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Como Freud
Desenvolveu a
Psicanálise
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A Psicanálise é uma disciplina científica desenvolvida por Sigmund Freud. A teoria
psicanalítica é composta por um corpo de hipóteses a respeito do funcionamento e desenvolvimento da
mente do homem, ela se interessa tanto pelo funcionamento mental normal como pelo patológico,
embora a prática da psicanálise consista no tratamento de pessoas que se acham enfermas.
Duas hipóteses fundamentais da psicanálise são:
1) Princípio do determinismo psíquico ou da causalidade.
2) Proposição de que a consciência é antes um atributo excepcional
do que um atributo comum dos processos psíquicos. Os processos
mentais inconscientes são de maior frequência e significado no
funcionamento mental normal, bem como no anormal.
Estas 2 hipóteses fundamentais se relacionam, mutuamente: "o princípio do determinismo
psíquico baseia-se em que os fenómenos mentais têm total conexão com todos os outros
fenómenos mentais que os precedeam? existindo uma total continuidade na vida mental. Assim, tanto
na mente como na natureza física que nos cerca nada acontece por acaso, cada evento psíquico é
determinado por aqueles que o precederam. Dessa maneira não existe fenómeno psíquico acidental
ou sem significação. Cada sintoma neurótico é provocado por outros processosmentais,
apesar do fato de que o próprio paciente frequentemente considere o sintoma como estranho a
seu ser como um todo e completamente desligado do resto de sua vida mental, contudo, as
conexões existem e são demonstráveis, apesar de o paciente não se dar conta de sua presença.
Neste ponto, percebemos que estamos falando não só do princípio do determinismo
psíquico como também, da Segunda hipótese, que diz que os processos mentais inconscientes são
de grande frequência. Existe um grande significado nos processos mentais inconscientes, isto é, dos
quais o indivíduo não se dá conta.
Para Freud, até mesmo os sonhos são uma consequência de outros eventos psíquicos e
cada sonho mantém uma relação coerente e significativa com o restante da vida psíquica da pessoa
que sonha.
A relação entre as 2 hipóteses é tão íntima que dificilmente se pode examinar uma, sem
suscitar a outra. O fato de tantas coisas que acontecem em nossa mente serem desconhecidas
para nós (inconscientes) é responsável pela aparente descontinuidade em nossa vida mental.
Quando um pensamento, um sentimento, um esquecimento acidental, um sonho ou um sintoma
parecem não se relacionar com algo que aconteceu antes na mente, isso significa que sua
conexão causal se apresenta em algum processo mental inconsciente em vez de num
processo consciente. Se se conseguir descobrir a causa ou causas inconscientes, então todas
as descontinuidades aparentes desaparecem e a cadeia causal ou sequência, torna-se clara. Ex:
Uma pessoa surpreende-se cantando uma música e pensa como ou porque,ela estaria
cantarolando extamente aquela música que ela não ouve há algum tempo, outra pessoa que está
por perto, diz que a música acabou de ser tocada no rádio, só que ela estava tão abstraída em
seus pensamentos, que não se deu conta disso, a música ficou no seu incosciente, para essa
pessoa sua experiência subjetiva foi de uma descontinuidade em seus pensamentos, sendo
necessário o testemunho de outra pessoa para remover a aparência de descontinuidade e tornar
clara a cadeia causal. Este é um exemplo muito simples da descoberta de um processo mental
inconsciente.
Não existe um método direto que nos permita observar os processos mentail
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inconscientes, todos os métodos para estudar tais fenómenos são indiretos.O método mais eficaz
e de maior confiança de que dispomos para estudar os processos mentais inconscientes é aquele
desenvolvido durante anos por Freud, ou seja, a PSICANÁLISE.
Na época em que Freud desenvolveu a sua psicanálise, a medicina ainda era um
tanto rudimentar, problemas psíquicos eram frequentemente tratados por neurologistas. Freud,
formado médico neuro anatomista e neurologista, estudou e utilizou os métodos de
tratamento para histeria preconizados pelo grande neurologista da época Erb, que eram
considerados os mais científicos e que estavam à disposição, que eram os tratamentos elétricos,
mas Freud concluiu que esse tipo de tratamento para histeria era inútil.
Freud foi para Paris em 1885, onde estudou na clínica do Dr. Charcot, com este
aprendeu a técnica da hipnose para cura da histeria. Como outros neurologistas de seu tempo ele
procurou curar seus pacientes pela sugestão hipnótica com diferentes graus de êxito, foi mais ou
menos nessa mesma época que seu amigo Breuer, que era médico clínico de grande reputação, lhe
contou uma experiência que fizera com uma paciente histérica anos antes, ele relatou que os
sintomas histéricos da mulher desapareceram quando ela foi capaz, em estado hipnótico, de
recordar a experiência e emoção associada que conduzira ao sintoma em questão, seus sintomas
puderam ser afastados ao conversar sobre eles sob hipnose. Entusiasmado, Freud, Aplicou esse
método no tratamento de seus próprios pacientes histéricos com bons resultados, ele foi se
aperfeiçoando cada vez mais e estudou também os métodos hipnóticos do francês Bernheim, que por
sua vez, demonstrou que a amnésia de um paciente durante as suas experiências hipnóticas pudia ser
removida sem voltar a hipnotizar o paciente, forçando-o a recordar aquilo que afirmava que não
podia. Se a insistência fosse bastante persistente e poderosa o paciente acabava por relembrar o
que havia esquecido sem ser rehipnotizado. Freud, deduziu com base nisso, que poderia ser capaz
também de remover a amnésia histérica sem hipnose e começou a fazê-lo. À partir desse início,
desenvolveu a técnica psicanalítica, cuja a essência consiste em que o paciente fale para o psicanlista
qualquer pensamento, sem exceção, que lhe venha à mente sem necesidade de uma orientação
consciente ou uma censura.
O Grande valor de o paciente renunciar ao controle consciente de seus pensamentos é que
tudo o que ele diz, é determinado por motivos e pensamentos inconscientes. Desse modo Freud
ouvindo as associações livres (do consciente) do paciente, ele era capaz de formar uma imagem do
que inconscientemente estava ocorrendo na mente do paciente; e durante anos usando esse método
ele concluiu que não só os sintomas histéricos poderiam ser cuidados, mas também muitos outros
aspectos normais ou patológicos do comportamento e do pensamento, que eram o resultado
do que inconscientemente estava acontecendo na mente do indivíduo que os apresentava.
No estudo dos fenómenos mentais inconscientes, Freud descobriu que eles
poderiam ser divididos em dois grupos:
a)Pré-conscientes: Que poderiam se tornar conscientes facilmente, apenas com
um esforço de atenção ou memória.
b)Inconscientes: Barrados da consciência por uma força considerável e que só se
tornariam conscientes através de um esforço muito grande. Freud demonstrou que o inconsciente
exerce a mais significativa influência no funcionamento mental, e demonstrou ainda, que os
processos inconscientes podem ser bastante comparáveis as conscientes em precisão e
complexidade. Para exemplificar, podemos citar a sugestão pós-hipnótica, um paciente durante seu
transe hipnótico é induzido a uqe depois de sair desse transe, dê corda em seu relógio, é induzido
tambám a não se lembrar do que aconteceu durante esse transe hipnótico. Quando o terapeuta o
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acorda, ele ímadiatamente começa a dar corda no relógio sem saber porquê, esta experiência
demonstra claramente que um processo mental verdadeiramente inconsciente pode ter um efeito
dinâmico ou motor sobre o pensamento e o comportamento.
Baseado em sua técnica psicanalítica, Freud, desenvolveu um estudo minucioso
sobre os sonhos, e este estudo se tornou também uma de suas maiores realizações. Seu livro "A
Interpretação dos sonhos", situa-se entre os maiores e mais revolucionários livros científicos de
todos os tempos. Freud demonstrou que por trás de todo sonho existem pensamentos e desejos
inconscientes ativos. Demonstrou também que no estado de vigilha uqe precede o sono, ocorre um
fenómeno que chamamos de lapso: Lapso de memória, de linguagem, de escrita e similaresque
foram chamados de atos erróneos ou atos falhos, ou seja, é fácil esquecer algo desagradável ou
esquecer um encontro com uma pessoa desagradável.
Outro aspecto evidente de que os processos mentais inconscientes do indivíduo são
de extrema importância é que o comportamento de uma pessoa pode parecer óbvio para o observador,
porém, o próprio indivíduo desconhece. Se o paciente é portador de uma cegueira histérica sabemos
que inconscientemente existe algo que ele não deseja ver, ou que sua consciência o proíbe de olhar,
nós sabemos, mas ele não!
Concluindo, sabemos hoje, através das teorias de Freud, que consciência e
funcionamento mental não são sinônimos, sabemos também que a consciência não necessita
nessesariamente participar das atividades mentais que são decisivas na determinação do
comportamento do indivíduo, tais atividades podem ser completamente inconscientes. Para tratar as
patologias, Freud desenvolveu, à partir do estudo da hipnose, a qual elimina a ação do consciente, a
técnica psicanalítica, que promove a expressão do inconsciente do paciente, que se abstrai da
realidade sem que se recorra à hipnose. Essa técnica revolucionou o mundo dos estudos e tratamentos
da mente humana.