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EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
☼ Mecanismos de interação das radiações com
o tecido humano.
☼ Efeitos biológicos provocados pela radiação:
⌂ Tempo de latência;
⌂ Danos radioinduzidos, reversibilidade ou
não do dano;
⌂ Transmissividade nas células.
☼ Transferência de energia linear e eficácia
biológica relativa.
☼ Efeitos estocásticos e efeitos
determinísticos.
☼ Meia-vida biológica e meia-vida efetiva.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Como a Radiação Atua no Organismo
 ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Célula
 Unidade morfo-fisiológica dos seres vivos
 ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA
 Membrana
 Isola o interior da célula do ambiente.
 Além de proteger e estabelecer os limites físicos da
célula, está associada ao fato de que todos os
nutrientes, secreções e rejeitos precisam passar por
esta barreira.
 Por meio de uma substância denominada de pectina,
que é uma mistura de polissacarídeos, as células se
acoplam às vizinhas, por meio da membrana celular.
 Citoplasma
 Formado principalmente por água e proteína.
 Núcleo
 É a sede do material hereditário ( no núcleo das célula
encontramos os cromossomos)
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA
 Núcleo composto por três componentes:
 nucleoplasma, cromossomos e os nucléolos.
 Cromossomos consistem de ácido
desoxirribonucleico (DNA) e proteína.
 Nas células não reprodutivas, os cromossomos são finos
filamentos que, durante a divisão celular, formam uma
massa espessa e podem ser facilmente identificados.
 Os nucléolos são pequenos corpos que contêm
nucleoproteínas, a maioria na forma de ácido
ribonucléico (RNA).
 O nucleoplasma contém proteína e sais.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA
 Complexo de Golgi consiste de sacos membranosos
achatados com vesículas esféricas nas extremidades,
e é o principal responsável pelo transporte seguro
dos compostos sintetizados para o exterior da célula
e pela proteção contra o ataque de suas próprias
enzimas.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA
 Embora as membranas tenham uma permeabilidade seletiva,
seria incorreto supor que grandes moléculas ou partículas
penetrem na célula.
 Existe um mecanismo denominado de pinocitose, que permite que
partículas e moléculas inicialmente no meio exterior, consigam
habitar o interior da célula.
 Na pinocitose, formam-se inicialmente, pequenos vacúolos e
canais no citoplasma, induzidos por aminoácidos, proteínas,
sais e enzimas, que envolvem a partícula, crescem e
posteriormente se fecham, já com a partícula no interior da
célula.
 Mecanismo diferente do transporte ativo, onde o movimento de
moléculas é regido pelo gradiente de concentração, ou seja, os
solventes passam de uma região de baixa concentração de soluto
para uma com alta concentração de soluto, pelo mecanismo
denominado de osmose.
 Em certos casos, o soluto atravessa a membrana semipermeável
permanecendo no lado de menor concentração, num mecanismo de
difusão simples.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ESQUEMA ILUSTRATIVO DO DNA E CROMOSSOMO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CROMOSSOMA = MOLÉCULA DNA
 DNA = polímeros de açúcar alternados e um grupo
 Grupo de açúcar contem base de nitrogênio
 A = adenina
 C = citosina
 G = guanina
 T = timina
 Estrutura em dupla hélice
 A - T
 C - G
 replicação (divisão celular)
 reparação (após dano)
 DNA carrega a informação hereditária no núcleo
 ESQUEMA ILUSTRATIVO DO DNA E CROMOSSOMO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DNA E CROMOSSOMO
 DANO CAUSADO PELA RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DNA é a molécula crítica durante a divisão celular
 Uma célula que está frequentemente se dividindo
não tem tempo suficiente para reparar-se
 As células mais sensíveis à radiação são as células
tronco (estaminais) e as células proliferativas
 medula óssea vermelha, epitélio do intestino
 As células menos sensíveis a radiação são as células
diferenciadas e células funcionais
 neurônio, cérebro
 ESQUEMA DIVISÃO CELULAR
 Em 1858 o alemão Virchow formulou o célebre axioma "toda
célula provém de outra célula" que conduz ao conceito de
multiplicação por divisão.
 Células somática
o Se dividem por MITOSES
 Células germinativas
o Se dividem por MEIOSES
TEMPO FINITO
PARA A MAIORIA
DAS CÉLULAS
CICLO CELULAR
DIVISÃO MITÓTICA
CÉLULAS IDÊNTICAS ÀS
PROGENITORAS
DUPLICA
TODOS SEUS
COMPONENTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CICLO CELULAR
 As células dos organismos não tem estrutura e
funcionamento permanentes.
o Elas possuem um ciclo de vida, denominado de
Ciclo Celular.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CICLO CELULAR
 As modificações básicas da célula em cada fase são
as seguintes:
 G1 = período de biossíntese (RNA, proteínas, enzimas,
etc.) no qual a célula cresce de volume e sintetiza
proteínas, ribossomas, etc., até o ponto de restrição, que
após avaliação, evolui para a fase seguinte ou caminha
para a fase G0.
 S = fase de síntese do DNA.
 Cada cromossomo é duplicado longitudinalmente,
passando a ser formado por 2 cromatídeos ligados
pelo centrômero.
 G2 = fase que conduz à mitose e que permite formar
estruturas a ela diretamente ligadas; síntese de
biomoléculas essenciais à mitose
 Fase Mitótica = fase de reprodução da célula.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CICLO CELULAR
 A célula possui um período de vida denominado de
interfase, constituído pelas fases G1, S e G2 e um
período de reprodução denominado de fase mitótica.
 A duração do ciclo celular depende de cada tipo de
célula.
 Para fins de exemplificação e comparação entre os tempos
de cada fase, a Tabela ilustra os valores de duração
relativos.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 REPRODUÇÃO CELULAR
 As células se reproduzem pelo processo de mitose ou
bipartição.
 Neste processo podem ser identificadas 4 fases:
prófase, metáfase, anáfase e telófase.
 No início da prófase, os cromossomos não aparecem
duplicados, embora o DNA seja duplicado antes do início
da mitose.
 No meio da prófase, os cromossomos aparecem
duplicados.
 Na metáfase, os cromossomos se alinham num plano e
se acoplam às fibras do fuso mitótico.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 REPRODUÇÃO CELULAR
 Os cromossomos se separam e se movem para os polos
da célula, durante a anáfase.
 Ao final da telófase surgem duas células- filhas, ambas
contendo cópia de todo o material genético da célula
inicial.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Do Indivíduo ao DNA
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
O DNA É O ALVO MAIS
IMPORTANTE PARA AS
RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO
 A correlação entre a exposição à radiação ionizante e os
efeitos biológicos induzidos no homem foi estabelecida,
inicialmente, pela observação de efeitos danosos em pessoas
nas primeiras exposições com raios X, e em exposições com
radionuclídeos sofridas pelos pioneiros das descobertas
sobre radioatividade.
 Para o seu detalhamento, foi necessária a adoção de modelos
de exposição e hipóteses baseadas em extrapolações, uma
vez que dependia claramente, da quantidade, forma e período
de exposição, bem como de expectativas de concretização
dos efeitos, em termos de sua observação, no tempo.
 Isto porque os dados experimentais disponíveis eram
relacionados a exposições com doses elevadas, a acidentes
radiológicos, às observações nas vítimas de Hiroshima e
Nagasaki ou a experiências com cobaias.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO
 As conclusões dos estudos iniciais poderiam ter comparações
e confirmações diretas em pacientes submetidos a
tratamento de radioterapia ou em experiências em cobaias,
onde propositadamente as doses são elevadas.
 Para o estabelecimento de recomendações de segurança para o
trabalho rotineiro com a radiação ionização em suas diversas
aplicações, aonde as doses são mantidas duas a quatro ordens
de grandeza menores que as anteriormente citadas, a
observação dos efeitos biológicos fica ofuscada pela ocorrência
de muitos outros efeitos, provocados por outros agentes físicos
ou químicos, inclusive ambientais.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO
 Um modelo conservativo em termos de proteção
radiológica seria a correlação linear entre dose e
efeito, mesmo para baixos valores de dose.
 Este modelo se baseia numa extrapolação para doses
muito baixas, do ajuste da curva obtida entre dose e
efeitos biológicos observados em valores elevados.
 Questiona-se, como é óbvio, da sua validade científica,
pois poderia estar ignorando possíveis valores limiares
para certos efeitos, ou minimizando a ocorrência de
alguns outros efeitos, devido a influência e
comportamento de outros fatores nesta região de baixas
doses.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO
Modelo de extrapolação linear (curva a)
para a correlação entre dose-efeito
biológico, onde não são contabilizados
possíveis efeitos de aumento da
probabilidade de ocorrência na região
de doses baixas (curva b) ou da
existência de limiares ou de fatores de
redução da incidência dos efeitos até
então desconhecidos (curva c).
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO ÚNICA, FRACIONADA OU PERIÓDICA
 A exposição do homem ou parte de seus tecidos à radiação,
pode ter resultados bastante diferenciados, se ela ocorreu de
uma única vez, de maneira fracionada ou se periodicamente.
 Exposições únicas podem ocorrer em exames
radiológicos, como por exemplo, uma tomografia;
 De maneira fracionada, como no tratamento radioterápico;
 Periodicamente, como em certas rotinas de trabalho com
material radioativo em instalações nucleares.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO ÚNICA, FRACIONADA OU PERIÓDICA
 Para uma mesma quantidade de radiação, os efeitos
biológicos resultantes podem ser muito diferentes.
 Se ao invés de fracionada, a dose aplicada num paciente
em tratamento de câncer, fosse dada numa única vez, a
probabilidade de morte seria muito grande.
 A exposição contínua ou periódica que o homem sofre da
radiação cósmica, produz efeitos de difícil identificação.
 O mesmo não aconteceria, se a dose acumulada em 50
anos fosse concentrada numa única vez.
A Figura mostra o percentual de sobrevivência de células de
mamíferos quando irradiadas com exposição única ou
fracionada.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO DE CORPO INTEIRO, PARCIAL OU COLIMADA
 Um trabalhador que opera com material ou gerador de
radiação ionizante pode expor o corpo todo ou parte dele,
durante sua rotina ou num acidente.
 Um operador de gamagrafia sofre irradiação de corpo
inteiro, na sua rotina de expor, irradiar a peça, recolher e
transportar a fonte.
 Em alguns acidentes, como a perda e posterior resgate da
fonte de irradiadores, pode expor mais as extremidades
que outras partes do corpo.
 Uma pessoa que manipula radionuclídeos, expõe bastante
suas mãos.
 No tratamento radioterápico, a exposição do tumor a feixes
colimados de radiação é feita com muita precisão e exatidão.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO A FEIXES INTENSOS, MÉDIOS E FRACOS
 Na esterilização e conservação de frutas, especiarias, peixes
e carnes, com radiação gama, as doses aplicadas chegam a
10 kilogray (kGy) e em radioterapia, a 2 Gy por aplicação. São
feixes intensos e capazes de induzir à morte uma pessoa, se
aplicados de uma única vez e no corpo todo.
 Os feixes utilizados em radiologia são de intensidade média,
comparativamente, pois atingem alguns miligray (mGy), e não
devem ser recebidos por uma pessoa com muita frequência,
sob pena de sofrer algum dano biológico.
 A radioatividade natural induz ao homem doses de radiação da
ordem de 1 mGy por ano.
 Poucos são os efeitos identificáveis e atribuídos
exclusivamente à este tipo de radiação.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO A FÓTONS, PARTÍCULAS CARREGADAS OU A
NÊUTRONS
 A grande maioria das práticas com radiação ionizante envolve
fótons provenientes de fontes de radiação gama ou geradores
de raios X como as de radiodiagnóstico, radioterapia,
radiografia industrial e medição de nível e densidade.
 Nas instalações nucleares, nos reatores, além dos fótons,
existem fluxos de nêutrons gerados na fissão dentro dos
elementos combustíveis e que atingem as áreas de
manutenção e operação da máquina.
 Alguns medidores de nível, de densidade e instrumentos
para prospecção de petróleo, utilizam fontes e geradores
de nêutrons.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EXPOSIÇÃO A FÓTONS, PARTÍCULAS CARREGADAS OU A
NÊUTRONS
 Os feixes de partículas carregadas têm nos aceleradores lineares de
elétrons, nos cíclotrons com feixes de prótons e nos radionuclídeos
emissores beta e alfa, os principais representantes.
 Os fótons e nêutrons constituem as radiações mais penetrantes e
causam danos biológicos diferentes conforme a taxa de dose, energia
e tipo de irradiação.
 Os feixes de elétrons têm um poder de penetração regulável,
conforme a energia estabelecida na máquina aceleradora.
 A radiação beta proveniente de radionuclídeos em aplicadores
oftalmológicos e dermatológicos tem alcance de fração de milímetro
no tecido humano.
 As radiações alfa são muito pouco penetrantes, mas doses absorvidas
devido a radionuclídeos de meia-vida curta incorporados nos sistemas
respiratório ou digestivo de uma pessoa podem causar danos 20 vezes
maiores que iguais valores de doses de radiação X, gama ou beta.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 Lesão induzida pela radiação: dano molecular
O organismo parece ser mais radiossensível do que as
moléculas de que é composto.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 O dano molecular é amplificado por processos metabólicos
acumulando o dano biológico.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 O tempo para aparição de um dano biológico depende
fundamentalmente de:
 Taxa de exposição
 Dose acumulada
 Os efeitos biológicos das radiações ionizantes são uma
sequência de eventos que ocorrem em nível celular
 O dano biológico primeiro se manifesta na célula
 Em organismos multicelulares, dependendo do tipo
de célula lesada os efeitos poderão ser transmitidos
para maiores níveis de organização
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 Cromossomas, Genes e DNA
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 O processo de ionização, ao alterar os átomos, pode alterar a
estrutura das moléculas que os contêm.
 Se a energia de excitação exceder a energia de ligação
entre os átomos, pode ocorrer quebra das ligações
químicas e consequentes mudanças moleculares.
 Da energia transferida pela radiação ao tecido, metade
dela induz excitações, cujas consequências são menores
que as de ionização.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 Se as moléculas alteradas compõem uma célula, esta pode
sofrer as consequências de suas alterações, direta ou
indiretamente, com a produção de radicais livres, íons e
elétrons.
 Os efeitos da radiação dependem da dose, taxa de dose,
do fracionamento, do tipo de radiação, do tipo de célula ou
tecido e do indicador (endpoint) considerado.
 Tais alterações nem sempre são nocivas ao organismo
humano.
 Se a substância alterada possui um papel crítico para o
funcionamento da célula, pode resultar na alteração ou na
morte da célula.
 Em muitos órgãos e tecidos o processo de perda e
reposição celular, faz parte de sua operação normal.
 Quando a mudança tem caráter deletério, ela significa um
dano.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 Na Figura tem-se um quadro representativo dos diversos
processos induzidos pelas interações da radiação ionizante no
tecido humano e a estimativa de duração de cada processo.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 Dos danos celulares, os mais importantes são os relacionados
à molécula do DNA.
 As lesões podem ser quebras simples e duplas da
molécula, ligações cruzadas (entre DNA-DNA, entre DNA-
proteínas), alterações nos açúcares ou em bases
(substituições ou deleções).
 Alguns tipos de alterações que podem ser induzidas por
radiação ionizante são ilustrados na Figura
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 As aberrações cromossômicas são o resultado de danos no
DNA, principalmente devido às quebras duplas, gerando os
dicêntricos ou os anéis.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 As células danificadas podem morrer ao tentar se dividir, ou
conseguir realizar reparos mediados por enzimas.
 Se o reparo é eficiente e em tempo curto, o DNA pode
voltar à sua composição original, sem consequências
posteriores.
 Num reparo propenso a erros, pode dar origem a mutações
na sequência de bases ou rearranjos mais grosseiros,
podendo levar à morte reprodutiva da célula ou a
alterações no material genético das células sobreviventes,
com consequências a longo prazo.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DANOS CELULARES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MUTAÇÕES
 As mutações, nas células somáticas (do corpo) ou
germinativas (das gônadas) podem ser classificadas em 3
grupos:
a) Mutações pontuais (alterações na sequência de bases do
DNA);
b) Aberrações cromossomiais estruturais (quebra nos
cromossomos); e
c) Aberrações cromossomiais numéricas (aumento ou
diminuição no número de cromossomos).
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MUTAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Todas as mutações consistem em alterações na sequência do DNA
 As mutações proporcionam uma evidencia decisiva de que o DNA é o
material genético. Também existem experiências históricas que assim o
demonstra,
 As mutações podem ocorrer espontaneamente ou podem ser induzidas.
 As espontâneas surgem do metabolismo celular ou da interação
aleatória com o meio ambiente, existem em um nível basal.
 As induzidas são causadas por tratamentos com mutagênicos que
podem modificar uma base ou intercalar-se no DNA.
 As mutações pontuais alteram uma base por outra.
 Podem ser causadas por conversão química de uma base em outra ou
por erros na replicação, por exemplo, citosina em uracila.
 MUTAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A mutação em um gen afeta somente à proteína codificada por esse gen
e não à do outro alelo.
 As mutações podem causar perda de função ou ganho de função.
 Mutações recessivas são devidas à perda de função.
 Mutações dominantes resultam do ganho de função.
 Mutações que não afetam à proteína são silenciosas, as que anulam a
atividade são nulas (sem sentido).
 As mutações espontâneas podem acumular-se em zonas particulares do
gen denominadas “hot spots” e sua frequência chegar a ser uma ordem
de grandeza superior à basal.
 As mutações podem ser produzidas nas células somáticas e/ou nas
germinais.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
O DNA É O ALVO MAIS IMPORTANTE DAS
RADIAÇÕES IONIZANTES
…..MAS NÃO É O ÚNICO !!!
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DIVISÃO CELULAR
CÉLULAS SOMÁTICAS
CÉLULAS GERMINAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MODIFICAÇÃO CELULAR PELA RADIAÇÃO
 Observando-se o ciclo celular e as fases do ciclo mitótico, é
compreensível que a célula não apresente a mesma resposta à
radiação, devido à interferência dos diversos tipos de
interação da radiação nos diferentes cenários de vida da
célula.
 As situações de maior complexidade ou que exigem
acoplamentos finos de parâmetros físico-químicos ou
biológicos, devem ser mais vulneráveis às modificações
induzidas pela radiação.
 Isto significa que, num tecido onde as células
componentes vivem aleatoriamente diferentes fases, as
consequências das interações de uma mesma radiação,
podem ser diferentes em locais diferentes do mesmo
tecido.
 Assim, quando se fala num determinado efeito biológico
induzido por radiações, está embutida uma avaliação
estatística da situação.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MODIFICAÇÃO CELULAR PELA RADIAÇÃO
 As mudanças na molécula de DNA podem resultar num
processo conhecido como transformação neoplásica.
 A célula modificada, mantendo sua capacidade
reprodutiva, potencialmente, pode dar origem a um câncer.
 O aparecimento de células modificadas, pode induzir o
sistema imunológico a eliminá-las ou bloqueá-las.
 As células sobreviventes, acabam por se adaptar, devido a
modificações estimuladas por substância promotora.
 A multiplicação deste tipo de célula dá origem a um tumor,
num estágio denominado de progressão.
 Após período de latência, se as células persistirem na
reprodução, superando as dificuldades de divisão celular, os
possíveis desvios de percurso devido a diferenciações e
mecanismos de defesa do organismo, originam o tumor
cancerígeno.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MORTE CELULAR
 Quando a dose de radiação é elevada (vários Gy), muitas
células de tecido atingidas podem não suportar as
transformações e morrem, após tentativas de se dividir.
 O aumento da taxa de perda pode às vezes ser
compensado com o aumento da taxa de reposição.
 Neste caso, haverá um período de transição, onde a função
do tecido ou órgão foi parcialmente comprometida e
posteriormente reposta.
 A perda de células em quantidade considerável, pode
causar prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido
ou órgão.
 A severidade do dano caracteriza o denominado efeito
determinístico, uma vez que o limiar de dose que as
células do tecido suportam, foi excedido.
 As células mais radiossensíveis são as integrantes do
ovário, dos testículos, da medula óssea e do cristalino.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA
 Utilizando radiações de alta e baixa LET, com altas e baixas
taxas de dose, pode-se obter o percentual de sobrevivência de
células de um tecido ou órgão.
 Os pontos experimentais podem ser ajustados
matematicamente e, as diversas expressões obtidas são
denominadas de curvas de sobrevivência.
 A Figura mostra que, para o mesmo valor da dose de
radiação, as radiações de alta LET (alfa, nêutrons, íons
pesados) resultam em menor percentual de sobrevivência
que as de baixa LET (elétrons, beta, fótons).
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DETRIMENTO
 O conceito de detrimento, utilizado em proteção radiológica
envolve a combinação da probabilidade de ocorrência,
severidade (gravidade) e tempo de manifestação de um
determinado dano.
 É a estimativa do prejuízo total que eventualmente seria
experimentado por um grupo ou pessoa expostos à
radiação, inclusive seus descendentes.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO
IONIZANTE
 O risco pode ser usado para expressar uma quantidade - uma
probabilidade - ou uma qualidade que indica a possibilidade de
dano.
 Em segurança radiológica, o risco é uma “quantidade
multiatributo que expressa adversidade, perigo ou chance
de consequências prejudiciais, associadas a exposições
reais ou potenciais.
 Relaciona-se a quantidades como a probabilidade de que
consequências deletérias específicas possam surgir e a
magnitude e o caráter de tais consequências.
 Em outras palavras, para fins de segurança radiológica, risco
é a probabilidade de causar efeitos prejudiciais à saúde em
uma pessoa ou grupo, ou seus descendentes, como resultado
da exposição à radiação, incluindo a probabilidade de
ocorrência de tais efeitos.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO
IONIZANTE
 O conceito de risco é muito amplo, pois pode estar associado
simplesmente à probabilidade de ocorrência de determinado
efeito biológico de qualquer tipo, induzido pela radiação
ionizante ou, frequentemente, probabilidade de efeitos sérios
ou letais, particularmente a morte por câncer.
 Em segurança de reatores, pode significar simplesmente uma
expectativa matemática da magnitude de consequências
indesejáveis.
 Uma discussão detalhada, bem como o cálculo dos diversos
tipos de riscos de efeitos biológicos induzidos pelas radiações
ionizantes é feito no Anexo C da publicação 60 da ICRP.
 O risco total R pode ser obtido aproximadamente como sendo
a soma dos riscos de cada efeito induzido pi,
𝑅 =
𝑖
𝑝𝑖 = 𝐹
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO
IONIZANTE
 O risco total R pode ser obtido aproximadamente como sendo
a soma dos riscos de cada efeito induzido pi,
𝑅 =
𝑖
𝑝𝑖 = 𝐹
onde
 F é denominado, frequentemente, o fator ou coeficiente de risco,
correspondente à probabilidade para um efeito fatal, por exemplo,
um câncer, estimado em 10000 pessoas por sievert.
 O detrimento G à saúde de um indivíduo é obtido pela
expressão,
𝐺 = 𝑅 = 𝐹 ∗ 𝐸
onde
 E = dose efetiva = dose equivalente de corpo inteiro HE = HWB.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO
IONIZANTE
 Alguns valores, em ordem de grandeza, dos riscos de danos à
saúde produzidos pelas radiações ionizantes
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DETECTABILIDADE EPIDEMIOLÓGICA
 É comum as pessoas atribuírem certos tipos de efeitos em
uma pessoa, ou grupo de pessoas, à radiação ionizante devido
ao temor difundido que delas possuem ou muitas vezes
incrementado ambiguamente pelos meios de comunicação.
 Para se fazer uma atribuição com certo grau de
confiabilidade, é preciso que o número de pessoas atingidas
com certos valores de dose de radiação, exceda valores
mínimos para cada tipo de ocorrência, para se poder afirmar,
em termos epidemiológicos, a possibilidade de ocorrência.
 Estes valores de dose absorvida ou dose efetiva recebida,
e o número requerido para a garantia de ocorrência de
determinado tipo de efeito é denominado de
Detectabilidade Epidemiológica.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DETECTABILIDADE EPIDEMIOLÓGICA
 Há que ressalvar situações de singularidade em que pequenos
valores de dose podem induzir efeitos biológicos indesejáveis e
até letais como o câncer em uma pessoa, conforme definição
de efeitos estocásticos.
 Em termos de população e indução epidemiológica do
efeito, isto requer estatisticamente um tamanho da
amostra em função do tipo de efeito.
 Valores do número de pessoas necessárias para a
observação experimental da ocorrência de câncer na
tireoide de crianças em função da dose absorvida e da
constatação de efeito hereditário em função da dose
efetiva.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 Fenômeno Físico – Consiste na ionização e excitação
dos átomos, resultante da troca de energia entre a
radiação e a matéria.
 Fenômeno químico – Consiste na ruptura de ligações
químicas nas moléculas e formação de radicais livres.
 Fenômenos Bioquímicos e fisiológicos – Dependendo do
órgão atingido teremos o aparecimento desses efeitos.
 Lesões observáveis – Aparecem após um intervalo de
tempo variável e podem ocorrer a nível celular ou a
nível do organismo inteiro provocando alterações
morfológicas ou funcionais.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Estágio físico
 Dura cerca de 10-15s
 Ionizações  desequilíbrio eletrostático das moléculas
 Excitações  pouco efeito
Estágio físico-químico
 Dura cerca de 10-6s
 Quebra de ligações químicas
Estágio químico
 Dura poucos segundos
 Fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas
Estágio biológico
 Dura dias, semanas ou anos
 Efeitos bioquímicos ou fisiológicos
 Alterações morfológicas e/ou funcionais nos órgãos
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Na ação direta, a radiação age diretamente sobre
uma biomolécula importante como e o caso do DNA,
dos aminoácidos, das proteínas etc.
o Predominante para radiação de alta transferência
de energia linear (LET)
o Corresponde a cerca de 30% dos efeitos
biológicos da radiação de baixa LET – raios X
 MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Na ação indireta, moléculas como as de água que
representam 70% do corpo humano podem ser
danificadas dando origem a espécies químicas
bastante difusíveis e reativas que podem atingir as
moléculas biologicamente importantes e desse modo
danificá-las.
o Interação com as moléculas de água – radiólise da
água
o Produção de espécies reativas de oxigênio
o Corresponde a cerca de 70% dos efeitos
biológicos da radiação de baixa LET – raios X
 MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Mecanismos de ação Indireto
 A radiação age na molécula de água
 Radiólise
 Produção de radicais livres
 Moléculas ou átomos neutros com um elétron desemparelhado
na última camada eletrônica
 Instáveis e reagem rapidamente com outros átomos e moléculas
 Os átomos ou moléculas que perdem elétrons na reação tornam-se
radicais livres reação em cadeia
 EFEITOS FÍSICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Quando uma pessoa é exposta à radiação ionizante, nos
locais atingidos aparecem muitos elétrons e íons livres,
radicais produzidos na quebra das ligações químicas e
energia cinética adicional decorrentes da transferência de
energia da radiação ao material do tecido, por colisão.
 Uma significativa fração desta energia produz excitação
de átomos e moléculas, que pode ser dissipada, no
processo de desexcitação, sob a forma de fótons.
 EFEITOS FÍSICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para radiações, do tipo raios X e gama, estes efeitos ocorrem
de uma maneira mais distribuída devido ao seu grande poder
de penetração e modo de interação.
 Para radiação beta, os efeitos são mais superficiais, podendo
chegar a vários milímetros, dependendo da energia da
radiação.
 Para as radiações alfa não conseguem penetrar nem um
décimo de milímetro na pele de uma pessoa.
 Seus efeitos provocados por exposições externas são
pouco relevantes.
 No caso de inalação ou ingestão de radionuclídeos alfa-
emissores, elas podem danificar seriamente células de
alguns órgãos ou tecidos, pelo fato de serem emitidas em
estreito contato ou no seu interior.
 EFEITOS FÍSICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Esta fase física tem uma duração da ordem de 10-13 segundos.
 Esta energia adicional transferida pela radiação para uma
certa quantidade de massa de tecido atingido, permite definir
algumas grandezas radiológicas como, Dose Absorvida e
Kerma.
 A relação entre a parte da energia absorvida e a massa do tecido
é denominada de Dose Absorvida
 A relação entre a quantidade de energia cinética adicional e a
massa de tecido define a Kerma
 Se o material irradiado for o ar, e se a radiação for fótons X ou
gama, a relação entre a carga adicional, de mesmo sinal, e a
massa permite definir a Exposição.
 Esta grandeza só é definida para o ar e para fótons.
 Pode ser relacionada com as demais grandezas mediante fatores
de conversão que levam em conta a energia necessária para criar
um par de íons e a influência da diferença de composição química
no processo de transferência e absorção de energia.
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Como os átomos e moléculas atingidos pela radiação estão
dentro de células, que possuem um metabolismo e uma grande
variedade de substâncias, a tendência seria a neutralização
gradual dos íons e radicais, no decorrer do tempo, ou seja a
busca do equilíbrio químico.
 Esta fase fisicoquímica dura cerca de 10-10 segundos, e
nela, os radicais livres, íons e os agentes oxidantes podem
atacar moléculas importantes da célula, inclusive as
substâncias que compõem o cromossomo.
 Algumas substâncias, como a água, H2O, ao serem ionizadas
podem sofrer radiólise:
𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 ► 𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂+
+ 𝑒−
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 H2O+ é o íon positivo e e- o íon negativo.
 O íon positivo forma o radical hidroxil ao se dissociar na
forma:
𝐻2𝑂+
→ 𝐻+
+ 𝑂𝐻∗
 O íon negativo, que é o elétron, ataca uma molécula neutra de
água, dissociando-a e formando o radical hidrogênio:
𝑒− + 𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂− → 𝐻∗ + 𝑂𝐻−
 Os radicais hidrogênio e hidroxil podem ser formados
também com a dissociação da água, numa excitação:
𝐻∗
+ 𝐻∗
→ 𝐻2
𝑂𝐻∗ + 𝑂𝐻∗ → 𝐻2𝑂2 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2𝑂
𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂∗ 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Além disso, os elétrons livres podem polarizar as moléculas
próximas de água, formando um elétron-hidratado (e-
ag) de
vida relativamente longa.
 Os radicais 𝑂𝐻∗𝑒 𝐻∗e estes elétrons se difundem e reagem
com as biomoléculas, podendo danificá-las.
 No rastro das radiações de alto LET a densidade de
radicais é grande e ocorrem muitas recombinações, tais
como:
𝐻∗
+ 𝐻∗
→ 𝐻2
𝑂𝐻∗ + 𝑂𝐻∗ → 𝐻2𝑂2 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2𝑂
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O rendimento de H2 e da água oxigenada H2O2 na água pura é
pequeno, devido à reação de recombinação de 𝐻∗
com 𝑂𝐻∗
.
 Mas dentro da célula ou em presença de oxigênio, o 𝐻∗
se
combina para formar o radical peroxil, que se combina com
outro para formar o peróxido de hidrogênio H2O2
𝐻𝑂2
∗
+ 𝐻𝑂2
∗
→ 𝐻2𝑂2 + 𝑂2
𝐻∗
+ 𝑂2 → 𝐻𝑂2
∗
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os radicais e o peróxido de hidrogênio podem reduzir ou
oxidar as moléculas biológicas.
 Reações típicas são:
𝑀𝐻 + 𝐻∗
→ 𝑀𝐻2
∗
𝑀𝐻 + 𝑂𝐻∗
→ 𝑀𝐻𝑂𝐻∗
𝑀𝐻 + 𝐻∗
→ 𝑀∗
+ 𝐻2
𝑀𝐻 + 𝑂𝐻∗
→ 𝑀0
+ 𝐻2𝑂
 EFEITOS QUÍMICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO
 Radicais contendo oxigênio (tem pelo menos 1 elétron
desemparelhado no orbital de valência):
 – OH* radical hidroxila
 – O2*
- radical superóxido (via Haber-Weiss: Fe3+OH*)
 – ROO* radical peroxila
 – RO* radical oxila
 • Espécies não radicalares que também contêm oxigênio:
 – H2O2 peróxido de hidrogênio (via Fenton: Fe2+OH*)
 – 1 O2 oxigênio singleto
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Esta fase varia de dezenas de minutos até dezenas de anos,
dependendo dos sintomas.
 As alterações químicas provocadas pela radiação podem afetar
uma célula de várias maneiras, resultando em: morte prematura,
impedimento ou atraso de divisão celular ou modificação
permanente que é passada para as células de gerações
posteriores.
 A reação de um indivíduo à exposição de radiação depende de
diversos fatores como:
o Quantidade total de radiação recebida;
o Quantidade total de radiação recebida anteriormente pelo
organismo, sem recuperação;
o Textura orgânica individual;
o Dano físico recebido simultaneamente com a dose de radiação
(queimadura, por exemplo);
o Intervalo de tempo durante o qual a quantidade total de radiação
foi recebida.
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O efeito biológico constitui a resposta natural de um
organismo, ou parte dele, a um agente agressor ou
modificador.
 O surgimento destes efeitos não significa uma doença.
 Quando a quantidade de efeitos biológicos é pequena, o
organismo pode se recuperar, sem que a pessoa perceba.
 Por exemplo, numa exposição à radiação X ou gama, pode ocorrer
uma redução de leucócitos, hemácias e plaquetas e, após
algumas semanas, tudo retornar aos níveis anteriores de
contagem destes elementos no sangue.
 Isto significa que houve a irradiação, ocorreram efeitos
biológicos sob a forma de morte celular e, posteriormente, os
elementos figurados do sangue foram repostos por efeitos
biológicos reparadores, operados pelo tecido hematopoiético.
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Tipos mais frequentes de lesões do DNA
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
TIPOS DE LESÃO NO DNA
Lesão de bases
 alteração na sequência do código genético (mutação)
 consequências variáveis com a importância dos genes envolvidos.
Quebras simples de cadeia
 relativamente sem consequência
 são reparados com eficiência
Quebras duplas de cadeia
 se ocorrerem na proximidade uma da outra podem ter consequências graves
 a reparação correta é difícil
 se forem distantes comportam-se como duas quebras simples
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
TIPOS DE LESÃO NO DNA
Cruzamento
 ligações anómalas entre zonas da cadeia de DNA com:
. zonas distantes da mesma (intracadeia) ou
. de outra cadeia de DNA (intercadeia) ou
. de moléculas proteicas não nucleares (extracadeia)
 ocorrem em consequência das quebras (simples ou duplas)
 papel pouco claro na morte celular
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS BIOLÓGICOS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Mecanismo Básico de Reparação
1ª Etapa Excisão – a lesão é
eliminada por ação de nucleases,
cada qual especializada no tipo
de lesão.
2ª Etapa Re-síntese – a sequência
original do DNA é restaurada pela
DNA polimerase que preenche o
vazio criado pela excisão.
3ª Etapa – Ligação a DNA ligase
sela o “nick” deixado no açúcar /
fosfato da cadeia reparada
refazendo-se a ponte fosfodiéster
entre os nucleotídeos adjacentes
 EFEITOS BIOLÓGICOS – Reparação do DNA
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFEITOS ORGÂNICOS - DOENÇAS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Quando a quantidade ou a frequência de efeitos biológicos
produzidos pela radiação começa a desequilibrar o organismo
humano ou o funcionamento de um órgão, surgem sintomas
clínicos denunciadores da incapacidade do organismo de
superar ou reparar tais danos, que são as doenças.
 O aparecimento de um tumor cancerígeno radioinduzido,
significa já quase o final de uma história de danos,
reparos e propagação, de vários anos após o período de
irradiação.
 A ocorrência de leucemia nos japoneses, vítimas das
bombas de Hiroshima e Nagasaki, teve um máximo de
ocorrência cinco anos após.
 As queimaduras originárias de manipulação de fontes de
192Ir, em acidente com irradiadores de gamagrafia,
aparecem horas após.
 EFEITOS ORGÂNICOS - DOENÇAS
 ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA
RADIAÇÃO
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os efeitos orgânicos mais dramáticos, como a redução de
tecido, ou possível perda dos dedos, podem levar até 6 meses
para acontecer.
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A influência da qualidade de radiação nos sistemas biológicos
pode ser quantificada utilizando a Efetividade Biológica
Relativa (Relative Biological Effectiveness) (RBE).
 Para um dado tipo de radiação A e supondo constantes todas
as variáveis físicas e biológicas, exceto o tipo de radiação, a
RBE é definida pela relação adimensional:
𝑅𝐵𝐸 𝐴 =
𝐷𝑜𝑠𝑒𝑅𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎
𝐷𝑜𝑠𝑒𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜𝐴
onde
 Dosereferência é a dose da radiação de referência necessária para
produzir um específico nível de resposta e
 Doseradiação A é a dose da radiação A necessária para produzir
igual resposta.
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A radiação usada como referência, nem sempre é bem
estabelecida.
 Em muitos experimentos, utilizou-se a radiação X, filtrada, de 250
kVp.
 A relação parece clara, como definição, mas a dificuldade está
em estabelecer o que significa um específico nível de resposta.
 Para superar possíveis indeterminações, utiliza-se a razão
entre as inclinações das partes que podem ser consideradas
lineares, das curvas de Dose x Efeito, para as radiações em
estudo A e de referência.
 Esta razão, presumivelmente, poderá representar o valor máximo
de RBE, ou seja, a RBEM.
 Para propósitos de proteção radiológica, a RBE é considerada
como sendo função da qualidade da radiação, expressa em
termos da Transferência de Energia Linear (LET).
 Em muitos sistemas a RBE aumenta com a LET até cerca de 100
keV μm-1 e depois diminui.
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A RBE para uma determinada radiação não é somente
dependente da LET, mas também da dose, da taxa de dose, do
fracionamento da dose e até da idade da pessoa exposta.
 Seu valor só é reprodutível para um determinado sistema
biológico, tipo de radiação e o conjunto de circunstâncias
experimentais.
 Seus valores dependem então da natureza e condição do
material biológico, do estado fisiológico, temperatura,
concentração de oxigênio, condições de nutrição e
estágio do ciclo celular.
 A magnitude do efeito e tipo de resposta com a dose também
influenciam, pois as curvas de resposta nem sempre são
semelhantes e regulares;
 Depende do intervalo de dose em que são comparadas.
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A RBE para uma determinada radiação não é somente
dependente da LET, mas também da dose, da taxa de dose, do
fracionamento da dose e até da idade da pessoa exposta.
 Seu valor só é reprodutível para um determinado sistema
biológico, tipo de radiação e o conjunto de circunstâncias
experimentais.
 Seus valores dependem então da natureza e condição do
material biológico, do estado fisiológico, temperatura,
concentração de oxigênio, condições de nutrição e
estágio do ciclo celular.
 A magnitude do efeito e tipo de resposta com a dose também
influenciam, pois as curvas de resposta nem sempre são
semelhantes e regulares;
 Depende do intervalo de dose em que são comparadas.
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA E DOSES
FRACIONADAS
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Na fração de sobrevivência 0,01,
RBE é 2,6
Dose fracionária ↑, RBE ↑
A curva de sobrevivência é
reexpressada após cada fração de
dose
O ombro é maior para raios X que
para nêutrons
Resulta numa RBE maior para
tratamento fracionado
O efeito de uma dose de raios X ou nêutrons rápidos em
4 frações iguais
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA E DOSES
FRACIONADAS
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Conclusão
O resultado líquido é que nêutrons tornam
progressivamente mais eficiente que raios
X como
 a dose por fração ↓
 o número de frações ↑
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA PARA DIFERENTES
CÉLULAS E TECIDOS
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA PARA DIFERENTES
CÉLULAS E TECIDOS
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
• A variação na radiossensibilidade entre diferentes
linhagens de células é marcadamente menor para
nêutrons que para raios X
• Razões
• Raios X: curva de sobrevivência apresenta ombro inicial
maior e variável
• Acumula e repara uma grande quantidade de danos subletal
causado pela radiação
• Maior RBE para nêutrons
• Nêutrons : região do ombro é menor e menos variável
• Valores pequenos de RBE para nêutrons
 FATORES QUE AFETAM A EFETIVIDADE BIOLÓGICA
RELATIVA
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
• Qualidade da radiação
• Tipo de radiação
• Energia da radiação
• Eletromagnética ou particulada
• Carregada ou não carregada
• Dose de radiação
 FATORES QUE AFETAM A EFETIVIDADE BIOLÓGICA
RELATIVA
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
• Número de frações de dose
• A forma da relação dose-resposta varia para radiações que
diferem substancialmente em sua LET
• Taxa de dose
• Radiações esparsamente ionizante varia criticamente
• Radiações densamente ionizante depende pouco
• Sistemas biológicos ou destino
• Influência marcante na RBE
• Alta RBE : acúmulo e reparo uma grande quantidade de dano
subletal
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA EM FUNÇÃO DA
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
LET
Raios X : 2 keV/μm
Partículas alfa : 150 KeV/μm
Se a LET ↑
A curva é mais ingrime
Ombro da curva↓
Curvas de sobrevivência para células cultivadas de origem
humana expostas a raios X de 250 kVp, nêutrons de 15 MeV e
partículas α de 4 MeV
 EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA EM FUNÇÃO DA
TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Variação da eficácia
biológica relativa (RBE)
com a transferência linear
de energia (LET) para
sobrevivência de células
de mamíferos de origem
humana
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O conceito de transferência de energia linear (Linear
Energy Transfer) - LET - provém da simplificação do Poder
de Frenamento de Colisão Linear (Linear Collision Stopping
Power), como sendo a perda média de energia, por colisão,
de uma partícula carregada por unidade de comprimento.
 O poder de frenamento (stopping power) expressa o efeito do
meio material na partícula, enquanto que a LET expressa o
efeito da partícula no meio, normalmente o tecido humano.
 Para entender o significado da LET é preciso observar
como as partículas carregadas interagem com o meio
material.
 Por exemplo, um elétron, quer gerado após interação de um
fóton X ou gama com a matéria, uma radiação beta ou uma
partícula proveniente de um acelerador linear, interage
basicamente com o campo elétrico de sua carga, influenciado
pela sua massa.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Numa visão simples de uma colisão, parece se comportar
como o choque de duas esferas rígidas num mero evento
mecânico.
 Sob o ponto de vista físico, o elétron interage com
vários elétrons atômicos ao mesmo tempo e, na
interação com o elétron mais próximo, eles se afastam
sem se tocar, devido ao aumento da repulsão de seus
campos elétricos quando a distância entre eles é muito
pequena.
 Neste evento, pode haver transferência ou conversão
de energia, resultando em excitação ou ionização do
átomo, emissão de radiação de frenamento
(bremsstrahlung) e mudança de direção da partícula.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Como num material existem muitos elétrons, quando um
elétron nele incide, haverá uma série de colisões
sequenciais, com correspondentes transferências de
energia e mudanças de direção.
 A energia inicial do elétron incidente vai sendo
gradativamente transferida para o material, numa
trajetória com a forma de linha quebrada.
 Supondo, então, que uma certa quantidade média de
energia dE foi transferida entre um ponto A de referência e
um ponto B de avaliação final, após várias colisões, a
relação entre a energia dE, média, e a distância dx entre
os pontos A e B é denominada de LET.
 Quando se fala em energia localmente cedida pela
partícula, está implícito que o percurso da partícula
carregada é menor do que o seu alcance (range) no
meio material.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Na definição do dE/dx, a partir da perda média de energia
no espaço percorrido, existe ainda uma dificuldade não
explicitada:
 É como acompanhar o elétron incidente se, após a
primeira colisão, podem sair dois elétrons com
energias muito próximas, cada um gerando uma
sequência semelhante de colisões dentro do material.
 Assim, não contabilizando as perdas de energia pelas
partículas secundárias de alta energia (raios δ), a LET
recebe a denominação de Transferência Linear de
Energia Irrestrito, denotado por L∞, uma vez que não se
fixou um valor de energia de corte no processo de
degradação.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Acompanhando o percurso de uma partícula carregada
num meio material e o processo de transferência de sua
energia, percebe-se que ela não possui um valor fixo de
LET.
 Após cada interação, o valor da energia da partícula é
diferente e o valor de dE/dx depende deste valor.
 O que é chamado de LET constitui um valor médio
obtido de um espectro largo de valores.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A a separação de radiações de baixa e alta LET é muito
arbitrária, embora de utilidade prática.
 Outra observação importante é que o termo Linear nada
tem a ver com uma trajetória retilínea.
 Ele significa simplesmente que é a estimativa mais
simples que se faz de dE/dx, supondo que ele possa ser
calculado por um desenvolvimento em série de Taylor,
onde se escolheu o seu valor até o segundo termo, ou
seja, o termo linear.
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O fator de qualidade Q da radiação como função da LET,
com seus valores médios estabelecidos pela ICRP podem
constituir guias administrativos de importância prática,
mas não de utilidade científica, pois muitas incertezas e
aproximações foram embutidas.
 É por isso que a ICRP, em seu lugar, estabeleceu um
fator de ponderação wR, obtido de uma revisão de uma
grande variedade de tipos de exposição e informações
biológicas.
 Consequentemente, com a introdução do wR foi
necessário a definição da Dose Equivalente (Equivalent
Dose), em substituição ao Equivalente de Dose (Dose
Equivalent).
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Método de cálculo
 Traço médio
 Dividindo o traço em comprimentos iguais e
ponderando a energia depositada em cada trajetória
 Energia média
 Dividindo o traço em intervalos de energia iguais e
ponderando as trajetórias dos traços que contem
essa quantidade de energia
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Valores Típicos de Transferência Linear de Energia
Radiação Transferência Linear de Energia, keV/μm
Cobalto-60 - raios γ
250 kV – raios X
10 MeV prótons
150 MeV protons
14 MeV nêutrons
2,5 MeV partícula α
2 GeV Fe íons
0,2
2,0
4,7
0,5
Traço médio Energia média
12 100
166
1000
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
O método de ponderação faz pouca
diferença para raios X ou para partículas
carregadas monoenergéticas
Mas o traço médio e a energia media são
diferentes para nêutrons
É útil como uma maneira simples e ingênua
de indicar a qualidade de diferentes tipos de
radiação
 Energia ↑, LET↓, Eficácia Biológica↓
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
LET para 100 keV/μm
A separação media entre
eventos ionizantes coincide com o
diâmetro da hélice do DNA (isto é,
aproximadamente 20 nm)
Maior probabilidade de causar
quebra dupla de tira pela passagem
de uma única partícula carregada
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Raios X
Ionização esparsa
Probabilidade de um único traço causar uma quebra dupla
de tira é baixa
LET > 200 keV/μm
Prontamente produz quebra d-s
Energia “desperdiçada” porque os eventos ionizantes
estão muito próximos
RBE é a razão de doses produzindo igual efeito biológico
RBE : radiação densamente ionizante <
LET ideal para a radiação
Mais efetiva por traço, menos efetiva por unidade de dose
 TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
• Resumo
• A LET mais efetiva biologicamente é aquela onde existe
uma coincidência entre o diâmetro da hélice do DNA e a
separação media dos eventos ionizantes
• A radiação possuindo esta LET ideal
• Nêutrons de algumas centenas de keV
• Prótons de baixa energia
• Partícula alfa
 EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Curvas de sobrevivência para células cultivadas de origem humana determinadas por
quatro diferentes tipos de radiação
Para raios X 250 kVp
Baixa LET
Alta OER (2,5)
 EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Para neutron de 15 MeV
Ionização intermédia
OER = 1,6
Para partícula α de 4 MeV
• Ligeiramente menos densamente ionizante
• LET 110 keV/μm
• OER = 1,3
Para partícula α de 2,5 MeV
Densamente ionizante
LET = 166 keV /μm
OER = 1
 EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA
LINEAR - LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Variação do relação de aumento de oxigênio (OER) e a eficácia biológica relativa
(RBE) em função da transferência linear de energia (LET) da radiação envolvida.
As duas curvas são virtualmente
imagens espelhadas uma da outra
Aumento rápido da RBE e a rápida
queda da OER ocorre em aproximadamente
a mesma LET, 100 keV /μm
 PAPEL DA QUALIDADE DA RADIAÇÃO
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Ponderação biológica da radiação ionizante:
 O efeito biológico devido a radiação depende
 da densidade das ionizações,
 da Transferência de Energia Linear (LET), que é a energia realmente
depositada por unidade de distância ao longo da pista (ou seja, -dE / dx).
Eficácia biológica relativa RBE:
• RBE descreve a dependência da
eficácia biológica em LET.
• RBE é a razão das doses físicas da
radiação de teste (Dt) e, por exemplo,
Raios X (Dx), levando ao mesmo
efeito biológico:
RBE =
𝐷𝑥
𝐷𝑡
 PAPEL DA QUALIDADE DA RADIAÇÃO
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Distribuição de energia da radiação de diferentes LET, mas de mesma dose
atingindo uma célula biológica
 Ponderação biológica da radiação ionizante:
 A eficácia biológica da radiação ionizante depende de sua qualidade,
ou seja,
 da densidade de ionizações,
 da Transferência de Energia Linear (LET)
 RBE descreve a dependência da eficácia biológica em termos da LET
de uma radiação em relação a uma radiação padrão, por exemplo,
raios X
 O fator de qualidade é uma aproximação generalizada da RBE com
base na LET
 FATOR DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Distribuição de energia da radiação de diferentes LET, mas de mesma dose
atingindo uma célula biológica
 Ponderação biológica da radiação ionizante:
 A eficácia biológica da radiação ionizante depende de sua qualidade,
ou seja,
 da densidade de ionizações,
 da Transferência de Energia Linear (LET)
 RBE descreve a dependência da eficácia biológica em termos da LET
de uma radiação em relação a uma radiação padrão, por exemplo,
raios X
 O fator de qualidade é uma aproximação generalizada da RBE com
base na LET
 FATOR DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
• O propósito
• A radiação difere em sua eficácia biológica por unidade de dose
absorvida
• As complexidades da RBE são muito difíceis de aplicar na especificação
de limites de dose em todos os dias da proteção radiológica
• Dose equivalente
• Dose absorvida × fator de ponderação
• Unidade : sievert (Sv) onde dose é expressada em gray
Rad equivalent man (rem) onde dose é expressada em rad
 RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 As radiações consideradas de baixa LET são:
 raios X, raios , β+ e β-.
 A LET só é definida para radiações constituídas por
partículas carregadas.
 A inclusão dos raios X e da radiação 𝛾 se deve ao fato de que,
após a primeira interação com a matéria, aparecem elétrons por
efeito fotoelétrico, por espalhamento Compton ou por formação
de pares.
 Por isso, tais radiações são também denominadas de
indiretamente ionizantes.
 RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os elétrons Auger são também considerados radiações de
baixa LET, mas podem apresentar valores de RBE maiores
que os demais elétrons.
 Se o radionuclídeo que os emite não penetrar na célula, os
elétrons Auger são incapazes de produzir efeitos biológicos,
devido ao seu pequeno alcance.
 Para os que penetram na célula, mas não se incorporam ao DNA,
a RBE é de 1,5 a 8.
 Para os que se incorporam no DNA como o 125I, a RBE de seus
elétrons Auger fica na faixa de 20 a 40.
 INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para fins de proteção radiológica, as doses (e taxas de
doses), normalmente têm valores muito baixos, da ordem de
mGy ou dezenas de mGy.
 Para estes valores de dose, não existem estudos
epidemiológicos suficientes para estabelecer, com
segurança, o formato da curva dose-resposta, ou a
existência de um limiar.
 Como a maioria das informações sobre carcinogênese
radioinduzida foi obtida com doses acima de 0,1 Gy e com
taxas de doses muito altas, fazem-se extrapolações das
curvas de dose-resposta, para a região de doses baixas.
 INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Dentre as fórmulas matemáticas para explicitar tais
hipóteses, a mais utilizada é a linear-quadrática
(E = D + βD2)
 A denominação linear-quadrática é matematicamente
incorreta, pois, se for linear não pode ser quadrática.
 Entretanto, ela é muito usada, devido ao fato de que, para
doses baixas, o efeito é proporcional à dose, ou seja,
responde linearmente e, para doses elevadas, o efeito
aumenta com o quadrado da dose.
 INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O comportamento dos efeitos biológicos que resultam em
tumores cancerosos é descrito, matematicamente, da
seguinte forma:
a. Para valores de dose muito baixos, por não se ter dados
experimentais inequívocos, supõe-se que a probabilidade
de incidência de câncer seja proporcional à dose
absorvida;
b. Na região de doses elevadas, com dados obtidos das
vítimas de Hiroshima e Nagasaki, acidentes radiológicos
e experiências em laboratório, a probabilidade de
incidência de câncer varia, na maioria dos casos, com o
quadrado da dose; e
c. Para doses muito elevadas, a probabilidade de indução de
câncer decresce devido a alta frequência de morte
celular, que impede a evolução para um câncer.
 INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Assim, a relação entre a dose e a probabilidade de indução de
câncer é considerada linear, para radiações de baixa LET,
quando os valores de dose estão abaixo dos limites
recomendados pela ICRP.
 RADIAÇÕES DE ALTA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 As radiações consideradas de alta LET são aquelas que
possuem um alto poder de ionização e uma alta taxa de
transferência de energia num meio material.
 Para o mesmo valor da dose absorvida, são as que induzem
maiores danos biológicos.
 Partículas alfa, íons pesados, fragmentos de fissão e
nêutrons são classificados como radiações de alta LET.
 As partículas carregadas interagem com os átomos situados
defronte à linha de incidência e também nas proximidades,
devido a ação da sua carga elétrica e sua massa.
 São denominadas de radiações diretamente ionizantes.
 As radiações denominadas de indiretamente ionizantes só são
percebidas pelo material, após a primeira ionização, quando
liberam elétrons; caso contrário, atravessam o material sem
interagir.
 INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE ALTA LET
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para as radiações de alta LET, o fracionamento da dose
produz o mesmo efeito ou até o aumenta.
 Este fenômeno é denominado de efeito reverso da taxa de
dose, conforme mostra a Figura.
 As radiações de alta LET causam mais danos por unidade de
dose que as de baixa LET.
 Para efeito de morte celular, a RBE é de 2 a 3.
 Para efeitos determinísticos, geralmente não excede a 10.
 FATOR DE EFICIÊNCIA DA DOSE E DA TAXA DE DOSE -
DDREF
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A ICRP julga que quando se obtém coeficientes de
probabilidade de indução de câncer num dado órgão, obtidos
com altas doses e altas taxas de dose de radiações de baixa
LET, para aplicá-los em estimativas com baixas doses ou
baixas taxas de dose, deve-se utilizar um fator de redução, o
DDREF (Dose and Dose Rate Effectiveness Factor).
 Este fator não se aplica para dados obtidos com radiações
de alta LET.
 FATOR DE REDUÇÃO DDREF
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para fins de proteção radiológica, a ICRP (60) recomenda a
inclusão de um fator de redução (DDREF) nos coeficientes de
cálculo da probabilidade de indução de câncer devido a doses
baixas (< 0,2 Gy) e baixas taxas de dose (< 0,19 Gy/h) de
radiações de baixa LET.
 Devido à variedade de tipos de tumor, nos diversos tecidos ou
órgãos, e considerando que os valores atribuídos ao DDREF
dependem dos intervalos de valores de dose e taxa de dose
estudados, alguns organismos internacionais, como o NCRP e a
UNSCEAR, sugeriram o uso de um valor entre 2 e 10, após a
revisão dos dados experimentais disponíveis.
 Por exemplo, para o 60Co, a redução de expectativa de vida
devido a tumores, com exposições únicas, fracionadas e
contínuas, o DDREF = 5.
 A ICRP recomenda, para propósitos de proteção radiológica,
um valor conservativo e arbitrário de DDREF = 2.
 OBTENÇÃO DO DDREF
 RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 O fator de redução DDREF é obtido, matematicamente, da curva
de resposta Probabilidade de Indução de Câncer versus Dose
Absorvida, para o sistema biológico estudado, e nas faixas de
dose e de taxa de dose de interesse.
 Assim, considerando a curva de resposta
o O DDREF é obtido pela expressão:
𝐷𝐷𝑅𝐸𝐹 =
𝛼𝐿
𝛼1
onde
 L é a inclinação da reta de ajuste dos dados experimentais dos
pontos de altas doses ou altas taxas de dose (DDREF tem valores
altos) e
 1 é a inclinação da reta de ajuste dos dados experimentais dos
pontos (poucos pontos) de baixas doses ou baixas taxas de dose
(DDREF com valor próximo de 1).
 DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os efeitos radioinduzidos podem receber denominações
o em função do valor da dose e forma de resposta,
o em função do tempo de manifestação e do nível orgânico
atingido.
 Assim, em função da dose e forma de resposta, são
classificados
o em estocásticos e determinísticos;
 Em termos do tempo de manifestação,
o em imediatos e tardios;
 Em função do nível de dano,
o em somáticos e genéticos (hereditários).
 DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Do ponto de vista da característica dose resposta:
 DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
EFEITOS ESTOCÁSTICOS
Podem aparecer a partir de lesões de
uma ou várias células
SEM LIMIAR
Aumento da dose de radiação
AUMENTO DA FREQUÊNCIA E NÃO DA
GRAVIDADE DO EFEITO
Efeito do tipo tudo ou nada
EFEITOS HEREDITÁRIOS
CÂNCER
EFEITOS DETERMINÍSTICOS
Gravidade depende do número de
células ou tecidos lesados
COM LIMIAR
Aumento da dose de radiação
AUMENTO DA GRAVIDADE DO EFEITO
Catarata
Síndrome Aguda das Radiações
 EFEITOS ESTOCÁSTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 São efeitos em que a probabilidade de ocorrência é
proporcional à dose de radiação recebida, sem a existência de
limiar.
 Isto significa que doses pequenas, abaixo dos limites estabelecidos
por normas e recomendações de proteção radiológica, podem
induzir tais efeitos.
 Entre estes efeitos, destaca-se o câncer.
 A probabilidade de ocorrência de um câncer radioinduzido
depende do número de clones de células modificadas no tecido
ou órgão, uma vez que depende da sobrevivência de pelo menos
um deles para garantir a progressão.
 O período de aparecimento (detecção) do câncer após a exposição
pode chegar até 40 anos.
 No caso da leucemia, a frequência passa por um máximo entre
5 e 7 anos, com período de latência de 2 anos.
 Na Figura é apresentada uma estimativa do tempo de latência para
o aparecimento de câncer após exposição.
 EFEITOS ESTOCÁSTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Podem resultar da exposição a baixas doses durante grandes
períodos de tempo – exposição crônica.
 A gravidade é independente da dose total e não existe um
limiar de dose.
 Exemplo típico destes efeitos são as mutações:
alterações no DNA.
 Muitas vezes o organismo não consegue reparar estas
mutações, ou então fá-lo de uma forma deficiente, criando
novas mutações.
 As mutações podem ocorrer nas células germinais ou nas
células somáticas:
 As mutações nas células somáticas afetam apenas o próprio
indivíduo que foi exposto – podem originar câncer.
 As mutações nas células germinais podem ser transmitidas
para a descendência – podem originar efeitos hereditários.
 EFEITOS DETERMINÍSTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 São efeitos causados por irradiação total ou localizada de um
tecido, causando um grau de morte celular não compensado
pela reposição ou reparo, com prejuízos detectáveis no
funcionamento do tecido ou órgão.
 Existe um limiar de dose, abaixo do qual a perda de células é
insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um modo
detectável.
 Isto significa que os efeitos determinísticos são produzidos por
doses elevadas, acima do limiar, onde a severidade ou
gravidade do dano aumenta com a dose aplicada.
 A probabilidade de efeito determinístico, assim definido, é
considerada nula para valores de dose abaixo do limiar, e 100%,
acima.
 Além da severidade, os efeitos determinísticos variam com a
frequência em que um dado efeito, definido como condição
patológica reconhecível, aumentando em função da dose, em
uma população de indivíduos com diferentes susceptibilidades
(curvas a, b e c), conforme ilustra a Figura.
 EFEITOS DETERMINÍSTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Exemplos de efeitos determinísticos na pele são:
 eritema e descamação seca para dose entre 3 e 5 Gy, com
sintomas aparecendo após 3 semanas;
 descamação úmida acima de 20 Gy, com bolhas após 4
semanas;
 necrose para dose acima 50 Gy, após 3 semanas.
 Na Tabela são apresentados os limiares de dose para efeitos
como esterilidade temporária ou permanente, opacidade das
lentes, catarata, e depressão do tecido hematopoiético, para
exposições única e fracionada.
 EFEITOS DETERMINÍSTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Surgem quando há exposição a elevadas doses de radiação, e
tornam-se mais graves à medida que a exposição aumenta.
 Pequenos períodos de tempo com altas doses de radiação
são designados por – exposição aguda.
 Existe um limiar de dose, ou seja, para valores de exposição
acima deste limiar observa-se necessariamente, para todos
os indivíduos, uma lesão.
 É um efeito certo.
 Muitos dos efeitos não cancerígenos provocados pela
radiação são não estocásticos.
 Os efeitos determinísticos observam-se pouco tempo após a
exposição à radiação e observam-se na pele, nos órgãos
reprodutores, na medula óssea, e nos intestinos.
 Contudo há efeitos que só vem a ser observados mais
tardiamente, como é o caso das cataratas.
 EFEITOS SOMÁTICOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Surgem do dano nas células do corpo e o efeito aparece na
própria pessoa irradiada.
 Dependem da dose absorvida, da taxa de absorção da
energia da radiação, da região e da área do corpo irradiada.
 EFEITOS GENÉTICOS OU HEREDITÁRIOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 São efeitos que surgem no descendente da pessoa irradiada,
como resultado do dano produzido pela radiação em células dos
órgãos reprodutores, as gônadas.
 Têm caráter cumulativo e independe da taxa de absorção da
dose.
 DOSE GENETICAMENTE SIGNIFICATIVA (GSD)
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Permite avaliar a influência genética das baixas doses
de radiação para populações inteiras
 É uma dose calculada a partir das doses nos gônadas
recebidas pela população inteira
 Quando se determina a GSD, a dose equivalente
para os gônadas para cada pessoa irradiada é
corrigida para o número de crianças esperadas para
uma pessoa dessa idade e sexo
 Esta dose tem em atenção as contribuições esperadas
desta população nas gerações futuras de crianças
 A GSD assume que esta dose, se recebida por todos os
membros da população, provocaria idêntico efeito
genético
 DOSE GENETICAMENTE SIGNIFICATIVA (GSD)
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A GSD anual de todas as fontes de radiação é
aproximadamente de 1,3 mSv
 A maior contribuição singular, aproximadamente 1,02 mSv
ou 78% resulta da radiação de fundo natural, primariamente
originada nos raios cósmicos, exposição terrestre e
radionuclídeos no interior do corpo
 A contribuição do radônio é aproximadamente 0,1 mSv
 As fontes tecnológicas contribuem para a GSD
principalmente sob a forma de exposições médicas, sendo
de aproximadamente 0,2 mSv ou 15%
 Cerca de 2/3 desta é atribuível à irradiação das
mulheres e 1/3 à irradiação dos homens
 A exposição é maior para as mulheres por causa da
localização dos ovários dentro da pélvis, o que os
coloca no feixe primário durante as radiografias de
abdômen e pélvis
 DOSE DUPLICADORA
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Dados experimentais
 Esta é a dose de radiação necessária por geração para
duplicar a taxa de mutações espontâneas
 A taxa de mutações espontâneas é aproximadamente de
6%
 Dados extrapolados a partir dos estudos animais
 Varia de 0,5 a 2,5 Gy para cada geração
 Considera-se um intervalo de doses por causa das
diferenças na frequência das mutações que são
observadas com exposições crônicas e agudas
 Para as exposições crônicas  doses mais elevadas
 Para as exposições agudas  doses mais baixas
 DOSE DUPLICADORA
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Considerando o potencial de cada indivíduo, se a população
inteira for exposta a uma dose nos gônadas entre os 0,5 e 2,5
Gy, haverá cerca do dobro do número de mutações nos seus
descendentes
 Comitê BEIR
 Uma exposição de 1 cGy dada a uma geração causaria 6 a
65 alterações genéticas adicionais/ 1000000 de
nascimentos na geração seguinte
 DOSE DUPLICADORA
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Se a população for continuamente exposta a um aumento da
dose de 1 cGy para cada geração
 Será esperado um acréscimo de 100 alterações genéticas,
a maior parte com origem em mutações autossômicas
dominantes moderadas
 Lesões cromossomais e mutações recessivas contribuem
somente de uma maneira mínima
 Alguns canceres têm origem genética, mas não foi provado que
a radiação tenha a capacidade de influenciar a
susceptibilidade herdada ao câncer
 EFEITOS IMEDIATOS E TARDIOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os primeiros efeitos biológicos causados pela radiação, que
ocorrem num período de poucas horas até algumas semanas
após a exposição, são denominados de efeitos imediatos, como
por exemplo, a radiodermite.
 Os que aparecem depois de anos ou mesmo décadas, são
chamados de efeitos atrasados ou tardios, como por exemplo, o
câncer.
 Se as doses forem muito altas, predominam os efeitos
imediatos, e as lesões serão severas ou até letais.
 Para doses intermediárias, predominam os efeitos imediatos
com grau de severidade menor, e não necessariamente
permanentes.
 Poderá haver, entretanto, uma probabilidade grande de
lesões severas a longo prazo.
 Para doses baixas, não haverá efeitos imediatos, mas há
possibilidade de lesões a longo prazo.
 EFEITOS IMEDIATOS E TARDIOS
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os efeitos tardios (atrasados), principalmente o câncer,
complicam bastante a implantação de critérios de segurança no
trabalho com radiações ionizantes.
 Não é possível, por enquanto, usar critérios clínicos porque,
quando aparecem os sintomas, o grau de dano causado já
pode ser severo, irreparável e até letal.
 Em princípio, é possível ter um critério biológico e espera-se
algum dia ser possível identificar uma mudança biológica no ser
humano que corresponda a uma mudança abaixo do grau de
lesão.
 Por enquanto, utilizam-se hipóteses estabelecidas sobre
critérios físicos, extrapolações matemáticas e
comportamentos estatísticos.
 CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Exposição aguda de Corpo Inteiro
o efeitos imediatos (determinísticos)
o e/ou efeitos tardios (estocásticos)
 Exposição aguda localizada
o efeitos imediatos (determinísticos)
o e/ou tardios (estocásticos)
 Exposição crônica
o efeitos tardios (estocásticos)
 ESPECIFICIDADE
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Os efeitos biológicos conhecidos como decorrentes de
exposição à radiação ionizante podem ser provocados por
outras causas, isto é, os efeitos biológicos das radiações não
são característicos ou específicos dessas radiações.
 Outros agentes físicos, químicos ou biológicos podem
causar os mesmos efeitos.
 Portanto, a radiação não provoca nenhuma enfermidade que
não seja conhecida pelo homem antes de que este
usufruísse da energia nuclear
 TEMPO DE LATÊNCIA
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Período de tempo que decorre entre o momento da irradiação e
o aparecimento de um dano visível (detectável).
o O tempo de latência varia inversamente com a dose de
radiação recebida
o Efeitos tardios - tempo de latência para o aparecimento
desse tipo de efeito é muito longo - Câncer
o Após a irradiação de Hiroshima e Nagasaki, frequência
anormal de leucemia entre o 6º. e 12º. anos após as
explosões, voltando ao normal 25 anos após as explosões
 REVERSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Em certos casos os efeitos apresentam caráter de
reversibilidade, dependendo:
o da dose recebida
o da taxa de de dose
o do órgão atingido
 A célula poderá sintetizar uma nova estrutura?
o EX: alterações funcionais (temporárias)
 Câncer e necrose – irreversível
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 REVERSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A célula possui muitos mecanismos de reparo, uma vez que,
durante sua vida, sofre danos provenientes de substâncias
químicas, variação da concentração iônica no processo de
troca de nutrientes e dejetos junto à membrana celular, danos
físicos produzidos por variações térmicas e radiações.
 Mesmos danos mais profundos, produzidos no DNA, podem
ser reparados ou compensados, dependendo do tempo e das
condições disponíveis.
 Um tecido atingido por uma dose de radiação única e de baixo
valor, tem muitas condições de recuperar sua integridade,
mesmo que nele haja um certo percentual de morte de suas
células.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 REVERSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Em condições normais, ele repõe as células e retoma o seu
ritmo de operação.
 Nestas condições, pode-se dizer que o dano foi reversível.
 Para efeito de segurança, em proteção radiológica,
considera-se que o efeito biológico produzido por
radiação ionizante é de caráter cumulativo, ou seja,
despreza-se o reparo do dano.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 TRANSMISSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A maior parte das alterações causadas no organismo humano
pelas radiações ionizantes não são transmissíveis a outras
células ou outros organismos.
 São transmissíveis aquelas alterações que ocorrem no
patrimônio hereditário das células germinativas e os efeitos
poderão aparecer nos descendentes do indivíduo irradiado.
 O que pode eventualmente ser transmitido é um efeito de
doses elevadas que, lesando significativamente as células
reprodutivas, pode resultar num descendente portador de
defeito genético.
 Não há relação nenhuma entre a parte irradiada numa
pessoa e o local de aparecimento do defeito no
organismo do filho.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 TRANSMISSIVIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Uma pessoa danificada pela radiação, mesmo exibindo
sintomas da síndrome de irradiação aguda, pode ser
manuseada, medicada e transportada como um doente
qualquer, pois sua doença não pega.
 O cuidado que se deve ter no tratamento destas pessoas, é
o dos médicos, enfermeiros, demais pessoas e instalações
de não contaminá-las por vírus ou bactérias por eles
portados, uma vez que, a resistência imunológica dos
pacientes está muito baixa.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 TRANSMISSIVIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 As pessoas que sofreram contaminação, interna ou externa,
com radionuclídeos é que precisam ser manuseadas com
cuidado, pois tais radionuclídeos podem estar presentes no
suor, na excreta e muco das vítimas.
 Por exemplo, as vítimas do acidente com o 137Cs, em 1987
em Goiânia, tiveram que ficar isoladas e, durante o
tratamento especial, os técnicos tiveram que usar
macacões, luvas, máscaras e sapatilhas para não se
contaminar radioativamente e não contaminar
biologicamente os enfermos.
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 DOSE LIMIAR
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Dose mínima necessária para que certos efeitos ocorram.
 Alguns efeitos não apresentam dose limiar
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 RADIOSSENSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Nem todas as células, tecidos, órgãos ou organismos
respondem igualmente a mesma dose de radiação.
 Alguns fatores influenciam essa resposta
Lei de Bergonie e Tribondeau
 A radiossensibilidade das células é diretamente proporcional a
sua capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao
seu grau de especialização
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 RADIOSSENSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
Quanto maior a taxa
proliferativa (atividade
de divisão celular)
Maior a sensibilidade
da célula, maior a
chance de erro
Quanto maior o grau
de diferenciação
celular (pouca
atividade metabólica)
Menor a
sensibilidade da
célula
 RADIOSSENSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 RADIOSSENSIBILIDADE
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS
DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
1. Qualidade da radiação
Baixa LET (gama, X e Beta) Alta LET (nêutron, alfa)
Efeito da Taxa de Dose Dependente Independente ou Dependência
Inversa
Resposta a Dose Frequentemente linear-
quadrática
Frequentemente linear
Dano ao DNA Principalmente indireto Principalmente direto
Dano mais simples ao DNA Dano mais complexo ao DNA
Reparo ao DNA Mais fácil Mais difícil
Efeito do Oxigênio Sensibiliza o tecido Nenhum
Efeito de Radicais
Sequestradores
Reduz o dano Nenhum
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
2. Efeito da taxa de dose
A distribuição da dose pode ser classificada como:
 Exposição crônica.
 A dose é administrada a uma taxa baixa ao longo de um longo tempo, por
exemplo, 1 mGy/h por 10000 horas (total de 10 Gy).
 Exposição fracionada.
 A dose é distribuída em quantidades discretas, por exemplo, 1 Gy são fornecidos
por semana durante 10 semanas (dose total: 10 Gy).
 Exposição aguda.
 A dose total é administrada de uma vez ou em um tempo muito curto (total de
10 Gy).
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
3. Tecido exposto
 Um tecido é um grupo de células semelhantes organizadas para desempenhar uma
função comum.
Lei de Bergonie e Tribondeau (1906)
 A lei caracteriza os tecidos do corpo que são mais radiossensíveis.
 Como todas as leis da biologia, é uma generalização e tem exceções.
 Embora os radiobiólogos tendam a rejeitar a “lei”, ela tem seus usos.
A lei afirma que os tecidos mais radiossensíveis possuem células que estão em:
 divisão no momento da exposição (a mitose é a fase mais sensível do ciclo
celular)
 um tipo indiferenciado, ou seja, não especializado em estrutura e função
A lei descreve os tecidos onde os efeitos precoces (agudos) são observados.
 Esses efeitos iniciais são devido a grandes doses em curtos períodos de tempo
e envolvem principalmente a morte celular.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
4. Tempo de exposição durante o ciclo celular
 Para radiação de baixa LET, os estágios mais sensíveis do ciclo celular, no que diz
respeito à morte celular, são a mitose e o G1 tardio (na fronteira G1-S).
 Isso pode ser porque os cromossomos são condensados durante a mitose e os
mecanismos de reparo têm acesso deficiente à molécula de DNA.
 Para radiação de alta LET, todas as fases do ciclo celular parecem igualmente
sensíveis.
 Na radioterapia, as células cancerosas com maior probabilidade de serem mortas
são aquelas no estágio sensível do ciclo celular.
 As células em outras fases do ciclo celular sobrevivem.
 É assim que as exposições à radiação podem sincronizar as células no ciclo
celular.
 As exposições subsequentes à radiação para as células cancerosas
sincronizadas são particularmente eficazes.
 A radiação pode retardar a passagem de uma célula através de G1 e G2.
 Um possível efeito disso é dar à célula mais tempo para reparar os danos antes
da divisão.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
5. Resposta Adaptativa
 Baixas doses de radiação parecem ser capazes de iniciar mudanças nas células que
reduzem as consequências de exposições subsequentes.
 Por exemplo, uma dose de condicionamento de 5 a 200 mGy para linfócitos
pode resultar em uma resposta adaptativa cerca de quatro a seis horas depois.
 Esta resposta adaptativa resulta em um número menor do que o esperado
de aberrações cromossômicas após uma segunda dose de “desafio”.
 Essa resposta adaptativa parece envolver a ativação de certos genes que
aumentam a produção de enzimas envolvidas no reparo do DNA.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
7. Agentes de proteção química
Intervenção Química
A introdução de certos produtos químicos no meio em que as células existem
pode alterar a resposta da população celular às doses de radiação
administradas.
 Esses produtos químicos alteram os efeitos indiretos (via radicais livres) da
radiação no DNA.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
8. Temperatura
 Em muitos experimentos, um aumento dramático na radiorresistência foi
produzido pela redução da temperatura corporal de um animal.
 Por exemplo, em camundongos,
 LD50 pode ser duplicada reduzindo a temperatura corporal para 5 oC.
 O aumento da radiorresistência é aparentemente devido a uma redução na tensão
de oxigênio que acompanha uma temperatura corporal mais baixa.
 Em alguns casos, a temperatura baixa serve apenas para atrasar o efeito, não
reduzi-lo.
 Se o efeito for simplesmente atrasado, pode ser devido a uma taxa mitótica
reduzida; assim que o animal aquece e a mitose recomeça, pode ocorrer a
morte das células mitóticas.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
9. Sexo
 Em algumas espécies, as fêmeas tendem a ser ligeiramente mais radiorresistentes do
que os machos.
 isso está relacionado a diferenças nos níveis hormonais
 é sugerido pelo fato de os machos castrados reverterem essa tendência.
 As diferenças de sensibilidade dependem do efeito que está sendo procurado.
 Por exemplo,
 os homens são mais suscetíveis à leucemia induzida pela radiação,
 enquanto as mulheres são mais suscetíveis ao câncer de tireoide induzido
pela radiação.
 Os linfócitos de homens e mulheres diferem em sua radiossensibilidade, algo que
pode introduzir incerteza na dosimetria citogenética.
 A variabilidade nos níveis hormonais femininos foi associada a variações na
radiossensibilidade dos linfócitos.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
10. Idade
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
11. Espécies
 Para os animais, quanto mais primitiva a espécie, mais radiorresistente é o
organismo.
 Quanto mais avançado o organismo, mais radiossensível ele é.
 Com espécies de plantas, quanto maior o volume do cromossomo interfase (ICV),
maior a radiossensibilidade.
 O ICV é definido como o volume médio dos núcleos dividido pelo número de
cromossomos característicos da espécie.
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
Fatores que afetam a radiossensibilidade
11. Espécies
 Uma maneira útil de comparar as radiossensibilidades de diferentes espécies é
comparando seus LD50.
 LD50 é a dose de uma exposição aguda que matará 50% da população (com os
organismos expostos não tratados).
 Normalmente especificamos que as mortes devem ocorrer dentro de um certo
tempo após a exposição.
 Por exemplo, LD50 / 30 é a dose que matará 50% da população em 30 dias.
 LD50 / 60 indica que as mortes ocorrem em 60 dias.
 EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para uma melhor compreensão dos efeitos pré-natais induzidos
pelas radiações ionizantes, a evolução de um feto é descrita
simplificadamente na Tabela, onde o período de avaliação é de
semanas.
 EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Para fins de Proteção Radiológica, a publicação Nº 89 da ICRP,
de 2001, estabelece os valores de referência para as
dimensões, massas, conteúdo de todas as fases do corpo
humano, desde a fase embrionária até a adulta.
 Os efeitos biológicos pré-natais induzidos pela radiação
ionizante podem ser avaliados em duas situações:
a) os induzidos por radionuclídeos ingeridos ou inalados pela
mãe e transferidos ao embrião ou feto;
b) os induzidos pela radiação externa, durante o período de
gravidez.
 EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 No relatório da UNSCEAR de 1986, denominado Genetic and
Somatic Effects of Ionizing Radiation, foram avaliados dados de
experimentos com animais e das pessoas expostas em
Hiroshima e Nagasaki, e enfocados, principalmente, os temas:
a) efeitos letais no embrião;
b) mal-formações e outras alterações estruturais e no
crescimento;
c) retardo mental;
d) indução de doenças, incluindo a leucemia; e
e) efeitos hereditários.
 EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 Na publicação Nº 60 da ICRP, de 1990, a questão da irradiação
do feto, durante o período de gestação foi estudada onde os
valores das probabilidades de indução de efeitos por radiações
de baixa LET foram determinados.
 Eles são resumidos na Tabela
 EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS
 EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
 A Publicação No.88 da ICRP de 2001, intitulada: “Dose to the
Embryo and Fetus from Intake of Radionuclides by the Mother”,
apresenta um estudo aprofundado sobre a questão, levando em
conta a transferência de radionuclídeos pela placenta,
distribuição e retenção no tecido fetal.
 São apresentados os modelos Biocinéticos e Dosimétricos
para o cálculo das doses no embrião, no feto e recém-
nascido resultantes da ingestão ou inalação de
radionuclídeos pela mãe, antes ou durante a gravidez.
 São exibidas as tabelas para cada radionuclídeo, órgão ou
sistema do corpo humano.
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  • 1. EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES ☼ Mecanismos de interação das radiações com o tecido humano. ☼ Efeitos biológicos provocados pela radiação: ⌂ Tempo de latência; ⌂ Danos radioinduzidos, reversibilidade ou não do dano; ⌂ Transmissividade nas células. ☼ Transferência de energia linear e eficácia biológica relativa. ☼ Efeitos estocásticos e efeitos determinísticos. ☼ Meia-vida biológica e meia-vida efetiva.
  • 2.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 3.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 4.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Como a Radiação Atua no Organismo
  • 5.  ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Célula  Unidade morfo-fisiológica dos seres vivos
  • 6.  ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA  Membrana  Isola o interior da célula do ambiente.  Além de proteger e estabelecer os limites físicos da célula, está associada ao fato de que todos os nutrientes, secreções e rejeitos precisam passar por esta barreira.  Por meio de uma substância denominada de pectina, que é uma mistura de polissacarídeos, as células se acoplam às vizinhas, por meio da membrana celular.  Citoplasma  Formado principalmente por água e proteína.  Núcleo  É a sede do material hereditário ( no núcleo das célula encontramos os cromossomos)  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 7.  ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA  Núcleo composto por três componentes:  nucleoplasma, cromossomos e os nucléolos.  Cromossomos consistem de ácido desoxirribonucleico (DNA) e proteína.  Nas células não reprodutivas, os cromossomos são finos filamentos que, durante a divisão celular, formam uma massa espessa e podem ser facilmente identificados.  Os nucléolos são pequenos corpos que contêm nucleoproteínas, a maioria na forma de ácido ribonucléico (RNA).  O nucleoplasma contém proteína e sais.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 8.  ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA  Complexo de Golgi consiste de sacos membranosos achatados com vesículas esféricas nas extremidades, e é o principal responsável pelo transporte seguro dos compostos sintetizados para o exterior da célula e pela proteção contra o ataque de suas próprias enzimas.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 9.  ESTRUTURA E METABOLISMO DA CÉLULA  Embora as membranas tenham uma permeabilidade seletiva, seria incorreto supor que grandes moléculas ou partículas penetrem na célula.  Existe um mecanismo denominado de pinocitose, que permite que partículas e moléculas inicialmente no meio exterior, consigam habitar o interior da célula.  Na pinocitose, formam-se inicialmente, pequenos vacúolos e canais no citoplasma, induzidos por aminoácidos, proteínas, sais e enzimas, que envolvem a partícula, crescem e posteriormente se fecham, já com a partícula no interior da célula.  Mecanismo diferente do transporte ativo, onde o movimento de moléculas é regido pelo gradiente de concentração, ou seja, os solventes passam de uma região de baixa concentração de soluto para uma com alta concentração de soluto, pelo mecanismo denominado de osmose.  Em certos casos, o soluto atravessa a membrana semipermeável permanecendo no lado de menor concentração, num mecanismo de difusão simples.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 10.  ESQUEMA ILUSTRATIVO DO DNA E CROMOSSOMO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  CROMOSSOMA = MOLÉCULA DNA  DNA = polímeros de açúcar alternados e um grupo  Grupo de açúcar contem base de nitrogênio  A = adenina  C = citosina  G = guanina  T = timina  Estrutura em dupla hélice  A - T  C - G  replicação (divisão celular)  reparação (após dano)  DNA carrega a informação hereditária no núcleo
  • 11.  ESQUEMA ILUSTRATIVO DO DNA E CROMOSSOMO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 12.  DNA E CROMOSSOMO  DANO CAUSADO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  DNA é a molécula crítica durante a divisão celular  Uma célula que está frequentemente se dividindo não tem tempo suficiente para reparar-se  As células mais sensíveis à radiação são as células tronco (estaminais) e as células proliferativas  medula óssea vermelha, epitélio do intestino  As células menos sensíveis a radiação são as células diferenciadas e células funcionais  neurônio, cérebro
  • 13.  ESQUEMA DIVISÃO CELULAR  Em 1858 o alemão Virchow formulou o célebre axioma "toda célula provém de outra célula" que conduz ao conceito de multiplicação por divisão.  Células somática o Se dividem por MITOSES  Células germinativas o Se dividem por MEIOSES TEMPO FINITO PARA A MAIORIA DAS CÉLULAS CICLO CELULAR DIVISÃO MITÓTICA CÉLULAS IDÊNTICAS ÀS PROGENITORAS DUPLICA TODOS SEUS COMPONENTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 14.  CICLO CELULAR  As células dos organismos não tem estrutura e funcionamento permanentes. o Elas possuem um ciclo de vida, denominado de Ciclo Celular.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 15.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 16.  CICLO CELULAR  As modificações básicas da célula em cada fase são as seguintes:  G1 = período de biossíntese (RNA, proteínas, enzimas, etc.) no qual a célula cresce de volume e sintetiza proteínas, ribossomas, etc., até o ponto de restrição, que após avaliação, evolui para a fase seguinte ou caminha para a fase G0.  S = fase de síntese do DNA.  Cada cromossomo é duplicado longitudinalmente, passando a ser formado por 2 cromatídeos ligados pelo centrômero.  G2 = fase que conduz à mitose e que permite formar estruturas a ela diretamente ligadas; síntese de biomoléculas essenciais à mitose  Fase Mitótica = fase de reprodução da célula.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 17.  CICLO CELULAR  A célula possui um período de vida denominado de interfase, constituído pelas fases G1, S e G2 e um período de reprodução denominado de fase mitótica.  A duração do ciclo celular depende de cada tipo de célula.  Para fins de exemplificação e comparação entre os tempos de cada fase, a Tabela ilustra os valores de duração relativos.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 18.  REPRODUÇÃO CELULAR  As células se reproduzem pelo processo de mitose ou bipartição.  Neste processo podem ser identificadas 4 fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.  No início da prófase, os cromossomos não aparecem duplicados, embora o DNA seja duplicado antes do início da mitose.  No meio da prófase, os cromossomos aparecem duplicados.  Na metáfase, os cromossomos se alinham num plano e se acoplam às fibras do fuso mitótico.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 19.  REPRODUÇÃO CELULAR  Os cromossomos se separam e se movem para os polos da célula, durante a anáfase.  Ao final da telófase surgem duas células- filhas, ambas contendo cópia de todo o material genético da célula inicial.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 20.  Do Indivíduo ao DNA  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 21. O DNA É O ALVO MAIS IMPORTANTE PARA AS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 22.  FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO  A correlação entre a exposição à radiação ionizante e os efeitos biológicos induzidos no homem foi estabelecida, inicialmente, pela observação de efeitos danosos em pessoas nas primeiras exposições com raios X, e em exposições com radionuclídeos sofridas pelos pioneiros das descobertas sobre radioatividade.  Para o seu detalhamento, foi necessária a adoção de modelos de exposição e hipóteses baseadas em extrapolações, uma vez que dependia claramente, da quantidade, forma e período de exposição, bem como de expectativas de concretização dos efeitos, em termos de sua observação, no tempo.  Isto porque os dados experimentais disponíveis eram relacionados a exposições com doses elevadas, a acidentes radiológicos, às observações nas vítimas de Hiroshima e Nagasaki ou a experiências com cobaias.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 23.  FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO  As conclusões dos estudos iniciais poderiam ter comparações e confirmações diretas em pacientes submetidos a tratamento de radioterapia ou em experiências em cobaias, onde propositadamente as doses são elevadas.  Para o estabelecimento de recomendações de segurança para o trabalho rotineiro com a radiação ionização em suas diversas aplicações, aonde as doses são mantidas duas a quatro ordens de grandeza menores que as anteriormente citadas, a observação dos efeitos biológicos fica ofuscada pela ocorrência de muitos outros efeitos, provocados por outros agentes físicos ou químicos, inclusive ambientais.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 24.  FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO  Um modelo conservativo em termos de proteção radiológica seria a correlação linear entre dose e efeito, mesmo para baixos valores de dose.  Este modelo se baseia numa extrapolação para doses muito baixas, do ajuste da curva obtida entre dose e efeitos biológicos observados em valores elevados.  Questiona-se, como é óbvio, da sua validade científica, pois poderia estar ignorando possíveis valores limiares para certos efeitos, ou minimizando a ocorrência de alguns outros efeitos, devido a influência e comportamento de outros fatores nesta região de baixas doses.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 25.  FORMAS E TIPOS DE IRRADIAÇÃO Modelo de extrapolação linear (curva a) para a correlação entre dose-efeito biológico, onde não são contabilizados possíveis efeitos de aumento da probabilidade de ocorrência na região de doses baixas (curva b) ou da existência de limiares ou de fatores de redução da incidência dos efeitos até então desconhecidos (curva c).  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 26.  EXPOSIÇÃO ÚNICA, FRACIONADA OU PERIÓDICA  A exposição do homem ou parte de seus tecidos à radiação, pode ter resultados bastante diferenciados, se ela ocorreu de uma única vez, de maneira fracionada ou se periodicamente.  Exposições únicas podem ocorrer em exames radiológicos, como por exemplo, uma tomografia;  De maneira fracionada, como no tratamento radioterápico;  Periodicamente, como em certas rotinas de trabalho com material radioativo em instalações nucleares.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 27.  EXPOSIÇÃO ÚNICA, FRACIONADA OU PERIÓDICA  Para uma mesma quantidade de radiação, os efeitos biológicos resultantes podem ser muito diferentes.  Se ao invés de fracionada, a dose aplicada num paciente em tratamento de câncer, fosse dada numa única vez, a probabilidade de morte seria muito grande.  A exposição contínua ou periódica que o homem sofre da radiação cósmica, produz efeitos de difícil identificação.  O mesmo não aconteceria, se a dose acumulada em 50 anos fosse concentrada numa única vez. A Figura mostra o percentual de sobrevivência de células de mamíferos quando irradiadas com exposição única ou fracionada.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 28.  EXPOSIÇÃO DE CORPO INTEIRO, PARCIAL OU COLIMADA  Um trabalhador que opera com material ou gerador de radiação ionizante pode expor o corpo todo ou parte dele, durante sua rotina ou num acidente.  Um operador de gamagrafia sofre irradiação de corpo inteiro, na sua rotina de expor, irradiar a peça, recolher e transportar a fonte.  Em alguns acidentes, como a perda e posterior resgate da fonte de irradiadores, pode expor mais as extremidades que outras partes do corpo.  Uma pessoa que manipula radionuclídeos, expõe bastante suas mãos.  No tratamento radioterápico, a exposição do tumor a feixes colimados de radiação é feita com muita precisão e exatidão.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 29.  EXPOSIÇÃO A FEIXES INTENSOS, MÉDIOS E FRACOS  Na esterilização e conservação de frutas, especiarias, peixes e carnes, com radiação gama, as doses aplicadas chegam a 10 kilogray (kGy) e em radioterapia, a 2 Gy por aplicação. São feixes intensos e capazes de induzir à morte uma pessoa, se aplicados de uma única vez e no corpo todo.  Os feixes utilizados em radiologia são de intensidade média, comparativamente, pois atingem alguns miligray (mGy), e não devem ser recebidos por uma pessoa com muita frequência, sob pena de sofrer algum dano biológico.  A radioatividade natural induz ao homem doses de radiação da ordem de 1 mGy por ano.  Poucos são os efeitos identificáveis e atribuídos exclusivamente à este tipo de radiação.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 30.  EXPOSIÇÃO A FÓTONS, PARTÍCULAS CARREGADAS OU A NÊUTRONS  A grande maioria das práticas com radiação ionizante envolve fótons provenientes de fontes de radiação gama ou geradores de raios X como as de radiodiagnóstico, radioterapia, radiografia industrial e medição de nível e densidade.  Nas instalações nucleares, nos reatores, além dos fótons, existem fluxos de nêutrons gerados na fissão dentro dos elementos combustíveis e que atingem as áreas de manutenção e operação da máquina.  Alguns medidores de nível, de densidade e instrumentos para prospecção de petróleo, utilizam fontes e geradores de nêutrons.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 31.  EXPOSIÇÃO A FÓTONS, PARTÍCULAS CARREGADAS OU A NÊUTRONS  Os feixes de partículas carregadas têm nos aceleradores lineares de elétrons, nos cíclotrons com feixes de prótons e nos radionuclídeos emissores beta e alfa, os principais representantes.  Os fótons e nêutrons constituem as radiações mais penetrantes e causam danos biológicos diferentes conforme a taxa de dose, energia e tipo de irradiação.  Os feixes de elétrons têm um poder de penetração regulável, conforme a energia estabelecida na máquina aceleradora.  A radiação beta proveniente de radionuclídeos em aplicadores oftalmológicos e dermatológicos tem alcance de fração de milímetro no tecido humano.  As radiações alfa são muito pouco penetrantes, mas doses absorvidas devido a radionuclídeos de meia-vida curta incorporados nos sistemas respiratório ou digestivo de uma pessoa podem causar danos 20 vezes maiores que iguais valores de doses de radiação X, gama ou beta.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 32.  DANOS CELULARES  Lesão induzida pela radiação: dano molecular O organismo parece ser mais radiossensível do que as moléculas de que é composto.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 33.  DANOS CELULARES  O dano molecular é amplificado por processos metabólicos acumulando o dano biológico.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 34.  DANOS CELULARES  O tempo para aparição de um dano biológico depende fundamentalmente de:  Taxa de exposição  Dose acumulada  Os efeitos biológicos das radiações ionizantes são uma sequência de eventos que ocorrem em nível celular  O dano biológico primeiro se manifesta na célula  Em organismos multicelulares, dependendo do tipo de célula lesada os efeitos poderão ser transmitidos para maiores níveis de organização  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 35.  DANOS CELULARES  Cromossomas, Genes e DNA  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 36.  DANOS CELULARES  O processo de ionização, ao alterar os átomos, pode alterar a estrutura das moléculas que os contêm.  Se a energia de excitação exceder a energia de ligação entre os átomos, pode ocorrer quebra das ligações químicas e consequentes mudanças moleculares.  Da energia transferida pela radiação ao tecido, metade dela induz excitações, cujas consequências são menores que as de ionização.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 37.  DANOS CELULARES  Se as moléculas alteradas compõem uma célula, esta pode sofrer as consequências de suas alterações, direta ou indiretamente, com a produção de radicais livres, íons e elétrons.  Os efeitos da radiação dependem da dose, taxa de dose, do fracionamento, do tipo de radiação, do tipo de célula ou tecido e do indicador (endpoint) considerado.  Tais alterações nem sempre são nocivas ao organismo humano.  Se a substância alterada possui um papel crítico para o funcionamento da célula, pode resultar na alteração ou na morte da célula.  Em muitos órgãos e tecidos o processo de perda e reposição celular, faz parte de sua operação normal.  Quando a mudança tem caráter deletério, ela significa um dano.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 38.  DANOS CELULARES  Na Figura tem-se um quadro representativo dos diversos processos induzidos pelas interações da radiação ionizante no tecido humano e a estimativa de duração de cada processo.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 39.  DANOS CELULARES  Dos danos celulares, os mais importantes são os relacionados à molécula do DNA.  As lesões podem ser quebras simples e duplas da molécula, ligações cruzadas (entre DNA-DNA, entre DNA- proteínas), alterações nos açúcares ou em bases (substituições ou deleções).  Alguns tipos de alterações que podem ser induzidas por radiação ionizante são ilustrados na Figura  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 40.  DANOS CELULARES  As aberrações cromossômicas são o resultado de danos no DNA, principalmente devido às quebras duplas, gerando os dicêntricos ou os anéis.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 41.  DANOS CELULARES  As células danificadas podem morrer ao tentar se dividir, ou conseguir realizar reparos mediados por enzimas.  Se o reparo é eficiente e em tempo curto, o DNA pode voltar à sua composição original, sem consequências posteriores.  Num reparo propenso a erros, pode dar origem a mutações na sequência de bases ou rearranjos mais grosseiros, podendo levar à morte reprodutiva da célula ou a alterações no material genético das células sobreviventes, com consequências a longo prazo.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 42.  DANOS CELULARES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 43.  MUTAÇÕES  As mutações, nas células somáticas (do corpo) ou germinativas (das gônadas) podem ser classificadas em 3 grupos: a) Mutações pontuais (alterações na sequência de bases do DNA); b) Aberrações cromossomiais estruturais (quebra nos cromossomos); e c) Aberrações cromossomiais numéricas (aumento ou diminuição no número de cromossomos).  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 44.  MUTAÇÕES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Todas as mutações consistem em alterações na sequência do DNA  As mutações proporcionam uma evidencia decisiva de que o DNA é o material genético. Também existem experiências históricas que assim o demonstra,  As mutações podem ocorrer espontaneamente ou podem ser induzidas.  As espontâneas surgem do metabolismo celular ou da interação aleatória com o meio ambiente, existem em um nível basal.  As induzidas são causadas por tratamentos com mutagênicos que podem modificar uma base ou intercalar-se no DNA.  As mutações pontuais alteram uma base por outra.  Podem ser causadas por conversão química de uma base em outra ou por erros na replicação, por exemplo, citosina em uracila.
  • 45.  MUTAÇÕES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A mutação em um gen afeta somente à proteína codificada por esse gen e não à do outro alelo.  As mutações podem causar perda de função ou ganho de função.  Mutações recessivas são devidas à perda de função.  Mutações dominantes resultam do ganho de função.  Mutações que não afetam à proteína são silenciosas, as que anulam a atividade são nulas (sem sentido).  As mutações espontâneas podem acumular-se em zonas particulares do gen denominadas “hot spots” e sua frequência chegar a ser uma ordem de grandeza superior à basal.  As mutações podem ser produzidas nas células somáticas e/ou nas germinais.
  • 46.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES O DNA É O ALVO MAIS IMPORTANTE DAS RADIAÇÕES IONIZANTES …..MAS NÃO É O ÚNICO !!!
  • 47.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  DIVISÃO CELULAR CÉLULAS SOMÁTICAS CÉLULAS GERMINAIS
  • 48.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 49.  MODIFICAÇÃO CELULAR PELA RADIAÇÃO  Observando-se o ciclo celular e as fases do ciclo mitótico, é compreensível que a célula não apresente a mesma resposta à radiação, devido à interferência dos diversos tipos de interação da radiação nos diferentes cenários de vida da célula.  As situações de maior complexidade ou que exigem acoplamentos finos de parâmetros físico-químicos ou biológicos, devem ser mais vulneráveis às modificações induzidas pela radiação.  Isto significa que, num tecido onde as células componentes vivem aleatoriamente diferentes fases, as consequências das interações de uma mesma radiação, podem ser diferentes em locais diferentes do mesmo tecido.  Assim, quando se fala num determinado efeito biológico induzido por radiações, está embutida uma avaliação estatística da situação.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 50.  MODIFICAÇÃO CELULAR PELA RADIAÇÃO  As mudanças na molécula de DNA podem resultar num processo conhecido como transformação neoplásica.  A célula modificada, mantendo sua capacidade reprodutiva, potencialmente, pode dar origem a um câncer.  O aparecimento de células modificadas, pode induzir o sistema imunológico a eliminá-las ou bloqueá-las.  As células sobreviventes, acabam por se adaptar, devido a modificações estimuladas por substância promotora.  A multiplicação deste tipo de célula dá origem a um tumor, num estágio denominado de progressão.  Após período de latência, se as células persistirem na reprodução, superando as dificuldades de divisão celular, os possíveis desvios de percurso devido a diferenciações e mecanismos de defesa do organismo, originam o tumor cancerígeno.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 51.  MORTE CELULAR  Quando a dose de radiação é elevada (vários Gy), muitas células de tecido atingidas podem não suportar as transformações e morrem, após tentativas de se dividir.  O aumento da taxa de perda pode às vezes ser compensado com o aumento da taxa de reposição.  Neste caso, haverá um período de transição, onde a função do tecido ou órgão foi parcialmente comprometida e posteriormente reposta.  A perda de células em quantidade considerável, pode causar prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão.  A severidade do dano caracteriza o denominado efeito determinístico, uma vez que o limiar de dose que as células do tecido suportam, foi excedido.  As células mais radiossensíveis são as integrantes do ovário, dos testículos, da medula óssea e do cristalino.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 52.  CURVAS DE SOBREVIVÊNCIA  Utilizando radiações de alta e baixa LET, com altas e baixas taxas de dose, pode-se obter o percentual de sobrevivência de células de um tecido ou órgão.  Os pontos experimentais podem ser ajustados matematicamente e, as diversas expressões obtidas são denominadas de curvas de sobrevivência.  A Figura mostra que, para o mesmo valor da dose de radiação, as radiações de alta LET (alfa, nêutrons, íons pesados) resultam em menor percentual de sobrevivência que as de baixa LET (elétrons, beta, fótons).  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 53.  DETRIMENTO  O conceito de detrimento, utilizado em proteção radiológica envolve a combinação da probabilidade de ocorrência, severidade (gravidade) e tempo de manifestação de um determinado dano.  É a estimativa do prejuízo total que eventualmente seria experimentado por um grupo ou pessoa expostos à radiação, inclusive seus descendentes.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 54.  RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO IONIZANTE  O risco pode ser usado para expressar uma quantidade - uma probabilidade - ou uma qualidade que indica a possibilidade de dano.  Em segurança radiológica, o risco é uma “quantidade multiatributo que expressa adversidade, perigo ou chance de consequências prejudiciais, associadas a exposições reais ou potenciais.  Relaciona-se a quantidades como a probabilidade de que consequências deletérias específicas possam surgir e a magnitude e o caráter de tais consequências.  Em outras palavras, para fins de segurança radiológica, risco é a probabilidade de causar efeitos prejudiciais à saúde em uma pessoa ou grupo, ou seus descendentes, como resultado da exposição à radiação, incluindo a probabilidade de ocorrência de tais efeitos.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 55.  RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO IONIZANTE  O conceito de risco é muito amplo, pois pode estar associado simplesmente à probabilidade de ocorrência de determinado efeito biológico de qualquer tipo, induzido pela radiação ionizante ou, frequentemente, probabilidade de efeitos sérios ou letais, particularmente a morte por câncer.  Em segurança de reatores, pode significar simplesmente uma expectativa matemática da magnitude de consequências indesejáveis.  Uma discussão detalhada, bem como o cálculo dos diversos tipos de riscos de efeitos biológicos induzidos pelas radiações ionizantes é feito no Anexo C da publicação 60 da ICRP.  O risco total R pode ser obtido aproximadamente como sendo a soma dos riscos de cada efeito induzido pi, 𝑅 = 𝑖 𝑝𝑖 = 𝐹  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 56.  RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO IONIZANTE  O risco total R pode ser obtido aproximadamente como sendo a soma dos riscos de cada efeito induzido pi, 𝑅 = 𝑖 𝑝𝑖 = 𝐹 onde  F é denominado, frequentemente, o fator ou coeficiente de risco, correspondente à probabilidade para um efeito fatal, por exemplo, um câncer, estimado em 10000 pessoas por sievert.  O detrimento G à saúde de um indivíduo é obtido pela expressão, 𝐺 = 𝑅 = 𝐹 ∗ 𝐸 onde  E = dose efetiva = dose equivalente de corpo inteiro HE = HWB.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 57.  RISCO DE EFEITO BIOLÓGICO INDUZIDO PELA RADIAÇÃO IONIZANTE  Alguns valores, em ordem de grandeza, dos riscos de danos à saúde produzidos pelas radiações ionizantes  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 58.  DETECTABILIDADE EPIDEMIOLÓGICA  É comum as pessoas atribuírem certos tipos de efeitos em uma pessoa, ou grupo de pessoas, à radiação ionizante devido ao temor difundido que delas possuem ou muitas vezes incrementado ambiguamente pelos meios de comunicação.  Para se fazer uma atribuição com certo grau de confiabilidade, é preciso que o número de pessoas atingidas com certos valores de dose de radiação, exceda valores mínimos para cada tipo de ocorrência, para se poder afirmar, em termos epidemiológicos, a possibilidade de ocorrência.  Estes valores de dose absorvida ou dose efetiva recebida, e o número requerido para a garantia de ocorrência de determinado tipo de efeito é denominado de Detectabilidade Epidemiológica.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 59.  DETECTABILIDADE EPIDEMIOLÓGICA  Há que ressalvar situações de singularidade em que pequenos valores de dose podem induzir efeitos biológicos indesejáveis e até letais como o câncer em uma pessoa, conforme definição de efeitos estocásticos.  Em termos de população e indução epidemiológica do efeito, isto requer estatisticamente um tamanho da amostra em função do tipo de efeito.  Valores do número de pessoas necessárias para a observação experimental da ocorrência de câncer na tireoide de crianças em função da dose absorvida e da constatação de efeito hereditário em função da dose efetiva.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 60.  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  Fenômeno Físico – Consiste na ionização e excitação dos átomos, resultante da troca de energia entre a radiação e a matéria.  Fenômeno químico – Consiste na ruptura de ligações químicas nas moléculas e formação de radicais livres.  Fenômenos Bioquímicos e fisiológicos – Dependendo do órgão atingido teremos o aparecimento desses efeitos.  Lesões observáveis – Aparecem após um intervalo de tempo variável e podem ocorrer a nível celular ou a nível do organismo inteiro provocando alterações morfológicas ou funcionais.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 61. Estágio físico  Dura cerca de 10-15s  Ionizações  desequilíbrio eletrostático das moléculas  Excitações  pouco efeito Estágio físico-químico  Dura cerca de 10-6s  Quebra de ligações químicas Estágio químico  Dura poucos segundos  Fragmentos da molécula se ligam a outras moléculas Estágio biológico  Dura dias, semanas ou anos  Efeitos bioquímicos ou fisiológicos  Alterações morfológicas e/ou funcionais nos órgãos  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 62.  MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Na ação direta, a radiação age diretamente sobre uma biomolécula importante como e o caso do DNA, dos aminoácidos, das proteínas etc. o Predominante para radiação de alta transferência de energia linear (LET) o Corresponde a cerca de 30% dos efeitos biológicos da radiação de baixa LET – raios X
  • 63.  MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Na ação indireta, moléculas como as de água que representam 70% do corpo humano podem ser danificadas dando origem a espécies químicas bastante difusíveis e reativas que podem atingir as moléculas biologicamente importantes e desse modo danificá-las. o Interação com as moléculas de água – radiólise da água o Produção de espécies reativas de oxigênio o Corresponde a cerca de 70% dos efeitos biológicos da radiação de baixa LET – raios X
  • 64.  MECANISMOS DE AÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Mecanismos de ação Indireto  A radiação age na molécula de água  Radiólise  Produção de radicais livres  Moléculas ou átomos neutros com um elétron desemparelhado na última camada eletrônica  Instáveis e reagem rapidamente com outros átomos e moléculas  Os átomos ou moléculas que perdem elétrons na reação tornam-se radicais livres reação em cadeia
  • 65.  EFEITOS FÍSICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Quando uma pessoa é exposta à radiação ionizante, nos locais atingidos aparecem muitos elétrons e íons livres, radicais produzidos na quebra das ligações químicas e energia cinética adicional decorrentes da transferência de energia da radiação ao material do tecido, por colisão.  Uma significativa fração desta energia produz excitação de átomos e moléculas, que pode ser dissipada, no processo de desexcitação, sob a forma de fótons.
  • 66.  EFEITOS FÍSICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para radiações, do tipo raios X e gama, estes efeitos ocorrem de uma maneira mais distribuída devido ao seu grande poder de penetração e modo de interação.  Para radiação beta, os efeitos são mais superficiais, podendo chegar a vários milímetros, dependendo da energia da radiação.  Para as radiações alfa não conseguem penetrar nem um décimo de milímetro na pele de uma pessoa.  Seus efeitos provocados por exposições externas são pouco relevantes.  No caso de inalação ou ingestão de radionuclídeos alfa- emissores, elas podem danificar seriamente células de alguns órgãos ou tecidos, pelo fato de serem emitidas em estreito contato ou no seu interior.
  • 67.  EFEITOS FÍSICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Esta fase física tem uma duração da ordem de 10-13 segundos.  Esta energia adicional transferida pela radiação para uma certa quantidade de massa de tecido atingido, permite definir algumas grandezas radiológicas como, Dose Absorvida e Kerma.  A relação entre a parte da energia absorvida e a massa do tecido é denominada de Dose Absorvida  A relação entre a quantidade de energia cinética adicional e a massa de tecido define a Kerma  Se o material irradiado for o ar, e se a radiação for fótons X ou gama, a relação entre a carga adicional, de mesmo sinal, e a massa permite definir a Exposição.  Esta grandeza só é definida para o ar e para fótons.  Pode ser relacionada com as demais grandezas mediante fatores de conversão que levam em conta a energia necessária para criar um par de íons e a influência da diferença de composição química no processo de transferência e absorção de energia.
  • 68.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Como os átomos e moléculas atingidos pela radiação estão dentro de células, que possuem um metabolismo e uma grande variedade de substâncias, a tendência seria a neutralização gradual dos íons e radicais, no decorrer do tempo, ou seja a busca do equilíbrio químico.  Esta fase fisicoquímica dura cerca de 10-10 segundos, e nela, os radicais livres, íons e os agentes oxidantes podem atacar moléculas importantes da célula, inclusive as substâncias que compõem o cromossomo.  Algumas substâncias, como a água, H2O, ao serem ionizadas podem sofrer radiólise: 𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 ► 𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂+ + 𝑒−
  • 69.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  H2O+ é o íon positivo e e- o íon negativo.  O íon positivo forma o radical hidroxil ao se dissociar na forma: 𝐻2𝑂+ → 𝐻+ + 𝑂𝐻∗  O íon negativo, que é o elétron, ataca uma molécula neutra de água, dissociando-a e formando o radical hidrogênio: 𝑒− + 𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂− → 𝐻∗ + 𝑂𝐻−  Os radicais hidrogênio e hidroxil podem ser formados também com a dissociação da água, numa excitação: 𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2 𝑂𝐻∗ + 𝑂𝐻∗ → 𝐻2𝑂2 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2𝑂 𝐻2𝑂 → 𝐻2𝑂∗ 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗
  • 70.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Além disso, os elétrons livres podem polarizar as moléculas próximas de água, formando um elétron-hidratado (e- ag) de vida relativamente longa.  Os radicais 𝑂𝐻∗𝑒 𝐻∗e estes elétrons se difundem e reagem com as biomoléculas, podendo danificá-las.  No rastro das radiações de alto LET a densidade de radicais é grande e ocorrem muitas recombinações, tais como: 𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2 𝑂𝐻∗ + 𝑂𝐻∗ → 𝐻2𝑂2 𝑂𝐻∗ + 𝐻∗ → 𝐻2𝑂
  • 71.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O rendimento de H2 e da água oxigenada H2O2 na água pura é pequeno, devido à reação de recombinação de 𝐻∗ com 𝑂𝐻∗ .  Mas dentro da célula ou em presença de oxigênio, o 𝐻∗ se combina para formar o radical peroxil, que se combina com outro para formar o peróxido de hidrogênio H2O2 𝐻𝑂2 ∗ + 𝐻𝑂2 ∗ → 𝐻2𝑂2 + 𝑂2 𝐻∗ + 𝑂2 → 𝐻𝑂2 ∗
  • 72.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os radicais e o peróxido de hidrogênio podem reduzir ou oxidar as moléculas biológicas.  Reações típicas são: 𝑀𝐻 + 𝐻∗ → 𝑀𝐻2 ∗ 𝑀𝐻 + 𝑂𝐻∗ → 𝑀𝐻𝑂𝐻∗ 𝑀𝐻 + 𝐻∗ → 𝑀∗ + 𝐻2 𝑀𝐻 + 𝑂𝐻∗ → 𝑀0 + 𝐻2𝑂
  • 73.  EFEITOS QUÍMICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO  Radicais contendo oxigênio (tem pelo menos 1 elétron desemparelhado no orbital de valência):  – OH* radical hidroxila  – O2* - radical superóxido (via Haber-Weiss: Fe3+OH*)  – ROO* radical peroxila  – RO* radical oxila  • Espécies não radicalares que também contêm oxigênio:  – H2O2 peróxido de hidrogênio (via Fenton: Fe2+OH*)  – 1 O2 oxigênio singleto
  • 74.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Esta fase varia de dezenas de minutos até dezenas de anos, dependendo dos sintomas.  As alterações químicas provocadas pela radiação podem afetar uma célula de várias maneiras, resultando em: morte prematura, impedimento ou atraso de divisão celular ou modificação permanente que é passada para as células de gerações posteriores.  A reação de um indivíduo à exposição de radiação depende de diversos fatores como: o Quantidade total de radiação recebida; o Quantidade total de radiação recebida anteriormente pelo organismo, sem recuperação; o Textura orgânica individual; o Dano físico recebido simultaneamente com a dose de radiação (queimadura, por exemplo); o Intervalo de tempo durante o qual a quantidade total de radiação foi recebida.
  • 75.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O efeito biológico constitui a resposta natural de um organismo, ou parte dele, a um agente agressor ou modificador.  O surgimento destes efeitos não significa uma doença.  Quando a quantidade de efeitos biológicos é pequena, o organismo pode se recuperar, sem que a pessoa perceba.  Por exemplo, numa exposição à radiação X ou gama, pode ocorrer uma redução de leucócitos, hemácias e plaquetas e, após algumas semanas, tudo retornar aos níveis anteriores de contagem destes elementos no sangue.  Isto significa que houve a irradiação, ocorreram efeitos biológicos sob a forma de morte celular e, posteriormente, os elementos figurados do sangue foram repostos por efeitos biológicos reparadores, operados pelo tecido hematopoiético.
  • 76.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 77.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Tipos mais frequentes de lesões do DNA
  • 78.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES TIPOS DE LESÃO NO DNA Lesão de bases  alteração na sequência do código genético (mutação)  consequências variáveis com a importância dos genes envolvidos. Quebras simples de cadeia  relativamente sem consequência  são reparados com eficiência Quebras duplas de cadeia  se ocorrerem na proximidade uma da outra podem ter consequências graves  a reparação correta é difícil  se forem distantes comportam-se como duas quebras simples
  • 79.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES TIPOS DE LESÃO NO DNA Cruzamento  ligações anómalas entre zonas da cadeia de DNA com: . zonas distantes da mesma (intracadeia) ou . de outra cadeia de DNA (intercadeia) ou . de moléculas proteicas não nucleares (extracadeia)  ocorrem em consequência das quebras (simples ou duplas)  papel pouco claro na morte celular
  • 80.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 81.  EFEITOS BIOLÓGICOS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Mecanismo Básico de Reparação 1ª Etapa Excisão – a lesão é eliminada por ação de nucleases, cada qual especializada no tipo de lesão. 2ª Etapa Re-síntese – a sequência original do DNA é restaurada pela DNA polimerase que preenche o vazio criado pela excisão. 3ª Etapa – Ligação a DNA ligase sela o “nick” deixado no açúcar / fosfato da cadeia reparada refazendo-se a ponte fosfodiéster entre os nucleotídeos adjacentes
  • 82.  EFEITOS BIOLÓGICOS – Reparação do DNA  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 83.  EFEITOS ORGÂNICOS - DOENÇAS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Quando a quantidade ou a frequência de efeitos biológicos produzidos pela radiação começa a desequilibrar o organismo humano ou o funcionamento de um órgão, surgem sintomas clínicos denunciadores da incapacidade do organismo de superar ou reparar tais danos, que são as doenças.  O aparecimento de um tumor cancerígeno radioinduzido, significa já quase o final de uma história de danos, reparos e propagação, de vários anos após o período de irradiação.  A ocorrência de leucemia nos japoneses, vítimas das bombas de Hiroshima e Nagasaki, teve um máximo de ocorrência cinco anos após.  As queimaduras originárias de manipulação de fontes de 192Ir, em acidente com irradiadores de gamagrafia, aparecem horas após.
  • 84.  EFEITOS ORGÂNICOS - DOENÇAS  ETAPAS DA PRODUÇÃO DO EFEITO BIOLÓGICO PELA RADIAÇÃO  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os efeitos orgânicos mais dramáticos, como a redução de tecido, ou possível perda dos dedos, podem levar até 6 meses para acontecer.
  • 85.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A influência da qualidade de radiação nos sistemas biológicos pode ser quantificada utilizando a Efetividade Biológica Relativa (Relative Biological Effectiveness) (RBE).  Para um dado tipo de radiação A e supondo constantes todas as variáveis físicas e biológicas, exceto o tipo de radiação, a RBE é definida pela relação adimensional: 𝑅𝐵𝐸 𝐴 = 𝐷𝑜𝑠𝑒𝑅𝑒𝑓𝑒𝑟ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝐷𝑜𝑠𝑒𝑅𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜𝐴 onde  Dosereferência é a dose da radiação de referência necessária para produzir um específico nível de resposta e  Doseradiação A é a dose da radiação A necessária para produzir igual resposta.
  • 86.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A radiação usada como referência, nem sempre é bem estabelecida.  Em muitos experimentos, utilizou-se a radiação X, filtrada, de 250 kVp.  A relação parece clara, como definição, mas a dificuldade está em estabelecer o que significa um específico nível de resposta.  Para superar possíveis indeterminações, utiliza-se a razão entre as inclinações das partes que podem ser consideradas lineares, das curvas de Dose x Efeito, para as radiações em estudo A e de referência.  Esta razão, presumivelmente, poderá representar o valor máximo de RBE, ou seja, a RBEM.  Para propósitos de proteção radiológica, a RBE é considerada como sendo função da qualidade da radiação, expressa em termos da Transferência de Energia Linear (LET).  Em muitos sistemas a RBE aumenta com a LET até cerca de 100 keV μm-1 e depois diminui.
  • 87.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A RBE para uma determinada radiação não é somente dependente da LET, mas também da dose, da taxa de dose, do fracionamento da dose e até da idade da pessoa exposta.  Seu valor só é reprodutível para um determinado sistema biológico, tipo de radiação e o conjunto de circunstâncias experimentais.  Seus valores dependem então da natureza e condição do material biológico, do estado fisiológico, temperatura, concentração de oxigênio, condições de nutrição e estágio do ciclo celular.  A magnitude do efeito e tipo de resposta com a dose também influenciam, pois as curvas de resposta nem sempre são semelhantes e regulares;  Depende do intervalo de dose em que são comparadas.
  • 88.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A RBE para uma determinada radiação não é somente dependente da LET, mas também da dose, da taxa de dose, do fracionamento da dose e até da idade da pessoa exposta.  Seu valor só é reprodutível para um determinado sistema biológico, tipo de radiação e o conjunto de circunstâncias experimentais.  Seus valores dependem então da natureza e condição do material biológico, do estado fisiológico, temperatura, concentração de oxigênio, condições de nutrição e estágio do ciclo celular.  A magnitude do efeito e tipo de resposta com a dose também influenciam, pois as curvas de resposta nem sempre são semelhantes e regulares;  Depende do intervalo de dose em que são comparadas.
  • 89.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA - RBE  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 90.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA E DOSES FRACIONADAS  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Na fração de sobrevivência 0,01, RBE é 2,6 Dose fracionária ↑, RBE ↑ A curva de sobrevivência é reexpressada após cada fração de dose O ombro é maior para raios X que para nêutrons Resulta numa RBE maior para tratamento fracionado O efeito de uma dose de raios X ou nêutrons rápidos em 4 frações iguais
  • 91.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA E DOSES FRACIONADAS  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Conclusão O resultado líquido é que nêutrons tornam progressivamente mais eficiente que raios X como  a dose por fração ↓  o número de frações ↑
  • 92.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA PARA DIFERENTES CÉLULAS E TECIDOS  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 93.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA PARA DIFERENTES CÉLULAS E TECIDOS  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES • A variação na radiossensibilidade entre diferentes linhagens de células é marcadamente menor para nêutrons que para raios X • Razões • Raios X: curva de sobrevivência apresenta ombro inicial maior e variável • Acumula e repara uma grande quantidade de danos subletal causado pela radiação • Maior RBE para nêutrons • Nêutrons : região do ombro é menor e menos variável • Valores pequenos de RBE para nêutrons
  • 94.  FATORES QUE AFETAM A EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES • Qualidade da radiação • Tipo de radiação • Energia da radiação • Eletromagnética ou particulada • Carregada ou não carregada • Dose de radiação
  • 95.  FATORES QUE AFETAM A EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES • Número de frações de dose • A forma da relação dose-resposta varia para radiações que diferem substancialmente em sua LET • Taxa de dose • Radiações esparsamente ionizante varia criticamente • Radiações densamente ionizante depende pouco • Sistemas biológicos ou destino • Influência marcante na RBE • Alta RBE : acúmulo e reparo uma grande quantidade de dano subletal
  • 96.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA EM FUNÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES LET Raios X : 2 keV/μm Partículas alfa : 150 KeV/μm Se a LET ↑ A curva é mais ingrime Ombro da curva↓ Curvas de sobrevivência para células cultivadas de origem humana expostas a raios X de 250 kVp, nêutrons de 15 MeV e partículas α de 4 MeV
  • 97.  EFETIVIDADE BIOLÓGICA RELATIVA EM FUNÇÃO DA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Variação da eficácia biológica relativa (RBE) com a transferência linear de energia (LET) para sobrevivência de células de mamíferos de origem humana
  • 98.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O conceito de transferência de energia linear (Linear Energy Transfer) - LET - provém da simplificação do Poder de Frenamento de Colisão Linear (Linear Collision Stopping Power), como sendo a perda média de energia, por colisão, de uma partícula carregada por unidade de comprimento.  O poder de frenamento (stopping power) expressa o efeito do meio material na partícula, enquanto que a LET expressa o efeito da partícula no meio, normalmente o tecido humano.  Para entender o significado da LET é preciso observar como as partículas carregadas interagem com o meio material.  Por exemplo, um elétron, quer gerado após interação de um fóton X ou gama com a matéria, uma radiação beta ou uma partícula proveniente de um acelerador linear, interage basicamente com o campo elétrico de sua carga, influenciado pela sua massa.
  • 99.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Numa visão simples de uma colisão, parece se comportar como o choque de duas esferas rígidas num mero evento mecânico.  Sob o ponto de vista físico, o elétron interage com vários elétrons atômicos ao mesmo tempo e, na interação com o elétron mais próximo, eles se afastam sem se tocar, devido ao aumento da repulsão de seus campos elétricos quando a distância entre eles é muito pequena.  Neste evento, pode haver transferência ou conversão de energia, resultando em excitação ou ionização do átomo, emissão de radiação de frenamento (bremsstrahlung) e mudança de direção da partícula.
  • 100.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Como num material existem muitos elétrons, quando um elétron nele incide, haverá uma série de colisões sequenciais, com correspondentes transferências de energia e mudanças de direção.  A energia inicial do elétron incidente vai sendo gradativamente transferida para o material, numa trajetória com a forma de linha quebrada.  Supondo, então, que uma certa quantidade média de energia dE foi transferida entre um ponto A de referência e um ponto B de avaliação final, após várias colisões, a relação entre a energia dE, média, e a distância dx entre os pontos A e B é denominada de LET.  Quando se fala em energia localmente cedida pela partícula, está implícito que o percurso da partícula carregada é menor do que o seu alcance (range) no meio material.
  • 101.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Na definição do dE/dx, a partir da perda média de energia no espaço percorrido, existe ainda uma dificuldade não explicitada:  É como acompanhar o elétron incidente se, após a primeira colisão, podem sair dois elétrons com energias muito próximas, cada um gerando uma sequência semelhante de colisões dentro do material.  Assim, não contabilizando as perdas de energia pelas partículas secundárias de alta energia (raios δ), a LET recebe a denominação de Transferência Linear de Energia Irrestrito, denotado por L∞, uma vez que não se fixou um valor de energia de corte no processo de degradação.
  • 102.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Acompanhando o percurso de uma partícula carregada num meio material e o processo de transferência de sua energia, percebe-se que ela não possui um valor fixo de LET.  Após cada interação, o valor da energia da partícula é diferente e o valor de dE/dx depende deste valor.  O que é chamado de LET constitui um valor médio obtido de um espectro largo de valores.
  • 103.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A a separação de radiações de baixa e alta LET é muito arbitrária, embora de utilidade prática.  Outra observação importante é que o termo Linear nada tem a ver com uma trajetória retilínea.  Ele significa simplesmente que é a estimativa mais simples que se faz de dE/dx, supondo que ele possa ser calculado por um desenvolvimento em série de Taylor, onde se escolheu o seu valor até o segundo termo, ou seja, o termo linear.
  • 104.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O fator de qualidade Q da radiação como função da LET, com seus valores médios estabelecidos pela ICRP podem constituir guias administrativos de importância prática, mas não de utilidade científica, pois muitas incertezas e aproximações foram embutidas.  É por isso que a ICRP, em seu lugar, estabeleceu um fator de ponderação wR, obtido de uma revisão de uma grande variedade de tipos de exposição e informações biológicas.  Consequentemente, com a introdução do wR foi necessário a definição da Dose Equivalente (Equivalent Dose), em substituição ao Equivalente de Dose (Dose Equivalent).
  • 105.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Método de cálculo  Traço médio  Dividindo o traço em comprimentos iguais e ponderando a energia depositada em cada trajetória  Energia média  Dividindo o traço em intervalos de energia iguais e ponderando as trajetórias dos traços que contem essa quantidade de energia
  • 106.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Valores Típicos de Transferência Linear de Energia Radiação Transferência Linear de Energia, keV/μm Cobalto-60 - raios γ 250 kV – raios X 10 MeV prótons 150 MeV protons 14 MeV nêutrons 2,5 MeV partícula α 2 GeV Fe íons 0,2 2,0 4,7 0,5 Traço médio Energia média 12 100 166 1000
  • 107.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES O método de ponderação faz pouca diferença para raios X ou para partículas carregadas monoenergéticas Mas o traço médio e a energia media são diferentes para nêutrons É útil como uma maneira simples e ingênua de indicar a qualidade de diferentes tipos de radiação  Energia ↑, LET↓, Eficácia Biológica↓
  • 108.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES LET para 100 keV/μm A separação media entre eventos ionizantes coincide com o diâmetro da hélice do DNA (isto é, aproximadamente 20 nm) Maior probabilidade de causar quebra dupla de tira pela passagem de uma única partícula carregada
  • 109.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Raios X Ionização esparsa Probabilidade de um único traço causar uma quebra dupla de tira é baixa LET > 200 keV/μm Prontamente produz quebra d-s Energia “desperdiçada” porque os eventos ionizantes estão muito próximos RBE é a razão de doses produzindo igual efeito biológico RBE : radiação densamente ionizante < LET ideal para a radiação Mais efetiva por traço, menos efetiva por unidade de dose
  • 110.  TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES • Resumo • A LET mais efetiva biologicamente é aquela onde existe uma coincidência entre o diâmetro da hélice do DNA e a separação media dos eventos ionizantes • A radiação possuindo esta LET ideal • Nêutrons de algumas centenas de keV • Prótons de baixa energia • Partícula alfa
  • 111.  EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Curvas de sobrevivência para células cultivadas de origem humana determinadas por quatro diferentes tipos de radiação Para raios X 250 kVp Baixa LET Alta OER (2,5)
  • 112.  EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Para neutron de 15 MeV Ionização intermédia OER = 1,6 Para partícula α de 4 MeV • Ligeiramente menos densamente ionizante • LET 110 keV/μm • OER = 1,3 Para partícula α de 2,5 MeV Densamente ionizante LET = 166 keV /μm OER = 1
  • 113.  EFEITO DO OXIGÊNIO NA TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA LINEAR - LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Variação do relação de aumento de oxigênio (OER) e a eficácia biológica relativa (RBE) em função da transferência linear de energia (LET) da radiação envolvida. As duas curvas são virtualmente imagens espelhadas uma da outra Aumento rápido da RBE e a rápida queda da OER ocorre em aproximadamente a mesma LET, 100 keV /μm
  • 114.  PAPEL DA QUALIDADE DA RADIAÇÃO  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Ponderação biológica da radiação ionizante:  O efeito biológico devido a radiação depende  da densidade das ionizações,  da Transferência de Energia Linear (LET), que é a energia realmente depositada por unidade de distância ao longo da pista (ou seja, -dE / dx). Eficácia biológica relativa RBE: • RBE descreve a dependência da eficácia biológica em LET. • RBE é a razão das doses físicas da radiação de teste (Dt) e, por exemplo, Raios X (Dx), levando ao mesmo efeito biológico: RBE = 𝐷𝑥 𝐷𝑡
  • 115.  PAPEL DA QUALIDADE DA RADIAÇÃO  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Distribuição de energia da radiação de diferentes LET, mas de mesma dose atingindo uma célula biológica  Ponderação biológica da radiação ionizante:  A eficácia biológica da radiação ionizante depende de sua qualidade, ou seja,  da densidade de ionizações,  da Transferência de Energia Linear (LET)  RBE descreve a dependência da eficácia biológica em termos da LET de uma radiação em relação a uma radiação padrão, por exemplo, raios X  O fator de qualidade é uma aproximação generalizada da RBE com base na LET
  • 116.  FATOR DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Distribuição de energia da radiação de diferentes LET, mas de mesma dose atingindo uma célula biológica  Ponderação biológica da radiação ionizante:  A eficácia biológica da radiação ionizante depende de sua qualidade, ou seja,  da densidade de ionizações,  da Transferência de Energia Linear (LET)  RBE descreve a dependência da eficácia biológica em termos da LET de uma radiação em relação a uma radiação padrão, por exemplo, raios X  O fator de qualidade é uma aproximação generalizada da RBE com base na LET
  • 117.  FATOR DE PONDERAÇÃO DA RADIAÇÃO  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES • O propósito • A radiação difere em sua eficácia biológica por unidade de dose absorvida • As complexidades da RBE são muito difíceis de aplicar na especificação de limites de dose em todos os dias da proteção radiológica • Dose equivalente • Dose absorvida × fator de ponderação • Unidade : sievert (Sv) onde dose é expressada em gray Rad equivalent man (rem) onde dose é expressada em rad
  • 118.  RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  As radiações consideradas de baixa LET são:  raios X, raios , β+ e β-.  A LET só é definida para radiações constituídas por partículas carregadas.  A inclusão dos raios X e da radiação 𝛾 se deve ao fato de que, após a primeira interação com a matéria, aparecem elétrons por efeito fotoelétrico, por espalhamento Compton ou por formação de pares.  Por isso, tais radiações são também denominadas de indiretamente ionizantes.
  • 119.  RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os elétrons Auger são também considerados radiações de baixa LET, mas podem apresentar valores de RBE maiores que os demais elétrons.  Se o radionuclídeo que os emite não penetrar na célula, os elétrons Auger são incapazes de produzir efeitos biológicos, devido ao seu pequeno alcance.  Para os que penetram na célula, mas não se incorporam ao DNA, a RBE é de 1,5 a 8.  Para os que se incorporam no DNA como o 125I, a RBE de seus elétrons Auger fica na faixa de 20 a 40.
  • 120.  INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para fins de proteção radiológica, as doses (e taxas de doses), normalmente têm valores muito baixos, da ordem de mGy ou dezenas de mGy.  Para estes valores de dose, não existem estudos epidemiológicos suficientes para estabelecer, com segurança, o formato da curva dose-resposta, ou a existência de um limiar.  Como a maioria das informações sobre carcinogênese radioinduzida foi obtida com doses acima de 0,1 Gy e com taxas de doses muito altas, fazem-se extrapolações das curvas de dose-resposta, para a região de doses baixas.
  • 121.  INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Dentre as fórmulas matemáticas para explicitar tais hipóteses, a mais utilizada é a linear-quadrática (E = D + βD2)  A denominação linear-quadrática é matematicamente incorreta, pois, se for linear não pode ser quadrática.  Entretanto, ela é muito usada, devido ao fato de que, para doses baixas, o efeito é proporcional à dose, ou seja, responde linearmente e, para doses elevadas, o efeito aumenta com o quadrado da dose.
  • 122.  INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O comportamento dos efeitos biológicos que resultam em tumores cancerosos é descrito, matematicamente, da seguinte forma: a. Para valores de dose muito baixos, por não se ter dados experimentais inequívocos, supõe-se que a probabilidade de incidência de câncer seja proporcional à dose absorvida; b. Na região de doses elevadas, com dados obtidos das vítimas de Hiroshima e Nagasaki, acidentes radiológicos e experiências em laboratório, a probabilidade de incidência de câncer varia, na maioria dos casos, com o quadrado da dose; e c. Para doses muito elevadas, a probabilidade de indução de câncer decresce devido a alta frequência de morte celular, que impede a evolução para um câncer.
  • 123.  INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE BAIXA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Assim, a relação entre a dose e a probabilidade de indução de câncer é considerada linear, para radiações de baixa LET, quando os valores de dose estão abaixo dos limites recomendados pela ICRP.
  • 124.  RADIAÇÕES DE ALTA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  As radiações consideradas de alta LET são aquelas que possuem um alto poder de ionização e uma alta taxa de transferência de energia num meio material.  Para o mesmo valor da dose absorvida, são as que induzem maiores danos biológicos.  Partículas alfa, íons pesados, fragmentos de fissão e nêutrons são classificados como radiações de alta LET.  As partículas carregadas interagem com os átomos situados defronte à linha de incidência e também nas proximidades, devido a ação da sua carga elétrica e sua massa.  São denominadas de radiações diretamente ionizantes.  As radiações denominadas de indiretamente ionizantes só são percebidas pelo material, após a primeira ionização, quando liberam elétrons; caso contrário, atravessam o material sem interagir.
  • 125.  INDUÇÃO DE CÂNCER PELAS RADIAÇÕES DE ALTA LET  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para as radiações de alta LET, o fracionamento da dose produz o mesmo efeito ou até o aumenta.  Este fenômeno é denominado de efeito reverso da taxa de dose, conforme mostra a Figura.  As radiações de alta LET causam mais danos por unidade de dose que as de baixa LET.  Para efeito de morte celular, a RBE é de 2 a 3.  Para efeitos determinísticos, geralmente não excede a 10.
  • 126.  FATOR DE EFICIÊNCIA DA DOSE E DA TAXA DE DOSE - DDREF  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A ICRP julga que quando se obtém coeficientes de probabilidade de indução de câncer num dado órgão, obtidos com altas doses e altas taxas de dose de radiações de baixa LET, para aplicá-los em estimativas com baixas doses ou baixas taxas de dose, deve-se utilizar um fator de redução, o DDREF (Dose and Dose Rate Effectiveness Factor).  Este fator não se aplica para dados obtidos com radiações de alta LET.
  • 127.  FATOR DE REDUÇÃO DDREF  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para fins de proteção radiológica, a ICRP (60) recomenda a inclusão de um fator de redução (DDREF) nos coeficientes de cálculo da probabilidade de indução de câncer devido a doses baixas (< 0,2 Gy) e baixas taxas de dose (< 0,19 Gy/h) de radiações de baixa LET.  Devido à variedade de tipos de tumor, nos diversos tecidos ou órgãos, e considerando que os valores atribuídos ao DDREF dependem dos intervalos de valores de dose e taxa de dose estudados, alguns organismos internacionais, como o NCRP e a UNSCEAR, sugeriram o uso de um valor entre 2 e 10, após a revisão dos dados experimentais disponíveis.  Por exemplo, para o 60Co, a redução de expectativa de vida devido a tumores, com exposições únicas, fracionadas e contínuas, o DDREF = 5.  A ICRP recomenda, para propósitos de proteção radiológica, um valor conservativo e arbitrário de DDREF = 2.
  • 128.  OBTENÇÃO DO DDREF  RADIOSSENSIBILIDADE DOS TECIDOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  O fator de redução DDREF é obtido, matematicamente, da curva de resposta Probabilidade de Indução de Câncer versus Dose Absorvida, para o sistema biológico estudado, e nas faixas de dose e de taxa de dose de interesse.  Assim, considerando a curva de resposta o O DDREF é obtido pela expressão: 𝐷𝐷𝑅𝐸𝐹 = 𝛼𝐿 𝛼1 onde  L é a inclinação da reta de ajuste dos dados experimentais dos pontos de altas doses ou altas taxas de dose (DDREF tem valores altos) e  1 é a inclinação da reta de ajuste dos dados experimentais dos pontos (poucos pontos) de baixas doses ou baixas taxas de dose (DDREF com valor próximo de 1).
  • 129.  DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 130.  DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os efeitos radioinduzidos podem receber denominações o em função do valor da dose e forma de resposta, o em função do tempo de manifestação e do nível orgânico atingido.  Assim, em função da dose e forma de resposta, são classificados o em estocásticos e determinísticos;  Em termos do tempo de manifestação, o em imediatos e tardios;  Em função do nível de dano, o em somáticos e genéticos (hereditários).
  • 131.  DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Do ponto de vista da característica dose resposta:
  • 132.  DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES
  • 133.  DENOMINAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES EFEITOS ESTOCÁSTICOS Podem aparecer a partir de lesões de uma ou várias células SEM LIMIAR Aumento da dose de radiação AUMENTO DA FREQUÊNCIA E NÃO DA GRAVIDADE DO EFEITO Efeito do tipo tudo ou nada EFEITOS HEREDITÁRIOS CÂNCER EFEITOS DETERMINÍSTICOS Gravidade depende do número de células ou tecidos lesados COM LIMIAR Aumento da dose de radiação AUMENTO DA GRAVIDADE DO EFEITO Catarata Síndrome Aguda das Radiações
  • 134.  EFEITOS ESTOCÁSTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  São efeitos em que a probabilidade de ocorrência é proporcional à dose de radiação recebida, sem a existência de limiar.  Isto significa que doses pequenas, abaixo dos limites estabelecidos por normas e recomendações de proteção radiológica, podem induzir tais efeitos.  Entre estes efeitos, destaca-se o câncer.  A probabilidade de ocorrência de um câncer radioinduzido depende do número de clones de células modificadas no tecido ou órgão, uma vez que depende da sobrevivência de pelo menos um deles para garantir a progressão.  O período de aparecimento (detecção) do câncer após a exposição pode chegar até 40 anos.  No caso da leucemia, a frequência passa por um máximo entre 5 e 7 anos, com período de latência de 2 anos.  Na Figura é apresentada uma estimativa do tempo de latência para o aparecimento de câncer após exposição.
  • 135.  EFEITOS ESTOCÁSTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Podem resultar da exposição a baixas doses durante grandes períodos de tempo – exposição crônica.  A gravidade é independente da dose total e não existe um limiar de dose.  Exemplo típico destes efeitos são as mutações: alterações no DNA.  Muitas vezes o organismo não consegue reparar estas mutações, ou então fá-lo de uma forma deficiente, criando novas mutações.  As mutações podem ocorrer nas células germinais ou nas células somáticas:  As mutações nas células somáticas afetam apenas o próprio indivíduo que foi exposto – podem originar câncer.  As mutações nas células germinais podem ser transmitidas para a descendência – podem originar efeitos hereditários.
  • 136.  EFEITOS DETERMINÍSTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  São efeitos causados por irradiação total ou localizada de um tecido, causando um grau de morte celular não compensado pela reposição ou reparo, com prejuízos detectáveis no funcionamento do tecido ou órgão.  Existe um limiar de dose, abaixo do qual a perda de células é insuficiente para prejudicar o tecido ou órgão de um modo detectável.  Isto significa que os efeitos determinísticos são produzidos por doses elevadas, acima do limiar, onde a severidade ou gravidade do dano aumenta com a dose aplicada.  A probabilidade de efeito determinístico, assim definido, é considerada nula para valores de dose abaixo do limiar, e 100%, acima.  Além da severidade, os efeitos determinísticos variam com a frequência em que um dado efeito, definido como condição patológica reconhecível, aumentando em função da dose, em uma população de indivíduos com diferentes susceptibilidades (curvas a, b e c), conforme ilustra a Figura.
  • 137.  EFEITOS DETERMINÍSTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Exemplos de efeitos determinísticos na pele são:  eritema e descamação seca para dose entre 3 e 5 Gy, com sintomas aparecendo após 3 semanas;  descamação úmida acima de 20 Gy, com bolhas após 4 semanas;  necrose para dose acima 50 Gy, após 3 semanas.  Na Tabela são apresentados os limiares de dose para efeitos como esterilidade temporária ou permanente, opacidade das lentes, catarata, e depressão do tecido hematopoiético, para exposições única e fracionada.
  • 138.  EFEITOS DETERMINÍSTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Surgem quando há exposição a elevadas doses de radiação, e tornam-se mais graves à medida que a exposição aumenta.  Pequenos períodos de tempo com altas doses de radiação são designados por – exposição aguda.  Existe um limiar de dose, ou seja, para valores de exposição acima deste limiar observa-se necessariamente, para todos os indivíduos, uma lesão.  É um efeito certo.  Muitos dos efeitos não cancerígenos provocados pela radiação são não estocásticos.  Os efeitos determinísticos observam-se pouco tempo após a exposição à radiação e observam-se na pele, nos órgãos reprodutores, na medula óssea, e nos intestinos.  Contudo há efeitos que só vem a ser observados mais tardiamente, como é o caso das cataratas.
  • 139.  EFEITOS SOMÁTICOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Surgem do dano nas células do corpo e o efeito aparece na própria pessoa irradiada.  Dependem da dose absorvida, da taxa de absorção da energia da radiação, da região e da área do corpo irradiada.
  • 140.  EFEITOS GENÉTICOS OU HEREDITÁRIOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  São efeitos que surgem no descendente da pessoa irradiada, como resultado do dano produzido pela radiação em células dos órgãos reprodutores, as gônadas.  Têm caráter cumulativo e independe da taxa de absorção da dose.
  • 141.  DOSE GENETICAMENTE SIGNIFICATIVA (GSD)  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Permite avaliar a influência genética das baixas doses de radiação para populações inteiras  É uma dose calculada a partir das doses nos gônadas recebidas pela população inteira  Quando se determina a GSD, a dose equivalente para os gônadas para cada pessoa irradiada é corrigida para o número de crianças esperadas para uma pessoa dessa idade e sexo  Esta dose tem em atenção as contribuições esperadas desta população nas gerações futuras de crianças  A GSD assume que esta dose, se recebida por todos os membros da população, provocaria idêntico efeito genético
  • 142.  DOSE GENETICAMENTE SIGNIFICATIVA (GSD)  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A GSD anual de todas as fontes de radiação é aproximadamente de 1,3 mSv  A maior contribuição singular, aproximadamente 1,02 mSv ou 78% resulta da radiação de fundo natural, primariamente originada nos raios cósmicos, exposição terrestre e radionuclídeos no interior do corpo  A contribuição do radônio é aproximadamente 0,1 mSv  As fontes tecnológicas contribuem para a GSD principalmente sob a forma de exposições médicas, sendo de aproximadamente 0,2 mSv ou 15%  Cerca de 2/3 desta é atribuível à irradiação das mulheres e 1/3 à irradiação dos homens  A exposição é maior para as mulheres por causa da localização dos ovários dentro da pélvis, o que os coloca no feixe primário durante as radiografias de abdômen e pélvis
  • 143.  DOSE DUPLICADORA  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Dados experimentais  Esta é a dose de radiação necessária por geração para duplicar a taxa de mutações espontâneas  A taxa de mutações espontâneas é aproximadamente de 6%  Dados extrapolados a partir dos estudos animais  Varia de 0,5 a 2,5 Gy para cada geração  Considera-se um intervalo de doses por causa das diferenças na frequência das mutações que são observadas com exposições crônicas e agudas  Para as exposições crônicas  doses mais elevadas  Para as exposições agudas  doses mais baixas
  • 144.  DOSE DUPLICADORA  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Considerando o potencial de cada indivíduo, se a população inteira for exposta a uma dose nos gônadas entre os 0,5 e 2,5 Gy, haverá cerca do dobro do número de mutações nos seus descendentes  Comitê BEIR  Uma exposição de 1 cGy dada a uma geração causaria 6 a 65 alterações genéticas adicionais/ 1000000 de nascimentos na geração seguinte
  • 145.  DOSE DUPLICADORA  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Se a população for continuamente exposta a um aumento da dose de 1 cGy para cada geração  Será esperado um acréscimo de 100 alterações genéticas, a maior parte com origem em mutações autossômicas dominantes moderadas  Lesões cromossomais e mutações recessivas contribuem somente de uma maneira mínima  Alguns canceres têm origem genética, mas não foi provado que a radiação tenha a capacidade de influenciar a susceptibilidade herdada ao câncer
  • 146.  EFEITOS IMEDIATOS E TARDIOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os primeiros efeitos biológicos causados pela radiação, que ocorrem num período de poucas horas até algumas semanas após a exposição, são denominados de efeitos imediatos, como por exemplo, a radiodermite.  Os que aparecem depois de anos ou mesmo décadas, são chamados de efeitos atrasados ou tardios, como por exemplo, o câncer.  Se as doses forem muito altas, predominam os efeitos imediatos, e as lesões serão severas ou até letais.  Para doses intermediárias, predominam os efeitos imediatos com grau de severidade menor, e não necessariamente permanentes.  Poderá haver, entretanto, uma probabilidade grande de lesões severas a longo prazo.  Para doses baixas, não haverá efeitos imediatos, mas há possibilidade de lesões a longo prazo.
  • 147.  EFEITOS IMEDIATOS E TARDIOS  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os efeitos tardios (atrasados), principalmente o câncer, complicam bastante a implantação de critérios de segurança no trabalho com radiações ionizantes.  Não é possível, por enquanto, usar critérios clínicos porque, quando aparecem os sintomas, o grau de dano causado já pode ser severo, irreparável e até letal.  Em princípio, é possível ter um critério biológico e espera-se algum dia ser possível identificar uma mudança biológica no ser humano que corresponda a uma mudança abaixo do grau de lesão.  Por enquanto, utilizam-se hipóteses estabelecidas sobre critérios físicos, extrapolações matemáticas e comportamentos estatísticos.
  • 148.  CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS BIOLÓGICOS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Exposição aguda de Corpo Inteiro o efeitos imediatos (determinísticos) o e/ou efeitos tardios (estocásticos)  Exposição aguda localizada o efeitos imediatos (determinísticos) o e/ou tardios (estocásticos)  Exposição crônica o efeitos tardios (estocásticos)
  • 149.  ESPECIFICIDADE  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Os efeitos biológicos conhecidos como decorrentes de exposição à radiação ionizante podem ser provocados por outras causas, isto é, os efeitos biológicos das radiações não são característicos ou específicos dessas radiações.  Outros agentes físicos, químicos ou biológicos podem causar os mesmos efeitos.  Portanto, a radiação não provoca nenhuma enfermidade que não seja conhecida pelo homem antes de que este usufruísse da energia nuclear
  • 150.  TEMPO DE LATÊNCIA  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Período de tempo que decorre entre o momento da irradiação e o aparecimento de um dano visível (detectável). o O tempo de latência varia inversamente com a dose de radiação recebida o Efeitos tardios - tempo de latência para o aparecimento desse tipo de efeito é muito longo - Câncer o Após a irradiação de Hiroshima e Nagasaki, frequência anormal de leucemia entre o 6º. e 12º. anos após as explosões, voltando ao normal 25 anos após as explosões
  • 151.  REVERSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Em certos casos os efeitos apresentam caráter de reversibilidade, dependendo: o da dose recebida o da taxa de de dose o do órgão atingido  A célula poderá sintetizar uma nova estrutura? o EX: alterações funcionais (temporárias)  Câncer e necrose – irreversível  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 152.  REVERSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A célula possui muitos mecanismos de reparo, uma vez que, durante sua vida, sofre danos provenientes de substâncias químicas, variação da concentração iônica no processo de troca de nutrientes e dejetos junto à membrana celular, danos físicos produzidos por variações térmicas e radiações.  Mesmos danos mais profundos, produzidos no DNA, podem ser reparados ou compensados, dependendo do tempo e das condições disponíveis.  Um tecido atingido por uma dose de radiação única e de baixo valor, tem muitas condições de recuperar sua integridade, mesmo que nele haja um certo percentual de morte de suas células.  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 153.  REVERSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Em condições normais, ele repõe as células e retoma o seu ritmo de operação.  Nestas condições, pode-se dizer que o dano foi reversível.  Para efeito de segurança, em proteção radiológica, considera-se que o efeito biológico produzido por radiação ionizante é de caráter cumulativo, ou seja, despreza-se o reparo do dano.  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 154.  TRANSMISSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A maior parte das alterações causadas no organismo humano pelas radiações ionizantes não são transmissíveis a outras células ou outros organismos.  São transmissíveis aquelas alterações que ocorrem no patrimônio hereditário das células germinativas e os efeitos poderão aparecer nos descendentes do indivíduo irradiado.  O que pode eventualmente ser transmitido é um efeito de doses elevadas que, lesando significativamente as células reprodutivas, pode resultar num descendente portador de defeito genético.  Não há relação nenhuma entre a parte irradiada numa pessoa e o local de aparecimento do defeito no organismo do filho.  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 155.  TRANSMISSIVIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Uma pessoa danificada pela radiação, mesmo exibindo sintomas da síndrome de irradiação aguda, pode ser manuseada, medicada e transportada como um doente qualquer, pois sua doença não pega.  O cuidado que se deve ter no tratamento destas pessoas, é o dos médicos, enfermeiros, demais pessoas e instalações de não contaminá-las por vírus ou bactérias por eles portados, uma vez que, a resistência imunológica dos pacientes está muito baixa.  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 156.  TRANSMISSIVIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  As pessoas que sofreram contaminação, interna ou externa, com radionuclídeos é que precisam ser manuseadas com cuidado, pois tais radionuclídeos podem estar presentes no suor, na excreta e muco das vítimas.  Por exemplo, as vítimas do acidente com o 137Cs, em 1987 em Goiânia, tiveram que ficar isoladas e, durante o tratamento especial, os técnicos tiveram que usar macacões, luvas, máscaras e sapatilhas para não se contaminar radioativamente e não contaminar biologicamente os enfermos.  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 157.  DOSE LIMIAR  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Dose mínima necessária para que certos efeitos ocorram.  Alguns efeitos não apresentam dose limiar  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 158.  RADIOSSENSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Nem todas as células, tecidos, órgãos ou organismos respondem igualmente a mesma dose de radiação.  Alguns fatores influenciam essa resposta Lei de Bergonie e Tribondeau  A radiossensibilidade das células é diretamente proporcional a sua capacidade de reprodução e inversamente proporcional ao seu grau de especialização  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 159.  RADIOSSENSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES Quanto maior a taxa proliferativa (atividade de divisão celular) Maior a sensibilidade da célula, maior a chance de erro Quanto maior o grau de diferenciação celular (pouca atividade metabólica) Menor a sensibilidade da célula
  • 160.  RADIOSSENSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 161.  RADIOSSENSIBILIDADE  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES IONIZANTES
  • 162.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 1. Qualidade da radiação Baixa LET (gama, X e Beta) Alta LET (nêutron, alfa) Efeito da Taxa de Dose Dependente Independente ou Dependência Inversa Resposta a Dose Frequentemente linear- quadrática Frequentemente linear Dano ao DNA Principalmente indireto Principalmente direto Dano mais simples ao DNA Dano mais complexo ao DNA Reparo ao DNA Mais fácil Mais difícil Efeito do Oxigênio Sensibiliza o tecido Nenhum Efeito de Radicais Sequestradores Reduz o dano Nenhum
  • 163.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 2. Efeito da taxa de dose A distribuição da dose pode ser classificada como:  Exposição crônica.  A dose é administrada a uma taxa baixa ao longo de um longo tempo, por exemplo, 1 mGy/h por 10000 horas (total de 10 Gy).  Exposição fracionada.  A dose é distribuída em quantidades discretas, por exemplo, 1 Gy são fornecidos por semana durante 10 semanas (dose total: 10 Gy).  Exposição aguda.  A dose total é administrada de uma vez ou em um tempo muito curto (total de 10 Gy).
  • 164.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 3. Tecido exposto  Um tecido é um grupo de células semelhantes organizadas para desempenhar uma função comum. Lei de Bergonie e Tribondeau (1906)  A lei caracteriza os tecidos do corpo que são mais radiossensíveis.  Como todas as leis da biologia, é uma generalização e tem exceções.  Embora os radiobiólogos tendam a rejeitar a “lei”, ela tem seus usos. A lei afirma que os tecidos mais radiossensíveis possuem células que estão em:  divisão no momento da exposição (a mitose é a fase mais sensível do ciclo celular)  um tipo indiferenciado, ou seja, não especializado em estrutura e função A lei descreve os tecidos onde os efeitos precoces (agudos) são observados.  Esses efeitos iniciais são devido a grandes doses em curtos períodos de tempo e envolvem principalmente a morte celular.
  • 165.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 4. Tempo de exposição durante o ciclo celular  Para radiação de baixa LET, os estágios mais sensíveis do ciclo celular, no que diz respeito à morte celular, são a mitose e o G1 tardio (na fronteira G1-S).  Isso pode ser porque os cromossomos são condensados durante a mitose e os mecanismos de reparo têm acesso deficiente à molécula de DNA.  Para radiação de alta LET, todas as fases do ciclo celular parecem igualmente sensíveis.  Na radioterapia, as células cancerosas com maior probabilidade de serem mortas são aquelas no estágio sensível do ciclo celular.  As células em outras fases do ciclo celular sobrevivem.  É assim que as exposições à radiação podem sincronizar as células no ciclo celular.  As exposições subsequentes à radiação para as células cancerosas sincronizadas são particularmente eficazes.  A radiação pode retardar a passagem de uma célula através de G1 e G2.  Um possível efeito disso é dar à célula mais tempo para reparar os danos antes da divisão.
  • 166.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 5. Resposta Adaptativa  Baixas doses de radiação parecem ser capazes de iniciar mudanças nas células que reduzem as consequências de exposições subsequentes.  Por exemplo, uma dose de condicionamento de 5 a 200 mGy para linfócitos pode resultar em uma resposta adaptativa cerca de quatro a seis horas depois.  Esta resposta adaptativa resulta em um número menor do que o esperado de aberrações cromossômicas após uma segunda dose de “desafio”.  Essa resposta adaptativa parece envolver a ativação de certos genes que aumentam a produção de enzimas envolvidas no reparo do DNA.
  • 167.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 7. Agentes de proteção química Intervenção Química A introdução de certos produtos químicos no meio em que as células existem pode alterar a resposta da população celular às doses de radiação administradas.  Esses produtos químicos alteram os efeitos indiretos (via radicais livres) da radiação no DNA.
  • 168.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 8. Temperatura  Em muitos experimentos, um aumento dramático na radiorresistência foi produzido pela redução da temperatura corporal de um animal.  Por exemplo, em camundongos,  LD50 pode ser duplicada reduzindo a temperatura corporal para 5 oC.  O aumento da radiorresistência é aparentemente devido a uma redução na tensão de oxigênio que acompanha uma temperatura corporal mais baixa.  Em alguns casos, a temperatura baixa serve apenas para atrasar o efeito, não reduzi-lo.  Se o efeito for simplesmente atrasado, pode ser devido a uma taxa mitótica reduzida; assim que o animal aquece e a mitose recomeça, pode ocorrer a morte das células mitóticas.
  • 169.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 9. Sexo  Em algumas espécies, as fêmeas tendem a ser ligeiramente mais radiorresistentes do que os machos.  isso está relacionado a diferenças nos níveis hormonais  é sugerido pelo fato de os machos castrados reverterem essa tendência.  As diferenças de sensibilidade dependem do efeito que está sendo procurado.  Por exemplo,  os homens são mais suscetíveis à leucemia induzida pela radiação,  enquanto as mulheres são mais suscetíveis ao câncer de tireoide induzido pela radiação.  Os linfócitos de homens e mulheres diferem em sua radiossensibilidade, algo que pode introduzir incerteza na dosimetria citogenética.  A variabilidade nos níveis hormonais femininos foi associada a variações na radiossensibilidade dos linfócitos.
  • 170.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 10. Idade
  • 171.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 11. Espécies  Para os animais, quanto mais primitiva a espécie, mais radiorresistente é o organismo.  Quanto mais avançado o organismo, mais radiossensível ele é.  Com espécies de plantas, quanto maior o volume do cromossomo interfase (ICV), maior a radiossensibilidade.  O ICV é definido como o volume médio dos núcleos dividido pelo número de cromossomos característicos da espécie.
  • 172.  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES Fatores que afetam a radiossensibilidade 11. Espécies  Uma maneira útil de comparar as radiossensibilidades de diferentes espécies é comparando seus LD50.  LD50 é a dose de uma exposição aguda que matará 50% da população (com os organismos expostos não tratados).  Normalmente especificamos que as mortes devem ocorrer dentro de um certo tempo após a exposição.  Por exemplo, LD50 / 30 é a dose que matará 50% da população em 30 dias.  LD50 / 60 indica que as mortes ocorrem em 60 dias.
  • 173.  EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para uma melhor compreensão dos efeitos pré-natais induzidos pelas radiações ionizantes, a evolução de um feto é descrita simplificadamente na Tabela, onde o período de avaliação é de semanas.
  • 174.  EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Para fins de Proteção Radiológica, a publicação Nº 89 da ICRP, de 2001, estabelece os valores de referência para as dimensões, massas, conteúdo de todas as fases do corpo humano, desde a fase embrionária até a adulta.  Os efeitos biológicos pré-natais induzidos pela radiação ionizante podem ser avaliados em duas situações: a) os induzidos por radionuclídeos ingeridos ou inalados pela mãe e transferidos ao embrião ou feto; b) os induzidos pela radiação externa, durante o período de gravidez.
  • 175.  EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  No relatório da UNSCEAR de 1986, denominado Genetic and Somatic Effects of Ionizing Radiation, foram avaliados dados de experimentos com animais e das pessoas expostas em Hiroshima e Nagasaki, e enfocados, principalmente, os temas: a) efeitos letais no embrião; b) mal-formações e outras alterações estruturais e no crescimento; c) retardo mental; d) indução de doenças, incluindo a leucemia; e e) efeitos hereditários.
  • 176.  EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  Na publicação Nº 60 da ICRP, de 1990, a questão da irradiação do feto, durante o período de gestação foi estudada onde os valores das probabilidades de indução de efeitos por radiações de baixa LET foram determinados.  Eles são resumidos na Tabela
  • 177.  EFEITOS BIOLÓGICOS PRÉ-NATAIS  EFEITOS BIOLÓGICOS DAS RADIAÇÕES  A Publicação No.88 da ICRP de 2001, intitulada: “Dose to the Embryo and Fetus from Intake of Radionuclides by the Mother”, apresenta um estudo aprofundado sobre a questão, levando em conta a transferência de radionuclídeos pela placenta, distribuição e retenção no tecido fetal.  São apresentados os modelos Biocinéticos e Dosimétricos para o cálculo das doses no embrião, no feto e recém- nascido resultantes da ingestão ou inalação de radionuclídeos pela mãe, antes ou durante a gravidez.  São exibidas as tabelas para cada radionuclídeo, órgão ou sistema do corpo humano.