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Sociedade Bíblica
do Brasil
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Bíblia de Estudo
Nosso mundo é feito de relacionamentos.
Esta Bíblia celebra exatam ente isso, incentivando
cada cristão a estabelecer ao menos três tipos de
conexões: com um discipulador, com pessoas que
ele ou ela discipula e com um grupo de discipulado.
A vida cristã não pode ser vivida a sós!
Esta é uma Bíblia de vivência, uma Bíblia para
aqueles que amam Deus, para os discípulos de
Jesus Cristo que desejam crescer a cada dia no amor
e no discipulado. Cada anotação, reflexão ou estudo
para pequeno grupo tem essa finalidade.
J FIEL AOS
ORIGINAIS
Semeando a PALAVRA
que transformaVIDAS
’ Baixe a Bíblia ’
para o seu celular:
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Bíblia de Estudo
d0DiscipuladoNOVO TESTAMENTO
Texto bíblico:
Nova Almeida Atualizada
Materiais de estudo:
David Edward Kornfield
Josadak Lima da Silva
Sociedade Bíblica
do Brasil
Barueri, SP
Missão da Sociedade Bíblica do Brasil:
Promover a difusão da Bíblia esua mensagem como instrumento detransformação e desenvolvimento integral do ser humano.
N843 Bíblia de Estudodo Discipulado - NovoTestamento. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.
504p.; 17,0x23,5 cm.
Texto bíblico: Almeida Revista eAtualizada, 3aedição. Sociedade Bíblica do Brasil.
Materiais deestudo: David Edward Kornfield eJosadak Lima da Silva
Contém introdução aotexto bíblico, notas de estudo, referências cruzadas, curso de discipulado equadrostemáticos
de discipulado.
ISBN: 978-85-311-1609-4
1. NovoTestamento. 2. Discipulado. 3.Cursobíblico.4. Kornfield, David Edward. 5.Silva,Josadak Lima. I. PequenosGrupos.
II. Discipulado. III. Sociedade Bíblica do Brasil. IV. NovaAlmeida Atualizada
CDD-225-569
Bíblia de Estudo do Discipulado
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Materiais de estudo
David Edward Kornfield
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Texto bíblico
Tradução de João Ferreira de Almeida
Edição Revista eAtualizada, 3aedição
© 2016 Sociedade Bíblica do Brasil
Todos os direitos reservados.
Projeto gráfico, edição e diagramação
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Impressão e acabamento
Imprensa da Fé
Osmateriaisdeestudocontidos ao longo deste NovoTestamentosãode responsabilidade deseus autores,
não refletindo necessariamentea posiçãoda Sociedade Bíblica do Brasil.
Impresso no Brasil
ARA0280BD-5.000-2017
ÍNDICE
Prefácio ao texto bíblico...........................................................................................................................................................................iv
Introdução............................................................................................................................................................................................................v
Curso de D iscipulado.............................................................................................................................................................................. xiv
LIVRO
M a te u s ....................
M arcos ...................
Lucas ........................
J o ã o ...........................
A to s............................
Rom anos.................
IC o rín tio s ..............
2 C o rín tio s.............
G á la ta s ...................
E fé s io s .....................
Filip enses...............
C o lo ssenses.........
ITessalonicenses
2Tessalonicenses
IT im ó te o ................
2Tim óteo................
Tito .............................
Filem om ...................
H e b re u s...................
T ia g o ...........................
1P ed ro ........................
2 Pedro ......................
Uoão .........................
2João .........................
3J o ã o .........................
Judas .........................
A p o calip se.............
NOVO TESTAMENTO
ABREV. CAPS.
... Mt .............................. ............................... 28...
... Mc .............................. ............................... 16...
......L c .................................. ............................... 24...
......J o ................................. .................................21...
......A t ................................. ............................... 28...
... Rm .............................. ............................... 16...
... 1 C o .............................. ............................... 16...
... 2 C o .............................. .................................13...
......Gl .................................. .................................6 ....
......E f .................................. .................................6 ....
- F p ............................... .................................4 ....
......Cl .................................. .................................4 ....
... 1Ts .............................. .................................5 ....
... 2Ts .............................. .................................3 ....
.. 1Tm .............................. .................................6 ....
.. 2Tm ............................ .................................4 ....
.... Tt ............................... .................................3 .......
... Fm .............................. .................................. 1....
... Hb .............................. .................................13...
•••• T g ............................... .................................5 .......
... i P e .............................. .................................5 .......
.. 2 P e .............................. .................................3 ........
... 1J o .............................. .................................5 .......
... 2 J o .............................. .................................. 1.......
... 3 J o .............................. .................................. 1.......
....J d .............................. .................................. 1.......
- AP .............................. ............................... 22....
PAG.
......1
....6 0
....9 2
...151
..194
..240
..263
..287
..305
...314
..327
..336
..344
..350
..354
..364
..372
..376
..379
..399
..410
..419
..424
...431
..433
..434
..437
AUXÍLIOS
índice de assuntos nas introduções a cada livro.............................................................................................................462
índice de assuntos...................................................................................................................................................................................464
PREFACIO
AO T E X T O B ÍB L IC O
-----------------------------------------------------------•
É com sentimento de gratidão a Deus que a Sociedade Bíblica do Brasil apresenta à Igreja brasileira e aos leitores
da Bíblia em geral o Novo Testamento da Nova Edição da Almeida Revista e Atualizada, fruto de uma profunda
revisão e atualização desse consagrado texto da Bíblia de Almeida.
A edição Revista e Atualizada de Almeida foi publicada, originalmente, em 1959.0 trabalho de revisão havia sido
concluído três anos antes, em 21 de setembro de 1956, envolvendo, ao longo de 13 anos, a fina flor da erudição
bíblica evangélica daquele tempo. À época, as lideranças das igrejas entendiam que o antigo texto de Almeida, que
remontava ao século XVII, já não falava com naturalidade ao povo brasileiro. Ciente disso, a comissão revisora se
propôs a oferecer aos leitores da Bíblia um texto em "linguagem de hoje sem desnaturar certa linguagem bem an­
tiga e tudo sem fugir ao original". Disso resultou, em meados do século passado, um texto que se caracteriza pela
retenção do estilo clássico de Almeida e, também, pela facilidade de leitura e pela sonoridade.
Passado mais de meio século desde a publicação da Almeida Revista e Atualizada, a Sociedade Bíblica do Brasil
entendeu que era tempo de fazer nova atualização, para tornar o texto da Atualizada mais compreensível aos leito­
res de hoje. No entanto, tal decisão não poderia ser tomada unilateralmente. Assim, representantes de igrejas foram
convidados para uma reunião na sede da Sociedade Bíblica do Brasil, no dia 15 de outubro de 2012. Esses represen­
tantes de igrejas acolheram a ideia com entusiasmo e ajudaram a formular os parâmetros da revisão.
Constituída uma Comissão de Revisão, integrada por especialistas do corpo funcional da própria Sociedade
Bíblica do Brasil, o trabalho foi oficialmente iniciado no dia 4 de setembro de 2013. Três anos depois, enquanto
prossegue a atualização do texto do Antigo Testamento, podemos, com muita alegria, apresentar a conclusão da
primeira etapa da revisão: uma edição do Novo Testamento com Salmos e Provérbios.
A Comissão de Revisão teve o mesmo propósito dos revisores do século passado: apresentar um texto clássico
numa linguagem atual. De forma mais específica, o texto desta revisão respeita o princípio tradutório de equivalência
formal e se caracteriza por um estilo que corresponde ao português culto escrito hoje no Brasil. Assim, as formas de
segunda pessoa ("tu" e "vós") deram lugar a formas da terceira pessoa ("você" e "vocês"). Isto não se aplica às ora­
ções, como nos Salmos, nos quais Deus sempre é invocado como "tu". A ordem dos termos na frase, que, na Bíblia
de Almeida, replicando o original hebraico e grego, costuma ter o verbo antes do sujeito ("respondeu a mulher",
Jo 4.25), foi alterada para sujeito antes do verbo ("a mulher respondeu"), que é a ordem natural em língua portu­
guesa. Mesóclises, como "louvar-te-ei" (SI 9.1), foram transformadas em formulações mais naturais em português
brasileiro ("eu te louvarei"). Palavras arcaicas, que requerem consulta ao dicionário, foram substituídas por sinóni­
mos mais fáceis, sem que se mexesse nos termos clássicos da teologia, como, por exemplo, redenção e propiciação.
Além disso, por meio de cuidadosa leitura do original hebraico e grego, foram retificados pequenos lapsos e intro­
duzidos ajustes que se mostraram necessários à luz do avanço da pesquisa bíblica. Também neste particular respeitou-
-se a pauta dos revisores do século passado, que não hesitaram em retificar eventuais lapsos. Cumpre acrescentar
que, seguindo o procedimento padrão das Sociedades Bíblicas Unidas, foram utilizadas as edições mais recentes
dos textos bíblicos nas línguas originais. No caso do Antigo Testamento, fez-se uso da Biblia Hebraica Stuttgartensia.
Para o Novo Testamento, o texto-base é a quinta edição de O Novo Testamento Grego, de 2014, que traz pequenas
modificações em relação a edições anteriores, particularmente nas assim chamadas Epístolas Católicas. Neste sentido,
a presente revisão da Almeida Atualizada é o primeiro Novo Testamento em português a incorporar esses avanços na
pesquisa em torno do texto original em grego.
Tal como ocorreu com a primeira edição da Atualizada, também nesta revisão deu-se atenção especial à sonori­
dade, pois todos os textos foram lidos em voz alta, em reunião da comissão. Entende-se que isto recomenda a Nova
Almeida Revista e Atualizada como o texto ideal para uso no culto.
A Comissão de Revisão trabalhou com a convicção de que estava não corrigindo uma tradução inadequada, mas
aperfeiçoando uma tradução excelente. Pensou-se especialmente nas novas gerações, entregando-lhes um texto
clássico em roupagem moderna, para que a Bíblia de Almeida seja, nos dias atuais, o que João Ferreira Annes de
Almeida almejava para os seus leitores, no século XVII: a m aior dádiva e o mais precioso tesouro.
Agosto de 2016
INTRODUÇÃO
-------------------------------------------------- *
V iv e n d o c o m o d is c íp u l o s !
0 discípulo não fica contente em apenas estudar ou conhecer a Bíblia. Ele quer vivê-la! Apesar de esta Bíblia estar
cheia de anotações nos rodapés, meditações e estudos para pequenos grupos, ela não é apenas uma Bíblia de estudo.
É uma Bíblia de vivência.
Uma vez que a vida cristã não pode ser vivida a sós, esta Bíblia destaca especialmente os relacionamentos, seja em
seu conteúdo, seja em sua estrutura. Cada pensamento aqui acrescentado ao texto bíblico flui em sua essência de
duas grandes fontes:
• O Grande Mandamento de amar a Deus acima de tudo e amar ao próximo como a si mesmo. Nisso se resume
toda a Lei e todos os Profetas.
• A Grande Comissão de fazer discípulos de todas as nações. Uma única vez aqui neste mundo Jesus se revestiu
com toda a autoridade no céu e na terra, como o Rei dos reis, e nos deu uma comissão real: façam discípulos!
Em certo sentido, a vida cristã se resume nessas duas fontes. A primeira expressa a qualidade e o estilo de vida que
Jesus quer para nós; a segunda expressa como formar essa vida, crescer nela e reproduzi-la.
O núcleo do Grande Mandamento é o amor. Se cada vez que encontrássemos a palavra "amor" na Bíblia nós a
entendêssemos como "relacionamento comprometido e saudável", então compreenderíamos bem melhor os propó­
sitos eternos de Deus para nós. Não pensaríamos no amor como algo sentimental, subjetivo e interno, apenas. Ele se
tornaria um estilo de vida. Você lembra o argumento de Tiago de que a fé apenas pode ser comprovada pela vivência
das obras? De forma parecida, o amor apenas pode ser comprovado pela vivência de relacionamentos profundos e
pessoais. É isso que as pessoas no mundo e na igreja estão famintas de ouvir, contemplar e palpar - enfim, vivenciar!
A Grande Comissão nos coloca em missão. Temos uma razão, um motivo, um propósito para estar aqui: experi­
mentar e estender o Reino de Deus. Isso se faz de mil e uma maneiras, mas o cerne de todas elas é fazer discípulos de
Jesus. Qualquer expressão espiritual que não leve à formação de discípulos de Jesus não passa de sentimentalismo ou
humanismo disfarçado de cristianismo. Nos Estados Unidos, as pesquisas mostram que 23 das 25 maiores denomina­
ções estão perdendo membros. De forma simples mas profunda, elas estão em risco de perder a essência do Grande
Mandamento e da Grande Comissão. O propósito desta Bíblia é ajudar a reverter qualquer tendência negativa em
nosso país, que caminha nessa mesma direção. Precisamos de um avivamento que transborde em discipulado e em
relacionamentos comprometidos e saudáveis.
Resumindo, esta Bíblia é para aqueles que amam Deus, para os discípulos de Jesus Cristo que desejam crescer a
cada dia, a cada semana, a cada mês e a cada ano no viver de forma grande - no amor e no discipulado. Cada ano­
tação, reflexão, estudo para pequeno grupo tem essa finalidade.
Com isto em mente, esta introdução comentará o seguinte:
1. O discipulado
2. Uma Bíblia autobiográfica
3. Uma Bíblia para pequenos grupos
4. Uma Bíblia temática
5. Enfoque prático
1 . 0 D I S C I P U L A D O
Queremos oferecer uma definição de discipulado:
0 discipulado é um relacionamento comprometido e pessoal em que um discípulo mais maduro ajuda outros dis­
cípulos de Jesus Cristo a se aproximarem mais dele e assim reproduzirem este efeito.
0 discipulado é um relacionamento, não um livro, curso, estudo, programa ou currículo. 0 cerne do discipulado é o
relacionamento entre um mestre, ou discipulador, e outras pessoas. Se qualquer outra coisa tomar esse lugar central, não
será mais discipulado. 0 fato de que tão poucos membros da Igreja hoje em dia se identifiquem como discípulos expressa
a tragédia de nossas igrejas serem mais dominadas por programas (trabalho) do que por relacionamentos (amor).
Introdução vi
0 discipulodo é um relacionam ento comprometido e pessoal. Jesus deixou claro que ser seguidor dele de­
mandava um alto compromisso. Também deixou claro que esse compromisso era pessoal com ele como o disci-
pulador e mestre, e não com uma denominação, marca ou organização. Você sabia que Jesus falou apenas duas
vezes da Igreja nos Evangelhos? Em contraste, as palavras "discípulo" e "discípulos" aparecem nos Evangelhos
duzentas e quarenta vezes. Jesus falou: "E a favor deles eu me santifico" (Jo 17.19). Separar-se, consagrar-se,
dedicar-se, entregar-se. Quantas pessoas você conhece hoje que dizem e demonstram isso? Quantas pessoas
dizem que querem ser como Jesus, mas não chegam nem perto de se dedicar "a favor deles", "aqueles que me
destes" (Jo 17.6)?
O discipulado é um relacionamento comprometido e pessoal em que um discípulo... A única pessoa que pode
fazer discípulos é um verdadeiro discípulo, um seguidor integral de seu mestre. O discipulado não flui da maioria
dos pastores porque eles não se identificam como discípulos, nem podem apontar alguém em sua vida que ocupa
o papel de discipulador, mentor ou líder pastoral. Pode parecer incrível, mas a qualidade principal para ser um dis-
cipulador não é ser pastor, missionário, apóstolo, profeta, evangelista, professor de um seminário teológico ou líder
denominacional. A qualidade principal é ser discípulo. Cada um produz segundo a sua espécie. A única pessoa que
gera discípulos é alguém que também é um discípulo, com todas as letras.
O discipulado é exercido por um discípulo mais maduro. Maturidade raras vezes aparece como sendo o alvo da
Igreja, dos seminários teológicos ou das organizações paraedesiásticas. Os alvos comuns têm a ver com números -
número de batizados, de membros, de ministérios, de grupos familiares ou células, de entradas financeiras mensais, e
assim por diante. Mas apenas alguém que continua, sem parar, na busca por maturidade, para ser como Jesus, pode
discipular outras pessoas.
Um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo... Os discípulos sempre pertencem a Jesus. Sua identi­
dade, lealdade, compromisso, segurança e sentido de chamado têm de fluir dele e não de outro discipulador. O verdadeiro
discipulador sabe como criar lealdade a Jesus nos seus seguidores, não apenas lealdade humana para com ele mesmo.
O discipulador ajuda outras pessoas a se aproximarem mais de Jesus. Jesus é o Alfa e o Ômega, o início e o fim.
Ele é tanto o alicerce como o alvo do discipulado. Quem se aproxima de Jesus se torna mais como ele. E natural e
automaticamente também aproxima outros dele. O discipulador atende os propósitos eternos do Senhor de ter uma
família de filhos parecidos com seu próprio Filho, Jesus.
Finalmente, o discipulador ajuda outras pessoas a se aproximarem mais de Jesus e assim reproduzirem este efeito.
De todos os métodos, programas e modelos que existem sobre crescimento da Igreja, nenhum se compara ao dis­
cipulado. É transcultural. É profundamente bíblico. Está enraizado no exemplo de Jesus. Aplica-se em qualquer nível
social. Não requer orçamento, recursos ou materiais. Funciona tanto com pré-adolescentes quanto com pastores e
líderes denominacionais. Cada um de nós deve estar reproduzindo este efeito do amor pelo Senhor e do discipulado
nas pessoas em quem investimos nossas vidas. Apenas dessa forma o Reino de Deus continuará a crescer de forma
irresistível, em qualidade e em quantidade.
O conceito de mentor e de coach está crescendo recentemente. Um mentor é alguém com graça especial comprometido
em ajudar outra pessoa a crescer regular e intencionalmente em sua vida e em seu ministério para alcançar seu pleno
potencial. É possível fazer uma distinção entre mentor e discipulador ou outros termos parecidos, como líder pastoral ou
diretor espiritual. Mas de forma geral eles são bastante parecidos, de modo que os tratamos como sinónimos nesta Bíblia.
2 . U M A B Í B L I A A U T O B I O G R Á F I C A
Todo filho tem um relacionamento especial e único com seu pai, seja este o terreno ou o celestial. Propomos que
esta Bíblia seja uma de suas duas ferramentas principais para expressar esse relacionamento precioso que apenas
você tem com seu Pai. As anotações, as reflexões e os estudos não levarão a isso. Eles são gerais para todo discípulo.
O que torna esta Bíblia absolutamente inédita são as suas anotações particulares sobre textos bíblicos, datas de en­
contros com Deus, versículos marcados, referências cruzadas que você descobrir, temas que continuam de uma pas­
sagem para outra de forma maravilhosa. A maioria das anotações que você encontrará aqui vem exatamente desse
hábito dos autores, e elas foram acumuladas ao longo de anos de caminhada como discípulos.
Deixe-nos ilustrar diversas formas de anotações autobiográficas.
1. Seu versículo do ano. Ao início de cada ano, peça para Deus lhe dar uma passagem bíblica em especial (um
ou mais versículos). Ela deve expressar algo que você entende que Deus quer trabalhar em sua vida nesse ano.
Escreva o ano ao lado dessa passagem. Por exemplo, se você estiver em depressão, sentindo que a vida perdeu
o brilho, pode ser que Deus lhe dê Ef 5.14: "Desperte, você que está dormindo, levante-se de entre os mortos, e
VII Introdução
Cristo o iluminará." Se Deus lhe der mais uma ou duas passagens relacionadas à sua dificuldade, como SI 84.5;
Is 60.1-3, você pode colocar o ano ao lado de todas elas, junto com uma indicação de outras passagens. Dessa
forma, toda vez que ver uma dessas passagens, você se lembrará outra vez da grandeza do que Deus fez nesse
ano. É claro que isso não se limita ao início de cada ano. Sua Bíblia deve se encher de datas e frases que expres­
sam o que Deus lhe falou em um momento de forma especial. Às vezes isso incluirá o nome da pessoa para
quem ou por meio de quem Deus lhe falou.
2. Uma anotação de consagração pessoal. Por exemplo, ao lado de Uo 1.7-9, alguém poderia escrever: "[data].
Eu assumo minha primogenitura de santidade, de uma vida purificada de todo pecado." E anos depois poderia
escrever "Aleluia! Renovado em [data]".
3. Uma cadeia temática. Na margem ao lado de cada uma dessas perguntas você poderia escrever "Grandes ? da
Bíblia" - sendo o ponto de interrogação para indicar "questões", neste caso - e a referência da grande pergunta
seguinte. Assim, cada vez que você quiser ministrar sobre a importância de grandes perguntas, o estudo estará à
mão, por encontrar-se em sua Bíblia.
4. Códigos para temas importantes. De vez em quando, Deus nos impressiona com um tema recorrente e de grande
importância em toda a Bíblia. Podemos usar a primeira letra da palavra-chave ou criar um símbolo para representar
esta ideia. Com uma caneta vermelha pode-se colocar estes sinais na margem da página em que qualquer versículo
com esse assunto estiver presente. Ao longo dos anos, sua Bíblia estará marcada com estes tipos de código:
» A = Alegria
» C = Cura ou poder divino
» D = Discípulo
» E = Ensinável (especialmente em Provérbios)
» Em = Emoções (para crescer em nossa inteligência emocional)
» M = Mulher (é fascinante como Deus trata as mulheres e age por meio delas)
» O = Oração
» R = Ressurreição (especialmente no NT)
@ = coloque um círculo em volta de cada ponto de interrogação, para facilitar a identificação imediata de per­
guntas do texto bíblico em qualquer passagem (isso o ajudará a ser mestre em fazer boas perguntas, a ver
como elas são usadas na Bíblia e a entender o impacto delas).
^ = o Espírito Santo
0 “= a importância dos lares e como Deus trabalha neles, e não apenas nos templos e grandes encontros
^ = Reino de Deus
Ç ? = ressalta o amor e a importância dele
5. Um encontro divino em equipe. Em um momento especial, sua equipe ministerial ou grupo pastoral (célula)
poderia ficar em silêncio para ouvir Deus por meio de versículos que ele indicar para cada um. Em sua Bíblia, ao
lado de cada um desses versículos, você pode colocar o nome da equipe e a data, seguidos pelo nome do com­
panheiro de equipe que estiver do seu lado e pela referência bíblica dele, e assim sucessivamente, para todos
os membros do grupo. Dessa forma, cada vez que você encontrar um desses versículos, você se lembrará desse
momento especial. Além disso, você também pode se aprofundar em todos os versículos registrados no aniver­
sário desse momento ou em algum encontro da equipe, quando valeria a pena renovar o que Deus fez ou falou.
6. Datas de seu diário espiritual. Ao introduzir o conceito de uma Bíblia autobiográfica, comentamos duas fer­
ramentas que expressam profundamente o relacionamento especial de cada filho(a) com o Pai. A primeira é a
Bíblia autobiográfica; a segunda é um diário espiritual em que se pode anotar o que Deus fala para você, e o
que você fala para ele. Esse registro pode incluir crachás de eventos importantes, cartões ou bilhetes com men­
sagens especiais, fotos e outras lembranças de momentos importantes. Quando você meditar ou quando Deus
falar profundamente numa passagem, você poderá escrever na margem de sua Bíblia autobiográfica a data e
"Diário espiritual" (ou de forma abreviada: DE).
Você sabia que a maior parte da Bíblia é biográfica e inspiradora? Agora é a sua vez: acrescente uma biografia às que se
encontram na Bíblia: a sua Uma Bíblia autobiográfica vale por cem, mesmo que as outras tenham maravilhosos estudos
sobre todo e qualquer tema que você possa imaginar. Você pode chegar a ter dez ou vinte Bíblias em diversas versões e
sobre vários temas, mas terá apenas uma que é autobiográfica, toda sua!
Introdução viii
3 . U M A B ÍB L IA PA R A P E Q U E N O S G R U P O S
0 discipulado acontece principalmente em encontros individuais e em pequenos grupos. Nos Evangelhos, há o dis-
cipulado praticado pelo Discipulador Mestre, Jesus Cristo. Para a nossa surpresa, o Espírito Santo optou por destacar o
discipulado em um pequeno grupo. Dificilmente encontramos uma indicação de um encontro individual de Jesus com
um discípulo. Uma exceção poderia ser com Pedro após a ressurreição. Tudo indica que esse nem foi um encontro
de discipulado tanto quanto um momento de restauração de alguém que não se achava mais digno de ser chamado
discípulo. Segundo o relatório dos Evangelhos, Jesus realmente priorizou o relacionamento em pequenos grupos.
Muitos não crentes, e até um número crescente de crentes, dizem: "Cristo, sim; a Igreja, não!" O problema é que não
conseguem casar o compromisso com o Noivo e o compromisso com sua Noiva. Vivem numa fantasia em que suposta-
mente andam de mãos dadas com o Noivo ao mesmo tempo em que repudiam a Noiva. Criam um "Noivo" segundo a
sua própria imagem, em vez de serem transformados à imagem dele. É impossível andar de mãos dadas com o Noivo
sem também andar da mesma forma com a Noiva. Semelhantemente, é impossível andar bem com Deus sem também
andar bem com o nosso cônjuge.
Alguns crentes dizem: "Cristo, sim; a Igreja, sim; mas grupos familiares ou células, não." Essas pessoas não entendem
que o coração da Igreja se expressa em relacionamentos comprometidos e saudáveis. Às vezes dizem que sua personali­
dade não se encaixa bem com pequenos grupos. Se fossem mais honestos ou se entendessem melhor a si mesmos, reco­
nheceriam que não é uma questão de personalidade - o problema são as feridas não resolvidas e a imaturidade, que nos
levam a manter distância de algumas pessoas.
A Igreja é um organismo, um Corpo vivo, uma rede de relacionamentos, não uma organização ou culto, nem muito
menos um prédio. A única forma de realmente andar com relacionamentos comprometidos e saudáveis é por meio de pe­
quenos grupos. De novo, membros assíduos e até pessoas muito envolvidas na igreja mas que se recusam a caminhar em
amor com um pequeno grupo específico, eles estão vivendo uma fantasia se pensam que estão dedicadas à igreja, à Noiva.
Jesus falou que as pessoas reconheceriam que nós somos seus discípulospor meio do nosso amor. Falou que toda a Lei e
os Profetas dependem de dois mandamentos: amar a Deus e amar uns aos outros. Paulo disse que, sem amor, tudo que fa­
zemos não vale nada. Precisamos entender que, no ponto em que a Bíblia fala de amor, podemos e devemos colocar a pala­
vra "relacionamentos". Nas áreas em que não temos relacionamentos profundos e significativos, não existe verdadeiro amor.
Com esse entendimento, esboçamos os seguintes cursos:
1. Discipulado: os alicerces na formação de discípulos.
2. Relacionamentos: o estilo de vida de um verdadeiro discípulo.
3. Casamento: o discipulado mais íntimo e profundo na terra.
4. Equipes de alto rendimento: a base de ministério e missão de um discípulo e discipulador.
5. Restauração: relação consigo mesmo - saúde emocional - ; o discipulado ou santificação de nossas emoções.
6. Personagens bíblicos: modelos de discipulado.
7. Caráter: o perfil de um verdadeiro discípulo.
Esta edição da Bíblia de Estudo do Discipulado conta, especificamente, com um curso: Discipulado. Esse curso
tem oito módulos. Cada módulo tem oito estudos. Ou seja, o curso tem 64 estudos divididos em oito módulos. Para o
sumário dos módulos e seus estudos, confira a p. XIV.
Os estudos são bem simples. O propósito não é repassar conteúdo, e sim a vida. Não queremos uma discussão teo­
lógica nem um maravilhoso estudo da Bíblia de forma conceituai. Queremos o compartilhar da vida das pessoas intera­
gindo com o assunto. Para o discípulo, o estudo e a aprendizagem da Bíblia leva a obedecer ao que Deus ordenou (Mt
28.20), praticando ou vivenciando as verdades nas Escrituras (2Tm 3.16-17). A sã doutrina é um estilo de vida (Tt 2.1-15).
Opapel do líder não é expor o texto ou ensinar. Seu papel é facilitar a participação de todos, sendo sensível ao mover do
Espírito para deixar que o próprio Espírito acabe ensinando o grupo no decorrer da participação de cada um. Assim, todos,
e especialmente o líder, devem procurar ouvir Deus ao se prepararem para o encontro, atentos ao que o Senhor disser.
Os estudos podem ser feitos individualmente, sem que haja uma reunião em pequeno grupo. Mas o ideal é viven-
ciar uma expressão de discipulado em pequeno grupo. Nesse caso, cada pessoa responde às perguntas do estudo
individualmente antes de se encontrar em grupo para compartilhar e ouvir dos outros sobre suas respostas. A maioria
dos estudos tem cinco perguntas simples, com uma estrutura como esta:
• Abertura: uma pergunta para abrir o assunto, geralmente relacionada à vida da pessoa.
• Aprofundamento: três perguntas para aprofundar o estudo do texto bíblico.
• Aplicação: uma pergunta para aplicar o que foi aprendido. Se o grupo tiver mais do que cinco pessoas, o ideal é
que se divida nos últimos 20 minutos em grupos menores, de três a quatro pessoas, para todos compartilharem
aplicações e orarem juntos. Na medida em que esses grupos se consolidam como grupos-padrão, é possível
aprofundar a confiança e o nível de relacionamento comprometido e saudável.
Após o estudo, você encontrará algumas passagens opcionais para se aprofundar no assunto; isso é seguido por
uma breve meditação para aumentar o entendimento desse assunto. O enfoque dessas meditações é mais prático,
não tanto inspirado ou teológico.
Sozinho; nõo! É impossível alcançar, sozinho, a plenitude da estatura de Cristo. Paulo fala que este crescimento acon­
tece para que "todos cheguemos à unidade da fé" (Ef 4.13). Nada melhor para isso do que ser parte de um grupo que vi­
venda a vida da Igreja Primitiva como em At 2.42-47, encontrando-se nas casas em pequenos grupos, sendo e formando
verdadeiros discípulos de Jesus Cristo.
Dicas para líderes de pequenos grupos
1. Expectativas: ao iniciar um módulo, peça que as pessoas respondam de forma escrita a esta pergunta: "Qual é a
sua expectativa ao iniciar este módulo?" No final do módulo, volte a essas expectativas para que as pessoas possam
compartilhar seu progresso.
2. Compromisso: o grupo deve definir se quer caminhar de forma mais leve, apenas respondendo às perguntas na
hora, ou de forma mais profunda, cada um se esforçando para responder de antemão e trazer suas respostas escritas
para o encontro.
3. As partes principais: se a reunião tiver duração de uma hora, o tempo poderia ser dividido em três partes; por exem­
plo: 20 minutos para abertura; 20 minutos para aprofundamento do estudo e 20 minutos para subgrupos de aplicação,
oração, apoio e prestação de contas. Numa reunião de uma hora e meia, poderia haver 30 minutos para cada parte.
4. Relacionamentos: lembre-se de que a prioridade em um grupo familiar ou grupo de discipulado é o relaciona­
mento. À luz disso, o estudo sempre é secundário às pessoas abrirem seus corações e à última pergunta de aplicação.
5. Papel principal: estimular a participação de todos. Normalmente não deve ensinar nem trazer uma reflexão ou
palavra especial. Pode haver exceções, segundo o mover do Espírito.
6. Dinâmica: normalmente três ou quatro pessoas podem responder a cada pergunta; não peça para cada pessoa
responder. Afirme de forma breve e sucinta o valor das perspectivas e comentários.
7. Participação: ao passar para uma nova pergunta, convide alguém que não respondeu à pergunta anterior, estimu­
lando a participação de todos. Algumas vezes, pode-se pedir que as mulheres respondam; outras vezes, os homens.
Ou os mais jovens, ou mais velhos, sempre incentivando a participação.
8. Controle do tempo: antes de iniciar um estudo, escolha uma pergunta que possa até pular, caso seja necessário,
sempre priorizando a última pergunta de aplicação.
9. Subgrupos: normalmente o grupo é dividido em subgrupos para responderem a última pergunta, compartilha­
rem suas vidas e orarem juntos.
10. Discipulado: se o grupo quer caminhar como grupo de discipulado, o líder focalizará um discipulado dos líderes
de subgrupos, e eles farão o mesmo com os membros de seus subgrupos. O foco será o apoio e crescimento inten­
cional. O líder terá encontros extras com os líderes dos subgrupos, conforme a disponibilidade e o desejo de todos.
11. Interpretação da Bíblia: os estudos focalizam a prática e os relacionamentos. Mesmo assim, você também tem de
entender algumas regras básicas de interpretação da Bíblia. Isso ajuda a não deixar que o grupo se perca com ideias erra­
das. Para esse fim, ao final desta Introdução, você encontrará uma lista simples de 24 princípios de interpretação da Bíblia.
4 . U M A B ÍB L IA T E M Á T IC A
Os temas desta Bíblia de Estudo do Discipulado se expressam de cinco formas:
• A primeira são os sete macrotemas trabalhados nos cursos indicados acima.
• A segunda é a introdução de cada livro. Cada uma enfoca um tema-chave para discípulos e discipuladores.
Esses temas destacam como podemos viver em relacionamentos que reflitam o caráter e o amor de Deus. Nós
nos perguntamos: "O que este livro da Bíblia fala de forma toda especial para um discípulo ou um discipulador?"
Isso levou a um total de 64 temas, um para cada livro, com a exceção de 2 e 3João, que foram reunidos no tema
"A arte de direção espiritual".
• A terceira expressão temática é o índice de assuntos, ao final da Bíblia. Esse índice inclui cada um dos 64 temas
do curso e dos seus subtemas, assim como os temas das introduções a cada livro. Além disso, acrescenta mais
de mil temas desenvolvidos de forma significativa nas notas de rodapé em cada capítulo da Bíblia, muitas vezes
indicando subtemas relacionados a eles. Finalmente, palavras ou frases-chaves na Bíblia toda têm notas indi­
cando em que parte você pode encontrar uma explicação mais profunda desse conceito.
ix Introdução
Introdução x
• A quarta expressão temática se encontra nas notas ao final de cada página. Muitas vezes indicam outras notas,
estudos, introduções a livros e textos-chaves em outros lugares. Claro, para se aprofundar em qualquer tema,
pode-se consultar o índice de assuntos.
• A quinta expressão temática se baseia no livro devocional Tudo para Ele, de Oswald Chambers. Nele, o escri­
tor escreveu, um século atrás, para seminaristas e missionários, principalmente no contexto da índia. Sua viúva
tomou suas pregações e seu legado escrito e editou-os no livro Tudo para Ele, que traz uma breve reflexão para
cada dia do ano. Com alguma frequência incluímos nesta Bíblia a essência de um ou outro desses devocionais.
Todo discípulo realmente quer dar "tudo para ele", e ajudar outros fazerem o mesmo.
5. ENFOQUE PRÁTICO
Um enfoque prático está nas entrelinhas de cada página desta Bíblia. Além disso, queremos ressaltar aqui dois grandes
desafios práticos. Queremos convidar você a orar sobre sua possível participação num movimento de pessoas que se en­
tregam a um "Pacto de Timóteo". Em segundo lugar, queremos convidar os pastores e as pastoras, de forma especial, a se
entregarem a uma vida acompanhada: o pastoreio de pastores. Deixe-nos comentar ambos os convites em mais detalhe.
Pacto de Timóteo
A Igreja evangélica tem e terá uma tendência crescente de caminhar para o nominalismo. Mais e mais países têm
o mesmo número de ex-evangélicos do que de evangélicos. Muitos membros das igrejas evangélicas sabem o que é
ser crente, mas não sabem o que é ser discípulo de Jesus.
A Igreja ao redor do mundo precisa de um avivamento de pessoas entregues a Deus, acima de tudo, com dedica­
ção parecida à da Igreja Primitiva descrita em At 2.42-47. Os cristãos precisam caracterizar-se por serem discípulos e
discipuladores. A Primeira e a Segunda Carta de Paulo a Timóteo oferecem uma base sólida para essa visão. Timóteo,
com seu discipulador Paulo, é um modelo que nos ajuda a nos tornarmos mais como Jesus (ICo 11.1).
Os três compromissos do Pacto são simples para que possam ser focalizados e profundos:
1. Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor.
2. Manter a pureza sexual.
3. Viver uma vida simples.
Brevemente, os compromissos envolvem:
• Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor: relacionar-se regularmente de maneira comprometida
e intencional como um discípulo/mentoreado e também um discipulador/mentor para outros.
• Manter pureza sexual: manter um alto nível de pureza sexual, seja solteiro ou casado. Evitar toda forma de
pornografia, adultério físico e emocional. Se for casado, manter-se fiel ao seu cônjuge em todos os sentidos. Re­
conhecer áreas vulneráveis, tomar medidas objetivas e rigorosas de proteção e prestação de contas.
• Viver uma vida simples: dedicar-se a uma vida não corrida nem complicada, que dispõe de tempo e flexibilidade
para desfrutar e estender o Reino de Deus, livre de escravidão ao ativismo ou ao materialismo. Seu foco é Deus
(Mt 6.33); busque liberdade financeira e boa administração do seu tempo, dos seus relacionamentos e de tudo
que Deus lhe tem dado.
Cada membro define os detalhes desses três compromissos para si mesmo. Seu alinhamento com eles é confirmado
por seu discipulador ou mentor. O compromisso é de um ano, com a intenção de renovar-se. O único requisito é que o
discipulador/mentor avalie as três áreas junto com o mentoreado a cada seis meses e dê o seu aval na renovação anual.
O movimento crescerá lentamente, uma pessoa de cada vez, mas poderá chegar a estender-se a todas as ex­
pressões da Igreja de Jesus Cristo. Será composto de indivíduos sem vínculo com uma organização ou instituição
específica. Se uma denominação ou organização levantar esta bandeira, a filiação continuará sendo individual e não
institucional. Ao mesmo tempo, é possível que se desenvolvam "capítulos" do Pacto em igrejas ou denominações, em
cidades ou organizações, especialmente aquelas que trabalham com a nova geração.
O perfil opcional de um discipulador e do tipo de pessoa que gostaríamos de desenvolver como discípulo poderia incluir:
• Compromisso com a santidade, a integridade e um alto conceito de Deus.
• Compromisso com uma vida devocional ativa, para ser uma pessoa da Palavra e de oração.
• Compromisso com a igreja local.
• Compromisso com um grupo pastoral, com acompanhamento e prestação de contas.
• Compromisso em criar (nutrir) uma família saudável.
• Compromisso com um chamado para uma missão de vida, dentro ou fora da igreja.
• Compromisso de expandir o Pacto de Timóteo.
XI Introdução
Desses sete compromissos, os primeiros dois são com Deus; os três seguintes, com relacionamentos comprometi­
dos e saudáveis numa comunidade cristã; e os dois últimos, com um sentido de missão.
Desafiamos cada pastor a se comprometer com o Pacto de Timóteo. Uma vez que se afilia, ele ganha o direito de
estender esse pacto para uma pessoa por vez. Normalmente deve começar por sua equipe pastoral. Eles, por sua
vez, estenderão a aliança para os líderes em seu círculo de influência. Esses líderes farão o mesmo, chegando assim
à igreja toda.
Se o Pacto seguir adiante, no tempo de Deus alguns membros entrarão em redes sociais (Facebook, Twitter, blogs,
sites etc.) para serem a face pública do movimento.
Pacto de Timóteo
Eu,
Filiação
(nome do mentor,
discipulador ou líder pastoral), testemunho que________________________________________________________ (nome
do mentoreado ou discípulo) compartilhou seu compromisso com as três disciplinas básicas do Pacto de Timóteo:
1. Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor.
2. Manter a pureza sexual.
3. Viver uma vida simples.
Esta confirmação deve ser avaliada duas vezes por ano e renovada anualmente, sendo válida por um ano a partir
desta data.
________________________________________(assinatura do mentoreado ou discípulo)
(assinatura do mentor, discipulador ou líder pastoral)
Data: / /
Pastoreio de pastores
Entre os muitos fatores-chaves para a saúde de uma igreja, não existe outro maior que a
saúde de seu pastor ou sua pastora. Percebemos que mais e mais líderes estão reconhecen­
do a necessidade de que os pastores caminhem acompanhados, e não solitários. Para ser
saudável, o pastor ou a pastora (P) necessita fazer parte de três grupos, como ilustrado na
imagem a seguir: Pastoreio de pastores (PdeP), Cônjuge e filhos (C&F) e Equipe pastoral (EP).
A pessoa-chave na igreja para levantar um movimento de discipulado é o pastor ou a
pastora. Ao mesmo tempo, se ele ou ela não experimentar discipulado, mentoria ou pas­
toreado, terá dificuldade em dar o que não está recebendo. Por essa razão, o pastoreio de
pastores é uma parte fundamental da visão desta Bíblia.
Deus está levantando movimentos de pastoreio de pastores em muitas denominações, cidades e países. No Brasil
isso se expressa especialmente na Aliança Brasileira de Pastoreio de Pastores, um braço da Aliança Evangélica Bra­
sileira. Em nível mundial, a Aliança Evangélica Mundial tem um ministério para servir aos seus 129 países-membros
quanto ao pastoreio de pastores. A visão desse ministério é que as alianças nacionais de evangélicos possam ajudar
denominações, organizações e movimentos que trabalham com pastores a desenvolverem redes de pastoreio de
pastores, nas quais cada pastor e cada cônjuge possam experimentar cuidado pastoral e liderança saudável, e assim
multiplicarem o mesmo em suas igrejas. Esse grupo de trabalho da Aliança Evangélica Mundial elaborou as seguintes
perguntas e afirmações mais comuns na área de pastoreio de pastores:
1. Por que o pastoreio de pastores (PdeP) é tão importante?
• Por que muitos pastores estão desanimados e deixando o ministério?
• Por que o casamento e os filhos de muitos pastores estão enfrentando dificuldades?
• Por que, ao dar sem receber, o pastor lidera de forma disfuncional e entra em esgotamento?
• Por que os efeitos colaterais das feridas dos pastores têm consequências multiplicativas ruins?
• Por que um pastor saudável é a chave para uma igreja saudável?
• Por que um pastor que é pastoreado cresce, tendo apoio real e prestação de contas?
• Por que líderes pastorais precisam receber cuidado para serem eficazes no ministério?
Introdução xii
2. Se é tão importante, por que isso é tão negligenciado?
• Por que os pastores não aplicam uma visão bíblica e prática do discipulado a suas próprias vidas?
• Existem relativamente poucos bons modelos e líderes articuladores demonstrando o PdeP.
• As denominações tendem a focalizar a unidade organizacional, não relacional nem orgânica.
• Mais e mais igrejas independentes estão surgindo sem conexões com outras igrejas.
• Eventos e programas predominam, pois relacionamentos são difíceis de manter.
• Valorizam-se desempenho e resultados mais do que processos, crescimento pessoal e relações.
3 .0 que é o pastoreio de pastores? - Algumas definições
• Pastoreio de pastores é o apoio a pastores e cônjuges, dando-lhes cobertura espiritual e ajudando-os a crescer
pessoal e ministerialmente. Isso normalmente ocorre por meio de pequenos grupos que andam juntos regular­
mente, proporcionando apoio e cuidado mútuo.
• Mentoria: normalmente é um encontro um a um no qual uma pessoa intencionalmente ajuda outra a amadure­
cer em Cristo e crescer em sua competência ministerial ou profissional.
4. O que torna o pastoreio de pastores tão difícil (obstáculos e tropeços)?
• Desconfiança: medo de transparência e vulnerabilidade gerado por abusos e feridas.
• Individualismo: pastores individualistas são marcados por um espírito competitivo e um ministério solitário.
• Tirania do urgente: os pastores tendem a cair no ativismo e na sobrecarga; estão sempre sem tempo.
• Batalha espiritual: resistência da carne, os valores do mundo e o diabo.
• Insegurança: é mais fácil esconder fraquezas do que compartilhá-las e buscar superá-las.
• Orgulho: em seu íntimo, muitos pastores realmente creem que não precisam ser pastoreados.
5. Qual é a melhor forma de realizar o pastoreio de pastores (em nível micro)?
• Cuidado pastoral pessoal, apoiando em momentos difíceis e no crescimento.
• Mentoria para superar problemas, tanto pessoais como ministeriais.
• Experimentando Deus e ouvindo o Senhor, nosso Bom Pastor, com outros.
• Estudando um assunto, possivelmente um livro, em uma área na qual o grupo quer crescer.
6. Que estratégias seriam mais indicadas (num nível macro)?
• De baixo para cima, pequenos grupos de PdeP surgindo e multiplicando-se.
• Denominações ou associações de pastores adotando PdeP como uma estratégia básica.
• Cada rede precisa de um líder, uma equipe, um projeto e um modelo claro de como fazer PdeP.
• Capacitação e habilitação de mentores e facilitadores para grupos de PdeP.
Se você é pastor(a), convidamo-lo a se juntar ao movimento de pastoreio de pastores em sua cidade ou denomina­
ção. Se você não é pastor, convidamo-lo a orar quanto ao seu pastor ou pastora fazer isso. Ele ou ela, sendo pastoreado
ou discipulado, permitirá a você discipular os líderes da igreja com graça e autenticidade. Dificilmente levantará um mo­
vimento de discipulado em sua igreja se ele ou ela não for parte de um movimento maior, no qual pode experimentar
pastoreio ou discipulado em sua própria vida.
Resumindo, o que você tem em suas mãos? Uma Bíblia...
... a ser vivenciada;
... com perspectiva de discipulado;
... autobiográfica;
... para pequenos grupos;
... com sabedoria temática;
... com enfoque prático;
... com a visão de um movimento mundial de discipulado.
Um verdadeiro tesouro! Que esta Bíblia se torne algo eternamente precioso para você. Que você possa caminhar
bem melhor como verdadeiro discípulo por meio dela - e muito mais do que isso, como verdadeiro discipulador.
Alguém já falou: "Todos temos uma decisão de livre-arbítrio quanto a sermos ou não discípulos de Jesus Cristo. Mas,
uma vez que tomamos essa decisão, não temos mais a escolha de sermos ou não discipuladores. A Grande Comissão
não nos deixa com essa opção." Que esta Bíblia possa ajudar você a encontrar a grandeza de se tornar cada vez mais
parecido com o seu Mestre Discipulador, e ajudar outros a fazerem o mesmo!
XIII Introdução
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Todo líder de um pequeno grupo, como também todo discípulo de Jesus Cristo, precisa saber como usar bem a
Palavra. Walter Henrichsen, em seu livro Princípios de interpretação da Bíblia (Ed. Mundo Cristão, 1980), explica os
seguintes princípios de forma simples e clara:
A. Princípios gerais
1. Trabalhe partindo do pressuposto de que a Bíblia tem autoridade.
2. A Bíblia é sua intérprete; a própria Bíblia se explica.
3. A fé salvadora e o Espírito Santo são necessários para compreendermos e interpretarmos bem as Escrituras.
4. Interprete a experiência pessoal à luz da Escritura, e não a Escritura à luz da experiência pessoal.
5. Os exemplos bíblicos só têm autoridade quando amparados por uma ordem.
6. O propósito primário da Bíblia é mudar as vidas, e não aumentar o conhecimento.
7. Cada cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar pessoalmente a Palavra de Deus.
8. A história da Igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da Escritura.
9. As promessas de Deus em toda a Bíblia estão disponíveis ao Espírito Santo a favor dos crentes de todas as
gerações.
B. Princípios gramaticais
10. A Escritura tem somente um sentido e, no geral, deve ser tomada literalmente. (Para exceções, veja os prin­
cípios 14-17.)
11. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor.
12. Interprete a palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto.
13. Interprete a passagem em harmonia com o contexto em que ela está inserida.
14. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição pode ser considerada
figurada.
15. Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode ser considerada figurada.
16. As principais partes e figuras de uma parábola representam certas realidades. Considere somente essas
principais partes e figuras quando tirar conclusões.
17. Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e histórico, a não ser que o contexto ou
a maneira como se cumpriram indiquem claramente que certa passagem tem sentido simbólico. O cum­
primento das palavras dos profetas pode ser por etapas, cada qual sendo uma garantia daquilo que há de
seguir.
C. Princípios históricos
18. Sendo que a Escritura originou-se num contexto histórico específico, ela só pode ser compreendida à luz da
história bíblica.
19. Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o Antigo como o Novo Testamento são
partes essenciais desta revelação e formam uma unidade.
20. Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam símbolos de verdades espirituais somente se as Escrituras
assim os designarem.
D. Princípios teológicos
21. Você precisa compreender gramaticalmente a Bíblia, antes de compreendê-la teologicamente.
22. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica a não ser que resuma e inclua tudo que a Escritura diz sobre ela.
23. Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite ambas como bíblicas,
crendo confiantemente que elas se explicarão dentro de uma unidade mais elevada.
24. Um ensinamento simplesmente implícito na Escritura pode ser considerado bíblico quando uma compara­
ção de passagens correlatas o apoia.
CURSO DE DISCIPULADO
----------------------------------------------------------------------------------------------------- •
Este é o primeiro de sete cursos para pequenos grupos nesta Bíblia. Este curso, assim como todos os outros, tem
oito módulos, sendo que cada um deles tem oito estudos, somando 64 estudos em cada curso. Nos oito módulos
que seguem, os primeiros cinco foram extraídos da descrição da Igreja Primitiva em At 2.42-47. Os primeiros quatro
módulos, aliás, também são títulos de livros de David Kornfield e Josadak Lima publicados por A. D. Santos. Os últimos
dois módulos são tratados por Howard e William Hendricks em seu livro Como o ferro afia o ferro.
1.1. DEDICADOS À COMUNHÃO
1. Compartilhando nossos testemunhos - At 22.1-21
2. Compartilhando nossa visão para o futuro - At 2.17-18; Jr 29.4-7,11
3. Os mandamentos recíprocos - IPe 1.22; 3.8; 4.9-10; 5.5,14
4. Comunhão na Igreja Primitiva - Fp 2.1-5; At 2.42-47
5. Comunhão radical: idealismo ou realismo? - 2Co 8.1-5,13-15; At 2.44-45; 4.32-37
6. Respondendo às necessidades uns dos outros - Fp 4.10-19; Tg 5.16
7. Disciplinado como atleta e como discípulo - 1Co 9.24-27; At 2.42
8. Visão e disciplina - At 26.19; 2.42-47
1.2. DEDICADOS À PALAVRA
1. Tornando-nos homens e mulheres da Palavra - At 6.4; SI 1.1-3
2. Famintos e sedentos pela Palavra - Mt 4.4; Dt 8.1-5
3. Estudando a Palavra com resultados - 2Tm 3.16-17
4. Vivendo a Palavra com integridade - Tg 1.22-25; Lc 6.46-49
5. Compartilhando a Palavra como estilo de vida - Cl 3.16; Js 1.8
6. Memorizando e meditando na Palavra - Lc 2.19; S1119.9-11; 1.1-3
7. Semeando a Palavra - Lc 8.4-15
8. Usando a Palavra para mudanças profundas - Hb 4.12-13; Is 55.8-11
1.3. DEDICADOS À ORAÇÃO
1. A oração-modelo: um plano de oração - Mt 6.9-13; SI 23
2. Definindo um tempo e um lugar para orar - Mt 6.5-6; Dn 6.10-14
3. Orando com atitude de adoração - Jo 4.23-24; SI 100.1-5
4. Ouvindo Deus - Jo 5.19-20,30
5. Confessando nossos pecados - Tg 5.16; SI 51
6. Orando com poder - Ef 3.14-21
7. Intercessão: orando por uma pessoa necessitada - lTm 2.1-8; Êx 32.11-14
8. Perseverando em oração - Lc 11.5-13; Gn 18.16-33
1.4. DEDICADOS À VIDA SIMPLES
1. O coração da vida simples - Mt 6.33-34; Mq 6.8
2. Jesus explica a vida simples - Mt 6.19-34
3. Livre de problemas financeiros - Rm 13.8; Mt 6.19-34
4. Entregando-se à sua corrida: livre de pesos - Hb 12.1-2
5. Livre de ativismo - Lc 9.57-62; Jo 15.1-4
6. Administrando bem seu tempo - Cl 4.5-6; Ef 5.14-18
7. Sabendo quando dizer não - Mc 1.35-39
8. Vivendo despreocupado, curtindo a vida - Lc 12.22-34; Fp 4.4-7,11-13
XV Curso de Discipulado
1.5. DEDICADOS AO EVANGELISMO PESSOAL
1. Reconhecendo nossas barreiras ao evangelismo - 2Co 5.14-21; Mc 8.34-38
2. Motivação para evangelizarmos - Lc 19.1-10; 15.1-10; Mt 28.18-20
3. Iniciando uma conversa com pessoas não crentes - Mt 9.36-37; At 17.26-27
4. Criando "espaço espiritual" - Jo 4.1-42
5. Compartilhando nossos testemunhos - Ap 2.12-13; 1Pe 3.15-16
6. O valor de boas perguntas - Mc 8.14-21; Tg 1.19
7. Compartilhando o evangelho, parte 1 - Rm 3.23; 5.8; 6.23
8. Compartilhando o evangelho, parte 2 - Ef 2.8-9; Rm 10.9-11
1.6. SELEÇÃO — ESCOLHENDO EM QUEM INVESTIR NOSSA VIDA
1. Cinco processos de seleção que Jesus usou - Lc 6.12-16; Mc 3.13-19
2. Seleção 1: Encontros divinos - Lc 5.1-11; Jo 1.35-51
3. Seleção 2: Padrões divinos - Mc 1.16-18,35-39
4. Seleção 3: Oração - Lc 6.12-16; lSm 16.6-7
5. Seleção 4: Quem responde a sua voz - Jo 10.3-5,16,27; Pv 2.1-6
6. Seleção 5: Altas exigências - Lc 9.23-26
7. Critérios-chave na escolha de discípulos ou meritoreados - Mt 10.1-16
8. Critérios-chave na escolha de um discipulador ou mentor - At 11.19-26; 2Sm 15.32-37; 16.23; 17.1-16
1.7. COMO SER UM BOM DISCÍPULO OU MENTOREADO
1. Seja um verdadeiro seguidor de Jesus - Mt 16.24-26; ICo 4.15-17
2. Tenha convicção do que você precisa - Tg 1.5-8; IRs 3.3-15
3. As marcas de um discípulo - Mt 5.3-10; Jo 1.35-51
4. Passos para encontrar um mentor ou discipulador - Mc 10.17-31; Jo 1.35-51
5. Seja proativo para com seu discipulador ou mentor - Jo 3.1-15; 2Rs 2.1-18
6. Aproveite os encontros com um discipulador ou mentor - Lc 10.38-42; Pv 3.1-12
7. Estratégias para o crescimento - lTm 4.11-16
8. Invista em seu discipulador ou mentor - Jo 21.15-17
1.8. COMO SER UM BOM DISCIPULADOR OU MENTOR
1. Convicção de fazer discípulos - Mt 28.16-20; Jz 2.8-10
2. Ande com Jesus - 1Co 11.1; At 4.13
3. Seja um discípulo ou mentoreado - Mt 8.5-13; 2Tm 2.1-4
4. Seja transparente - 2Co 3.7-18
5. Faça boas perguntas - Mt 13.9-18; 5.6; Am 8.11
6. Primeiro princípio do discipulado: indo - Jo 17.18-20; Mt 28.18-20
7. Segundo princípio do discipulado: batizando - ICo 12.12-13; Mt 28.18-20
8. Terceiro princípio do discipulado: ensinando a obedecer - Mt 7.21-27; 28.18-20
Mateus
O discípulo: entregue ao Rei e ao Reino
----------------------------------------------------------------•
E
m Mateus, a eternidade invade o tempo e o céu adentra a terra. O Filho do Rei entra no reino das trevas
de forma silenciosa, misteriosa, quase invisível. Ele planta seu Reino como uma semente de mostarda. Para
quem entende e recebe o Rei e o seu Reino, eles se tornam o norte de sua vida.
Vivemos um tempo em que muitos experimentam uma crise de identidade. Nós, cristãos, por exemplo, entende­
mos o que é ser cristão ou crente, mas não entendemos o que é ser discípulo. A palavra “cristão” aparece no Novo Tes­
tamento três vezes (At 11.26; 26.28; IPe 4.16), principalmente usada pelos não crentes para descrever os discípulos. Já
a palavra “discípulo” aparece por volta de 290 vezes. O que isso evidencia? Estamos em crise?
Quando pregamos a respeito de Jesus, falamos mais dele como Solvodor ou como Senhor? O primeiro
destaca o que recebemos dele, ou seja, os benefícios, a salvação; o segundo ressalta o que entregamos a ele,
ou seja, os direitos e a soberania sobre nós. A palavra “Salvador” aparece no Novo Testamento em referência
a Jesus por volta de 25 vezes. Já a palavra “Senhor” em relação a Jesus aparece mais de 700 vezes. Estamos
em crise?
Nos Evangelhos, a palavra “igreja” aparece em dois versículos (Mt 16.18; 18.17). A palavra “reino” em relação
ao Reino de Deus, ou ao Reino dos Céus, aparece 120 vezes. Qual é a nossa ênfase hoje? Se não estamos em
crise, deveríamos estar. Qual é o evangelho que temos pregado? O evangelho do Reino (Mt 4.23; 9.35)? Será
que o crente morno e fraco que vemos tanto em nossas igrejas tem a ver com o tipo de semente que plantamos?
Considere esta definição: o Reino de Deus é a esfera crescente e vivificante na qual o governo de Cristo é re­
conhecido, obedecido, procurado e desfrutado. Assim como a nossa salvação, ele é passado, presente e futuro. O
Reino é de Deus! Eu não tenho de criar um reino próprio. Ele cresce de forma irresistível, como uma semente de
mostarda ou o fermento que enche a massa toda. Ministra vida abundante a todos que entram nele ou chegam
perto dele. É um governo absoluto - uma teocracia, não uma democracia. Ao mesmo tempo, o Rei não impõe sua
vontade; ele aguarda que a sua autoridade seja reconhecida. Mas não é suficiente reconhecer sua autoridade.
Os próprios demónios fazem isso. Precisamos obedecer-lhe e ser verdadeiros discípulos, que vivem a realidade de
seu senhorio em todas as dimensões da vida. Mas ser obedientes também não é suficiente. Os anjos também são
obedientes. Deus quer mais de nós. Ele quer que nós o procuremos - ele e o seu Reino, desejando-o, ansiando
por ele, tendo fome e sede dele. Finalmente, ele não quer que sejamos apenas servos ou pessoas sob seu domí­
nio, mas sim filhos do Rei, que realmente desfrutam do seu Reino. Esse é o propósito do homem: glorificar a Deus
e deleitar-se nele para a eternidade!
Para uma reflexão maior sobre o Reino, cf. o cap. 3 do livro O líder que brilha, de David Kornfield.
T e x t o -c h a v e
Busquem, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a suajustiça,
e todas estas coisas lhes serão acrescentadas. (Mt 6.33)
Busquem. Tudo aquilo que realmente buscarmos, acharemos (Mt 6.7-12). em primeiro lugar. Todo o
demais nem se compara com a importância do que vem primeiro. Absorve a nossa vida, é o nosso norte, a
nossa alegria, a razão da nossa existência. Está no cerne do nosso ser e penetra todas as esferas ao nosso
redor, o Reino de Deus. Trata-se de sua soberania, seu governo e seu senhorio (cf. definição acima), e o
sua justiça. Aqui se fala de justiça interna (o caráter de Deus) e externa (relacionamentos vividos de forma
justa, ou seja, relações comprometidas e saudáveis), e todas estas coisas. Todas as nossas necessidades
(vs. 25-32; cf. Fp 4.11-13,19). lhes serõo acrescentadas. A generosidade de Deus é tão grande que trans­
borda nossa vida, nos tornando igualmente generosos (Lc 6.38), capazes de atrair e motivar outros a dar
glória a Deus (Mt 5.13-16).
Mateus 1 2
A genealogia de Jesus Cristo
Lc 3.23-38
1
Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de
Davi,0 filho de Abraão.0
2Abraão gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó ge­
rou Judá e os seus irmãos; 3Judá gerou Perez e Zera,
cuja mãe foi Tamar; Perez gerou Esrom; Esrom gerou
Arão; 4Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou
Naassom; Naassom gerou Salmom; 5Salmom gerou
Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja
mãe foi Rute;c e Obede gerou Jessé; 6Jessé gerou o rei
Davi; e o rei Davi gerou Salomão, cuja mãe foi aque­
la que tinha sido mulher de U rias/ 7Salomão gerou
Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa
gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias;
9Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Eze-
quias; lOEzequias gerou Manassés; Manassés gerou
Amom; Amom gerou Josias; UJosias gerou Jeconias
e os seus irmãos, no tempo do exílio6 na Babilónia.
12Depois do exílio na Babilónia, Jeconias gerou Sa-
latiel; e Salatiel gerou Zorobabel; l3Zorobabel gerou
Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor;
l4Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim
*1.1 Jo 7.42; Rm 1.3 &GI3.16 <1.5 Rt 4.13 <*1.62Sm 12.24
<1.11 2Rs 24.14-15; 2Cr 36.10; Jr 27.20 ^1.18 Lc 1.27 ^Lc 1.35
M.21 Lc 1.31
gerou Eliúde; 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou
Matã; Matã gerou Jacó. 16E Jacó gerou José, marido de
Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo.
17 Assim, todas as gerações, desde Abraão até Davi,
são catorze; desde Davi até o exílio na Babilónia,
catorze gerações; e desde o exílio na Babilónia até
Cristo, catorze gerações.
O nascimento de Jesus Cristo
Lc 2.1-7
18Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Ma­
ria / a sua mãe, tinha casamento contratado com José.
Mas, antes de se unirem em casamento, ela se achou
grávida pelo Espírito Santo.^ l9José, com quem Maria
estava para casar, sendo um homem justo e não que­
rendo envergonhá-la em público, resolveu deixá-la
sem que ninguém soubesse. 20Enquanto ele refletia
sobre isso, eis que lhe apareceu em sonho um anjo
do Senhor, dizendo:
— José, filho de Davi, não tenha medo de receber
Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é
do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho e você
porá nele o nome^ de Jesus, porque ele salvará o seu
povo dos pecados deles.
22Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que
tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta:
1.1 filho de Davi. Um título de realeza, que antevê sua iden­
tidade de rei.
1.3 Tamar. Mulheres normalmente não apareciam nas genea­
logias judaicas. As quatro mulheres mencionadas aqui são ex­
ceção, e recebem ainda maior destaque devido ao fato de as
genealogias pularem nomes em diversas gerações para serem
mais sucintas. Tamar é a primeira de quatro mulheres contro­
versas que aparecem na linhagem de Jesus. A princípio envol­
vida numa relação incestuosa, é exemplo de como Deus redime
completamente a vida das pessoas e as transforma para a sua
glória e os seus propósitos. Cada uma das quatro mulheres
mencionadas aqui foram, a seu modo, heroínas.
1.5 Raabe. A prostituta (Js 2; aparece no rol de heróis da fé em
Hb 11.31; Tg 2.25). Rute. A moabita (Gn 19.36-38). Ambas são
integradas à linhagem de Jesus.
1.6 aquela que tinha sido mulher de Urias. Bate-Seba. Ela
comete adultério, e seu pecado se torna reconhecido na descri­
ção dela. Mas é amada por Davi e perdoada por Deus com uma
graça tão grande que seu filho, Salomão, se torna antecessor
de Jesus.
1.12-15 Nomes de pessoas que não eram reis, nem líderes, nem
conhecidos.
Noto prático: cem anos depois de morrermos, poucas pes­
soas se lembrarão do nosso nome. Mas o que permanecerá
ao longo dos séculos e até a eternidade será as pessoas que
geramos. Nosso trabalho, nossa produtividade, nossa renda,
nossa casa ou nosso carro têm pouco ou nada a ver com o que
ficará depois da nossa vida. Nossos filhos - físicos e, especial­
mente, espirituais - serão nossa marca principal na história. E
essa marca será passageira se não os ensinarmos a ser discípu­
los e discipuladores, multiplicando-se nas gerações seguintes
(2Tm 2.1-2).
1.16 que se chama o Cristo. Literalmente “o ungido”
(cf. Lc 4.18-19). E nós, que somos cristãos, somos os ungidos.
1.18 Maria. A quinta mulher na genealogia de Jesus. O tema
de sua reputação também surge aqui, devido ao fato de Ma­
ria ter ficado grávida pelo Espírito Santo, mas não ser casada.
Francine Rivers escreveu cinco romances fantásticos sobre as
cinco mulheres nesta genealogia, ela se achou grávida pelo
Espírito Santo. Cf. v. 20. O filho dela era espiritual e eterno,
bem como completamente santo. Quando nascemos de novo
temos a mesma vida: a de Jesus!
1.19-25 em sonho. Deus usa essa forma de comunicação
cinco vezes nesta história (aqui e em 2.12-13,19,22). um anjo
do Senhor. Anjos, especialmente Gabriel, foram muito ativos
nesta história (2.13,19; Lc 1.11; mais tarde em Mt 4.11). filho
de Davi. Linhagem de realeza, afirmando uma identidade es­
pecial. nâo tenha medo. Cf. n. 14.27. Havia muitos motivos
para temer neste momento e nos dias, meses e anos que vi­
riam pela frente. Esta palavra do céu deve tê-lo sustentado
em múltiplos momentos. José possuía muitas qualidades: era
justo, compassivo, nobre, discreto, recebia revelações, tinha
fé, era sensível, obediente, corajoso, disciplinado, paciente,
possuía autocontrole e liderança espiritual. Enfim, um verda­
deiro homem de Deus, que amava Maria, Jesus, seus outros
filhos e o Senhor.
1.22 para se cumprir. Repetido várias vezes em Mateus
(cf. 2.15,23; 3.15; 4.14; 5.17; 8.17; 12.17; 13.14,35; 21.4; 27.9). Todo
o Antigo Testamento é cumprido na vinda de Jesus. Na verdade,
a história toda e a nossa própria vida são cumpridas nele. A ci-
3 MATEUS 1 — 2
23 "Eis que a virgem conceberá
e dará à luz um filho,
e ele será chamado pelo nome de Emanuel."7
(Emanuel significa: "Deus conosco")
24Quando José despertou do sono, fez como o anjo
do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por es­
posa. 25Porém não teve relações com ela enquanto ela
não deu à luz um filho, a quem pôs o nome7de Jesus.
A visita dos magos
2
Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em
dias do rei Herodes,0 eis que vieram uns magos
do Oriente a Jerusalém. 2E perguntavam:
— Onde está o recém-nascido Rei dos judeus?
Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para
adorá-lo.
3Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado, e,
com ele, toda a Jerusalém. 4Então Herodes convocou
todos os principais sacerdotes e escribas do povo e
lhes perguntou onde o Cristo deveria nascer. 5Eles
responderam:
— Em Belém da Judeia,0 porque assim está escrito
por meio do profeta:
6 "E você, Belém,
terra de Judá,
de modo nenhum é a menor
entre as principais de Judá;
porque de você sairá o Guia
que apascentará
o meu povo, Israel."c
7Com isto, Herodes, tendo chamado os magos para
uma reunião secreta, perguntou-lhes sobre o tempo
exato em que a estrela tinha aparecido. 8E, enviando-
-os a Belém, disse-lhes:
— Vão e busquem informações precisas a respeito
do menino; e, quando o tiverem encontrado, avisem-
-me, para eu também ir adorá-lo.
9 Depois de ouvirem o rei, os magos partiram; e
eis que a estrela que viram no Oriente ia adiante de­
les, até que, chegando, parou sobre onde o menino
estava. 10E, vendo eles a estrela, alegraram-se com
grande e intenso júbilo. 11Entrando na casa, viram o
menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adora­
ram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas
ofertas: ouro, incenso e mirra.
12E, tendo sido avisados por Deus em sonho para
não voltarem à presença de Herodes, os magos se­
guiram por outro caminho para a sua terra.
'1.23 Is 7.14 >1.25 Lc 2.21 "2.1 Lc 2.4-7
^2.5 Jo 7.42 <2.6 Mq 5.2
tação de Is 7.14 no próximo versículo é a primeira de pelo menos
47 que Mateus faz do Antigo Testamento, mostrando o poder
da profecia, a integração da Bíblia como um todo e a mão sobre­
natural de Deus sobre Jesus.
1.23 “Eis que a virgem conceberá... será chamado pelo nome
de Emanuel.” (Emanuel significa: “Deus conosco”.) O milagre
mil vezes maior que uma virgem ficar grávida foi Deus decidir
assumir a identidade humana. O fato de ele passar a viver den­
tro de nós (Jo 1.12-13) e nos acompanhar de forma sobrenatural
como discipuladores (Mt 28.20) ganha uma dimensão nunca
antes imaginada.
1.24 Quando José despertou do sono. Parecido, em certo
sentido, a Adão despertar de seu sono e ver Eva.
2.1-7 Tendo Jesus nascido. Esta história, em certo sentido,
resume as duas maiores viagens da eternidade: a viagem de
Deus para estar conosco e a nossa viagem (simbolizada pelos
homens do Oriente) para estar com ele. uns magos do Oriente.
Representam os gentios, pessoas de fora do povo de Deus, mas
com o coração voltado para ele. Precisamos respeitar pessoas
de outras culturas e religiões que buscam Deus com sinceri­
dade. perguntavam... perguntou... perguntou-lhes. Para
quem tinha ouvidos para ouvir, a chegada do Rei não passou
despercebida. Os magos tinham perguntas. O rei Herodes, tam­
bém. A chave quanto ao valor das perguntas é a motivação por
trás delas (cf. n. 13.53-57).
2.2 vimos... e viemos. Em certo sentido, estes homens foram
os primeiros discípulos de Jesus. Eles foram marcados pela obe­
diência, assim como José (1.20,22) e Maria (Lc 1.26-38). vimos
a sua estrela. Eles sabiam discernir a ação de Deus na natu­
reza e nas circunstâncias, viemos para adorá-lo. Uma viagem
com propósito!
2.4 principais sacerdotes e escribas. Eles sabiam as respos­
tas bíblicas para o questionamento do rei, mas nenhum deles
foi a Belém (a oito quilómetros de distância). Conhecimento
sem fé e obediência é morto e traz morte.
2.6 E você, Belém, terra de Judá. Belém teve um destino his­
tórico, profético e marcante. E a sua cidade? E a sua vida? Olhe
para a sua história, a sua personalidade e o seu caráter. Olhe
para os seus líderes seculares e espirituais e os sonhos deles.
Você vê um destino marcante? o Guia que apascentará o meu
povo. Guia, líder ou governador. Previu-se um grande líder, um
rei que teria o estilo de pastor (Is 40.10-11; Ez 34.23-24).
Nota prática: esse é o tipo de líder de que a igreja precisa
hoje, aquele que sabe variar seu estilo de liderança entre forte
(governador) ou facilitador (pastoral) segundo a maturidade e
as habilidades de seus seguidores, bem como segundo as cir­
cunstâncias.
2.7 Herodes... perguntou-lhes. Reis, presidentes e líderes que
não seguem a estrela fracassam no que é mais importante: en­
contrar Jesus e ajudar outros a fazerem o mesmo.
2.10 alegraram-se com grande e intenso júbilo. O Reino de
Deus se caracteriza pela alegria (Rm 14.17). Eles se alegraram
por discernir o kairós no qual viviam. Eram as pessoas certas
no lugar certo, pelas razões certas. Sempre que isso acontece,
brota alegria e um sentido de estar vivendo o chamado para o
qual fomos criados. Sobre “chamado”, cf. n. 1Co 15.10.
2.11 Pessoas sábias procuram a Deus. Os verbos neste versí­
culo marcam pessoas realmente sábias, entregaram-lhe suas
Mateus 2 — 3 4
A fuga para o Egito
13Depois que os magos foram embora, um anjo do
Senhor apareceu em sonho a José e disse:
— Levante-se, tome o menino e a mãe dele e fuja
para o Egito. Fique por lá até que eu avise você; por­
que Herodes há de procurar o menino para matá-lo.
14 Levantando-se José, tomou de noite o menino e
a mãe dele e partiu para o Egito, 15onde ficou até a
morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o
que tinha sido dito pelo Senhor, por meio do profeta:
"Do Egito chamei o meu Filho."d
A matança das crianças
l6Vendo-se iludido pelos magos, Herodes ficou
muito furioso e mandou matar todos os meninos
de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos
para baixo, conforme as informações que havia rece­
bido dos magos a respeito do tempo em que a estrela
havia aparecido. 17Então se cumpriu o que tinha sido
dito por meio do profeta Jeremias:
18 "Ouviu-se um clamor em Ramá,
pranto e grande lamento;
era Raquel chorando por seus filhos
e inconsolável porque eles
já não existem."e
A volta do Egito
19Depois da morte de Herodes, um anjo do Senhor
apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse:
20— Levante-se, tome o menino e a mãe dele e vá
para a terra de Israel, porque os que queriam matar
o menino já morreram.
<*2.15 Os 11.1 *2.18 Jr 31.15 *2.23 Is 11.1, no hebraico.
<*3.2M t4.17;Mc 1.15 *>Dn2.44 <^3.3 Is40.3 <*3.42Rs1.8
*Lv 11.22 *3.7 Mt 23.33 03.9 Jo 8.33 fi3.10Mt7.19
21 Levantando-se José, tomou o menino e a mãe
dele e voltou para a terra de Israel. 22Porém, ouvindo
que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai
Herodes, teve medo de ir para lá. E, tendo sido avi­
sado por Deus em sonho, José foi para a região da
Galileia. 23 E foi morar numa cidade chamada Nazaré,
para se cumprir o que havia sido dito por meio dos
profetas: "Ele será chamado Nazareno
A pregação de João Batista
Mc 1.1-8; Lc 3.1-9,15-17; Jo 1.19-28
3 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando
no deserto da Judeia. 2Ele dizia:
— Arrependam-se,a porque está próximo o Reino
dos Céus.0
3 Pois é a João que se refere o que foi dito por meio
do profeta Isaías:
"Voz do que clama no deserto:
Preparem o caminho do Senhor,
endireitem as suas veredas."c
4João usava uma roupa^ feita de pelos de camelo e
um cinto de couro. O seu alimento eram gafanhotose
e mel silvestre. 5Então os moradores de Jerusalém,
de toda a Judeia e de toda a região em volta do Jordão
iam até onde ele estava. 6E, confessando os seus pe­
cados, eram batizados por ele no rio Jordão.
7Quando João viu que muitos fariseus e saduceus
vinham ao batismo, disse-lhes:
— Raça de víboras!^ Quem deu a entender que vo­
cês podem fugir da ira que está por vir? 8Produzam,
pois, fruto digno de arrependimento. 9E não pen­
sem que podem dizer uns aos outros: "Temos por pai
Abraão",^ porque eu afirmo a vocês que Deus pode fa­
zer com que destas pedras surjam filhos a Abraão. 10E
também o machado já está posto à raiz das árvores;
toda árvore,^ pois, que não produz bom fruto é cor-
ofertas. Se tivesse de ofertar algo que não fosse dinheiro, o
que você daria para Jesus?
2.13-14 Os comandos do anjo e a obediência imediata de José
revelam o estilo de vida de José (cf. também 1.24; 2.20-21). Que
seja assim para nós! Quando ouvimos Deus e lhe obedecemos,
nós crescemos e a vida brota em nós. Quando ouvimos e não
lhe obedecemos, algo morre dentro de nós.
2.16 Herodes ficou muito furioso. O coração de Herodes, to­
talmente egocêntrico, absorvido em si mesmo, perdura ao lon­
go dos séculos e vive ainda hoje em cada pessoa abusadora,
manipuladora e controladora. Apenas o coração de Jesus nos
resgata de tudo isso. Somos chamados a viver com o coração
de Jesus em um mundo onde há muitas pessoas com o coração
de Herodes.
2.22 teve medo de ir para lá. Existe medo saudável.
3.2 Arrependam-se. Cf. vs. 8,11; 4.17. Mude sua vida
(cf. 2Cr 7.14; Is 55.7; Tg 4.6-10). Arrependimento é bem dife­
rente de remorso. Inclui estes aspectos: (1) deixar o pecado e o
egocentrismo para trás; (2) voltar para Deus, seus caminhos e
seu Reino; (3) trocar os caminhos e os valores do mundo pelos
de Deus com frutos de arrependimento; e (4) restaurar a san­
tidade e a habilidade de ouvir Deus e andar em seus propósi­
tos. Arrependimento é a porta de entrada para o Reino (4.23;
Mc 6.1; At 2.38; 17.30), uma porta pela qual se deve entrar
continuamente (2Co 7.10; Ap 2.5,16,22; 3.3,19). Cf. n. Ap 2.5.
porque está próximo o Reino dos Céus. Mateus fala desse
Reino aproximadamente 50 vezes em seu Evangelho. Cf. Intro.
3.7 fariseus e saduceus. Conservadores e liberais. Raça de
víboras! João mostrou o dom de discernimento ao sondar o co­
ração dos líderes religiosos juntamente com seu dom profético.
Nada diplomático, confrontou-os com todas as letras. Jesus faz
o mesmo em Mt 12.34; 23.33, também chamando-os de serpen­
tes e raça de víboras.
3.8fruto digno de arrependimento. Restituição. Cf. ilustrações
em Lc 3.10-14, bem como a meditação. Sem esse fruto nosso fim
é terrível (v. 10).
5 MATEUS 3 — 4
tada e lançada no fogo.z11Eu batizo vocês com1 água,
para2 arrependimento; mas aquele que vem depois de
mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou dig­
no de carregar as sandálias. Ele os batizará com2 o Es­
pírito Santo e com2 fogo. 12Ele tem a pá em suas mãos
e limpará completamente a sua eira;4 recolherá o seu
trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo que
nunca se apaga.
O batismo de Jesus
Mc 1.9-11; Lc 3.21-22
13Por esse tempo, Jesus foi da Galileia para o rio
Jordão, a fim de que João o batizasse. l4João, porém,
quis convencê-lo a mudar de ideia, dizendo:
— Eu é que preciso ser batizado por você, e, no en­
tanto, é você que vem a mim?
15Mas Jesus respondeu:
— Deixe por enquanto, porque assim nos convém
cumprir toda a justiça.7
Então ele concordou. 16Batizado Jesus, saiu logo
da água, e os céus se abriram, e viu o Espírito de
Deus descendo como pomba, vindo sobre e le / 17E
eis uma voz dos céus, que dizia:
— Este é o meu Filho amado/ em quem me agrado.m
A tentação de Jesus
Mc 1.12-13; Lc 4.1-13
4
A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao de­
serto, para ser tentado0 pelo diabo. 2E, depois
de jejuar quarenta dias e quarenta n oites/ teve
fome. 3Então o tentador/ aproximando-se, disse a
Jesus:
— Se você é o Filho de Deus, mande que estas pe­
dras se transformem em pães.
4Jesus, porém, respondeu:
— Está escrito:
Ú o l.3 3 *3.11 Ouem lOuàvistade lOuem
43.12 Área usada para secar e limpar cereais 3.15 SI 40.8;
Jo 4.34 *3.16 Jo 1.32 '3.17 Mt 12.18; 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35
Is 42.1 4.1 Hb 2.18; 4.15 & 4.2Êx34.28 <4.31Ts3.5
3.11-12 Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo...
limpará completamente... recolherá... queimará. Nós que
dizemos conhecer Cristo temos experimentado isto? Se não,
devemos procurá-lo com um desespero santo. Algum dia ele
voltará. Quando ele voltar, estes versículos se manifestarão
de forma plena. Parece que existem duas opções: deixar que o
fogo do Espírito nos limpe agora ou ser jogados no fogo eterno
por ficarmos sujos.
3.16 Alguém se elevou à luz! Cf. Is 9.2; Ef 5.14.
3.17 Este é o meu Filho. Expressão de identidade, relacio­
namento, pertença, ligação, orgulho, compromisso e graça
(Sl 2.7-8). amado. Abraçado, valorizado, querido com um
amor incondicional, em quem me agrado. Em quem me alegro
(Sf 3.17). O Pai falou isso antes de Jesus iniciar seu ministé­
rio. Esta expressão de amor fundamental, este prazer e esta
aceitação não se baseiam no que fazemos, e sim no que somos
(cf. Lc 15.17). Esta frase ou formulações próximas aparecem
na Bíblia nove vezes: Is 42.1; Mt 3.17; 12.18; 17.5; Mc 1.11; 9.7;
Lc 3.22; 9.35; 2Pe 1.17.
Nota prático: quando procurarmos Deus e não quisermos
ouvir qualquer outra voz, poderemos descansar em saber que
ele fala estas palavras para nós. A repetição desta frase na
Bíblia nos assegura que Deus fala isso constantemente. Sempre
que meditarmos nisso seremos fortalecidos.
4.1-22 Alicerces para se envolver em um ministério ou iniciar um
novo ministério: (1) unção do Espírito; (2) identidade firme como
filho, e não servo; (3) provas, superando as múltiplas e diversas
tentações de agir de forma independente de Deus; (4) levantar
uma equipe (4.18-22; Jo 1.29-51); e (5) convicção a respeito do
chamado (Mc 1.35-38; Lc 4.18-19).
4.1 levado pelo Espírito ao deserto. Surpreende-nos, mas
Deus às vezes nos leva de forma proposital ao deserto. Se re­
sistirmos, podemos morrer. Se abraçarmos essa experiência,
nunca mais seremos os mesmos. Ninguém permanece o mesmo
no deserto; ou cai na derrota ou sobe para a vitória. O deserto
tem o poder de purificar, simplificar, disciplinar e nos fazer mais
fortes. Por vezes, Deus leva um escolhido dele ou o povo todo
para o deserto para que sejam transformados. Isso aconteceu
com Moisés, o povo de Israel saindo do Egito, Josué, Davi, João
Batista, Jesus, Paulo, dentre outros. Muitas vezes, o chamado
e a unção que recebemos precisam transformar nosso interior
antes que possam transformar a vida de outras pessoas (cf. n.
Mc 1.3). para ser tentado pelo diabo. O diabo administrou o
teste, mas fez isso sob a direção de Deus. Jesus foi testado e
tentado de todas as formas, assim como nós o somos (Hb 2.18;
4.15-16; 5.8-9; cf. n. 10)10.13).
4.2 quarenta dias e quarenta noites. Celebrado no ano
eclesiástico pela Quaresma. Os evangélicos que repudiam o
ano eclesiástico por ser católico poderiam crescer por meio
das disciplinas e celebrações espirituais contidas nele. A Qua­
resma é um período de sacrifício, rendição, consagração, mu­
dança, preparo (3.3) e identificação com Jesus, com a possibi­
lidade de realização de algum tipo de jejum e um alerta maior
quanto à tentação, feve fome. Na hora do esgotamento, o
tentador aparece.
4.3 Se você é o Filho de Deus. Cf. v. 6. Contraste explícito com
3.17. As duas primeiras tentações tinham a ver com duvidar de
sua identidade. Nada diferente do que ocorre conosco. Repeti­
das vezes Satanás procurou tentar Jesus nesse ponto, porque
é o alicerce de tudo o que somos. Se ele consegue nos levar a
duvidar de quem somos, logo duvidaremos de quem nos criou.
Isto se manifesta em complexos de inferioridade e superiorida­
de e dificuldades de autoimagem. A raiz da primeira tentação é
a carne, querendo usar nosso poder espiritual para beneficiar
a nós mesmos.
4.4 Está escrito. Dt 8.3. Jesus respondeu a cada tentação
com a Palavra (aqui e nos vs. 7,10). Nossas palavras têm po­
der, mas não se comparam com a Palavra de Deus, que é a
nossa espada (Ef 6.17) viva, eficaz e cortante (cf. n. Hb 4.12).
Esse versículo é excelente para memorizar, juntamente com
Js 1.8; Sl 1.2-3; 2Tm 3.16-17, para que nos dediquemos à Pa­
lavra e ganhemos a habilidade de usá-la com destreza (cf. n.
2Tm 2.15). Cf. os oito estudos sobre ser dedicado à Palavra,
que começam em At 6.4.
Mateus 4 6
FA M IN T O S E SED EN T O S P E L A PALAVRA
Mt 4.4; Dt 8.1-5 (Estudo 1.2.2)
1. Descreva alguém que você conhece que é faminto e sedento por qualquer coisa.
2. Você demonstra que acredita no que Jesus declara para Satanás em Mt 4.4? Por quê?
3. Com qual frase de Dt 8.1-5 você mais se identifica?
4. Quais as ações de Deus nesta passagem de Dt 8.1-5? E as ações que ele espera de nós?
5. Como você poderia aumentar sua fome e sede pela Palavra esta semana?
Estudo opcional: SI 42.1-2; Mt 4.1-11; Ef 6.10-13,17.
O perfil de um homem ou mulher da Palavra
Veja a seguir um perfil de alguém que realmente é uma pessoa da Palavra. Coloque um visto na frente de cada
característica que você sente ser indispensável para esse perfil.
□ Ter fome e sede da Palavra (cf. n. Mt 13.12).
□ Ouvir Deus regularmente por meio da Palavra (cf. med. 2Tm 3.16-17).
□ Ter entendimento de como estudar a Palavra, sabendo fazer uma distinção entre suas próprias observações e
interpretações (cf. as leis de interpretação da Bíblia ao final da Intro. desta Bíblia).
□ Viver com integridade o que a Palavra ensina (cf. med. Tg 1.22-25).
□ Falar a Palavra de forma apropriada, natural e com regularidade, incluindo perspectivas bíblicas em suas conversas.
□ Memorizar e meditar na Palavra, permitindo que ela se aprofunde em seu coração (cf. med. Lc 2.19).
□ Ter autoridade no Espírito, sabendo como usar a Palavra com poder, sem abusar, machucar ou impor legalismo
(cf. n. Mt 23.37; med. Hb 4.12-13).
□ Capacitar outros na Palavra, sabendo como ajudá-los a ouvir a Palavra e ouvir Deus em seus próprios contextos
(cf. n. Mt 10.1).
At 6.4 — Estudo anterior + |"► Próximo estudo — 2Tm 3.16-17
"Não só de pão viverá o homem,
mas de toda palavra que procede
da boca de Deus”d
5 Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa/
colocou-o sobre o pináculo1 do templo 6e disse:
— Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, por­
que está escrito:
"Aos seus anjos ele dará ordens
a seu respeito/
E eles o sustentarão nas suas mãos,
para que você não tropece nalguma pedra.”^
<*4.4Dt8.3 «4.5 Ne 11.1 10 lugar mais alto ^4.6 SI 91.11 0SI 91.12
*4 .7 Dt 6.16 '4.10 Dt 6.13
4.6 A raiz da segunda tentação é espiritual, e se constitui na
vontade de usar Deus ou mandar nele.
4.8-10 A raiz da terceira tentação é ministerial, com a ideia de que
os fins justificam os meios, ou seja, que podemos distorcer o nos­
so chamado porque estamos enxergando um fim glorioso, preste
culto somente a ele. Um coração absolutamente singelo (6.33).
4.11 Com isto, o diabo deixou Jesus. Cf. Lc 4.13. No texto de
7Jesus respondeu:
— Também está escrito: "Não ponha à prova o
Senhor, seu Deus."/l
80 diabo ainda levou Jesus a um monte muito
alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a gló­
ria deles 9e disse:
— Tudo isso lhe darei se, prostrado, você me
adorar.
10 Então Jesus lhe ordenou:
— Vá embora, Satanás, porque está escrito:
"Adore o Senhor, seu Deus,
e preste culto somente a ele.”'
11 Com isto, o diabo deixou Jesus, e eis que vieram
anjos e o serviram.
3.17-4.11 temos a inversão de muito do que aconteceu em Gn 3.
Ali Satanás venceu; o primeiro Adão caiu e, juntamente com Eva,
foi jogado para fora do jardim. E anjos foram colocados para
impedi-los de voltar. Nesta passagem, Satanás é vencido. O se­
gundo Adão resiste e é vitorioso sobre a tentação. Ele é amado e
aceito por seu Pai, e os anjos o servem. Ao nascer de novo, nós
também saímos de Gn 3 para a vida em Jesus descrita aqui.
7 MATEUS 4 — 5
O começo do ministério na Galileia
Mc 1.14-15; Lc 4.14-15
12A o ouvir que João tinha sido preso/ Jesus voltou
para a Galileia. 13E, deixando Nazaré, foi morar em
Cafarnaum/ situada à beira-mar, na região de Zebu-
lom e Naftali. 14Isso aconteceu para se cumprir o que
tinha sido dito por meio do profeta Isaías:
15 “Terra de Zebulom, terra de Naftali,
caminho do mar, além do Jordão,
Galileia dos gentios!
16 0 povo que estava em trevas viu grande luz,
e aos que viviam na região e sombra da morte
resplandeceu-lhes a luz.'^
17A partir de então Jesus começou a pregar e a
dizer:
— Arrependam-se,mporque está próximo o Reino
dos Céus.”
Jesus chama quatro pescadores
Mc 1.16-20; Lc 5.1-11
18Caminhando junto ao mar da Galileia, Jesus viu
dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André. Eles
lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores.
19E Jesus lhes disse:
— Venham comigo, e eu farei com que vocês sejam
pescadores de homens.0
20Então eles deixaram imediatamente as redes e o
seguiram.
21Pouco mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos,
Tiago, filho de Zebedeu, e João, o irmão dele. Eles esta­
vam no barco em companhia de seu pai, consertando
as redes; e Jesus os chamou. 22Então eles, no mesmo
instante, deixando o barco e seu pai, seguiram Jesus.
4.17 Arrependam-se. Cf. n. 3.2.
4.19 Venham comigo, e eu... Desde o início do seu ministério
Jesus investiu no discipulado. E você, que prioridade dá para o
discipulado em sua vida? No início de um novo ministério, o líder
precisa liderar com força, tocando o som da trombeta (1Co 14.8).
Segui-lo implica necessariamente entrar na visão e na missão dele.
farei com que vocês sejam pescadores de homens. O segredo
no evangelismo é o passo prévio de seguir intimamente a Jesus.
4.21 consertando as redes. O verbo grego é katartizo. Cf. n.
Ef 4.12.
4.23 Quase idêntico a 9.35, traz a descrição do trabalho de
Jesus: ensinar, pregar e curar (cf. Mc 1.38-39; Lc 4.43-44 para
descrições parecidas; e Lc 4.18-19 para outra descrição; quanto
às boas-novas do Reino, cf. Gl 1.8-9; Intro. Mt).
5.1 subiu ao monte. O sermão do monte tem sido chamado de
a “Constituição do Reino de Deus e seus estatutos”. Esse Reino
é o reverso do que pensamos de forma intuitiva e natural, como
fica claro a partir das bem-aventuranças (cf. Intro. Mt). seus
discípulos se aproximaram dele. Seus aprendizes. Discípulos
tomam a iniciativa de se aproximar de seu discipulador.
5.3 Bem-aventurados. Significa mais que felizes, já que a felici­
dade muitas vezes se baseia em circunstâncias. Refere-se a um
Jesus ensina e cura muitas pessoas
Lc 6.17-19
23jesus percorria toda a Galileia/ ensinando nas
sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando
todo tipo de doenças e enfermidades entre o povo.
24E a sua fama correu por toda a Síria. Trouxeram-
-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias
enfermidades e tormentos: endemoniados, epilép­
ticos e paralíticos. E ele os curou. 25E da Galileia, de
Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do
Jordão numerosas multidões o seguiam.
O sermão do monte
Caps. 5— 7
5
Ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte. Ele
se assentou e os seus discípulos se aproximaram
dele. 2Então ele passou a ensiná-los.
As bem-aventuranças
Lc 6.20-23
Jesus disse:
3 — Bem-aventurados
os pobres em espírito,0
porque deles é o Reino dos Céus.
4 — Bem-aventurados
os que choram /
porque serão consolados.
5 — Bem-aventurados
os m ansos/
porque herdarão a terra.
74.12 Mt 14.3; Mc 6.17; Lc 3.19-20 *4.13 Jo 2.12 '4.15-16 Is 9.1-2
m4.17Mt3.2 nDn 2.44 <>4.19Lc5.10 P4.23 Mt9.35;Mc 1.39;
Lc 4.44 05.3 Is 61.1 *>5.4 Is 61.2 <5.5 SI 37.11
profundo sentido de bem-estar e alegria. As bem-aventuranças
contêm a dinamite do Espírito Santo. Elas “explodem”, por as­
sim dizer, quando as circunstâncias da vida as detonam, po­
bres em espírito. Cf. Rm 12.3; cf. Fp 2.1-11. Os quebrantados, os
sem recursos, os pobres. Muitos não enxergam a vida apenas
como difícil, mas como impossível. Sentem uma necessidade
desesperada de Deus (13.2-4; 26.35; Lc 18.13). Este é o primeiro
princípio do Reino de Deus. O reconhecimento da nossa própria
pobreza nos leva à fronteira moral na qual Jesus opera. Com
menos de nós, há mais de Deus (cf. o contraste com líderes reli­
giosos que “sabem tudo” em Mt 23).
5.4 os que choram. Quando perdemos o que mais amamos,
abre-se espaço para o Amado. Existem nove palavras no grego
para choro, tristeza ou luto. Essa, penthos, quer dizer expressar
externamente uma realidade interior, ou seja, colocar a nossa
dor e os nossos sentimentos para fora. Apenas assim pode­
mos ser consolados, curados, libertos e restaurados (cf. José,
em Gn 45.1-3; Sl 32; 51; 139; 2Co 7.5-7; Gl 6.12; Tg 5.14-16;
1Jo 1.5-10). Autenticidade traz libertação.
5.5 mansos. Humildes; cf. n.Tg3.13. Força ou poder sob controle,
domados, herdarão a terra. O mundo inteiro pertence a eles.
Serão donos de tudo que não pode ser comprado (1Co 3.21-23).
Mateus 5 8
AS MARCAS d e u m d i s c í p u l o
■ j S » Mt 5.3-10; Jo 1.35-51 (Estudo 1.7.3)
1. Quando as pessoas pensam em você, quais poderiam ser algumas características que vêm à mente delas?
2. Até que ponto as marcas de Mt 5.3-10 caracterizam a sua vida?
3 .0 que chama sua atenção quanto às características dos discípulos iniciantes em Jo 1.35-51?
4 .0 que você considera serem as marcas principais de um discípulo?
5. Em quais dessas marcas você mais gostaria de crescer?
Estudo opcional: Pv 2.1-11; Lc 8.4-15; 1Co 4.14-21.
Marcas de um discípulo
Três grandes marcas são:
• Ser fiel: Deus é fiel; e o verdadeiro discípulo também. Quando dá sua palavra, você pode confiar. Quando diz que se
encontrará com você em certo horário, é firme em cumprir sua palavra. Ele entende que, quando se comprometeu
para se encontrar com você, esse tempo não pertence mais a ele; pertence a você. Se ele tiver um problema ou
emergência, ele normalmente ligará explicando a situação, pedindo para ser liberado do compromisso e remarcando.
Mas deixa em suas mãos o direito de liberá-lo; não simplesmente cancela. Isto inclui seus compromissos com seu
cônjuge e filhos. Ele vive com Deus; isso se reflete no fato de manter sua palavra mesmo quando sai prejudicado.
• Estar disponível: ele não vive dando desculpas quanto a dificuldades de caminhar com seu discipulador (cf. med.
Lc 9.57-62). Ele se esforça para caminhar junto, pagando o preço, seja quanto a seu tempo, seja até em dinheiro.
Ele opta por priorizar a relação com o discipulador acima de muitas outras atividades. É proativo em encontrar
formas de caminharem juntos (cf. med. Jo 3.1-15).
• Ser ensinável (cf. n. Mt 9.13): está motivado para aprender. Faz perguntas. E mais perguntas, com o desejo de
crescer e aprender (cf. n. Mt 13.36). Quando recebe tarefas, leva a sério. Não apenas isso, pois volta desejoso
de outras tarefas, outras formas de crescer. Tem fome e sede do Reino de Deus. E coloca em prática o que está
aprendendo; não apenas exercita o que aprende de forma intelectual, e sim de forma íntegra. Seu desejo de crescer
naturalmente extrai o melhor de seu discipulador.
Para se aprofundar mais sobre as marcas de um discípulo, cf. med. Mt 10.1-16.
Tg 1.5-8 — Estudo anterior ◄-1-► Próximo estudo — Mc 10.17-31
6 — Bem-aventurados
os que têm fome e sede^ de justiça,
porque serão saciados.
7 — Bem-aventurados os misericordiosos/
porque alcançarão misericórdia.
^5.6 Is 55.1-2 *5.7 Pv 14.21 ^5.8 SI 24.4 95.10 IPe 3.14
8 — Bem-aventurados os limpos de coração/
porque verão a Deus.
9 — Bem-aventurados os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus.
10 — Bem-aventurados os perseguidos^
por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus.
5.6 fome e sede. Cf. Am 8.11-12; Lc 18.9-14; n. Mt 13.12. Como
perdemos o nosso apetite? No mundo físico, quando estamos
enfermos, por exemplo. Não é diferente no mundo espiritual,
quer se trate de enfermidade que vem pelo pecado, de feridas
não curadas ou do esgotamento, justiça. Cf. n. Rm 3.21. Trata
tanto do conceito de justiça do ponto de vista pessoal como de
relacionamentos justos ou corretos entre as pessoas.
5.7 misericórdia. Cf. n. 12.9-13. Classicamente, é a qualidade
de não receber o que se merece, mas ser liberto da punição me­
recida (cf. ilustração em 18.21-35). Em certo sentido, o inverso
da graça: receber o que não merece. Misericórdia é como um
juiz que declara você culpado, mas depois não o pune. Graça
é receber algo que não se merece. É um presente inexplicável.
Uma analogia: é como se alguém tivesse cometido um crime, e o
juiz o declarasse culpado, mas depois o perdoasse (agisse com
misericórdia) e ainda lhe desse cem milhões de reais (graça)!
5.8 limpos de coração. Puros. Quando o nosso mundo interior
está bem, enxergamos Deus no mundo exterior. A visão espiritual
depende do nosso caráter. A pureza abre a porta para a presença
do Santo e permite enxergar o Santo. Se queremos manter a nos­
sa intimidade com Deus, precisamos nos recusar a fazer certas
coisas - e até mesmo pensar nelas. Algumas coisas que podem
ser aceitáveis para outras pessoas não serão para nós (Ef 5.3-7).
5.9 os pacificadores. Bem mais importante do que manter a
paz é criar a paz (cf. ns. Jo 14.27; Tg 3.17-18). Os pacificadores
mostram como cooperar em vez de competir.
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  • 2. ARA0280BD Sociedade Bíblica do Brasil www.sbb.org.br 0800-727-8888 7 8 8 5 3 1 1 1 6 0 9 4 Bíblia de Estudo Nosso mundo é feito de relacionamentos. Esta Bíblia celebra exatam ente isso, incentivando cada cristão a estabelecer ao menos três tipos de conexões: com um discipulador, com pessoas que ele ou ela discipula e com um grupo de discipulado. A vida cristã não pode ser vivida a sós! Esta é uma Bíblia de vivência, uma Bíblia para aqueles que amam Deus, para os discípulos de Jesus Cristo que desejam crescer a cada dia no amor e no discipulado. Cada anotação, reflexão ou estudo para pequeno grupo tem essa finalidade. J FIEL AOS ORIGINAIS Semeando a PALAVRA que transformaVIDAS ’ Baixe a Bíblia ’ para o seu celular: ©BibliaPlus i http://biblia.plus
  • 3. Bíblia de Estudo d0DiscipuladoNOVO TESTAMENTO Texto bíblico: Nova Almeida Atualizada Materiais de estudo: David Edward Kornfield Josadak Lima da Silva Sociedade Bíblica do Brasil Barueri, SP
  • 4. Missão da Sociedade Bíblica do Brasil: Promover a difusão da Bíblia esua mensagem como instrumento detransformação e desenvolvimento integral do ser humano. N843 Bíblia de Estudodo Discipulado - NovoTestamento. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil, 2017. 504p.; 17,0x23,5 cm. Texto bíblico: Almeida Revista eAtualizada, 3aedição. Sociedade Bíblica do Brasil. Materiais deestudo: David Edward Kornfield eJosadak Lima da Silva Contém introdução aotexto bíblico, notas de estudo, referências cruzadas, curso de discipulado equadrostemáticos de discipulado. ISBN: 978-85-311-1609-4 1. NovoTestamento. 2. Discipulado. 3.Cursobíblico.4. Kornfield, David Edward. 5.Silva,Josadak Lima. I. PequenosGrupos. II. Discipulado. III. Sociedade Bíblica do Brasil. IV. NovaAlmeida Atualizada CDD-225-569 Bíblia de Estudo do Discipulado © 2017 Sociedade Bíblica do Brasil Todososdireitos reservados Av.Ceci, 706-Tamboré Barueri,SP-CEP 06460-120 Cx. Postal 330-CEP 06453-970 www.sbb.org.br - 0800-727-8888 Materiais de estudo David Edward Kornfield Josadak Lima da Silva Texto bíblico Tradução de João Ferreira de Almeida Edição Revista eAtualizada, 3aedição © 2016 Sociedade Bíblica do Brasil Todos os direitos reservados. Projeto gráfico, edição e diagramação Sociedade Bíblica do Brasil Impressão e acabamento Imprensa da Fé Osmateriaisdeestudocontidos ao longo deste NovoTestamentosãode responsabilidade deseus autores, não refletindo necessariamentea posiçãoda Sociedade Bíblica do Brasil. Impresso no Brasil ARA0280BD-5.000-2017
  • 5. ÍNDICE Prefácio ao texto bíblico...........................................................................................................................................................................iv Introdução............................................................................................................................................................................................................v Curso de D iscipulado.............................................................................................................................................................................. xiv LIVRO M a te u s .................... M arcos ................... Lucas ........................ J o ã o ........................... A to s............................ Rom anos................. IC o rín tio s .............. 2 C o rín tio s............. G á la ta s ................... E fé s io s ..................... Filip enses............... C o lo ssenses......... ITessalonicenses 2Tessalonicenses IT im ó te o ................ 2Tim óteo................ Tito ............................. Filem om ................... H e b re u s................... T ia g o ........................... 1P ed ro ........................ 2 Pedro ...................... Uoão ......................... 2João ......................... 3J o ã o ......................... Judas ......................... A p o calip se............. NOVO TESTAMENTO ABREV. CAPS. ... Mt .............................. ............................... 28... ... Mc .............................. ............................... 16... ......L c .................................. ............................... 24... ......J o ................................. .................................21... ......A t ................................. ............................... 28... ... Rm .............................. ............................... 16... ... 1 C o .............................. ............................... 16... ... 2 C o .............................. .................................13... ......Gl .................................. .................................6 .... ......E f .................................. .................................6 .... - F p ............................... .................................4 .... ......Cl .................................. .................................4 .... ... 1Ts .............................. .................................5 .... ... 2Ts .............................. .................................3 .... .. 1Tm .............................. .................................6 .... .. 2Tm ............................ .................................4 .... .... Tt ............................... .................................3 ....... ... Fm .............................. .................................. 1.... ... Hb .............................. .................................13... •••• T g ............................... .................................5 ....... ... i P e .............................. .................................5 ....... .. 2 P e .............................. .................................3 ........ ... 1J o .............................. .................................5 ....... ... 2 J o .............................. .................................. 1....... ... 3 J o .............................. .................................. 1....... ....J d .............................. .................................. 1....... - AP .............................. ............................... 22.... PAG. ......1 ....6 0 ....9 2 ...151 ..194 ..240 ..263 ..287 ..305 ...314 ..327 ..336 ..344 ..350 ..354 ..364 ..372 ..376 ..379 ..399 ..410 ..419 ..424 ...431 ..433 ..434 ..437 AUXÍLIOS índice de assuntos nas introduções a cada livro.............................................................................................................462 índice de assuntos...................................................................................................................................................................................464
  • 6. PREFACIO AO T E X T O B ÍB L IC O -----------------------------------------------------------• É com sentimento de gratidão a Deus que a Sociedade Bíblica do Brasil apresenta à Igreja brasileira e aos leitores da Bíblia em geral o Novo Testamento da Nova Edição da Almeida Revista e Atualizada, fruto de uma profunda revisão e atualização desse consagrado texto da Bíblia de Almeida. A edição Revista e Atualizada de Almeida foi publicada, originalmente, em 1959.0 trabalho de revisão havia sido concluído três anos antes, em 21 de setembro de 1956, envolvendo, ao longo de 13 anos, a fina flor da erudição bíblica evangélica daquele tempo. À época, as lideranças das igrejas entendiam que o antigo texto de Almeida, que remontava ao século XVII, já não falava com naturalidade ao povo brasileiro. Ciente disso, a comissão revisora se propôs a oferecer aos leitores da Bíblia um texto em "linguagem de hoje sem desnaturar certa linguagem bem an­ tiga e tudo sem fugir ao original". Disso resultou, em meados do século passado, um texto que se caracteriza pela retenção do estilo clássico de Almeida e, também, pela facilidade de leitura e pela sonoridade. Passado mais de meio século desde a publicação da Almeida Revista e Atualizada, a Sociedade Bíblica do Brasil entendeu que era tempo de fazer nova atualização, para tornar o texto da Atualizada mais compreensível aos leito­ res de hoje. No entanto, tal decisão não poderia ser tomada unilateralmente. Assim, representantes de igrejas foram convidados para uma reunião na sede da Sociedade Bíblica do Brasil, no dia 15 de outubro de 2012. Esses represen­ tantes de igrejas acolheram a ideia com entusiasmo e ajudaram a formular os parâmetros da revisão. Constituída uma Comissão de Revisão, integrada por especialistas do corpo funcional da própria Sociedade Bíblica do Brasil, o trabalho foi oficialmente iniciado no dia 4 de setembro de 2013. Três anos depois, enquanto prossegue a atualização do texto do Antigo Testamento, podemos, com muita alegria, apresentar a conclusão da primeira etapa da revisão: uma edição do Novo Testamento com Salmos e Provérbios. A Comissão de Revisão teve o mesmo propósito dos revisores do século passado: apresentar um texto clássico numa linguagem atual. De forma mais específica, o texto desta revisão respeita o princípio tradutório de equivalência formal e se caracteriza por um estilo que corresponde ao português culto escrito hoje no Brasil. Assim, as formas de segunda pessoa ("tu" e "vós") deram lugar a formas da terceira pessoa ("você" e "vocês"). Isto não se aplica às ora­ ções, como nos Salmos, nos quais Deus sempre é invocado como "tu". A ordem dos termos na frase, que, na Bíblia de Almeida, replicando o original hebraico e grego, costuma ter o verbo antes do sujeito ("respondeu a mulher", Jo 4.25), foi alterada para sujeito antes do verbo ("a mulher respondeu"), que é a ordem natural em língua portu­ guesa. Mesóclises, como "louvar-te-ei" (SI 9.1), foram transformadas em formulações mais naturais em português brasileiro ("eu te louvarei"). Palavras arcaicas, que requerem consulta ao dicionário, foram substituídas por sinóni­ mos mais fáceis, sem que se mexesse nos termos clássicos da teologia, como, por exemplo, redenção e propiciação. Além disso, por meio de cuidadosa leitura do original hebraico e grego, foram retificados pequenos lapsos e intro­ duzidos ajustes que se mostraram necessários à luz do avanço da pesquisa bíblica. Também neste particular respeitou- -se a pauta dos revisores do século passado, que não hesitaram em retificar eventuais lapsos. Cumpre acrescentar que, seguindo o procedimento padrão das Sociedades Bíblicas Unidas, foram utilizadas as edições mais recentes dos textos bíblicos nas línguas originais. No caso do Antigo Testamento, fez-se uso da Biblia Hebraica Stuttgartensia. Para o Novo Testamento, o texto-base é a quinta edição de O Novo Testamento Grego, de 2014, que traz pequenas modificações em relação a edições anteriores, particularmente nas assim chamadas Epístolas Católicas. Neste sentido, a presente revisão da Almeida Atualizada é o primeiro Novo Testamento em português a incorporar esses avanços na pesquisa em torno do texto original em grego. Tal como ocorreu com a primeira edição da Atualizada, também nesta revisão deu-se atenção especial à sonori­ dade, pois todos os textos foram lidos em voz alta, em reunião da comissão. Entende-se que isto recomenda a Nova Almeida Revista e Atualizada como o texto ideal para uso no culto. A Comissão de Revisão trabalhou com a convicção de que estava não corrigindo uma tradução inadequada, mas aperfeiçoando uma tradução excelente. Pensou-se especialmente nas novas gerações, entregando-lhes um texto clássico em roupagem moderna, para que a Bíblia de Almeida seja, nos dias atuais, o que João Ferreira Annes de Almeida almejava para os seus leitores, no século XVII: a m aior dádiva e o mais precioso tesouro. Agosto de 2016
  • 7. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------- * V iv e n d o c o m o d is c íp u l o s ! 0 discípulo não fica contente em apenas estudar ou conhecer a Bíblia. Ele quer vivê-la! Apesar de esta Bíblia estar cheia de anotações nos rodapés, meditações e estudos para pequenos grupos, ela não é apenas uma Bíblia de estudo. É uma Bíblia de vivência. Uma vez que a vida cristã não pode ser vivida a sós, esta Bíblia destaca especialmente os relacionamentos, seja em seu conteúdo, seja em sua estrutura. Cada pensamento aqui acrescentado ao texto bíblico flui em sua essência de duas grandes fontes: • O Grande Mandamento de amar a Deus acima de tudo e amar ao próximo como a si mesmo. Nisso se resume toda a Lei e todos os Profetas. • A Grande Comissão de fazer discípulos de todas as nações. Uma única vez aqui neste mundo Jesus se revestiu com toda a autoridade no céu e na terra, como o Rei dos reis, e nos deu uma comissão real: façam discípulos! Em certo sentido, a vida cristã se resume nessas duas fontes. A primeira expressa a qualidade e o estilo de vida que Jesus quer para nós; a segunda expressa como formar essa vida, crescer nela e reproduzi-la. O núcleo do Grande Mandamento é o amor. Se cada vez que encontrássemos a palavra "amor" na Bíblia nós a entendêssemos como "relacionamento comprometido e saudável", então compreenderíamos bem melhor os propó­ sitos eternos de Deus para nós. Não pensaríamos no amor como algo sentimental, subjetivo e interno, apenas. Ele se tornaria um estilo de vida. Você lembra o argumento de Tiago de que a fé apenas pode ser comprovada pela vivência das obras? De forma parecida, o amor apenas pode ser comprovado pela vivência de relacionamentos profundos e pessoais. É isso que as pessoas no mundo e na igreja estão famintas de ouvir, contemplar e palpar - enfim, vivenciar! A Grande Comissão nos coloca em missão. Temos uma razão, um motivo, um propósito para estar aqui: experi­ mentar e estender o Reino de Deus. Isso se faz de mil e uma maneiras, mas o cerne de todas elas é fazer discípulos de Jesus. Qualquer expressão espiritual que não leve à formação de discípulos de Jesus não passa de sentimentalismo ou humanismo disfarçado de cristianismo. Nos Estados Unidos, as pesquisas mostram que 23 das 25 maiores denomina­ ções estão perdendo membros. De forma simples mas profunda, elas estão em risco de perder a essência do Grande Mandamento e da Grande Comissão. O propósito desta Bíblia é ajudar a reverter qualquer tendência negativa em nosso país, que caminha nessa mesma direção. Precisamos de um avivamento que transborde em discipulado e em relacionamentos comprometidos e saudáveis. Resumindo, esta Bíblia é para aqueles que amam Deus, para os discípulos de Jesus Cristo que desejam crescer a cada dia, a cada semana, a cada mês e a cada ano no viver de forma grande - no amor e no discipulado. Cada ano­ tação, reflexão, estudo para pequeno grupo tem essa finalidade. Com isto em mente, esta introdução comentará o seguinte: 1. O discipulado 2. Uma Bíblia autobiográfica 3. Uma Bíblia para pequenos grupos 4. Uma Bíblia temática 5. Enfoque prático 1 . 0 D I S C I P U L A D O Queremos oferecer uma definição de discipulado: 0 discipulado é um relacionamento comprometido e pessoal em que um discípulo mais maduro ajuda outros dis­ cípulos de Jesus Cristo a se aproximarem mais dele e assim reproduzirem este efeito. 0 discipulado é um relacionamento, não um livro, curso, estudo, programa ou currículo. 0 cerne do discipulado é o relacionamento entre um mestre, ou discipulador, e outras pessoas. Se qualquer outra coisa tomar esse lugar central, não será mais discipulado. 0 fato de que tão poucos membros da Igreja hoje em dia se identifiquem como discípulos expressa a tragédia de nossas igrejas serem mais dominadas por programas (trabalho) do que por relacionamentos (amor).
  • 8. Introdução vi 0 discipulodo é um relacionam ento comprometido e pessoal. Jesus deixou claro que ser seguidor dele de­ mandava um alto compromisso. Também deixou claro que esse compromisso era pessoal com ele como o disci- pulador e mestre, e não com uma denominação, marca ou organização. Você sabia que Jesus falou apenas duas vezes da Igreja nos Evangelhos? Em contraste, as palavras "discípulo" e "discípulos" aparecem nos Evangelhos duzentas e quarenta vezes. Jesus falou: "E a favor deles eu me santifico" (Jo 17.19). Separar-se, consagrar-se, dedicar-se, entregar-se. Quantas pessoas você conhece hoje que dizem e demonstram isso? Quantas pessoas dizem que querem ser como Jesus, mas não chegam nem perto de se dedicar "a favor deles", "aqueles que me destes" (Jo 17.6)? O discipulado é um relacionamento comprometido e pessoal em que um discípulo... A única pessoa que pode fazer discípulos é um verdadeiro discípulo, um seguidor integral de seu mestre. O discipulado não flui da maioria dos pastores porque eles não se identificam como discípulos, nem podem apontar alguém em sua vida que ocupa o papel de discipulador, mentor ou líder pastoral. Pode parecer incrível, mas a qualidade principal para ser um dis- cipulador não é ser pastor, missionário, apóstolo, profeta, evangelista, professor de um seminário teológico ou líder denominacional. A qualidade principal é ser discípulo. Cada um produz segundo a sua espécie. A única pessoa que gera discípulos é alguém que também é um discípulo, com todas as letras. O discipulado é exercido por um discípulo mais maduro. Maturidade raras vezes aparece como sendo o alvo da Igreja, dos seminários teológicos ou das organizações paraedesiásticas. Os alvos comuns têm a ver com números - número de batizados, de membros, de ministérios, de grupos familiares ou células, de entradas financeiras mensais, e assim por diante. Mas apenas alguém que continua, sem parar, na busca por maturidade, para ser como Jesus, pode discipular outras pessoas. Um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo... Os discípulos sempre pertencem a Jesus. Sua identi­ dade, lealdade, compromisso, segurança e sentido de chamado têm de fluir dele e não de outro discipulador. O verdadeiro discipulador sabe como criar lealdade a Jesus nos seus seguidores, não apenas lealdade humana para com ele mesmo. O discipulador ajuda outras pessoas a se aproximarem mais de Jesus. Jesus é o Alfa e o Ômega, o início e o fim. Ele é tanto o alicerce como o alvo do discipulado. Quem se aproxima de Jesus se torna mais como ele. E natural e automaticamente também aproxima outros dele. O discipulador atende os propósitos eternos do Senhor de ter uma família de filhos parecidos com seu próprio Filho, Jesus. Finalmente, o discipulador ajuda outras pessoas a se aproximarem mais de Jesus e assim reproduzirem este efeito. De todos os métodos, programas e modelos que existem sobre crescimento da Igreja, nenhum se compara ao dis­ cipulado. É transcultural. É profundamente bíblico. Está enraizado no exemplo de Jesus. Aplica-se em qualquer nível social. Não requer orçamento, recursos ou materiais. Funciona tanto com pré-adolescentes quanto com pastores e líderes denominacionais. Cada um de nós deve estar reproduzindo este efeito do amor pelo Senhor e do discipulado nas pessoas em quem investimos nossas vidas. Apenas dessa forma o Reino de Deus continuará a crescer de forma irresistível, em qualidade e em quantidade. O conceito de mentor e de coach está crescendo recentemente. Um mentor é alguém com graça especial comprometido em ajudar outra pessoa a crescer regular e intencionalmente em sua vida e em seu ministério para alcançar seu pleno potencial. É possível fazer uma distinção entre mentor e discipulador ou outros termos parecidos, como líder pastoral ou diretor espiritual. Mas de forma geral eles são bastante parecidos, de modo que os tratamos como sinónimos nesta Bíblia. 2 . U M A B Í B L I A A U T O B I O G R Á F I C A Todo filho tem um relacionamento especial e único com seu pai, seja este o terreno ou o celestial. Propomos que esta Bíblia seja uma de suas duas ferramentas principais para expressar esse relacionamento precioso que apenas você tem com seu Pai. As anotações, as reflexões e os estudos não levarão a isso. Eles são gerais para todo discípulo. O que torna esta Bíblia absolutamente inédita são as suas anotações particulares sobre textos bíblicos, datas de en­ contros com Deus, versículos marcados, referências cruzadas que você descobrir, temas que continuam de uma pas­ sagem para outra de forma maravilhosa. A maioria das anotações que você encontrará aqui vem exatamente desse hábito dos autores, e elas foram acumuladas ao longo de anos de caminhada como discípulos. Deixe-nos ilustrar diversas formas de anotações autobiográficas. 1. Seu versículo do ano. Ao início de cada ano, peça para Deus lhe dar uma passagem bíblica em especial (um ou mais versículos). Ela deve expressar algo que você entende que Deus quer trabalhar em sua vida nesse ano. Escreva o ano ao lado dessa passagem. Por exemplo, se você estiver em depressão, sentindo que a vida perdeu o brilho, pode ser que Deus lhe dê Ef 5.14: "Desperte, você que está dormindo, levante-se de entre os mortos, e
  • 9. VII Introdução Cristo o iluminará." Se Deus lhe der mais uma ou duas passagens relacionadas à sua dificuldade, como SI 84.5; Is 60.1-3, você pode colocar o ano ao lado de todas elas, junto com uma indicação de outras passagens. Dessa forma, toda vez que ver uma dessas passagens, você se lembrará outra vez da grandeza do que Deus fez nesse ano. É claro que isso não se limita ao início de cada ano. Sua Bíblia deve se encher de datas e frases que expres­ sam o que Deus lhe falou em um momento de forma especial. Às vezes isso incluirá o nome da pessoa para quem ou por meio de quem Deus lhe falou. 2. Uma anotação de consagração pessoal. Por exemplo, ao lado de Uo 1.7-9, alguém poderia escrever: "[data]. Eu assumo minha primogenitura de santidade, de uma vida purificada de todo pecado." E anos depois poderia escrever "Aleluia! Renovado em [data]". 3. Uma cadeia temática. Na margem ao lado de cada uma dessas perguntas você poderia escrever "Grandes ? da Bíblia" - sendo o ponto de interrogação para indicar "questões", neste caso - e a referência da grande pergunta seguinte. Assim, cada vez que você quiser ministrar sobre a importância de grandes perguntas, o estudo estará à mão, por encontrar-se em sua Bíblia. 4. Códigos para temas importantes. De vez em quando, Deus nos impressiona com um tema recorrente e de grande importância em toda a Bíblia. Podemos usar a primeira letra da palavra-chave ou criar um símbolo para representar esta ideia. Com uma caneta vermelha pode-se colocar estes sinais na margem da página em que qualquer versículo com esse assunto estiver presente. Ao longo dos anos, sua Bíblia estará marcada com estes tipos de código: » A = Alegria » C = Cura ou poder divino » D = Discípulo » E = Ensinável (especialmente em Provérbios) » Em = Emoções (para crescer em nossa inteligência emocional) » M = Mulher (é fascinante como Deus trata as mulheres e age por meio delas) » O = Oração » R = Ressurreição (especialmente no NT) @ = coloque um círculo em volta de cada ponto de interrogação, para facilitar a identificação imediata de per­ guntas do texto bíblico em qualquer passagem (isso o ajudará a ser mestre em fazer boas perguntas, a ver como elas são usadas na Bíblia e a entender o impacto delas). ^ = o Espírito Santo 0 “= a importância dos lares e como Deus trabalha neles, e não apenas nos templos e grandes encontros ^ = Reino de Deus Ç ? = ressalta o amor e a importância dele 5. Um encontro divino em equipe. Em um momento especial, sua equipe ministerial ou grupo pastoral (célula) poderia ficar em silêncio para ouvir Deus por meio de versículos que ele indicar para cada um. Em sua Bíblia, ao lado de cada um desses versículos, você pode colocar o nome da equipe e a data, seguidos pelo nome do com­ panheiro de equipe que estiver do seu lado e pela referência bíblica dele, e assim sucessivamente, para todos os membros do grupo. Dessa forma, cada vez que você encontrar um desses versículos, você se lembrará desse momento especial. Além disso, você também pode se aprofundar em todos os versículos registrados no aniver­ sário desse momento ou em algum encontro da equipe, quando valeria a pena renovar o que Deus fez ou falou. 6. Datas de seu diário espiritual. Ao introduzir o conceito de uma Bíblia autobiográfica, comentamos duas fer­ ramentas que expressam profundamente o relacionamento especial de cada filho(a) com o Pai. A primeira é a Bíblia autobiográfica; a segunda é um diário espiritual em que se pode anotar o que Deus fala para você, e o que você fala para ele. Esse registro pode incluir crachás de eventos importantes, cartões ou bilhetes com men­ sagens especiais, fotos e outras lembranças de momentos importantes. Quando você meditar ou quando Deus falar profundamente numa passagem, você poderá escrever na margem de sua Bíblia autobiográfica a data e "Diário espiritual" (ou de forma abreviada: DE). Você sabia que a maior parte da Bíblia é biográfica e inspiradora? Agora é a sua vez: acrescente uma biografia às que se encontram na Bíblia: a sua Uma Bíblia autobiográfica vale por cem, mesmo que as outras tenham maravilhosos estudos sobre todo e qualquer tema que você possa imaginar. Você pode chegar a ter dez ou vinte Bíblias em diversas versões e sobre vários temas, mas terá apenas uma que é autobiográfica, toda sua!
  • 10. Introdução viii 3 . U M A B ÍB L IA PA R A P E Q U E N O S G R U P O S 0 discipulado acontece principalmente em encontros individuais e em pequenos grupos. Nos Evangelhos, há o dis- cipulado praticado pelo Discipulador Mestre, Jesus Cristo. Para a nossa surpresa, o Espírito Santo optou por destacar o discipulado em um pequeno grupo. Dificilmente encontramos uma indicação de um encontro individual de Jesus com um discípulo. Uma exceção poderia ser com Pedro após a ressurreição. Tudo indica que esse nem foi um encontro de discipulado tanto quanto um momento de restauração de alguém que não se achava mais digno de ser chamado discípulo. Segundo o relatório dos Evangelhos, Jesus realmente priorizou o relacionamento em pequenos grupos. Muitos não crentes, e até um número crescente de crentes, dizem: "Cristo, sim; a Igreja, não!" O problema é que não conseguem casar o compromisso com o Noivo e o compromisso com sua Noiva. Vivem numa fantasia em que suposta- mente andam de mãos dadas com o Noivo ao mesmo tempo em que repudiam a Noiva. Criam um "Noivo" segundo a sua própria imagem, em vez de serem transformados à imagem dele. É impossível andar de mãos dadas com o Noivo sem também andar da mesma forma com a Noiva. Semelhantemente, é impossível andar bem com Deus sem também andar bem com o nosso cônjuge. Alguns crentes dizem: "Cristo, sim; a Igreja, sim; mas grupos familiares ou células, não." Essas pessoas não entendem que o coração da Igreja se expressa em relacionamentos comprometidos e saudáveis. Às vezes dizem que sua personali­ dade não se encaixa bem com pequenos grupos. Se fossem mais honestos ou se entendessem melhor a si mesmos, reco­ nheceriam que não é uma questão de personalidade - o problema são as feridas não resolvidas e a imaturidade, que nos levam a manter distância de algumas pessoas. A Igreja é um organismo, um Corpo vivo, uma rede de relacionamentos, não uma organização ou culto, nem muito menos um prédio. A única forma de realmente andar com relacionamentos comprometidos e saudáveis é por meio de pe­ quenos grupos. De novo, membros assíduos e até pessoas muito envolvidas na igreja mas que se recusam a caminhar em amor com um pequeno grupo específico, eles estão vivendo uma fantasia se pensam que estão dedicadas à igreja, à Noiva. Jesus falou que as pessoas reconheceriam que nós somos seus discípulospor meio do nosso amor. Falou que toda a Lei e os Profetas dependem de dois mandamentos: amar a Deus e amar uns aos outros. Paulo disse que, sem amor, tudo que fa­ zemos não vale nada. Precisamos entender que, no ponto em que a Bíblia fala de amor, podemos e devemos colocar a pala­ vra "relacionamentos". Nas áreas em que não temos relacionamentos profundos e significativos, não existe verdadeiro amor. Com esse entendimento, esboçamos os seguintes cursos: 1. Discipulado: os alicerces na formação de discípulos. 2. Relacionamentos: o estilo de vida de um verdadeiro discípulo. 3. Casamento: o discipulado mais íntimo e profundo na terra. 4. Equipes de alto rendimento: a base de ministério e missão de um discípulo e discipulador. 5. Restauração: relação consigo mesmo - saúde emocional - ; o discipulado ou santificação de nossas emoções. 6. Personagens bíblicos: modelos de discipulado. 7. Caráter: o perfil de um verdadeiro discípulo. Esta edição da Bíblia de Estudo do Discipulado conta, especificamente, com um curso: Discipulado. Esse curso tem oito módulos. Cada módulo tem oito estudos. Ou seja, o curso tem 64 estudos divididos em oito módulos. Para o sumário dos módulos e seus estudos, confira a p. XIV. Os estudos são bem simples. O propósito não é repassar conteúdo, e sim a vida. Não queremos uma discussão teo­ lógica nem um maravilhoso estudo da Bíblia de forma conceituai. Queremos o compartilhar da vida das pessoas intera­ gindo com o assunto. Para o discípulo, o estudo e a aprendizagem da Bíblia leva a obedecer ao que Deus ordenou (Mt 28.20), praticando ou vivenciando as verdades nas Escrituras (2Tm 3.16-17). A sã doutrina é um estilo de vida (Tt 2.1-15). Opapel do líder não é expor o texto ou ensinar. Seu papel é facilitar a participação de todos, sendo sensível ao mover do Espírito para deixar que o próprio Espírito acabe ensinando o grupo no decorrer da participação de cada um. Assim, todos, e especialmente o líder, devem procurar ouvir Deus ao se prepararem para o encontro, atentos ao que o Senhor disser. Os estudos podem ser feitos individualmente, sem que haja uma reunião em pequeno grupo. Mas o ideal é viven- ciar uma expressão de discipulado em pequeno grupo. Nesse caso, cada pessoa responde às perguntas do estudo individualmente antes de se encontrar em grupo para compartilhar e ouvir dos outros sobre suas respostas. A maioria dos estudos tem cinco perguntas simples, com uma estrutura como esta: • Abertura: uma pergunta para abrir o assunto, geralmente relacionada à vida da pessoa. • Aprofundamento: três perguntas para aprofundar o estudo do texto bíblico. • Aplicação: uma pergunta para aplicar o que foi aprendido. Se o grupo tiver mais do que cinco pessoas, o ideal é que se divida nos últimos 20 minutos em grupos menores, de três a quatro pessoas, para todos compartilharem
  • 11. aplicações e orarem juntos. Na medida em que esses grupos se consolidam como grupos-padrão, é possível aprofundar a confiança e o nível de relacionamento comprometido e saudável. Após o estudo, você encontrará algumas passagens opcionais para se aprofundar no assunto; isso é seguido por uma breve meditação para aumentar o entendimento desse assunto. O enfoque dessas meditações é mais prático, não tanto inspirado ou teológico. Sozinho; nõo! É impossível alcançar, sozinho, a plenitude da estatura de Cristo. Paulo fala que este crescimento acon­ tece para que "todos cheguemos à unidade da fé" (Ef 4.13). Nada melhor para isso do que ser parte de um grupo que vi­ venda a vida da Igreja Primitiva como em At 2.42-47, encontrando-se nas casas em pequenos grupos, sendo e formando verdadeiros discípulos de Jesus Cristo. Dicas para líderes de pequenos grupos 1. Expectativas: ao iniciar um módulo, peça que as pessoas respondam de forma escrita a esta pergunta: "Qual é a sua expectativa ao iniciar este módulo?" No final do módulo, volte a essas expectativas para que as pessoas possam compartilhar seu progresso. 2. Compromisso: o grupo deve definir se quer caminhar de forma mais leve, apenas respondendo às perguntas na hora, ou de forma mais profunda, cada um se esforçando para responder de antemão e trazer suas respostas escritas para o encontro. 3. As partes principais: se a reunião tiver duração de uma hora, o tempo poderia ser dividido em três partes; por exem­ plo: 20 minutos para abertura; 20 minutos para aprofundamento do estudo e 20 minutos para subgrupos de aplicação, oração, apoio e prestação de contas. Numa reunião de uma hora e meia, poderia haver 30 minutos para cada parte. 4. Relacionamentos: lembre-se de que a prioridade em um grupo familiar ou grupo de discipulado é o relaciona­ mento. À luz disso, o estudo sempre é secundário às pessoas abrirem seus corações e à última pergunta de aplicação. 5. Papel principal: estimular a participação de todos. Normalmente não deve ensinar nem trazer uma reflexão ou palavra especial. Pode haver exceções, segundo o mover do Espírito. 6. Dinâmica: normalmente três ou quatro pessoas podem responder a cada pergunta; não peça para cada pessoa responder. Afirme de forma breve e sucinta o valor das perspectivas e comentários. 7. Participação: ao passar para uma nova pergunta, convide alguém que não respondeu à pergunta anterior, estimu­ lando a participação de todos. Algumas vezes, pode-se pedir que as mulheres respondam; outras vezes, os homens. Ou os mais jovens, ou mais velhos, sempre incentivando a participação. 8. Controle do tempo: antes de iniciar um estudo, escolha uma pergunta que possa até pular, caso seja necessário, sempre priorizando a última pergunta de aplicação. 9. Subgrupos: normalmente o grupo é dividido em subgrupos para responderem a última pergunta, compartilha­ rem suas vidas e orarem juntos. 10. Discipulado: se o grupo quer caminhar como grupo de discipulado, o líder focalizará um discipulado dos líderes de subgrupos, e eles farão o mesmo com os membros de seus subgrupos. O foco será o apoio e crescimento inten­ cional. O líder terá encontros extras com os líderes dos subgrupos, conforme a disponibilidade e o desejo de todos. 11. Interpretação da Bíblia: os estudos focalizam a prática e os relacionamentos. Mesmo assim, você também tem de entender algumas regras básicas de interpretação da Bíblia. Isso ajuda a não deixar que o grupo se perca com ideias erra­ das. Para esse fim, ao final desta Introdução, você encontrará uma lista simples de 24 princípios de interpretação da Bíblia. 4 . U M A B ÍB L IA T E M Á T IC A Os temas desta Bíblia de Estudo do Discipulado se expressam de cinco formas: • A primeira são os sete macrotemas trabalhados nos cursos indicados acima. • A segunda é a introdução de cada livro. Cada uma enfoca um tema-chave para discípulos e discipuladores. Esses temas destacam como podemos viver em relacionamentos que reflitam o caráter e o amor de Deus. Nós nos perguntamos: "O que este livro da Bíblia fala de forma toda especial para um discípulo ou um discipulador?" Isso levou a um total de 64 temas, um para cada livro, com a exceção de 2 e 3João, que foram reunidos no tema "A arte de direção espiritual". • A terceira expressão temática é o índice de assuntos, ao final da Bíblia. Esse índice inclui cada um dos 64 temas do curso e dos seus subtemas, assim como os temas das introduções a cada livro. Além disso, acrescenta mais de mil temas desenvolvidos de forma significativa nas notas de rodapé em cada capítulo da Bíblia, muitas vezes indicando subtemas relacionados a eles. Finalmente, palavras ou frases-chaves na Bíblia toda têm notas indi­ cando em que parte você pode encontrar uma explicação mais profunda desse conceito. ix Introdução
  • 12. Introdução x • A quarta expressão temática se encontra nas notas ao final de cada página. Muitas vezes indicam outras notas, estudos, introduções a livros e textos-chaves em outros lugares. Claro, para se aprofundar em qualquer tema, pode-se consultar o índice de assuntos. • A quinta expressão temática se baseia no livro devocional Tudo para Ele, de Oswald Chambers. Nele, o escri­ tor escreveu, um século atrás, para seminaristas e missionários, principalmente no contexto da índia. Sua viúva tomou suas pregações e seu legado escrito e editou-os no livro Tudo para Ele, que traz uma breve reflexão para cada dia do ano. Com alguma frequência incluímos nesta Bíblia a essência de um ou outro desses devocionais. Todo discípulo realmente quer dar "tudo para ele", e ajudar outros fazerem o mesmo. 5. ENFOQUE PRÁTICO Um enfoque prático está nas entrelinhas de cada página desta Bíblia. Além disso, queremos ressaltar aqui dois grandes desafios práticos. Queremos convidar você a orar sobre sua possível participação num movimento de pessoas que se en­ tregam a um "Pacto de Timóteo". Em segundo lugar, queremos convidar os pastores e as pastoras, de forma especial, a se entregarem a uma vida acompanhada: o pastoreio de pastores. Deixe-nos comentar ambos os convites em mais detalhe. Pacto de Timóteo A Igreja evangélica tem e terá uma tendência crescente de caminhar para o nominalismo. Mais e mais países têm o mesmo número de ex-evangélicos do que de evangélicos. Muitos membros das igrejas evangélicas sabem o que é ser crente, mas não sabem o que é ser discípulo de Jesus. A Igreja ao redor do mundo precisa de um avivamento de pessoas entregues a Deus, acima de tudo, com dedica­ ção parecida à da Igreja Primitiva descrita em At 2.42-47. Os cristãos precisam caracterizar-se por serem discípulos e discipuladores. A Primeira e a Segunda Carta de Paulo a Timóteo oferecem uma base sólida para essa visão. Timóteo, com seu discipulador Paulo, é um modelo que nos ajuda a nos tornarmos mais como Jesus (ICo 11.1). Os três compromissos do Pacto são simples para que possam ser focalizados e profundos: 1. Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor. 2. Manter a pureza sexual. 3. Viver uma vida simples. Brevemente, os compromissos envolvem: • Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor: relacionar-se regularmente de maneira comprometida e intencional como um discípulo/mentoreado e também um discipulador/mentor para outros. • Manter pureza sexual: manter um alto nível de pureza sexual, seja solteiro ou casado. Evitar toda forma de pornografia, adultério físico e emocional. Se for casado, manter-se fiel ao seu cônjuge em todos os sentidos. Re­ conhecer áreas vulneráveis, tomar medidas objetivas e rigorosas de proteção e prestação de contas. • Viver uma vida simples: dedicar-se a uma vida não corrida nem complicada, que dispõe de tempo e flexibilidade para desfrutar e estender o Reino de Deus, livre de escravidão ao ativismo ou ao materialismo. Seu foco é Deus (Mt 6.33); busque liberdade financeira e boa administração do seu tempo, dos seus relacionamentos e de tudo que Deus lhe tem dado. Cada membro define os detalhes desses três compromissos para si mesmo. Seu alinhamento com eles é confirmado por seu discipulador ou mentor. O compromisso é de um ano, com a intenção de renovar-se. O único requisito é que o discipulador/mentor avalie as três áreas junto com o mentoreado a cada seis meses e dê o seu aval na renovação anual. O movimento crescerá lentamente, uma pessoa de cada vez, mas poderá chegar a estender-se a todas as ex­ pressões da Igreja de Jesus Cristo. Será composto de indivíduos sem vínculo com uma organização ou instituição específica. Se uma denominação ou organização levantar esta bandeira, a filiação continuará sendo individual e não institucional. Ao mesmo tempo, é possível que se desenvolvam "capítulos" do Pacto em igrejas ou denominações, em cidades ou organizações, especialmente aquelas que trabalham com a nova geração. O perfil opcional de um discipulador e do tipo de pessoa que gostaríamos de desenvolver como discípulo poderia incluir: • Compromisso com a santidade, a integridade e um alto conceito de Deus. • Compromisso com uma vida devocional ativa, para ser uma pessoa da Palavra e de oração. • Compromisso com a igreja local. • Compromisso com um grupo pastoral, com acompanhamento e prestação de contas. • Compromisso em criar (nutrir) uma família saudável. • Compromisso com um chamado para uma missão de vida, dentro ou fora da igreja. • Compromisso de expandir o Pacto de Timóteo.
  • 13. XI Introdução Desses sete compromissos, os primeiros dois são com Deus; os três seguintes, com relacionamentos comprometi­ dos e saudáveis numa comunidade cristã; e os dois últimos, com um sentido de missão. Desafiamos cada pastor a se comprometer com o Pacto de Timóteo. Uma vez que se afilia, ele ganha o direito de estender esse pacto para uma pessoa por vez. Normalmente deve começar por sua equipe pastoral. Eles, por sua vez, estenderão a aliança para os líderes em seu círculo de influência. Esses líderes farão o mesmo, chegando assim à igreja toda. Se o Pacto seguir adiante, no tempo de Deus alguns membros entrarão em redes sociais (Facebook, Twitter, blogs, sites etc.) para serem a face pública do movimento. Pacto de Timóteo Eu, Filiação (nome do mentor, discipulador ou líder pastoral), testemunho que________________________________________________________ (nome do mentoreado ou discípulo) compartilhou seu compromisso com as três disciplinas básicas do Pacto de Timóteo: 1. Ser um discípulo/mentoreado e discipulador/mentor. 2. Manter a pureza sexual. 3. Viver uma vida simples. Esta confirmação deve ser avaliada duas vezes por ano e renovada anualmente, sendo válida por um ano a partir desta data. ________________________________________(assinatura do mentoreado ou discípulo) (assinatura do mentor, discipulador ou líder pastoral) Data: / / Pastoreio de pastores Entre os muitos fatores-chaves para a saúde de uma igreja, não existe outro maior que a saúde de seu pastor ou sua pastora. Percebemos que mais e mais líderes estão reconhecen­ do a necessidade de que os pastores caminhem acompanhados, e não solitários. Para ser saudável, o pastor ou a pastora (P) necessita fazer parte de três grupos, como ilustrado na imagem a seguir: Pastoreio de pastores (PdeP), Cônjuge e filhos (C&F) e Equipe pastoral (EP). A pessoa-chave na igreja para levantar um movimento de discipulado é o pastor ou a pastora. Ao mesmo tempo, se ele ou ela não experimentar discipulado, mentoria ou pas­ toreado, terá dificuldade em dar o que não está recebendo. Por essa razão, o pastoreio de pastores é uma parte fundamental da visão desta Bíblia. Deus está levantando movimentos de pastoreio de pastores em muitas denominações, cidades e países. No Brasil isso se expressa especialmente na Aliança Brasileira de Pastoreio de Pastores, um braço da Aliança Evangélica Bra­ sileira. Em nível mundial, a Aliança Evangélica Mundial tem um ministério para servir aos seus 129 países-membros quanto ao pastoreio de pastores. A visão desse ministério é que as alianças nacionais de evangélicos possam ajudar denominações, organizações e movimentos que trabalham com pastores a desenvolverem redes de pastoreio de pastores, nas quais cada pastor e cada cônjuge possam experimentar cuidado pastoral e liderança saudável, e assim multiplicarem o mesmo em suas igrejas. Esse grupo de trabalho da Aliança Evangélica Mundial elaborou as seguintes perguntas e afirmações mais comuns na área de pastoreio de pastores: 1. Por que o pastoreio de pastores (PdeP) é tão importante? • Por que muitos pastores estão desanimados e deixando o ministério? • Por que o casamento e os filhos de muitos pastores estão enfrentando dificuldades? • Por que, ao dar sem receber, o pastor lidera de forma disfuncional e entra em esgotamento? • Por que os efeitos colaterais das feridas dos pastores têm consequências multiplicativas ruins? • Por que um pastor saudável é a chave para uma igreja saudável? • Por que um pastor que é pastoreado cresce, tendo apoio real e prestação de contas? • Por que líderes pastorais precisam receber cuidado para serem eficazes no ministério?
  • 14. Introdução xii 2. Se é tão importante, por que isso é tão negligenciado? • Por que os pastores não aplicam uma visão bíblica e prática do discipulado a suas próprias vidas? • Existem relativamente poucos bons modelos e líderes articuladores demonstrando o PdeP. • As denominações tendem a focalizar a unidade organizacional, não relacional nem orgânica. • Mais e mais igrejas independentes estão surgindo sem conexões com outras igrejas. • Eventos e programas predominam, pois relacionamentos são difíceis de manter. • Valorizam-se desempenho e resultados mais do que processos, crescimento pessoal e relações. 3 .0 que é o pastoreio de pastores? - Algumas definições • Pastoreio de pastores é o apoio a pastores e cônjuges, dando-lhes cobertura espiritual e ajudando-os a crescer pessoal e ministerialmente. Isso normalmente ocorre por meio de pequenos grupos que andam juntos regular­ mente, proporcionando apoio e cuidado mútuo. • Mentoria: normalmente é um encontro um a um no qual uma pessoa intencionalmente ajuda outra a amadure­ cer em Cristo e crescer em sua competência ministerial ou profissional. 4. O que torna o pastoreio de pastores tão difícil (obstáculos e tropeços)? • Desconfiança: medo de transparência e vulnerabilidade gerado por abusos e feridas. • Individualismo: pastores individualistas são marcados por um espírito competitivo e um ministério solitário. • Tirania do urgente: os pastores tendem a cair no ativismo e na sobrecarga; estão sempre sem tempo. • Batalha espiritual: resistência da carne, os valores do mundo e o diabo. • Insegurança: é mais fácil esconder fraquezas do que compartilhá-las e buscar superá-las. • Orgulho: em seu íntimo, muitos pastores realmente creem que não precisam ser pastoreados. 5. Qual é a melhor forma de realizar o pastoreio de pastores (em nível micro)? • Cuidado pastoral pessoal, apoiando em momentos difíceis e no crescimento. • Mentoria para superar problemas, tanto pessoais como ministeriais. • Experimentando Deus e ouvindo o Senhor, nosso Bom Pastor, com outros. • Estudando um assunto, possivelmente um livro, em uma área na qual o grupo quer crescer. 6. Que estratégias seriam mais indicadas (num nível macro)? • De baixo para cima, pequenos grupos de PdeP surgindo e multiplicando-se. • Denominações ou associações de pastores adotando PdeP como uma estratégia básica. • Cada rede precisa de um líder, uma equipe, um projeto e um modelo claro de como fazer PdeP. • Capacitação e habilitação de mentores e facilitadores para grupos de PdeP. Se você é pastor(a), convidamo-lo a se juntar ao movimento de pastoreio de pastores em sua cidade ou denomina­ ção. Se você não é pastor, convidamo-lo a orar quanto ao seu pastor ou pastora fazer isso. Ele ou ela, sendo pastoreado ou discipulado, permitirá a você discipular os líderes da igreja com graça e autenticidade. Dificilmente levantará um mo­ vimento de discipulado em sua igreja se ele ou ela não for parte de um movimento maior, no qual pode experimentar pastoreio ou discipulado em sua própria vida. Resumindo, o que você tem em suas mãos? Uma Bíblia... ... a ser vivenciada; ... com perspectiva de discipulado; ... autobiográfica; ... para pequenos grupos; ... com sabedoria temática; ... com enfoque prático; ... com a visão de um movimento mundial de discipulado. Um verdadeiro tesouro! Que esta Bíblia se torne algo eternamente precioso para você. Que você possa caminhar bem melhor como verdadeiro discípulo por meio dela - e muito mais do que isso, como verdadeiro discipulador. Alguém já falou: "Todos temos uma decisão de livre-arbítrio quanto a sermos ou não discípulos de Jesus Cristo. Mas, uma vez que tomamos essa decisão, não temos mais a escolha de sermos ou não discipuladores. A Grande Comissão não nos deixa com essa opção." Que esta Bíblia possa ajudar você a encontrar a grandeza de se tornar cada vez mais parecido com o seu Mestre Discipulador, e ajudar outros a fazerem o mesmo!
  • 15. XIII Introdução PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA Todo líder de um pequeno grupo, como também todo discípulo de Jesus Cristo, precisa saber como usar bem a Palavra. Walter Henrichsen, em seu livro Princípios de interpretação da Bíblia (Ed. Mundo Cristão, 1980), explica os seguintes princípios de forma simples e clara: A. Princípios gerais 1. Trabalhe partindo do pressuposto de que a Bíblia tem autoridade. 2. A Bíblia é sua intérprete; a própria Bíblia se explica. 3. A fé salvadora e o Espírito Santo são necessários para compreendermos e interpretarmos bem as Escrituras. 4. Interprete a experiência pessoal à luz da Escritura, e não a Escritura à luz da experiência pessoal. 5. Os exemplos bíblicos só têm autoridade quando amparados por uma ordem. 6. O propósito primário da Bíblia é mudar as vidas, e não aumentar o conhecimento. 7. Cada cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar pessoalmente a Palavra de Deus. 8. A história da Igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da Escritura. 9. As promessas de Deus em toda a Bíblia estão disponíveis ao Espírito Santo a favor dos crentes de todas as gerações. B. Princípios gramaticais 10. A Escritura tem somente um sentido e, no geral, deve ser tomada literalmente. (Para exceções, veja os prin­ cípios 14-17.) 11. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor. 12. Interprete a palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto. 13. Interprete a passagem em harmonia com o contexto em que ela está inserida. 14. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição pode ser considerada figurada. 15. Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode ser considerada figurada. 16. As principais partes e figuras de uma parábola representam certas realidades. Considere somente essas principais partes e figuras quando tirar conclusões. 17. Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e histórico, a não ser que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem claramente que certa passagem tem sentido simbólico. O cum­ primento das palavras dos profetas pode ser por etapas, cada qual sendo uma garantia daquilo que há de seguir. C. Princípios históricos 18. Sendo que a Escritura originou-se num contexto histórico específico, ela só pode ser compreendida à luz da história bíblica. 19. Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o Antigo como o Novo Testamento são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade. 20. Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam símbolos de verdades espirituais somente se as Escrituras assim os designarem. D. Princípios teológicos 21. Você precisa compreender gramaticalmente a Bíblia, antes de compreendê-la teologicamente. 22. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica a não ser que resuma e inclua tudo que a Escritura diz sobre ela. 23. Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite ambas como bíblicas, crendo confiantemente que elas se explicarão dentro de uma unidade mais elevada. 24. Um ensinamento simplesmente implícito na Escritura pode ser considerado bíblico quando uma compara­ ção de passagens correlatas o apoia.
  • 16. CURSO DE DISCIPULADO ----------------------------------------------------------------------------------------------------- • Este é o primeiro de sete cursos para pequenos grupos nesta Bíblia. Este curso, assim como todos os outros, tem oito módulos, sendo que cada um deles tem oito estudos, somando 64 estudos em cada curso. Nos oito módulos que seguem, os primeiros cinco foram extraídos da descrição da Igreja Primitiva em At 2.42-47. Os primeiros quatro módulos, aliás, também são títulos de livros de David Kornfield e Josadak Lima publicados por A. D. Santos. Os últimos dois módulos são tratados por Howard e William Hendricks em seu livro Como o ferro afia o ferro. 1.1. DEDICADOS À COMUNHÃO 1. Compartilhando nossos testemunhos - At 22.1-21 2. Compartilhando nossa visão para o futuro - At 2.17-18; Jr 29.4-7,11 3. Os mandamentos recíprocos - IPe 1.22; 3.8; 4.9-10; 5.5,14 4. Comunhão na Igreja Primitiva - Fp 2.1-5; At 2.42-47 5. Comunhão radical: idealismo ou realismo? - 2Co 8.1-5,13-15; At 2.44-45; 4.32-37 6. Respondendo às necessidades uns dos outros - Fp 4.10-19; Tg 5.16 7. Disciplinado como atleta e como discípulo - 1Co 9.24-27; At 2.42 8. Visão e disciplina - At 26.19; 2.42-47 1.2. DEDICADOS À PALAVRA 1. Tornando-nos homens e mulheres da Palavra - At 6.4; SI 1.1-3 2. Famintos e sedentos pela Palavra - Mt 4.4; Dt 8.1-5 3. Estudando a Palavra com resultados - 2Tm 3.16-17 4. Vivendo a Palavra com integridade - Tg 1.22-25; Lc 6.46-49 5. Compartilhando a Palavra como estilo de vida - Cl 3.16; Js 1.8 6. Memorizando e meditando na Palavra - Lc 2.19; S1119.9-11; 1.1-3 7. Semeando a Palavra - Lc 8.4-15 8. Usando a Palavra para mudanças profundas - Hb 4.12-13; Is 55.8-11 1.3. DEDICADOS À ORAÇÃO 1. A oração-modelo: um plano de oração - Mt 6.9-13; SI 23 2. Definindo um tempo e um lugar para orar - Mt 6.5-6; Dn 6.10-14 3. Orando com atitude de adoração - Jo 4.23-24; SI 100.1-5 4. Ouvindo Deus - Jo 5.19-20,30 5. Confessando nossos pecados - Tg 5.16; SI 51 6. Orando com poder - Ef 3.14-21 7. Intercessão: orando por uma pessoa necessitada - lTm 2.1-8; Êx 32.11-14 8. Perseverando em oração - Lc 11.5-13; Gn 18.16-33 1.4. DEDICADOS À VIDA SIMPLES 1. O coração da vida simples - Mt 6.33-34; Mq 6.8 2. Jesus explica a vida simples - Mt 6.19-34 3. Livre de problemas financeiros - Rm 13.8; Mt 6.19-34 4. Entregando-se à sua corrida: livre de pesos - Hb 12.1-2 5. Livre de ativismo - Lc 9.57-62; Jo 15.1-4 6. Administrando bem seu tempo - Cl 4.5-6; Ef 5.14-18 7. Sabendo quando dizer não - Mc 1.35-39 8. Vivendo despreocupado, curtindo a vida - Lc 12.22-34; Fp 4.4-7,11-13
  • 17. XV Curso de Discipulado 1.5. DEDICADOS AO EVANGELISMO PESSOAL 1. Reconhecendo nossas barreiras ao evangelismo - 2Co 5.14-21; Mc 8.34-38 2. Motivação para evangelizarmos - Lc 19.1-10; 15.1-10; Mt 28.18-20 3. Iniciando uma conversa com pessoas não crentes - Mt 9.36-37; At 17.26-27 4. Criando "espaço espiritual" - Jo 4.1-42 5. Compartilhando nossos testemunhos - Ap 2.12-13; 1Pe 3.15-16 6. O valor de boas perguntas - Mc 8.14-21; Tg 1.19 7. Compartilhando o evangelho, parte 1 - Rm 3.23; 5.8; 6.23 8. Compartilhando o evangelho, parte 2 - Ef 2.8-9; Rm 10.9-11 1.6. SELEÇÃO — ESCOLHENDO EM QUEM INVESTIR NOSSA VIDA 1. Cinco processos de seleção que Jesus usou - Lc 6.12-16; Mc 3.13-19 2. Seleção 1: Encontros divinos - Lc 5.1-11; Jo 1.35-51 3. Seleção 2: Padrões divinos - Mc 1.16-18,35-39 4. Seleção 3: Oração - Lc 6.12-16; lSm 16.6-7 5. Seleção 4: Quem responde a sua voz - Jo 10.3-5,16,27; Pv 2.1-6 6. Seleção 5: Altas exigências - Lc 9.23-26 7. Critérios-chave na escolha de discípulos ou meritoreados - Mt 10.1-16 8. Critérios-chave na escolha de um discipulador ou mentor - At 11.19-26; 2Sm 15.32-37; 16.23; 17.1-16 1.7. COMO SER UM BOM DISCÍPULO OU MENTOREADO 1. Seja um verdadeiro seguidor de Jesus - Mt 16.24-26; ICo 4.15-17 2. Tenha convicção do que você precisa - Tg 1.5-8; IRs 3.3-15 3. As marcas de um discípulo - Mt 5.3-10; Jo 1.35-51 4. Passos para encontrar um mentor ou discipulador - Mc 10.17-31; Jo 1.35-51 5. Seja proativo para com seu discipulador ou mentor - Jo 3.1-15; 2Rs 2.1-18 6. Aproveite os encontros com um discipulador ou mentor - Lc 10.38-42; Pv 3.1-12 7. Estratégias para o crescimento - lTm 4.11-16 8. Invista em seu discipulador ou mentor - Jo 21.15-17 1.8. COMO SER UM BOM DISCIPULADOR OU MENTOR 1. Convicção de fazer discípulos - Mt 28.16-20; Jz 2.8-10 2. Ande com Jesus - 1Co 11.1; At 4.13 3. Seja um discípulo ou mentoreado - Mt 8.5-13; 2Tm 2.1-4 4. Seja transparente - 2Co 3.7-18 5. Faça boas perguntas - Mt 13.9-18; 5.6; Am 8.11 6. Primeiro princípio do discipulado: indo - Jo 17.18-20; Mt 28.18-20 7. Segundo princípio do discipulado: batizando - ICo 12.12-13; Mt 28.18-20 8. Terceiro princípio do discipulado: ensinando a obedecer - Mt 7.21-27; 28.18-20
  • 18. Mateus O discípulo: entregue ao Rei e ao Reino ----------------------------------------------------------------• E m Mateus, a eternidade invade o tempo e o céu adentra a terra. O Filho do Rei entra no reino das trevas de forma silenciosa, misteriosa, quase invisível. Ele planta seu Reino como uma semente de mostarda. Para quem entende e recebe o Rei e o seu Reino, eles se tornam o norte de sua vida. Vivemos um tempo em que muitos experimentam uma crise de identidade. Nós, cristãos, por exemplo, entende­ mos o que é ser cristão ou crente, mas não entendemos o que é ser discípulo. A palavra “cristão” aparece no Novo Tes­ tamento três vezes (At 11.26; 26.28; IPe 4.16), principalmente usada pelos não crentes para descrever os discípulos. Já a palavra “discípulo” aparece por volta de 290 vezes. O que isso evidencia? Estamos em crise? Quando pregamos a respeito de Jesus, falamos mais dele como Solvodor ou como Senhor? O primeiro destaca o que recebemos dele, ou seja, os benefícios, a salvação; o segundo ressalta o que entregamos a ele, ou seja, os direitos e a soberania sobre nós. A palavra “Salvador” aparece no Novo Testamento em referência a Jesus por volta de 25 vezes. Já a palavra “Senhor” em relação a Jesus aparece mais de 700 vezes. Estamos em crise? Nos Evangelhos, a palavra “igreja” aparece em dois versículos (Mt 16.18; 18.17). A palavra “reino” em relação ao Reino de Deus, ou ao Reino dos Céus, aparece 120 vezes. Qual é a nossa ênfase hoje? Se não estamos em crise, deveríamos estar. Qual é o evangelho que temos pregado? O evangelho do Reino (Mt 4.23; 9.35)? Será que o crente morno e fraco que vemos tanto em nossas igrejas tem a ver com o tipo de semente que plantamos? Considere esta definição: o Reino de Deus é a esfera crescente e vivificante na qual o governo de Cristo é re­ conhecido, obedecido, procurado e desfrutado. Assim como a nossa salvação, ele é passado, presente e futuro. O Reino é de Deus! Eu não tenho de criar um reino próprio. Ele cresce de forma irresistível, como uma semente de mostarda ou o fermento que enche a massa toda. Ministra vida abundante a todos que entram nele ou chegam perto dele. É um governo absoluto - uma teocracia, não uma democracia. Ao mesmo tempo, o Rei não impõe sua vontade; ele aguarda que a sua autoridade seja reconhecida. Mas não é suficiente reconhecer sua autoridade. Os próprios demónios fazem isso. Precisamos obedecer-lhe e ser verdadeiros discípulos, que vivem a realidade de seu senhorio em todas as dimensões da vida. Mas ser obedientes também não é suficiente. Os anjos também são obedientes. Deus quer mais de nós. Ele quer que nós o procuremos - ele e o seu Reino, desejando-o, ansiando por ele, tendo fome e sede dele. Finalmente, ele não quer que sejamos apenas servos ou pessoas sob seu domí­ nio, mas sim filhos do Rei, que realmente desfrutam do seu Reino. Esse é o propósito do homem: glorificar a Deus e deleitar-se nele para a eternidade! Para uma reflexão maior sobre o Reino, cf. o cap. 3 do livro O líder que brilha, de David Kornfield. T e x t o -c h a v e Busquem, pois, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a suajustiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas. (Mt 6.33) Busquem. Tudo aquilo que realmente buscarmos, acharemos (Mt 6.7-12). em primeiro lugar. Todo o demais nem se compara com a importância do que vem primeiro. Absorve a nossa vida, é o nosso norte, a nossa alegria, a razão da nossa existência. Está no cerne do nosso ser e penetra todas as esferas ao nosso redor, o Reino de Deus. Trata-se de sua soberania, seu governo e seu senhorio (cf. definição acima), e o sua justiça. Aqui se fala de justiça interna (o caráter de Deus) e externa (relacionamentos vividos de forma justa, ou seja, relações comprometidas e saudáveis), e todas estas coisas. Todas as nossas necessidades (vs. 25-32; cf. Fp 4.11-13,19). lhes serõo acrescentadas. A generosidade de Deus é tão grande que trans­ borda nossa vida, nos tornando igualmente generosos (Lc 6.38), capazes de atrair e motivar outros a dar glória a Deus (Mt 5.13-16).
  • 19. Mateus 1 2 A genealogia de Jesus Cristo Lc 3.23-38 1 Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi,0 filho de Abraão.0 2Abraão gerou Isaque; Isaque gerou Jacó; Jacó ge­ rou Judá e os seus irmãos; 3Judá gerou Perez e Zera, cuja mãe foi Tamar; Perez gerou Esrom; Esrom gerou Arão; 4Arão gerou Aminadabe; Aminadabe gerou Naassom; Naassom gerou Salmom; 5Salmom gerou Boaz, cuja mãe foi Raabe; Boaz gerou Obede, cuja mãe foi Rute;c e Obede gerou Jessé; 6Jessé gerou o rei Davi; e o rei Davi gerou Salomão, cuja mãe foi aque­ la que tinha sido mulher de U rias/ 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Uzias; 9Uzias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Eze- quias; lOEzequias gerou Manassés; Manassés gerou Amom; Amom gerou Josias; UJosias gerou Jeconias e os seus irmãos, no tempo do exílio6 na Babilónia. 12Depois do exílio na Babilónia, Jeconias gerou Sa- latiel; e Salatiel gerou Zorobabel; l3Zorobabel gerou Abiúde; Abiúde gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; l4Azor gerou Sadoque; Sadoque gerou Aquim; Aquim *1.1 Jo 7.42; Rm 1.3 &GI3.16 <1.5 Rt 4.13 <*1.62Sm 12.24 <1.11 2Rs 24.14-15; 2Cr 36.10; Jr 27.20 ^1.18 Lc 1.27 ^Lc 1.35 M.21 Lc 1.31 gerou Eliúde; 15 Eliúde gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16E Jacó gerou José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo. 17 Assim, todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze; desde Davi até o exílio na Babilónia, catorze gerações; e desde o exílio na Babilónia até Cristo, catorze gerações. O nascimento de Jesus Cristo Lc 2.1-7 18Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Ma­ ria / a sua mãe, tinha casamento contratado com José. Mas, antes de se unirem em casamento, ela se achou grávida pelo Espírito Santo.^ l9José, com quem Maria estava para casar, sendo um homem justo e não que­ rendo envergonhá-la em público, resolveu deixá-la sem que ninguém soubesse. 20Enquanto ele refletia sobre isso, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor, dizendo: — José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21Ela dará à luz um filho e você porá nele o nome^ de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. 22Ora, tudo isto aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta: 1.1 filho de Davi. Um título de realeza, que antevê sua iden­ tidade de rei. 1.3 Tamar. Mulheres normalmente não apareciam nas genea­ logias judaicas. As quatro mulheres mencionadas aqui são ex­ ceção, e recebem ainda maior destaque devido ao fato de as genealogias pularem nomes em diversas gerações para serem mais sucintas. Tamar é a primeira de quatro mulheres contro­ versas que aparecem na linhagem de Jesus. A princípio envol­ vida numa relação incestuosa, é exemplo de como Deus redime completamente a vida das pessoas e as transforma para a sua glória e os seus propósitos. Cada uma das quatro mulheres mencionadas aqui foram, a seu modo, heroínas. 1.5 Raabe. A prostituta (Js 2; aparece no rol de heróis da fé em Hb 11.31; Tg 2.25). Rute. A moabita (Gn 19.36-38). Ambas são integradas à linhagem de Jesus. 1.6 aquela que tinha sido mulher de Urias. Bate-Seba. Ela comete adultério, e seu pecado se torna reconhecido na descri­ ção dela. Mas é amada por Davi e perdoada por Deus com uma graça tão grande que seu filho, Salomão, se torna antecessor de Jesus. 1.12-15 Nomes de pessoas que não eram reis, nem líderes, nem conhecidos. Noto prático: cem anos depois de morrermos, poucas pes­ soas se lembrarão do nosso nome. Mas o que permanecerá ao longo dos séculos e até a eternidade será as pessoas que geramos. Nosso trabalho, nossa produtividade, nossa renda, nossa casa ou nosso carro têm pouco ou nada a ver com o que ficará depois da nossa vida. Nossos filhos - físicos e, especial­ mente, espirituais - serão nossa marca principal na história. E essa marca será passageira se não os ensinarmos a ser discípu­ los e discipuladores, multiplicando-se nas gerações seguintes (2Tm 2.1-2). 1.16 que se chama o Cristo. Literalmente “o ungido” (cf. Lc 4.18-19). E nós, que somos cristãos, somos os ungidos. 1.18 Maria. A quinta mulher na genealogia de Jesus. O tema de sua reputação também surge aqui, devido ao fato de Ma­ ria ter ficado grávida pelo Espírito Santo, mas não ser casada. Francine Rivers escreveu cinco romances fantásticos sobre as cinco mulheres nesta genealogia, ela se achou grávida pelo Espírito Santo. Cf. v. 20. O filho dela era espiritual e eterno, bem como completamente santo. Quando nascemos de novo temos a mesma vida: a de Jesus! 1.19-25 em sonho. Deus usa essa forma de comunicação cinco vezes nesta história (aqui e em 2.12-13,19,22). um anjo do Senhor. Anjos, especialmente Gabriel, foram muito ativos nesta história (2.13,19; Lc 1.11; mais tarde em Mt 4.11). filho de Davi. Linhagem de realeza, afirmando uma identidade es­ pecial. nâo tenha medo. Cf. n. 14.27. Havia muitos motivos para temer neste momento e nos dias, meses e anos que vi­ riam pela frente. Esta palavra do céu deve tê-lo sustentado em múltiplos momentos. José possuía muitas qualidades: era justo, compassivo, nobre, discreto, recebia revelações, tinha fé, era sensível, obediente, corajoso, disciplinado, paciente, possuía autocontrole e liderança espiritual. Enfim, um verda­ deiro homem de Deus, que amava Maria, Jesus, seus outros filhos e o Senhor. 1.22 para se cumprir. Repetido várias vezes em Mateus (cf. 2.15,23; 3.15; 4.14; 5.17; 8.17; 12.17; 13.14,35; 21.4; 27.9). Todo o Antigo Testamento é cumprido na vinda de Jesus. Na verdade, a história toda e a nossa própria vida são cumpridas nele. A ci-
  • 20. 3 MATEUS 1 — 2 23 "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel."7 (Emanuel significa: "Deus conosco") 24Quando José despertou do sono, fez como o anjo do Senhor lhe havia ordenado e recebeu Maria por es­ posa. 25Porém não teve relações com ela enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome7de Jesus. A visita dos magos 2 Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes,0 eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. 2E perguntavam: — Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. 3Ao ouvir isso, o rei Herodes ficou alarmado, e, com ele, toda a Jerusalém. 4Então Herodes convocou todos os principais sacerdotes e escribas do povo e lhes perguntou onde o Cristo deveria nascer. 5Eles responderam: — Em Belém da Judeia,0 porque assim está escrito por meio do profeta: 6 "E você, Belém, terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais de Judá; porque de você sairá o Guia que apascentará o meu povo, Israel."c 7Com isto, Herodes, tendo chamado os magos para uma reunião secreta, perguntou-lhes sobre o tempo exato em que a estrela tinha aparecido. 8E, enviando- -os a Belém, disse-lhes: — Vão e busquem informações precisas a respeito do menino; e, quando o tiverem encontrado, avisem- -me, para eu também ir adorá-lo. 9 Depois de ouvirem o rei, os magos partiram; e eis que a estrela que viram no Oriente ia adiante de­ les, até que, chegando, parou sobre onde o menino estava. 10E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. 11Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adora­ ram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. 12E, tendo sido avisados por Deus em sonho para não voltarem à presença de Herodes, os magos se­ guiram por outro caminho para a sua terra. '1.23 Is 7.14 >1.25 Lc 2.21 "2.1 Lc 2.4-7 ^2.5 Jo 7.42 <2.6 Mq 5.2 tação de Is 7.14 no próximo versículo é a primeira de pelo menos 47 que Mateus faz do Antigo Testamento, mostrando o poder da profecia, a integração da Bíblia como um todo e a mão sobre­ natural de Deus sobre Jesus. 1.23 “Eis que a virgem conceberá... será chamado pelo nome de Emanuel.” (Emanuel significa: “Deus conosco”.) O milagre mil vezes maior que uma virgem ficar grávida foi Deus decidir assumir a identidade humana. O fato de ele passar a viver den­ tro de nós (Jo 1.12-13) e nos acompanhar de forma sobrenatural como discipuladores (Mt 28.20) ganha uma dimensão nunca antes imaginada. 1.24 Quando José despertou do sono. Parecido, em certo sentido, a Adão despertar de seu sono e ver Eva. 2.1-7 Tendo Jesus nascido. Esta história, em certo sentido, resume as duas maiores viagens da eternidade: a viagem de Deus para estar conosco e a nossa viagem (simbolizada pelos homens do Oriente) para estar com ele. uns magos do Oriente. Representam os gentios, pessoas de fora do povo de Deus, mas com o coração voltado para ele. Precisamos respeitar pessoas de outras culturas e religiões que buscam Deus com sinceri­ dade. perguntavam... perguntou... perguntou-lhes. Para quem tinha ouvidos para ouvir, a chegada do Rei não passou despercebida. Os magos tinham perguntas. O rei Herodes, tam­ bém. A chave quanto ao valor das perguntas é a motivação por trás delas (cf. n. 13.53-57). 2.2 vimos... e viemos. Em certo sentido, estes homens foram os primeiros discípulos de Jesus. Eles foram marcados pela obe­ diência, assim como José (1.20,22) e Maria (Lc 1.26-38). vimos a sua estrela. Eles sabiam discernir a ação de Deus na natu­ reza e nas circunstâncias, viemos para adorá-lo. Uma viagem com propósito! 2.4 principais sacerdotes e escribas. Eles sabiam as respos­ tas bíblicas para o questionamento do rei, mas nenhum deles foi a Belém (a oito quilómetros de distância). Conhecimento sem fé e obediência é morto e traz morte. 2.6 E você, Belém, terra de Judá. Belém teve um destino his­ tórico, profético e marcante. E a sua cidade? E a sua vida? Olhe para a sua história, a sua personalidade e o seu caráter. Olhe para os seus líderes seculares e espirituais e os sonhos deles. Você vê um destino marcante? o Guia que apascentará o meu povo. Guia, líder ou governador. Previu-se um grande líder, um rei que teria o estilo de pastor (Is 40.10-11; Ez 34.23-24). Nota prática: esse é o tipo de líder de que a igreja precisa hoje, aquele que sabe variar seu estilo de liderança entre forte (governador) ou facilitador (pastoral) segundo a maturidade e as habilidades de seus seguidores, bem como segundo as cir­ cunstâncias. 2.7 Herodes... perguntou-lhes. Reis, presidentes e líderes que não seguem a estrela fracassam no que é mais importante: en­ contrar Jesus e ajudar outros a fazerem o mesmo. 2.10 alegraram-se com grande e intenso júbilo. O Reino de Deus se caracteriza pela alegria (Rm 14.17). Eles se alegraram por discernir o kairós no qual viviam. Eram as pessoas certas no lugar certo, pelas razões certas. Sempre que isso acontece, brota alegria e um sentido de estar vivendo o chamado para o qual fomos criados. Sobre “chamado”, cf. n. 1Co 15.10. 2.11 Pessoas sábias procuram a Deus. Os verbos neste versí­ culo marcam pessoas realmente sábias, entregaram-lhe suas
  • 21. Mateus 2 — 3 4 A fuga para o Egito 13Depois que os magos foram embora, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: — Levante-se, tome o menino e a mãe dele e fuja para o Egito. Fique por lá até que eu avise você; por­ que Herodes há de procurar o menino para matá-lo. 14 Levantando-se José, tomou de noite o menino e a mãe dele e partiu para o Egito, 15onde ficou até a morte de Herodes. Isso aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito pelo Senhor, por meio do profeta: "Do Egito chamei o meu Filho."d A matança das crianças l6Vendo-se iludido pelos magos, Herodes ficou muito furioso e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme as informações que havia rece­ bido dos magos a respeito do tempo em que a estrela havia aparecido. 17Então se cumpriu o que tinha sido dito por meio do profeta Jeremias: 18 "Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque eles já não existem."e A volta do Egito 19Depois da morte de Herodes, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: 20— Levante-se, tome o menino e a mãe dele e vá para a terra de Israel, porque os que queriam matar o menino já morreram. <*2.15 Os 11.1 *2.18 Jr 31.15 *2.23 Is 11.1, no hebraico. <*3.2M t4.17;Mc 1.15 *>Dn2.44 <^3.3 Is40.3 <*3.42Rs1.8 *Lv 11.22 *3.7 Mt 23.33 03.9 Jo 8.33 fi3.10Mt7.19 21 Levantando-se José, tomou o menino e a mãe dele e voltou para a terra de Israel. 22Porém, ouvindo que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. E, tendo sido avi­ sado por Deus em sonho, José foi para a região da Galileia. 23 E foi morar numa cidade chamada Nazaré, para se cumprir o que havia sido dito por meio dos profetas: "Ele será chamado Nazareno A pregação de João Batista Mc 1.1-8; Lc 3.1-9,15-17; Jo 1.19-28 3 Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia. 2Ele dizia: — Arrependam-se,a porque está próximo o Reino dos Céus.0 3 Pois é a João que se refere o que foi dito por meio do profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem as suas veredas."c 4João usava uma roupa^ feita de pelos de camelo e um cinto de couro. O seu alimento eram gafanhotose e mel silvestre. 5Então os moradores de Jerusalém, de toda a Judeia e de toda a região em volta do Jordão iam até onde ele estava. 6E, confessando os seus pe­ cados, eram batizados por ele no rio Jordão. 7Quando João viu que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: — Raça de víboras!^ Quem deu a entender que vo­ cês podem fugir da ira que está por vir? 8Produzam, pois, fruto digno de arrependimento. 9E não pen­ sem que podem dizer uns aos outros: "Temos por pai Abraão",^ porque eu afirmo a vocês que Deus pode fa­ zer com que destas pedras surjam filhos a Abraão. 10E também o machado já está posto à raiz das árvores; toda árvore,^ pois, que não produz bom fruto é cor- ofertas. Se tivesse de ofertar algo que não fosse dinheiro, o que você daria para Jesus? 2.13-14 Os comandos do anjo e a obediência imediata de José revelam o estilo de vida de José (cf. também 1.24; 2.20-21). Que seja assim para nós! Quando ouvimos Deus e lhe obedecemos, nós crescemos e a vida brota em nós. Quando ouvimos e não lhe obedecemos, algo morre dentro de nós. 2.16 Herodes ficou muito furioso. O coração de Herodes, to­ talmente egocêntrico, absorvido em si mesmo, perdura ao lon­ go dos séculos e vive ainda hoje em cada pessoa abusadora, manipuladora e controladora. Apenas o coração de Jesus nos resgata de tudo isso. Somos chamados a viver com o coração de Jesus em um mundo onde há muitas pessoas com o coração de Herodes. 2.22 teve medo de ir para lá. Existe medo saudável. 3.2 Arrependam-se. Cf. vs. 8,11; 4.17. Mude sua vida (cf. 2Cr 7.14; Is 55.7; Tg 4.6-10). Arrependimento é bem dife­ rente de remorso. Inclui estes aspectos: (1) deixar o pecado e o egocentrismo para trás; (2) voltar para Deus, seus caminhos e seu Reino; (3) trocar os caminhos e os valores do mundo pelos de Deus com frutos de arrependimento; e (4) restaurar a san­ tidade e a habilidade de ouvir Deus e andar em seus propósi­ tos. Arrependimento é a porta de entrada para o Reino (4.23; Mc 6.1; At 2.38; 17.30), uma porta pela qual se deve entrar continuamente (2Co 7.10; Ap 2.5,16,22; 3.3,19). Cf. n. Ap 2.5. porque está próximo o Reino dos Céus. Mateus fala desse Reino aproximadamente 50 vezes em seu Evangelho. Cf. Intro. 3.7 fariseus e saduceus. Conservadores e liberais. Raça de víboras! João mostrou o dom de discernimento ao sondar o co­ ração dos líderes religiosos juntamente com seu dom profético. Nada diplomático, confrontou-os com todas as letras. Jesus faz o mesmo em Mt 12.34; 23.33, também chamando-os de serpen­ tes e raça de víboras. 3.8fruto digno de arrependimento. Restituição. Cf. ilustrações em Lc 3.10-14, bem como a meditação. Sem esse fruto nosso fim é terrível (v. 10).
  • 22. 5 MATEUS 3 — 4 tada e lançada no fogo.z11Eu batizo vocês com1 água, para2 arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, do qual não sou dig­ no de carregar as sandálias. Ele os batizará com2 o Es­ pírito Santo e com2 fogo. 12Ele tem a pá em suas mãos e limpará completamente a sua eira;4 recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha num fogo que nunca se apaga. O batismo de Jesus Mc 1.9-11; Lc 3.21-22 13Por esse tempo, Jesus foi da Galileia para o rio Jordão, a fim de que João o batizasse. l4João, porém, quis convencê-lo a mudar de ideia, dizendo: — Eu é que preciso ser batizado por você, e, no en­ tanto, é você que vem a mim? 15Mas Jesus respondeu: — Deixe por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.7 Então ele concordou. 16Batizado Jesus, saiu logo da água, e os céus se abriram, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre e le / 17E eis uma voz dos céus, que dizia: — Este é o meu Filho amado/ em quem me agrado.m A tentação de Jesus Mc 1.12-13; Lc 4.1-13 4 A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao de­ serto, para ser tentado0 pelo diabo. 2E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta n oites/ teve fome. 3Então o tentador/ aproximando-se, disse a Jesus: — Se você é o Filho de Deus, mande que estas pe­ dras se transformem em pães. 4Jesus, porém, respondeu: — Está escrito: Ú o l.3 3 *3.11 Ouem lOuàvistade lOuem 43.12 Área usada para secar e limpar cereais 3.15 SI 40.8; Jo 4.34 *3.16 Jo 1.32 '3.17 Mt 12.18; 17.5; Mc 9.7; Lc 9.35 Is 42.1 4.1 Hb 2.18; 4.15 & 4.2Êx34.28 <4.31Ts3.5 3.11-12 Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo... limpará completamente... recolherá... queimará. Nós que dizemos conhecer Cristo temos experimentado isto? Se não, devemos procurá-lo com um desespero santo. Algum dia ele voltará. Quando ele voltar, estes versículos se manifestarão de forma plena. Parece que existem duas opções: deixar que o fogo do Espírito nos limpe agora ou ser jogados no fogo eterno por ficarmos sujos. 3.16 Alguém se elevou à luz! Cf. Is 9.2; Ef 5.14. 3.17 Este é o meu Filho. Expressão de identidade, relacio­ namento, pertença, ligação, orgulho, compromisso e graça (Sl 2.7-8). amado. Abraçado, valorizado, querido com um amor incondicional, em quem me agrado. Em quem me alegro (Sf 3.17). O Pai falou isso antes de Jesus iniciar seu ministé­ rio. Esta expressão de amor fundamental, este prazer e esta aceitação não se baseiam no que fazemos, e sim no que somos (cf. Lc 15.17). Esta frase ou formulações próximas aparecem na Bíblia nove vezes: Is 42.1; Mt 3.17; 12.18; 17.5; Mc 1.11; 9.7; Lc 3.22; 9.35; 2Pe 1.17. Nota prático: quando procurarmos Deus e não quisermos ouvir qualquer outra voz, poderemos descansar em saber que ele fala estas palavras para nós. A repetição desta frase na Bíblia nos assegura que Deus fala isso constantemente. Sempre que meditarmos nisso seremos fortalecidos. 4.1-22 Alicerces para se envolver em um ministério ou iniciar um novo ministério: (1) unção do Espírito; (2) identidade firme como filho, e não servo; (3) provas, superando as múltiplas e diversas tentações de agir de forma independente de Deus; (4) levantar uma equipe (4.18-22; Jo 1.29-51); e (5) convicção a respeito do chamado (Mc 1.35-38; Lc 4.18-19). 4.1 levado pelo Espírito ao deserto. Surpreende-nos, mas Deus às vezes nos leva de forma proposital ao deserto. Se re­ sistirmos, podemos morrer. Se abraçarmos essa experiência, nunca mais seremos os mesmos. Ninguém permanece o mesmo no deserto; ou cai na derrota ou sobe para a vitória. O deserto tem o poder de purificar, simplificar, disciplinar e nos fazer mais fortes. Por vezes, Deus leva um escolhido dele ou o povo todo para o deserto para que sejam transformados. Isso aconteceu com Moisés, o povo de Israel saindo do Egito, Josué, Davi, João Batista, Jesus, Paulo, dentre outros. Muitas vezes, o chamado e a unção que recebemos precisam transformar nosso interior antes que possam transformar a vida de outras pessoas (cf. n. Mc 1.3). para ser tentado pelo diabo. O diabo administrou o teste, mas fez isso sob a direção de Deus. Jesus foi testado e tentado de todas as formas, assim como nós o somos (Hb 2.18; 4.15-16; 5.8-9; cf. n. 10)10.13). 4.2 quarenta dias e quarenta noites. Celebrado no ano eclesiástico pela Quaresma. Os evangélicos que repudiam o ano eclesiástico por ser católico poderiam crescer por meio das disciplinas e celebrações espirituais contidas nele. A Qua­ resma é um período de sacrifício, rendição, consagração, mu­ dança, preparo (3.3) e identificação com Jesus, com a possibi­ lidade de realização de algum tipo de jejum e um alerta maior quanto à tentação, feve fome. Na hora do esgotamento, o tentador aparece. 4.3 Se você é o Filho de Deus. Cf. v. 6. Contraste explícito com 3.17. As duas primeiras tentações tinham a ver com duvidar de sua identidade. Nada diferente do que ocorre conosco. Repeti­ das vezes Satanás procurou tentar Jesus nesse ponto, porque é o alicerce de tudo o que somos. Se ele consegue nos levar a duvidar de quem somos, logo duvidaremos de quem nos criou. Isto se manifesta em complexos de inferioridade e superiorida­ de e dificuldades de autoimagem. A raiz da primeira tentação é a carne, querendo usar nosso poder espiritual para beneficiar a nós mesmos. 4.4 Está escrito. Dt 8.3. Jesus respondeu a cada tentação com a Palavra (aqui e nos vs. 7,10). Nossas palavras têm po­ der, mas não se comparam com a Palavra de Deus, que é a nossa espada (Ef 6.17) viva, eficaz e cortante (cf. n. Hb 4.12). Esse versículo é excelente para memorizar, juntamente com Js 1.8; Sl 1.2-3; 2Tm 3.16-17, para que nos dediquemos à Pa­ lavra e ganhemos a habilidade de usá-la com destreza (cf. n. 2Tm 2.15). Cf. os oito estudos sobre ser dedicado à Palavra, que começam em At 6.4.
  • 23. Mateus 4 6 FA M IN T O S E SED EN T O S P E L A PALAVRA Mt 4.4; Dt 8.1-5 (Estudo 1.2.2) 1. Descreva alguém que você conhece que é faminto e sedento por qualquer coisa. 2. Você demonstra que acredita no que Jesus declara para Satanás em Mt 4.4? Por quê? 3. Com qual frase de Dt 8.1-5 você mais se identifica? 4. Quais as ações de Deus nesta passagem de Dt 8.1-5? E as ações que ele espera de nós? 5. Como você poderia aumentar sua fome e sede pela Palavra esta semana? Estudo opcional: SI 42.1-2; Mt 4.1-11; Ef 6.10-13,17. O perfil de um homem ou mulher da Palavra Veja a seguir um perfil de alguém que realmente é uma pessoa da Palavra. Coloque um visto na frente de cada característica que você sente ser indispensável para esse perfil. □ Ter fome e sede da Palavra (cf. n. Mt 13.12). □ Ouvir Deus regularmente por meio da Palavra (cf. med. 2Tm 3.16-17). □ Ter entendimento de como estudar a Palavra, sabendo fazer uma distinção entre suas próprias observações e interpretações (cf. as leis de interpretação da Bíblia ao final da Intro. desta Bíblia). □ Viver com integridade o que a Palavra ensina (cf. med. Tg 1.22-25). □ Falar a Palavra de forma apropriada, natural e com regularidade, incluindo perspectivas bíblicas em suas conversas. □ Memorizar e meditar na Palavra, permitindo que ela se aprofunde em seu coração (cf. med. Lc 2.19). □ Ter autoridade no Espírito, sabendo como usar a Palavra com poder, sem abusar, machucar ou impor legalismo (cf. n. Mt 23.37; med. Hb 4.12-13). □ Capacitar outros na Palavra, sabendo como ajudá-los a ouvir a Palavra e ouvir Deus em seus próprios contextos (cf. n. Mt 10.1). At 6.4 — Estudo anterior + |"► Próximo estudo — 2Tm 3.16-17 "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”d 5 Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa/ colocou-o sobre o pináculo1 do templo 6e disse: — Se você é o Filho de Deus, jogue-se daqui, por­ que está escrito: "Aos seus anjos ele dará ordens a seu respeito/ E eles o sustentarão nas suas mãos, para que você não tropece nalguma pedra.”^ <*4.4Dt8.3 «4.5 Ne 11.1 10 lugar mais alto ^4.6 SI 91.11 0SI 91.12 *4 .7 Dt 6.16 '4.10 Dt 6.13 4.6 A raiz da segunda tentação é espiritual, e se constitui na vontade de usar Deus ou mandar nele. 4.8-10 A raiz da terceira tentação é ministerial, com a ideia de que os fins justificam os meios, ou seja, que podemos distorcer o nos­ so chamado porque estamos enxergando um fim glorioso, preste culto somente a ele. Um coração absolutamente singelo (6.33). 4.11 Com isto, o diabo deixou Jesus. Cf. Lc 4.13. No texto de 7Jesus respondeu: — Também está escrito: "Não ponha à prova o Senhor, seu Deus."/l 80 diabo ainda levou Jesus a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a gló­ ria deles 9e disse: — Tudo isso lhe darei se, prostrado, você me adorar. 10 Então Jesus lhe ordenou: — Vá embora, Satanás, porque está escrito: "Adore o Senhor, seu Deus, e preste culto somente a ele.”' 11 Com isto, o diabo deixou Jesus, e eis que vieram anjos e o serviram. 3.17-4.11 temos a inversão de muito do que aconteceu em Gn 3. Ali Satanás venceu; o primeiro Adão caiu e, juntamente com Eva, foi jogado para fora do jardim. E anjos foram colocados para impedi-los de voltar. Nesta passagem, Satanás é vencido. O se­ gundo Adão resiste e é vitorioso sobre a tentação. Ele é amado e aceito por seu Pai, e os anjos o servem. Ao nascer de novo, nós também saímos de Gn 3 para a vida em Jesus descrita aqui.
  • 24. 7 MATEUS 4 — 5 O começo do ministério na Galileia Mc 1.14-15; Lc 4.14-15 12A o ouvir que João tinha sido preso/ Jesus voltou para a Galileia. 13E, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum/ situada à beira-mar, na região de Zebu- lom e Naftali. 14Isso aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito por meio do profeta Isaías: 15 “Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! 16 0 povo que estava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.'^ 17A partir de então Jesus começou a pregar e a dizer: — Arrependam-se,mporque está próximo o Reino dos Céus.” Jesus chama quatro pescadores Mc 1.16-20; Lc 5.1-11 18Caminhando junto ao mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André. Eles lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. 19E Jesus lhes disse: — Venham comigo, e eu farei com que vocês sejam pescadores de homens.0 20Então eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. 21Pouco mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, o irmão dele. Eles esta­ vam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e Jesus os chamou. 22Então eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, seguiram Jesus. 4.17 Arrependam-se. Cf. n. 3.2. 4.19 Venham comigo, e eu... Desde o início do seu ministério Jesus investiu no discipulado. E você, que prioridade dá para o discipulado em sua vida? No início de um novo ministério, o líder precisa liderar com força, tocando o som da trombeta (1Co 14.8). Segui-lo implica necessariamente entrar na visão e na missão dele. farei com que vocês sejam pescadores de homens. O segredo no evangelismo é o passo prévio de seguir intimamente a Jesus. 4.21 consertando as redes. O verbo grego é katartizo. Cf. n. Ef 4.12. 4.23 Quase idêntico a 9.35, traz a descrição do trabalho de Jesus: ensinar, pregar e curar (cf. Mc 1.38-39; Lc 4.43-44 para descrições parecidas; e Lc 4.18-19 para outra descrição; quanto às boas-novas do Reino, cf. Gl 1.8-9; Intro. Mt). 5.1 subiu ao monte. O sermão do monte tem sido chamado de a “Constituição do Reino de Deus e seus estatutos”. Esse Reino é o reverso do que pensamos de forma intuitiva e natural, como fica claro a partir das bem-aventuranças (cf. Intro. Mt). seus discípulos se aproximaram dele. Seus aprendizes. Discípulos tomam a iniciativa de se aproximar de seu discipulador. 5.3 Bem-aventurados. Significa mais que felizes, já que a felici­ dade muitas vezes se baseia em circunstâncias. Refere-se a um Jesus ensina e cura muitas pessoas Lc 6.17-19 23jesus percorria toda a Galileia/ ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando todo tipo de doenças e enfermidades entre o povo. 24E a sua fama correu por toda a Síria. Trouxeram- -lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoniados, epilép­ ticos e paralíticos. E ele os curou. 25E da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão numerosas multidões o seguiam. O sermão do monte Caps. 5— 7 5 Ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte. Ele se assentou e os seus discípulos se aproximaram dele. 2Então ele passou a ensiná-los. As bem-aventuranças Lc 6.20-23 Jesus disse: 3 — Bem-aventurados os pobres em espírito,0 porque deles é o Reino dos Céus. 4 — Bem-aventurados os que choram / porque serão consolados. 5 — Bem-aventurados os m ansos/ porque herdarão a terra. 74.12 Mt 14.3; Mc 6.17; Lc 3.19-20 *4.13 Jo 2.12 '4.15-16 Is 9.1-2 m4.17Mt3.2 nDn 2.44 <>4.19Lc5.10 P4.23 Mt9.35;Mc 1.39; Lc 4.44 05.3 Is 61.1 *>5.4 Is 61.2 <5.5 SI 37.11 profundo sentido de bem-estar e alegria. As bem-aventuranças contêm a dinamite do Espírito Santo. Elas “explodem”, por as­ sim dizer, quando as circunstâncias da vida as detonam, po­ bres em espírito. Cf. Rm 12.3; cf. Fp 2.1-11. Os quebrantados, os sem recursos, os pobres. Muitos não enxergam a vida apenas como difícil, mas como impossível. Sentem uma necessidade desesperada de Deus (13.2-4; 26.35; Lc 18.13). Este é o primeiro princípio do Reino de Deus. O reconhecimento da nossa própria pobreza nos leva à fronteira moral na qual Jesus opera. Com menos de nós, há mais de Deus (cf. o contraste com líderes reli­ giosos que “sabem tudo” em Mt 23). 5.4 os que choram. Quando perdemos o que mais amamos, abre-se espaço para o Amado. Existem nove palavras no grego para choro, tristeza ou luto. Essa, penthos, quer dizer expressar externamente uma realidade interior, ou seja, colocar a nossa dor e os nossos sentimentos para fora. Apenas assim pode­ mos ser consolados, curados, libertos e restaurados (cf. José, em Gn 45.1-3; Sl 32; 51; 139; 2Co 7.5-7; Gl 6.12; Tg 5.14-16; 1Jo 1.5-10). Autenticidade traz libertação. 5.5 mansos. Humildes; cf. n.Tg3.13. Força ou poder sob controle, domados, herdarão a terra. O mundo inteiro pertence a eles. Serão donos de tudo que não pode ser comprado (1Co 3.21-23).
  • 25. Mateus 5 8 AS MARCAS d e u m d i s c í p u l o ■ j S » Mt 5.3-10; Jo 1.35-51 (Estudo 1.7.3) 1. Quando as pessoas pensam em você, quais poderiam ser algumas características que vêm à mente delas? 2. Até que ponto as marcas de Mt 5.3-10 caracterizam a sua vida? 3 .0 que chama sua atenção quanto às características dos discípulos iniciantes em Jo 1.35-51? 4 .0 que você considera serem as marcas principais de um discípulo? 5. Em quais dessas marcas você mais gostaria de crescer? Estudo opcional: Pv 2.1-11; Lc 8.4-15; 1Co 4.14-21. Marcas de um discípulo Três grandes marcas são: • Ser fiel: Deus é fiel; e o verdadeiro discípulo também. Quando dá sua palavra, você pode confiar. Quando diz que se encontrará com você em certo horário, é firme em cumprir sua palavra. Ele entende que, quando se comprometeu para se encontrar com você, esse tempo não pertence mais a ele; pertence a você. Se ele tiver um problema ou emergência, ele normalmente ligará explicando a situação, pedindo para ser liberado do compromisso e remarcando. Mas deixa em suas mãos o direito de liberá-lo; não simplesmente cancela. Isto inclui seus compromissos com seu cônjuge e filhos. Ele vive com Deus; isso se reflete no fato de manter sua palavra mesmo quando sai prejudicado. • Estar disponível: ele não vive dando desculpas quanto a dificuldades de caminhar com seu discipulador (cf. med. Lc 9.57-62). Ele se esforça para caminhar junto, pagando o preço, seja quanto a seu tempo, seja até em dinheiro. Ele opta por priorizar a relação com o discipulador acima de muitas outras atividades. É proativo em encontrar formas de caminharem juntos (cf. med. Jo 3.1-15). • Ser ensinável (cf. n. Mt 9.13): está motivado para aprender. Faz perguntas. E mais perguntas, com o desejo de crescer e aprender (cf. n. Mt 13.36). Quando recebe tarefas, leva a sério. Não apenas isso, pois volta desejoso de outras tarefas, outras formas de crescer. Tem fome e sede do Reino de Deus. E coloca em prática o que está aprendendo; não apenas exercita o que aprende de forma intelectual, e sim de forma íntegra. Seu desejo de crescer naturalmente extrai o melhor de seu discipulador. Para se aprofundar mais sobre as marcas de um discípulo, cf. med. Mt 10.1-16. Tg 1.5-8 — Estudo anterior ◄-1-► Próximo estudo — Mc 10.17-31 6 — Bem-aventurados os que têm fome e sede^ de justiça, porque serão saciados. 7 — Bem-aventurados os misericordiosos/ porque alcançarão misericórdia. ^5.6 Is 55.1-2 *5.7 Pv 14.21 ^5.8 SI 24.4 95.10 IPe 3.14 8 — Bem-aventurados os limpos de coração/ porque verão a Deus. 9 — Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. 10 — Bem-aventurados os perseguidos^ por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 5.6 fome e sede. Cf. Am 8.11-12; Lc 18.9-14; n. Mt 13.12. Como perdemos o nosso apetite? No mundo físico, quando estamos enfermos, por exemplo. Não é diferente no mundo espiritual, quer se trate de enfermidade que vem pelo pecado, de feridas não curadas ou do esgotamento, justiça. Cf. n. Rm 3.21. Trata tanto do conceito de justiça do ponto de vista pessoal como de relacionamentos justos ou corretos entre as pessoas. 5.7 misericórdia. Cf. n. 12.9-13. Classicamente, é a qualidade de não receber o que se merece, mas ser liberto da punição me­ recida (cf. ilustração em 18.21-35). Em certo sentido, o inverso da graça: receber o que não merece. Misericórdia é como um juiz que declara você culpado, mas depois não o pune. Graça é receber algo que não se merece. É um presente inexplicável. Uma analogia: é como se alguém tivesse cometido um crime, e o juiz o declarasse culpado, mas depois o perdoasse (agisse com misericórdia) e ainda lhe desse cem milhões de reais (graça)! 5.8 limpos de coração. Puros. Quando o nosso mundo interior está bem, enxergamos Deus no mundo exterior. A visão espiritual depende do nosso caráter. A pureza abre a porta para a presença do Santo e permite enxergar o Santo. Se queremos manter a nos­ sa intimidade com Deus, precisamos nos recusar a fazer certas coisas - e até mesmo pensar nelas. Algumas coisas que podem ser aceitáveis para outras pessoas não serão para nós (Ef 5.3-7). 5.9 os pacificadores. Bem mais importante do que manter a paz é criar a paz (cf. ns. Jo 14.27; Tg 3.17-18). Os pacificadores mostram como cooperar em vez de competir.