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Dificuldades no Processo de Integração HIS-RIS-PACS
em uma Instituição de Saúde Privada de Grande Porte
Alexandre Rocha1
, Alexsandro Depianti2
, Alair Sarmet3
1,2.3
Esho Empresa de Serviço Hospitalares – Grupo Amil,
2,3
Sociedade Brasileira de Radiologia
Introdução
Este trabalho visa demonstrar as dificuldades
e desafios encontrados no processo de implantação
da integração entre sistema de informação hospita-
lar (HIS), de informação de radiologia (RIS) e de
armazenamento de imagens médicas (PACS) em
uma instituição de saúde de grande porte do setor
privado. São apresentados os aspectos de aborda-
gem, problemas, contramedidas e resultados.
Cenário de operação
Porte do Hospital: O Hospital de Clinicas de
Niterói está situado numa posição estratégica da
região fluminense, comportando 178 leitos, sendo
um centro de referência médica de urgência, con-
centrando grande parte do volume de atendimento
das cidades de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.
Serviço da Radiologia: O centro de imagem
do hospital realiza uma média de 10.700 exames
por mês, sendo na grande maioria oriundos da e-
mergência (média de 10.000 pacientes/mês), distri-
buídos em: radiologia convencional (Rx) (53,2%),
tomografia computadorizada (tc) (12,6%), ressonân-
cia magnética (RM) (6,3%), ultra-sonografia (US)
(14,5%), eco-cardiografia (eco) (11,6%), e angiogra-
fia (AG) (1,8%).
Possui 89 colaboradores envolvidos no supor-
te a radiologia, com a seguinte distribuição setorial:
administrativos (25), médicos (29), técnicos de Rx
(25), e de enfermagem (10).
Análise dos fluxos de trabalho
Antes da implantação da integração, no fluxo-
grama de atendimento de um exame no centro de
imagem, eram feitos entradas de dados repetidas,
sendo primariamente no HIS, passando para o RIS
e em seguida para o filme/imagem no método. Para
ilustrar este fluxo, pode-se considerar a realização
de um exame de tomografia de pé esquerdo:
I. Recepção cadastra prontuário no HIS;
II. Recepção cadastra exame a ser realizado no
HIS, busca o exame tc de articulações para
cobrança, (já que na Tabela AMB não existe tc
de pé, somente articulações);
III. Recepção cadastra prontuário no RIS;
IV. Recepção cadastra exame no RIS, busca o
exame tc de pé, e digita a região “esquerdo” ;
V. Ficha com o exame “tc de pé” é impressa com
a observação da região “esquerdo” e cód. bar-
ras;
VI. Técnico de tomografia, escreve no livro de e-
xames, dados do atendimento a ser realizado;
VII. Técnico de tomografia, digita dados do pacien-
te e exame na console do aparelho de tomo-
grafia para identificação do filmes e imagens.
Nota-se que além da perda de produtividade
com entradas redundantes, havia uma grande mar-
gem para falha humana, probabilidade de cobrança
incorreta do exame. Já os cadastros não tinham
interdependência, além da possibilidade de realiza-
ção do exame no lado/região errada, pois nem sem-
pre este campo era preenchido pela recepção e
notado pelos técnicos de tomografia.
Com a integração entre HIS, RIS e PACS, es-
perava-se que o exame pedido pelo médico solici-
tante, fosse inserido na recepção adequadamente
sem repetidas entradas, realizado corretamente na
sala de exame, e cobrado sem falhas.
Abaixo, etapas para o plano de implantação:
1.Validação da lista de exames no RIS
2.Validação dos laudos padrões por exame no RIS
3.Desmembramento dos exames no RIS
4.Desmembramento dos exames no HIS
5.Validação e associação dos preços no HIS
6.Associação dos códigos de exames do HIS no RIS
7.Validação das interfaces (views/brokers) do HIS
8.Validação da importação do HIS para o RIS
9.Validação da importação do RIS para o PACS
10.Validação da integração dicom worklist na TC
11.Homologação da integração HIS x RIS x PACS
12.Treinamento da mudança de workflow
13.Entrada em produção e eliminação de entradas
redundantes (dados demográficos do paciente, da-
dos do atendimento e exame a ser realizado).
Dificuldades
Médicas
Para a execução das etapas 1, 2, 3 e 4, lista-
das acima, foi necessário escalar um radiologista
em parceria com o setor de TI para dedicar-se a
estas atividades, já que a validação do cadastros de
exames dependia de atenção exclusiva de alguém
com visão médica, funcional e organizacional. Atra-
vés de benchmarking, padronização e adequação
de terminologia e incidência, a relação de exames
foi refeita para atender aos seguintes critérios:
• Exames divididos de acordo com seu respec-
tivo órgão ou região de atuação;
• Exames de extremidades foram divididos
quanto à lateralidade, entre esquerdo e direito;
Para exemplificar os requisitos acima, pode-
mos usar o exemplo do exame de tomografia de
articulações. De acordo com o agrupamento da Ta-
bela AMB, qualquer exame de articulação, seja de
homem ou mulher, a cobrança é a mesma, sob o
código 34010025. No entanto, do ponto de vista
radiológico, a abordagem médica para a realização
do exame dessas diversas articulações é diferente,
além de ter laudos padrões distintos. Sendo assim,
usando o mesmo código AMB, todos os exames
“não-específicos” foram desmembrados de forma
que para cada exame no HIS, haveria somente um
correspondente do RIS. Exemplo: para tc de articu-
lações, foram criados: tc pé esquerdo, tc pé direito,
tc ombro esquerdo, tc ombro direito, etc. Para Angio
tc, foram criados: tc angio crânio, tc angio abdome,
tc angio artérias renais, etc. Com isso foi possível
equiparar e associar os cadastros para cobrança no
HIS com os cadastros para diagnóstico no RIS.
Adequação dos laudos padrão de cada exame
com o intuito de acelerar a elaboração dos laudos,
além de estimular o uso do sistema de laudo pelos
médicos radiologistas do serviço, ainda acostuma-
dos ao sistema de laudo habitual em escrita em
papel.
Organizacionais
Nas etapas 5 e 6, apesar de haver definições
de responsabilidades claras, a falta de visibilidade
quanto à importância da tarefa, o fato de ser tediosa,
pouco atrativa ou desafiadora como um ponto crítico
do projeto, acarretando atrasos e riscos maiores que
os inicialmente previstos, gerando vários erros na
admissão dos pacientes usando os novos código de
exames, mesmo após vários dias de implantação.
Sendo um trabalho de “alicerce”, não tendo resulta-
dos práticos imediatos, a conclusão foi muitíssimo
demorada. Já nas etapas 12 e 13, apesar dos trei-
namentos e reciclagem constante, não feito um teste
de conhecimento para averiguar a capacidade de
cada colaborador em se adequar ao novo fluxo de
trabalho, gerando constantes erros humanos após a
implantação. Os treinamentos deveriam ter sido
mais intensos, práticos e formais, com avaliações.
Tecnológicas
Na etapa 7, o desenvolvimento de plataformas
de interface para integração foi muito desgastante.
Notou-se a necessidade de comprometimento
homogêneo das software-houses envolvidas e trei-
namento das mesmas contemplando a operação do
hospital e suas melhores janelas de oportunidade,
suavizando assim, o impacto de adaptação das no-
vas rotinas de integração e importação. Igualmente,
considerou-se a necessidade de se utilizar tratamen-
to de missão crítica nas exportações HIS-RIS devido
aos estragos operacionais que elas podem causar.
Na etapa 10, foi identificada a necessidade de
instalação de um leitor de código de barras no to-
mógrafo para impedir a digitação errada na seleção
no dicom worklist e entrada do patient ID e acces-
sion number na contingência da admissão manual.
A etapa 13 foi marcada por um grande estresse e
nervosismo, pois foi escolhida num dia de grande
movimento ao invés de um final de semana, com o
centro de imagem operando em sua capacidade
máxima.
Infra-estrutura
Para atender a demanda do grande volume de
impressão de fichas de exame do HIS com o código
de barras utilizado para a automação do dicom
worklist, foi identificado a necessidade de adaptação
e improvisação da instalação de um terminal de
computador e impressora em cada sala de modali-
dade. É importante definir o quanto antes espaços
físicos razoáveis, passagem de cabos de rede e
instalações elétricas, pois demandam um esforço
adicional do setor de manutenção e engenharia.
Resultados
Atualmente todas as entradas de informação
são feitas uma só vez no HIS, sendo importadas
para o RIS e PACS (dicom worklist) automaticamen-
te após a confirmação de cobrança e impressão da
ficha no HIS na sala de comando. O laudo já vem
formatado especificamente com a área examinada
(pé esq.) e as imagens e filmes são identificados
sem a interação do técnico de tomografia. Com esta
implantação, foi garantido unicidade de cadastro,
melhora da produtividade, da segurança e correta
cobrança.
Referências
Feron, Michel (2001), “Practical aspects of
HIS/PACS integration with emphasis on radio-
logical workflow”, In: International Congress
Series 1230 p. 805-811.
Lim, D.H. (2003), “Interface Between PACS and HIS
Using HL7”, In: International Congress Series
1256 p. 1384.
Contato
alexandre@esho.com.br - TI Imagem Rede Esho
Hospital de Clínicas de Niterói – Rua La Salle, 12 – Niterói
Rio de Janeiro – RJ CEP 24.020-090

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Rispacshis

  • 1. Dificuldades no Processo de Integração HIS-RIS-PACS em uma Instituição de Saúde Privada de Grande Porte Alexandre Rocha1 , Alexsandro Depianti2 , Alair Sarmet3 1,2.3 Esho Empresa de Serviço Hospitalares – Grupo Amil, 2,3 Sociedade Brasileira de Radiologia Introdução Este trabalho visa demonstrar as dificuldades e desafios encontrados no processo de implantação da integração entre sistema de informação hospita- lar (HIS), de informação de radiologia (RIS) e de armazenamento de imagens médicas (PACS) em uma instituição de saúde de grande porte do setor privado. São apresentados os aspectos de aborda- gem, problemas, contramedidas e resultados. Cenário de operação Porte do Hospital: O Hospital de Clinicas de Niterói está situado numa posição estratégica da região fluminense, comportando 178 leitos, sendo um centro de referência médica de urgência, con- centrando grande parte do volume de atendimento das cidades de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Serviço da Radiologia: O centro de imagem do hospital realiza uma média de 10.700 exames por mês, sendo na grande maioria oriundos da e- mergência (média de 10.000 pacientes/mês), distri- buídos em: radiologia convencional (Rx) (53,2%), tomografia computadorizada (tc) (12,6%), ressonân- cia magnética (RM) (6,3%), ultra-sonografia (US) (14,5%), eco-cardiografia (eco) (11,6%), e angiogra- fia (AG) (1,8%). Possui 89 colaboradores envolvidos no supor- te a radiologia, com a seguinte distribuição setorial: administrativos (25), médicos (29), técnicos de Rx (25), e de enfermagem (10). Análise dos fluxos de trabalho Antes da implantação da integração, no fluxo- grama de atendimento de um exame no centro de imagem, eram feitos entradas de dados repetidas, sendo primariamente no HIS, passando para o RIS e em seguida para o filme/imagem no método. Para ilustrar este fluxo, pode-se considerar a realização de um exame de tomografia de pé esquerdo: I. Recepção cadastra prontuário no HIS; II. Recepção cadastra exame a ser realizado no HIS, busca o exame tc de articulações para cobrança, (já que na Tabela AMB não existe tc de pé, somente articulações); III. Recepção cadastra prontuário no RIS; IV. Recepção cadastra exame no RIS, busca o exame tc de pé, e digita a região “esquerdo” ; V. Ficha com o exame “tc de pé” é impressa com a observação da região “esquerdo” e cód. bar- ras; VI. Técnico de tomografia, escreve no livro de e- xames, dados do atendimento a ser realizado; VII. Técnico de tomografia, digita dados do pacien- te e exame na console do aparelho de tomo- grafia para identificação do filmes e imagens. Nota-se que além da perda de produtividade com entradas redundantes, havia uma grande mar- gem para falha humana, probabilidade de cobrança incorreta do exame. Já os cadastros não tinham interdependência, além da possibilidade de realiza- ção do exame no lado/região errada, pois nem sem- pre este campo era preenchido pela recepção e notado pelos técnicos de tomografia. Com a integração entre HIS, RIS e PACS, es- perava-se que o exame pedido pelo médico solici- tante, fosse inserido na recepção adequadamente sem repetidas entradas, realizado corretamente na sala de exame, e cobrado sem falhas. Abaixo, etapas para o plano de implantação: 1.Validação da lista de exames no RIS 2.Validação dos laudos padrões por exame no RIS 3.Desmembramento dos exames no RIS 4.Desmembramento dos exames no HIS 5.Validação e associação dos preços no HIS 6.Associação dos códigos de exames do HIS no RIS 7.Validação das interfaces (views/brokers) do HIS 8.Validação da importação do HIS para o RIS 9.Validação da importação do RIS para o PACS 10.Validação da integração dicom worklist na TC 11.Homologação da integração HIS x RIS x PACS 12.Treinamento da mudança de workflow 13.Entrada em produção e eliminação de entradas redundantes (dados demográficos do paciente, da- dos do atendimento e exame a ser realizado). Dificuldades Médicas Para a execução das etapas 1, 2, 3 e 4, lista- das acima, foi necessário escalar um radiologista em parceria com o setor de TI para dedicar-se a estas atividades, já que a validação do cadastros de exames dependia de atenção exclusiva de alguém
  • 2. com visão médica, funcional e organizacional. Atra- vés de benchmarking, padronização e adequação de terminologia e incidência, a relação de exames foi refeita para atender aos seguintes critérios: • Exames divididos de acordo com seu respec- tivo órgão ou região de atuação; • Exames de extremidades foram divididos quanto à lateralidade, entre esquerdo e direito; Para exemplificar os requisitos acima, pode- mos usar o exemplo do exame de tomografia de articulações. De acordo com o agrupamento da Ta- bela AMB, qualquer exame de articulação, seja de homem ou mulher, a cobrança é a mesma, sob o código 34010025. No entanto, do ponto de vista radiológico, a abordagem médica para a realização do exame dessas diversas articulações é diferente, além de ter laudos padrões distintos. Sendo assim, usando o mesmo código AMB, todos os exames “não-específicos” foram desmembrados de forma que para cada exame no HIS, haveria somente um correspondente do RIS. Exemplo: para tc de articu- lações, foram criados: tc pé esquerdo, tc pé direito, tc ombro esquerdo, tc ombro direito, etc. Para Angio tc, foram criados: tc angio crânio, tc angio abdome, tc angio artérias renais, etc. Com isso foi possível equiparar e associar os cadastros para cobrança no HIS com os cadastros para diagnóstico no RIS. Adequação dos laudos padrão de cada exame com o intuito de acelerar a elaboração dos laudos, além de estimular o uso do sistema de laudo pelos médicos radiologistas do serviço, ainda acostuma- dos ao sistema de laudo habitual em escrita em papel. Organizacionais Nas etapas 5 e 6, apesar de haver definições de responsabilidades claras, a falta de visibilidade quanto à importância da tarefa, o fato de ser tediosa, pouco atrativa ou desafiadora como um ponto crítico do projeto, acarretando atrasos e riscos maiores que os inicialmente previstos, gerando vários erros na admissão dos pacientes usando os novos código de exames, mesmo após vários dias de implantação. Sendo um trabalho de “alicerce”, não tendo resulta- dos práticos imediatos, a conclusão foi muitíssimo demorada. Já nas etapas 12 e 13, apesar dos trei- namentos e reciclagem constante, não feito um teste de conhecimento para averiguar a capacidade de cada colaborador em se adequar ao novo fluxo de trabalho, gerando constantes erros humanos após a implantação. Os treinamentos deveriam ter sido mais intensos, práticos e formais, com avaliações. Tecnológicas Na etapa 7, o desenvolvimento de plataformas de interface para integração foi muito desgastante. Notou-se a necessidade de comprometimento homogêneo das software-houses envolvidas e trei- namento das mesmas contemplando a operação do hospital e suas melhores janelas de oportunidade, suavizando assim, o impacto de adaptação das no- vas rotinas de integração e importação. Igualmente, considerou-se a necessidade de se utilizar tratamen- to de missão crítica nas exportações HIS-RIS devido aos estragos operacionais que elas podem causar. Na etapa 10, foi identificada a necessidade de instalação de um leitor de código de barras no to- mógrafo para impedir a digitação errada na seleção no dicom worklist e entrada do patient ID e acces- sion number na contingência da admissão manual. A etapa 13 foi marcada por um grande estresse e nervosismo, pois foi escolhida num dia de grande movimento ao invés de um final de semana, com o centro de imagem operando em sua capacidade máxima. Infra-estrutura Para atender a demanda do grande volume de impressão de fichas de exame do HIS com o código de barras utilizado para a automação do dicom worklist, foi identificado a necessidade de adaptação e improvisação da instalação de um terminal de computador e impressora em cada sala de modali- dade. É importante definir o quanto antes espaços físicos razoáveis, passagem de cabos de rede e instalações elétricas, pois demandam um esforço adicional do setor de manutenção e engenharia. Resultados Atualmente todas as entradas de informação são feitas uma só vez no HIS, sendo importadas para o RIS e PACS (dicom worklist) automaticamen- te após a confirmação de cobrança e impressão da ficha no HIS na sala de comando. O laudo já vem formatado especificamente com a área examinada (pé esq.) e as imagens e filmes são identificados sem a interação do técnico de tomografia. Com esta implantação, foi garantido unicidade de cadastro, melhora da produtividade, da segurança e correta cobrança. Referências Feron, Michel (2001), “Practical aspects of HIS/PACS integration with emphasis on radio- logical workflow”, In: International Congress Series 1230 p. 805-811. Lim, D.H. (2003), “Interface Between PACS and HIS Using HL7”, In: International Congress Series 1256 p. 1384. Contato alexandre@esho.com.br - TI Imagem Rede Esho Hospital de Clínicas de Niterói – Rua La Salle, 12 – Niterói Rio de Janeiro – RJ CEP 24.020-090