura de grão de um metal solidificado num molde frio b) Secção transversal de um lingote de liga de Al 1100 (99.0% Al) vazado a b Grãos colunares Grãos equiaxiais Molde Estrutura típica de um metal puro
  • 14. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Grãos equiaxiais Grãos colunares “Cristais de arrefecimento” Solidificação de uma liga com formação de soluções sólidas* *Solução sólida - é um sólido formado por dois ou mais elementos dispersos atomicamente formando uma única fase.
  • 15. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea 1 2 3 Frente de crescimento dendrítico Líquido entre as dendrites está solidificado dando origem aos grãos colunares Orientação não favorável “Cristais de arrefecimento” a a b b Solidificação de uma liga com formação de soluções sólidas  Crescimento dendrítico Problemas: o Segregação - composição química o Tamanho de grão - irregular
  • 16. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Sistema: Co-Sm-Cu, Composição: Co 70, Sm 10, Cu 20 (at%) Dendrites de Co após ataque químico do Sm e do Cu Tf Samário = 1067ºC Tf Cobre = 1080ºC Tf Cobalto = 1490ºC
  • 17. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Defeitos macroscópicos da solidificação
  • 18. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea a) Estrutura de solidificação típica de um metal puro b) Estrutura de uma liga formando soluções sólidas  microestrutura não desejável c) Idem (b) após adição de elementos nucleantes a) b) c)
  • 19. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Crescimento de cristais num metal líquido e formação da estrutura de grão: núcleos (crescimento)  grãos o Grãos com diferentes orientações  material policristalino o Zonas de “barreira” entre os diferentes grãos  fronteiras ou limites de grão o Nº de locais de nucleação reduzido  estrutura com grão grosseiro o Nº de locais de nucleação elevado  grão fino DESEJÁVEL
  • 20. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Adiciona-se refinadores de tamanho de grão ao metal líquido antes do vazamento, para criar um elevado nº de locais de nucleação. Objetivo: Grãos colunares  grãos finos e equiaxiais Consequência: Grãos finos e equiaxiais  melhores propriedades mecânicas
  • 21. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Representação esquemática do procedimento para obtenção de amostras de uma liga de Al-Sn com tamanho de grão fino e equiaxial. Fundição por gravidade com adição de refinador de grão. O refinador de grão é cerca de 1 g de partículas de uma liga Al-5%Ti-1%B.
  • 22. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Microestruturas típicas obtidas para a liga Al-10%Sn em: - fundição convencional - fundição com adição de refinador de grão mais agitação mecânica Efeito da adição de refinadores no tamanho de grão
  • 23. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - monocristais o Os componentes sólidos eletrónicos, tais como, transistores e díodos são constituídos por monocristais. o A ausência de fronteiras de grão no monocristal melhora as propriedades elétricas destes dispositivos semicondutores.
  • 24. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - monocristais Produção de um monocristal de silício a) Si puro antes de ser fundido; b) semente (haste) de Si mergulhada no banho de Si líquido sujeita a um movimento de rotação ascendente; c) monocristal após fase de crescimento; d) monocristal de Si após arrefecimento
  • 25. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Soluções sólidas metálicas o Na maior parte das aplicações de engenharia não se usam metais puros mas sim  ligas metálicas (mistura 2 ou + elementos metálicos ou + 1 elemento não metálico) o O tipo mais simples de liga é uma solução sólida. o Uma solução sólida é um sólido formado por dois ou mais elementos dispersos atomicamente numa única fase. o Tipos de soluções sólidas: substitucionais e intersticiais.
  • 26. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Soluções sólidas metálicas - substitucionais Numa solução sólida substitucional a estrutura cristalina do solvente mantém-se, mas a rede pode ficar distorcida pela presença dos átomos de soluto  diferença significativa entre o raio atómicos átomos de soluto lacuna
  • 27. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Soluções sólidas metálicas - intersticiais o Nas soluções sólidas intersticiais, os átomos de soluto ocupam os espaços entre os átomos do solvente. o As soluções sólidas intersticiais podem formar-se entre átomos de tamanho muito distinto. o Exemplos de átomos que, devido ao seu reduzido tamanho, podem formar soluções sólidas intersticiais: H, C, N, e O. Exemplo: aços – Fe-C Solubilidade de apenas 2,08% C a 1148ºC
  • 28. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Solidificação Solidificação de metais - nucleação heterogénea Liga metálica - presença de soluções sólidas intersticiais
  • 29. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Generalidades DIFUSÃO - é o mecanismo pelo qual a matéria é transportada através da matéria. o Nos sólidos, os movimentos atómicos são dificultados devido à ligação dos átomos nas posições de equilíbrio. o Exemplos de reações no estado sólido:  precipitação de uma segunda fase a partir de uma solução sólida  nucleação e crescimento de novos grãos, durante a recristalização de um metal deformado a frio
  • 30. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Demonstração do fenómeno de difusão Solução sólida Antes do aquecimento Depois do aquecimento Cu Ni Ni Cu Cu+Ni
  • 31. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA MECANISMOS DE DIFUSÃO: o mecanismo substitucional ou por lacunas o mecanismo intersticial Difusão atómica em sólidos Mecanismos de difusão
  • 32. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão substitucional ou por lacunas As lacunas são um defeito de equilíbrio  é sempre possível ocorrer difusão atómica substitucional O aumento T origina: > energia térmica > nº de lacunas > velocidade difusão
  • 33. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão substitucional ou por lacunas A energia de ativação fornecida pela vibração térmica  movimentação dos átomos se existirem lacunas ou outros defeitos Mecanismo de difusão por lacunas em soluções sólidas  velocidade difusão é afectada pela diferença do tamanho dos átomos e energias ligação dos átomos
  • 34. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão intersticial Mecanismo de difusão intersticial - os átomos do soluto movem-se de um interstício para outro sem provocar deslocamentos permanentes dos átomos da rede cristalina da matriz (solvente). É necessário que os átomos intersticiais sejam de pequena dimensão relativamente aos da rede (H,C,O,N). Átomo intersticial em difusão para interstício vizinho Ex: difusão do carbono no ferro  - CCC e ferro  - CFC.
  • 35. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA t A M J   o A difusão é um processo dependente do tempo; o Para controlo dos processos industriais, é necessário conhecer a taxa de transporte de massa ou fluxo de difusão, J; o J define-se como a massa ou número de átomos difundidos por unidade de área e unidade de tempo na forma diferencial, vem: dt dM A J 1  J exprime-se em: kg/cm2sou mol/m2s Difusão atómica em sólidos
  • 36. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Se o fluxo de difusão é constante no tempo, a difusão ocorre em condições estacionárias  1ª lei de Fick dx dC D J   D - constante (difusividade ou coeficiente de difusão) dC/dx - gradiente de concentração Difusão atómica em sólidos Difusão estacionária - 1ª Lei de Fick
  • 37. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick Difusão de um gás num sólido a) O gás A difunde-se no sólido B, a partir da superfície onde x=0. Na superfície do sólido B, a concentração de átomos do gás A mantém - Cs b) Perfis de concentração do elemento A, para vários tempos. Antes da difusão, o sólido B tinha uma concentração uniforme de A - C0 a) b) Gás A Sólido B x = 0 Distância x A esta dist. a conc. da espécie a difundir é Cx CA CS CX C0
  • 38. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick Difusão não-estacionária  a concentração de átomos de soluto em qualquer ponto do material varia com o tempo 2ª Lei de Fick - o coeficiente de difusão é independente do tempo Resolução da equação da 2ª Lei de Fick - difusão de um gás através de um sólido
  • 39. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick Função de erro de Gauss aplicada à difusão
  • 40. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Difusão não-estacionária - 2ª Lei de Fick Função de erro de Gauss: sendo, Tabela da função de erro de Gauss
  • 41. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Coeficientes de difusão Os coeficientes de difusão dependem:  mecanismo de difusão (intersticial ou substitucional)  temperatura de difusão  estrutura cristalina do solvente (CCC, CFC, etc)  natureza dos defeitos (lacunas, fronteiras de grão, superfície, etc)  concentração da espécie a difundir
  • 42. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Coeficientes de difusão          T R Q D D d . exp 0 D0 – constante independente da temperatura Qd – energia de ativação para a difusão R – constante dos gases perfeitos (8,31 J.mol-1.K-1) T – temperatura absoluta sendo, Equação de Arrhenius x
  • 43. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Coeficientes de difusão Valores da constante de difusão, D0 e energia de ativação, Q para alguns sistemas metálicos
  • 44. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Influência da temperatura nos coeficientes de difusão Representação de Arrhenius dos valores dos coeficientes de difusão de algumas impurezas no silício em função da temperatura
  • 45. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Coeficientes de difusão Representação de Arrhenius dos valores dos coeficientes de difusão de alguns sistemas metálicos Fe em Fe CCC
  • 46. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Influência da temperatura nos coeficientes de difusão ( ) ( )* valores estimados dado que às temperaturas referidas, o solvente não possui a estrutura cristalina indicada
  • 47. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Coeficientes de difusão Tipos de difusão: - Volume - através do grão - vol - Fronteira de grão - fg - Superfície - sup Energia de ativação, Q: - Qvol > Qfg > Qsup Constantes de difusão, D0 (variam entre 0,1 e 1,0 cm2/s): - D0 sup > D0 fg > D0 vol Coeficientes de difusão, D: - Dsup > Dfg > Dvol          T R Q D D d . exp 0
  • 48. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais A difusão no estado sólido está presente em muitos processos industriais. Alguns exemplos:  cementação de aços com carbono  dopagem de bolachas de silício, com impurezas, para produção de circuitos integrados
  • 49. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais - Cementação Peças em aço que rodem ou escorreguem Núcleo tenaz para resistir à fratura e superfície dura com elevada resistência ao desgaste Aço de baixo teor em C Camada superficial endurecida pela introdução de C Peças colocadas num forno com uma atmosfera rica em hidrocarbonetos Ex: metano (CH4) a 927 ºC
  • 50. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais - Cementação Aspeto de um forno para a realização de cementações em fase gasosa
  • 51. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais - Cementação  Camadas cementadas  Camadas duras, resistentes ao desgaste c/ elevado teor em carbono (0,8 a 1,1%)
  • 52. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas Monocristal de silício Corte de bolachas de silício Produção de monocristal Si
  • 53. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas Carregamento de um lote de bolachas de silício no forno de difusão Método de difusão para a dopagem de bolachas de silício com boro
  • 54. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Difusão atómica em sólidos Aplicações industriais – dopagem do silício com impurezas
  • 55. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos As imperfeições e defeitos dos cristais afetam as propriedades mecânicas, físicas e químicas dos materiais: o a deformabilidade a frio das ligas, o a condutibilidade eletrónica dos semicondutores, o a velocidade de difusão no estado sólido, o a resistência à corrosão, etc.
  • 56. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos As imperfeições nas redes cristalinas são classificadas de acordo com a sua geometria e forma: o defeitos adimensionais ou pontuais o defeitos unidimensionais ou lineares (deslocações) o defeitos bidimensionais - superfícies exteriores e fronteira de grão o defeitos macroscópicos tridimensionais ou em volume - poros, fendas, inclusões........
  • 57. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos pontuais - Lacunas LACUNAS - posição atómica na qual falta um átomo. Nos metais a concentração de lacunas é cerca de uma por cada 10 000 átomos. Introdução de lacunas nos metais: arrefecimentos rápidos ou por bombardeamento com partículas de elevada energia - neutrões. As lacunas podem mover-se por troca de posição com os átomos vizinhos. Processo muito importante na difusão no estado sólido para T. Lacunas
  • 58. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos pontuais - intersticiais INTERSTICIAIS - um átomo de um cristal pode ocupar um interstício entre os átomos vizinhos em posições atómicas normais Estes defeitos não ocorrem naturalmente devido à distorção que provocam na rede, mas podem ser introduzidos por irradiação – ex. implantação iónica Intersticial
  • 59. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA o Os defeitos lineares, designados por deslocações, originam uma distorção da rede centrada em torno de uma linha. o As deslocações são originadas durante a solidificação e a sua densidade cresce de modo significativo durante a deformação plástica de materiais metálicos; as tensões térmicas também produzem deslocações. o As deslocações podem ser do tipo cunha, parafuso (ou hélice) ou mistas. Defeitos cristalinos Defeitos lineares
  • 60. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações em cunha Uma deslocação cunha num cristal pode ser criada inserindo um semi-plano atómico adicional  velocidade de arrefecimento elevada ou aplicando uma tensão de corte. As deslocações são defeitos de não-equilíbrio e armazenam energia na região distorcida da rede cristalina – uma zona de compressão e uma de tração - em torno da deslocação. Compressão Tração
  • 61. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações em cunha cristal perfeito s/ aplicação tensão de corte deformação final provocada no cristal pela tensão de corte plano de deslizamento passagem da deslocação através do plano de deslizamento ( vector b ┴ plano) direção do movimento da deslocação    
  • 62. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares - deslocações em parafuso Deslocação parafuso numa rede cristalina cúbica. A deslocação parafuso é criada por aplicação de tensões de corte num plano. A deslocação parafuso consiste numa rampa, em espiral, de átomos distorcidos e é representada, por uma linha. O vetor de escorregamento (vetor de Burgers) da deslocação parafuso é paralelo à linha da deslocação.
  • 63. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações em parafuso Aplicando tensões de corte num cristal perfeito pode-se formar uma deslocação em parafuso Plano de corte vs plano deslizamento
  • 64. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações Efeito final igual Cunha: movimento paralelo à direção da tensão Parafuso: movimento normal à direção da tensão Direção do movimento
  • 65. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações Exemplos de deslocações em cunha após a deformação de metais observadas em microscopia eletrónica de transmissão Imagem AFM (microscopia de força atómica) de um bloco de copolímero crescendo a partir de uma deslocação em parafuso
  • 66. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações Tensão tangencial ou de corte
  • 67. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações O movimento das deslocações é responsável pela deformação Direção da deslocação
  • 68. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos lineares – deslocações É mais difícil deformar plasticamente o latão do que o Cu puro. O raio atómico do Zn é maior do que o do Cu  barreiras ao movimento das deslocações Exemplo solução sólida substitucional de Zn em Cu (latão) Átomos de soluto Região de deslizamento Linha de deslocação Força  b por unidade de comprimento
  • 69. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão LIMITES DE GRÃO - defeitos interfaciais, em materiais policristalinos, que separam os grãos com diferentes orientações cristalográficas ou estruturas cristalinas distintas, com uma largura de 2 a 5 diâmetros atómicos. o A sua compacidade atómica é mais baixa nos limites de grão do que no interior dos grãos, nestas regiões a difusão atómica é mais fácil e rápida o Estas regiões limitam a deformação plástica, pois dificultam o movimento das deslocações nessas regiões  tg    fg   resistência mecânica
  • 70. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Limites de grão A compacidade é mais baixa nos limites de grão do que no interior dos grãos
  • 71. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão a b Limites (ou fronteiras ou juntas) de grão em materiais policristalinos Evolução do tamanho do grão e limites de grão de um material policristalino, antes (a) e após (b) deformação plástica
  • 72. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos (a) Lacunas (b) Átomos de soluto intersticiais e substitucionais (c) Deslocação – semi- plano extra de átomos (d) Fronteiras de grão
  • 73. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Defeitos em volume – os indesejáveis! Defeitos macroscópicos tridimensionais ou em volume - poros, fendas, inclusões ....
  • 74. CMATE - LEMA - O.C. PAIVA Defeitos cristalinos Observação dos limites de grão em microscopia ótica polimento contrastação dos grãos contrastação dos limites grãos