SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
03/11/2005
A escolha dEle, sua escolha
Max Lucado
“Por que eu quero fazer o que é mau?” minha filha me perguntou, sem a intenção de apresentar uma
questão perguntada por muitos que buscam a verdade. “Por que eu faço as coisas que odeio?” Ou, talvez
uma questão mais básica esteja sendo perguntada. “Se o pecado me separa de Deus, por que Deus não
me separa do pecado? Por que Ele não tira de mim a opção de pecar?”
Para responder isso, vamos ao começo.
Vamos ao Jardim e ver a semente que ambos abençoaram e amaldiçoaram. Vamos ver por que Deus deu
ao homem... a escolha.
Por trás disso tudo estava uma escolha. Uma decisão intencional. Um movimento avisado. Ele não
precisava fazer aquilo. Mas Ele escolheu fazer. Ele sabia o preço. Ele viu as implicações. Ele estava ciente
das conseqüências.
Nós não sabemos quando Ele decidiu fazer isso. Não podemos saber. Não só porque não estávamos lá.
Porque o tempo não estava lá. Quando não existia. Nem amanhã ou ontem ou próxima vez. Porque não
havia tempo.
Não sabemos quando Ele pensou sobre fazer a escolha. Mas sabemos que Ele a fez. Ele não precisava
fazê-la. Ele escolheu.
Ele escolheu criar.
“No princípio Deus criou...” 1
Com uma decisão, a história começou. A existência tornou-se possível de ser medida.
Do nada veio a luz.
Da luz veio o dia.
Depois veio o céu... e a terra.
E nesta terra? Uma mão poderosa foi ao trabalho.
Desfiladeiros foram esculpidos. Oceanos foram cavados. Montanhas entraram em erupção a partir de
terras planas. Estrelas foram lançadas. Um universo brilhou.
Nosso sol tornou-se apenas um em milhões. Nossa galáxia tornou-se apenas uma em milhares. Planetas
invisivelmente presos aos sóis fizeram estrondo através do espaço a altas velocidades. Estrelas ardiam
com um calor que poderia derreter nosso planeta em segundos.
A mão por trás disso era poderosa. Ele é poderoso.
E com este poder, Ele criou. Tão naturalmente quanto um pássaro canta e um peixe nada, Ele criou.
Assim como um artista não pode não pintar e um corredor não pode não correr, Ele não podia não criar. Ele
era o Criador. Do começo ao fim, Ele era o Criador. Um projetista e um sonhador incansável.
Da aquarela do Artista Eterno vieram glórias impossíveis de serem imitadas. Antes de existir uma pessoa
para vê-la, Sua criação estava cheia de maravilha. As flores não só cresciam; elas desabrochavam. Os
pintinhos não só nasciam; eles saíam do ovo. Os salmões não só nadavam; eles saltavam.
O mundano não encontrava lugar em Seu universo.
Ele deve ter amado isso. Os criadores se entusiasmam criando. Tenho certeza que Suas ordens eram
encantadoras! “Hipo, você não vai andar... você vai gingar!” “Hiena, um latido é muito simples. Deixe-me
mostrar a você como dar risada!” “Olhe, guaxinim, Eu fiz uma máscara para você!” “Venha cá, girafa,
vamos esticar um pouco esse pescoço.” E Ele foi assim por diante. Dando às nuvens suas rajadas. Dando
aos oceanos seu azul. Dando às árvores seus balanços. Dando aos sapos seus pulos e coaxar. O
poderoso casamento com o criativo, e a criação nasceu.
Ele era poderoso. Ele era criativo.
E Ele era amor. Ainda maior que Seu poder e mais profundo que Sua criatividade estava uma
característica primordial: Amor.
A água deve ser molhada. O fogo deve ser quente. Você não pode tirar o molhado da água e ainda ter
água. Você não pode tirar o calor do fogo e ainda ter fogo.
Da mesma maneira, você não pode tirar o amor dAquele que viveu antes do tempo e ainda ter Sua
existência. Porque Ele era... e é... Amor.
Investigue a fundo dentro dEle. Explore cada canto. Reviste cada ângulo. Amor é tudo o que você
encontra. Vá ao começo de cada decisão que Ele fez e você irá encontrá-lo. Vá ao final de cada história
que Ele contou e você irá vê-lo.
Amor.
Sem amargura. Sem maldade. Sem crueldade. Apenas amor. Amor impecável. Amor apaixonado. Amor
puro e imenso. Ele é amor.
Como resultado, um elefante possui uma tromba com a qual ele bebe. Um gatinho tem uma mãe da qual
ele é amamentado. Um pássaro possui um ninho no qual ele dorme. O mesmo Deus que foi poderoso o
suficiente para esculpir os desfiladeiros é terno o suficiente para colocar pêlos nas pernas de um inseto
para mantê-lo aquecido. A mesma força que proporciona simetria aos planetas, guia o bebê canguru à
bolsa de sua mãe antes dela saber que ele nasceu.
E por ser quem Ele era, Ele fez o que fez.
Ele criou um paraíso. Um santuário sem pecado. Um porto antes do medo. Um lar antes de haver um
morador humano. Sem tempo. Sem morte. Sem machucado. Um presente construído por Deus para Sua
máxima criação. E quando ele acabou, Ele soube que “havia ficado muito bom.”2
Mas não era o bastante.
O Seu melhor trabalho não estava completo. Uma obra-prima final era necessária antes dEle parar.
Olhe para os desfiladeiros para ver a glória de Deus. Toque as flores e veja Sua delicadeza. Ouça o trovão e
ouça Seu poder. Mas olhe fixamente para isso – o apogeu – e presencie todos os três... e mais.
Imagine comigo o que pode ter acontecido naquele dia.
Ele colocou um pá de argila sobre a outra até uma forma deitar sem vida no chão.
Todos os habitantes do Jardim pararam para testemunhar o evento. Os falcões pairaram. As girafas se
esticaram. As árvores se curvaram. As borboletas pousaram nas pétalas e assistiram.
“Você irá adorar-me, natureza”, Deus disse. “Eu te fiz desta maneira. Você irá obedecer-me, universo.
Porque você foi projetado para fazê-lo. Vocês refletirão minha glória, céus, porque assim vocês foram
criados. Mas este será semelhante a mim. Este será apto para escolher.”
Todos estavam em silêncio quando o Criador tirou de dentro dEle algo que ainda não havia sido visto.
Uma semente. “Ela é chamada ‘escolha’. A semente da escolha.”
A criação ficou em silêncio e olhou fixamente para a forma sem vida.
Um anjo falou, “Mas e se ele...”
“E se ele escolher não amar?” o Criador terminou. “Venha, Eu te mostrarei.”
Sem serem limitados pelo hoje, Deus e o anjo entraram no domínio do amanhã.
“Ali, veja o fruto da semente da escolha, ambos o doce e o amargo.”
O anjo ficou ofegante por causa do que viu. Amor espontâneo. Adoração voluntária. Ternura escolhida.
Nunca vi nada parecido com isso. Ele sentiu o amor de Adão. Ele ouviu a alegria de Eva e de suas filhas.
Ele viu a comida e o fardo compartilhados. Ele absorveu a bondade e maravilhou-se com o calor.
“O céu nunca viu tal beleza, meu Senhor. De fato, esta é Sua criação mais magnífica.”
“Ah, mas você apenas viu o doce. Agora veja o amargo.”
Um fedor envolveu o par. O anjo ficou horrorizado e proclamou, “O que é isso?”
O Criador disse apenas uma palavra: “Egoísmo.”
O anjo ficou estupefato enquanto eles passavam através de séculos de repugnância. Ele nunca havia
visto tal sujeira. Corações corruptos. Promessas quebradas. Fidelidades esquecidas. Filhos da criação
vagando cegamente em labirintos solitários.
“Este é o resultado da escolha?” o anjo perguntou.
“Sim.”
“Eles irão esquecê-lo?”
“Sim.”
“Eles nunca voltarão?”
“Alguns voltarão. A maioria não.”
“O que será necessário para fazê-los escutar?”
O Criador andou no tempo, mais e mais longe no futuro, até Ele ficar em pé perto de uma árvore. Uma
árvore que seria amoldada em um berço. Até ali Ele podia sentir o cheiro de feno que iria cercá-lo.
Com outro passo no futuro, Ele parou em frente de outra árvore. Ela estava sozinha, uma teimosa
soberana de uma montanha calva. O tronco era grosso, e a madeira era forte. Logo seria cortada. Logo
seria aparada. Logo seria montada no cume pedregoso de outra montanha. E logo Ele seria pendurado
nela.
Ele sentiu a madeira esfregar contra umas costas que Ele ainda não havia usado.
“Eu irei até lá embaixo?” o anjo perguntou.
“Eu irei.”
“Não há outro jeito?”
“Não há.”
“Não seria mais fácil não plantar a semente? Não seria mais fácil não dar a escolha?”
“Seria,” o Criador falou lentamente. “Mas tirar a escolha é tirar o amor.”
Ele olhou em volta da montanha e previu uma cena. Três corpos pendurados em três cruzes. Braços
abertos. Cabeças caídas para frente. Eles gemiam com o vento.
Homens cobertos de religião ficaram em um canto. Eles sorriram. Arrogantes, metidos. Eles protegeram
Deus, eles pensaram, matando este falso.
Mulheres cobertas de tristeza se agruparam ao pé da montanha. Emudecidas. Rostos com sinais de
lágrimas. Olhos para baixo. Uma colocou o braço em volta de outra e tentou levá-la embora. Ela não
sairia. “Eu vou ficar,” ela disse suavemente. “Eu vou ficar.”
Todo o céu ficou pronto para lutar. Toda a natureza se levantou para resgatar. Toda a eternidade se
posicionou para proteger. Mas o Criador não deu nenhum comando.
“Isto precisa ser feito...,” Ele disse, e se retirou.
Mas quando Ele deu um passo para trás no tempo, Ele ouviu o grito que um dia gritaria: “Meu Deus! Meu
Deus! Por que me abandonaste?”3 Ele se retorceu com a angústia futura.
O anjo falou de novo. “Seria menos doloroso...”
O Criador interrompeu delicadamente. “Mas não seria amor.”
Eles entraram no Jardim novamente. O Criador olhou seriamente para a criação de argila. Uma monção de
amor inflou dentro dEle. Ele havia morrido pela criação antes de tê-la feito. A forma de Deus se inclinou
sobre a face esculpida e respirou. A poeira moveu nos lábios do novo ser. O peito levantou, partindo a
lama vermelha. As bochechas se tornaram de carne. Um dedo mexeu. E um olho abriu.
Entretanto, mais incrível do que o movimento da carne foi o mover do espírito. Aqueles que puderam ver o
invisível ficaram ofegantes.
Talvez tenha sido o vento que disse isto primeiro. Talvez o que a estrela tenha visto naquele momento
fosse o que a fez piscar desde então. Talvez não tenha ficado um anjo para sussurrar isto:
“Parece com... parece tanto com... é Ele.”
O anjo não estava se referindo ao rosto, às feições, ou ao corpo. Ele estava olhando dentro – para a alma.
“É eterna!” outro ficou ofegante.
Dentro do homem, Deus colocou uma semente divina. Uma semente dEle mesmo. O Deus de poder
havia criado o mais poderoso da Terra. O Criador criou, não uma criatura, mas outro criador. E Aquele que
escolheu amar criou aquele que poderia amar de volta.
Agora a escolha é nossa.
Notas
1. Gênesis 1:1
2. Gênesis 1:31
3. Marcos 15:34
Guia de estudo
- Leia Gênesis 1:1-26. Quando foi a última vez que você tirou um tempo para apreciar a criação de
Deus? Qual das criações de Deus te espanta? O que elas comunicam a respeito do caráter de Deus?
Como é sentir ser a criação que fez toda a criação de Deus ser completa?
- Por que é tão importante que Deus tenha dado a Adão e à Eva a oportunidade de escolher? (Veja
Gênesis 2:15-17; 3:1-13). Se Deus não nos houvesse dado uma escolha, como isso teria influenciado
nossa relação com Ele? Por que nossa escolha de se vamos ou não amar Deus é tão importante? Quais
foram as conseqüências da escolha de Adão e Eva? (Veja Gênesis 3:14-19).
- Que escolha Jesus fez para lidar com os pecados da humanidade?
- A qual escolha o autor está se referindo quando ele escreve,”Agora a escolha é nossa?”
Notas:
Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques Almeida
Texto original extraído do site www.maxlucado.com
Fonte: www.irmaos.com/maxlucado/?id=957

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Burned pccast pt
Burned pccast ptBurned pccast pt
Burned pccast ptbardolivro
 
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universo
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universoLivro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universo
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universoLucas Adriel
 
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lorelcamisa4
 
01 pseudo epígrafo de gênesis
01   pseudo epígrafo de gênesis01   pseudo epígrafo de gênesis
01 pseudo epígrafo de gênesisVantuelson Gomes
 
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02Telma Costa
 
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo August Melo
 

Mais procurados (10)

In heaven
In heavenIn heaven
In heaven
 
Primeiras 15 páginas:
Primeiras 15 páginas: Primeiras 15 páginas:
Primeiras 15 páginas:
 
Burned pccast pt
Burned pccast ptBurned pccast pt
Burned pccast pt
 
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universo
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universoLivro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universo
Livro de-melquisedeque-a-criac3a7c3a3o-do-universo
 
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore
7. Unidos Somos Um - Pittacus Lore
 
01 pseudo epígrafo de gênesis
01   pseudo epígrafo de gênesis01   pseudo epígrafo de gênesis
01 pseudo epígrafo de gênesis
 
O destino, a Fatalidade e as escolhas na Vida
O destino, a Fatalidade e as escolhas na VidaO destino, a Fatalidade e as escolhas na Vida
O destino, a Fatalidade e as escolhas na Vida
 
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02
Alysonnoel osimortais06-infinito-130428165846-phpapp02
 
Romance
RomanceRomance
Romance
 
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo
Escritos que quase ninguém quis ler - August Melo
 

Semelhante a A escolha d ele, sua escolha max lucado

O evangelho da paz
O evangelho da pazO evangelho da paz
O evangelho da pazjosé campos
 
Sobre a salvação humana
Sobre a salvação humanaSobre a salvação humana
Sobre a salvação humanawelingtonjh
 
Quem culpamos? - Da montanha 27-07-2016
Quem culpamos? - Da montanha  27-07-2016Quem culpamos? - Da montanha  27-07-2016
Quem culpamos? - Da montanha 27-07-2016Jardinera Msf
 
LUA NEGRA e LIVRO DO GENESIS
LUA NEGRA  e  LIVRO DO GENESISLUA NEGRA  e  LIVRO DO GENESIS
LUA NEGRA e LIVRO DO GENESISCoelho De Moraes
 
Madre Teresa
Madre TeresaMadre Teresa
Madre TeresaJNR
 
Madre Teresa
Madre TeresaMadre Teresa
Madre TeresaJ. C.
 
Madre tereza enviado pelo tales
Madre tereza enviado pelo talesMadre tereza enviado pelo tales
Madre tereza enviado pelo talesbabins
 
Citações de Madre Tereza de Calcutá
Citações de Madre Tereza de CalcutáCitações de Madre Tereza de Calcutá
Citações de Madre Tereza de Calcutáguest590d84
 
O Contraste entre dois Jardins
O Contraste entre dois JardinsO Contraste entre dois Jardins
O Contraste entre dois JardinsMarcelo Eduardo
 
O que foi aquilo
O que  foi aquiloO que  foi aquilo
O que foi aquilowelingtonjh
 
Alguns Pensamentos de Madre Teresa
Alguns Pensamentos de Madre TeresaAlguns Pensamentos de Madre Teresa
Alguns Pensamentos de Madre TeresaCristina Bernardes
 
Historias que edificam animando vencedores
Historias que edificam   animando vencedoresHistorias que edificam   animando vencedores
Historias que edificam animando vencedoresPastor Paulo Francisco
 
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)Deusdete Soares
 
O que foi que o mendigo disse
O que foi que o mendigo disseO que foi que o mendigo disse
O que foi que o mendigo disseCilo /gomes
 

Semelhante a A escolha d ele, sua escolha max lucado (20)

O evangelho da paz
O evangelho da pazO evangelho da paz
O evangelho da paz
 
Sobre a salvação humana
Sobre a salvação humanaSobre a salvação humana
Sobre a salvação humana
 
Quem culpamos? - Da montanha 27-07-2016
Quem culpamos? - Da montanha  27-07-2016Quem culpamos? - Da montanha  27-07-2016
Quem culpamos? - Da montanha 27-07-2016
 
Tributo a Madre Tereza
Tributo a Madre TerezaTributo a Madre Tereza
Tributo a Madre Tereza
 
Motherteresa2
Motherteresa2Motherteresa2
Motherteresa2
 
LUA NEGRA e
LUA NEGRA e LUA NEGRA e
LUA NEGRA e
 
LUA NEGRA e LIVRO DO GENESIS
LUA NEGRA  e  LIVRO DO GENESISLUA NEGRA  e  LIVRO DO GENESIS
LUA NEGRA e LIVRO DO GENESIS
 
Madre Teresa
Madre TeresaMadre Teresa
Madre Teresa
 
Madre Teresa
Madre TeresaMadre Teresa
Madre Teresa
 
Madre tereza enviado pelo tales
Madre tereza enviado pelo talesMadre tereza enviado pelo tales
Madre tereza enviado pelo tales
 
Motherteresa
MotherteresaMotherteresa
Motherteresa
 
Citações de Madre Tereza de Calcutá
Citações de Madre Tereza de CalcutáCitações de Madre Tereza de Calcutá
Citações de Madre Tereza de Calcutá
 
O Contraste entre dois Jardins
O Contraste entre dois JardinsO Contraste entre dois Jardins
O Contraste entre dois Jardins
 
O que foi aquilo
O que  foi aquiloO que  foi aquilo
O que foi aquilo
 
Alguns Pensamentos de Madre Teresa
Alguns Pensamentos de Madre TeresaAlguns Pensamentos de Madre Teresa
Alguns Pensamentos de Madre Teresa
 
Historias que edificam animando vencedores
Historias que edificam   animando vencedoresHistorias que edificam   animando vencedores
Historias que edificam animando vencedores
 
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)
A serpente de bronze levantada (charles haddon spurgeon)
 
O que foi que o mendigo disse
O que foi que o mendigo disseO que foi que o mendigo disse
O que foi que o mendigo disse
 
05 origem do-mal
05 origem do-mal05 origem do-mal
05 origem do-mal
 
38
3838
38
 

Último

Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxLaurindo6
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptxAULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
AULA SOBRE AMERICA LATINA E ANGLO SAXONICA.pptx
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 

A escolha d ele, sua escolha max lucado

  • 1. 03/11/2005 A escolha dEle, sua escolha Max Lucado “Por que eu quero fazer o que é mau?” minha filha me perguntou, sem a intenção de apresentar uma questão perguntada por muitos que buscam a verdade. “Por que eu faço as coisas que odeio?” Ou, talvez uma questão mais básica esteja sendo perguntada. “Se o pecado me separa de Deus, por que Deus não me separa do pecado? Por que Ele não tira de mim a opção de pecar?” Para responder isso, vamos ao começo. Vamos ao Jardim e ver a semente que ambos abençoaram e amaldiçoaram. Vamos ver por que Deus deu ao homem... a escolha. Por trás disso tudo estava uma escolha. Uma decisão intencional. Um movimento avisado. Ele não precisava fazer aquilo. Mas Ele escolheu fazer. Ele sabia o preço. Ele viu as implicações. Ele estava ciente das conseqüências. Nós não sabemos quando Ele decidiu fazer isso. Não podemos saber. Não só porque não estávamos lá. Porque o tempo não estava lá. Quando não existia. Nem amanhã ou ontem ou próxima vez. Porque não havia tempo. Não sabemos quando Ele pensou sobre fazer a escolha. Mas sabemos que Ele a fez. Ele não precisava fazê-la. Ele escolheu. Ele escolheu criar. “No princípio Deus criou...” 1 Com uma decisão, a história começou. A existência tornou-se possível de ser medida. Do nada veio a luz. Da luz veio o dia. Depois veio o céu... e a terra. E nesta terra? Uma mão poderosa foi ao trabalho. Desfiladeiros foram esculpidos. Oceanos foram cavados. Montanhas entraram em erupção a partir de terras planas. Estrelas foram lançadas. Um universo brilhou. Nosso sol tornou-se apenas um em milhões. Nossa galáxia tornou-se apenas uma em milhares. Planetas invisivelmente presos aos sóis fizeram estrondo através do espaço a altas velocidades. Estrelas ardiam com um calor que poderia derreter nosso planeta em segundos. A mão por trás disso era poderosa. Ele é poderoso. E com este poder, Ele criou. Tão naturalmente quanto um pássaro canta e um peixe nada, Ele criou. Assim como um artista não pode não pintar e um corredor não pode não correr, Ele não podia não criar. Ele era o Criador. Do começo ao fim, Ele era o Criador. Um projetista e um sonhador incansável. Da aquarela do Artista Eterno vieram glórias impossíveis de serem imitadas. Antes de existir uma pessoa para vê-la, Sua criação estava cheia de maravilha. As flores não só cresciam; elas desabrochavam. Os pintinhos não só nasciam; eles saíam do ovo. Os salmões não só nadavam; eles saltavam. O mundano não encontrava lugar em Seu universo. Ele deve ter amado isso. Os criadores se entusiasmam criando. Tenho certeza que Suas ordens eram encantadoras! “Hipo, você não vai andar... você vai gingar!” “Hiena, um latido é muito simples. Deixe-me mostrar a você como dar risada!” “Olhe, guaxinim, Eu fiz uma máscara para você!” “Venha cá, girafa, vamos esticar um pouco esse pescoço.” E Ele foi assim por diante. Dando às nuvens suas rajadas. Dando aos oceanos seu azul. Dando às árvores seus balanços. Dando aos sapos seus pulos e coaxar. O poderoso casamento com o criativo, e a criação nasceu.
  • 2. Ele era poderoso. Ele era criativo. E Ele era amor. Ainda maior que Seu poder e mais profundo que Sua criatividade estava uma característica primordial: Amor. A água deve ser molhada. O fogo deve ser quente. Você não pode tirar o molhado da água e ainda ter água. Você não pode tirar o calor do fogo e ainda ter fogo. Da mesma maneira, você não pode tirar o amor dAquele que viveu antes do tempo e ainda ter Sua existência. Porque Ele era... e é... Amor. Investigue a fundo dentro dEle. Explore cada canto. Reviste cada ângulo. Amor é tudo o que você encontra. Vá ao começo de cada decisão que Ele fez e você irá encontrá-lo. Vá ao final de cada história que Ele contou e você irá vê-lo. Amor. Sem amargura. Sem maldade. Sem crueldade. Apenas amor. Amor impecável. Amor apaixonado. Amor puro e imenso. Ele é amor. Como resultado, um elefante possui uma tromba com a qual ele bebe. Um gatinho tem uma mãe da qual ele é amamentado. Um pássaro possui um ninho no qual ele dorme. O mesmo Deus que foi poderoso o suficiente para esculpir os desfiladeiros é terno o suficiente para colocar pêlos nas pernas de um inseto para mantê-lo aquecido. A mesma força que proporciona simetria aos planetas, guia o bebê canguru à bolsa de sua mãe antes dela saber que ele nasceu. E por ser quem Ele era, Ele fez o que fez. Ele criou um paraíso. Um santuário sem pecado. Um porto antes do medo. Um lar antes de haver um morador humano. Sem tempo. Sem morte. Sem machucado. Um presente construído por Deus para Sua máxima criação. E quando ele acabou, Ele soube que “havia ficado muito bom.”2 Mas não era o bastante. O Seu melhor trabalho não estava completo. Uma obra-prima final era necessária antes dEle parar. Olhe para os desfiladeiros para ver a glória de Deus. Toque as flores e veja Sua delicadeza. Ouça o trovão e ouça Seu poder. Mas olhe fixamente para isso – o apogeu – e presencie todos os três... e mais. Imagine comigo o que pode ter acontecido naquele dia. Ele colocou um pá de argila sobre a outra até uma forma deitar sem vida no chão. Todos os habitantes do Jardim pararam para testemunhar o evento. Os falcões pairaram. As girafas se esticaram. As árvores se curvaram. As borboletas pousaram nas pétalas e assistiram. “Você irá adorar-me, natureza”, Deus disse. “Eu te fiz desta maneira. Você irá obedecer-me, universo. Porque você foi projetado para fazê-lo. Vocês refletirão minha glória, céus, porque assim vocês foram criados. Mas este será semelhante a mim. Este será apto para escolher.” Todos estavam em silêncio quando o Criador tirou de dentro dEle algo que ainda não havia sido visto. Uma semente. “Ela é chamada ‘escolha’. A semente da escolha.” A criação ficou em silêncio e olhou fixamente para a forma sem vida. Um anjo falou, “Mas e se ele...” “E se ele escolher não amar?” o Criador terminou. “Venha, Eu te mostrarei.” Sem serem limitados pelo hoje, Deus e o anjo entraram no domínio do amanhã. “Ali, veja o fruto da semente da escolha, ambos o doce e o amargo.” O anjo ficou ofegante por causa do que viu. Amor espontâneo. Adoração voluntária. Ternura escolhida. Nunca vi nada parecido com isso. Ele sentiu o amor de Adão. Ele ouviu a alegria de Eva e de suas filhas. Ele viu a comida e o fardo compartilhados. Ele absorveu a bondade e maravilhou-se com o calor.
  • 3. “O céu nunca viu tal beleza, meu Senhor. De fato, esta é Sua criação mais magnífica.” “Ah, mas você apenas viu o doce. Agora veja o amargo.” Um fedor envolveu o par. O anjo ficou horrorizado e proclamou, “O que é isso?” O Criador disse apenas uma palavra: “Egoísmo.” O anjo ficou estupefato enquanto eles passavam através de séculos de repugnância. Ele nunca havia visto tal sujeira. Corações corruptos. Promessas quebradas. Fidelidades esquecidas. Filhos da criação vagando cegamente em labirintos solitários. “Este é o resultado da escolha?” o anjo perguntou. “Sim.” “Eles irão esquecê-lo?” “Sim.” “Eles nunca voltarão?” “Alguns voltarão. A maioria não.” “O que será necessário para fazê-los escutar?” O Criador andou no tempo, mais e mais longe no futuro, até Ele ficar em pé perto de uma árvore. Uma árvore que seria amoldada em um berço. Até ali Ele podia sentir o cheiro de feno que iria cercá-lo. Com outro passo no futuro, Ele parou em frente de outra árvore. Ela estava sozinha, uma teimosa soberana de uma montanha calva. O tronco era grosso, e a madeira era forte. Logo seria cortada. Logo seria aparada. Logo seria montada no cume pedregoso de outra montanha. E logo Ele seria pendurado nela. Ele sentiu a madeira esfregar contra umas costas que Ele ainda não havia usado. “Eu irei até lá embaixo?” o anjo perguntou. “Eu irei.” “Não há outro jeito?” “Não há.” “Não seria mais fácil não plantar a semente? Não seria mais fácil não dar a escolha?” “Seria,” o Criador falou lentamente. “Mas tirar a escolha é tirar o amor.” Ele olhou em volta da montanha e previu uma cena. Três corpos pendurados em três cruzes. Braços abertos. Cabeças caídas para frente. Eles gemiam com o vento. Homens cobertos de religião ficaram em um canto. Eles sorriram. Arrogantes, metidos. Eles protegeram Deus, eles pensaram, matando este falso. Mulheres cobertas de tristeza se agruparam ao pé da montanha. Emudecidas. Rostos com sinais de lágrimas. Olhos para baixo. Uma colocou o braço em volta de outra e tentou levá-la embora. Ela não sairia. “Eu vou ficar,” ela disse suavemente. “Eu vou ficar.” Todo o céu ficou pronto para lutar. Toda a natureza se levantou para resgatar. Toda a eternidade se posicionou para proteger. Mas o Criador não deu nenhum comando. “Isto precisa ser feito...,” Ele disse, e se retirou. Mas quando Ele deu um passo para trás no tempo, Ele ouviu o grito que um dia gritaria: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”3 Ele se retorceu com a angústia futura.
  • 4. O anjo falou de novo. “Seria menos doloroso...” O Criador interrompeu delicadamente. “Mas não seria amor.” Eles entraram no Jardim novamente. O Criador olhou seriamente para a criação de argila. Uma monção de amor inflou dentro dEle. Ele havia morrido pela criação antes de tê-la feito. A forma de Deus se inclinou sobre a face esculpida e respirou. A poeira moveu nos lábios do novo ser. O peito levantou, partindo a lama vermelha. As bochechas se tornaram de carne. Um dedo mexeu. E um olho abriu. Entretanto, mais incrível do que o movimento da carne foi o mover do espírito. Aqueles que puderam ver o invisível ficaram ofegantes. Talvez tenha sido o vento que disse isto primeiro. Talvez o que a estrela tenha visto naquele momento fosse o que a fez piscar desde então. Talvez não tenha ficado um anjo para sussurrar isto: “Parece com... parece tanto com... é Ele.” O anjo não estava se referindo ao rosto, às feições, ou ao corpo. Ele estava olhando dentro – para a alma. “É eterna!” outro ficou ofegante. Dentro do homem, Deus colocou uma semente divina. Uma semente dEle mesmo. O Deus de poder havia criado o mais poderoso da Terra. O Criador criou, não uma criatura, mas outro criador. E Aquele que escolheu amar criou aquele que poderia amar de volta. Agora a escolha é nossa. Notas 1. Gênesis 1:1 2. Gênesis 1:31 3. Marcos 15:34 Guia de estudo - Leia Gênesis 1:1-26. Quando foi a última vez que você tirou um tempo para apreciar a criação de Deus? Qual das criações de Deus te espanta? O que elas comunicam a respeito do caráter de Deus? Como é sentir ser a criação que fez toda a criação de Deus ser completa? - Por que é tão importante que Deus tenha dado a Adão e à Eva a oportunidade de escolher? (Veja Gênesis 2:15-17; 3:1-13). Se Deus não nos houvesse dado uma escolha, como isso teria influenciado nossa relação com Ele? Por que nossa escolha de se vamos ou não amar Deus é tão importante? Quais foram as conseqüências da escolha de Adão e Eva? (Veja Gênesis 3:14-19). - Que escolha Jesus fez para lidar com os pecados da humanidade? - A qual escolha o autor está se referindo quando ele escreve,”Agora a escolha é nossa?” Notas: Traduzido por Cynthia Rosa de Andrade Marques Almeida Texto original extraído do site www.maxlucado.com Fonte: www.irmaos.com/maxlucado/?id=957