O retrato foi um gênero importante na história da arte, utilizado para desenvolver habilidades e representar figuras. Evoluiu ao longo dos séculos conforme os estilos artísticos, com destaque para Van Eyck, que desenvolveu a técnica a óleo, e no Renascimento, quando se tornou símbolo de status. Grandes mestres como Leonardo, Michelangelo e Rafael contribuíram para elevar as técnicas do gênero.
1. OS RETRATISTAS NA HISTÓRIA DA ARTE
Gênero importante na história da arte, o retrato na pintura era utilizado pelas academias e escolas de
artes como uma maneira de desenvolver as habilidades e técnicas artísticas. O gênero evoluiu conforme
surgiam os movimentos e estilos artísticos ao longo dos séculos, desta forma, artistas renomados e de
diversas gerações se destacaram utilizando o recurso em suas pinturas.
O retrato pictórico, por definição, é a representação de um sujeito, seja por observação, memória ou
fotografia através da pintura. Acredita-se que suas raízes advêm do período pré-histórico. Do Egito Antigo
sobreviveram registros de representações de divindades e governantes, a maioria de perfil, gravados sobre
pedra, argila, gesso, entre outros materiais rígidos. Já as primeiras pinturas remontam da China de 1000 a.
C., porém, não se conservaram trabalhos da época.
É por volta de 1300 que o gênero ganha força, ao ser utilizado
para representação de personagens bíblicos, em obras como as de
Giotto. No século XV, o pintor flamengo Jan Van Eyck desenvolve a
técnica de pintar retratos com tinta a óleo, no lugar da têmpera que
foi amplamente utilizada no século anterior. Destaca-se desse
período a obra O casal Arnolfini, de Eyck.
No Renascimento o retrato se projetou através das encomendas
que eram realizadas por famílias da nobreza e do alto escalão social,
como uma forma de eternizar ou presentear a figura retratada,
tornando-se um verdadeiro objeto de status. Desta época,
destacam-se retratistas como Lorenzo Lotto e Botticelli, na Itália.
Outros grandes mestres da pintura também se dedicaram ao retrato
como Leonardo, Michelangelo e Rafael. A Mona Lisa, de Leonardo,
por exemplo, é um dos retratos que elevaram as técnicas de pintura
do gênero.
Conforme os movimentos estéticos e as técnicas artísticas
evoluíam, era esperado que o retratista conseguisse copiar a
essência do retratado em sua tela. No renascimento, passa-se a utilizar as expressões faciais na pintura
para caracterização das diferentes emoções. Ticiano, por sua vez, propõe o retrato psicológico, ampliando
as possibilidades de poses. Já nos séculos XVI e XVII, período
Barroco e Rococó, nomes como os de Rubens e Van Dick dão
continuidade ao estilo, e nos séculos XVIII e XIX, destacam-se os
pintores franceses Jacques-Louis David e Jean Auguste
Dominique Ingres. Goya, na Espanha, dedica-se dar um tom
ousado e provocativo ao retrato com suas majas.
Os impressionistas, como Renoir, Degas e Monet dão novas
nuances e cores ao estilo, servindo como porta de entrada para
os trabalhos de Gauguin e Van Gogh. No século XX, o advento da
fotografia ajudou os artistas na composição de seus retratos,
principalmente numa reprodução mais fiel da figura retratada.
Porém foi neste mesmo século que o gênero declinou na arte,
por volta dos anos 40 e 50, ressurgindo com certa força nas
produções dos ingleses Lucian Freud e Francis Bacon, nos anos
60 e 70. Artistas contemporâneos como Andy Warhol, Alex Katz e
Chuck Close, também chegaram a explorar o retrato em suas
obras, com novas técnicas, cores e interpretações.