1. Qualidade de Água
Prof. Eudes José Arantes
Departamento Acadêmico de Ambiental
Reúso da Água e Efluentes
- Parâmetros de qualidade das águas
- Purificação de águas poluídas
(Tratamento de água)
2. Química Ambiental - contexto multidisciplinar
- Relação entre poluição e desenvolvimento sócio-econômico
- Química analítica é uma ferramenta importante para a monitoração
ambiental
Técnicas instrumentais devem ser preferidas
Características das águas naturais (que não são puras)
- A água é um bem natural de alto valor agregado
- Vários exemplos de substâncias tóxicas na água
- Os diferentes processos químicos aquáticos podem ser influenciados
pela poluição ambiental
3. O aporte de substâncias nos mananciais
Origina-se de várias FONTES:
- Efluentes domésticos e industriais
- Escoamentos superficial urbano e agrícola
DEPENDE do tipo de uso e ocupação do solo
Cada uma dessas FONTES possui características próprias quanto
aos poluentes que transportam, como:
- Contaminantes orgânicos (que deveriam ser biodegradáveis)
- Nutrientes (que podem causar eutrofiação)
- Bactérias ...
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
CONTEXTO:
4. Mesmo separando os poluentes em grupos,
a diversidade das indústrias existentes aumenta, ainda
mais, a variabilidade dos contaminantes aportados nos corpos de
água
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Torna-se praticamente impossível a determinação sistemática de
todos os poluentes que possam estar presentes nas águas
superficiais, em tempo relativamente curto...
CONTEXTO DA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS:
Existem parâmetros de qualidade
de água, levando em conta
os poluentes mais representativos
Físicos
Químicos
Microbiológicos
Bioensaios ecotoxicológicos
5. Usados para a MONITORAÇÃO e FISCALIZAÇÃO ambiental com
base da legislação CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005
CETESB: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(Secretaria de Meio Ambiente de SP)
- http://www.cetesb.sp.gov.br/
IGAM: Instituto Mineiro de Gestão das Águas
- http://www.igam.mg.gov.br/
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Parâmetros de qualidade Indicadores de qualidade das águas
6. Os parâmetros de qualidade
PARÂMETROS FÍSICOS
Temperatura, condutividade elétrica, sólidos, cor e turbidez
Temperatura
- Solubilidade de gases como o O2
O aumento da T diminui - Favorece processos aeróbicos
mau cheiro (produtos de degradação)
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
7. PARÂMETROS FÍSICOS DE QUALIDADE
Temperatura, condutividade elétrica, sólidos, cor e turbidez
Condutividade elétrica
É ocasianada pelas substâncias dissolvidas que se dissociam em
cátions e ânions e cuja dissolução também é função da temperatura
Muitos sais encontrados nas águas são de origem antropogênica
- Descargas industriais
- Consumo de sal nas residências
- Excreções da população e animais
MONITORAÇÃO = IDENTIFICAR MODIFICAÇÕES NA COMPOSIÇÃO
8. PARÂMETROS FÍSICOS DE QUALIDADE
Temperatura, condutividade elétrica, sólidos, cor e turbidez
Sólidos
Correspondem a partículas diversas, sedimentáveis ou não e que
podem ser separadas por filtração
Impurezas na água contribuem para o aumento na quantidade de
sólidos
A MEDIÇÃO DOS SÓLIDOS NÃO DISSOLVIDOS é o “peso” dos
sólidos filtráveis, expresso em mg/L
9. PARÂMETROS FÍSICOS DE QUALIDADE
Temperatura, condutividade elétrica, sólidos, cor e turbidez
Cor
NATURAL: teor de matéria orgânica decomposta e íons de Fe e Mn
ALTERADA: ações antropogênicas...
Turbidez
É uma medida que representa o quanto uma amostra de água
interfere na luz que passa por ela
Águas turvas desfavorecem a fotossíntese de vegetações
submersas (menos vegetação menos peixes)
10. PARÂMETROS QUÍMICOS
Alcalinidade, dureza, pH
Oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda
química de oxigênio (DQO)
Série de nitrogênio (orgânico, amoniacal, nitrato e nitrito)
Fósforo total
Surfactantes
Óleos e graxas
Cianetos
Fenóis e demais contaminantes orgânicos
Ânions (cloretos, sulfetos)
Íons metálicos (ferro, potássio, sódio, magnésio, manganês, alumínio,
zinco, bário, cádmio, níquel, chumbo, cobre, cromo (III), cromo (VI),
selênio, mercúrio), arsênio e boro
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
11. PARÂMETROS QUÍMICOS
Alcalinidade, dureza, pH
- Relacionados com as espécies CO2, CO3
2-, Ca 2+, Mg 2+ e H+
(correlacionadas)
Águas mais alcalinas
geralmente “dureza moderada” a “muito dura”
pouca quantidade de íons H+
- Dureza pode ser expressa de várias formas
( dureza de cálcio, dureza de magnésio, dureza total ([Ca 2+] + [Mg2+])
- IMPORTÂNCIA desses parâmetros
Seres vivos necessitam de água em pH próximo à neutralidade
Tubulações de água (domésticas ou industriais) podem ser
entupidas (águas duras) ou ter elementos metálicos lixiviados...
Níveis fora dos padrões
Água com sabor desagradável e pode ter efeitos laxativos
12. PARÂMETROS QUÍMICOS
Alcalinidade, dureza, pH
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Dureza mg/L de CaCO3 Classificação da água
<15 muito branda
de 15 a 50 branda
de 50 a 100 moderadamente branda
de 100 a 200 dura
>200 muito dura
Ex de classificação da dureza total da água, expressa em quantidade de CaCO3
13. Oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
demanda química de oxigênio (DQO)
- Expressam o teor de oxigênio dissolvido e indicam os tipos
possíveis de poluentes
- Demanda bioquímica de oxigênio
É a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria
orgânica por meio de processos bioquímicos, que podem ser
monitorados no laboratório”
- Demanda química de oxigênio
“É a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica
através de um agente químico”
Útil para detectar substâncias resistentes à degradação biológica
=> Os valores obtidos são geralmente maiores do que os da DBO e
podem ser conseguidos em menos tempo
14. - Série de nitrogênio (orgânico, amoniacal, nitrato e nitrito)
- Fósforo total: medida pouco seletiva (métodos espectroscópicos)
Teores relativamente altos de espécies desta classe indicam
poluição por efluentes industriais e/ou domésticos
NH3 é geralmente encontrada em baixas concentrações
APESAR DA TOXICIDADE, não é persistente
Em concentrações baixas não causa danos aos seres
humanos mas pode ocasionar sufocamento de peixes
15. Surfactantes
São os constituintes dos detergentes
i) aniônicos (R-SO3
-)Na+ i
i) catiônicos (RMe3-N+)Cl- i
ii) não iônicos
Diminuem a tensão superficial da água
geram espuma e deixam a “sujeira” em suspensão
inconvenientes estético e para a biota
Óleos e graxas
(parâmetro OG)
- Substâncias orgânicas pouco encontradas em águas superficiais
- MAS por serem pouco solúveis em água, dificultam tanto o tratamento de
efluentes (processos biológicos) como o da água de abastaecimento
16. Fenóis e demais contaminantes orgânicos
Ocorrem em consequência de despejos industriais
Além de afetarem o sabor dos peixes e da água, podem causar:
- lesões na pele
- indisposições físicas de diversos tipos
Toxicidade
depende da espécie
17. Ânions (cloretos, sulfetos)
- Constituem sais presentes na água
Aumento na concentração
poluição doméstica (Cl-) e industrial
Íons metálicos (Al, Sb, Ba, Be, Cd, Pb, Co, Cu, Cr, Fe, Li, Mn, Hg, Ni,
Ag, Se, U, V, Zn), arsênio e boro
- Fontes: despejo de efluentes e lixiviação de fertilizantes
- Toxidade: depende da espécie (especiação química)
18. PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS
Coliformes fecais e totais
- Bactérias encontradas principalmente nos intestinos de
animais de “sangue quente”
não representam, por si só, perigo à saúde
- Dentre as cepas: Escherichia coli é de origem fecal
Estreptococos totais
- Bactérias patogênicas
- Classificadas em grupos (sinais clínicos e sintomas)
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Escherichia coli
19. BIOENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS (ENSAIOS DE TOXICIDADE)
Determinação do potencial tóxico de um agente químico ou de uma
mistura
Efeito poluentes: resposta de organismos vivos
Método
O crustácio Ceriodaphnia dubia é colocado em contato com
a água contendo as substâncias em avalição
Os efeitos observados definem o grau da toxicidade:
- Aguda (0 a 96 horas)
observação principal é o efeito morte
- Crônica (1/10 do ciclo vital até a totalidade da vida do
organismo)
resposta causa mudanças comportamentais,
alterações fisiológicas, reprodutivas, etc
20. Para facilitar a interpretação das informações sobre a
qualidade da água de forma abrangente e útil, , a CETEB e o IGAM,
adaptaram e desenvolveram o Índice de Qualidade das Águas - IQA
O IQA incorpora nove parâmetros considerados relevantes
para a avaliação da qualidade das águas:
- Oxigênio dissolvido
- Coliformes fecais
- pH
- Demanda bioquímica de oxigênio
- Nitratos
- Fosfatos
- Variação na temperatura
- Turbidez
- Resíduos totais
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
21. Cálculo do IQA e aplicação
Utilizado para avaliar águas destinadas ao abastecimento público
Produto ponderado de parâmetros de qualidade
Variando de 0 a 100
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
IQA = qi wi
9
i=1
qi qualidade do parâmetro i
obtido através da curva média específica de qualidade (parâmetro
gráfico) usado como referência
wi peso atribuído ao parâmetro
função de sua importância na qualidade, em função de uma tabela
22. Parâmetro Peso - wi
Oxigênio Dissolvido – OD (%OD Sat) 0,17
Coliformes fecais (NMP/100mL) 0,15
pH 0,12
Demanda Bioquímica de Oxigênio – DBO (mg/L) 0,10
Nitratos (mg/L NO3) 0,10
Fosfatos (mg/L PO4) 0,10
Variação na temperatura (0C) 0,10
Turbidez (NTU) 0,08
Resíduos Totais (mg/L) 0,08
Cálculo do IQA – “pesos” dos parâmetros
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
23. Cálculo do IQA – “qualidade” dos parâmetros
Exemplo:
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
24. Nível de
Qualidade
Faixa
Excelente 90 < IQA 100
Bom 70 < IQA 90
Médio 50 < IQA 70
Ruim 25 < IQA 50
Muito Ruim 0 < IQA 25
O IQA reflete a interferência por esgotos sanitários e outros
materiais orgânicos, nutrientes e sólidos
INDICADORES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Valores de referência do IQA
25. Sendo a poluição das águas um fato “real”,
Necessidade de tratamento de águas e efluentes – causa histórica
O aumento da população e o desenvolvimento industrial
Poluem a água usada no abastecimento
geram efluentes domésticos e industriais
- Também poluem a água e o solo ...
Existem PROCESSOS físicos, químicos e biológicos para tratar
ÁGUAS POLUÍDAS
Águas usadas para abastecimento
Efluentes
26. INTRODUÇÃO
A ÁGUA usada para ABASTECIMENTO
A água para essa finalidade sempre deve ser tratada ?
FONTES potáveis:
Processo de desinfecção
FONTES não potáveis:
Estação de Tratamento de Água (ETA)
FONTES de água para abastecimento
Águas superficiais (geralmente menos “puras”)
Expostas continuamente a vários tipos de poluentes
Águas subterrâneas
FIGURA: http://www.grupoescolar.com/a/b/FA37F.jpg, acessada 10-06-13
27. ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DA ÁGUA (ETA)
PROCESSO REALIZADO EM ETAPAS
1º- Coagulação/floculação
2º- Decantação
3º- Filtração
4º- Desinfecção
Estas operações têm como principais objetivos:
- A remoção de material particulado, bactérias e algas
- Remoção da matéria orgânica dissolvida que confere cor à água
-.Remoção ou destruição de organismos patogênicos tais como
bactérias e vírus
Estas operações podem sofrer variações dependendo da fonte de
água e dos padrões de qualidade a serem alcançados
28. A ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DA ÁGUA
Esquema simplificado de uma ETA *
(Linha líquida)
A ETA também tem uma estação de tratamento de sólidos (Linha sólida)
São tratados os resíduos gerados na Linha líquida
(*) http://www.aguasdesantoandre.pt/layout.asp?area=9&subarea=25, acessado dia 05-06-13
29. AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
1- Captação
A água que chega à Estação de Tratamento de Água é captada diretamente nos
rios (águas superficiais) ou no subsolo (águas subterrâneas)
LINHA LÍQUIDA
2- Gradagem
São retirados da água os resíduos de maior dimensão como folhas, ramos,
embalagens, etc., que ficam retidos em grades por onde a água é forçada a passar
PROCESSOS DE CLARIFICAÇÃO
3- Floculação/ coagulação
São formados “flocos” com as susbtâncias dispersas e um reagente floculante:
os contaminantes co-precipitam com o Al(OH)3, p. ex., na etapa de Decantação
melhora os índices de turbidez (partículas > 10-4 mm), cor e sabor (partículas
menores que 10-4 mm)
30. AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
Floculação/ coagulação
São formados “flocos” com as susbtâncias dispersas e um reagente floculante:
os contaminantes co-precipitam com o Al(OH)3, p. exx., na etapa de Decantação
melhora os índices de turbidez (partículas > 10-4 mm), cor e sabor (partículas
menores que 10-4 mm)
- Uso de agentes “floculantes”: Al2(SO4)3 , sais de ferro e polímeros
orgânicos
Necessidade de remoção de Mg2+: Al2 (SO4)3 + NaAlO2
Ex de reação em água levemente alcalina:
Al2(SO4)3 14,3 H2O + 3Ca(HCO3)2 2 Al(OH)3 + 3CaSO4 + 6CO2 + 14,3H2O
ANÁLISES PRÉVIAS são importantes para ajustar o pH , quando necessário
31. Água superficial sendo tratada em
uma ETA, após a adição de um agente
floculante
AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
Esta etapa é realizada em câmaras (floculadores) onde água é levemente
agitada, facilitando a aglutinação de impurezas
Parte da purificação da água ocorre por meio de um processo de
“transferência de fase”
32. AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
4- Decantação
É um processo de separação física das partículas em suspensão,
clarificando a água e reduzindo em grande porcentagem as impurezas
As partículas decantadas, mais “pesadas” que a água, ficam
depositadas no fundo do decantador
Processo que dura, em média, 3 h
5- Filtração
A água passa por filtros de areia e/ou carvão ativado, nos quais ficam
retidas as partículas pequenas (não decantadas) e uma infinidade de
substâncias solúveis (adsorção no carvão) melhora características como odor
e sabor
PROCESSOS DE DESINFECÇÃO
33. AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
6- Desinfeção (geralmente cloração ou ozonização ou radiação UV)
É a eliminação de microorganismos não retidos nas etapas anteriores
Adição de “cloro” (gás ou solução de hipoclorito)
Fluoretação: adição de “flúor”
(fluorsilicato de sódio ou ácido fluorsilícico)
ANÁLISES DE CONTROLE
ETAPA FINAL: análises físico-químicas e microbiológicas para
atestar a qualidade da água (Portaria número 518 do Ministério da Saúde, de
25 de março de 2004)
ARMAZENAGEM
DISTRIBUIÇÃO PARA AS RESIDÊNCIAS
(podem ocorrer contaminações)
34. Ficam resíduos (tanque decantação):
tratamento da Linha SÓLIDA
Desidratação de Lamas
“Sobram” resíduos provenientes dos processos de clarificação: lamas
São encaminhadas para a desidratação (estabilização química) e
estabilização microbiológica devido à grande quantidade de água
- A desidratação (secagem) pode ser feita de várias formas:
evaporação em leitos, uso de filtros (tipo prensa), etc
- A lama tratada é transportada para um destino final adequado, sendo possível
o seu aproveitamento como adubo orgânico:
Composição, em % média, de lamas de ETAs após tratamento
AS ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
35. CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA
(DESINFECÇÃO)
A desinfecção ocorre para assegurar que a água esteja livre de
microorganismos patogênicos
Os processos utilizados tem vantagens e desvantagens !
A cloração é o método de desinfecção mais comumente utilizado
na maioria dos países
Quantidades suficientes de “cloro” são adicionadas
à água visando destruir ou inativar os organismos alvo
É um método confiável, de relativo baixo custo, simplicidade
operacional e cujo excesso, no tratamento, favorece a biosegurança no
armazenamento e transporte da água tratada
36. Reações químicas:
O gás cloro reage quase completamente com a água formando o
ácido hipocloroso:
Cl2 + H2O HOCl + H+ + Cl-
Em pH mais alcalinos, o ácido hipocloroso se dissocia, gerando os
íons H+ e OCl-:
HOCl H+ + OCl-
ESPÉCIES BACTERICIDAS DE “CLORO LIVRE”
O Cl2 reage também com outras espécies presentes na
água, antes de se converter em HOCl ou OCl-
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA:
DESINFECÇÃO COM CLORO
“Problema”: o cloro reage com substâncias orgânicas presentes
na água produzindo trialometanos (THM): CHX3 (X = cloro, bromo ou
uma combinação de ambos)
37. Problemas da desinfecção com cloro
O composto de maior preocupação é o CHCl3: clorofórmio
Produto da reação do HOCl reage com matéria orgânica
Os THM não são removidos da água através do tratamento
convencional
Deve-se assegurar que a matéria orgânica esteja ausente
da água que vai ser submetida à cloração !
O risco de contrair doenças causadas por esses compostos é menor do
que o de contrair doenças por organismos patogênicos !
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA:
DESINFECÇÃO COM CLORO
38. Se a água contém fenol ou um derivado, o cloro substitui facilmente os
átomos de hidrogênio do anel para dar lugar a fenóis clorados que além
do gosto e odor ofensivos, são tóxicos
Troca-se o cloro por dióxido de cloro quando o suprimento de
água bruta está contaminado temporariamente com fenóis, sendo
usando especialmente nos EUA e Europa
ENTRETANTO, o uso do ClO2
.
não é uma cloração
propriamente
Reação de obtenção
Obtenção a partir de clorito: ClO2
- ClO2
.
+ e- (realizada in situ)
oxidação
Outro problema da desinfecção com cloro
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA:
DESINFECÇÃO COM CLORO E DIÓXIDO DE CLORO
39. Vantagens na utilização de dióxido de cloro
O dióxido de cloro não é um agente de cloração: geralmente não
introduz átomos de cloro nas substâncias com as quais reage
Oxida a matéria orgânica formando quantidades muito menores
de subprodutos orgânicos tóxicos que quando é usado cloro molecular
CONSIDERAÇÕES SOBRE O TRATAMENTO DA ÁGUA:
DESINFECÇÃO COM CLORO E DIÓXIDO DE CLORO
Desvantagens na utilização de dióxido de cloro
Assim como o ozônio, não pode ser estocado (explosivo) sendo gerado
in situ
“Pequenas” frações de dióxido de cloro são convertidas em íons ClO2
-
e ClO3
- cuja presença RESIDUAL na água final pode causar problemas
de saúde
40. REFERÊNCIAS CONSULTADAS
1 – BAIRD, C., Química Ambiental, Bookman, 2002, p. 483-524.
2 - http://www.igam.mg.gov.br (Qualidade das Águas Superficiais do Estado de Minas
Gerais em 2004: Superficiais na Bacia do Rio Jequitinhonha em 2004. Belo Horizonte:
IGAM Monitoramento das Águas, 2004, 116p).
3- Manual de Procedimentos e Técnicas Laboratoriais Voltado para Análises de Águas e
Esgotos Sanitário e Industrial. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004.
4- http://www.emite.com.br/orbeco/611_a.html, acessado em 30-05-13.
5- http://www.quimis.com.br/produtos.php?cat=5&sub=2&prod=21,
acessado em 30-05-13.
6- Nascentes, C. C.; Costa, L. M. Química Ambiental. UFMG, 2011.
7- http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/coliformes/coliformes.php,
acessado 02-06-13
8– Pita, F. A. G. Armazenamento e tratamento de resíduos. Vol. II – Tratamento de
Águas Residuais Domésticas, Universidade de Coimbra, 2002.
9- http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/01/aguas.pdf, acessado 13-11-12.
41. Coleta da Água
Bolsas térmicas com gel
Material para coleta de água: 2
tubos para centrífuga, unidades
filtrantes e seringa descartável sem
agulha
Amostras de água acondicionadas na
bandeja de isopor
42. Coleta da Água
Coleta da amostra de água
(observar a posição do filtro
entre a seringa e o tubo)
Coleta de amostra de água no rio
Número da amostra registrado
na tampa e no corpo do tubo
43. Coleta da Água
Uma sonda multiparametro que pode
registrar 13 parâmetros físico químicos de
Qualidade de agua até a cada 1 segundo.
Possui um sistema de monitoramento da
qualidade da água com precisão de
laboratório, para ser utilizado também em
campo.
Amostras acondicionadas
na bandeja dentro da
caixa de isopor com as
bolsas térmicas
44. Parâmetros Físicos
Turbidez: Grau de interferência com a
passagem da luz através da água,
conferindo uma aparência turva da
mesma, causada por sólidos em
suspensão.
Fonte Natural: partículas de rochas e
solo (argila, silte), algas e microrganismos.
Fonte Antropogênica: Resíduos
domésticos e industriais, microrganismos
e erosão.
46. Parâmetros Físicos
Unidades: uT ( Unid.Turbidez ou
nefelométrica)
Disco de Secchi:
analisa a transparência
da água
Turbidímetro digital:
analisa a turbidez em
água
47. Parâmetros Físicos
Temperatura da água: Medida de
intensidade de calor. Parâmetro que
influencia nas propriedades da água
(densidade, viscosidade, oxigênio
dissolvido e com os reflexos sobre vida
aquática).
Fonte Natural: Radiação, condução e
convecção.
Fonte Antropogênica: Torres de
resfriamento e despejos.
49. Parâmetros Físicos
Unidades: oC (Grau cel
Os resultados devem ser analisados
em conjunto com outros parâmetros
Termômetro digital:
analisa a temperatura
da água.
50. Parâmetros Químicos
pH: concentração de íons H+.
Indicando meio ácido, alcalino ou
neutro (0-14) por sólidos dissolvidos ou
gases.
Fonte Natural: rochas, atmosfera,
matéria orgânica e fotossíntese.
Fonte Antropogênica: Esgoto
domésticos e industriais.
51. Parâmetros Químicos
Importância: afeta tratamento águas,
metabolismo de microrganismos e
portanto, a velocidade de degradação
da matéria orgânica.
Utilização: ETA
52. Parâmetros Químicos
Unidades: 0 a 14 (Escala Sorensen)
pHmetro
digital
Qualquer valor distante da neutralidade
causa problemas bióticos.
pHmetro de
fita
54. Parâmetros Químicos
Oxigênio Dissolvido (OD) : O teor de
oxigênio dissolvido indica poluição por
matéria orgânica. Água não poluída por
matéria orgânica é saturada de oxigênio,
por outro lado, baixo teor de OD pode
indicar que ouve uma intensa atividade
bacteriana decompondo matéria orgânica
lançada na água.
Fonte Natural: Ar, Fotossíntese.
Fonte Antropogênica: Aeração artificial.
57. Parâmetros Químicos
Demanda Bioquímica de Oxigênio
Dissolvido (DBO) : É a demanda de
oxigênio de microrganismos aeróbios para
consumirem a matéria orgânica
introduzida na água. A determinação da
DBO é feita observando-se o oxigênio
consumindo em amostras do líquido.
Fonte Natural: Biomassa vegetal e animal.
Fonte Antropogênica: Aeração artificial.
58. Parâmetros Químicos
Importância: Consumo de OD e vida
aquática aeróbia
Utilização: Caracterização de corpos
d’água, captação e abastecimento, Principal
indicador de contato de esgotos.
Unidades: mg/l
Multiparâmetr
os
59. Parâmetros Químicos
- DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
(Fração Orgânica Biodegradável)
Exemplo:
(CHO) + O2 CO2 + H20
DBO 5
20
=
7 - 3 = 4,0 mg/l
Para esgotos, deve-se fazer a diluição da amostra.
Por exemplo, na diluição 1:100 o resultado acima da
amostra de esgoto geraria um valor de OD = 400 mg/l
60. Parâmetros Químicos
Nitrogênio total (N) : (Nitrogênio
orgânico – amoniacal – nitritos –
nitratos), o nitrogênio permite avaliar
o grau e a distância de uma fonte
poluidora por meio da quantidade e
forma de apresentação dos derivados
nitrogenados.
Origem Natural: Matéria Orgânica,
Clorofila e proteína.
Antropogênica: Esgotos e fertilizantes.
61. Parâmetros Químicos
Importância: Eutrofização, consumo
de O2, doenças e toxicidade.
Utilização: Aguas de abastecimento
brutas e tratadas.
Unidades: mg/l.
62. Parâmetros Químicos
Fósforo total (P) : (ortofosfatos,
polifosfatos, fósforos orgânico).
Importante nutriente para os processos
biológicos e seu excesso pode causar a
eutrofização das águas. Os ortofosfatos
estão disponíveis para metabolismo
biológico, sem necessidade de conversões
a formas simples. O fósforo orgânico e os
polifostafos, transformam-se em
ortofosfatos nos tratamentos de
esgotos e nos corpos d`água receptores.
63. Parâmetros Químicos
Fonte Natural: Rochas, solo.
Fonte Antropogênica: Esgotos e
fertilizantes.
Importância: Eutrofização dos corpos
água.
Utilização: Aguas de abastecimento
brutas e tratadas, Caracterização de
corpos d’água
Unidades: mg/l
65. Parâmetros Químicos
Resíduo total: O resíduo total é a
matéria que permanece após a
evaporação, secagem ou calcinação da
amostra de água durante um determinado
tempo e temperatura, representando a
matéria inorgânica ou mineral da amostra.
66. Parâmetros Químicos
Dimensões das Partículas Presentes nas Águas Naturais
1.E-04 1.E-03 1.E-02 1.E-01 1.E+00 1.E+01 1.E+02 1.E+03 1.E+04 1.E+05
Diâmetros (micrômetros)
Moléculas
Colóides
Partículas suspensas/Flocos
Bactérias
Algas
Protozoários
Vírus
Interstícios de leitos de areia
Poros de papel de filtro
Poros de membrana
Poros de carbono ativado
Areia
67. Parâmetros Biológicos
Coliformes totais (CT): grupo dos
microrganismos que fermentam lactose
com produção de gás 33-37ºC. Os
microrganismos estão relacionados a
disponibilidade de matéria orgânica,
pois se reproduzem normalmente no
ambiente.
68. Parâmetros Biológicos
Coliformes totais (CT):
Shigella dysenteriae
bactéria patogênica bacilar altamente
contagiosa que pode causar disenteria
bacteriana.
Salmonella sp.
Grupo de bactérias que podem
causar febre tifoide dentre outras
doenças.
69. Parâmetros Biológicos
Coliformes Fecais ou termotolerantes
(CT ou Cterm): grupo dos
microrganismos que fermentam lactose
com produção de gás 44-46º C. Podem
estar presentes em fezes, mas
ocorrem em solos, plantas e ambientes
que não tenham sido contaminados por
material fecal.
70. Parâmetros Biológicos
Coliformes Fecais ou termotolerantes
(CT ou Cterm):
Klebsiella sp.
Grupo de bactérias que
provocam pneumonias,
infecções no trato urinário.
Citrobacter sp.
Grupo de bactérias que
responsáveis por meningites
neonatais.
71. Parâmetros Biológicos
Escherichia coli (E. coli): Vivem
exclusivamente no trato digestório do
ser humano e outros animais
homeotérmicos, onde ocorre em
densidades elevadas.
74. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias: microorganismos
procarióticos autotróficos, também
denominados como cianofíceas (algas
azuis) capazes de ocorrer em
qualquer manancial superficial
especialmente naqueles com elevados
níveis de nutrientes (nitrogênio e
fósforo), podendo produzir toxinas
com efeitos adversos a saúde.
75. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias – Grupo 1: Unicelular, com
células cilíndricas ou ovóide ou esféricas.
Reprodução por fissão binária.
Gloeocapsa sp. Gloeothece sp. Gloeobacter sp.
76. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias – Grupo 1: Unicelular, com
células cilíndricas ou ovóide ou esféricas.
Reprodução por fissão binária.
Synechocystis sp. Synechococus sp. Microcystis sp.
79. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias – Grupo 3: Filamentosa,
sem a formação de heterocistos e um só
plano de divisão.
Spirulina sp. Oscillatoria sp. Pseudoanabaena sp.
80. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias – Grupo 4: Filamentosa,
com heterocistos e com só um plano de
divisão.
Anabaena sp. Cylindrospermum sp. Scytonema sp.
82. Parâmetros Biológicos
Cianobactérias – Grupo 5: Filamentosa,
com heterocistos e com mais de um plano de
divisão.
Chlorogloeopis sp. Fischerella sp. Stigonema sp.