SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Desenvolvimento do Enredo
Setor 1 – África da Criação
Setor 2 – África na Mente, nossa cultura
Setor 3 – Africana Mente, nossa luta
Setor 4 – Africanamente, nosso orgulho
Sinopse
Celebrar a África é, acima de tudo, um momento de resgate.
É uma exaltação à espiritualidade da alma africana, à genialidade africana,
à fibra e à beleza do corpo africano, ao sentimento de emoção de ser África.
É para celebrar a negritude que estamos aqui.
É para fazer calar àqueles que querem nos oprimir, nos sufocar.
Fisicamente, socialmente, institucionalmente.
Imperadores do Samba, no Carnaval de 2018,
vem ao Porto Seco cantar a África e a negritude.
Não qualquer África; mas nosso modo de ser África.
Africanamente.
A África da criação do mundo.
A África que inspira genialidade.
A África do nosso orgulho interior .
A África que não vai mais simplesmente resistir,
Vamos reagir às ações que nos são impostas.
Mostrar o nosso existir e promover as novas atitudes.
Africanamente.
Irmãos de pele e de alma, conscientes, buscamos respeito.
O nosso jeito de ser África.
A África de cada um de nós.
África na Mente
Africana Mente
Africanamente.
Prezado Compositor
Imperadores do Samba, ao dar início ao Festival de Samba Enredo,
convida os compositores a colocar em versos todo o seu repertório cultural
afro. Para o Carnaval 2018, busca-se tratar de resistência e de negritude, de
orgulho e de paixão. Africanamente é um tema que propõe reflexão e exaltação
à nossa história e ao legado que temos e que deixaremos.
Para sua obra, inspire-se. Além do tema enredo, sugere-se ver filmes,
ouvir músicas, apreciar nossa história e nossos poetas. Filmes como Quilombo
(1984), de Cacá Diegues, ou Amistad (1997), de Steven Spilberg, podem
ajudar, pois retratam tempos de opressão e escravidão. Já Faça a Coisa Certa
(1989), de Spike Lee, propõe uma reflexão bastante atual sobre nosso papel na
sociedade. Tais exemplos talvez ajudem a colocar em samba nosso sentimento
de negritude e nossa africanidade.
Ouvir nossos poetas também ajuda. A valorização em versos já
imortalizados pelo cancioneiro popular serão bem vindos, pois é também a
homenagem que se quer fazer. Não é necessário citar nominalmente todas as
referências, mas sim a poesia e a criatividade de cada obra. Da mesma forma,
trazer os feitos e as lutas de personalidades marcantes de nossa história
tornará a obra imortal.
O Mar Vermelho e Branco deseja que o povo abrace e cante seu samba
por anos. E que ele seja nossa voz de resistência, africanamente.
África da Criação
A África é um espírito. É um estado de espírito. É um baobá que
cresce frondoso pelo mundo, vai além da terra, das savanas, das montanhas.
Africanamente, formou-se o céu, e firmou-se a terra. A água das chuvas
inundou diferentes regiões, formando os mares. O calor do sol e o fogo da terra
também fazem surgir a vida, que veio ao mundo em uma profusão de cores.
Do baobá, nasce a negritude. A vida corre o mundo
africanamente. Resplandece no horizonte infinito. Da vida em transformação,
Imperadores traz a África, a majestade viva, fervilhante dádiva, soberana
mística e altiva alteza, coberta pelo manto ébano da noite. Na pele negra
de seus filhos e com a cabeça erguida, ungida do axé dos deuses, dos orixás,
do mundo.
E um sopro de vida infla cada ser. O sol dourado que queima
nossa pele nos dá a cor que a lua prateada admira e nos torna diamantes
negros. A natureza se incorpora em nosso cotidiano, em nossos olhos em
nossas orações. Surge uma nova diáspora. A tribo torna-se tribos. As
tribos tornam-se o mundo. O mundo cresce e se multiplica rumo à
modernidade. Somos essa criação, africanamente.
África na Mente, Nossa Cultura
A negritude correu o mundo africanamente. Essa migração
possibilitou ao homem modificar-se, mas também manter sua origem africana.
E assim, nossa cultura se espalhou. A negritude transcorreu as mentes,
criando conceitos, recriações, novas visões. O mundo das artes sob o
toque negro. Africanamente.
Como batidas do coração, tambores africanos marcam o
passo. A dança dos reis tomou conta da música e da modernidade, fazendo o
encontro do ritmo de nossos ancestrais com o pop, o moderno. Fomos Nina
Simone, somos Alcione. Fomos Bob Marley, somos Lázaro Ramos. Michel
Jackson, Tina Turner, Beyoncé, representam hoje aquele mesmo ritmo que
toma conta dos quadris.
A pele negra chama atenção do mundo. O cabelo enrolado
dita moda, a roupa de motivos tribais africanos saiu das savanas e tomou as
passarelas. Cores marcantes, dreadlocks, turbantes. A negritude é a moda.
Também é a poesia de um Orfeu Negro apaixonado por Eurídice, em versos
do branco mais negro do Brasil, Vinícius de Morais, tal qual Chico Buarque,
que propõe uma Ópera aos Malandros que somos todos nós.
Somos feijoada e mandinga do fundo da cozinha. Somos
bandeira na rua, orgulho Crespo e movimento. Somos molejo, malandragem de
terno branco, rasteira de capoeira. Somos um sorriso negro, um abraço
negro que traz felicidade. Somos olhos coloridos, cabelo duro, sarará crioulo.
Somos banho de piche, negrão de tirar o chapéu, um camburão de navio
negreiro. Somos preta, preta pretinha, Menina Maria Pretinha de Joãozinho no
cabelo. Todos querem imitar.
A negritude é história. É aquele Pelourinho, que no passado
nos açoitava, mas que hoje é turismo, é pop, é chique. É aquele morro, antes
visto com negatividade, hoje é referência positiva, se misturou com o gringo. E
a mistura fez crescer cultura: o funk de lá veio ser o funk de cá. Graffitis
tornaram-se peças de Arte. Ritmo e poesia são armas contra a opressão social
do mundo moderno. O Cortiço da literatura vira nossa favela. Sim, a nossa
negritude se faz presente em nosso dia a dia.
Africana Mente, Nossa Luta
Abençoado se torne esse novo mundo e esses novos tempos, em
que embaixadores-migrantes trazem uma nova África para a humanidade.
E contra os grilhões da escravidão e as algemas da discriminação, nossa
mente, nossos braços, nossa luta libertam a negritude de dentro de cada um de
nós.
E ela lutou. Lutou por Justiça; lutou por Liberdade; lutou por
Igualdade. Resistência contra a escravidão, somos Zumbi e Dandara liderando
os quilombos de hoje. Somos os punhos cerrados dos Panteras Negras.
Pelos direitos humanos, somos Martin Luther King e Malcon X
em passeatas pela igualdade. Contra o Apartheid, somos Mandela, liberto e
invicto. Contra a morte de nossos jovens, queremos ter a honra que o
presidente Obama demonstrou.
De quarto escuro, surgem histórias de Carolina de Jesus, negra,
favelada e escritora. Seus versos chegam de encontro à presença do Mestre-
Sala João Cândido, o Almirante Negro que lutou contra os mares da opressão
das chibatadas. Africanamente, somos resistência.
Africanamente, Nosso Orgulho
Imperadores desfila todas as Áfricas de seus cortejos, seus
reinados e reisados. O mundo vira terreiro de fé, vira um baobá vivo, de
raízes que se entrelacem e unem todas as diferenças, que a sua sombra
abrigue a lembrança e a herança da África, a nossa semente negra.
Em dança, Afoxés e Jongos, que a sua copa se torne a grande
coroa da Congada e que seus ramos formem nações de reis e de rainhas de
livres e lindos Maracatus a florescer.
O samba, da Rainha Ciata e das escolas de bambas, de
tantos traços afros que dão identidade ao Brasil, vem reinar. A negritude
está no sangue e nos olhos do povo criado. Está no coração que pulsa no ritmo
dos tambores. Está na palma da mão. Está no Amor. Na roda de samba e no
pagode.
Nossos corações são tomados pelo mar vermelho e branco
mostram que Imperadores na passarela canta sua África. A África daqui de
dentro. O nosso jeito de ser África. Nossa Resistência é a certeza de que o
samba sempre retribuirá o nosso sentimento. O amor a Imperadores nos faz
sorrir e chorar ao ouvir nosso samba ecoar na avenida.
A Sinfônica Bateria. O pavilhão vermelho e branco. A Escola do
povo. Desça da arquibancada e venha cantar nossa raiz. África de
Imperadores. De Leões. De Orgulho de ser Imperador até morrer, este
quilombo urbano, símbolo de força, de união, de plenitude de uma raça.
África na mente.
Africana mente.
Africanamente.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Sinopse Imperadores do samba 2019
Sinopse Imperadores do samba 2019Sinopse Imperadores do samba 2019
Sinopse Imperadores do samba 2019Humberto Macedo
 
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueira
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueiraMemória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueira
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueiraMonitoria Contabil S/C
 
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...Munduroda
 
2014 grbc tradição barreirense de mesquita
2014   grbc tradição barreirense de mesquita2014   grbc tradição barreirense de mesquita
2014 grbc tradição barreirense de mesquitaLelioGomes
 
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)Munduroda
 
Figuras do Cavalo Marinho -Unicamp 2012 (Alício Amaral)
Figuras do Cavalo Marinho  -Unicamp 2012 (Alício Amaral)Figuras do Cavalo Marinho  -Unicamp 2012 (Alício Amaral)
Figuras do Cavalo Marinho -Unicamp 2012 (Alício Amaral)Munduroda
 
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metal
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metalCatalago primaverá verão 2012 13 d´metal
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metalDMais DMetal
 
Revista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalRevista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalAntónio Pereira
 
Revista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalRevista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalAntónio Pereira
 
A guerra da balaiada
A guerra da   balaiadaA guerra da   balaiada
A guerra da balaiadaanacllaudiiaa
 
Revista Outras Farpas [sexta edição]
Revista Outras Farpas [sexta edição] Revista Outras Farpas [sexta edição]
Revista Outras Farpas [sexta edição] Acton Lobo
 
Jornal estacao serra alta pg 3
Jornal estacao serra alta pg 3Jornal estacao serra alta pg 3
Jornal estacao serra alta pg 3divulgasbs
 

Mais procurados (18)

Pernambuco Vivo
Pernambuco VivoPernambuco Vivo
Pernambuco Vivo
 
Sinopse Imperadores do samba 2019
Sinopse Imperadores do samba 2019Sinopse Imperadores do samba 2019
Sinopse Imperadores do samba 2019
 
Quebradas (aula 09 de abril 2013)
Quebradas   (aula 09 de abril 2013)Quebradas   (aula 09 de abril 2013)
Quebradas (aula 09 de abril 2013)
 
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueira
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueiraMemória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueira
Memória familiar e educação não formal - claudete de sousa nogueira
 
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...
Em Busca de Corporeidades para o Ator/Bailarino a partir da Dança Tradicional...
 
2014 grbc tradição barreirense de mesquita
2014   grbc tradição barreirense de mesquita2014   grbc tradição barreirense de mesquita
2014 grbc tradição barreirense de mesquita
 
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)
Minha Chã: Uma Atriz nas Veredas do Cavalo Marinho - 2009 (Juliana Pardo)
 
Figuras do Cavalo Marinho -Unicamp 2012 (Alício Amaral)
Figuras do Cavalo Marinho  -Unicamp 2012 (Alício Amaral)Figuras do Cavalo Marinho  -Unicamp 2012 (Alício Amaral)
Figuras do Cavalo Marinho -Unicamp 2012 (Alício Amaral)
 
03 estacio
03 estacio03 estacio
03 estacio
 
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metal
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metalCatalago primaverá verão 2012 13 d´metal
Catalago primaverá verão 2012 13 d´metal
 
Memoria ENAMB2011
Memoria ENAMB2011Memoria ENAMB2011
Memoria ENAMB2011
 
Revista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalRevista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015final
 
Revista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015finalRevista 2015 maio2015final
Revista 2015 maio2015final
 
A guerra da balaiada
A guerra da   balaiadaA guerra da   balaiada
A guerra da balaiada
 
Revista Outras Farpas [sexta edição]
Revista Outras Farpas [sexta edição] Revista Outras Farpas [sexta edição]
Revista Outras Farpas [sexta edição]
 
Anpqv baixa
Anpqv baixaAnpqv baixa
Anpqv baixa
 
Jornal estacao serra alta pg 3
Jornal estacao serra alta pg 3Jornal estacao serra alta pg 3
Jornal estacao serra alta pg 3
 
Curso de Maquiagem Básico II
Curso de Maquiagem Básico IICurso de Maquiagem Básico II
Curso de Maquiagem Básico II
 

Semelhante a Sinopse Africanamente compositores

Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...
Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...
Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...Biblioteca Avelar Brotero
 
Africanidade na escola
Africanidade na escolaAfricanidade na escola
Africanidade na escolaLigia Vitti
 
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docconsciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docisauraprof23
 
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESAB
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESABExposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESAB
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESABBiblioteca Avelar Brotero
 
2014 novo horizonte
2014   novo horizonte2014   novo horizonte
2014 novo horizonteLelioGomes
 
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de PrimaveraAfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primaveraoficinativa
 
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011oficinativa
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Glauco Ricciele
 
Modos de interagir
Modos de interagirModos de interagir
Modos de interagirculturaafro
 
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfRaizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfMaria Claudia F.Graca
 
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012Thiago Vergete
 

Semelhante a Sinopse Africanamente compositores (20)

Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...
Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...
Divulgação de Autores Portugueses e de Expressão Portuguesa - síntese Bibliot...
 
Africanidade na escola
Africanidade na escolaAfricanidade na escola
Africanidade na escola
 
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.docconsciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
consciencia_negra-_professora_camila_correa-_ei.docx.doc
 
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESAB
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESABExposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESAB
Exposições de Autores de lingua e expressão portuguesa na biblioteca da ESAB
 
_África.ppt
_África.ppt_África.ppt
_África.ppt
 
2014 novo horizonte
2014   novo horizonte2014   novo horizonte
2014 novo horizonte
 
AfroPoemas
AfroPoemasAfroPoemas
AfroPoemas
 
Moçambique
MoçambiqueMoçambique
Moçambique
 
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de PrimaveraAfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
AfroPoemas, set 2020 - Equinócio de Primavera
 
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011
AfroPoemas, Biblioteca CEU 3 Pontes, nov 2011
 
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
Educação para as relações étnico-raciais e ensino de cultura Afro brasileira.
 
Modos de interagir
Modos de interagirModos de interagir
Modos de interagir
 
Modos De Interagir
Modos De InteragirModos De Interagir
Modos De Interagir
 
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdfRaizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
Raizes_Culturais_Brasileiras__Africanos__ensino_basico.pdf
 
Dia da Consciencia Negra
Dia da Consciencia NegraDia da Consciencia Negra
Dia da Consciencia Negra
 
áFrica 2012
áFrica 2012áFrica 2012
áFrica 2012
 
Informativo Cosmos n.001
Informativo Cosmos n.001Informativo Cosmos n.001
Informativo Cosmos n.001
 
Informativo Cosmos n.001
Informativo Cosmos n.001Informativo Cosmos n.001
Informativo Cosmos n.001
 
Da origem do hip
Da origem do hipDa origem do hip
Da origem do hip
 
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012
ROTEIRO DO DESFILE - ESTÁCIO DE SÁ 2012
 

Mais de Humberto Macedo

Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019
Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019
Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019Humberto Macedo
 
Termo de Compromisso Festival 2019
Termo de Compromisso Festival 2019Termo de Compromisso Festival 2019
Termo de Compromisso Festival 2019Humberto Macedo
 
Ficha inscrição Musa Mirim
Ficha inscrição Musa MirimFicha inscrição Musa Mirim
Ficha inscrição Musa MirimHumberto Macedo
 
Imperadores ficha inscr concurso ms
Imperadores ficha inscr concurso msImperadores ficha inscr concurso ms
Imperadores ficha inscr concurso msHumberto Macedo
 
Imperadores regulamento concurso de mestre sala
Imperadores regulamento concurso de mestre salaImperadores regulamento concurso de mestre sala
Imperadores regulamento concurso de mestre salaHumberto Macedo
 
Imperadores termo de compromisso festival 2018
Imperadores termo de compromisso festival 2018Imperadores termo de compromisso festival 2018
Imperadores termo de compromisso festival 2018Humberto Macedo
 

Mais de Humberto Macedo (6)

Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019
Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019
Regulamento Festival de Sambas Enredo 2019
 
Termo de Compromisso Festival 2019
Termo de Compromisso Festival 2019Termo de Compromisso Festival 2019
Termo de Compromisso Festival 2019
 
Ficha inscrição Musa Mirim
Ficha inscrição Musa MirimFicha inscrição Musa Mirim
Ficha inscrição Musa Mirim
 
Imperadores ficha inscr concurso ms
Imperadores ficha inscr concurso msImperadores ficha inscr concurso ms
Imperadores ficha inscr concurso ms
 
Imperadores regulamento concurso de mestre sala
Imperadores regulamento concurso de mestre salaImperadores regulamento concurso de mestre sala
Imperadores regulamento concurso de mestre sala
 
Imperadores termo de compromisso festival 2018
Imperadores termo de compromisso festival 2018Imperadores termo de compromisso festival 2018
Imperadores termo de compromisso festival 2018
 

Sinopse Africanamente compositores

  • 1.
  • 2. Desenvolvimento do Enredo Setor 1 – África da Criação Setor 2 – África na Mente, nossa cultura Setor 3 – Africana Mente, nossa luta Setor 4 – Africanamente, nosso orgulho Sinopse Celebrar a África é, acima de tudo, um momento de resgate. É uma exaltação à espiritualidade da alma africana, à genialidade africana, à fibra e à beleza do corpo africano, ao sentimento de emoção de ser África. É para celebrar a negritude que estamos aqui. É para fazer calar àqueles que querem nos oprimir, nos sufocar. Fisicamente, socialmente, institucionalmente. Imperadores do Samba, no Carnaval de 2018, vem ao Porto Seco cantar a África e a negritude. Não qualquer África; mas nosso modo de ser África. Africanamente. A África da criação do mundo. A África que inspira genialidade. A África do nosso orgulho interior . A África que não vai mais simplesmente resistir, Vamos reagir às ações que nos são impostas. Mostrar o nosso existir e promover as novas atitudes. Africanamente. Irmãos de pele e de alma, conscientes, buscamos respeito. O nosso jeito de ser África. A África de cada um de nós. África na Mente Africana Mente Africanamente.
  • 3. Prezado Compositor Imperadores do Samba, ao dar início ao Festival de Samba Enredo, convida os compositores a colocar em versos todo o seu repertório cultural afro. Para o Carnaval 2018, busca-se tratar de resistência e de negritude, de orgulho e de paixão. Africanamente é um tema que propõe reflexão e exaltação à nossa história e ao legado que temos e que deixaremos. Para sua obra, inspire-se. Além do tema enredo, sugere-se ver filmes, ouvir músicas, apreciar nossa história e nossos poetas. Filmes como Quilombo (1984), de Cacá Diegues, ou Amistad (1997), de Steven Spilberg, podem ajudar, pois retratam tempos de opressão e escravidão. Já Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee, propõe uma reflexão bastante atual sobre nosso papel na sociedade. Tais exemplos talvez ajudem a colocar em samba nosso sentimento de negritude e nossa africanidade. Ouvir nossos poetas também ajuda. A valorização em versos já imortalizados pelo cancioneiro popular serão bem vindos, pois é também a homenagem que se quer fazer. Não é necessário citar nominalmente todas as referências, mas sim a poesia e a criatividade de cada obra. Da mesma forma, trazer os feitos e as lutas de personalidades marcantes de nossa história tornará a obra imortal. O Mar Vermelho e Branco deseja que o povo abrace e cante seu samba por anos. E que ele seja nossa voz de resistência, africanamente.
  • 4. África da Criação A África é um espírito. É um estado de espírito. É um baobá que cresce frondoso pelo mundo, vai além da terra, das savanas, das montanhas. Africanamente, formou-se o céu, e firmou-se a terra. A água das chuvas inundou diferentes regiões, formando os mares. O calor do sol e o fogo da terra também fazem surgir a vida, que veio ao mundo em uma profusão de cores. Do baobá, nasce a negritude. A vida corre o mundo africanamente. Resplandece no horizonte infinito. Da vida em transformação, Imperadores traz a África, a majestade viva, fervilhante dádiva, soberana mística e altiva alteza, coberta pelo manto ébano da noite. Na pele negra de seus filhos e com a cabeça erguida, ungida do axé dos deuses, dos orixás, do mundo. E um sopro de vida infla cada ser. O sol dourado que queima nossa pele nos dá a cor que a lua prateada admira e nos torna diamantes negros. A natureza se incorpora em nosso cotidiano, em nossos olhos em nossas orações. Surge uma nova diáspora. A tribo torna-se tribos. As tribos tornam-se o mundo. O mundo cresce e se multiplica rumo à modernidade. Somos essa criação, africanamente. África na Mente, Nossa Cultura A negritude correu o mundo africanamente. Essa migração possibilitou ao homem modificar-se, mas também manter sua origem africana. E assim, nossa cultura se espalhou. A negritude transcorreu as mentes, criando conceitos, recriações, novas visões. O mundo das artes sob o toque negro. Africanamente. Como batidas do coração, tambores africanos marcam o passo. A dança dos reis tomou conta da música e da modernidade, fazendo o encontro do ritmo de nossos ancestrais com o pop, o moderno. Fomos Nina Simone, somos Alcione. Fomos Bob Marley, somos Lázaro Ramos. Michel Jackson, Tina Turner, Beyoncé, representam hoje aquele mesmo ritmo que toma conta dos quadris. A pele negra chama atenção do mundo. O cabelo enrolado dita moda, a roupa de motivos tribais africanos saiu das savanas e tomou as passarelas. Cores marcantes, dreadlocks, turbantes. A negritude é a moda. Também é a poesia de um Orfeu Negro apaixonado por Eurídice, em versos do branco mais negro do Brasil, Vinícius de Morais, tal qual Chico Buarque, que propõe uma Ópera aos Malandros que somos todos nós.
  • 5. Somos feijoada e mandinga do fundo da cozinha. Somos bandeira na rua, orgulho Crespo e movimento. Somos molejo, malandragem de terno branco, rasteira de capoeira. Somos um sorriso negro, um abraço negro que traz felicidade. Somos olhos coloridos, cabelo duro, sarará crioulo. Somos banho de piche, negrão de tirar o chapéu, um camburão de navio negreiro. Somos preta, preta pretinha, Menina Maria Pretinha de Joãozinho no cabelo. Todos querem imitar. A negritude é história. É aquele Pelourinho, que no passado nos açoitava, mas que hoje é turismo, é pop, é chique. É aquele morro, antes visto com negatividade, hoje é referência positiva, se misturou com o gringo. E a mistura fez crescer cultura: o funk de lá veio ser o funk de cá. Graffitis tornaram-se peças de Arte. Ritmo e poesia são armas contra a opressão social do mundo moderno. O Cortiço da literatura vira nossa favela. Sim, a nossa negritude se faz presente em nosso dia a dia. Africana Mente, Nossa Luta Abençoado se torne esse novo mundo e esses novos tempos, em que embaixadores-migrantes trazem uma nova África para a humanidade. E contra os grilhões da escravidão e as algemas da discriminação, nossa mente, nossos braços, nossa luta libertam a negritude de dentro de cada um de nós. E ela lutou. Lutou por Justiça; lutou por Liberdade; lutou por Igualdade. Resistência contra a escravidão, somos Zumbi e Dandara liderando os quilombos de hoje. Somos os punhos cerrados dos Panteras Negras. Pelos direitos humanos, somos Martin Luther King e Malcon X em passeatas pela igualdade. Contra o Apartheid, somos Mandela, liberto e invicto. Contra a morte de nossos jovens, queremos ter a honra que o presidente Obama demonstrou. De quarto escuro, surgem histórias de Carolina de Jesus, negra, favelada e escritora. Seus versos chegam de encontro à presença do Mestre- Sala João Cândido, o Almirante Negro que lutou contra os mares da opressão das chibatadas. Africanamente, somos resistência.
  • 6. Africanamente, Nosso Orgulho Imperadores desfila todas as Áfricas de seus cortejos, seus reinados e reisados. O mundo vira terreiro de fé, vira um baobá vivo, de raízes que se entrelacem e unem todas as diferenças, que a sua sombra abrigue a lembrança e a herança da África, a nossa semente negra. Em dança, Afoxés e Jongos, que a sua copa se torne a grande coroa da Congada e que seus ramos formem nações de reis e de rainhas de livres e lindos Maracatus a florescer. O samba, da Rainha Ciata e das escolas de bambas, de tantos traços afros que dão identidade ao Brasil, vem reinar. A negritude está no sangue e nos olhos do povo criado. Está no coração que pulsa no ritmo dos tambores. Está na palma da mão. Está no Amor. Na roda de samba e no pagode. Nossos corações são tomados pelo mar vermelho e branco mostram que Imperadores na passarela canta sua África. A África daqui de dentro. O nosso jeito de ser África. Nossa Resistência é a certeza de que o samba sempre retribuirá o nosso sentimento. O amor a Imperadores nos faz sorrir e chorar ao ouvir nosso samba ecoar na avenida. A Sinfônica Bateria. O pavilhão vermelho e branco. A Escola do povo. Desça da arquibancada e venha cantar nossa raiz. África de Imperadores. De Leões. De Orgulho de ser Imperador até morrer, este quilombo urbano, símbolo de força, de união, de plenitude de uma raça. África na mente. Africana mente. Africanamente.