O documento discute como as redes sociais estão afetando a felicidade e bem-estar das crianças. Um estudo no Reino Unido encontrou que cada vez mais crianças entre 8-12 anos dependem dos "gostos" nas redes sociais para validação social e autoestima, e que isso pode ter efeitos negativos em seu desenvolvimento. Os pais, escolas e empresas de mídia social precisam assumir mais responsabilidade para proteger as crianças.
3. “São cada vez mais novas as
crianças cuja felicidade depende
do número de "gostos" nas redes
sociais”
4. “Novo estudo realizado no Reino Unido
sugere que as crianças entre os 8 e os 12 anos
estão a tornar-se viciadas nas redes sociais e
que os 'gostos' no Facebook e Instagram
funcionam como uma validação social para
elas.”
5. Anne Longfield, desenvolveu um estudo com a
intenção de perceber até onde as redes sociais têm
influência no bem-estar de uma criança e na sua
autoestima.
Nesta investigação verificou-se que o número de
crianças, com idades inferior a 12 anos, com conta
própria em redes sociais é cada vez maior e cm o
intuito único de procurar aprovação social através
dos 'gostos'.
6. Através deste estudo percebeu-se que: por um lado, "as
redes sociais têm um efeito positivo no bem-estar das
crianças e permite-lhes fazer coisas que elas gostam como
de se manter em contacto com os amigos e estar ocupado",
por outro lado, "tem um efeito negativo porque leva as
crianças a preocuparem-se com coisas sobre as quais não
têm qualquer controlo“ como a exposição a riscos
emocionais, pessoais e sociais muito significantes no
crescimento e desenvolvimento da criança.
7. A faixa etária entre os 10 e os 12 anos pode ser a mais
complexa e problemática ao nível do uso e dependência
das redes sociais. Nestas idades as crianças já têm mais
noção de como usar as redes sociais e começam a fazê-lo a
partir dos seus próprios dispositivos móveis. É nesta fase
que começam a sentir pressão social para usar as redes
sociais com o objetivo de se tornarem populares e passam
a dar mais importância aos 'gostos' e à aprovação social
que estes trazem.
8. Os pais /encarregados de educação e a escola têm de se "certificar
que as crianças estão preparadas para as exigências emocionais das
redes sociais. E, simultaneamente, as companhias das redes sociais
também têm de assumir uma maior responsabilidade.
Se os pais, as escolas e as companhias não tomarem medidas, existe
um grande risco de "deixar crescer uma geração de crianças que
persegue 'gostos' para se sentir feliz e apenas se preocupa com a
aparência e imagem devido ao estilo de vida irrealista que vê nas
plataformas” como o Facebook, Instagram , Snapchat, entre outras.
Além disso aumenta significativamente os estados de ansiedade nas
crianças caso estas não consigam responder às exigências das redes.
9. Exemplo de respostas recolhidas:
“Harry tem 11 anos e diz que "se não usarmos coisas caras e de
designer as pessoas gozam" mas "quando chegamos aos 50
'gostos' começamos a sentir-nos bem porque isso significa que as
pessoas acham que ficámos bem naquela fotografia".
“Bridie, também com 11 anos, admite que usa as redes sociais
cerca de 18 horas por dia e acrescenta ainda que "vi uma
rapariga muito bonita e quero tudo o que ela tem, quem me dera
ser como ela. Quero as coisas dela, a casa dela e a maquilhagem
da MAC que ela tem. Vê-la faz me sentir aconchegada".
10. As redes sociais podem fazer criar a ideia de um mundo irreal onde
se pode ter tudo aquilo que deseja.
As crianças acreditam que têm de ser aceites no mundo social da
internet e que os 'gostos' são o meio para ter a validação, para ser
aceite e popular.
Para evitar e contrariar este tipo de ilusões nas crianças, a escola e
os pais têm que tomar medidas como falar com as crianças sobre os
aspetos positivos e negativos das redes sociais e fazê-las entender
as diferenças entre a aparência e a realidade para tentar combater a
pressão que as crianças colocam nelas próprias.
11. Redes sociais no processo de ensino e aprendizagem
Vive-se numa sociedade de constantes
transformações e a internet é responsável por
grandes mudanças, no mundo atual,
contribuindo positivamente em diversos setores
da nossa sociedade, nomeadamente a esola.
12. Acredita-se na possibilidade de que as redes
sociais do ciberespaço possam vir a
favorecer a interação e socialização dos
processos desenvolvidos na escola. E podem
contribuir significativamente com o trabalho
do professor quando utilizadas de forma
pedagógica.
13. No entanto, essas ferramentas ainda não são
devidamente exploradas em sala de aula.
Na maioria dos casos, as escolas não permitem o
acesso a esse tipo de rede social em função do
“medo” de que o aluno se interesse por assuntos
que não estejam directamente ligados aos estudos
de sala de aula.
14. A crescente evolução das tecnologias de
informação e comunicação vem criando um novo
contexto virtual e, sobre tudo, novas maneiras de
interagir no espaço cibernético. A internet é
responsável por grandes transformações sociais e
culturais e tornou-se indispensável para a
sociedade. É responsabilidade da escola preparar os
alunos para saberem lidar com este novo paradigma
de forma consciente e responsável.