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IMPORTÂNCIA DO
FARMACÊUTICO
NA MEDICINA
VETERINÁRIA
Lívia Azevedo
COMO CONTORNAR
A TRÍADE DEPRESSÃO,
ANSIEDADE E DOR
Reginalda Russo
O conteúdo que
você esperava no
setor magistral
news.com.br
MAGI
ÓLEOS VEGETAIS
AJUDAM A
HIDRATAR E A
ACALMAR A PELE
Márcio Guidoni
DEVEMOS NOS
PREOCUPAR COM O
NOSSO NÍVEL
DE SERVIÇO?
Patricia Vasconcellos
TEMPOS DE
EMPATIA E INOVAÇÃO
Francieli Pagliari
PARA ONDE O CONCEITO DO QUE É
UMA FARMÁCIA ESTÁ SE
ENCAMINHANDO?
Kennya Macedo
SE O PATO PERDE
A PATA ELE
FICA MANCO
OU VIÚVO?
D E Z E M B R O 2 0 2 0 # E D I Ç Ã O 0 7
Gelza Rúbia
Sua parceria mensal
do mercado magistral
O MERCADO
MAGISTRAL
Por Jorge Mariano
news.com.br
MAGI
Que venha 2021
Ufa...chegamosaofinalde2020
Um ano de muito trabalho, muito
aprendizado e de consolidação de
muitasestratégiasparaomercado.
O digital já não é mais uma promessa
e sim uma realidade, o whatsapp é o
principal canal de captação da farmá-
cia, inovação saiu do papel e faz parte
danossarealidade.
Pensando bem... aprendemos, evoluí-
mosecrescemoscomosetor.
E esperamos que 2021 seja um ano
demuitaoportunidadeparatodos.
Desejamosboasfestas
Quer saber mais sobre este assunto
nos envie um email: jorge@jmariano.-
com.br
Sugestões enviem para:
maginews@jmariano.com.br
QUEM
SOMOS
Por Editor
Nossa missão é desenvolver con-
teúdo de qualidade, entregando
em cada edição: inovação, solu-
ções, conteúdos científico e técni-
co, além de ideias que favoreçam
o gestor magistral na tomada de
decisões.
Nossa visão é estabelecer um
canal de comunicação que conec-
te farmácias, médicos, prescrito-
res e profissionais envolvidos ao
mercado magistral.
Nossos valores são ética, respeito,
comprometimento, qualidade,
colaboração, integridade.
Nosso diferencial é contar com
colunistas que escrevem de forma
livre e independente, buscando a
fundo entender os desafios do
setor magistral, assim entregando
artigos de excelência em suas
colunas. Seja bem vindo, será um
prazer compartilhar conhecimen-
to e informação com você.
Seja você também um colunista
Maginews envie seu e-mail para:
maginews@jmariano.com.br
001
news.com.br
MAGI
Por Patricia Vasconcellos
Nível de serviço se trata da mensuração de
processos em uma organização, de modo a
compreender se os resultados obtidos
estão de acordo com a expectativa e o plano
de qualidade esperado pela empresa.
Podemos entender dessa forma: a empresa
quando organiza os seus processos de
produtividade, estabelece um modelo
padrão e uma meta. Em um primeiro
momento essas informações são apenas
relatórios e números não palpáveis.
A partir do momento que a empresa coloca
o processo em prática e já conta com resul-
tados verídicos. Ela consegue fazer uma
comparação e verificar se o que foi dese-
nhado antecipadamente foi realizado.
O nível para serviço é o padrão de qualidade
que a empresa deseja alcançar. Tudo isso
levantado com base em sua capacidade,
sua demanda e seus recursos.
Os indicadores de níveis de serviço devem
ser estabelecidos em conjunto com os
clientes, que serão os beneficiados finais.
De nada serve a empresa criar um plano de
atendimento e rendimento que apenas
atenda suas necessidades.
Todo negócio que não visa o cliente se
coloca em sério risco. Pois é o cliente que
sustenta a proposta da empresa e dá vida
para que as atividades produtivas possam
ocorrer.
Se os indicadores que visam os níveis de
serviço são determinados com base somen-
te nos interesses da empresa, o cliente, por
consequência, acaba sendo deixado em
segundo plano.
Dessa forma, o que pode ser bom para a
empresa, pode ser péssimo para o cliente.
Não é segredo que ao não obter sucesso em
sua parceria com uma empresa, o cliente irá
procurar no mercado uma concorrência que
melhor se adeque às suas expectativas.
Isso significa que um bom nível de serviço é
aquele que concilia lucro para a empresa e
benefício ao cliente. Ambos precisam ser
DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM O
NOSSO NÍVEL DE SERVIÇO?
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E D I Ç Ã O 0 7
002
news.com.br
MAGI
beneficiados, pois caso contrário, o negócio
se encontrará seriamente abalado e em vias
de se desfazer.
Os níveis de serviço já fazem parte do dia a
dia de empresas de call center e áreas de
logística em geral.
No primeiro caso, é visado a determinação
de um padrão para estabelecer a qualidade
do atendimento e a lucratividade da empre-
sa.
Já no segundo, o foco é determinar como se
espera que as entregas sejam realizadas, os
prazos, os procedimentos internos e a viabi-
lização da capacidade da empresa para
atender a demanda.
Mas engana-se quem pensa que somente
essas áreas podem contar com a determi-
nação de nível de serviço.
É simples concluir que toda empresa, direta-
mente ou indiretamente, presta serviços aos
seus clientes. Até mesmo quando o que
oferece são produtos.
Para o recebimento de um produto, ainda
assim, o cliente precisará passar por um
processo de comunicação e solicitação do
item de interesse.
Levando-se em conta esse cenário, qualquer
negócio pode aderir a essa prática e mensu-
ração. Podem ser empresas novas ou anti-
gas, pequenas ou grandes, desde que
tenham uma preocupação em comum: com-
parar planos com resultados.
Como falamos a pouco, determinar esses
níveis deve ser um trabalho em conjunto
com o que é esperado pelo cliente, de modo
a garantir a sua satisfação.
Quem tem esse diferencial nos dias de hoje
tem maiores chances de sucesso, pois atua
diretamente no fator de encantamento, fide-
lização e consequente aumento da receita.
As empresas que somente se preocupam
com processos e com seus serviços, esque-
cem a outra ponta, a ponta principal: aqueles
para as quais elas trabalham.
Os clientes atualmente estão muito mais
exigentes e minuciosos em suas escolhas.
Uma vez que você tenha conquistado os
seus, preocupe-se em mantê-los.
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003
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MAGI D E Z E M B R O 2 0 2 0
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São diversos detalhes até que o remédio
chegue as prateleiras das farmácias. A
logística farmacêutica responde pela quali-
dade e integridade do produto até a sua
entrega ao cliente.
Quem lida com o gerenciamento de uma
farmácia sabe como são comuns os proble-
mas com a atualização do estoque de medi-
camentos e de materiais. Afinal, quando não
há sincronia com o processo de vendas e
entrega, nem segurança para o estoque, fica
difícil prever o que o seu negócio precisa e o
quão urgente é essa demanda.
Contar com uma boa logística pode ser um
diferencial para a sua farmácia ser bem-su-
cedida no atendimento ao cliente. Para que
isso ocorre devemos ter bem definidos
nossos processos internos.
1. Sincronize os procedimentos
É muito comum que os funcionários da
farmácia deixem de atualizar os estoques
no momento em que o produto chega e no
momento em que ele sai. Por isso, opte por
sistemas que integrem os processos e
impeçam que outros procedimentos impor-
tantes sejam realizados sem que seja feita a
atualização simultânea. Inventários internos
são muito bem vindos para garantir a exati-
dão do estoque.
2. Acompanhe o fluxo
O setor de atendimento deve estar em cons-
tate contato com o setor da produção
garantindo que entre esse fluxo entre solici-
tação e produção não ocorram falhas.Re-
médios e materiais podem ser danificados
durante a viagem. Por isso, faça sempre o
acompanhamento do fluxograma garantin-
do que as etapas estão sendo seguidas.
3. Inclua a segurança
Uma boa organização no laboratório e con-
trole dos processos na produção garantem
que não haja gargalos e nem desvios de qua-
lidade por excesso de volume na produção.
4. Estude a sua logística
Quanto aos serviços de entrega, analise a
sua viabilidade para a farmácia. Lembre-se
de que essa prestação de serviços requer
ainda mais controle de todo o processo de
fabricação e estoque, além do gasto com
combustível e motoboys. Nesse caso, é
sempre importante investir em sistemas
gerenciais, para evitar transtornos futuros.
Como você viu, a logística farmacêutica é
fundamental para manter o controle da qua-
lidade e garantir que os seus clientes sejam
sempre bem atendidos quando buscarem
por algum produto ou serviço.
Lembre-se hoje os clientes estão atrás de
qualidade e cumprimento do que foi prometi-
do, caso você não o faça sua concorrência
fará.
успех.
Patricia Vasconcelos
Consultora Farmacêutica e
Treinamentos
(021) 97028-8533
@drapatriciavasconcellosfarma
004
news.com.br
MAGI
Por Gelza Rúbia
O processo de comunicação está direta-
mente ligado à eficiência dos processos,
não importa a atividade que seja desenvolvi-
da, o que torna este ponto um dos mais
importantes quando falamos de trabalho
em equipe.
Para uma comunicação eficiente precisa-
mos garantir que o conteúdo comunicado
pelo emissor seja integralmente absorvido
pelo receptor – os dois pólos da comunica-
ção. Há uma frase circulando pela internet
que diz o seguinte: “Sou responsável pelo que
eu falo, não pelo que você ouve”. Será
mesmo?
Trazendo um exemplo onde a falha de comu-
nicação foi trágica, vamos relembrar um
acidente onde esse quesito foi determinante.
Quando o vôo Avianca 052/Boeing 707-321B
saiu de Bogotá com destino a Nova Iorque
em 25 de janeiro de 1990, estava prevista
uma escala de abastecimento, que foi cum-
prida em Medelin sem intercorrências.
O piloto em comando, co-piloto e engenheiro
de vôo eram colombianos. A comunicação
com as torres no percurso foi feita somente
pelo co-piloto, que transmitia para o piloto as
informações recebidas em inglês e traduzi-
das para o espanhol, idioma nativo da equipe
na cabine de vôo. Entre outras situações de
treinamento, horas de vôo e experiência em
vôo por instrumentos, a comunicação (ou
falta dela) com a torre no aeroporto de desti-
no foi o elo final dos eventos que levaram ao
acidente no pouso.
SE O PATO PERDE A PATA ELE
FICA MANCO OU VIÚVO?
(Como a gestão de informações pode
evitar desvios no processo magistral.)
D E Z E M B R O 2 0 2 0
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005
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MAGI
As condições climáticas desfavoráveis no
trajeto e aproximação elevaram o consumo
de combustível no trajeto, mas a reserva
atenderia essa necessidade sem proble-
mas. Como a torre orientou que o vôo
entrasse em espera, o monitoramento de
combustível era crucial para garantir um
pouso seguro. No total, houve uma espera
de 1h 17min até a última posição orientada
pela torre, mas somente após mais 26 min
chegou a autorização para pouso, e nesse
momento o co-piloto informou que tinha
apenas mais 5 min de combustível, e que
não poderiam seguir para o aeroporto alter-
nativo em Boston. Em nenhum momento foi
solicitada prioridade de pouso ou emergên-
cia por falta de combustível.
Às 21h34min, com os motores apagados e
sob fortes ventos, o avião colidiu em uma
colina na região de Long Island, deixando 73
vítimas fatais e 85 resgatados com vida.
Nenhum aviso de impacto foi dado pela
tripulação de cabine para a equipe de comis-
sários ou passageiros.
A análise das caixas pretas revelou que o
co-piloto não transmitia corretamente as
informações sobre as condições do vôo para
a torre, e também as solicitações do piloto
para a torre não foram repassadas. Ficou
evidente que o co-piloto não tinha fluência
suficiente para a comunicação em inglês e
não utilizava as frases padrão para comuni-
cação da torre. Da mesma forma o piloto
não tinha conhecimento suficiente para
monitorar a conversa do co-piloto com a
torre, e entre a equipe na cabine não houve
uma comunicação suficiente para tomada
de decisão que pudesse evitar o desastre.
Como diria o comunicador brasileiro Abelar-
do Barbosa, o Chacrinha, “quem não se
comunica, se trumbica.”
Quando pensamos na comunicação no
ambiente de farmácia de manipulação, onde
informações sobre pessoas, produtos e
processos devem estar rigorosamente regis-
tradas para garantir a rastreabilidade exigida,
é necessário que nenhuma interpretação
pessoal ou falta de compreensão cause
interferência.
D E Z E M B R O 2 0 2 0
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006
news.com.br
MAGI
Os pilares das Boas Práticas de
Manipulação, que garantem o
resultado do processo magis-
tral envolvem:
• Informações claras
• Padronização de procedimentos
• Treinamento adequado
• Registros eficientes
• Indicadores de qualidade
• Indicadores de produtividade
Não por acaso o tópico INFORMAÇÕES
CLARAS encabeça a lista, já que sem esse
nenhum dos outros será satisfatoriamente
alcançado.
Para um bom desempenho na comunica-
ção alguns cuidados devem ser observados,
e entre eles destaco dois: adequação do
conteúdo comunicado de acordo com o
ouvinte e verificação da compreensão da
mensagem comunicada.
Vamos a um exemplo bem prático, o regis-
tro de temperatura em refrigerador. O que
precisamos transmitir de informação para
que o colaborador responsável realize corre-
tamente o registro? O treinamento deve
informar a necessidade do registro; as
características do aparelho (uso e manuten-
ção), local e forma de instalação; a periodici-
dade e forma de preenchimento da planilha
de registro; os limites toleráveis e as medi-
das adotadas em caso de leitura fora dos
limites. TODAS essas informações devem
ser claramente transmitidas e também
compreendidas, ou podemos ter o seguinte
cenário (caso real):
- Refrigerador do setor de semi-sólidos com
termômetro digital posicionado na grade do
refrigerador.
- Porta do congelador ausente, com acúmu-
lo excessivo de gelo no compartimento.
- Registros diários entre 40 e 46º persisten-
tes no mês da verificação (cerca de duas
semanas, sem valores fora da faixa).
- Planilha sem informação de faixa tolerável
para o registro de temperatura.
Vamos à análise da situação: Fica evidente
que o colaborador não recebeu/absorveu as
informações necessárias para a execução
da tarefa. Não havia cuidado com o refrigera-
dor (manutenção e limpeza), nem conheci-
mento do termômetro em uso (existência de
duas escalas, Celsius e Fahrenheit). As infor-
mações registradas eram valores expressos
em graus Fahrenheit, sem sequer despertar
qualquer desconfiança temperaturas acima
de 40º em uma geladeira.
Pensando em um evento isolado, solicitei
registros de dois meses anteriores – e infe-
lizmente o quadro era O MESMO, ou seja, a
informação não foi avaliada pelo farmacêuti-
co responsável pelo sistema de garantia de
qualidade.
A gestão de informações e a comunicação
eficiente são indispensáveis para manter-
mos o sistema de boas práticas ativo e
seguro, reduzindo a possibilidade de desvios
nos processos.
Desenvolver habilidades de comunicação
que garantam a compreensão das informa-
ções transmitidas para a equipe é funda-
mental para que o farmacêutico consiga os
melhores resultados e também delegar tare-
fas de forma segura, sob sua supervisão.
Como anda a comunicação na tua equipe?
(ps.: O Pato fica manco, considerando que
“pata” sem a inicial maiúscula seria o pé do
bichinho e não sua parceira )
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Gelza Rubia
Consultora Farmacêutica
(021) 99103-5294
@gelzarubia
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news.com.br
MAGI
Por Francine Schütz
COVID-19 é uma doença pandêmica causa-
da pelo novo coronavírus, síndrome respira-
tória aguda grave do coronavírus 2 (SARS-
-CoV-2).Esta nova infecção viral foi identifi-
cada pela primeira vez na China em dezem-
bro de 2019 e, posteriormente, se espalhou
globalmente.
A evolução e o surgimento de vírus aumen-
taram significativamente nas últimas duas
décadas devido à sua rápida mutação. O
surgimento ou reaparecimento de um vírus
é atribuível a vários fatores, incluindo
aumento do número de pacientes imuno-
comprometidos, mudança climática, ausên-
cia de agentes antivirais, aumento da movi-
mentação geográfica de pessoas e bens
emodificação genética de vírus.
Microbiota intestinal
As comunidades microbianas (bactérias,
fungos, arquea, vírus e protozoários) no trato
gastrointestinal humano, pulmões, pele e boca
existem em uma relação comensal com as
células hospedeiras, desempenhando assim
um papel importante na saúde humana. As
bactérias comensais (1 × 1013
UFC) que estão
presentes no trato GI são equivalentes ao
número de células humanas. Esta colonização
começa logo após o nascimento e seus perfis
e números se estabilizam por volta de 1-2 anos
de idade com mais de 1000 espécies bacteria-
nas.
A microbiota gastrointestinal tem a capaci-
dade de interagir com células humanas,
incluindo células imunológicas específicas.
Essas interações produzem diferentes bene-
COVID-19, DISBIOSE INTESTINAL E O
POTENCIAL DOS PROBIÓTICOS
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MAGI
fícios para a saúde do hospedeiro, incluindo
a regulação da motilidade gastrointestinal;
ativação e destruição de toxinas, genotoxi-
nas e mutagênicos; transformação de ácido
biliar e esteroides; produção de vitaminas;
absorção de minerais; metabolização de
substâncias xenobióticas; influenciam a
permeabilidade intestinal e as funções de
barreira; e modulação da imunidade
mucosa e sistêmica; bem como efeitos
benéficos na pele e nas vias respiratórias
superiores.
Recentemente, a presença de micróbios
benéficos foi relatada no trato respiratório
superior (cavidade nasal, nasofaringe, orofa-
ringe e laringe acima das cordas vocais) e
inferior (laringe abaixo das cordas vocais,
traqueia, brônquios e bronquíolos e alvéolos
dos pulmões) tanto em pessoas saudáveis-
como pessoas com doenças pulmonares,
como fibrose cística e doença pulmonar
obstrutiva crônica.Esses micro-organismos
benéficos competem com os patógenos no
que diz respeito à colonização de células
humanas em diferentes órgãos para promo-
ver a saúde do hospedeiro. Isso requer um
grande número de micro-organismos bené-
ficos, e qualquer desequilíbrio ou interrup-
ção deste sistema pode causar disbiose, o
que pode permitir que os patógenos
causem doenças como infecções do trato
respiratório.
Eixointestino-pulmãoeCOVID-19
O trato gastrointestinal e o pulmão estão
entre os compartimentos do corpo que hos-
pedam a microbiota; no entanto, o pulmão
tem um pequeno número de microbiota
quando comparado ao intestino. Há evidên-
cias crescentes de que existem comunica-
ções bidirecionais entre o intestino e o
pulmão, o que é chamado de eixo intestino-
-pulmão. Este crosstalk bidirecional está
envolvido no suporte da homeostase imuno-
lógica. Acredita-se que a inflamação gas-
trointestinal resulta em inflamação pulmo-
nar por meio dessa conexão. O mecanismo
exato subjacente a essa mudança inflamató-
ria do intestino para o pulmão ainda não foi
completamente elucidado; entretanto, a
disbiose da microbiota intestinal e pulmonar
é um dos fatores implicados neste caso. Foi
demonstrado anteriormente que a disbiose
da microbiota intestinal está associada a
várias condições patológicas respiratórias, e
mudanças na composição da microbiota
pulmonar em direção à microbiota intestinal
foram observadas em vários distúrbios
respiratórios.
Um dos mecanismos sugeridos por trás da
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MAGI
interação bidirecionalentre os sistemas da
microbiota pulmonar e intestinal é que o
aumento da permeabilidade do trato gas-
trointestinal permite o vazamento e a migra-
ção da microbiota intestinal para o pulmão,
modulando sua microbiota e, portanto, suas
respostas imunológicas. Além disso, com-
ponentes microbianos intestinais e metabó-
litos como lipopolissacarídeos (LPS) e
ácidos graxos de cadeia curta (AGCC),
respectivamente, também estão envolvidos
nesta comunicação bidirecional intestino-
-pulmão.Além disso, a circulação mediada
por sangue ou sistema linfático, de células
imunes ou mediadores inflamatórios do
trato gastrointestinal para o pulmão pode
resultar em respostas inflamatórias pulmo-
nares.
Além dos sintomas respiratórios descritos
com mais frequência, como febre, tosse e
síndrome respiratória grave causada pela
infecção por COVID-19, também foi relatado
que os pacientes exibiam sintomas gas-
trointestinais, incluindo diarreia, vômito,
náusea, perda de apetite, sangramento gas-
trointestinal e dor abdominal.Verificou-se
que os pacientes com COVID-19 com sinto-
mas gastrointestinais, como diarreia, apre-
sentaram distúrbios respiratórios mais
graves do que aqueles sem sintomas gas-
trointestinais. Embora o impacto do intesti-
no na saúde pulmonar esteja bem estabele-
cido, o conhecimento disponível sobre o
papel oposto do pulmão na saúde intestinal
ainda é escasso. Portanto, não se sabe por
que COVID-19 influenciaria a integridade do
trato gastrointestinal. A disbiose é potencial-
mente um dos mecanismos contribuintes.
Disbiose pulmonar mediada por lesão
pulmonar aguda foi associada à modulação
mediada por sangue da microbiota intesti-
nal e a população da microbiota intestinal é
modulada em casos de alergia pulmonar.
Como resultado, COVID-19 pode induzir a
alteração da microbiota pulmonar que
modula a microbiota do trato gastrointesti-
nal, resultando em sintomas gastrointesti-
nal.
Além disso, estudos revelaram que os sinto-
mas gastrointestinais gerados em pacientes
infectados com COVID1-9 podem ser atribuí-
dos aos tecidos e órgãos danificados causa-
dos pelas respostas imunológicas. Alternati-
vamente, a enzima conversora de angioten-
sina 2 (ECA2) é o principal receptor da célula
hospedeira de COVID-19. ECA-I e ECA-II são
enzimas cruciais que desempenham um
papel significativo na regulação da pressão
arterial por meio da via do sistema bioquími-
co renina-angiotensina-aldosterona.Além do
pulmão, a ECA2 também é expressa pelos
intestinos, e é potencialmente responsável
pelos sintomas do trato gastrointestinal
associados à COVID-19. A disfunção das
vias de apoptose no intestino devido a infec-
ções respiratórias é outra explicação propos-
ta para os sintomas do trato gastrointesti-
nais associados a COVID-19. Além disso,
ainda é provável que sintomas do trato GI
relacionados ao COVID-19 possam ocorrer
devido ao fato de que o trato gastrointestinal
e o trato respiratório compartilham a mesma
origem embrionária e, portanto, são estrutu-
ralmente semelhantes e interagem de
maneira semelhante em condições fisiológi-
cas e patológicas.Todos esses mecanismos
sugeridos podem funcionar individual ou
coletivamente para induzir distúrbios do
trato gastrointestinal associados com COVI-
D-19.
Até a vacina estar disponível, a maioria dos
tratamentos disponíveis visa aliviar os sinto-
mas, e a ventilação mecânica é usada em
casos de doença grave. Alguns medicamen-
tos antivirais, anti-inflamatórios e antimalári-
cos têm sido aplicados para tratar COVID-19;
no entanto, nenhum desses medicamentos
foi aprovado como tratamento curativo
eficaz contra COVID-19. Portanto, outras
estratégias seguras, como probióticos,
podem ser aplicadas para prevenir e/ou
tratar COVID-19.
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MAGI
Probióticos e COVID-19
Os probióticos são micro-organismos vivos
que conferem um efeito fisiológico benéfico
ao hospedeiro quando administrados em
quantidades adequadas. Algumas bactérias
lácticas que podem ser encontradas em
diferentes alimentos fermentados, como
iogurte, queijo e picles, são geralmente reco-
nhecidas como seguras e classificadas
como probióticos por causa de seus benefí-
cios à saúde. Foi sugerido que os probióti-
cos deveriam ser consumidos diariamente
em doses de 108
a 1010
UFC para produzir
benefícios à saúde em humanos. Os benefí-
cios de saúde aprovados incluem a redução
dos sintomas de intolerância à lactose,
redução de doenças alérgicas, manutenção
o pH intestinal, redução dos níveis de coles-
terol no sangue, produção de vitaminas B,
redução do escore de severidade da derma-
tite atópica, melhora da biodisponibilidade
de minerais e aumento a atividade imunoló-
gica.
O impacto direto ou indiretamente positivo
dos probióticos nas enzimas da ECA está
bem estabelecido. Durante a fermentação
dos alimentos, os probióticos produzem
peptídeos bioativos com a capacidade de
inibir as enzimas ECA, bloqueando os sítios
ativos. Além disso, os fragmentos das célu-
las probióticas mortas também atuaram
como inibidores da ECA. Essas descobertas
sugerem que os probióticos podem ser um
bloqueador potencial para o receptor ECA
que atua como uma porta de entrada para o
SARS-CoV-2 atacar as células gastrointesti-
nais.O conceito de uso de fármacos para
bloquear os receptores da ECA como uma
abordagem de tratamento contra COVID-19
foi proposto por Fernández-Fernánde (2020)
que demonstraram uma influência positiva
do uso de um bloqueador ECA para reduzir a
síndrome do desconforto respiratório.
Até o momento, vários ensaios clínicos
registrados que visam investigar a eficiência
dos probióticos no tratamento de pacientes
com COVID-19 estão em andamento. Alguns
pacientes com COVID-19 exibiram disbiose
microbiana intestinal caracterizada por baixo
número de diferentes espécies de probióti-
cos, como Bifidobacterium e Lactoba-
cillus.Isso pode ser um indicador de sua imu-
nidade reduzida e, portanto, tem sido sugeri-
do que esses pacientes requerem suporte
nutricional e suplementação com prebióti-
cos ou probióticos para normalizar o equilí-
brio da microbiota intestinal e diminuir o
risco de infecção. COVID-19 é uma doença
nova e os humanos não adquiriram imunida-
de contra esta doença. Enquanto isso, o
padrão alimentar dos pacientes é um fator
essencial para os níveis, diversidade, estrutu-
ra e função da microbiota gastrointesti-
nal.Portanto, dietas balanceadas, incluindo
alimentos contendo probióticos e micronu-
trientes que aumentam a imunidade, como
polifenóis; vitaminas A, C e D; e minerais
(principalmente selênio e zinco) podem redu-
zir o risco de infecção por COVID-19.
Em pesquisas anteriores, o consumo de leite
fermentado contendo cepas probióticas
reduziu significativamente a incidência de
infecções do trato respiratório superior entre
bebês saudáveis, crianças, adultos e
idosos.Aparentemente, a suplementação de
probióticos pode ser uma estratégia adequa-
da, dados relatórios anteriores sobre a
potencial aplicação de probióticos para
prevenir e tratar várias infecções virais.Essas
observações apoiam a administração de
probióticos a pacientes com COVID-19,
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MAGI
apesar da ausência de evidências sólidas de
que esses tratamentos podem prevenir ou
tratar esta doença infecciosa. No entanto, é
racional aumentar a imunidade natural da
população com probióticos antes, durante
ou após a infecção por COVID-19.
Estudos anteriores usaram um grande
número de cepas probióticas, e seus efeitos
imunomoduladores foram específicos para
cepas. Por exemplo, Youn e colaboradores
(2012) relataram que os efeitos protetores
contra a infecção do vírus influenza varia-
ram significativamente entre as cepas de
Lactobacillus. Portanto, as cepas eficazes
de probióticos devem ser selecionadas com
base em estudos em animais e humanos.
Outros fatores associados aos efeitos bené-
ficos dos probióticos emprevenir ou tratar
doenças como COVID-19, incluindo o tempo
de administração no contexto da doença, a
dose de probióticos, a duração do tratamen-
to e o estado de saúde e microbiota do hos-
pedeiro. Os ensaios clínicos considerando
esses fatores devem ser lançados em um
futuro próximo.
Foi demonstrado que o número e a biodiver-
sidade de micróbios gastrointestinais geral-
mente diminuem com a idade e a terapia
com antibióticos. Essa disbiose tem sido
notavelmente associada a várias doenças e
condições infecciosas, metabólicas ou infla-
matórias, como desnutrição, câncer de
cólon, obesidade, diabetes e aterosclerose.
Pacientes com microbiota em desequilíbrio e
idosos são os mais suscetíveis ao COVID-19.
Portanto, a suplementação de probióticos
nesses grupos provavelmente poderia
melhorar a capacidade da microbiota gas-
trointestinal de modular a atividade imunoló-
gica e, assim, prevenir infecções virais,
incluindo COVID-19.
Em uma meta-análise (2018) de 52 estudos
publicados que investigaram a capacidade
dos probióticos de prevenir ou tratar várias
doenças, a evidência mais forte sobre a
eficácia dos probióticos foi observada para
cinco doenças, incluindo infecções agudas
do trato respiratório. Em outra meta-análise,
King e colaboradores (2019) avaliaram 17
ensaios clínicos randomizados que avalia-
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ram os efeitos preventivos dos probióticos
contra infecções agudas do trato digestivo
inferior, infecções agudas do trato respirató-
rio ou otite média aguda em bebês e / ou
crianças. As crianças que foram tratadas
com probióticos tiveram um risco menor de
necessitar de prescrições de antibióticos do
que as crianças não tratadas. Portanto, os
probióticos podem reduzir o risco de infec-
ções agudas comuns e, assim, reduzir o uso
de antibióticos em bebês e crianças.Além
disso, os efeitos dos probióticos nas infec-
ções do trato respiratório foram investiga-
dos em uma meta-análise (2016) de 23
ensaios clínicos randomizados envolvendo
6.269 crianças. Os resultados ilustraram
que o consumo de probióticos reduziu signi-
ficativamente a gravidade dos sintomas de
crianças infectadas e a duração da infec-
ção.
É necessária muita investigação para deter-
minar os mecanismos precisos de ação dos
probióticos contra os coronavírus, incluindo
o SARS-CoV-2. Até o momento, os efeitos
dos probióticos na saúde foram atribuídos a
várias atividades, incluindo sua capacidade
de melhorar a integridade intestinal e
manter a permeabilidade intestinal, compe-
tição com patógenos por nutrientes e locais
de fixação, regulação da atividade das célu-
las imunológicas contra patógenos invaso-
res e prevenção de doenças respostas imu-
nológicas excessivas e inflamação.Mais
estudos são necessários para examinar a
atividade dos probióticos contra diferentes
coronavírus, como SARS-CoV-1, SARS-CoV-
-2 e MERS-CoV, para compreender comple-
tamente seus mecanismos subjacentes
contra vírus.
Conclusões
É evidente que os probióticos podem reduzir
a incidência e a gravidade das doenças,
sugerindo sua promessa no tratamento ou
prevenção da COVID-19. Os probióticos
podem ajudar a prevenir o COVID-19, man-
tendo a microbiota gastrointetsinal e
pulmonar, porque a disbiose desempenha
um papel importante na suscetibilidade das
pessoas a doenças infecciosas. Estudos
clínicos são necessários para examinar os
potenciais efeitos preventivos e curativos
dos probióticos contra a infecção por SARS-
-CoV-2.
Referências
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Health, 2019.Wang, Y. et al. Med. (Baltim.) 2016.
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Francine Schütz
Doutoranda em medicina
em Portugal
(048) 9991-5120
@francineschutz
012
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MAGI
Por Livia Azevedo
Quem me conhece pessoalmente e pelas
redes sociais sabe o quanto eu amo a área
magistral,a parte de prescrição farmacêuti-
ca, formulardemocosméticos entre outras
atividades que ser farmacêutico nos permi-
te fazer. Porém o que poucos sabem é da
minhapaixão pela medicina veterinária.
E você leitor,sabe como nós podemos entrar
nessa área? Podemos destacar que diver-
sos institutos renomados oferecem pós
graduação e foi assim que eu me inseri.
Apesar da área atuação do farmacêutico
veterinário ser abrangente e pouco explora-
do, é necessário que o profissional se apri-
more e especialize-se na área desejada para
assumir responsabilidades técnicas e clíni-
cas, garantindo a segurança da saúde
animal e evitando erros de prescrição,
dispensação, interações medicamentosas e
intoxicações. O farmacêutico veterinário é o
profissional especialmente treinado que
fabrica, dispensa medicamentos veteriná-
rios, suprimentos ou produtos de origem
farmacêutica e indica como utilizá-los ade-
quadamente, atua também em todas as
atividades privativas à sua função dentro do
ambiente veterinário.
A profissão farmacêutica no Brasil é regula-
mentada pelo Decreto 85.878, de 07 de abril
de 1981, no Artigo 1º. Podemos destacar
que nesse mesmo decreto, no Art. 2º, fica
atribuído aos profissionais farmacêuticos o
desempenho das atividades de fabricação
INSERÇÃO E IMPORTÂNCIA DO
FARMACÊUTICO NA MEDICINA
VETERINÁRIA
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MAGI
de produtos e insumos para uso farmacêuti-
co veterinário, e também de funções de dire-
ção, assessoramento e
r e s p o n s a b i l i d a d e
técnica por seto-
res e demais
locais que
desempenhem
tais atividades.
No entanto,
nota-se que
até então
não havia
sido especifica-
do se tais ativi- dades eram exclusi-
vas do profissio- nal farmacêutico, o
que gera bastante confusão. Pode-se esta-
belecer um ciclo da atuação do farmacêuti-
co na farmácia veterinária, sendo este um
processo multidisciplinar, o qual cabe ao
médico veterinário fornecer todas as infor-
mações necessárias em relação ao estado
clínico do animal, envolvendo o diagnóstico,
prognóstico e suas particularidades, como
o tratamento indicado, independentemente
de ser profilático, curativo ou paliativo.
O início desse ciclo provém da aquisição,
seleção, ou até mesmo fabricação do medi-
camento, estabelecendo prioridades e sele-
cionando medicamentos seguros, eficazes
e que atendam às necessidades dos
animais, principal e único objetivo a saúde
animal. Então para deixar bem claro, o
médico veterinário encarrega-se de diag-
nosticar e prescrever a terapia, enquanto o
papel do farmacêutico é relacionado a anali-
sar as prescrições, acompanhar todo o
processo de produção, orientando, supervi-
sionando e orientando o dono do animal
sobre a forma de utilização, efeitos e con-
servação adequada dos produtos, além da
gestão logística da farmácia (ANFARMAG,
2012).
A falta de formas farmacêuticas veteriná-
rias adequadas para cada espécie, principal-
mente nos animais de companhia, obriga
uma maior utilização de medicamentos
humanos. (BARBOSA, 2010). Trazendo para
o nosso universo magistral,as vantagens
da prescrição de uma fórmula magistral é
a personalização do tratamento, possibi-
litando a preparação de um produto na
quantidade e dose adequada para cada
paciente específico, além dessa vanta-
gem os rótulos
são identificados
com a posologia,
doses e a
forma de
utilização
adequada para cada um dos pacientes.
Os medicamentos precisam ter sabor agra-
dável e forma farmacêutica que facilite a
aceitação do animal. (DIAS, MARIELLE,
2012). Seguindo esse conceito podemos
identificar que é de extrema importância a
presença de um profissional capacitado na
produção, controle e na dispensação de
produtos veterinários, poistal profissionalse
responsabilizará pelo acompanhamento
durante e após o tratamento farmacológico,
assegurando dessa forma a saúde do
animal e a eficácia terapêutica.
A medicina veterinária é realmente fascinan-
te e nós farmacêuticos estamos inseridos
nela desde a pesquisa, manipulação e indús-
tria.
Dedico essa matéria ao meu maior exemplo
dentro da medicina veterinária, meu profes-
sor e coorientador Dr. Argemiro Sanavria.
Referência
BARBOSA, Catarina. Novas formas farmacêuticas
para uso veterinário. 62f. (Monografia licenciatura em
Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Ciências da
Saúde - Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2010.
DIAS, Marielle. Manipulação de produtos veterinários:
Aplicabilidade, Legislação e Atuação dos Profissio-
nais da Saúde, 2012. Disponível em:. Acesso em: 27
nov. 2020.
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Lívia Azevedo
Farmacêutica Clínica e Magistral
21 98326-4730
@liviaazevedo.farmaceutica
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MAGI
Por Kelly Lourenço
Quem nunca se identificou com a história de
um super-herói? E pode ser pelo poder, pela
força, pela capa, porque voava, subia nas
paredes…. eu, particularmente, adoro os
filmes que contam as sagas, os desafios e
aí vem o arquétipo do herói e salva tudo!
Em nosso dia a dia, também, temos nossos
momentos de heróis, somos vitoriosos e
poderosos por muitos motivos. Às vezes, só
porque acordamos pela manhã. Já pensou
nisso?!
Mas, no fundo o que todos nós gostamos é
a capacidade que o herói tem de vencer os
seus medos, as suas kriptonita, os mons-
tros, as batalhas. Essa empatia vem justa-
mente da analogia que conseguimos fazer
com nossos próprios desafios.
Nosso cérebro é muito mais motivado pela
dor do que pelo prazer, isso segundo estu-
dos de inteligência emocional e até mencio-
nado no livro do Tony Robbins – Despertan-
do Gigantes, que até se casou muito bem
com nosso tema de hoje. Exemploooo: o
que te move mais é você querer deixar de er
gordo e não porque você quer ser saudável.
Percebe?! E por isso, as sagas heroicas nos
acompanham desde os primeiros contato-
res de histórias.
Muitas das histórias que assistimos tem
roteiros semelhantes e, mesmo assim, quem
gosta do gênero, amaaaa as repetidas vitó-
rias sobre o mal. Basicamente, os roteiros
sempre têm alguém com um poder em
potencial e que não aceita ou não acredita e
depois de alguma perda ou de ver alguma
destruição ou, ainda, do mundo quase
acabar e de sofrer por algo … o herói encon-
tra a sua verdadeira motivação para tomar
posse desse poder e depois de assumi-lo,
ninguém mais o segura kkkkk. Não é assim,
na maioria das vezes?
Veja o caso da Mulher Maravilha, deu várias
cabeçadas, uma teimosa de carteirinha - e
ah…já ia me esquecendo, também, tem o
momento que o super-herói acha que é
invencível e que nada de errado pode aconte-
cer, subestimando seu oponente…. Aícompli-
ca tudo e é onde ele vai a lona…. Dá uma lam-
AUTOCONHECIMENTO E OS HERÓIS
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MAGI
bida no octógono e antes da contagem dos
10 terminar …. Tcham tcham tcham tchaaa-
ammm ele se levanta, ao estilo Rocky
Balboa, com toda a força e vence para
alegria de todos …..
Cuiroso para saber o que, além disso, os
heróis têm de semelhanças conosco?!
Segura só mais algumas linhas! Voltemos a
Diana, ela é linda e poderosa sobre seu salto,
com cabelos maravilhosamente escovados
(sim sou fã desde criança e ainda quero
aquele laço). Bem…. somente depois de ser
abatida, quase destruída, pouco antes do
mundo acabar, ela assume seu poder origi-
nado dos Deuses e bummmm vence no
final.
Mas há outros heróis: Em Matrix – até que o
dito cujo do Neo entender que é o escolhido,
quase o mundo se desintegra/ Rocky
Balboa quase morre por todas as 228 lutas
e se recupera no último segundo para felici-
dade da Adrian…. E por aí vai.
Mas o que todas essas históriastêm a ver
com os reles mortais – nós – seres ditos
humanos? Todos eles tentam nos mostrar o
quanto somos capazes de superar os obstá-
culos, usando os nossos poderes. Ah Kelly,
mas que poderes nós temos? Já assistiu a
Liga da Justiça? Superman estava morto, foi
ressuscitado e quase matou todos os outros
heróis ao retornar do outro lado da vida e
quem foi lá e o acalmou em grande estilo ….
Quem? Quem? A Lois Lane! Isso nos revela
que os heróis são os diferentes, que sofrem
bullying, que não se aceitam, que se sentem
fora da caixa, que se isolam…. Alguma seme-
lhança conosco? Nãaaaao?! Claro! E o
Homem Aranha então!? Um frangote todo
atrapalhado!Eles nos mostram que tudo que
gostariam é serem normais como nós, os
humanos, e nos amam tanto que dedicam
suas vidas a salvar a Terra e nossas vidas.
A questão não é você saber voar, se você
tem a capa da invisibilidade, se tem velocida-
de ultrassônica, se tem a pele verde e é
muito, muito forte… a questão é que você é
um ser humano único e seus poderes estão
aí, batendo à porta, só esperando você tomá-
-los pra si e você o está rejeitando por medo
de ser ridicularizado, medo de ser feliz, medo
que dê certo, medo de não ser aceito, medo
de sair do efeito manada, medo de sair da
Matrix.
Seu dom pode ser limpar a casa como
ninguém, pode ser fazer planilhas “pica da
galáxia”, pode ser falar ou escrever bem, ser
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MAGI
um atleta veloz, resistente! Pode ser cozi-
nhar bem, vender bem…. Atender bem! Ouvir
bem! Pode ser a sua Fé! Amar, pode ser o
seu poder! Ah vá, o Batman nem tem
poderes! Ele é ricoe com muita tecnolo-
gia kkkkk . Se dá uma chance vai?! Lois é
uma jornalista e ela domina o
homem de ferro….
Descubra seu poder e invista
nisso. Passamos muito
tempo das nossas vidas
querendo melhorar os
defeitos. Por que focar,
prioritariamente, nisso?
Foque no que faz de
melhor, torne-se uma
referência e depois
disso você desenvolve
outras áreas e outras
habilidades. Cada
super-herói tem um
poder de destaque. O
Hulk , Flash, Aquaman,
Homem Aranha, Batman, Wolve-
rine – cada um com sua história,
cada um com seu poder, cada
um com seu passado e são
movidos pelos seus propósi-
tos. Não lembro de nenhum
com uma história de contos
de fadas, com uma vida
simples… todos foram
desafiados de alguma
forma.
Sabe qual é o seu mal e já
foi o meu…. Ficar olhando
o poder do outro. Lem-
bre-se você é a única
coisa que a concorrên-
cia, que seu oponente
não pode ter. Só falta você descobrir a sua
motivação, o seu propósito, o seu poder.
E mostra para o mundo! Comunique ao
mundo quem realmente você é!
Como sabem, sou especialista em Comuni-
cação e resolvi falar um pouco de autoco-
nhecimento com você nesta edição e sugerir
uma leitura: O Poder da Presença deAmy
Cuddy. Ela fala, em seu livro, sobre as pos-
turas dos heróis. Fala de como o cérebro
associa os arquétipos vencedores a posi-
ções específicas do corpo.
O que significa isso?! Que ao fazer as
posturas indicadas o seu cérebro
entende que você tem capacidades
(poderes extras) para enfrentar
seus desafios. Sabe quais são as
posturas? As dos nossos ilustríssi-
mos heróis. O livro é baseado em
pes- quisas científicas que
comprovarem que se
antes de uma
reunião importante,
falar em público, uma
entrevista de emprego você ficar
por uns 5 minutos na posição de
poder seu cérebro irá incorporar
essa sensação de autopoder!
Pés afastados lateralmente,
troco ereto, braços na lateral do
corpo ou mãos na cintura, queixo
em 90º! Imite a postura de poder
dos heróis e enfrente seus desa-
fios com muito mais habilidade e
congruência entre seu corpo e sua
mente. Afinal sua linguagem
corporal fala mais de você do que
você mesmo!
Até a próxima!
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bem! Pode ser a sua Fé! Amar, pode ser o
seu poder! Ah vá, o Batman nem tem
poderes! Ele é ricoe com muita tecnolo-
gia kkkkk . Se dá uma chance vai?! Lois é
uma jornalista e ela domina o
Descubra seu poder e invista
nisso. Passamos muito
tempo das nossas vidas
querendo melhorar os
defeitos. Por que focar,
Hulk , Flash, Aquaman,
Homem Aranha, Batman, Wolve-
rine – cada um com sua história,
cada um com seu poder, cada
um com seu passado e são
movidos pelos seus propósi-
tos. Não lembro de nenhum
com uma história de contos
de fadas, com uma vida
simples… todos foram
desafiados de alguma
Sabe qual é o seu mal e já
foi o meu…. Ficar olhando
Cuddy. Ela fala, em seu livro, sobre as pos
turas dos heróis. Fala de como o cérebro
associa os arquétipos vencedores a posi
ções específicas do corpo.
O que significa isso?! Que ao fazer as
posturas indicadas o seu cérebro
entende que você tem capacidades
(poderes extras) para enfrentar
seus desafios. Sabe quais são as
posturas? As dos nossos ilustríssi
mos heróis. O livro é baseado em
pes- quisas científicas que
comprovarem que se
falar em público, uma
entrevista de emprego você ficar
por uns 5 minutos na posição de
poder seu cérebro irá incorporar
essa sensação de autopoder!
Pés afastados lateralmente,
troco ereto, braços na lateral do
corpo ou mãos na cintura, queixo
em 90º! Imite a postura de poder
dos heróis e enfrente seus desa
fios com muito mais habilidade e
congruência entre seu corpo e sua
mente. Afinal sua linguagem
corporal fala mais de você do que
você mesmo!
Até a próxima!
Kelly Lourenço
Mestre em comunicação
(11) 94175-7375
@kellylourenco.oficial
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Por Kennya Macedo
Essa é a principal pergunta que a Consulta
Pública (CP) 911 que visa alterar a Resolu-
ção da Diretoria Colegiada (RDC) 44/09 e a
CP 912 cujo as contribuições se encerram
dia 07/12 estão fazendo. Para entender
onde você entra nisso, caro leitor vamos
primeiro entender do que fala a RDC 44/09.
A RDC 44/09 “Dispõe sobre Boas Práticas
Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da
comercialização de produtos e da prestação
de serviços farmacêuticos em farmácias e
drogarias e dá outras providências”. É nela
que estão contidos os documentos obriga-
tórios para que uma farmácia e/ou drogaria
possa funcionar, qual a infraestrutura neces-
sária, como tem que ser o ambiente onde os
serviços farmacêuticos são prestados,
responsabilidade, atribuições, treinamentos,
dispensação de outros produtos, a definição
do que são serviços farmacêuticos como
atenção farmacêutica, quer seja no local ou
domiciliar, que parâmetros biológicos e
bioquímicos podem ser aferidos, que medi-
camentos podem ser administrados, etc.
Como vêem não é pouca coisa. E o que é que
então sugerem as duas CP que se encerram
amanhã? O discurso em tese é de ampliação
desses serviços.
Ao ouvir a ampliação, alguém pode imediata-
mente pensar: mas como isso pode ser
ruim?
A discussão é complexa, delicada, envolve
diretamente outros profissionais da saúde,
passa por questões que hoje são privativas
PARA ONDE O CONCEITO DO QUE É
UMA FARMÁCIA ESTÁ SE
ENCAMINHANDO?
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MAGI
do farmacêutico e pode abrir precedentes
não desejáveis, como a venda de medica-
mentos em supermercados, por exemplo.
Como se trata de diversos pontos que gera-
ram um recorde de contribuições que a
Agência nunca tinha visto e como é um
assunto extremamente polêmico não só
para nós farmacêuticos, mas para outras
profissões, resolvi pontuar alguns aspectos.
O objetivo aqui não é trazer respostas, pois
essas virão das contribuições recebidas,
das organizações de classe e dos conse-
lhos que estão atuando firmemente se
debruçando sobre o tema. O interesse aqui
é provocar uma reflexão sobre onde esta-
mos e para onde estamos indo. Mais ainda:
se queremos ir para onde estão nos levan-
do.
Comecemos com a CP 912 que tanto o CFF
quanto os outros conselhos de outros
profissionais da saúde se opõe de maneira
muito veemente pois, traz para o ambiente
da farmácia, testes de análises clínicas que
eram realizados somente em laboratórios,
como testes de anatomia patológica e
testes de um nível de complexidade e espe-
cificidade que nos fazem questionar se
estamos ou não em uma farmácia e se é
esse tipo de serviço que uma farmácia deve-
ria prestar. Principalmente pela preocupação
com a qualidade do serviço prestado e com
as necessidades físicas que seriam neces-
sárias para que os resultados de tais testes
representassem uma real melhoria no tipo
de atendimento que é prestado aos clientes.
Considerando a 911 as preocupações giram
em torno do cuidado farmacêutico e da aten-
ção farmacêutica, pois o texto proposto não
abarca toda a complexidade das atribuições
do profissional farmacêutico nesse sentido,
deixa em aberto possibilidades que abrem
precedentes perigosos como triagem de
patologias que não nos cabem e que sabe-
mos que basta um caso de erro para que o
todo o setor seja negativamente afetado. Já
assistimos a esse filme antes e o final nunca
é feliz. Nem para o nosso setor nem para a
população.
As perguntas que ficam aqui são: por que
assumir atribuições de análises clínicas para
muito além do que fazemos normalmente
em uma farmácia fora do ambiente de um
laboratório ou de um hospital, por exemplo?
A quem serve essa mudança, uma vez que
não parece servir a nós, farmacêuticos? A
população será realmente beneficiada? Se
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esta mudança passar, o que então será uma
farmácia? Qual será então o âmbito da
nossa profissão? Mais que saber para onde
estão encaminhando o conceito do que é
uma farmácia devemos nos perguntar se é
para esse lugar que queremos ir.
A ver.
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Laboratórios do Estado de São Paulo. Entidades
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Pública 911 - Proposta de Consulta Pública de Reso-
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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. Perguntas
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dasatividades relacionadas aos Testes deAnálises
Clínicas (TCA) na prestação deServiços de Apoio ao
Diagnóstico eTerapêutico (SADT). Disponível em:
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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. RDC 44 de
17 de Agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas
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18/09/20. Disponível em: <https://www.cff.org.br/no-
t i c i a . p h p ? i d = 6 0 2 1 & t i t u l o = + C F -
F+op%C3%B5e-se+%C3%A0+proposta+da+Anvisa+n
a+Consulta+P%C3%BAblica+912%2F2020>. Acesso
em 05 dez 20.
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Kennya Macedo
Farmacêutica
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MAGI
Por Márcio Guidoni
Toda mulher tem hábitos de usar corporais,
geralmente após o banho, mas em geral
usam de maneira cotidiana, como uma
forma de manter a pele hidratada e mais
macia. Grande parte dos hidratantes corpo-
rais usam como ingredientes ativos óleos
vegetais. A presença de óleos na formula-
ção enriquece o poder hidratante, pois os
óleos têm uma intensa capacidade de ocluir
a pele.
Os óleos vegetais são constituídos por
ácidos graxos, são moléculas de gordura do
“bem”, pois penetram com grande facilidade
na pele, chegando nas camadas mais
profunda da epiderme e derme. Os ácidos
graxos essências, não são sintetizados por
nosso organismo, devendo esses ser adqui-
ridos pela alimentação ou através de cremes
hidratantes.
Os ácidos graxos essenciais (AGE) tem a
capacidades de modular a resposta inflama-
tória na derme, melhorando casos de aler-
gias, irritação cutânea, dermatites, dentre
outras. Ainda ajudam a recompor as mem-
branas celulares e evitar o estresse oxidativo
destas membranas, preservando-as.
Os óleos vegetais, também apresentam
grande capacidade de ocluir a pele, manten-
do a água de hidratação na superfície do
estrato córneo, evitando a perda de água
trans-epidermal, recompondo o manto hidro-
-lipídico e enriquecendo o fator de hidratação
natural da pele (NFM).
ÓLEOS VEGETAIS AJUDAM A
HIDRATAR E A ACALMAR A PELE
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MAGI
Dê sempre preferências a produtos constitu-
ídos por óleo vegetas e não contenham
como agente de oclusão a vaselina líquida,
pois esta é derivada do petróleo, pode provo-
car dermatites de contato, não é biodegradá-
vel, e por se tratar de uma commodity, pode
conter traços, dependendo do processo
fabril, de 1,4 dioxana, produto com potencial
carcinogênico.
Para conhecer seu hidratante, da olha na
parte posterior da embalagem, onde virá os
nomes da composição. Normalmente a
vaselina líquida vem como: mineral oil, petro-
latum. Para identificar os óleos vegetais
segue uma dica:
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NOME INCI
Óleo de amêndoas doce Sweetalmondoil
Óleo de semente de uva Grapeseedoil
Óleo de oliva Olive oil
Óleo de girassol Helianthusannus (Sunflower) oil
Óleo de framboesa Raspeberryoil
Óleo de abacate Persea gratíssima (avocado) oil
Óleo de semente de caroço de manga Mangifera indica oil
Óleo de macadâmia Macadamia ternifolianutoil
Óleo de linhaça Linseedflaxoil
Óleo de rosa mosqueta Rose hipsoil
Marcio Guidoni
Dr. em Farmácia
(027) 99986-5700
@marcioguidoni
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MAGI
Por Reginalda Russo
A Saúde Mental e a Dor Física
Os distúrbios de saúde mental e as doenças
musculoesqueléticas estão entre as maio-
res ameaças para o organismo humano e
suas habilidades funcionais, mesmo assim,
a relação entre elas só começou a receber a
devida atenção a alguns anos.
Em 2017, as doenças musculoesqueléticas
eram a segunda causa de incapacidade
física global, considerando o número de
anos vividos com incapacidade, e qual seria
a primeira causa? Justamente, as doenças
mentais são as campeãs deste ranking.
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
define saúde mental como “um estado de
bem-estar no qual cada indivíduo percebe
seu próprio potencial, conseguindo lidar com
o nível de estresse normal, trabalhar de
forma produtiva e ser capaz de oferecer sua
contribuição para a sociedade.”
Portanto, a boa saúde mental é a combina-
ção de bem-estar psicológico, emocional e
social que se manifesta como positividade
de humor, capacidade de enfrentamento de
crises e boas qualidades sociais.
Seres humanos com boa saúde mental
sofrem menos de condições físicas crôni-
cas.
“As doenças são o resultado não só dos
nossos atos, mas também dos nossos pen-
samentos.”
Mahatma Gandhi
COMO CONTORNAR A TRÍADE
DEPRESSÃO, ANSIEDADE E DOR
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MAGI
A Tríade do Mal
O primeiro estudo de revisão, com foco na
relação entre os distúrbios mentais e as
doenças crônicas musculoesqueléticas,
publicado na Maturitas em 2019, postulou
alguns fatos importantes:
• A existência da associação entre o Trans-
torno Depressivo Maior (TDM) e a dor
lombar crônica;
• Distúrbios de ansiedade estão associados
com hérnias de disco cervicais e lombares;
• Distúrbios de humor e ansiedade estão
associados a redução da densidade mineral
óssea (DMO) em homens;
• A melhora na satisfação com a vida previ-
ne a perda de massa óssea em mulheres na
pós menopausa.
Desde o final da década de 80 já havia sido
proposto que algumas condições mentais e
psiquiátricas faziam parte da mesma famí-
lia de distúrbios relacionados entre si e que
compartilham a mesma fisiopatologia, são
conhecidos como transtornos do espectro
afetivo. Estes transtornos compartilham
sintomas de depressão e ansiedade, respon-
dem bem ao tratamento com antidepressi-
vos e estão frequentemente associados a
condições clínicas dolorosas como fibro-
mialgia, síndrome de fadiga crônica, enxa-
queca, síndrome de intestino irritável, distúr-
bios disfóricos pré-menstruais, dor neuropá-
tica, dor lombar crônica e sintomas doloro-
sos persistentes.
Cerca de 50% dos pacientes com depressão
também apresentam outras queixas e a
maioria é relacionada com a dor. Pacientes
com fibromialgia são duas vezes mais sus-
cetíveis a distúrbios psiquiátricos como
depressão e ansiedade.
Apesar de todas essas evidências, os siste-
mas de classificação em psiquiatria não
incluem a dor crônica entre os sintomas da
depressão e a dor não figura como um sinto-
ma dos distúrbios de humor e ansiedade.
Pesquisas recentes indicam que esta sepa-
ração não é consistente com a realidade
clínica dos pacientes. Não só existe a corre-
lação fisiopatológica como também a corre-
lação clínica entre estas três condições.
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MAGI
O Que Há por Trás da Tríade
Como vimos, definitivamente os transtor-
nos de depressão e ansiedade comparti-
lham aspectos biológicos e ambientais com
a dor e também com a insônia. Estabelecida
esta correlação, podemos compreender o
que há por trás em termos de mecanismos
fisiopatológicos.
A coexistência destes distúrbios é explicada
pelas vias neurobiológicas em comum,
envolvendo os neurotransmissores seroto-
nina, dopamina, noradrenalina, GABA, gluta-
mato e substância P.
Na depressão, especialmente no TDM, a
fisiopatologia é baseada na disfunção da
expressão das monoaminas, na redução de
sua síntese ou na atividade dos seus recep-
tores. Recentemente, outros fatores têm
recebido atenção da ciência como o papel
das anormalidades neuroendócrinas envol-
vendo o excesso de cortisol, os efeitos inibi-
tórios da neurogênese, a presença de opioi-
des endógenos disfuncionais, alterações na
transmissão gabaérgica e glutamatérgica,
alterações nas citoquinas inflamatórias e
anormalidades no ritmo circadiano.
Vamos lembrar que esta mesma aborda-
gem farmacológica, tem papel importante
na percepção e resolução da dor.
Já os distúrbios de ansiedade, entre eles:
Transtorno de Ansiedade Generalizada
(TAG), Fobia Social e Transtorno de Estresse
Pós-Traumático (TEPT), envolvem anormali-
dades na transmissão serotoninérgica,
noradrenérgica, glutamatérgica e gabaérgi-
ca.
O funcionamento adequado do sistema
nervoso central (SNC) depende da homeos-
tase mantida e regulada por duas forças
opostas que atuam de forma independente
entre si e que confluem de forma cíclica
sempre buscando equilíbrio.
Trata-se de dois neurotransmissores que
regem nosso funcionamento neuronal,
glutamato e GABA, responsáveis por estí-
mulos opostos excitatório e inibitório no
nosso SNC. Juntos, glutamato e GABA cons-
tituem 90% da força total de nossos mensa-
geiros neurotransmissores, deixando os
restantes 10% para todos os outros.
O equilíbrio entre GABA e glutamato repre-
senta nosso estado de equilíbrio fisiológico e
mental enquanto, a perda deste estado está
implicada diretamente nos transtornos de
ansiedade e na perda do controle inibitório
da transmissão da dor.
Estratégias para Restabelecer o
Equilíbrio
Os primórdios da introdução dos antidepres-
sivos para tratamento de alterações de
humor em pacientes deprimidos, data do
final da década de 50, assim, não é mistério
que os antidepressivos atuam aumentando
a oferta de serotonina e noradrenalina no
SNC e desse modo restabelecendo seu equi-
líbrio e o bem estar emocional dos pacientes.
Este mesmo mecanismo de inibição da
recaptação de monoaminas, tem papel
importante na modulação da dor, especial-
mente na dor crônica de caráter neuropático,
onde a maior oferta e atuação das monoami-
nas tem ação inibitória das vias de sinaliza-
ção da dor na medula espinal e SNC.
Estas vias neurobiológicas explicam a
resposta terapêutica bem sucedida dos anti-
depressivos no tratamento tanto dos distúr-
bios psiquiátricos quanto nos tratamentos
de dor crônica.
O tratamento farmacológico dos transtornos
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de ansiedade, inclui além de agonistas sero-
toninérgicos e antidepressivos, os benzodia-
zepínicos, que atuam justamente nos recep-
tores gabaérgicos restabelecendo o equilí-
brio.
E por fim, devemos incluir nestas vias neuro-
nais, o glutamato. A era do glutamato come-
çou bem mais tarde, em 1986 com a desco-
berta dos receptores glutamatérgicos,
mGLU, atual foco de pesquisas no campo
da neurofarmacologia. A participação dos
receptores glutamatérgicos na ansiedade já
é bem estabelecida, porém, ainda existe
muito a se elucidar com relação aos recep-
tores NMDA e AMPA.
Um exemplo moderno é a abordagem de
bloqueio de receptores glutamatérgicos,
que já é usada a décadas como analgésico,
pelo bloqueio da sinalização da dor, e que
recentemente tem sido utilizada com suces-
so no tratamento de alguns quadros de
depressão persistente, como no caso dos
derivados de cetamina que já haviam sido
aprovados pelo FDA e este ano foram apro-
vados pela ANVISA.
Abordagem Integrativa
“Quando as coisas não andam bem na sua
cabeça, elas não andam bem em lugar
nenhum.”
Laura de Mello
A abordagem integrativa através de estraté-
gias não farmacológicas e do uso de suple-
mentos coadjuvantes já conta com opções
bem fundamentadas e comprovadas cienti-
ficamente.
A primeira abordagem pela qual todo e qual-
quer tratamento deve iniciar é sempre a
prática de atividade física.
Isso mesmo, a atividade física é considera-
da atualmente tratamento de primeira linha
para a tríade: dor, depressão e ansiedade, de
acordo com as diretrizes das principais enti-
dades médicas pelo mundo todo. Com o
mais elevado grau de evidência e comprova-
ção científica, a prática de atividade física
deve ser a primeira recomendação clínica
para todos os pacientes.
Por outro lado, a maioria dos pacientes com
depressão ou distúrbio bipolar tratados com
antidepressivos não atingem a remissão
completa dos sintomas, assim como os
tratamentos farmacológicos são insuficien-
tes para os distúrbios que envolvem o SNC e
periférico, na maioria dos pacientes. Isto
ocorre devido à alta complexidade e aos
múltiplos mecanismos envolvidos nestes
quadros, como já vimos neste artigo.
Por essa razão, a investigação científica e o
uso clínico de agentes coadjuvantes fitoterá-
picos e nutracêuticos para os distúrbios que
afetam o SNC e suas vias periféricas, tem
crescido muito nas últimas décadas.
Graças a sua comprovada eficácia e segu-
rança e a elevada adesão dos pacientes,
estes ingredientes têm ganhado a confiança
dos prescritores e tem sido cada vez mais
prescritos para benefício dos pacientes.
Como sabemos, nutrientes consumidos a
partir da dieta são críticos para o bom
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funcionamento do sistema nervoso, muitas
evidências dão suporte para a relação entre
a qualidade dietética, o humor e o estado
mental. Nutrientes específicos podem atuar
em vias neurobiológicas para aumentar a
resposta de antidepressivos. Uma dieta
variada e rica em nutrientes é uma das
chaves para o bom funcionamento do siste-
ma nervoso e podem atuar na prevenção
destes transtornos.
No entanto, após o estabelecimento destas
doenças, a suplementação de nutrientes
padronizados e de grau farmacêutico,
conhecidos como nutracêuticos, é uma
estratégia importante como prescrição
coadjuvante aos tratamentos.
Alguns nutracêuticos são capazes de modu-
lar mecanismos neurobiológicos de susten-
tação da depressão, como o desequilíbrio
das monoaminas, pela sua sinergia com os
antidepressivos. Também podem atuar em
outras vias biológicas como: a neurogênese,
o estresse oxidativo e alterações nas citoqui-
nas inflamatórias.
Portanto, estes agentes, além de almejar as
vias de neurotransmissores também exer-
cem efeitos biológicos adicionais como por
exemplo, atividade anti-inflamatória e antio-
xidante, por isso observamos o crescente
interesse nessa área.
Da mesma forma que os nutracêuticos,
alguns fitoterápicos (extratos de plantas
medicinais padronizados em biofitoquími-
cos específicos) também atuam nas vias de
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sinalização neuronal graças a seus fitoquí-
micos e tem sido alvo de muitas pesquisas,
em alguns casos demonstrando elevado
grau de eficácia e segurança como trata-
mento coadjuvante com atividade antide-
pressiva, ansiolítica, indutores de sono e
alívio de dor.
Alguns desses suplementos coadjuvantes
benéficos estão elencados abaixo, junta-
mente com seus mecanismos farmacológi-
cos, com objetivo de exemplificar os meca-
nismos descritos neste artigo.
Lembrando que existem inúmeras opções
em diferentes fases de pesquisa e citamos
apenas alguns exemplos com evidências
científicas mais robustas. A escolha do
tratamento sempre deve levar em conside-
ração a avaliação criteriosa e individual de
cada paciente.
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The Loss of Glutamate-GABA Harmony in Anxiety
Disorders
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MAGI
Por Adrielle Brandão
Eis que de repente, a Pandemia ocasionada
pelo Covid-19 transformou quarto, sala,
cozinha e outros espaços, que antes eram
reservados apenas ao nosso descanso e
lazer diário, em locais de trabalho. E ao que
tudo indica, isto seguirá por um tempo inde-
terminado. Pode parecer contraditório, con-
siderando que trabalhar de casa faria com
que não precisássemos nos locomover
tanto, evitando conduções superlotadas, ou
o trânsito caótico de uma cidade como São
Paulo por exemplo, mas muitos têm sido os
fatores que têm transformado o famoso
“home office”em uma rotina mais cansativa
do que a presencial; e estes fatores vão
desde os psicológicos aos físicos.
Pois bem, praticamente da noite para o dia,
grandes empresas no Brasil e no mundo,
tiveram que adaptar-se a um movimento
imposto pela questão sanitária. Um exem-
plo foi a XP Investimentos, considerada uma
das maiores corretoras de valores indepen-
dentes do Brasil e que até Maio deste ano,
ocupava 20mil metros quadrados, divididos
em três torres na Faria Lima (uma das princi-
pais avenidas de São Paulo), que em função
da pandemia, estipulou o home office até
Dezembro de 2020 e estuda institucionalizá-
-lo de forma permanente, tendo em vista a
constatação da eficiência no novo método
de trabalho.E uma decisão similar foi adota-
da por empresas como Facebook e Google,
cujo prorrogaram o home office até julho de
2021.
Como toda mudança gera impactos, esta
nova rotina mudou e muito a vida de cente-
nas de profissionais. De acordo com dados
do UOL/Economia, a rede varejista de eletrô-
nicos e móveis brasileiros – Magazine Luiza
–precisou estabelecer algumas regras,
LAR DOCE ESCRITÓRIO
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MAGI
como por exemplo, bloquear as agendas no
período das 12h às 14h, visando garantir
que todos fariam uma pausa para o almoço,
além de estabelecer limites de horários para
agendamento de reuniões, para que não
começassem muito cedo e nem terminas-
sem muito tarde. Tudo isto porque, segundo
Luiz Felipe Massad, Diretor de Gestão de
Pessoas do Magalu, no início, eles percebe-
ram que as pessoas estavam trabalhando
mais, sem horário para terminar, com reuni-
ões encavaladas em que não dava tempo
nem de ir ao banheiro; e todo mundo queria
participar, para mostrar presença. Além
disso, foi necessário orientar também
quanto a melhores práticas para duração
das reuniões, bem como as pautas.
“... pesquisa realizada pelo LinkedIn em
Maio deste ano, apontou que dentre 2 mil
profissionais que estão em home office,
62% disseram estar mais ansiosos e estres-
sados com o trabalho, se comparar ao perí-
odo em que estavam nos escritórios.
Uma outra pesquisa realizada pelo LinkedIn
e publicada na revista “Isto É” em Maio deste
ano, apontou que dentre 2 mil profissionais
que estão em home office, 62% disseram
estar mais ansiosos e estressados com o
trabalho, se comparar ao período em que
estavam nos escritórios. E apesar de muitas
empresas relatarem que observaram um
aumento considerável na produtividade de
seus colaboradores, a mesma pesquisa
constatou que muitos profissionais estão
trabalhando pelo menos uma hora a mais
por dia (68%) ou até quatro horas por dia
(21%); sendo que, cerca de 24% dos entrevis-
tados mencionaram estar mais pressiona-
dos a responder mensagens imediatamente
e a ficarem online por mais tempo, do que
estariam normalmente no escritório; 22%
relatam dificuldades em trabalhar com o
parceiro em casa e 20% do grupo relatou ter
tido muitos contratempos para conciliar o
cuidado com os filhos e o trabalho.
Entretanto e felizmente, além dos fatores
negativos, há também os positivos. E nesta
mesma pesquisa realizada pelo Linkedin,
verificou-se que 33% dos entrevistados sen-
tem-se mais produtivos, por estarem em
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casa e com menos distrações. Inclusive
para alguns, houve ainda um aumento na
qualidade de vida, visto que 32% diz ter
cuidado mais da alimentação e 59% relatou
ter melhorado a disponibilidade de tempo
com a família.
O isolamento social e esta nova realidade
gerou um grande impacto na maneira como
trabalhamos e lidamos com isso dentro de
nossas casas. E cabe a nós, buscar manei-
ras de equilibrar as responsabilidades em
ambos os setores, sabendo separar cada
momento. Para ajudar neste processo,
muitas reportagens e materiais nas mídias
foram publicados; e destaco aqui, uma
recém divulgada – Novembro/2020 – na
BBC News, que destacou algumas dicas
para reduzir o estresse no home office.
Controle o barulho
A Física, pesquisadora e especialista em
como o cérebro interpreta o som - Rebecca
Dewey -da Universidade de Nottingham, na
Inglaterra, afirma que diferentes partes do
sistema nervoso estão sempre tentando
reconhecer os ruídos do ambiente, e que o
nosso cérebro está sempre ligado, procu-
rando por mudanças e estímulos, o que
podem gerar grandes distrações na hora de
trabalhar. Logo, barulhos agudos tendem a
ser mais problemáticos do que ruídos de
baixo nível. Deste modo, os tampões de
ouvido podem ser uma boa solução para que
as pessoas consigam focar no trabalho.
Organize sua mesa e/ou local de trabalho
Nos últimos anos, diversos estudos indica-
ram que a bagunça pode aumentar o nível de
cortisol – hormônio relacionado ao estresse.
Este efeito pode estar relacionado ao fato de
a desordem entregar informações conflitan-
tes ao cérebro, que ao invés de trabalhar,
passará a focar nas distrações. Portanto,
recomenda-se manter o local de trabalho o
mais limpo e organizado possível, guardan-
do por exemplo, materiais menos utilizados
e deixando à vista somente o que será usado
de fato.
Deixe a luz entrar
O psiquiatra Thana Balamurali, do Reino
Unido, afirma que "As pessoas variam muito
de acordo com os tipos de personalidade.
Mas os princípios orientadores de todos nós
são muito claros: a luz natural, junto com o ar
fresco e o acesso à natureza, é fundamental-
mente boa para a saúde mental." Os raios
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solares e a claridade do dia estimulam o
cérebro a liberar um neurotransmissor
conhecido como Serotonina. E isto ajuda as
pessoas a se sentirem concentradas e
calmas, reduzindo a ansiedade e melhoran-
do também o humor.
Levantar-se de vez em quando
Como falamos,o home office excluiu a
necessidade do indivíduo de caminhar até o
ponto de ônibus, estações de metrô e trem,
bem como a necessidade de transitar pelas
empresas, seja pelas escadas ou corredo-
res, para participar de uma reunião e outra.
E muitas pesquisas descobriram que o exer-
cício é um grande aliado natural para lidar
com a ansiedade, aliviando o estresse e
melhorando o bem-estar, devido a liberação
de endorfinas. Assim, procure levantar, esti-
car o corpo algumas vezes ao dia e, se pos-
sível, faça pausas para caminhadas.
Em suma, a mensagem que quero deixar
aqui é, o mundo e a nossa vida pessoal e
profissional mudaram e muito. Mas o mais
importante é saber equilibrar essa realidade
e nos permitir enxergar e transformar o “lar
doce escritório” novamente em “lar doce lar”.
Referências:
https://www.istoedinheiro.com.br/home-office-esta-
- a f e t a n d o - a -
-saude-dos-trabalhadores-diz-pesquisa-do-linkedin/
https://veja.abril.com.br/economia/home-office-mu-
d a - a - d i n a m i -
ca-dos-escritorios-que-devem-ficar-menores/
https://economia.uol.com.br/reportagens-espe-
ciais/empresas-modelo-home-office-definitivo/
https://www.bbc.com/portuguese/geral-54981768
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Especialista de Produto
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Por Francieli Pagliari
Em tempos de comunicação e conexão
global, a existência de concorrentes pode
ser muito positiva se pensada e encarada
corretamente.
E a famosa guerra Coca-Cola x Pepsi? Não é
briga, é colaboração. O sucesso do outro
nunca impedirá o seu. As duas marcas
entendem que uma suposta “briga” traria
grande repercussão, e se unem em uma
campanha para fazer o reconhecimento de
marca das duas subir. A Netflix e Amazon
Prime utilizaram outra estratégia e deram as
boas-vindas a Disney. Exemplos como
estes nos mostram que cooperação, força e
foco são inovações legítimas! Mas na reali-
dadedos micro, pequenos e médios empre-
endedores, o ideal é focar no seutrabalho e
deixar a concorrência fazer o dela.
Existe um ditado popular que diz que
agrama do vizinho é sempre mais verde, no
sentido de que a vida dos outros sempre
parece ser melhor do que a nossa. Será que
é mesmo?
A melhor maneira de deixar de sofrer com
isso é voltando sua atenção para o seu
gramado. Isso vale para tudo na vida: ao
invés de desperdiçar tempo e energia porque
o outro parece melhor, foque em si e no que
pode fazer para alcançar o que deseja – sem
comparações.
Em outras palavras: é preciso dar a sua cara
e personalidade para o negócio, tornando-o
algo único em meio à inúmeras cópias de
modelos já utilizados. E não se acanhe
perante seus concorrentes. Esteja atento a
eles, os analise e não permita que o desani-
mem ou o tirem de sua meta principal.
Use-os como referência para seu próprio
sucesso, mantendo, acima de tudo, sua
originalidade.
Pense na trajetória de uma empresa como
uma parede a ser escalada, pensando em
cada movimento, cada passo, que deve ser
executado com firmeza, a fim de que o
progresso conquistado não tenha sido em
vão.
TEMPOS DE EMPATIA E INOVAÇÃO
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Primeiro passo: empatia.
A empatia deve ser aplicada em todos os
níveis de trabalho, refletindo desde a forma
de comunicar-se com o cliente até os
processos do dia a dia, incluindo a prática
da “boa vizinhança” com os concorrentes.
Procurar a opção que visa parcerias equili-
bradas e crescentes que facilitem a vida do
cliente, do negócio do cliente, do segmento
em geral e da própria empresa.
Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza,
contou em uma palestra que, certa vez,
criou um canal em seu site que se chamava
“Fale com a Presidente”. A percepção que
ela teve foi de que, na maioria das vezes,
quando alguém chegava a relatar um
problema neste canal era porque nenhuma
pessoa que atendeu a solicitação anterior-
mente tratou o caso com o devido respeito e
cuidado. O que ela fazia? Agia com empatia
e isso surpreendia seus clientes, que acaba-
vam tendo o seu problema resolvido e acre-
ditando mais na marca e em seus valores.
Nessa nova forma de posicionamento das
empresas, é extremamente importante e
necessário que todos os setores acompa-
nhem a evolução, sendo as pessoas o
elemento essencial para a prática da empa-
tia.
No ambiente digital também é importante
aplicá-la, compreender as ações, interpretar
e perceber a reação de quem está sendo
impactado por algo no smartphone ou moni-
tor, enfim, colocar-se dentro da emoção de
quem está do outro lado das telinhas.
Segundo passo: inovação.
Estar aberto às mudanças que nos ajudam a
evoluir em nossa forma de viver, fazer negó-
cios, estudar e nos divertir. Ampliar nosso
conhecimento. A inspiração para um posi-
cionamento inovador está no desenvolvi-
mento de fórmulas novas, relações inovado-
ras, mais inteligentes e amorosas.
Hoje, as vantagens competitivas estão na
velocidade que conseguimos implementar
mudanças e incorporar com consistência
novos conceitos e tecnologias, sendo assim,
o conhecimento e o domínio das ferramen-
tas passam a ser um diferencial estratégico.
Muitos projetos revolucionários e de impacto
podem ser inviabilizados pela ausência de
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um profissional preparado e focado nos
resultados do investimento.
Conhecimento e gestão determinam o seu
capital intelectual.
Cada vez mais é preciso pensar no futuro da
organização de forma estratégica, colabo-
rando para:
• Propiciar o crescimento da empresa, dos
funcionários e do segmento;
• Obter parâmetros de avaliação e desem-
penho dos serviços e vendas;
• Identificar diferentes oportunidades de
negócios;
• Implementar práticase pensamentos
novos para impulsionar a empresa.
O mercado está aberto a quem estiver mais
bem preparado para superar seus obstácu-
los e não deixar se intimidar com as mudan-
ças que são necessárias para enfrentar o
acirramento da concorrência.É eficiente
entender a audiência de produtos e serviços,
tanto dos clientes quanto de concorrentes.
Importante: Veja o mundo como o cliente vê.
Mergulhe na visão do outro sobre as coisas.
Ouse, mas não se preocupe tanto em desa-
fiar a concorrência.
Desafie constantemente a si mesmo!
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Francieli Pagliari
Gerente de Trade Marketing
(011) 98657-7250
@franpagliari
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news.com.br
MAGI
Por Bruno Henrique
“Ser ansioso nem sempre é apenas esperar
inquietamente algo desejado. Em alguns
casos, é necessário manter um acompa-
nhamento psicológico e, a depender da
gravidade do quadro, psiquiátrico também.
Ansiedade também pode ser patológica e,
como toda doença, precisa de tratamento”.
Ou seja, ser uma pessoa ansiosa no dia a
dia considera-se normal, porém quando
acometido em grandes intensidades, cha-
mamos de Transtorno de Ansiedade Gene-
ralizada (TAG) e como profissional da área
da saúde, nos preocupa pelo fato que
muitos estão utilizando de forma irracional
os ansiolíticos (tranquilizantes), sendo
assim, vamos falar mais sobre tudo isso:
“O Transtorno de ansiedade generalizada
(TAG) está entre os dez motivos mais
comuns de consultas médicas e atinge
cerca de 264 milhões de pessoas no mundo
todo. A característica principal desse trans-
torno é a preocupação excessiva. Ele pode
se manifestar de diversas formas e intensi-
dades, provocando sintomas físicos e psico-
lógicos.”(1)A maior preocupação da ansieda-
de é quando ela deixa de ser um sintoma
comum em sua vida e passa a ser um
problema envolvente em sua saúde mental.
“Em 25% dos casos, o TAG está acompanha-
do de outras doenças psiquiátricas, sendo a
depressão a mais comum. Dependendo das
doenças relacionadas e da intensidade do
transtorno, os sintomas do transtorno de
ansiedade generalizada podem variar.
Porém, os mais fáceis de reconhecer são os
físicos, tais como:”(1)
• Fadiga, Tensão muscular, Palpitação, Suor
excessivo, Dor de cabeça, Disfunção sexual,
Disfunção gastrointestinal(1)
No entanto, a doença fica mais evidente
quando aparecem, ou são reconhecidos, os
sintomas neurológicos(1)
• Perda de memória, Insônia, Dificuldade de
concentração, Irritabilidade, Inquietação.(1)
“TRANSTORNO DE ANSIEDADE
GENERALIZADA (TAG) E ANSIOLÍTICOS”
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news.com.br
MAGI D E Z E M B R O 2 0 2 0
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Para se ter um diagnóstico ideal para este
transtorno de ansiedade, devemos levar em
consideração os sintomas que devem ser
presentes em sua vida por um período de no
mínimo seis meses, e não somente ter os
sintomas, mas um paciente diagnosticado
tem prejuízos em suas atividades rotineiras
pessoais e profissionais, dentre outras situ-
ações como convívio familiar e social.
Importante frisar que considerando que a
TAG pode estar associado a outras doen-
ças, a investigação em busca da identifica-
ção do diagnóstico demanda cautela, para
que não tenha erros e confusões com
outros sintomas relacionadas a outras pato-
logias.
O transtorno de ansiedade generalizada tem
tratamento e a escolha deve ser baseada na
eficácia da terapia, segurança, efeitos cola-
terais e custo. Geralmente, o tratamento é
feito combinando:
Psicoterapia – a mais comum para o trans-
torno de ansiedade generalizada é a terapia
cognitivo-comportamental, que se baseia
em como a pessoa interpreta suas experiên-
cias. A terapia familiar também pode ser
indicada quando houver necessidade de
envolver pessoas do convívio próximo no
tratamento.(1)
Medicamentos – os mais utilizados são os
ansiolíticos e antidepressivos da classe dos
inibidores da recaptação de serotonina (IRS)
e dos inibidores da recaptação de serotonina
e noradrenalina (IRSN). (1)
Considerando o tratamento farmacológico
da TAG, com uso de ansiolíticos, os chama-
dos tranquilizantes, precisamos intensificar
este assunto, pois uma grande parcela da
população mundial sofre deste problema e
estão se automedicando, podendo assim
com esta atitude irracional, prejudicar mais e
mais a si mesmo.
“Os ansiolíticos apresentam componentes
que atuam no controle da ansiedade de
pacientes com alterações de saúde associa-
das ao Sistema Nervoso Central (SNC),
afetando suas emoções e seu comporta-
mento. Seu uso é liberado conforme prescri-
ção médica, pois os ansiolíticos utilizados
indevidamente podem gerar efeitos colate-
rais, ou seja, o uso quando abusivo pode
gerar diversos efeitos adversos. Também
conhecidos como calmantes ou tranquili-
zantes, os ansiolíticos são utilizados no
tratamento de ansiedade e tensão. É um
medicamento que pode ser elaborado por
meio de processos químicos e também de
forma natural, em remédios caseiros, como
037
news.com.br
MAGI
chá. Os ansiolíticos, muitas vezes, também
podem ser recomendados para o tratamen-
to de insônia.”(2)
A utilização de ansiolíticos pela população
muitas vezes ocorre de maneira abusiva(3)
.
Este fato pode ocorrer devido a fatores
como: equívocos em prescrições médicas,
automedicação, dependência química e
aumento das enfermidades relacionadas à
psiquiatria.(4)
Entretanto, os efeitos dessas
substâncias, decorrentes do seu uso crôni-
co, por meses ou anos, podem resultar na
dependência química do usuário(5)
, sendo
que a abstinência prejudica severamente a
sua vida social, devido à irritabilidade, à
insônia excessiva, à sudoração, à dor no
corpo a até mesmo às convulsões(6)
Diante
dessas premissas, é possível afirmar que o
uso irracional de psicotrópicos pode trazer
problemas associados à intoxicação, além
de outros impactos sociais e econômicos
como: dificuldades no desenvolvimento do
aprendizado dos pacientes; aumento de
investimentos em saúde pública destinado
ao tratamento de pessoas com dependên-
cia química; prejuízo das relações familia-
res; e o incentivo ao consumo ilícito dessas
substâncias(7)
Concluímos informando a todos que o atual
cenário nos leva a maiores preocupações, e
isso é compreensível, porém caso identifi-
que sintomas característicos da TAG e apre-
sentados nesta matéria, orientamos a
procurar um serviço de saúde para posterior
tratamento, ou tratamento emergencial em
alguns casos. Vale ressaltar que não esta-
mos aconselhando a não utilização dos
ansiolíticos, até porque tem muitos casos
elegíveis para uso, mas o que pretendo é
orientá-los como profissional da saúde o seu
uso com extrema cautela e acompanhamen-
to, e salientamos que outras alternativas
complementares podem ser inseridas em
seu tratamento, como homeopatia, acupun-
tura, fitoterapia, entre outras, que com certe-
za vão lhe auxiliar na busca de uma adesão a
melhora.
“Não tenha medo de assumir que está
doente. A ansiedade não precisa fazer parte
de você e muito menos definir ou comandar
suas ações. A ansiedade pode ser medicada,
portanto livre-se de preconceitos adversos e
consulte um médico para que seja curado da
melhor maneira possível”
Referências Bibliográficas:
Pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/-
transtorno-de-ansiedade-generalizada-tag
Chromatox.com.br/blog/ansioliticos/222
NOTO, A.R., et al. Análise da prescrição e dispensação
de medicamentos psicotrópicos em dois municípios
do Estado de São Paulo. RevBrasPsiquiatr, v. 24, n. 2,
p. 68-73, 2002.
GRASSI, L.T.V.; CASTRO, J.E.S. Estudo do Consumo de
Medicamentos Psicotrópicos no Município de Alto
Araguáia – MT. Artigo Científico. Cáceres: Faculdade
do Pantanal, 2012.
GRUBER, J.; MAZON, L.M. A prevalência na utilização
de medicamentos psicotrópicos no município de
Mafra: um estudo retrospectivo. Saúde Meio
Ambient., v. 3, n. 1, p. 44-50, 2014.
CARLINI, E. A., et al. Drogas psicotrópicas: o que são e
como agem. Revista Imesc, v. 3, p. 9-35, 2001.
LOPES, L.M.B.; GRIGOLETO, A.R.L. Uso consciente de
psicotrópicos: responsabilidade dos profissionais da
saúde. BrazilianJournalof Health, v. 2, n. 1, 2013.
D E Z E M B R O 2 0 2 0
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Bruno Henrique
Farmacêutico / Professor
(11) 96678-9443
@farmaceuticobrunohenrique
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news.com.br
MAGI
Por Andreia Assumpção
Minha trajetória na MagiNews ao longo de
2020 foi pautada em um enorme prazer de
colocar no papel – antigo isso, não é
mesmo? –algumas obras que me inspiram;
ao ponto que dividi com vocês, em cada
edição, minhas reflexões.
Ah! Não poderia passar!
Na última edição do ano, venho aqui para
fazer a minha retrospectiva.
Seja para falar de Frida Kahlo, uma das
muitas mulheres fortes que marcaram
presença na história,com a sua superação;
nas adversidades de doenças, acidentes e
relacionamentos conturbados; sempre
encontrando formas de dar a volta por cima,
com inspiração para viver a vida. Que
mesmo fora dos padrões e estereótipos
femininos da época, exalava confiança;
deixando explicito que o importante é sentir-
-se bem consigo mesma. Ou mesmo para
pensar que após quase 100 anos os dilemas
são os mesmos...
E o que declarar da doce Alice no seu país
de maravilhosa loucura com muita coragem
para entrar num mundo estranho? E exata-
mente por ser uma criança, ela não colocava
em si os conceitos pré-estabelecidos dos
adultos. E no auge da ponderação, surge a
clássica expressão: “ao não saber para
aonde ir, qualquer lugar serve”. Muito con-
temporâneo!
Ou ainda explicitando minha enorme admira-
ção pelo respeitável Yuval Noah Harari. A
viagem que SAPIENS – UMA BREVE HISTÓ-
RIA DA HUMANIDADE – proporciona é extra-
ordinária! Coloca foco na cooperação em
grande escala, creditando ao fato, a chave
para o seu desenvolvimento humano. Parece
mesmo que essa façanha de sobreviver em
terras densamente povoadas e resistir a
enormes riscos, ainda que hoje o coração
pulse no pescoço, só de pensar nessa situ-
ção; na verdade era uma simples rotina de
encontrar o que comer todos os dias, nos
colocando no topo da cadeia alimentar. E foi
na imaginação coletiva, termo usado para
identificar a nossa capacidade de acreditar
RETROSPECTIVA 2020
D E Z E M B R O 2 0 2 0
E D I Ç Ã O 0 7
039
news.com.br
MAGI
em coisas que não existem objetivamente e
sim em nossas mentes, que pude compre-
ender que somente os humanos têm essa
capacidade de alcançar uma meta, superar
um desafio e até ultrapassar um recorde.
Teve também Daniel Kahneman com seu
Rápido e Devgar;W. Chan Kim e Renée Mau-
borgne no livro Oceano Azul.
Mas é o Antifragil, do Nassim Nicolas Taleb,
que representa meu sentimento do ano de
2020.
Me fazendo entender que é possível crescer
mesmo na desordem, estando além da resi-
liência e robustez; pois enquanto o resiliente
resiste aos choques e ao tempo, permane-
cendo o mesmo, o antifrágil fica melhor.
O autor defende que aprendendo os meca-
nismos de antifragilidade, o conceito princi-
pal do livro, pode-se tomar melhores deci-
sões sem a ilusão de ser capaz de prever o
próximo grande acontecimento. Teleb asse-
gura que ser pequeno é menos frágil, princi-
palmente no mundo dos negócios. Ser
grande em tempos difíceis é um problema
real. Quanto maior o projeto, pior poderá ser
o resultado final; quanto maior o projeto,
maior o custo de um atraso; arriscando com-
prometer drasticamente o orçamento final. A
sugestão é que alguns projetos podem ser
divididos em partes menores (cultura muito
abordada por gestores de projetos), de modo
que o tamanho do segmento seja mais
importante que o tamanho do projeto geral.
Não podemos dizer, com tamanha certeza,
que um choque ou evento específico ocorre-
rá; mas podemos, sim, determinar qual
objeto ou estrutura é mais frágil que outro, se
o evento ocorrer.
E nessa trajetória, o frágil anseia por tranqui-
lidade, já o robuto não se importa muito; mas
a antítese está no antifrágil que adora a
incerteza, sendo fortalecido por um choque.
Que em 2021 sejamos ANTIFRÁGIL, suprin-
do a volatilidade e a aleatoriedade, assim
como as coisas que se beneficiam com o
caos! Feliz Ano Novo!
D E Z E M B R O 2 0 2 0
E D I Ç Ã O 0 7
Andreia Assumpção
Mestre Administração, Gestora
Empresarial, Enfermeira
(011) 94164-3865
@andreia_assumpcao
040
news.com.br
MAGI
Por Jorge Mariano
Este texto apresenta 10 passos para uma
campanha em ambiente digital. Não tendo a
pretensão de trazer uma formula pronta,
sim com intuito de contribuir para uma orga-
nização didática de algumas ferramentas
que são consideradas essenciais para uma
campanha em veículos na internet.
1- Pesquisa: Para vender um produto
ou serviço no ciberespaço, é necessário
definir o público-alvo, muitas empresas por
não consideram esta informação não atin-
gem o resultado esperado. Dados que são
relevantes conhecer sobre o público alvo:
suas preferências, o que compram, quanto
gastam e o tempo em média que ficam
on-line, quanto maiores as informações
maior o percentual de acerto.
2 - Planejamento: Recomenda-se
que após as analises das informações seja
elaborado um planejamento de campanha
com duração de um a três meses; neste
momento a organização deve definir seu
plano de mídias on-line.
3 - Endomarketing: Muitas vezes
esquecido pelas organizações o endomarke-
ting é uma ferramenta poderosa para se
comunicar internamente com o objetivo da
campanha. Nesta fase podem ser utilizadas
ferramentas como: intranet, mídias sociais
internas, disparo de e-mails e etc.
4 - Disparo de e-mail: Os e-mails
devem seguir uma lógica, serem direcionados
ao público-alvo, porém sem o compromisso
de buscar uma venda direta, ter como objeti-
vo principal a criação de relacionamento.
5 - Redes Sociais: Outra ferramenta
10 DICAS DE COMO REALIZAR UMA
CAMPANHA DE MARKETING NA
INTERNET.
D E Z E M B R O 2 0 2 0
E D I Ç Ã O 0 7
040
news.com.br
MAGI
que muitas vezes é utilizada de forma inade-
quada, as redes sociais servem para criar
relacionamento e não para vender, a organi-
zação deve utiliza - lá de forma descontraí-
da, sem perder o foco. Como sugestão que
se utilizem frases famosas, matérias de
própria autoria, dentre outros e etc.
6 - Blogs: Se possível direcione o seu
público para um blog, estes servem como
um intermediário entre as redes sociais e os
sites, com uma linguagem mais elaborada e
personalizada. Como as redes sociais o
objetivo é criar relacionamento.
7 - Outros Sites: As organizações
devem estabelecer parcerias com empre-
sas para um estratégia de cooperação,
devendo estar presente nos sites de seus
principais parceiros, afinal quem não é visto
não é lembrado.
8 - Site / Loja Virtual: São ferramen-
tas mais formais, que devem transmitir a
imagem institucional. Se for uma loja virtual,
esta deve facilitar o acesso do público-alvo
aos seus produtos e serviços.
9 - Arremate Final: Embora opcional
muitas empresas utilizam de veículos
físicos para promover suas campanhas digi-
tais, nesta fase pode ser por SMS, tele-
marketing, revistas e outros.
10 - Resultado: Este é o momento da
venda do produto ou serviço, quando se deve
verificar se o objetivo foi alcançado, caso
negativo é necessário voltar imediatamente
a fase de pesquisa, caso tenha sido positivo,
também é importante verificar a fase de pes-
quisa, uma vez que uma necessidade atendi-
da gera no consumidor novas necessidades,
como é de amplo conhecimento.
Estudos recentes compravam que empresas
que utilizam ferramentas do ciclo do marke-
ting obtêm maior êxito em suas campanhas
digitais, conseguem ter maior envolvimento
com seu público-alvo em todo o processo de
criação de produtos ou serviço, e que garan-
te uma vantagem competitiva por um longo
período.
Estas 10 etapas são sugeridas pelo Profes-
sor Dr. Felipe Chibás Ortiz em seu livro:
Marketing_pessoal.com. Sua estratégia
dentro e fora da Internet.
Leia o artigo completo em: www.criarcom.-
com/artigos?lightbox=dataItem-j4hv89u0
D E Z E M B R O 2 0 2 0
E D I Ç Ã O 0 7
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Maginews A REVISTA DO MERCADO MAGISTRAL

  • 1. IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA MEDICINA VETERINÁRIA Lívia Azevedo COMO CONTORNAR A TRÍADE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E DOR Reginalda Russo O conteúdo que você esperava no setor magistral news.com.br MAGI ÓLEOS VEGETAIS AJUDAM A HIDRATAR E A ACALMAR A PELE Márcio Guidoni DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM O NOSSO NÍVEL DE SERVIÇO? Patricia Vasconcellos TEMPOS DE EMPATIA E INOVAÇÃO Francieli Pagliari PARA ONDE O CONCEITO DO QUE É UMA FARMÁCIA ESTÁ SE ENCAMINHANDO? Kennya Macedo SE O PATO PERDE A PATA ELE FICA MANCO OU VIÚVO? D E Z E M B R O 2 0 2 0 # E D I Ç Ã O 0 7 Gelza Rúbia
  • 2. Sua parceria mensal do mercado magistral O MERCADO MAGISTRAL Por Jorge Mariano news.com.br MAGI Que venha 2021 Ufa...chegamosaofinalde2020 Um ano de muito trabalho, muito aprendizado e de consolidação de muitasestratégiasparaomercado. O digital já não é mais uma promessa e sim uma realidade, o whatsapp é o principal canal de captação da farmá- cia, inovação saiu do papel e faz parte danossarealidade. Pensando bem... aprendemos, evoluí- mosecrescemoscomosetor. E esperamos que 2021 seja um ano demuitaoportunidadeparatodos. Desejamosboasfestas Quer saber mais sobre este assunto nos envie um email: jorge@jmariano.- com.br Sugestões enviem para: maginews@jmariano.com.br QUEM SOMOS Por Editor Nossa missão é desenvolver con- teúdo de qualidade, entregando em cada edição: inovação, solu- ções, conteúdos científico e técni- co, além de ideias que favoreçam o gestor magistral na tomada de decisões. Nossa visão é estabelecer um canal de comunicação que conec- te farmácias, médicos, prescrito- res e profissionais envolvidos ao mercado magistral. Nossos valores são ética, respeito, comprometimento, qualidade, colaboração, integridade. Nosso diferencial é contar com colunistas que escrevem de forma livre e independente, buscando a fundo entender os desafios do setor magistral, assim entregando artigos de excelência em suas colunas. Seja bem vindo, será um prazer compartilhar conhecimen- to e informação com você. Seja você também um colunista Maginews envie seu e-mail para: maginews@jmariano.com.br
  • 3. 001 news.com.br MAGI Por Patricia Vasconcellos Nível de serviço se trata da mensuração de processos em uma organização, de modo a compreender se os resultados obtidos estão de acordo com a expectativa e o plano de qualidade esperado pela empresa. Podemos entender dessa forma: a empresa quando organiza os seus processos de produtividade, estabelece um modelo padrão e uma meta. Em um primeiro momento essas informações são apenas relatórios e números não palpáveis. A partir do momento que a empresa coloca o processo em prática e já conta com resul- tados verídicos. Ela consegue fazer uma comparação e verificar se o que foi dese- nhado antecipadamente foi realizado. O nível para serviço é o padrão de qualidade que a empresa deseja alcançar. Tudo isso levantado com base em sua capacidade, sua demanda e seus recursos. Os indicadores de níveis de serviço devem ser estabelecidos em conjunto com os clientes, que serão os beneficiados finais. De nada serve a empresa criar um plano de atendimento e rendimento que apenas atenda suas necessidades. Todo negócio que não visa o cliente se coloca em sério risco. Pois é o cliente que sustenta a proposta da empresa e dá vida para que as atividades produtivas possam ocorrer. Se os indicadores que visam os níveis de serviço são determinados com base somen- te nos interesses da empresa, o cliente, por consequência, acaba sendo deixado em segundo plano. Dessa forma, o que pode ser bom para a empresa, pode ser péssimo para o cliente. Não é segredo que ao não obter sucesso em sua parceria com uma empresa, o cliente irá procurar no mercado uma concorrência que melhor se adeque às suas expectativas. Isso significa que um bom nível de serviço é aquele que concilia lucro para a empresa e benefício ao cliente. Ambos precisam ser DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM O NOSSO NÍVEL DE SERVIÇO? D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 4. 002 news.com.br MAGI beneficiados, pois caso contrário, o negócio se encontrará seriamente abalado e em vias de se desfazer. Os níveis de serviço já fazem parte do dia a dia de empresas de call center e áreas de logística em geral. No primeiro caso, é visado a determinação de um padrão para estabelecer a qualidade do atendimento e a lucratividade da empre- sa. Já no segundo, o foco é determinar como se espera que as entregas sejam realizadas, os prazos, os procedimentos internos e a viabi- lização da capacidade da empresa para atender a demanda. Mas engana-se quem pensa que somente essas áreas podem contar com a determi- nação de nível de serviço. É simples concluir que toda empresa, direta- mente ou indiretamente, presta serviços aos seus clientes. Até mesmo quando o que oferece são produtos. Para o recebimento de um produto, ainda assim, o cliente precisará passar por um processo de comunicação e solicitação do item de interesse. Levando-se em conta esse cenário, qualquer negócio pode aderir a essa prática e mensu- ração. Podem ser empresas novas ou anti- gas, pequenas ou grandes, desde que tenham uma preocupação em comum: com- parar planos com resultados. Como falamos a pouco, determinar esses níveis deve ser um trabalho em conjunto com o que é esperado pelo cliente, de modo a garantir a sua satisfação. Quem tem esse diferencial nos dias de hoje tem maiores chances de sucesso, pois atua diretamente no fator de encantamento, fide- lização e consequente aumento da receita. As empresas que somente se preocupam com processos e com seus serviços, esque- cem a outra ponta, a ponta principal: aqueles para as quais elas trabalham. Os clientes atualmente estão muito mais exigentes e minuciosos em suas escolhas. Uma vez que você tenha conquistado os seus, preocupe-se em mantê-los. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 5. 003 news.com.br MAGI D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 São diversos detalhes até que o remédio chegue as prateleiras das farmácias. A logística farmacêutica responde pela quali- dade e integridade do produto até a sua entrega ao cliente. Quem lida com o gerenciamento de uma farmácia sabe como são comuns os proble- mas com a atualização do estoque de medi- camentos e de materiais. Afinal, quando não há sincronia com o processo de vendas e entrega, nem segurança para o estoque, fica difícil prever o que o seu negócio precisa e o quão urgente é essa demanda. Contar com uma boa logística pode ser um diferencial para a sua farmácia ser bem-su- cedida no atendimento ao cliente. Para que isso ocorre devemos ter bem definidos nossos processos internos. 1. Sincronize os procedimentos É muito comum que os funcionários da farmácia deixem de atualizar os estoques no momento em que o produto chega e no momento em que ele sai. Por isso, opte por sistemas que integrem os processos e impeçam que outros procedimentos impor- tantes sejam realizados sem que seja feita a atualização simultânea. Inventários internos são muito bem vindos para garantir a exati- dão do estoque. 2. Acompanhe o fluxo O setor de atendimento deve estar em cons- tate contato com o setor da produção garantindo que entre esse fluxo entre solici- tação e produção não ocorram falhas.Re- médios e materiais podem ser danificados durante a viagem. Por isso, faça sempre o acompanhamento do fluxograma garantin- do que as etapas estão sendo seguidas. 3. Inclua a segurança Uma boa organização no laboratório e con- trole dos processos na produção garantem que não haja gargalos e nem desvios de qua- lidade por excesso de volume na produção. 4. Estude a sua logística Quanto aos serviços de entrega, analise a sua viabilidade para a farmácia. Lembre-se de que essa prestação de serviços requer ainda mais controle de todo o processo de fabricação e estoque, além do gasto com combustível e motoboys. Nesse caso, é sempre importante investir em sistemas gerenciais, para evitar transtornos futuros. Como você viu, a logística farmacêutica é fundamental para manter o controle da qua- lidade e garantir que os seus clientes sejam sempre bem atendidos quando buscarem por algum produto ou serviço. Lembre-se hoje os clientes estão atrás de qualidade e cumprimento do que foi prometi- do, caso você não o faça sua concorrência fará. успех. Patricia Vasconcelos Consultora Farmacêutica e Treinamentos (021) 97028-8533 @drapatriciavasconcellosfarma
  • 6. 004 news.com.br MAGI Por Gelza Rúbia O processo de comunicação está direta- mente ligado à eficiência dos processos, não importa a atividade que seja desenvolvi- da, o que torna este ponto um dos mais importantes quando falamos de trabalho em equipe. Para uma comunicação eficiente precisa- mos garantir que o conteúdo comunicado pelo emissor seja integralmente absorvido pelo receptor – os dois pólos da comunica- ção. Há uma frase circulando pela internet que diz o seguinte: “Sou responsável pelo que eu falo, não pelo que você ouve”. Será mesmo? Trazendo um exemplo onde a falha de comu- nicação foi trágica, vamos relembrar um acidente onde esse quesito foi determinante. Quando o vôo Avianca 052/Boeing 707-321B saiu de Bogotá com destino a Nova Iorque em 25 de janeiro de 1990, estava prevista uma escala de abastecimento, que foi cum- prida em Medelin sem intercorrências. O piloto em comando, co-piloto e engenheiro de vôo eram colombianos. A comunicação com as torres no percurso foi feita somente pelo co-piloto, que transmitia para o piloto as informações recebidas em inglês e traduzi- das para o espanhol, idioma nativo da equipe na cabine de vôo. Entre outras situações de treinamento, horas de vôo e experiência em vôo por instrumentos, a comunicação (ou falta dela) com a torre no aeroporto de desti- no foi o elo final dos eventos que levaram ao acidente no pouso. SE O PATO PERDE A PATA ELE FICA MANCO OU VIÚVO? (Como a gestão de informações pode evitar desvios no processo magistral.) D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 7. 005 news.com.br MAGI As condições climáticas desfavoráveis no trajeto e aproximação elevaram o consumo de combustível no trajeto, mas a reserva atenderia essa necessidade sem proble- mas. Como a torre orientou que o vôo entrasse em espera, o monitoramento de combustível era crucial para garantir um pouso seguro. No total, houve uma espera de 1h 17min até a última posição orientada pela torre, mas somente após mais 26 min chegou a autorização para pouso, e nesse momento o co-piloto informou que tinha apenas mais 5 min de combustível, e que não poderiam seguir para o aeroporto alter- nativo em Boston. Em nenhum momento foi solicitada prioridade de pouso ou emergên- cia por falta de combustível. Às 21h34min, com os motores apagados e sob fortes ventos, o avião colidiu em uma colina na região de Long Island, deixando 73 vítimas fatais e 85 resgatados com vida. Nenhum aviso de impacto foi dado pela tripulação de cabine para a equipe de comis- sários ou passageiros. A análise das caixas pretas revelou que o co-piloto não transmitia corretamente as informações sobre as condições do vôo para a torre, e também as solicitações do piloto para a torre não foram repassadas. Ficou evidente que o co-piloto não tinha fluência suficiente para a comunicação em inglês e não utilizava as frases padrão para comuni- cação da torre. Da mesma forma o piloto não tinha conhecimento suficiente para monitorar a conversa do co-piloto com a torre, e entre a equipe na cabine não houve uma comunicação suficiente para tomada de decisão que pudesse evitar o desastre. Como diria o comunicador brasileiro Abelar- do Barbosa, o Chacrinha, “quem não se comunica, se trumbica.” Quando pensamos na comunicação no ambiente de farmácia de manipulação, onde informações sobre pessoas, produtos e processos devem estar rigorosamente regis- tradas para garantir a rastreabilidade exigida, é necessário que nenhuma interpretação pessoal ou falta de compreensão cause interferência. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 8. 006 news.com.br MAGI Os pilares das Boas Práticas de Manipulação, que garantem o resultado do processo magis- tral envolvem: • Informações claras • Padronização de procedimentos • Treinamento adequado • Registros eficientes • Indicadores de qualidade • Indicadores de produtividade Não por acaso o tópico INFORMAÇÕES CLARAS encabeça a lista, já que sem esse nenhum dos outros será satisfatoriamente alcançado. Para um bom desempenho na comunica- ção alguns cuidados devem ser observados, e entre eles destaco dois: adequação do conteúdo comunicado de acordo com o ouvinte e verificação da compreensão da mensagem comunicada. Vamos a um exemplo bem prático, o regis- tro de temperatura em refrigerador. O que precisamos transmitir de informação para que o colaborador responsável realize corre- tamente o registro? O treinamento deve informar a necessidade do registro; as características do aparelho (uso e manuten- ção), local e forma de instalação; a periodici- dade e forma de preenchimento da planilha de registro; os limites toleráveis e as medi- das adotadas em caso de leitura fora dos limites. TODAS essas informações devem ser claramente transmitidas e também compreendidas, ou podemos ter o seguinte cenário (caso real): - Refrigerador do setor de semi-sólidos com termômetro digital posicionado na grade do refrigerador. - Porta do congelador ausente, com acúmu- lo excessivo de gelo no compartimento. - Registros diários entre 40 e 46º persisten- tes no mês da verificação (cerca de duas semanas, sem valores fora da faixa). - Planilha sem informação de faixa tolerável para o registro de temperatura. Vamos à análise da situação: Fica evidente que o colaborador não recebeu/absorveu as informações necessárias para a execução da tarefa. Não havia cuidado com o refrigera- dor (manutenção e limpeza), nem conheci- mento do termômetro em uso (existência de duas escalas, Celsius e Fahrenheit). As infor- mações registradas eram valores expressos em graus Fahrenheit, sem sequer despertar qualquer desconfiança temperaturas acima de 40º em uma geladeira. Pensando em um evento isolado, solicitei registros de dois meses anteriores – e infe- lizmente o quadro era O MESMO, ou seja, a informação não foi avaliada pelo farmacêuti- co responsável pelo sistema de garantia de qualidade. A gestão de informações e a comunicação eficiente são indispensáveis para manter- mos o sistema de boas práticas ativo e seguro, reduzindo a possibilidade de desvios nos processos. Desenvolver habilidades de comunicação que garantam a compreensão das informa- ções transmitidas para a equipe é funda- mental para que o farmacêutico consiga os melhores resultados e também delegar tare- fas de forma segura, sob sua supervisão. Como anda a comunicação na tua equipe? (ps.: O Pato fica manco, considerando que “pata” sem a inicial maiúscula seria o pé do bichinho e não sua parceira ) D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Gelza Rubia Consultora Farmacêutica (021) 99103-5294 @gelzarubia
  • 9. 007 news.com.br MAGI Por Francine Schütz COVID-19 é uma doença pandêmica causa- da pelo novo coronavírus, síndrome respira- tória aguda grave do coronavírus 2 (SARS- -CoV-2).Esta nova infecção viral foi identifi- cada pela primeira vez na China em dezem- bro de 2019 e, posteriormente, se espalhou globalmente. A evolução e o surgimento de vírus aumen- taram significativamente nas últimas duas décadas devido à sua rápida mutação. O surgimento ou reaparecimento de um vírus é atribuível a vários fatores, incluindo aumento do número de pacientes imuno- comprometidos, mudança climática, ausên- cia de agentes antivirais, aumento da movi- mentação geográfica de pessoas e bens emodificação genética de vírus. Microbiota intestinal As comunidades microbianas (bactérias, fungos, arquea, vírus e protozoários) no trato gastrointestinal humano, pulmões, pele e boca existem em uma relação comensal com as células hospedeiras, desempenhando assim um papel importante na saúde humana. As bactérias comensais (1 × 1013 UFC) que estão presentes no trato GI são equivalentes ao número de células humanas. Esta colonização começa logo após o nascimento e seus perfis e números se estabilizam por volta de 1-2 anos de idade com mais de 1000 espécies bacteria- nas. A microbiota gastrointestinal tem a capaci- dade de interagir com células humanas, incluindo células imunológicas específicas. Essas interações produzem diferentes bene- COVID-19, DISBIOSE INTESTINAL E O POTENCIAL DOS PROBIÓTICOS D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 10. 008 news.com.br MAGI fícios para a saúde do hospedeiro, incluindo a regulação da motilidade gastrointestinal; ativação e destruição de toxinas, genotoxi- nas e mutagênicos; transformação de ácido biliar e esteroides; produção de vitaminas; absorção de minerais; metabolização de substâncias xenobióticas; influenciam a permeabilidade intestinal e as funções de barreira; e modulação da imunidade mucosa e sistêmica; bem como efeitos benéficos na pele e nas vias respiratórias superiores. Recentemente, a presença de micróbios benéficos foi relatada no trato respiratório superior (cavidade nasal, nasofaringe, orofa- ringe e laringe acima das cordas vocais) e inferior (laringe abaixo das cordas vocais, traqueia, brônquios e bronquíolos e alvéolos dos pulmões) tanto em pessoas saudáveis- como pessoas com doenças pulmonares, como fibrose cística e doença pulmonar obstrutiva crônica.Esses micro-organismos benéficos competem com os patógenos no que diz respeito à colonização de células humanas em diferentes órgãos para promo- ver a saúde do hospedeiro. Isso requer um grande número de micro-organismos bené- ficos, e qualquer desequilíbrio ou interrup- ção deste sistema pode causar disbiose, o que pode permitir que os patógenos causem doenças como infecções do trato respiratório. Eixointestino-pulmãoeCOVID-19 O trato gastrointestinal e o pulmão estão entre os compartimentos do corpo que hos- pedam a microbiota; no entanto, o pulmão tem um pequeno número de microbiota quando comparado ao intestino. Há evidên- cias crescentes de que existem comunica- ções bidirecionais entre o intestino e o pulmão, o que é chamado de eixo intestino- -pulmão. Este crosstalk bidirecional está envolvido no suporte da homeostase imuno- lógica. Acredita-se que a inflamação gas- trointestinal resulta em inflamação pulmo- nar por meio dessa conexão. O mecanismo exato subjacente a essa mudança inflamató- ria do intestino para o pulmão ainda não foi completamente elucidado; entretanto, a disbiose da microbiota intestinal e pulmonar é um dos fatores implicados neste caso. Foi demonstrado anteriormente que a disbiose da microbiota intestinal está associada a várias condições patológicas respiratórias, e mudanças na composição da microbiota pulmonar em direção à microbiota intestinal foram observadas em vários distúrbios respiratórios. Um dos mecanismos sugeridos por trás da D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 11. 009 news.com.br MAGI interação bidirecionalentre os sistemas da microbiota pulmonar e intestinal é que o aumento da permeabilidade do trato gas- trointestinal permite o vazamento e a migra- ção da microbiota intestinal para o pulmão, modulando sua microbiota e, portanto, suas respostas imunológicas. Além disso, com- ponentes microbianos intestinais e metabó- litos como lipopolissacarídeos (LPS) e ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), respectivamente, também estão envolvidos nesta comunicação bidirecional intestino- -pulmão.Além disso, a circulação mediada por sangue ou sistema linfático, de células imunes ou mediadores inflamatórios do trato gastrointestinal para o pulmão pode resultar em respostas inflamatórias pulmo- nares. Além dos sintomas respiratórios descritos com mais frequência, como febre, tosse e síndrome respiratória grave causada pela infecção por COVID-19, também foi relatado que os pacientes exibiam sintomas gas- trointestinais, incluindo diarreia, vômito, náusea, perda de apetite, sangramento gas- trointestinal e dor abdominal.Verificou-se que os pacientes com COVID-19 com sinto- mas gastrointestinais, como diarreia, apre- sentaram distúrbios respiratórios mais graves do que aqueles sem sintomas gas- trointestinais. Embora o impacto do intesti- no na saúde pulmonar esteja bem estabele- cido, o conhecimento disponível sobre o papel oposto do pulmão na saúde intestinal ainda é escasso. Portanto, não se sabe por que COVID-19 influenciaria a integridade do trato gastrointestinal. A disbiose é potencial- mente um dos mecanismos contribuintes. Disbiose pulmonar mediada por lesão pulmonar aguda foi associada à modulação mediada por sangue da microbiota intesti- nal e a população da microbiota intestinal é modulada em casos de alergia pulmonar. Como resultado, COVID-19 pode induzir a alteração da microbiota pulmonar que modula a microbiota do trato gastrointesti- nal, resultando em sintomas gastrointesti- nal. Além disso, estudos revelaram que os sinto- mas gastrointestinais gerados em pacientes infectados com COVID1-9 podem ser atribuí- dos aos tecidos e órgãos danificados causa- dos pelas respostas imunológicas. Alternati- vamente, a enzima conversora de angioten- sina 2 (ECA2) é o principal receptor da célula hospedeira de COVID-19. ECA-I e ECA-II são enzimas cruciais que desempenham um papel significativo na regulação da pressão arterial por meio da via do sistema bioquími- co renina-angiotensina-aldosterona.Além do pulmão, a ECA2 também é expressa pelos intestinos, e é potencialmente responsável pelos sintomas do trato gastrointestinal associados à COVID-19. A disfunção das vias de apoptose no intestino devido a infec- ções respiratórias é outra explicação propos- ta para os sintomas do trato gastrointesti- nais associados a COVID-19. Além disso, ainda é provável que sintomas do trato GI relacionados ao COVID-19 possam ocorrer devido ao fato de que o trato gastrointestinal e o trato respiratório compartilham a mesma origem embrionária e, portanto, são estrutu- ralmente semelhantes e interagem de maneira semelhante em condições fisiológi- cas e patológicas.Todos esses mecanismos sugeridos podem funcionar individual ou coletivamente para induzir distúrbios do trato gastrointestinal associados com COVI- D-19. Até a vacina estar disponível, a maioria dos tratamentos disponíveis visa aliviar os sinto- mas, e a ventilação mecânica é usada em casos de doença grave. Alguns medicamen- tos antivirais, anti-inflamatórios e antimalári- cos têm sido aplicados para tratar COVID-19; no entanto, nenhum desses medicamentos foi aprovado como tratamento curativo eficaz contra COVID-19. Portanto, outras estratégias seguras, como probióticos, podem ser aplicadas para prevenir e/ou tratar COVID-19. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 12. 010 news.com.br MAGI Probióticos e COVID-19 Os probióticos são micro-organismos vivos que conferem um efeito fisiológico benéfico ao hospedeiro quando administrados em quantidades adequadas. Algumas bactérias lácticas que podem ser encontradas em diferentes alimentos fermentados, como iogurte, queijo e picles, são geralmente reco- nhecidas como seguras e classificadas como probióticos por causa de seus benefí- cios à saúde. Foi sugerido que os probióti- cos deveriam ser consumidos diariamente em doses de 108 a 1010 UFC para produzir benefícios à saúde em humanos. Os benefí- cios de saúde aprovados incluem a redução dos sintomas de intolerância à lactose, redução de doenças alérgicas, manutenção o pH intestinal, redução dos níveis de coles- terol no sangue, produção de vitaminas B, redução do escore de severidade da derma- tite atópica, melhora da biodisponibilidade de minerais e aumento a atividade imunoló- gica. O impacto direto ou indiretamente positivo dos probióticos nas enzimas da ECA está bem estabelecido. Durante a fermentação dos alimentos, os probióticos produzem peptídeos bioativos com a capacidade de inibir as enzimas ECA, bloqueando os sítios ativos. Além disso, os fragmentos das célu- las probióticas mortas também atuaram como inibidores da ECA. Essas descobertas sugerem que os probióticos podem ser um bloqueador potencial para o receptor ECA que atua como uma porta de entrada para o SARS-CoV-2 atacar as células gastrointesti- nais.O conceito de uso de fármacos para bloquear os receptores da ECA como uma abordagem de tratamento contra COVID-19 foi proposto por Fernández-Fernánde (2020) que demonstraram uma influência positiva do uso de um bloqueador ECA para reduzir a síndrome do desconforto respiratório. Até o momento, vários ensaios clínicos registrados que visam investigar a eficiência dos probióticos no tratamento de pacientes com COVID-19 estão em andamento. Alguns pacientes com COVID-19 exibiram disbiose microbiana intestinal caracterizada por baixo número de diferentes espécies de probióti- cos, como Bifidobacterium e Lactoba- cillus.Isso pode ser um indicador de sua imu- nidade reduzida e, portanto, tem sido sugeri- do que esses pacientes requerem suporte nutricional e suplementação com prebióti- cos ou probióticos para normalizar o equilí- brio da microbiota intestinal e diminuir o risco de infecção. COVID-19 é uma doença nova e os humanos não adquiriram imunida- de contra esta doença. Enquanto isso, o padrão alimentar dos pacientes é um fator essencial para os níveis, diversidade, estrutu- ra e função da microbiota gastrointesti- nal.Portanto, dietas balanceadas, incluindo alimentos contendo probióticos e micronu- trientes que aumentam a imunidade, como polifenóis; vitaminas A, C e D; e minerais (principalmente selênio e zinco) podem redu- zir o risco de infecção por COVID-19. Em pesquisas anteriores, o consumo de leite fermentado contendo cepas probióticas reduziu significativamente a incidência de infecções do trato respiratório superior entre bebês saudáveis, crianças, adultos e idosos.Aparentemente, a suplementação de probióticos pode ser uma estratégia adequa- da, dados relatórios anteriores sobre a potencial aplicação de probióticos para prevenir e tratar várias infecções virais.Essas observações apoiam a administração de probióticos a pacientes com COVID-19, D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 13. 011 news.com.br MAGI apesar da ausência de evidências sólidas de que esses tratamentos podem prevenir ou tratar esta doença infecciosa. No entanto, é racional aumentar a imunidade natural da população com probióticos antes, durante ou após a infecção por COVID-19. Estudos anteriores usaram um grande número de cepas probióticas, e seus efeitos imunomoduladores foram específicos para cepas. Por exemplo, Youn e colaboradores (2012) relataram que os efeitos protetores contra a infecção do vírus influenza varia- ram significativamente entre as cepas de Lactobacillus. Portanto, as cepas eficazes de probióticos devem ser selecionadas com base em estudos em animais e humanos. Outros fatores associados aos efeitos bené- ficos dos probióticos emprevenir ou tratar doenças como COVID-19, incluindo o tempo de administração no contexto da doença, a dose de probióticos, a duração do tratamen- to e o estado de saúde e microbiota do hos- pedeiro. Os ensaios clínicos considerando esses fatores devem ser lançados em um futuro próximo. Foi demonstrado que o número e a biodiver- sidade de micróbios gastrointestinais geral- mente diminuem com a idade e a terapia com antibióticos. Essa disbiose tem sido notavelmente associada a várias doenças e condições infecciosas, metabólicas ou infla- matórias, como desnutrição, câncer de cólon, obesidade, diabetes e aterosclerose. Pacientes com microbiota em desequilíbrio e idosos são os mais suscetíveis ao COVID-19. Portanto, a suplementação de probióticos nesses grupos provavelmente poderia melhorar a capacidade da microbiota gas- trointestinal de modular a atividade imunoló- gica e, assim, prevenir infecções virais, incluindo COVID-19. Em uma meta-análise (2018) de 52 estudos publicados que investigaram a capacidade dos probióticos de prevenir ou tratar várias doenças, a evidência mais forte sobre a eficácia dos probióticos foi observada para cinco doenças, incluindo infecções agudas do trato respiratório. Em outra meta-análise, King e colaboradores (2019) avaliaram 17 ensaios clínicos randomizados que avalia- D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 14. 012 news.com.br MAGI ram os efeitos preventivos dos probióticos contra infecções agudas do trato digestivo inferior, infecções agudas do trato respirató- rio ou otite média aguda em bebês e / ou crianças. As crianças que foram tratadas com probióticos tiveram um risco menor de necessitar de prescrições de antibióticos do que as crianças não tratadas. Portanto, os probióticos podem reduzir o risco de infec- ções agudas comuns e, assim, reduzir o uso de antibióticos em bebês e crianças.Além disso, os efeitos dos probióticos nas infec- ções do trato respiratório foram investiga- dos em uma meta-análise (2016) de 23 ensaios clínicos randomizados envolvendo 6.269 crianças. Os resultados ilustraram que o consumo de probióticos reduziu signi- ficativamente a gravidade dos sintomas de crianças infectadas e a duração da infec- ção. É necessária muita investigação para deter- minar os mecanismos precisos de ação dos probióticos contra os coronavírus, incluindo o SARS-CoV-2. Até o momento, os efeitos dos probióticos na saúde foram atribuídos a várias atividades, incluindo sua capacidade de melhorar a integridade intestinal e manter a permeabilidade intestinal, compe- tição com patógenos por nutrientes e locais de fixação, regulação da atividade das célu- las imunológicas contra patógenos invaso- res e prevenção de doenças respostas imu- nológicas excessivas e inflamação.Mais estudos são necessários para examinar a atividade dos probióticos contra diferentes coronavírus, como SARS-CoV-1, SARS-CoV- -2 e MERS-CoV, para compreender comple- tamente seus mecanismos subjacentes contra vírus. Conclusões É evidente que os probióticos podem reduzir a incidência e a gravidade das doenças, sugerindo sua promessa no tratamento ou prevenção da COVID-19. Os probióticos podem ajudar a prevenir o COVID-19, man- tendo a microbiota gastrointetsinal e pulmonar, porque a disbiose desempenha um papel importante na suscetibilidade das pessoas a doenças infecciosas. Estudos clínicos são necessários para examinar os potenciais efeitos preventivos e curativos dos probióticos contra a infecção por SARS- -CoV-2. Referências Olaimat AN, et al. NPJ Sci Food. 2020.Xie M, Chen Q. J. Infect. Dis. 2020.Lehtoranta L, et al.Eur. J. Clin. Microbiol. Infect. Dis. 2014. Hauptmann M, Schaible UE. EBS Lett. 2016.26. Zhang YJ, et al. Int. J. Mol. Sci. 2015. Bassis, C. M. et al. MBio.10.1128/mBio.00037- -15 (2015).Barcik W, et al. Immunity. 2020. FanosV, et al. J. Pediatr. Neonat. Individ. Med. 2020. Dang AT, et al. Mucos. Immunol. 2019. Hufnagl K, et al. Immuno- pathol. 2020. Wang H, et al. World J. Gastroenterol. 2013. Mukherjee S, et al. J. Biol. Med. 2018. Otani, S., et al. J. Intens. Care, 2019.Smyk W, et al.Eur. J. Clin. Invest. 2020. Wan Y, et al. Lancet Gastroenterol. Hepa- tol. 2020. He Y, et al. Crit. Rev. Microbiol. 2017. Vital M, et al. J. Immunol. Res. 2015.Tian Y, et al. Aliment. Pharmacol. Ther. 2020. Suresh Kumar VC, et al. BMJ Open Gastroenterol. 2020. Ciaglia E, et al.Front. Pediatr. 2020. Te Riet L, et al. Circ. Res. 2015. Perrone EE, et al.Shock. 2012. Budden KF, et al.Nat. Rev. Micro- biol. 2017. FAO/WHO. Guidelines for the Evaluation of Probiotics in Food, 2002. Zelaya H, et al. Inflamm. Res. 2015. Kawase M, et al.FEMS Immunol. Med. Micro- biol. 2012. Youn HN, et al. Antivir. Res. 2012. Robles- -Vera I, et al. Curr. Hypertens. Rep. 2017. Infusino F, et al.Nutrients. 2020. Xu K, et al, 2020. Gasmi A, et al.Clin. Immunol. 2020. Makino S, et al. Br. J. Nutr. 2010. Merenstein D, et al.Eur. J. Clin. Nutr. 2010. Shida K, et al. Eur. J. Nutr. 2017. Taipale T, et al.Br. J. Nutr. 2011. Wu D, et al. Front. Immunol. 2019. Youn HN, et al. Antivir. Res. 2012. Wu D, et al. Front. Immunol. 2019. Landete JM, et al. Biomed. Res. Int. 2017. Liu Y, et al. J. Clin. Pharmacol. 2018. King, S. et al. Eur. J. Public Health, 2019.Wang, Y. et al. Med. (Baltim.) 2016. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Francine Schütz Doutoranda em medicina em Portugal (048) 9991-5120 @francineschutz
  • 15. 012 news.com.br MAGI Por Livia Azevedo Quem me conhece pessoalmente e pelas redes sociais sabe o quanto eu amo a área magistral,a parte de prescrição farmacêuti- ca, formulardemocosméticos entre outras atividades que ser farmacêutico nos permi- te fazer. Porém o que poucos sabem é da minhapaixão pela medicina veterinária. E você leitor,sabe como nós podemos entrar nessa área? Podemos destacar que diver- sos institutos renomados oferecem pós graduação e foi assim que eu me inseri. Apesar da área atuação do farmacêutico veterinário ser abrangente e pouco explora- do, é necessário que o profissional se apri- more e especialize-se na área desejada para assumir responsabilidades técnicas e clíni- cas, garantindo a segurança da saúde animal e evitando erros de prescrição, dispensação, interações medicamentosas e intoxicações. O farmacêutico veterinário é o profissional especialmente treinado que fabrica, dispensa medicamentos veteriná- rios, suprimentos ou produtos de origem farmacêutica e indica como utilizá-los ade- quadamente, atua também em todas as atividades privativas à sua função dentro do ambiente veterinário. A profissão farmacêutica no Brasil é regula- mentada pelo Decreto 85.878, de 07 de abril de 1981, no Artigo 1º. Podemos destacar que nesse mesmo decreto, no Art. 2º, fica atribuído aos profissionais farmacêuticos o desempenho das atividades de fabricação INSERÇÃO E IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO NA MEDICINA VETERINÁRIA D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 16. 013 news.com.br MAGI de produtos e insumos para uso farmacêuti- co veterinário, e também de funções de dire- ção, assessoramento e r e s p o n s a b i l i d a d e técnica por seto- res e demais locais que desempenhem tais atividades. No entanto, nota-se que até então não havia sido especifica- do se tais ativi- dades eram exclusi- vas do profissio- nal farmacêutico, o que gera bastante confusão. Pode-se esta- belecer um ciclo da atuação do farmacêuti- co na farmácia veterinária, sendo este um processo multidisciplinar, o qual cabe ao médico veterinário fornecer todas as infor- mações necessárias em relação ao estado clínico do animal, envolvendo o diagnóstico, prognóstico e suas particularidades, como o tratamento indicado, independentemente de ser profilático, curativo ou paliativo. O início desse ciclo provém da aquisição, seleção, ou até mesmo fabricação do medi- camento, estabelecendo prioridades e sele- cionando medicamentos seguros, eficazes e que atendam às necessidades dos animais, principal e único objetivo a saúde animal. Então para deixar bem claro, o médico veterinário encarrega-se de diag- nosticar e prescrever a terapia, enquanto o papel do farmacêutico é relacionado a anali- sar as prescrições, acompanhar todo o processo de produção, orientando, supervi- sionando e orientando o dono do animal sobre a forma de utilização, efeitos e con- servação adequada dos produtos, além da gestão logística da farmácia (ANFARMAG, 2012). A falta de formas farmacêuticas veteriná- rias adequadas para cada espécie, principal- mente nos animais de companhia, obriga uma maior utilização de medicamentos humanos. (BARBOSA, 2010). Trazendo para o nosso universo magistral,as vantagens da prescrição de uma fórmula magistral é a personalização do tratamento, possibi- litando a preparação de um produto na quantidade e dose adequada para cada paciente específico, além dessa vanta- gem os rótulos são identificados com a posologia, doses e a forma de utilização adequada para cada um dos pacientes. Os medicamentos precisam ter sabor agra- dável e forma farmacêutica que facilite a aceitação do animal. (DIAS, MARIELLE, 2012). Seguindo esse conceito podemos identificar que é de extrema importância a presença de um profissional capacitado na produção, controle e na dispensação de produtos veterinários, poistal profissionalse responsabilizará pelo acompanhamento durante e após o tratamento farmacológico, assegurando dessa forma a saúde do animal e a eficácia terapêutica. A medicina veterinária é realmente fascinan- te e nós farmacêuticos estamos inseridos nela desde a pesquisa, manipulação e indús- tria. Dedico essa matéria ao meu maior exemplo dentro da medicina veterinária, meu profes- sor e coorientador Dr. Argemiro Sanavria. Referência BARBOSA, Catarina. Novas formas farmacêuticas para uso veterinário. 62f. (Monografia licenciatura em Ciências Farmacêuticas) - Faculdade de Ciências da Saúde - Universidade Fernando Pessoa. Porto, 2010. DIAS, Marielle. Manipulação de produtos veterinários: Aplicabilidade, Legislação e Atuação dos Profissio- nais da Saúde, 2012. Disponível em:. Acesso em: 27 nov. 2020. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Lívia Azevedo Farmacêutica Clínica e Magistral 21 98326-4730 @liviaazevedo.farmaceutica
  • 17. 014 news.com.br MAGI Por Kelly Lourenço Quem nunca se identificou com a história de um super-herói? E pode ser pelo poder, pela força, pela capa, porque voava, subia nas paredes…. eu, particularmente, adoro os filmes que contam as sagas, os desafios e aí vem o arquétipo do herói e salva tudo! Em nosso dia a dia, também, temos nossos momentos de heróis, somos vitoriosos e poderosos por muitos motivos. Às vezes, só porque acordamos pela manhã. Já pensou nisso?! Mas, no fundo o que todos nós gostamos é a capacidade que o herói tem de vencer os seus medos, as suas kriptonita, os mons- tros, as batalhas. Essa empatia vem justa- mente da analogia que conseguimos fazer com nossos próprios desafios. Nosso cérebro é muito mais motivado pela dor do que pelo prazer, isso segundo estu- dos de inteligência emocional e até mencio- nado no livro do Tony Robbins – Despertan- do Gigantes, que até se casou muito bem com nosso tema de hoje. Exemploooo: o que te move mais é você querer deixar de er gordo e não porque você quer ser saudável. Percebe?! E por isso, as sagas heroicas nos acompanham desde os primeiros contato- res de histórias. Muitas das histórias que assistimos tem roteiros semelhantes e, mesmo assim, quem gosta do gênero, amaaaa as repetidas vitó- rias sobre o mal. Basicamente, os roteiros sempre têm alguém com um poder em potencial e que não aceita ou não acredita e depois de alguma perda ou de ver alguma destruição ou, ainda, do mundo quase acabar e de sofrer por algo … o herói encon- tra a sua verdadeira motivação para tomar posse desse poder e depois de assumi-lo, ninguém mais o segura kkkkk. Não é assim, na maioria das vezes? Veja o caso da Mulher Maravilha, deu várias cabeçadas, uma teimosa de carteirinha - e ah…já ia me esquecendo, também, tem o momento que o super-herói acha que é invencível e que nada de errado pode aconte- cer, subestimando seu oponente…. Aícompli- ca tudo e é onde ele vai a lona…. Dá uma lam- AUTOCONHECIMENTO E OS HERÓIS D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 18. 015 news.com.br MAGI bida no octógono e antes da contagem dos 10 terminar …. Tcham tcham tcham tchaaa- ammm ele se levanta, ao estilo Rocky Balboa, com toda a força e vence para alegria de todos ….. Cuiroso para saber o que, além disso, os heróis têm de semelhanças conosco?! Segura só mais algumas linhas! Voltemos a Diana, ela é linda e poderosa sobre seu salto, com cabelos maravilhosamente escovados (sim sou fã desde criança e ainda quero aquele laço). Bem…. somente depois de ser abatida, quase destruída, pouco antes do mundo acabar, ela assume seu poder origi- nado dos Deuses e bummmm vence no final. Mas há outros heróis: Em Matrix – até que o dito cujo do Neo entender que é o escolhido, quase o mundo se desintegra/ Rocky Balboa quase morre por todas as 228 lutas e se recupera no último segundo para felici- dade da Adrian…. E por aí vai. Mas o que todas essas históriastêm a ver com os reles mortais – nós – seres ditos humanos? Todos eles tentam nos mostrar o quanto somos capazes de superar os obstá- culos, usando os nossos poderes. Ah Kelly, mas que poderes nós temos? Já assistiu a Liga da Justiça? Superman estava morto, foi ressuscitado e quase matou todos os outros heróis ao retornar do outro lado da vida e quem foi lá e o acalmou em grande estilo …. Quem? Quem? A Lois Lane! Isso nos revela que os heróis são os diferentes, que sofrem bullying, que não se aceitam, que se sentem fora da caixa, que se isolam…. Alguma seme- lhança conosco? Nãaaaao?! Claro! E o Homem Aranha então!? Um frangote todo atrapalhado!Eles nos mostram que tudo que gostariam é serem normais como nós, os humanos, e nos amam tanto que dedicam suas vidas a salvar a Terra e nossas vidas. A questão não é você saber voar, se você tem a capa da invisibilidade, se tem velocida- de ultrassônica, se tem a pele verde e é muito, muito forte… a questão é que você é um ser humano único e seus poderes estão aí, batendo à porta, só esperando você tomá- -los pra si e você o está rejeitando por medo de ser ridicularizado, medo de ser feliz, medo que dê certo, medo de não ser aceito, medo de sair do efeito manada, medo de sair da Matrix. Seu dom pode ser limpar a casa como ninguém, pode ser fazer planilhas “pica da galáxia”, pode ser falar ou escrever bem, ser D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 19. 016 news.com.br MAGI um atleta veloz, resistente! Pode ser cozi- nhar bem, vender bem…. Atender bem! Ouvir bem! Pode ser a sua Fé! Amar, pode ser o seu poder! Ah vá, o Batman nem tem poderes! Ele é ricoe com muita tecnolo- gia kkkkk . Se dá uma chance vai?! Lois é uma jornalista e ela domina o homem de ferro…. Descubra seu poder e invista nisso. Passamos muito tempo das nossas vidas querendo melhorar os defeitos. Por que focar, prioritariamente, nisso? Foque no que faz de melhor, torne-se uma referência e depois disso você desenvolve outras áreas e outras habilidades. Cada super-herói tem um poder de destaque. O Hulk , Flash, Aquaman, Homem Aranha, Batman, Wolve- rine – cada um com sua história, cada um com seu poder, cada um com seu passado e são movidos pelos seus propósi- tos. Não lembro de nenhum com uma história de contos de fadas, com uma vida simples… todos foram desafiados de alguma forma. Sabe qual é o seu mal e já foi o meu…. Ficar olhando o poder do outro. Lem- bre-se você é a única coisa que a concorrên- cia, que seu oponente não pode ter. Só falta você descobrir a sua motivação, o seu propósito, o seu poder. E mostra para o mundo! Comunique ao mundo quem realmente você é! Como sabem, sou especialista em Comuni- cação e resolvi falar um pouco de autoco- nhecimento com você nesta edição e sugerir uma leitura: O Poder da Presença deAmy Cuddy. Ela fala, em seu livro, sobre as pos- turas dos heróis. Fala de como o cérebro associa os arquétipos vencedores a posi- ções específicas do corpo. O que significa isso?! Que ao fazer as posturas indicadas o seu cérebro entende que você tem capacidades (poderes extras) para enfrentar seus desafios. Sabe quais são as posturas? As dos nossos ilustríssi- mos heróis. O livro é baseado em pes- quisas científicas que comprovarem que se antes de uma reunião importante, falar em público, uma entrevista de emprego você ficar por uns 5 minutos na posição de poder seu cérebro irá incorporar essa sensação de autopoder! Pés afastados lateralmente, troco ereto, braços na lateral do corpo ou mãos na cintura, queixo em 90º! Imite a postura de poder dos heróis e enfrente seus desa- fios com muito mais habilidade e congruência entre seu corpo e sua mente. Afinal sua linguagem corporal fala mais de você do que você mesmo! Até a próxima! D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 bem! Pode ser a sua Fé! Amar, pode ser o seu poder! Ah vá, o Batman nem tem poderes! Ele é ricoe com muita tecnolo- gia kkkkk . Se dá uma chance vai?! Lois é uma jornalista e ela domina o Descubra seu poder e invista nisso. Passamos muito tempo das nossas vidas querendo melhorar os defeitos. Por que focar, Hulk , Flash, Aquaman, Homem Aranha, Batman, Wolve- rine – cada um com sua história, cada um com seu poder, cada um com seu passado e são movidos pelos seus propósi- tos. Não lembro de nenhum com uma história de contos de fadas, com uma vida simples… todos foram desafiados de alguma Sabe qual é o seu mal e já foi o meu…. Ficar olhando Cuddy. Ela fala, em seu livro, sobre as pos turas dos heróis. Fala de como o cérebro associa os arquétipos vencedores a posi ções específicas do corpo. O que significa isso?! Que ao fazer as posturas indicadas o seu cérebro entende que você tem capacidades (poderes extras) para enfrentar seus desafios. Sabe quais são as posturas? As dos nossos ilustríssi mos heróis. O livro é baseado em pes- quisas científicas que comprovarem que se falar em público, uma entrevista de emprego você ficar por uns 5 minutos na posição de poder seu cérebro irá incorporar essa sensação de autopoder! Pés afastados lateralmente, troco ereto, braços na lateral do corpo ou mãos na cintura, queixo em 90º! Imite a postura de poder dos heróis e enfrente seus desa fios com muito mais habilidade e congruência entre seu corpo e sua mente. Afinal sua linguagem corporal fala mais de você do que você mesmo! Até a próxima! Kelly Lourenço Mestre em comunicação (11) 94175-7375 @kellylourenco.oficial
  • 20. 017 news.com.br MAGI Por Kennya Macedo Essa é a principal pergunta que a Consulta Pública (CP) 911 que visa alterar a Resolu- ção da Diretoria Colegiada (RDC) 44/09 e a CP 912 cujo as contribuições se encerram dia 07/12 estão fazendo. Para entender onde você entra nisso, caro leitor vamos primeiro entender do que fala a RDC 44/09. A RDC 44/09 “Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências”. É nela que estão contidos os documentos obriga- tórios para que uma farmácia e/ou drogaria possa funcionar, qual a infraestrutura neces- sária, como tem que ser o ambiente onde os serviços farmacêuticos são prestados, responsabilidade, atribuições, treinamentos, dispensação de outros produtos, a definição do que são serviços farmacêuticos como atenção farmacêutica, quer seja no local ou domiciliar, que parâmetros biológicos e bioquímicos podem ser aferidos, que medi- camentos podem ser administrados, etc. Como vêem não é pouca coisa. E o que é que então sugerem as duas CP que se encerram amanhã? O discurso em tese é de ampliação desses serviços. Ao ouvir a ampliação, alguém pode imediata- mente pensar: mas como isso pode ser ruim? A discussão é complexa, delicada, envolve diretamente outros profissionais da saúde, passa por questões que hoje são privativas PARA ONDE O CONCEITO DO QUE É UMA FARMÁCIA ESTÁ SE ENCAMINHANDO? D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 21. 018 news.com.br MAGI do farmacêutico e pode abrir precedentes não desejáveis, como a venda de medica- mentos em supermercados, por exemplo. Como se trata de diversos pontos que gera- ram um recorde de contribuições que a Agência nunca tinha visto e como é um assunto extremamente polêmico não só para nós farmacêuticos, mas para outras profissões, resolvi pontuar alguns aspectos. O objetivo aqui não é trazer respostas, pois essas virão das contribuições recebidas, das organizações de classe e dos conse- lhos que estão atuando firmemente se debruçando sobre o tema. O interesse aqui é provocar uma reflexão sobre onde esta- mos e para onde estamos indo. Mais ainda: se queremos ir para onde estão nos levan- do. Comecemos com a CP 912 que tanto o CFF quanto os outros conselhos de outros profissionais da saúde se opõe de maneira muito veemente pois, traz para o ambiente da farmácia, testes de análises clínicas que eram realizados somente em laboratórios, como testes de anatomia patológica e testes de um nível de complexidade e espe- cificidade que nos fazem questionar se estamos ou não em uma farmácia e se é esse tipo de serviço que uma farmácia deve- ria prestar. Principalmente pela preocupação com a qualidade do serviço prestado e com as necessidades físicas que seriam neces- sárias para que os resultados de tais testes representassem uma real melhoria no tipo de atendimento que é prestado aos clientes. Considerando a 911 as preocupações giram em torno do cuidado farmacêutico e da aten- ção farmacêutica, pois o texto proposto não abarca toda a complexidade das atribuições do profissional farmacêutico nesse sentido, deixa em aberto possibilidades que abrem precedentes perigosos como triagem de patologias que não nos cabem e que sabe- mos que basta um caso de erro para que o todo o setor seja negativamente afetado. Já assistimos a esse filme antes e o final nunca é feliz. Nem para o nosso setor nem para a população. As perguntas que ficam aqui são: por que assumir atribuições de análises clínicas para muito além do que fazemos normalmente em uma farmácia fora do ambiente de um laboratório ou de um hospital, por exemplo? A quem serve essa mudança, uma vez que não parece servir a nós, farmacêuticos? A população será realmente beneficiada? Se D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 22. 019 news.com.br MAGI esta mudança passar, o que então será uma farmácia? Qual será então o âmbito da nossa profissão? Mais que saber para onde estão encaminhando o conceito do que é uma farmácia devemos nos perguntar se é para esse lugar que queremos ir. A ver. Referências Consultadas FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo. Entidades entregam a Anvisa manifesto contra a CP 911 e CP 912. Publicado em 05/10/2020. Disponível em: https://fehoesp360.org.br/noticia/7164/entidades- - e n t r e g a m - a - -anvisa-manifesto-contra-as-cp-911-e-912. Acesso em 05 dez 20 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. Consulta Pública 911 - Proposta de Consulta Pública de Reso- lução de Diretoria Colegiada - RDC que altera os dispositivos relacionados a serviços de saúde da Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Disponível em: https://www.in.go- v.br/en/web/dou/-/consulta-publica-n-911-de- -27-de-agosto-de-2020-275407442. Acesso em 05 dez 20. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. Perguntas e Respostas. Requisitos técnicos para a execução dasatividades relacionadas aos Testes deAnálises Clínicas (TCA) na prestação deServiços de Apoio ao Diagnóstico eTerapêutico (SADT). Disponível em: <https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noti- c i a s - a n v i - sa/2020/duvidas-sobre-a-cp-912-veja-o-informativo- 2018perguntas-e-respostas2019/perguntas-e-res- postas-cp-912-02-10-2020-final.pdf>. Acesso em 05 dez 20 BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. ANVISA. RDC 44 de 17 de Agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funciona- mento, da dispensação e da comercialização depro- dutos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sau- delegis/anvisa/2009/rdc0044_17_08_2009.html>. Acesso em 05 dez 20. CFF – Conselho Federal de Farmácia. Anvisa prorroga prazos das consultas públicas 911 e 912. CFF vai propor alterações. 13/10/20. Disponível em: <https://www.cff.org.br/noticia.php?id=6047&titu- l o = A n v i - sa+prorroga+prazos+das+consultas+p%C3%BAblica s+911+e+912.+CFF+vai+propor+altera%C3%A7%C3 %B5es>. Acesso 05 dez 20 CFF – Conselho Federal de Farmácia. CFF opõe-se à proposta da Anvisa na Consulta Pública 912/2020. 18/09/20. Disponível em: <https://www.cff.org.br/no- t i c i a . p h p ? i d = 6 0 2 1 & t i t u l o = + C F - F+op%C3%B5e-se+%C3%A0+proposta+da+Anvisa+n a+Consulta+P%C3%BAblica+912%2F2020>. Acesso em 05 dez 20. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Kennya Macedo Farmacêutica (011) 99406-0050 @kennya_macedo_10
  • 23. 020 news.com.br MAGI Por Márcio Guidoni Toda mulher tem hábitos de usar corporais, geralmente após o banho, mas em geral usam de maneira cotidiana, como uma forma de manter a pele hidratada e mais macia. Grande parte dos hidratantes corpo- rais usam como ingredientes ativos óleos vegetais. A presença de óleos na formula- ção enriquece o poder hidratante, pois os óleos têm uma intensa capacidade de ocluir a pele. Os óleos vegetais são constituídos por ácidos graxos, são moléculas de gordura do “bem”, pois penetram com grande facilidade na pele, chegando nas camadas mais profunda da epiderme e derme. Os ácidos graxos essências, não são sintetizados por nosso organismo, devendo esses ser adqui- ridos pela alimentação ou através de cremes hidratantes. Os ácidos graxos essenciais (AGE) tem a capacidades de modular a resposta inflama- tória na derme, melhorando casos de aler- gias, irritação cutânea, dermatites, dentre outras. Ainda ajudam a recompor as mem- branas celulares e evitar o estresse oxidativo destas membranas, preservando-as. Os óleos vegetais, também apresentam grande capacidade de ocluir a pele, manten- do a água de hidratação na superfície do estrato córneo, evitando a perda de água trans-epidermal, recompondo o manto hidro- -lipídico e enriquecendo o fator de hidratação natural da pele (NFM). ÓLEOS VEGETAIS AJUDAM A HIDRATAR E A ACALMAR A PELE D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 24. 021 news.com.br MAGI Dê sempre preferências a produtos constitu- ídos por óleo vegetas e não contenham como agente de oclusão a vaselina líquida, pois esta é derivada do petróleo, pode provo- car dermatites de contato, não é biodegradá- vel, e por se tratar de uma commodity, pode conter traços, dependendo do processo fabril, de 1,4 dioxana, produto com potencial carcinogênico. Para conhecer seu hidratante, da olha na parte posterior da embalagem, onde virá os nomes da composição. Normalmente a vaselina líquida vem como: mineral oil, petro- latum. Para identificar os óleos vegetais segue uma dica: D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 NOME INCI Óleo de amêndoas doce Sweetalmondoil Óleo de semente de uva Grapeseedoil Óleo de oliva Olive oil Óleo de girassol Helianthusannus (Sunflower) oil Óleo de framboesa Raspeberryoil Óleo de abacate Persea gratíssima (avocado) oil Óleo de semente de caroço de manga Mangifera indica oil Óleo de macadâmia Macadamia ternifolianutoil Óleo de linhaça Linseedflaxoil Óleo de rosa mosqueta Rose hipsoil Marcio Guidoni Dr. em Farmácia (027) 99986-5700 @marcioguidoni
  • 25. 022 news.com.br MAGI Por Reginalda Russo A Saúde Mental e a Dor Física Os distúrbios de saúde mental e as doenças musculoesqueléticas estão entre as maio- res ameaças para o organismo humano e suas habilidades funcionais, mesmo assim, a relação entre elas só começou a receber a devida atenção a alguns anos. Em 2017, as doenças musculoesqueléticas eram a segunda causa de incapacidade física global, considerando o número de anos vividos com incapacidade, e qual seria a primeira causa? Justamente, as doenças mentais são as campeãs deste ranking. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde mental como “um estado de bem-estar no qual cada indivíduo percebe seu próprio potencial, conseguindo lidar com o nível de estresse normal, trabalhar de forma produtiva e ser capaz de oferecer sua contribuição para a sociedade.” Portanto, a boa saúde mental é a combina- ção de bem-estar psicológico, emocional e social que se manifesta como positividade de humor, capacidade de enfrentamento de crises e boas qualidades sociais. Seres humanos com boa saúde mental sofrem menos de condições físicas crôni- cas. “As doenças são o resultado não só dos nossos atos, mas também dos nossos pen- samentos.” Mahatma Gandhi COMO CONTORNAR A TRÍADE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E DOR D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 26. 023 news.com.br MAGI A Tríade do Mal O primeiro estudo de revisão, com foco na relação entre os distúrbios mentais e as doenças crônicas musculoesqueléticas, publicado na Maturitas em 2019, postulou alguns fatos importantes: • A existência da associação entre o Trans- torno Depressivo Maior (TDM) e a dor lombar crônica; • Distúrbios de ansiedade estão associados com hérnias de disco cervicais e lombares; • Distúrbios de humor e ansiedade estão associados a redução da densidade mineral óssea (DMO) em homens; • A melhora na satisfação com a vida previ- ne a perda de massa óssea em mulheres na pós menopausa. Desde o final da década de 80 já havia sido proposto que algumas condições mentais e psiquiátricas faziam parte da mesma famí- lia de distúrbios relacionados entre si e que compartilham a mesma fisiopatologia, são conhecidos como transtornos do espectro afetivo. Estes transtornos compartilham sintomas de depressão e ansiedade, respon- dem bem ao tratamento com antidepressi- vos e estão frequentemente associados a condições clínicas dolorosas como fibro- mialgia, síndrome de fadiga crônica, enxa- queca, síndrome de intestino irritável, distúr- bios disfóricos pré-menstruais, dor neuropá- tica, dor lombar crônica e sintomas doloro- sos persistentes. Cerca de 50% dos pacientes com depressão também apresentam outras queixas e a maioria é relacionada com a dor. Pacientes com fibromialgia são duas vezes mais sus- cetíveis a distúrbios psiquiátricos como depressão e ansiedade. Apesar de todas essas evidências, os siste- mas de classificação em psiquiatria não incluem a dor crônica entre os sintomas da depressão e a dor não figura como um sinto- ma dos distúrbios de humor e ansiedade. Pesquisas recentes indicam que esta sepa- ração não é consistente com a realidade clínica dos pacientes. Não só existe a corre- lação fisiopatológica como também a corre- lação clínica entre estas três condições. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 27. 024 news.com.br MAGI O Que Há por Trás da Tríade Como vimos, definitivamente os transtor- nos de depressão e ansiedade comparti- lham aspectos biológicos e ambientais com a dor e também com a insônia. Estabelecida esta correlação, podemos compreender o que há por trás em termos de mecanismos fisiopatológicos. A coexistência destes distúrbios é explicada pelas vias neurobiológicas em comum, envolvendo os neurotransmissores seroto- nina, dopamina, noradrenalina, GABA, gluta- mato e substância P. Na depressão, especialmente no TDM, a fisiopatologia é baseada na disfunção da expressão das monoaminas, na redução de sua síntese ou na atividade dos seus recep- tores. Recentemente, outros fatores têm recebido atenção da ciência como o papel das anormalidades neuroendócrinas envol- vendo o excesso de cortisol, os efeitos inibi- tórios da neurogênese, a presença de opioi- des endógenos disfuncionais, alterações na transmissão gabaérgica e glutamatérgica, alterações nas citoquinas inflamatórias e anormalidades no ritmo circadiano. Vamos lembrar que esta mesma aborda- gem farmacológica, tem papel importante na percepção e resolução da dor. Já os distúrbios de ansiedade, entre eles: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Fobia Social e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), envolvem anormali- dades na transmissão serotoninérgica, noradrenérgica, glutamatérgica e gabaérgi- ca. O funcionamento adequado do sistema nervoso central (SNC) depende da homeos- tase mantida e regulada por duas forças opostas que atuam de forma independente entre si e que confluem de forma cíclica sempre buscando equilíbrio. Trata-se de dois neurotransmissores que regem nosso funcionamento neuronal, glutamato e GABA, responsáveis por estí- mulos opostos excitatório e inibitório no nosso SNC. Juntos, glutamato e GABA cons- tituem 90% da força total de nossos mensa- geiros neurotransmissores, deixando os restantes 10% para todos os outros. O equilíbrio entre GABA e glutamato repre- senta nosso estado de equilíbrio fisiológico e mental enquanto, a perda deste estado está implicada diretamente nos transtornos de ansiedade e na perda do controle inibitório da transmissão da dor. Estratégias para Restabelecer o Equilíbrio Os primórdios da introdução dos antidepres- sivos para tratamento de alterações de humor em pacientes deprimidos, data do final da década de 50, assim, não é mistério que os antidepressivos atuam aumentando a oferta de serotonina e noradrenalina no SNC e desse modo restabelecendo seu equi- líbrio e o bem estar emocional dos pacientes. Este mesmo mecanismo de inibição da recaptação de monoaminas, tem papel importante na modulação da dor, especial- mente na dor crônica de caráter neuropático, onde a maior oferta e atuação das monoami- nas tem ação inibitória das vias de sinaliza- ção da dor na medula espinal e SNC. Estas vias neurobiológicas explicam a resposta terapêutica bem sucedida dos anti- depressivos no tratamento tanto dos distúr- bios psiquiátricos quanto nos tratamentos de dor crônica. O tratamento farmacológico dos transtornos D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 28. 025 news.com.br MAGI de ansiedade, inclui além de agonistas sero- toninérgicos e antidepressivos, os benzodia- zepínicos, que atuam justamente nos recep- tores gabaérgicos restabelecendo o equilí- brio. E por fim, devemos incluir nestas vias neuro- nais, o glutamato. A era do glutamato come- çou bem mais tarde, em 1986 com a desco- berta dos receptores glutamatérgicos, mGLU, atual foco de pesquisas no campo da neurofarmacologia. A participação dos receptores glutamatérgicos na ansiedade já é bem estabelecida, porém, ainda existe muito a se elucidar com relação aos recep- tores NMDA e AMPA. Um exemplo moderno é a abordagem de bloqueio de receptores glutamatérgicos, que já é usada a décadas como analgésico, pelo bloqueio da sinalização da dor, e que recentemente tem sido utilizada com suces- so no tratamento de alguns quadros de depressão persistente, como no caso dos derivados de cetamina que já haviam sido aprovados pelo FDA e este ano foram apro- vados pela ANVISA. Abordagem Integrativa “Quando as coisas não andam bem na sua cabeça, elas não andam bem em lugar nenhum.” Laura de Mello A abordagem integrativa através de estraté- gias não farmacológicas e do uso de suple- mentos coadjuvantes já conta com opções bem fundamentadas e comprovadas cienti- ficamente. A primeira abordagem pela qual todo e qual- quer tratamento deve iniciar é sempre a prática de atividade física. Isso mesmo, a atividade física é considera- da atualmente tratamento de primeira linha para a tríade: dor, depressão e ansiedade, de acordo com as diretrizes das principais enti- dades médicas pelo mundo todo. Com o mais elevado grau de evidência e comprova- ção científica, a prática de atividade física deve ser a primeira recomendação clínica para todos os pacientes. Por outro lado, a maioria dos pacientes com depressão ou distúrbio bipolar tratados com antidepressivos não atingem a remissão completa dos sintomas, assim como os tratamentos farmacológicos são insuficien- tes para os distúrbios que envolvem o SNC e periférico, na maioria dos pacientes. Isto ocorre devido à alta complexidade e aos múltiplos mecanismos envolvidos nestes quadros, como já vimos neste artigo. Por essa razão, a investigação científica e o uso clínico de agentes coadjuvantes fitoterá- picos e nutracêuticos para os distúrbios que afetam o SNC e suas vias periféricas, tem crescido muito nas últimas décadas. Graças a sua comprovada eficácia e segu- rança e a elevada adesão dos pacientes, estes ingredientes têm ganhado a confiança dos prescritores e tem sido cada vez mais prescritos para benefício dos pacientes. Como sabemos, nutrientes consumidos a partir da dieta são críticos para o bom D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 29. 026 news.com.br MAGI funcionamento do sistema nervoso, muitas evidências dão suporte para a relação entre a qualidade dietética, o humor e o estado mental. Nutrientes específicos podem atuar em vias neurobiológicas para aumentar a resposta de antidepressivos. Uma dieta variada e rica em nutrientes é uma das chaves para o bom funcionamento do siste- ma nervoso e podem atuar na prevenção destes transtornos. No entanto, após o estabelecimento destas doenças, a suplementação de nutrientes padronizados e de grau farmacêutico, conhecidos como nutracêuticos, é uma estratégia importante como prescrição coadjuvante aos tratamentos. Alguns nutracêuticos são capazes de modu- lar mecanismos neurobiológicos de susten- tação da depressão, como o desequilíbrio das monoaminas, pela sua sinergia com os antidepressivos. Também podem atuar em outras vias biológicas como: a neurogênese, o estresse oxidativo e alterações nas citoqui- nas inflamatórias. Portanto, estes agentes, além de almejar as vias de neurotransmissores também exer- cem efeitos biológicos adicionais como por exemplo, atividade anti-inflamatória e antio- xidante, por isso observamos o crescente interesse nessa área. Da mesma forma que os nutracêuticos, alguns fitoterápicos (extratos de plantas medicinais padronizados em biofitoquími- cos específicos) também atuam nas vias de D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 30. 027 news.com.br MAGI sinalização neuronal graças a seus fitoquí- micos e tem sido alvo de muitas pesquisas, em alguns casos demonstrando elevado grau de eficácia e segurança como trata- mento coadjuvante com atividade antide- pressiva, ansiolítica, indutores de sono e alívio de dor. Alguns desses suplementos coadjuvantes benéficos estão elencados abaixo, junta- mente com seus mecanismos farmacológi- cos, com objetivo de exemplificar os meca- nismos descritos neste artigo. Lembrando que existem inúmeras opções em diferentes fases de pesquisa e citamos apenas alguns exemplos com evidências científicas mais robustas. A escolha do tratamento sempre deve levar em conside- ração a avaliação criteriosa e individual de cada paciente. Referências Bibliográficas ANDREATINIA R., BOERNGEN-LACERDA R. ZORZET- TO D.; Pharmacological treatment of generalized anxiety disorder: future perspectives; Rev Bras Psiquiatr 2001;23(4):233-42 ARANGO-DÁVILAA C.A., RINCON-HOYOS H.G.; Depressive disorder, anxiety disorder and chronic pain: Multiple manifestations of a common clinical and pathophysiological core; rev colomb psiquiat.; 2018 ;47(1):46–55. CAMFI D., et al.;Evidence-Based Herbal and Nutritio- nal Treatments for Anxiety in Psychiatric Disorders, 2017, 103 DOI 10.1007/978-3-319-42307-4_6 HEIKKINENA J., HONKANENB R., WILLIAMSD L., et al.; Depressive disorders, anxiety disorders and subjective mental health in common musculoskeletal diseases: A review; Maturitas; 2019; 127; 18–25. LANDE G.; Nutraceutical Augmentation Strategies for Depression: A Narrative Review; The Journal of the American Osteopathic Association February 2020 | Vol 120 | No. 2 MACHADO N., PARCIAS S.R., SANTOS K., et al.; Trans- torno depressivo maior: avaliação da aptidão motora e da atenção Major depressive disorder: motor aptitu- de and attention evaluation; J Bras Psiquiatr. 2009; 58(3):175-180. MICHAELIDES A., PANAGIOTIS Z; Depression, anxiety and acute pain: links and management challenges; Postgraduate Medicine 2019. SAEED A., BLOCH R.M., ANTONACCI D.J.; Herbal and Dietary Supplements for Treatment of Anxiety Disor- ders; American Family Physician; 2007; V 76, N 4. SARRIS J., MURPHY J., MISCHOULON D., et al.; Adjunctive Nutraceuticals for Depression: A Systema- tic Review and Meta-Analyses; JP in Advance, 2016; 1-13 SARRIS J., PANOSSIANC A., SCHWEITZER I., et al.; Herbal medicine for depression, anxiety and insomnia: A review of psychopharmacology and clinical eviden- ce; /j.euroneuro.2011.04.002 SARRIS J.; Clinical use of nutraceuticals in the adjunc- tive treatment of depression in mood disorders; Australasian Psychiatry, 2017; 1–4. SAVAGE K., FIRTH J., STOUGH C., ET AL; GABA‐modu- lating phytomedicines for anxiety: A systematic review of preclinical and clinical evidence; Phytothera- py Research. 2018;32:3–18. WIEROŃSKA J. M., STACHOWICZ K., NOWAK G., et al.; The Loss of Glutamate-GABA Harmony in Anxiety Disorders D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Reginalda Russo Consultora Farmacêutica (011) 97481-3560 @regirusso
  • 31. 028 news.com.br MAGI Por Adrielle Brandão Eis que de repente, a Pandemia ocasionada pelo Covid-19 transformou quarto, sala, cozinha e outros espaços, que antes eram reservados apenas ao nosso descanso e lazer diário, em locais de trabalho. E ao que tudo indica, isto seguirá por um tempo inde- terminado. Pode parecer contraditório, con- siderando que trabalhar de casa faria com que não precisássemos nos locomover tanto, evitando conduções superlotadas, ou o trânsito caótico de uma cidade como São Paulo por exemplo, mas muitos têm sido os fatores que têm transformado o famoso “home office”em uma rotina mais cansativa do que a presencial; e estes fatores vão desde os psicológicos aos físicos. Pois bem, praticamente da noite para o dia, grandes empresas no Brasil e no mundo, tiveram que adaptar-se a um movimento imposto pela questão sanitária. Um exem- plo foi a XP Investimentos, considerada uma das maiores corretoras de valores indepen- dentes do Brasil e que até Maio deste ano, ocupava 20mil metros quadrados, divididos em três torres na Faria Lima (uma das princi- pais avenidas de São Paulo), que em função da pandemia, estipulou o home office até Dezembro de 2020 e estuda institucionalizá- -lo de forma permanente, tendo em vista a constatação da eficiência no novo método de trabalho.E uma decisão similar foi adota- da por empresas como Facebook e Google, cujo prorrogaram o home office até julho de 2021. Como toda mudança gera impactos, esta nova rotina mudou e muito a vida de cente- nas de profissionais. De acordo com dados do UOL/Economia, a rede varejista de eletrô- nicos e móveis brasileiros – Magazine Luiza –precisou estabelecer algumas regras, LAR DOCE ESCRITÓRIO D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 32. 029 news.com.br MAGI como por exemplo, bloquear as agendas no período das 12h às 14h, visando garantir que todos fariam uma pausa para o almoço, além de estabelecer limites de horários para agendamento de reuniões, para que não começassem muito cedo e nem terminas- sem muito tarde. Tudo isto porque, segundo Luiz Felipe Massad, Diretor de Gestão de Pessoas do Magalu, no início, eles percebe- ram que as pessoas estavam trabalhando mais, sem horário para terminar, com reuni- ões encavaladas em que não dava tempo nem de ir ao banheiro; e todo mundo queria participar, para mostrar presença. Além disso, foi necessário orientar também quanto a melhores práticas para duração das reuniões, bem como as pautas. “... pesquisa realizada pelo LinkedIn em Maio deste ano, apontou que dentre 2 mil profissionais que estão em home office, 62% disseram estar mais ansiosos e estres- sados com o trabalho, se comparar ao perí- odo em que estavam nos escritórios. Uma outra pesquisa realizada pelo LinkedIn e publicada na revista “Isto É” em Maio deste ano, apontou que dentre 2 mil profissionais que estão em home office, 62% disseram estar mais ansiosos e estressados com o trabalho, se comparar ao período em que estavam nos escritórios. E apesar de muitas empresas relatarem que observaram um aumento considerável na produtividade de seus colaboradores, a mesma pesquisa constatou que muitos profissionais estão trabalhando pelo menos uma hora a mais por dia (68%) ou até quatro horas por dia (21%); sendo que, cerca de 24% dos entrevis- tados mencionaram estar mais pressiona- dos a responder mensagens imediatamente e a ficarem online por mais tempo, do que estariam normalmente no escritório; 22% relatam dificuldades em trabalhar com o parceiro em casa e 20% do grupo relatou ter tido muitos contratempos para conciliar o cuidado com os filhos e o trabalho. Entretanto e felizmente, além dos fatores negativos, há também os positivos. E nesta mesma pesquisa realizada pelo Linkedin, verificou-se que 33% dos entrevistados sen- tem-se mais produtivos, por estarem em D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 33. 030 news.com.br MAGI casa e com menos distrações. Inclusive para alguns, houve ainda um aumento na qualidade de vida, visto que 32% diz ter cuidado mais da alimentação e 59% relatou ter melhorado a disponibilidade de tempo com a família. O isolamento social e esta nova realidade gerou um grande impacto na maneira como trabalhamos e lidamos com isso dentro de nossas casas. E cabe a nós, buscar manei- ras de equilibrar as responsabilidades em ambos os setores, sabendo separar cada momento. Para ajudar neste processo, muitas reportagens e materiais nas mídias foram publicados; e destaco aqui, uma recém divulgada – Novembro/2020 – na BBC News, que destacou algumas dicas para reduzir o estresse no home office. Controle o barulho A Física, pesquisadora e especialista em como o cérebro interpreta o som - Rebecca Dewey -da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, afirma que diferentes partes do sistema nervoso estão sempre tentando reconhecer os ruídos do ambiente, e que o nosso cérebro está sempre ligado, procu- rando por mudanças e estímulos, o que podem gerar grandes distrações na hora de trabalhar. Logo, barulhos agudos tendem a ser mais problemáticos do que ruídos de baixo nível. Deste modo, os tampões de ouvido podem ser uma boa solução para que as pessoas consigam focar no trabalho. Organize sua mesa e/ou local de trabalho Nos últimos anos, diversos estudos indica- ram que a bagunça pode aumentar o nível de cortisol – hormônio relacionado ao estresse. Este efeito pode estar relacionado ao fato de a desordem entregar informações conflitan- tes ao cérebro, que ao invés de trabalhar, passará a focar nas distrações. Portanto, recomenda-se manter o local de trabalho o mais limpo e organizado possível, guardan- do por exemplo, materiais menos utilizados e deixando à vista somente o que será usado de fato. Deixe a luz entrar O psiquiatra Thana Balamurali, do Reino Unido, afirma que "As pessoas variam muito de acordo com os tipos de personalidade. Mas os princípios orientadores de todos nós são muito claros: a luz natural, junto com o ar fresco e o acesso à natureza, é fundamental- mente boa para a saúde mental." Os raios D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 34. 031 news.com.br MAGI solares e a claridade do dia estimulam o cérebro a liberar um neurotransmissor conhecido como Serotonina. E isto ajuda as pessoas a se sentirem concentradas e calmas, reduzindo a ansiedade e melhoran- do também o humor. Levantar-se de vez em quando Como falamos,o home office excluiu a necessidade do indivíduo de caminhar até o ponto de ônibus, estações de metrô e trem, bem como a necessidade de transitar pelas empresas, seja pelas escadas ou corredo- res, para participar de uma reunião e outra. E muitas pesquisas descobriram que o exer- cício é um grande aliado natural para lidar com a ansiedade, aliviando o estresse e melhorando o bem-estar, devido a liberação de endorfinas. Assim, procure levantar, esti- car o corpo algumas vezes ao dia e, se pos- sível, faça pausas para caminhadas. Em suma, a mensagem que quero deixar aqui é, o mundo e a nossa vida pessoal e profissional mudaram e muito. Mas o mais importante é saber equilibrar essa realidade e nos permitir enxergar e transformar o “lar doce escritório” novamente em “lar doce lar”. Referências: https://www.istoedinheiro.com.br/home-office-esta- - a f e t a n d o - a - -saude-dos-trabalhadores-diz-pesquisa-do-linkedin/ https://veja.abril.com.br/economia/home-office-mu- d a - a - d i n a m i - ca-dos-escritorios-que-devem-ficar-menores/ https://economia.uol.com.br/reportagens-espe- ciais/empresas-modelo-home-office-definitivo/ https://www.bbc.com/portuguese/geral-54981768 D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Adrielle Brandão Especialista de Produto (011) 99505-2120 @morenabrandao1
  • 35. 032 news.com.br MAGI Por Francieli Pagliari Em tempos de comunicação e conexão global, a existência de concorrentes pode ser muito positiva se pensada e encarada corretamente. E a famosa guerra Coca-Cola x Pepsi? Não é briga, é colaboração. O sucesso do outro nunca impedirá o seu. As duas marcas entendem que uma suposta “briga” traria grande repercussão, e se unem em uma campanha para fazer o reconhecimento de marca das duas subir. A Netflix e Amazon Prime utilizaram outra estratégia e deram as boas-vindas a Disney. Exemplos como estes nos mostram que cooperação, força e foco são inovações legítimas! Mas na reali- dadedos micro, pequenos e médios empre- endedores, o ideal é focar no seutrabalho e deixar a concorrência fazer o dela. Existe um ditado popular que diz que agrama do vizinho é sempre mais verde, no sentido de que a vida dos outros sempre parece ser melhor do que a nossa. Será que é mesmo? A melhor maneira de deixar de sofrer com isso é voltando sua atenção para o seu gramado. Isso vale para tudo na vida: ao invés de desperdiçar tempo e energia porque o outro parece melhor, foque em si e no que pode fazer para alcançar o que deseja – sem comparações. Em outras palavras: é preciso dar a sua cara e personalidade para o negócio, tornando-o algo único em meio à inúmeras cópias de modelos já utilizados. E não se acanhe perante seus concorrentes. Esteja atento a eles, os analise e não permita que o desani- mem ou o tirem de sua meta principal. Use-os como referência para seu próprio sucesso, mantendo, acima de tudo, sua originalidade. Pense na trajetória de uma empresa como uma parede a ser escalada, pensando em cada movimento, cada passo, que deve ser executado com firmeza, a fim de que o progresso conquistado não tenha sido em vão. TEMPOS DE EMPATIA E INOVAÇÃO D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 36. 033 news.com.br MAGI Primeiro passo: empatia. A empatia deve ser aplicada em todos os níveis de trabalho, refletindo desde a forma de comunicar-se com o cliente até os processos do dia a dia, incluindo a prática da “boa vizinhança” com os concorrentes. Procurar a opção que visa parcerias equili- bradas e crescentes que facilitem a vida do cliente, do negócio do cliente, do segmento em geral e da própria empresa. Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, contou em uma palestra que, certa vez, criou um canal em seu site que se chamava “Fale com a Presidente”. A percepção que ela teve foi de que, na maioria das vezes, quando alguém chegava a relatar um problema neste canal era porque nenhuma pessoa que atendeu a solicitação anterior- mente tratou o caso com o devido respeito e cuidado. O que ela fazia? Agia com empatia e isso surpreendia seus clientes, que acaba- vam tendo o seu problema resolvido e acre- ditando mais na marca e em seus valores. Nessa nova forma de posicionamento das empresas, é extremamente importante e necessário que todos os setores acompa- nhem a evolução, sendo as pessoas o elemento essencial para a prática da empa- tia. No ambiente digital também é importante aplicá-la, compreender as ações, interpretar e perceber a reação de quem está sendo impactado por algo no smartphone ou moni- tor, enfim, colocar-se dentro da emoção de quem está do outro lado das telinhas. Segundo passo: inovação. Estar aberto às mudanças que nos ajudam a evoluir em nossa forma de viver, fazer negó- cios, estudar e nos divertir. Ampliar nosso conhecimento. A inspiração para um posi- cionamento inovador está no desenvolvi- mento de fórmulas novas, relações inovado- ras, mais inteligentes e amorosas. Hoje, as vantagens competitivas estão na velocidade que conseguimos implementar mudanças e incorporar com consistência novos conceitos e tecnologias, sendo assim, o conhecimento e o domínio das ferramen- tas passam a ser um diferencial estratégico. Muitos projetos revolucionários e de impacto podem ser inviabilizados pela ausência de D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 37. 034 news.com.br MAGI um profissional preparado e focado nos resultados do investimento. Conhecimento e gestão determinam o seu capital intelectual. Cada vez mais é preciso pensar no futuro da organização de forma estratégica, colabo- rando para: • Propiciar o crescimento da empresa, dos funcionários e do segmento; • Obter parâmetros de avaliação e desem- penho dos serviços e vendas; • Identificar diferentes oportunidades de negócios; • Implementar práticase pensamentos novos para impulsionar a empresa. O mercado está aberto a quem estiver mais bem preparado para superar seus obstácu- los e não deixar se intimidar com as mudan- ças que são necessárias para enfrentar o acirramento da concorrência.É eficiente entender a audiência de produtos e serviços, tanto dos clientes quanto de concorrentes. Importante: Veja o mundo como o cliente vê. Mergulhe na visão do outro sobre as coisas. Ouse, mas não se preocupe tanto em desa- fiar a concorrência. Desafie constantemente a si mesmo! D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Francieli Pagliari Gerente de Trade Marketing (011) 98657-7250 @franpagliari
  • 38. 035 news.com.br MAGI Por Bruno Henrique “Ser ansioso nem sempre é apenas esperar inquietamente algo desejado. Em alguns casos, é necessário manter um acompa- nhamento psicológico e, a depender da gravidade do quadro, psiquiátrico também. Ansiedade também pode ser patológica e, como toda doença, precisa de tratamento”. Ou seja, ser uma pessoa ansiosa no dia a dia considera-se normal, porém quando acometido em grandes intensidades, cha- mamos de Transtorno de Ansiedade Gene- ralizada (TAG) e como profissional da área da saúde, nos preocupa pelo fato que muitos estão utilizando de forma irracional os ansiolíticos (tranquilizantes), sendo assim, vamos falar mais sobre tudo isso: “O Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) está entre os dez motivos mais comuns de consultas médicas e atinge cerca de 264 milhões de pessoas no mundo todo. A característica principal desse trans- torno é a preocupação excessiva. Ele pode se manifestar de diversas formas e intensi- dades, provocando sintomas físicos e psico- lógicos.”(1)A maior preocupação da ansieda- de é quando ela deixa de ser um sintoma comum em sua vida e passa a ser um problema envolvente em sua saúde mental. “Em 25% dos casos, o TAG está acompanha- do de outras doenças psiquiátricas, sendo a depressão a mais comum. Dependendo das doenças relacionadas e da intensidade do transtorno, os sintomas do transtorno de ansiedade generalizada podem variar. Porém, os mais fáceis de reconhecer são os físicos, tais como:”(1) • Fadiga, Tensão muscular, Palpitação, Suor excessivo, Dor de cabeça, Disfunção sexual, Disfunção gastrointestinal(1) No entanto, a doença fica mais evidente quando aparecem, ou são reconhecidos, os sintomas neurológicos(1) • Perda de memória, Insônia, Dificuldade de concentração, Irritabilidade, Inquietação.(1) “TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) E ANSIOLÍTICOS” D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 39. 036 news.com.br MAGI D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Para se ter um diagnóstico ideal para este transtorno de ansiedade, devemos levar em consideração os sintomas que devem ser presentes em sua vida por um período de no mínimo seis meses, e não somente ter os sintomas, mas um paciente diagnosticado tem prejuízos em suas atividades rotineiras pessoais e profissionais, dentre outras situ- ações como convívio familiar e social. Importante frisar que considerando que a TAG pode estar associado a outras doen- ças, a investigação em busca da identifica- ção do diagnóstico demanda cautela, para que não tenha erros e confusões com outros sintomas relacionadas a outras pato- logias. O transtorno de ansiedade generalizada tem tratamento e a escolha deve ser baseada na eficácia da terapia, segurança, efeitos cola- terais e custo. Geralmente, o tratamento é feito combinando: Psicoterapia – a mais comum para o trans- torno de ansiedade generalizada é a terapia cognitivo-comportamental, que se baseia em como a pessoa interpreta suas experiên- cias. A terapia familiar também pode ser indicada quando houver necessidade de envolver pessoas do convívio próximo no tratamento.(1) Medicamentos – os mais utilizados são os ansiolíticos e antidepressivos da classe dos inibidores da recaptação de serotonina (IRS) e dos inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN). (1) Considerando o tratamento farmacológico da TAG, com uso de ansiolíticos, os chama- dos tranquilizantes, precisamos intensificar este assunto, pois uma grande parcela da população mundial sofre deste problema e estão se automedicando, podendo assim com esta atitude irracional, prejudicar mais e mais a si mesmo. “Os ansiolíticos apresentam componentes que atuam no controle da ansiedade de pacientes com alterações de saúde associa- das ao Sistema Nervoso Central (SNC), afetando suas emoções e seu comporta- mento. Seu uso é liberado conforme prescri- ção médica, pois os ansiolíticos utilizados indevidamente podem gerar efeitos colate- rais, ou seja, o uso quando abusivo pode gerar diversos efeitos adversos. Também conhecidos como calmantes ou tranquili- zantes, os ansiolíticos são utilizados no tratamento de ansiedade e tensão. É um medicamento que pode ser elaborado por meio de processos químicos e também de forma natural, em remédios caseiros, como
  • 40. 037 news.com.br MAGI chá. Os ansiolíticos, muitas vezes, também podem ser recomendados para o tratamen- to de insônia.”(2) A utilização de ansiolíticos pela população muitas vezes ocorre de maneira abusiva(3) . Este fato pode ocorrer devido a fatores como: equívocos em prescrições médicas, automedicação, dependência química e aumento das enfermidades relacionadas à psiquiatria.(4) Entretanto, os efeitos dessas substâncias, decorrentes do seu uso crôni- co, por meses ou anos, podem resultar na dependência química do usuário(5) , sendo que a abstinência prejudica severamente a sua vida social, devido à irritabilidade, à insônia excessiva, à sudoração, à dor no corpo a até mesmo às convulsões(6) Diante dessas premissas, é possível afirmar que o uso irracional de psicotrópicos pode trazer problemas associados à intoxicação, além de outros impactos sociais e econômicos como: dificuldades no desenvolvimento do aprendizado dos pacientes; aumento de investimentos em saúde pública destinado ao tratamento de pessoas com dependên- cia química; prejuízo das relações familia- res; e o incentivo ao consumo ilícito dessas substâncias(7) Concluímos informando a todos que o atual cenário nos leva a maiores preocupações, e isso é compreensível, porém caso identifi- que sintomas característicos da TAG e apre- sentados nesta matéria, orientamos a procurar um serviço de saúde para posterior tratamento, ou tratamento emergencial em alguns casos. Vale ressaltar que não esta- mos aconselhando a não utilização dos ansiolíticos, até porque tem muitos casos elegíveis para uso, mas o que pretendo é orientá-los como profissional da saúde o seu uso com extrema cautela e acompanhamen- to, e salientamos que outras alternativas complementares podem ser inseridas em seu tratamento, como homeopatia, acupun- tura, fitoterapia, entre outras, que com certe- za vão lhe auxiliar na busca de uma adesão a melhora. “Não tenha medo de assumir que está doente. A ansiedade não precisa fazer parte de você e muito menos definir ou comandar suas ações. A ansiedade pode ser medicada, portanto livre-se de preconceitos adversos e consulte um médico para que seja curado da melhor maneira possível” Referências Bibliográficas: Pfizer.com.br/sua-saude/sistema-nervoso-central/- transtorno-de-ansiedade-generalizada-tag Chromatox.com.br/blog/ansioliticos/222 NOTO, A.R., et al. Análise da prescrição e dispensação de medicamentos psicotrópicos em dois municípios do Estado de São Paulo. RevBrasPsiquiatr, v. 24, n. 2, p. 68-73, 2002. GRASSI, L.T.V.; CASTRO, J.E.S. Estudo do Consumo de Medicamentos Psicotrópicos no Município de Alto Araguáia – MT. Artigo Científico. Cáceres: Faculdade do Pantanal, 2012. GRUBER, J.; MAZON, L.M. A prevalência na utilização de medicamentos psicotrópicos no município de Mafra: um estudo retrospectivo. Saúde Meio Ambient., v. 3, n. 1, p. 44-50, 2014. CARLINI, E. A., et al. Drogas psicotrópicas: o que são e como agem. Revista Imesc, v. 3, p. 9-35, 2001. LOPES, L.M.B.; GRIGOLETO, A.R.L. Uso consciente de psicotrópicos: responsabilidade dos profissionais da saúde. BrazilianJournalof Health, v. 2, n. 1, 2013. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Bruno Henrique Farmacêutico / Professor (11) 96678-9443 @farmaceuticobrunohenrique
  • 41. 038 news.com.br MAGI Por Andreia Assumpção Minha trajetória na MagiNews ao longo de 2020 foi pautada em um enorme prazer de colocar no papel – antigo isso, não é mesmo? –algumas obras que me inspiram; ao ponto que dividi com vocês, em cada edição, minhas reflexões. Ah! Não poderia passar! Na última edição do ano, venho aqui para fazer a minha retrospectiva. Seja para falar de Frida Kahlo, uma das muitas mulheres fortes que marcaram presença na história,com a sua superação; nas adversidades de doenças, acidentes e relacionamentos conturbados; sempre encontrando formas de dar a volta por cima, com inspiração para viver a vida. Que mesmo fora dos padrões e estereótipos femininos da época, exalava confiança; deixando explicito que o importante é sentir- -se bem consigo mesma. Ou mesmo para pensar que após quase 100 anos os dilemas são os mesmos... E o que declarar da doce Alice no seu país de maravilhosa loucura com muita coragem para entrar num mundo estranho? E exata- mente por ser uma criança, ela não colocava em si os conceitos pré-estabelecidos dos adultos. E no auge da ponderação, surge a clássica expressão: “ao não saber para aonde ir, qualquer lugar serve”. Muito con- temporâneo! Ou ainda explicitando minha enorme admira- ção pelo respeitável Yuval Noah Harari. A viagem que SAPIENS – UMA BREVE HISTÓ- RIA DA HUMANIDADE – proporciona é extra- ordinária! Coloca foco na cooperação em grande escala, creditando ao fato, a chave para o seu desenvolvimento humano. Parece mesmo que essa façanha de sobreviver em terras densamente povoadas e resistir a enormes riscos, ainda que hoje o coração pulse no pescoço, só de pensar nessa situ- ção; na verdade era uma simples rotina de encontrar o que comer todos os dias, nos colocando no topo da cadeia alimentar. E foi na imaginação coletiva, termo usado para identificar a nossa capacidade de acreditar RETROSPECTIVA 2020 D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 42. 039 news.com.br MAGI em coisas que não existem objetivamente e sim em nossas mentes, que pude compre- ender que somente os humanos têm essa capacidade de alcançar uma meta, superar um desafio e até ultrapassar um recorde. Teve também Daniel Kahneman com seu Rápido e Devgar;W. Chan Kim e Renée Mau- borgne no livro Oceano Azul. Mas é o Antifragil, do Nassim Nicolas Taleb, que representa meu sentimento do ano de 2020. Me fazendo entender que é possível crescer mesmo na desordem, estando além da resi- liência e robustez; pois enquanto o resiliente resiste aos choques e ao tempo, permane- cendo o mesmo, o antifrágil fica melhor. O autor defende que aprendendo os meca- nismos de antifragilidade, o conceito princi- pal do livro, pode-se tomar melhores deci- sões sem a ilusão de ser capaz de prever o próximo grande acontecimento. Teleb asse- gura que ser pequeno é menos frágil, princi- palmente no mundo dos negócios. Ser grande em tempos difíceis é um problema real. Quanto maior o projeto, pior poderá ser o resultado final; quanto maior o projeto, maior o custo de um atraso; arriscando com- prometer drasticamente o orçamento final. A sugestão é que alguns projetos podem ser divididos em partes menores (cultura muito abordada por gestores de projetos), de modo que o tamanho do segmento seja mais importante que o tamanho do projeto geral. Não podemos dizer, com tamanha certeza, que um choque ou evento específico ocorre- rá; mas podemos, sim, determinar qual objeto ou estrutura é mais frágil que outro, se o evento ocorrer. E nessa trajetória, o frágil anseia por tranqui- lidade, já o robuto não se importa muito; mas a antítese está no antifrágil que adora a incerteza, sendo fortalecido por um choque. Que em 2021 sejamos ANTIFRÁGIL, suprin- do a volatilidade e a aleatoriedade, assim como as coisas que se beneficiam com o caos! Feliz Ano Novo! D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Andreia Assumpção Mestre Administração, Gestora Empresarial, Enfermeira (011) 94164-3865 @andreia_assumpcao
  • 43. 040 news.com.br MAGI Por Jorge Mariano Este texto apresenta 10 passos para uma campanha em ambiente digital. Não tendo a pretensão de trazer uma formula pronta, sim com intuito de contribuir para uma orga- nização didática de algumas ferramentas que são consideradas essenciais para uma campanha em veículos na internet. 1- Pesquisa: Para vender um produto ou serviço no ciberespaço, é necessário definir o público-alvo, muitas empresas por não consideram esta informação não atin- gem o resultado esperado. Dados que são relevantes conhecer sobre o público alvo: suas preferências, o que compram, quanto gastam e o tempo em média que ficam on-line, quanto maiores as informações maior o percentual de acerto. 2 - Planejamento: Recomenda-se que após as analises das informações seja elaborado um planejamento de campanha com duração de um a três meses; neste momento a organização deve definir seu plano de mídias on-line. 3 - Endomarketing: Muitas vezes esquecido pelas organizações o endomarke- ting é uma ferramenta poderosa para se comunicar internamente com o objetivo da campanha. Nesta fase podem ser utilizadas ferramentas como: intranet, mídias sociais internas, disparo de e-mails e etc. 4 - Disparo de e-mail: Os e-mails devem seguir uma lógica, serem direcionados ao público-alvo, porém sem o compromisso de buscar uma venda direta, ter como objeti- vo principal a criação de relacionamento. 5 - Redes Sociais: Outra ferramenta 10 DICAS DE COMO REALIZAR UMA CAMPANHA DE MARKETING NA INTERNET. D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7
  • 44. 040 news.com.br MAGI que muitas vezes é utilizada de forma inade- quada, as redes sociais servem para criar relacionamento e não para vender, a organi- zação deve utiliza - lá de forma descontraí- da, sem perder o foco. Como sugestão que se utilizem frases famosas, matérias de própria autoria, dentre outros e etc. 6 - Blogs: Se possível direcione o seu público para um blog, estes servem como um intermediário entre as redes sociais e os sites, com uma linguagem mais elaborada e personalizada. Como as redes sociais o objetivo é criar relacionamento. 7 - Outros Sites: As organizações devem estabelecer parcerias com empre- sas para um estratégia de cooperação, devendo estar presente nos sites de seus principais parceiros, afinal quem não é visto não é lembrado. 8 - Site / Loja Virtual: São ferramen- tas mais formais, que devem transmitir a imagem institucional. Se for uma loja virtual, esta deve facilitar o acesso do público-alvo aos seus produtos e serviços. 9 - Arremate Final: Embora opcional muitas empresas utilizam de veículos físicos para promover suas campanhas digi- tais, nesta fase pode ser por SMS, tele- marketing, revistas e outros. 10 - Resultado: Este é o momento da venda do produto ou serviço, quando se deve verificar se o objetivo foi alcançado, caso negativo é necessário voltar imediatamente a fase de pesquisa, caso tenha sido positivo, também é importante verificar a fase de pes- quisa, uma vez que uma necessidade atendi- da gera no consumidor novas necessidades, como é de amplo conhecimento. Estudos recentes compravam que empresas que utilizam ferramentas do ciclo do marke- ting obtêm maior êxito em suas campanhas digitais, conseguem ter maior envolvimento com seu público-alvo em todo o processo de criação de produtos ou serviço, e que garan- te uma vantagem competitiva por um longo período. Estas 10 etapas são sugeridas pelo Profes- sor Dr. Felipe Chibás Ortiz em seu livro: Marketing_pessoal.com. Sua estratégia dentro e fora da Internet. Leia o artigo completo em: www.criarcom.- com/artigos?lightbox=dataItem-j4hv89u0 D E Z E M B R O 2 0 2 0 E D I Ç Ã O 0 7 Jorge Mariano Consultor Magistral, Diretor comercial J Mariano e Diretor Maginews (011) 96193-4732
  • 45. P R Ó X I M A E D I Ç Ã O : J A N E I R O 2 0 2 1 Espaço especial com o contato dos nossos colunistas news.com.br MAGI Apoio: Graciana Neumann Mestre em envelhecimento humano, Nutricionista CRN2 - 15770D e Farmacêutica (054) 99696-2757 @graciananeumann Marcio Guidoni Dr. em Farmácia (027) 99986-5700 @marcioguidoni Kennya Macedo Farmacêutica (011) 99406-0050 @kennya_macedo_10 Patricia Vasconcelos Consultora Farmacêutica e Treinamentos (021) 97028-8533 @drapatriciavasconcellosfarma Bruno Henrique Farmacêutico / Professor (011) 96678-9443 @farmaceuticobrunohenrique Gelza Rubia Consultora Farmacêutica (021) 99103-5294 @gelzarubia Diagramação: Fernanda Müller Diretora de arte | Videomaker (027) 997267210 Francieli Pagliari Gerente de Trade Marketing (011) 98657-7250 @franpagliari Andreia Assumpção Mestre Administração, gestora Empresarial e Enfermeira (011) 94164-3865 @andreia_assupcao Francine Schütz Doutoranda em medicina em Portugal (048) 9991-5120 @francineschutz Kelly Lourenço Mestre em comunicação (011) 94175-7375 @kellylourenco.oficial Patricia França Farmacêutica Fórmula e Cia (011) 98106-3599 @patriciafelipefranca Dimas Souza Diretor da Manipura (051) 98191-7953 @dimas.souzajr Reginalda Russo Farmacêutica (011) 97481-3560 @regirusso Adrielle Brandão Especialista de Produto (011) 99505-2120 @morenabrandao1