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resumo crítico
1. Resumo Crítico
Nascer Duas Vezes – Giuseppe Pontiggia
Resumo crítico do aluno Lucas Ramos Assis
Dias, do livro Nascer Duas Vezes do autor
Giuseppe Pontiggia. Disciplina: Educação
Inclusiva. Professor (a): Cláudia
Lucas Ramos
27/05/2013
2. Nascer Duas Vezes
Giuseppe Pontiggia
Afinal, quem é normal?
A vida costuma pregar peças. Situações inesperadas fazem
com que aquilo que surge como certo se desestruture por
completo, outras que aparentam ser ao acaso se mostram
cruciais, demonstrando ser aquilo que faltava em nossas
vidas. É assim que se inicia a história do Livro Nascer Duas
Vezes, de Giuseppe Pontiggia.
Um jovem professor e sua mulher descobrem que Paolo, seu
filho de três meses, sofre de uma disfunção cerebral causada
pela insuficiência de oxigênio durante o parto. Uma lesão
que atingiu as partes do cérebro responsáveis pelo
movimento e pela elaboração da linguagem. A criança terá
dificuldade para aprender a falar e será comprometida em
sua capacidade de movimentação. Porém, sua inteligência,
não ficará afetada. O livro descreve o difícil caminho que o
professor e sua mulher percorrerão rumo à superação das
adversidades e da discriminação. “Quando dizemos que a
experiência nos ajuda a entender a deficiência, omitimos a
parte mais importante, ou seja, que a deficiência nos ajuda a
entender a nós mesmos.” (PONTIGGIA, 2002, p.99).
É uma história ficcional, mas com grandes traços
autobiográficos - o autor também é pai de um garoto,
3. Andrea, que sofre de problemas semelhantes e deve ser um
dos motivos para o livro ser dedicado "Aos portadores de
deficiência que lutam não para se tornarem normais, mas
eles mesmos" (PONTIGGIA, 2002, p.5).
Já no inicio do livro, vemos o professor Frigério (narrador),
com um olhar suspeito sobre Paolo caminhando no
shopping. Essa vergonha que ele sente em relação ao seu
filho, submete à uma resposta de Paolo, que sentiu a retração
de seu pai, nas últimas linhas do primeiro capítulo: "Se tem
vergonha de mim, pode andar afastado. Não se preocupe
comigo." (PONTIGGIA, 2002, p.12). Quando o professor
adúltero vê seu filho cambaleando diante dele, enxerga nele
a tragédia de um condenado a ser diferente num mundo que
elegeu a uniformização, à “normalidade”.
"Essas crianças nascem duas vezes" dizia um dos médicos
(que também já passou por essa experiência) depois de muita
omissão por parte de seus colegas de medicina. O que é
normal? Quem é normal? Será que a normalidade existe?
Pergunta feita pelo autor que no futuro, quem sabe, será
respondida. “Relutamos em aceitar, agigantados nos outros,
os defeitos que receamos ter.” (PONTIGGIA, 2002, p.59).
O ato de se colocar no lugar do outro e se sentir um estranho
a si mesmo não é tão fácil quanto se parece. É o que ocorre
quando se percebe a repulsa que seu próprio filho Alfredo
sente ao ver Paolo brincar. “Compreendia o que ele sentia
4. porque às vezes eu também sentia.” (PONTIGGIA, 2002,
p.59).
A reflexão que Frigério faz sobre a teimosia do sogro do
narrador em aceitar a diferença do neto, é importante para
pensarmos numa perspectiva de “que o outro tem de mim e o
que não posso ter.” “O diferente nos faz sentir diferentes –
contrariamente ao que se pensa – e é isso que não estamos
dispostos a perdoar.” (PONTIGGIA, 2002, p.84).
O interessante no livro é ver como a mudança radical nos
conceitos vividos diariamente de uma família a partir de um
problema, resultou na transformação e socialização dos
mesmos. “Certa vez, enquanto olhava para ele como se ele
fosse outro, cumprimentou-me. Sorria e encostou-se no
muro. Foi como se tivéssemos encontrados para sempre. Por
um instante.” (PONTIGGIA, 2002, p.201).
O livro é uma descoberta da deficiência no confronto dos
problemas. Os problemas existem, todos temos. Não acho
que eles se resolvam: problemas se enfrentam.
Lucas Ramos Assis Dias, LM 121
27 de Maio de 2013