1) O documento descreve o contexto histórico do livro de Ester, com o povo de Israel cativo na Babilônia e a história se passando em Susa. 2) Hamã, o segundo no comando, planejou destruir todos os judeus por Mardoqueu se recusar a se curvar a ele. 3) Mardoqueu confiou em Deus para livrar seu povo, mesmo quando Ester hesitou em ajudá-los.
A confiança de Mardoqueu em Deus apesar da relutância de Ester
1. Ester 1, 2: O pano de fundo
Os acontecimentos descritos no livro de Ester aconteceram quando o
povo de Israel era cativo na Babilônia. O local da história é Susã, a cidade onde
o Rei da Pérsia e Média, o Rei Assuero1, vivia. Este Rei após mandar embora
sua primeira esposa, a rainha Vasti2, ele estava buscando uma nova esposa
para se tornar rainha. Nesse intuito organizaram uma competição onde
mulheres de todo o reino foram convidadas a vir até Susã com o propósito de
que uma delas preenchesse o lugar vazio da rainha. (Ester 2:1-4). No meio
dessas mulheres estava também Ester, uma jovem hebreia que foi criada por
Mardoqueu, um dos cativos que foram trazidos de Jerusalém por
Nabucodonosor (Ester 2:5-7). Finalmente esta jovem após obter a graça3,
primeiro de “Hegai, guarda das mulheres" (Ester 2:9), segundo a graça "de
todos que a viram" (Ester 2:15) e por fim e mais importante a graça do próprio
Rei (Ester 2:17), ganhou a competição. Então Ester se tornou a nova rainha.
Contudo, ela não revelou a ninguém que era judia, conforme a ordem dada
por Mardoqueu. Então ninguém, nem mesmo o Rei sabia qual a
nacionalidade de Ester.
Ester 3: o problema começa
Embora tudo parecesse estar bem, Ester 3:1 apresenta uma nova pessoa
que vem trazer grandes problemas. Ester 3:1-6 nos fala sobre essa pessoa e
o problema causado.
Ester 3:1-2, 5-6
"Depois destas coisas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata,
agagita, e o exaltou, e pôs o seu assento acima de todos os príncipes que
estavam com ele. E todos os servos do rei, que estavam à porta do rei, se
inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o
rei acerca dele; porém Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava. ......
Vendo, pois, Hamã que Mardoqueu não se inclinava nem se prostrava diante
dele, Hamã se encheu de furor. Porém deteve a idéia de seus propósitos de
2. pôr as mãos só em Mardoqueu (porque lhe haviam declarado de que povo
era Mardoqueu); Hamã, pois, procurou destruir a todos os judeus, o povo
de Mardoqueu, que havia em todo o reino de Assuero."
Começando do fim desta passagem, parece que estamos realmente no
início de grande problema. Hamã, o homem a quem o rei tinha exaltado
“sobre todos os príncipes que estavam com ele”, isto é, o homem que era o
segundo no comando no reino, estava cheio de fúria por Mardoqueu, porque
ele se recusou a curvar-se perante ele. Por esta razão ele queria destruir toda
a nação de Mardoqueu, ou seja, os judeus. Embora parecesse evidentemente
loucura que ele quisesse destruir toda uma nação por causa de um homem
que não se curvou diante dele, existem mais percepções espirituais em sua
ação do que a primeira vista nos revela. Realmente, desde o grande reino, no
qual Hamã era o segundo no comando, estendendo da Índia até Etiópia (Ester
1:1) podemos entender que nenhum Judeu sobreviveria se Hamã cumprisse
suas ameaças. Agora se isto acontecesse então a questão é como Cristo
nasceria? Deus tinha prometido inicialmente à Abraão (Gênesis 17:7 e
Gálatas 3:16) e mais tarde a Davi que de seu povo sairia o Cristo. Contudo, se
as ameaças de Hamã se realizassem então a promessa sobre Jesus Cristo
poderia não se cumprir e todo o plano de Salvação de Deus falharia. As
ameaças de Hamã não eram apenas paranóicas, mas completamente
diabólicas. Era o mal que estava atuando por trás de Hamã, tentando cancelar
a vinda de Cristo, destruindo toda a nação, exatamente como em séculos
mais tarde ele tentou, através de Herodes, matar o Cristo antes que Ele
cumprisse sua missão. Resumindo então, o primeiro problema de Deus em
relação à promessa de Jesus Cristo. Aqui temos um homem que tinha em sua
mente o propósito de cancelar essas promessas, matando todos os judeus. A
questão é: Será Deus capaz de defender suas promessas? Normalmente: Ass
promessas de Deus são quebradas ou podem elas ser quebradas pelo mal,
ou qualquer homem, mesmo sendo este homem o segundo no comando de
um reino tão vasto de seu tempo?
3. Ainda acima expusemos o problema, ainda não dissemos nada sobre a
causa deste problema. De fato, alguns de nós podemos questionar por que
Mardoqueu não se curvou diante de Hamã, mostrando-lhe respeito. Afinal,
Hamã era o segundo no comando, o homem mais próximo ao Rei. Por que
então Mardoqueu não prestou homenagem a ele como o Rei ordenou? (Ester
3:21) Era orgulhoso? A resposta é não. A razão pela qual Mardoqueu não
prestou homenagem a Hamã será compreendida se você prestar atenção na
parte do texto que diz que Hamã era AGATITA. Isto significa então que ele
veio do reino de Agag, um rei dos Amalequitas4, que em outras palavras
significa, se não estivermos equivocados, que ele mesmo era um amalequita5.
O que há de errado nisto? O problema é que os amalequitas lutaram contra
Israel quando estes estavam a caminho da terra prometida (Êxodos 17), eles
foram chamados por Deus de INIMIGOS DE DEUS. Êxodos 17:14-16 vai nos
dizer claramente:
Êxodos 17:14-16
"Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e
relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de
Amaleque de debaixo dos céus. E Moisés edificou um altar, ao qual chamou:
O SENHOR É MINHA BANDEIRA. E disse: Porquanto jurou o SENHOR, haverá
guerra do SENHOR contra Amaleque de geração em geração."
Hamã então, sendo um amalequita era um inimigo de Deus. Por isso
Mardoqueu tinha duas escolhas: i) honrar a Hamã, o inimigo de Deus, porém
desonrar a palavra de Deus ou ii) honrar a palavra de Deus e negar prestar
homenagem a Hamã. De fato, ninguém pode dizer que ele representa Deus
quando ele está pronto na primeira ocasião de comprometer-se com a
Palavra de Deus. A única maneira de conhecer Deus é através de sua Palavra
e a única maneira de permanecer em Deus é permanecer em Sua palavra.
Mardoqueu decidiu não desonrar a Palavra de Deus e prestar homenagem,
curvando-se perante o inimigo de Deus. Em outras palavras, ele decidiu
permanecer em Deus, confiando que Deus o livraria conforme Suas
promessas6. A segunda questão que necessita de resposta é: será Deus capaz
4. de livrar Mardoqueu , um homem que permaneceu Nele? Mais
especificamente: Deus é capaz de livrar-nos de nossos perigos quando
decidimos confiar Nele e permanecermos firmes em sua Palavra, ou apenas
estamos expostos aos desejos e ao poder dos homens?
A resposta às questões acima, temos que seguir lendo o livro de Ester.
3. Ester and Mardoqueu
Após Hamã decidir destruir todos os judeus, ele precisava estabelecer
uma data para isto para obter a permissão do Rei. Ester 3 nos fala que ele
fixou uma data no décimo terceiro dia do décimo segundo mês (Ester 3:13) e
que, após ele afirmar que os judeus não cumpriam as leis do Rei [eles tinham
a lei de Deus] e depois de oferecer ao Rei uma grande quantia de dinheiro
[10.000 talentos de prata] ele finalmente obteve a aprovação de seus planos
(Ester 3:8-10). A ordem em relação à destruição dos judeus foi escrita sob a
custódia do próprio Hamã, e foi enviado a todas as províncias do Rei causando
grande lamentação entre todos os judeus (Ester 3:12-15, 4:3). O próprio
Mardoqueu estava tão triste que "rasgou as suas vestes, e vestiu-se de saco
e de cinza, e saiu pelo meio da cidade" clamando "com grande e amargo
clamor" (Ester 4:1). Ester, que ainda não sabia sobre o decreto ficou muito
triste quando soube que Mardoqueu, seu pai adotivo, estava muito
amargurado e enviou um dos seus servos até ele para descobrir qual o motivo
(Ester 4:4-6). Por meio deste servo, Mardoqueu a fez saber tudo o que tinha
acontecido, pedindo-lhe também para ir ao Rei e rogar por seu povo (Ester
4:7-9). Como deve lembrar-se Ester, sendo rainha, não tinha uma posição
pequena no reino. Contudo, no princípio ela ficou relutante em fazer o que
Mardoqueu havia pedido, uma vez que não era permitido a ninguém ir até o
Rei sem ser convidado. (Ester 4:10-12).
Alguém poderia esperar que uma vez que Ester, a Rainha, estava
relutante em ajudar, não haveria a menor possibilidade para Mardoqueu e os
judeus escaparem da ira de Hamã. Contudo, as coisas não são assim. Porque,
5. apesar de Ester estar relutante, a promessa de Deus sobre a fidelidade de
Mardoqueu não depende de Ester, mas de Deus. Ele era responsável em
encontrar uma saída. Certamente Ester era uma ótima possibilidade e foi por
isso que Mardoqueu pediu a ela. Mas o fato de ele ter pedido a ela não
significa que sua confiança estava nela e não em Deus. Veja sua resposta à
relutância de Ester:
Ester 4:13-14
"Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu
entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e
livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai
perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?"
Mardoqueu confiou em Deus. Sua resposta dada a Ester mostra que ele
estava ciente que Deus havia levado Ester ao reinado para este tempo de
dificuldade. É por isso que ele pediu ajuda a ela. Contudo, quando ele viu que
ela estava relutante, ele a disse que mesmo sem sua ajuda, Deus era capaz
de libertar os judeus “de alguma outra maneira”. É realmente incrível como
Mardoqueu confiava em Deus.
Seguindo essa lição, devíamos confiar em Deus e não no homem.
Jeremias 17:5-8 nos diz de antemão o que acontecerá se colocarmos nossa
confiança no homem e o que acontecerá se colocarmos nossa confiança em
Deus.
Jeremias 17:5-8
"Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da
carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a
tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos
lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito [isto é, Feliz]
o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será
como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o
6. ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano
de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto."
De um lado temos um homem que confia nos homens e cujos corações
estão distante de Deus e do outro lado temos um homem que confia em
Deus. Um é como a tamargueira no deserto e outro como árvore plantada
junto às águas. Um habita no deserto árido enquanto outro junto ao rio, ou
seja, lugar cheio de vida.
Voltando a Mardoqueu, sua resposta mudou a mente de Ester:
Ester 4:15-17
"Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu: Vai, ajunta a todos os
judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais
por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim
jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se
perecer, pereci. Então Mardoqueu foi, e fez conforme a tudo quanto Ester
lhe ordenou.”
No terceiro dia Ester finalmente foi ter com o Rei. Conforme Ester 4:11,
ela poderia ter sido morta ao ir lá sem ser convidada, exceto se o Rei
estendesse seu cetro de ouro para ela. Versículo 2 nos diz o que realmente
aconteceu:
Ester 5:2
"E sucedeu que, vendo o rei a rainha Ester, que estava no pátio, alcançou
graça aos seus olhos; e o rei estendeu para Ester o cetro de ouro, que tinha
na sua mão, e Ester chegou, e tocou a ponta do cetro."
Deus durante a competição fez com que Ester ganhasse graça do Rei e a
fizesse rainha (Ester 2:17), apenas para este momento difícil (Ester 4:14).
Agora, quando o tempo de Ester entrar em ação chegou, Deus novamente a
faz ganhar a graça do mesmo homem, e não foi condenada à morte por ter
entrado na corte sem ser convidada. Nesta visita ao Rei, Ester convidou-lhe e
7. a Hamã para um banquete que ela havia preparado para eles aquela tarde.
Quando eles foram, um outro banquete foi arranjado para a próxima tarde
(Ester 5:3-8). Conforme veremos o tempo de um banquete ao outro foi
realmente muito crítico.
Ester 5-8: A libertação
O convite da rainha para outro banquete no dia seguinte causou muito
alegria em Hamã (Ester 5:9) uma vez que foi uma grande honra festejar com
a realeza. Contudo, sua alegria tornar-se-ia em ira ao ver Mardoqueu à
entrada do palácio, “e que ele não se levantara nem se movera diante dele"
(Ester 5:9). É claro que, apesar da situação, Mardoqueu não estava disposto
a prestar homenagem à Hamã. Ele continuou confiando em Deus e em Sua
palavra. Ele continuou a acreditar que Deus livraria ele e sua nação. Contudo,
a ira de Hamã aumentou ainda mais. Quando ele retornou para casa, apesar
da alegria por ter sido convidado pela rainha, ele confessou à sua esposa e
seus amigos sua ira por Mardoqueu, sua esposa e amigos lhe deram a
seguinte sugestão:
Ester 5:14
"Então lhe disseram Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma
forca de cinquenta côvados de altura, e amanhã dize ao rei que nela seja
enforcado Mardoqueu; e então entra alegre com o rei ao banquete. E este
conselho bem pareceu a Hamã, que mandou fazer a forca."
Parece que a situação ficou pior ainda para Mardoqueu. Hamã não
esperaria até o dia definido para a destruição dos judeus para vê-lo morto.
Ele queria que isso acontecesse o mais rápido possível e de fato, na manhã
seguinte. Claro que, se Deus fosse dar a libertação a Mardoqueu tinha que
ser naquela noite. E foi o que Ele fez:
Ester 6:1-3
"Naquela mesma noite fugiu o sono do rei; então mandou trazer o livro de
registro das crônicas, as quais se leram diante do rei. E achou-se escrito que
8. Mardoqueu tinha denunciado Bigtã e Teres, dois dos camareiros do rei, da
guarda da porta, que tinham procurado lançar mão do rei Assuero. Então
disse o rei: Que honra e distinção se deu por isso a Mardoqueu? E os servos
do rei, que ministravam junto a ele, disseram: Coisa nenhuma se lhe fez."
Mardoqueu algumas vezes, antes de Ester tornar-se rainha e antes de
Hamã ser elevado ao segundo comando, tinha protegido o Rei contra
conspiração, planejado por dois camareiros, guarda da porta, Bigtã e Teres
(Ester 2:21-23). Embora isto tenha sido escrito nas crônicas, isto é, no diário
oficial do reino, nada foi feito para honrar Mardoqueu. Contudo, isto não foi
acidental uma vez que foi através deste ato não honrado que Deus traria a
libertação para ele, exatamente no momento que ele mais precisava. Então,
na noite em que seria a última noite para Mardoqueu, “fugiu o sono do rei”.
Embora não esteja escrito explicitamente, os resultados mostrarão que
foram divinamente planejados de modo que ele ficasse acordado e fazer as
coisas que se seguiram. A primeira coisa foi pedir que lhe trouxessem o livro
de Crônicas. Como já sabemos, este livro contém também os registros dos
atos de Mardoqueu. Contudo, certamente este não era o único registro neste
livro. Ao contrário, um diário como este deveria ter centenas de anotações.
Entretanto, naquela noite havia uma única anotação que precisava ser lida e
finalmente foi esta a anotação que foi lida. E não foi outra senão aquela
referente a Mardoqueu e o bem que ele fez ao rei, e pelo qual não havia sido
ainda honrado! Após o Rei saber desse registro e que Mardoqueu não tinha
sido ainda honrado, adivinhe o que aconteceu? Ele decidiu honrar
Mardoqueu no dia seguinte! Então pela manhã veio Hamã para pedir ao Rei
que enforcasse Mardoqueu, uma surpresa desagradável o esperava:
Ester 6:4-9
"Então disse o rei: Quem está no pátio? E Hamã tinha entrado no pátio
exterior da casa do rei, para dizer ao rei que enforcassem a Mardoqueu na
forca que lhe tinha preparado. E os servos do rei lhe disseram: Eis que Hamã
está no pátio. E disse o rei que entrasse. E, entrando Hamã, o rei lhe disse:
Que se fará ao homem de cuja honra o rei se agrada? Então Hamã disse no
9. seu coração: De quem se agradaria o rei para lhe fazer honra mais do que a
mim? Assim disse Hamã ao rei: Para o homem, de cuja honra o rei se agrada,
Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que
o rei costuma andar montado, e ponha-se-lhe a coroa real na sua cabeça. E
entregue-se a veste e o cavalo à mão de um dos príncipes mais nobres do rei,
e vistam delas aquele homem a quem o rei deseja honrar; e levem-no a cavalo
pelas ruas da cidade, e apregoe-se diante dele: Assim se fará ao homem a
quem o rei deseja honrar!"
Hamã disse todas essas coisas, pensando que era ele a quem o rei queria
honrar. MAS.............
Ester 6:10-12
"Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma a veste e o cavalo, como
disseste, e faze assim para com o judeu Mardoqueu, que está assentado à
porta do rei; e coisa nenhuma omitas de tudo quanto disseste. E Hamã tomou
a veste e o cavalo, e vestiu a Mardoqueu, e o levou a cavalo pelas ruas da
cidade, e apregoou diante dele: Assim se fará ao homem a quem o rei deseja
honrar! Depois disto Mardoqueu voltou para a porta do rei; porém Hamã se
retirou correndo à sua casa, triste, e de cabeça coberta."
Você se lembra como isto começou? Começou com Mardoqueu
LAMENTANDO pelo mal que Hamã planejou contra ele e seu povo. Mas veja
como terminou. Terminou com Mardoqueu o homem que confiou em Deus
cavalgando no cavalo do rei e vestindo as roupas do Rei e com Hamã, até
então, o segundo homem no comando, proclamando diante dele e voltando
para casa "lamentando"! Contudo, isto não é o fim da história. Aconteceram
mais coisas durante o banquete com a rainha. Durante o banquete Ester
revelou sua nacionalidade ao rei e que Hamã planejou destruir a nação dela.
Quando o rei ouviu isto, ficou furioso (Ester 7:7-8), e quando reis naqueles
dias ficavam furiosos com alguém, exceto se este tiver o agrado de Deus, os
propósitos para sua vida eram muito desagradáveis! E de fato foi o que
aconteceu a Hamã que pode finalmente usar sua forca pessoalmente!
10. Ester 7:9-10
"Então disse Harbona, um dos camareiros que serviam diante do rei: Eis que
também a forca de cinquenta côvados de altura que Hamã fizera para
Mardoqueu, que falara em defesa do rei, está junto à casa de Hamã. Então
disse o rei: Enforcai-o [Hamã] nela. Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que
ele tinha preparado para Mardoqueu. Então o furor do rei se aplacou."
É óbvio que os papéis de Mardoqueu e Hamã eram reversos. Hamã, o
segundo homem no comando e o homem que planejou destruir toda a nação
judaica e enforcar Mardoqueu, terminou enforcado na forca que ele mesmo
tinha preparado para Mardoqueu!! Mais ainda, como está no último versículo
do livro de Ester (Ester 10:3) nos diz, Mardoqueu, o homem que confiou em
Deus, foi feito o segundo no comando, tomando o lugar de Hamã!
Finalmente, como o décimo terceiro dia do décimo segundo mês foi definido
como a total destruição dos judeus, o rei não apenas cancelou essa ordem
mas também INVERTEU a situação. Sob a nova ordem:
Ester 8:11-12
"Nelas o rei concedia aos judeus, que havia em cada cidade, que se
reunissem, e se dispusessem para defenderem as suas vidas, e para
destruírem, matarem e aniquilarem todas as forças do povo e da província
que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus
bens. Num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do
duodécimo mês, que é o mês de Adar."
Foi realmente uma grande libertação de Deus que tivemos! Mardoqueu
o homem que confiou em Deus, começou lamentando e sob a ameaça de ser
enforcado por Hamã, mas terminou glorificado por seus inimigos, e
assumindo a posição do segundo no comando. De maneira similar, os judeus
começaram “chorando e lamentando” e terminaram festejando (Ester 8:17)
e seus inimigos destruídos. (Ester 9:1)
11. Ao contrário, Hamã o que confiou em seu próprio poder, começou como
segundo no comando, alegre e preparando o enforcamento de Mardoqueu,
mas terminou lamentando e por consequência enforcado na forca que ele
tinha preparado para Mardoqueu!
Conclusão
Terminando este breve estudo do livro de Ester, poderíamos dizer que
esta lição é a mesma lição que é oferecida em muitas outras partes da Palavra
de Deus, isto é, a Palavra de Deus é verdadeira Palavra, uma Palavra que não
pode ser quebrada apesar das forças contrárias exercidas pelo poder humano
e maligno. De fato, aqueles que, como Mardoqueu, confiam Nele, “não serão
confundidos”(Isaías, 49:23) mas eles serão como a árvore plantada junto às
águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o
calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem
deixa de dar fruto" (Jeremias 17:8). Para concluir, portanto:
Salmo 37:3-7, 9, 11
"Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra, e verdadeiramente serás
alimentado. Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu
coração. Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará. E ele
fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu juízo como o meio-dia.
Descansa no SENHOR, e espera nele….mas aqueles que esperam no Senhor
herdarão a terra…..os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância
de paz"