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Disciplina: Linguística II
Professora: Marli Pereira
Arcaísmos no Português do
Brasil
Introdução
 Associação dos vocábulos escritos
na lousa a um português “Não-
padrão”;
 “Dente de Coelho”
 Outros exemplos são lançados para
endossar a reflexão (Versos dos
Lusíadas, de Camões);
 “Quero mostrar que muita coisa que
a gente pensa está errada, que é fala
de ‘gente ignorante’, na verdade não
é nada disso” (BAGNO, 2001, p.119).
 Supostos “erros” são heranças muito
antigas, vestígios de outros tempos,
verdadeiros “fósseis” que recebem o
nome técnico de Arcaísmos.
Prótese
 É o acréscimo de fonema no início de
uma palavra. É comum o surgimento
de uma vogal anterior criando uma
sílaba com o /s/ a que se segue uma
consoante oclusiva ou nasal, como
em esporte e esnobe
(respectivamente do Inglês: sport e
snob). (AZEREDO, 2008, p. 389)
O passado alumiando
o presente
 Conceito de arcaísmo: vem de arcaico
= antiquado, obsoleto;
 Reflexão de acordo com o próprio texto:
O falar "português" do sec. XVI =
próximo do falar brasileiro de hoje?
 A postura da mídia ao retratar
personagens portugueses da/na época
do descobrimento = falta de informação
histórica e linguística.
 A mudança do falar "português europeu"
X "português brasileiro" Alguns Fatores:
Distância / Influências distintas ?
 Revolução cultural, estética e ideológica
com influência direta na língua; a partir
da literatura e escritores
audaciosamente nacionalistas.
“O modernismo como marco;
Os escritores como "heróis"
Quem descobriu o
quê?
 Todos estes verbos iniciados com " a ", e que
são tão vivos nos nossos falares regionais,
rurais, não-padrão, não tem nada de "errado"
nem de ignorante.
 São arcaísmos linguísticos,que já pertenceram
à norma literária clássica e depois "saíram de
moda".
 A prova disso é sua presença abundante na
epopéia camoniana,publicada em 1572, 72
anos depois do chamado "descobrimento do
Brasil".
E onde entram os verbos de
Camões?
A palavra descobrimento é posta
entre aspas por duas razões:
 A primeira é que o espanhol Vicente Yáñez
Pinzón, esteve no litoral de Pernambuco em
1499,e isso quer dizer que o Brasil poderia
ter sido colonizado pela Espanha.
 A segunda é que o Brasil já era há milênios, o
lar de tantas nações indígenas diferentes.É
como se o Brasil só tivesse passado a existir
depois da invasão "portuguesa".
História dos Verbos
com A-
 Havia em Latim uma preposição ad, que deu
origem à nossa própria preposição a. Ela tinha
diversos sentidos, conforme a frase, entre os
quais, “perto de”, “junto a”, “em direção a”, “até”,
etc.
 Como as demais preposições latinas, ad podia
ser usada como um prefixo para formar novos
verbos. Em muitos casos, ela perdia o d final,
que era assimilado pela consoante seguinte: ad
+ prendēre = apprendĕre (aprender); ad +
corrĕre = accorrĕre (acorrer) e assim por diante.
 Na formação do português este processo
continuou, fazendo surgir uma grande
quantidade de verbos que tinham esse
prefixo a-, sem que ficasse muito evidente
por que ele estava ali, junto daquele verbo.
 Aconteceu o que se chama de
generalização, que é quando uma regra
deixa de ser específica para alguns casos e
é empregada “a torto e a direito”. A história
da língua está cheia de casos de
Generalização.
 Na época posterior a Camões, houve um
grande esforço, por parte dos filólogos e
literatos de Portugal de estabelecer normas
para a língua portuguesa culta, literária, que
deveria ser o idioma oficial do reino e do
Império.
 Nessa época, o empreendimento marítimo
estava em alta: presença de exploradores, e
colonos portugueses já existia por todo mundo,
inclusive no Japão.
 Algumas palavras do Japonês Moderno
refletem contato muito antigo com os primeiros
navegadores portugueses . A palavra arigatô é
derivada do português “obrigado”, e o mesmo
acontece com pan, que é pão em Japonês.
 Na tentativa de definir uma língua oficial, os
gramáticos decidiram eliminar da norma-
padrão alguns daqueles verbos em a-, por
que não correspondia a nenhum verbo
original latino nem guardava os sentidos que
a preposição impunha. Por isso que no
Português Clássico Moderno não
encontramos palavras como alumiar,
aqueixar, alembrar.
Quanto mais longe,
mais arcaico
 Relação entre arcaísmo e distância geográfica:
Quanto mais distante de seu local de origem,
mais arcaica permanece a língua;
 As línguas das zonas rurais seja mais
arcaizante do que a língua das grandes
cidade, onde as transformações sociais mais
rápidas são acompanhadas no mesmo ritmo
por transformações na variedade linguística;
 Quanto mais antiga a colonização de um lugar,
mais traços arcaicos sobrevivem na sua
língua.
Português do Brasil:
uma língua
Conservadora
 Português não-padrão:
entonce,despois,escuitar. Entonce
(Então) vem do latim in tunce. Despois
(Depois) vem de de ex post.Escuitar
vem do latim ascultare.
 Português-padrão: Uso da preposição
em regendo verbos de movimento: Vou
no cinema; Cheguei em casa.A norma
padrão clássica pede a preposição a :
Vou ao cinema;Cheguei a casa.
 Uso da preposição de regendo o verbo
chamar: Ele me chamou de ignorante! A
norma clássica diz: Ele chamou-me
ignorante!
 Uso tão comum do gerúndio em frases do
tipo: estou falando, estou indo, estou
querendo, onde os portugueses dizem
estou a falar, a ir, a querer.
 Que não devemos acusar ninguém de
estar falando “errado” quando
simplesmente está falando “antigo”.
Referências
 AZEREDO, José Carlos de. Gramática
Houaiss da língua portuguesa. 2.ed. São
Paulo : Publifolha, 2008.
 BAGNO, Marcos. A língua de Eulália:
novela sociolingüística, 11.ed. São Paulo :
Contexto, 2001.

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Arcaísmos no Português do Brasil: vestígios de um passado linguístico

  • 2.
  • 5.  Associação dos vocábulos escritos na lousa a um português “Não- padrão”;  “Dente de Coelho”  Outros exemplos são lançados para endossar a reflexão (Versos dos Lusíadas, de Camões);
  • 6.  “Quero mostrar que muita coisa que a gente pensa está errada, que é fala de ‘gente ignorante’, na verdade não é nada disso” (BAGNO, 2001, p.119).  Supostos “erros” são heranças muito antigas, vestígios de outros tempos, verdadeiros “fósseis” que recebem o nome técnico de Arcaísmos.
  • 7. Prótese  É o acréscimo de fonema no início de uma palavra. É comum o surgimento de uma vogal anterior criando uma sílaba com o /s/ a que se segue uma consoante oclusiva ou nasal, como em esporte e esnobe (respectivamente do Inglês: sport e snob). (AZEREDO, 2008, p. 389)
  • 8. O passado alumiando o presente  Conceito de arcaísmo: vem de arcaico = antiquado, obsoleto;  Reflexão de acordo com o próprio texto: O falar "português" do sec. XVI = próximo do falar brasileiro de hoje?  A postura da mídia ao retratar personagens portugueses da/na época do descobrimento = falta de informação histórica e linguística.
  • 9.  A mudança do falar "português europeu" X "português brasileiro" Alguns Fatores: Distância / Influências distintas ?  Revolução cultural, estética e ideológica com influência direta na língua; a partir da literatura e escritores audaciosamente nacionalistas. “O modernismo como marco; Os escritores como "heróis"
  • 10. Quem descobriu o quê?  Todos estes verbos iniciados com " a ", e que são tão vivos nos nossos falares regionais, rurais, não-padrão, não tem nada de "errado" nem de ignorante.  São arcaísmos linguísticos,que já pertenceram à norma literária clássica e depois "saíram de moda".  A prova disso é sua presença abundante na epopéia camoniana,publicada em 1572, 72 anos depois do chamado "descobrimento do Brasil". E onde entram os verbos de Camões?
  • 11. A palavra descobrimento é posta entre aspas por duas razões:  A primeira é que o espanhol Vicente Yáñez Pinzón, esteve no litoral de Pernambuco em 1499,e isso quer dizer que o Brasil poderia ter sido colonizado pela Espanha.  A segunda é que o Brasil já era há milênios, o lar de tantas nações indígenas diferentes.É como se o Brasil só tivesse passado a existir depois da invasão "portuguesa".
  • 12. História dos Verbos com A-  Havia em Latim uma preposição ad, que deu origem à nossa própria preposição a. Ela tinha diversos sentidos, conforme a frase, entre os quais, “perto de”, “junto a”, “em direção a”, “até”, etc.  Como as demais preposições latinas, ad podia ser usada como um prefixo para formar novos verbos. Em muitos casos, ela perdia o d final, que era assimilado pela consoante seguinte: ad + prendēre = apprendĕre (aprender); ad + corrĕre = accorrĕre (acorrer) e assim por diante.
  • 13.  Na formação do português este processo continuou, fazendo surgir uma grande quantidade de verbos que tinham esse prefixo a-, sem que ficasse muito evidente por que ele estava ali, junto daquele verbo.  Aconteceu o que se chama de generalização, que é quando uma regra deixa de ser específica para alguns casos e é empregada “a torto e a direito”. A história da língua está cheia de casos de Generalização.
  • 14.  Na época posterior a Camões, houve um grande esforço, por parte dos filólogos e literatos de Portugal de estabelecer normas para a língua portuguesa culta, literária, que deveria ser o idioma oficial do reino e do Império.  Nessa época, o empreendimento marítimo estava em alta: presença de exploradores, e colonos portugueses já existia por todo mundo, inclusive no Japão.  Algumas palavras do Japonês Moderno refletem contato muito antigo com os primeiros navegadores portugueses . A palavra arigatô é derivada do português “obrigado”, e o mesmo acontece com pan, que é pão em Japonês.
  • 15.  Na tentativa de definir uma língua oficial, os gramáticos decidiram eliminar da norma- padrão alguns daqueles verbos em a-, por que não correspondia a nenhum verbo original latino nem guardava os sentidos que a preposição impunha. Por isso que no Português Clássico Moderno não encontramos palavras como alumiar, aqueixar, alembrar.
  • 16. Quanto mais longe, mais arcaico  Relação entre arcaísmo e distância geográfica: Quanto mais distante de seu local de origem, mais arcaica permanece a língua;  As línguas das zonas rurais seja mais arcaizante do que a língua das grandes cidade, onde as transformações sociais mais rápidas são acompanhadas no mesmo ritmo por transformações na variedade linguística;  Quanto mais antiga a colonização de um lugar, mais traços arcaicos sobrevivem na sua língua.
  • 17. Português do Brasil: uma língua Conservadora  Português não-padrão: entonce,despois,escuitar. Entonce (Então) vem do latim in tunce. Despois (Depois) vem de de ex post.Escuitar vem do latim ascultare.  Português-padrão: Uso da preposição em regendo verbos de movimento: Vou no cinema; Cheguei em casa.A norma padrão clássica pede a preposição a : Vou ao cinema;Cheguei a casa.
  • 18.  Uso da preposição de regendo o verbo chamar: Ele me chamou de ignorante! A norma clássica diz: Ele chamou-me ignorante!  Uso tão comum do gerúndio em frases do tipo: estou falando, estou indo, estou querendo, onde os portugueses dizem estou a falar, a ir, a querer.  Que não devemos acusar ninguém de estar falando “errado” quando simplesmente está falando “antigo”.
  • 19. Referências  AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 2.ed. São Paulo : Publifolha, 2008.  BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística, 11.ed. São Paulo : Contexto, 2001.