Distribuição Espaço-Temporal da Floresta de Miombo Angolano Mediante Dados Mu...
MONITORIZAÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NA FLORESTA DO MAIOMBE MEDIANTE DADOS DE DETECÇÃO REMOTA
1. Maria Manuela dos Santos
Isaú Alfredo B. Quissindo
Huambo (Angola), Maio de 2019
Universidade José Eduardo dos Santos/Huambo
Faculdade de Ciências Agrárias/Chianga
Departamento de Gestão e Transformação de
Produtos Florestais
Relatório Científico
MONITORIZAÇÃO DE INCÊNDIOS
FLORESTAIS NA FLORESTA DO MAIOMBE
MEDIANTE DADOS DE DETECÇÃO REMOTA
2. ESTRUTURA
1. Introdução
2. Fundamentação Teórica
3. Conclusões e Recomendação
5. Referências Bibliográficas
Relatório Científico
MONITORIZAÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NA
FLORESTA DO MAIOMBE MEDIANTE DADOS DE DETECÇÃO
REMOTA
4. 1. INTRODUÇÃO
1.1. Incêndios florestais
No mundo o número de grandes proporções IF tem
aumentado de uma forma alarmante
Tem provocado impactos profundos e sem precedentes
na economia, ambiente e na sociedade
As florestas têm-se tornado cada vez mais vulneráveis
aos incêndios: mudanças climáticas e aumento da
população mundial
Ecossistemas mais afectados: Florestas tropicais e
savanas
Maiores áreas queimadas: Região subsaariana da África
e Austrália
Williams et al. (2013); FAO (2007); Morais (2011)
5. 1. INTRODUÇÃO (Cont.)
1.1. Incêndios florestais (Cont.)
A falta de dados históricos e consistentes de ocorrência
IF ao nível mundial, torna é difícil fazer uma análise da
tendência dos IF e das respectivas áreas queimadas
Há evidências de que em várias regiões do mundo, a
tendência é de aumentar o número de incêndios,
queimando extensas áreas com maior severidade
Estudos recentes baseadas em imagens de satélites
apontam que o continente africano é o mais afectado
por IF, estimando-se que aproximadamente 2,3 milhões
de km2 (7,7%) do continente foram queimados no ano
2000
FAO (2007); Morais (2011); Pereira et al. (2006); Soares et al. (2008)
6. 1. INTRODUÇÃO (Cont.)
1.2. Consequências do incêndios florestais
Danos à saúde humana, ao clima e aos ecossistemas
Diminuição da visibilidade atmosférica
Perda de nutrientes pelo solo
Contaminação de aquíferos
Necessidade: prevenção e redução da ocorrência quer por
causas naturais como antrópicas
1.3. Objectivo geral
Monitorizar os focos de calor / incêndios florestais na
floresta do maiombe mediante dados de detecção remota
entre Janeiro a Dezembro de 2018.
1.4. Objectivos específicos (Cont.)
Descrever as causas e consequências dos incêndios
florestais;
7. 1. INTRODUÇÃO (Cont.)
1.4. Objectivos específicos (Cont.)
Identificar possíveis ocorrência de incêndios florestais na
floresta do maiombe, entre Janeiro a Outubro de 2018,
mediante dados de detecção remota do Projecto Nasa Firms;
Propor recomendações tendente a prevenção de incêndios
florestais na floresta do maiombe enão só.
1.5. Importância do estudo
O uso de técnicas convencionais na detecção de IF apresenta
limitações na visualização de grandes áreas e no registo
histórico de ocorrências de IF, por isso a detecção remota
apresenta-se como uma técnica imprescindível na detecção de
ocorrência de IF de grandes áreas, bem como no registo de tais
ocorrências.
9. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.1. Generalidades
As causas que concorrem para a ocorrência dos incêndios
florestais podem ser naturais ou antrópicas (Morais, 2011). Em
todo o mundo, o homem é apontado como o principal causador
dos incêndios florestais. Mesmo para a maior parte das causas,
consideradas como desconhecidas, acredita-se que o homem
esteja envolvido (FAO, 2012).
Existem causas que estão relacionadas directamente com a
ignição do material combustível e aquelas que indirectamente
podem impactar não somente no surgimento do incêndio, mas
também na sua severidade, frequência e extensão.
10. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.2. Causas dos incêndios florestais
Incêndios florestais podem ter causas naturais e antrópicas
Em todo o mundo, o homem é apontado como o principal
causador dos incêndios florestais. Mesmo para a maior
parte das causas, consideradas como desconhecidas,
acredita-se que o homem esteja envolvido.
Morais (2011); FAO (2012); FAO (2008)
11. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.2. Causas dos incêndios florestais (Cont.)
Dentre as causas indirectas, o crescimento populacional,
que tem como consequência maior pressão no uso e
aproveitamento de terra, tem sido destacada como uma das
principais
Em África o fogo é frequentemente utilizado como um
componente chave no maneio dos recursos naturais, o que
tem resultando em elevado número de queimadas
descontroladas e consequentemente impactos negativos no
ambiente
Morais (2011); FAO (2012); Hardy et al. (2001); Bowman et al. (2009)
12. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.2. Causas dos incêndios florestais (Cont.)
As principais causas que concorrem para a ocorrência dos
incêndios no continente africano são:
Limpeza de terra para agricultura
Negligência
Caça
Colecta de mel
Fogueiras abandonadas por campistas
Descuidos na queima prescrita
Incendiários (normalmente devido a conflitos de uso e
aproveitamento da terra)
Morais (2011); FAO (2012); FAO (2008); FAO (2007)
13. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.3. Desflorestação em Angola
Taxa anual em Angola: 0,4% superfície superior a 150 mil
hectares devastados todos os anos
Estima-se que 1/3 da cobertura florestal de 1950 tenha
desaparecido na Província de Cabinda
Cabinda está a enfrentar um problema grave provocado
pelos chamados garimpeiros da madeira que de forma
ilícita efectuam o corte de madeira na floresta de Mayombe,
sem regras, sem respeito pelo ambiente e sem a
indispensável licença do Instituto de Desenvolvimento
Florestal (IDF)
Os cortes ilegais estão a ser feitos nas áreas onde existem
as melhores espécies de madeira, nomeadamente, Bucu
Zau, Belize, Necuto, Subantando e Tando Zinze
Veloso (2005); Jornal de Angola (2008); Gomes et al. (2017)
14. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.3. Desflorestação em Angola (Cont.)
A devastação da floresta de Maiombe segundos os técnicos,
pode provocar desequilíbrios ecológicos graves nos próximos
tempos
Segundo Gomes et al., (2017), as causas da desflorestação da
Floresta de Maiombe são as seguintes:
Aumento da procura internacional de madeira tropical;
Aumento do consumo de lenha e carvão;
Queimadas (para novas áreas de cultivo e caça);
Agricultura itinerante;
Degradação dos solos como consequência da desflorestação
(erosão, compactação e contaminação agroquímico -produtos
fitofarmacêuticos);
Exploração florestal descontrolada (cortes ilegais).
Veloso (2005); Jornal de Angola (2008); Gomes et al. (2017)
15. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.4. Biomas angolanos
Barbosa (2009)
Floresta Guineo-Congolesa:
Floresta do Maiombe
Mosaico da floresta
Congolesa-Savana
Zambeziaco, incluindo a
floresta de Brachystegia
(miombo)
Floresta Afromontane
Karoo-Namibe
Kalahar-planalto zona de
transição e zona de escarpa
16. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.5. Potencial madeireiro da floresta do Maiombe:
necessidade de conservação
Maiombe, é a principal fonte de fornecimento da madeira em
Angola e a extracção no enclave destina-se para fins
designadamente comerciais (Buza & Canga, 2011).
A floresta do Maiombe apresenta uma grande riqueza de
espécies de muito valor económico, social e medicinal.
Na floresta do Maiombe, como é óbvio, não existe só flora, mas
também uma variedade de espécie da fauna. Nela existem
animais como javalis, chimpanzés, elefantes, macacos, pacaças,
veados, gazelas, gorilas, além de várias espécies de aves.
Buza & Canga, 2011; Buza (2006)
17. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.5. Potencial madeireiro da floresta do Maiombe:
necessidade de conservação (Cont.)
Buza (2006)
NOME LOCAL NOME CIENTÍFICO USO
Menga-menga Staudtias tipitata Madeireiro, energético (lenha e
carvão), medicinal (casca)
Kâmbala Chlorophora excelsa Produção de lenha e carvão.
Medicinal (raiz).
Limba Terminalia superba A produção do carvão e lenha.
Medicinal (folhas).
Longui-branco Aningheria robusta Valor madeireiro e utilizada para a
produção de lenha e carvão.
Tola-branca Grossweilerodend Espécie madeireira para a produção
de lenha e carvão.
18. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.5. Potencial madeireiro da floresta do Maiombe:
necessidade de conservação (Cont.)
Buza (2006)
NOME LOCAL NOME CIENTÍFICO USO
Ngulo-mazi Sarcocephalus diderrichii Valor madeireiro também usada
para produção de lenha e
carvão. Medicinal (Casca).
Takula Pterocarpus soyauxiitaub Espécie madeireira, da qual se
extrai o pó utilizado nos ritos
tradicionais da passagem da
puberdade nas mulheres
Undianuno Entandrophragm cilyndricum Espécie com valor madeireiro.
Muabi Baillonella toxisperma Espécie madeireira.
19. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA (Cont.)
2.6. Visualização de IF no Projecto Nasa Firms
Projecto Nasa Firms: https://firms.modaps.eosdis.nasa.gov/
Plataforma de visualização e monitorização de focos de calor
Temperatura mínima de alerta: 47ºC
Vantagem: monitorizar focos de calor em grande escala espacial (dados de
todo globo) e temporal (dados históricos)
Desvantagem: elevado índice de alarmes falsos
Técnica de Detecção Remota, imagens de satélites Modis e dados
pirometereológicos
Informações e dados de incêndios activos quase em tempo real, nas
últimas 24 ou 48 horas e 7 dias
Opção de subscrição de alertas de incêndios e visualização por período do
dia
Davies et al. (2008); Cáceres (2011); Justice et al. (2010)
23. 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
As principais conclusões do estudo são:
As pontenciais causas que concorrem para a ocorrência dos
incêndios florestais na zona de estudo são antrópicas,
particularmente, a limpeza de terra para agricultura;
Entre as consequências dos incêndios florestais na área de
estudo apontam-se: a desflorestação e a perda de
biodiversidade;
A ocorrência de queimadas e incêndios florestais na zona
de estudo está relacioado com as práticas de limpeza de
terra nas vésperas da época agrícola.
24. 4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES (Cont.)
Recomenda-se que:
As instituições do ramo florestal e de ensino e
investigação utilizem esta ferramenta e realizem mais
estudos sobre esta temática, visando a prevenção de
queimadas e incêndios florestais.
25. MUITO OBRIGADO!!!!
MONITORIZAÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS NA
FLORESTA DO MAIOMBE MEDIANTE DADOS DE
DETECÇÃO REMOTA
Maria Manuela dos Santos
Isaú Alfredo B. Quissindo
Huambo (Angola), Maio de 2019
Universidade José Eduardo dos Santos/Huambo
Faculdade de Ciências Agrárias/Chianga
Departamento de Gestão e Transformação de
Produtos Florestais
Relatório Científico