O documento discute a epistemologia naturalizada proposta por Quine e outros filósofos. Defende que a epistemologia deve estar ligada às ciências empíricas e estudar o conhecimento humano como um fenômeno natural, sem demarcações rígidas entre filosofia e ciência. Também aborda visões de Hume, Goldman e outros sobre uma abordagem naturalizada da epistemologia.
2. ■ Esse termo aparece quando W.V Quine especialmente em se ensaio de 1969
Epistemology Naturalized.
■ Ele argumentava que a epistemologia, e certamente toda a filosofia é
inevitavelmente ligada às ciências.
■ Aspectos Normativos vs Aspectos Descritivos.
■ Em especial, vale relembrarmos que antes de Quine, encontramos autores com
uma concepção naturalizada do conhecimento humano como Hume.
■ Para os autores do período de Descartes a Kant, não havia uma demarcação
clara entre ciência empírica e filosofia. Dessa forma, a questão sobre o
caráter naturalizado da epistemologia é uma questão pós-kantiana.
■ Voltando para Hume, ele queria o domínio das ciências morais, sendo assim
uma visão naturalizada da epistemologia, por mais que seja anacrônico.
■ O principal problema seria o da demarcação prévia entre filosofia e ciência
empírica.
■ O naturalismo em relação ao conhecimento humano não é o mesmo que o
naturalismo em relação a epistemologia. A diferença torna-se clara se
considerarmos os aspectos normativos e descritivos.
3. INTRODUÇÃO
■ Esse termo aparece quando W.V Quine especialmente em se ensaio de 1969
Epistemology Naturalized.
■ Ele argumentava que a epistemologia, e certamente toda a filosofia é
inevitavelmente ligada às ciências.
■ Aspectos Normativos vs Aspectos Descritivos.
■ Em especial, vale relembrarmos que antes de Quine, encontramos autores com
uma concepção naturalizada do conhecimento humano como Hume.
■ Para os autores do período de Descartes a Kant, não havia uma demarcação
clara entre ciência empírica e filosofia. Dessa forma, a questão sobre o
caráter naturalizado da epistemologia é uma questão pós-kantiana.
4. ■ Voltando para Hume, ele queria o domínio das ciências morais, sendo assim
uma visão naturalizada da epistemologia, por mais que seja anacrônico.
■ O principal problema seria o da demarcação prévia entre filosofia e ciência
empírica.
■ O naturalismo em relação ao conhecimento humano não é o mesmo que o
naturalismo em relação a epistemologia. A diferença torna-se clara se
considerarmos os aspectos normativos e descritivos.
■ Uma das formas de criticar os naturalistas consiste me dizer que sua posição é
autocontraditória e falaciosa, pelo seguinte argumento:
■ “Para sustentar a que a epistemologia seja uma ciência empírica, seja que isso
seja um pressuposto ou princípio a priori, é preciso fazer pesquisas empíricas
sobre nossas cognições. Mas o naturalista ao afirmar isso, ainda não fez tais
pesquisas empíricas. Logo, ele está apresentando uma prescrição normativa a
priori que nega que possa haver esse tipo de coisa em epistemologia.”
5. Mas essa crítica não se sustenta pelos
seguintes motivos:
■ Mistura aspectos normativos e descritivos;
■ Como também o naturalismo sobre o conhecimento humano e sobre a
epistemologia como disciplina;
■ Confunde também um naturalismo de tese com um naturalismo de atitude.
6. OS DOGMAS DO POSITIVISMO LÓGICO
■ Reducionismo : objetos de níveis superiores podem ser reduzidos a objetos de
níveis inferiores até chegarmos ao objeto de nível fundamental.
■ Indeterminação da tradução.
■ “Significado cognitivo” dos enunciados.
■ Analiticidade: umas das ferramentas usadas por Carnap, são ferramentas
lógicas e linguísticas que permitem a redução são conceitos da lógica e da
matemática, disciplinas cujos enunciados são meramente analíticos. Ela é uma
pura relação entre termos e depende da natureza da linguagem.
7. ■ Enunciados logicamente analíticos, são encontrados na lógica.
■ Outros são considerados analíticos em virtude da prática dos falantes de uma
língua. Ex: “ Todo solteiro é um homem não casado”
■ Esses enunciados também não apresentam diferença entre relatos
observacionais e enunciados sobre os objetos de níveis superiores. Essa
diferença é feita pelos falantes.
■ Ao traduzirmos enunciados de uma língua para outra sempre há mais de uma
possibilidade. O importante é eliminar as menos plausíveis e ficar com as mais
plausíveis para o discurso em uma língua cumpra o mesmo papel na língua
original. Ex: “s’il vous plait” em francês, para o português “por favor”, mas
ao pé da letra “ se lhe agrada”
■ Os termos de uma língua estão associados a uma espécie de visão de
mundo.Ex: “flewe” e “riviere”, são traduzidos indiferentemente como rio.
8. O PAPEL DA EPISTEMOLOGIA
NATURALIZADA
■ Assim como para os positivistas lógicos também Quine afirmava que a
linguagem era fundamental. Mas em primeiro lugar Quine pega a linguagem
comum e linguagem natural.
■ Para o falibilismo naturalista de Quine, qualquer parte do saber pode ser
revisada.
■ Entretanto para Quine o entendimento do conhecimento humano não depende
apenas das disciplinas que se ocupam da língua humana, como a linguística,
mas também daquelas disciplinas como a psicologia que se ocupam das
disciplinas tais como elas são. Quine enfatiza que a nova epistemologia deva
ser resultado das associações entre a psicologia e a linguística e não das
análises a priori da filosofia, tal como a teoria tradicional do conhecimento
compreendeu.
9. ■ Esse modelo tem caráter empirista, mas “ sem dogmas”
■ Essa concepção explica como a partir da estimulação sensorial mais simples (
imput ) chegamos a um discurso de alta complexidade sobre o mundo ( output
). Quine afirma que a grande disparidade entre a pobreza do estímulo
recebido das coisas que nos rodeiam e a riqueza da nossa fala sobre elas que a
epistemologia deveria explicar. A ´epistemologia deveria explicar o que há
nesse processo de mediação. E ela pode fazer isso levando em conta pesquisas
feitas nos domínios da psicologia e da linguística.
■ Epistemologia “pura” vs Epistemologia “aplicada”
■ Essa epistemologia aplicada é uma espécie de engenharia do conhecimento.
Sua tarefa seria normatizar nossas práticas cognitivas a partir do
conhecimento produzido pela epistemologia “pura”. Em vez de ser uma a
defesa de uma tese da substituição, seria uma defesa em que não haveria
demarcação rígida entre ciências empíricas e os demais ramos do saber
histórico.
■ Entretanto a solução de Quine para o problema da normatividade da
epistemologia pressupõe, por sua vez, uma demarcação, essa também
sustentada pela epistemologia tradicional, entre ciência aplicada e ciência
pura.
10. CONFIABILISMO HISTÓRICO DE
GOLDMAN
■ Tem o problema da normatividade como central.
■ Seu projeto é naturalizar a justificação ( e não o conhecimento ou a epistemologia
como disciplina).
■ Ele inicia uma teoria causal da cognição e finaliza com o confiabilismo histórico.
■ Goldman argumenta que um sujeito qualquer, s, sabe que p se o fato p estiver
casualmente ligado à crença que s tem em p por um mecanismo apropriado, isto
é, por um processo sem falhas, envolvendo percepção , memória,etc., e,
principalmente uma cadeia causal ininterrupta que vá desde p até a crença s de p.
■ Mas essa teoria não é capaz de superar as dificuldades apontadas por Gertier.
■ Criação de um mecanismo confiável de produção de crenças.
11. ■ Noção de verdade correspondencial. E isso faz da verdade algo objetivo e
independente das crenças do sujeito.
■ É preciso descobrir quais mecanismos de produção de crenças é confiável e
por isso que Goldman leva em conta as pesquisas da psicologia empírica, pois
ela deve saber quais são os mecanismos confiáveis ou não.
■ Mas o trabalho ainda não terminou, pois a psicologia empírica apenas dá os
critérios, mas não sugere qual a melhor estratégia. Essa é uma tarefa da qual
a epistemologia não pode abrir mão. A tarefa principal da epistemologia,
segundo, Goldman, é o desenvolvimento do sistema de regras de justificação.
■ Goldman argumenta que a psicologia ou outras disciplinas empíricas que se
ocupem da cognição podem apenas oferecer subsídios para a epistemologia
normatizar o conhecimento humano.
12. O FENÔMENO “CONHECIMENTO”
■ Uma concepção do conhecimento naturalista ou naturalizada do conhecimento
humano deve poder apontar o tipo de fenômeno que ele é. Físico-químico,
biológico, mental ou social.
■ Nenhum fala sobre o que seria o conhecimento mas sugerem que seria um
fenômeno mental.
■ Quine além disso de forma biológica, Goldman social.
■ Em todos os casos as questões cognitivas são tratadas como questões de fato e
de descoberta feitas sobre a nossa cognição.
■ Pedagogia, por sua vez, empenhada em melhorar as estratégias de ensino e
aprendizagem, entende que nossas capacidades cognitivas podem ser
conhecidas empiricamente e dirigidas visando um melhor desempenho
cognitivo.
13. ■ Mas essas formas de ver o conhecimento são varrições da postura naturalista e
da ideia de que, devemos primeiro entender o tipo de processo no mundo em
que estamos falando e depois podemos normatizá-lo, dirigi-lo na medida que
for possível.
■ Mesmo que possamos reconhecer hoje que, certamente, o conhecimento
humano é um tipo de fenômeno que envolve aspectos biológicos, sociais e
psicológicos e mesmo, em certa medida, físico-químicos e fisiológicos, se
pensarmos nos processos perceptivos em nossos corpos, não existe uma teoria
unificada exata em que cada um desses aspectos deve ser levado em conta.
Talvez essa teoria seja um objetivo impossível, e o que deva ser feito seja
simplesmente identificar aspectos mais relevante a ser considerado por uma
pesquisa empírica sobre o conhecimento humano que possa ser bem sucedida.
■ Aqui vemos que uma concepção naturalizada do conhecimento não pode,
afinal, ser separada de uma concepção naturalizada da epistemologia, pois o
conhecimento humano será caracterizado adequadamente como fenômeno no
mundo quando uma epistemologia naturalizada estiver plenamente
desenvolvida.