1. UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE MEDICINA
DEI-ORTOTRAUMATOLOGIA
TEMA:
ABORDAGEM AO POLITRAUMATIZADO SEGUNDO
ATLS.
AUTOR:
MANUEL ANTÓNIO SEBASTIÃO
MD, PhD, ESPEC. ORTOPEDIA,
PROF. AUXILIAR FMUAN.
LUANDA, JUNHO 2015
2. PALAVRAS CHAVES
ATLS : Advanced Trauma Life Suport
ECG : Escala de Coma de Glasgow (GCS)
AGS : Avaliação Global Subjetiva
FAB : Ferida por Arma Branca
FPAF : Ferida por Projéctil de Arma de Fogo
TMF :Trauma Maxilofacial
TRM :Trauma Raquimedular
US :Ultrassonografia
LPD: Lavado Peritoneal Diagnóstico
NE: Nutrição Enteral
NP :Nutrição Parenteral
NPT :Nutrição Parenteral Total
3. SUMÁRIO
1-Introdução.
2-Objectivos.
3-Justificativa.
4Conceito de politraumatizado
5-Tipos de trauma
6-Etiologia dos acidentes
7-Incidência
8- Equipe de atendimento ao politraumatizado/ Métodos diagnóstico
9 -Classificação de prioridade no atendimento ao politraumatizado
10-Materiais utilizados em diferentes situações
11-Diagnóstico e tratamento
12-Recomendações
13-Conclusão.
14-Referências bibliográficas
4. Introdução
O traumatismo em resultado da elevada sinistralidade
rodoviária é apontado como uma das principais causas
de morte em Angola e no mundo de modo em geral…
Acomete principalmente a população economica- e
físicamente mais activa, com consequências sociais de
elevado custo.
5. Um paciente politraumatizado é aquele sinistrado que
sofreu traumatismos múltiplos, no mínimo uma dessas
Lesões é potencialmente fatal.
No caso de sobrevivência após o trauma, podem estar
associadas sequelas definitivas e irreversíveis, com
consequências nefastas no plano humano e económico,
para o paciente e familiares (CHIARA, 2009).
Introdução (cont…)
6. Introdução (cont…)
Existem protocolos que se propõem a subsidiar a equipe
multiprofissional e multidisciplinar a uma padronização de
condutas para oferecer aos pacientes
.
ATLS é um programa de treinamento para
médicos para o manejo do politraumatizado
agudo, desenvolvido pelo colégio americano de
cirurgia em 1979.
7. Introdução (cont…)
Equipe multiprofissional e multidisciplinar
Trauma Team (Pessoal capacitado e Treinado com o ATLS)
- Cirurgião geral: Chefe de Equipe
- Emergencista, Anestesiologista
- Ortotraumatologista
- Enfermeiros da Sala de Trauma
- Etc.
.
8. OBJETIVO GERAL;
Diminuir a mortalidade e sequelas por trauma em Angola ,através da
abordagem multidisciplinar de assistência ao paciente politraumatizado
desde pré-hospitalar ou chegada do paciente ao pronto-socorro até o
momento da alta.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS :
1-Sistematizar o atendimento inicial dos pacientes politraumatizados segundo o
Advanced Trauma Life Support (ATLS = suporte avançado de vida no trauma)
2- Diminuir permanência hospitalar por diagnóstico e tratamento precoce.
3- Estratificar os padrões de trauma de acordo com sua etiologia
4-Padronizar procedimentos diagnósticos e estabelecer prioridades de
acordo com o mecanismo do trauma.
.
9. justicativa
Este trabalho de revisão bibliográfica foi efeituado com o
fim de motivar todos os atores no sistema de saúde de
Angola a adequarem ou a optimizar a abordagem ao
politraumatizado com traumatismo maior e menor atendido
nas urgências.
10. 1.Parâmetros vitais:
2. Anatomia da lesão:
4. Impacto violento:
3. Condições clínicas de risco
aumentado:
Maior Menor
TRAUMA MAIOR
11. Ferimento penetrante :
craniano, cervical, torácico,
abdomen
Queimaduras de
2ºou3ºgraus;
Suspeita clínica de
instabilidade da pelve;
Trauma maior
Suspeita de fratura de
dois ou mais ossos
longos proximais (fêmur
ou úmero);
Paralisia de um ou
mais membros;
ECG < 14 ou
deterioração
neurológica
PAS< 90
FR < 10 >29
Mecânica ventilatória
Parâmetros vitais: Anatomia da lesão:
13. .
Idade > 70 anos…
Gravidez confirmada ou presumida;
Doenças crónicas graves;
Terapia com anticoagulante (CHIARA, 2009).
4. Condições clínicas de risco aumentado
14. Trauma menor
É aquele que na triagem pré hospitalar se enquadra em
um ou mais dos critérios:
Dados vitais normais
Fracturas alinhadas, luxações, lacerações;
dor leve ,moderada
Lesão de pele e subcutâneo com sangramento leve
15. Trauma Menor (continuação)
Trauma torácico com dor leve sem dispnéia
Suspeita de fractura, entorse, luxação, contusões,
mialgias
Escoriações ferimentos que não requerem
fechamento e outros traumas que não contém critérios
para trauma maior
17. Traumatismo abdominal fechado
pode cursar com compressão e esmagamento/
cisalhamento de vísceras abdominais;
hemorragia; ruptura de órgãos e vasos abdominais
Traumatismo cranioencefálico aberto
Presença de uma solução de continuidade com a
dura-máter.
Trauma maior
18. Etiologia:
Acidentes automobilísticos: atropelamentos e colisões
Capotamentos, Quedas de altura
Queimaduras 2º a 3º grau
Acidente de recreação (jogos de contacto)
Agressões interpessoais
Ferimento por projéctil de arma de fogo
Ferimento por arma branca
Lesão por corrente eléctrica
19. Incidências
Acidentes no trânsito são a terceira causa de morte
no mundo,ficando só atrás de doenças cardíovasculares
e do câncro segundo a estastística da organização
mundial da saúde ( OMS) (WHO).
20. Segundo estatísticas da OMS, por dia cerca de 170.000
homens, mulheres e crianças sofrem traumatismo.
aproximadamente 400 morrem em resultado de suas
lesões.
Incidência(continuação)
21. Equipe de atendimento ao politraumatizado/ Métodos
diagnóstico
EQUIPE DE ATENÇÃO AO TRAUMA MAIOR
( Trauma- Team)
:
Platão presencial 24horas
•2-3 Médicos de medicina clínica
•1-2 Médicos pediatras
• Médico Cirurgião geral
•Enfermeiro e equipe de técnicos e auxiliares de enfermagem
Plantão Médico alcançável sobreaviso disponível em 15 min
•Ginecologia
•Orto-Traumatologista
•Anestesiologista- Emergencsta- Intensivista
22. A classificação de risco tem como finalidade identificar a
prioridade clínica com que o paciente deve ser atendido e o
respectivo tempo alvo recomendado até a observação médica.
classificação de risco de prioridade (Triagem)
23. Classificação de risco de prioridade (continuação)
Não se trata de estabelecer diagnósticos
A escala de classificação, segundo o Protocolo de
Manchester, é a seguinte:
Número Nome Cor Tempo alvo
1 Emergente 0 min.
2 Muito urgente 10 min
3 Urgente 1h
4 Pouco urgente 2h
5 Não urgente 4h
vermelho
Laranja
Amarelo
Verde
Azul
24. Discriminadores Explicação
Alteração súbita da
consciência
Alteração da Escala de Coma de Glasgow nas
últimas 12h em relação ao estado prévio. Em caso
de dúvida, presumir alteração do estado de
consciência.
Comprometimento vascular
distal
Haverá associação de palidez, diminuição da
temperatura, alteração de sensibilidade e dor com
ou sem ausência de pulso distal à lesão.
Déficit neurológico agudo Qualquer perda de função neurológica nas últimas
24h: alteração ou perda de sensibilidade, fraqueza
de membros (transitória ou permanente),
retenção urinária ou alteração da função intestinal.
Dor pleurítica Dor em fincada localizada no peito que piora com
respiração, tosse ou espirro.
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE PRIORIDADE FLUXOGRAMA
25. História de
inconsciência
Deve haver uma testemunha confiável para relatar se
o paciente esteve inconsciente e por quanto tempo.
Caso contrário, se o paciente não se lembra
do incidente deve-se presumir que esteve
inconsciente.
Infecção local Manifesta-se geralmente como inflamação (dor,
inchaço e vermelhidão) restrita a uma área definida,
com ou sem coleção de pus
Inflamação local Implica em dor, inchaço e vermelhidão restrita a uma
área definida.
Mecanismo de trauma
significativo
Trauma penetrante (facada ou arma de fogo) e trauma
com alta transferência de energia como quedas de
altura e acidentes em vias de trânsito rápido
(velocidade > 65 Km/h) são significativos,
principalmente se houve ejeção do veículo, mortes de
outras vítimas ou grande deformação do veículo
26. Diagnóstico
Avaliação primária (Primary Survey)
De acordo com o protocolo de atendimento inicial do
politraumatizado recomendado pelo ATLS:
Reanimação frente a parada cardiocirculatória é realizada
imediatamente após o diagnóstico
Avaliação primária e reanimação ocorrem
simultaneamente, e numa sequência lógica de condições de
risco à vida, conhecida como “ABCDE” (CHIARA, 2009)
27. A avaliação ABCDE é efectuada, primária em até 2 a 5 min.
Tratamento simultâneo de lesões potencialmente fatais pode
ser feito.
Avaliação Primária no Politrauma: o ABCDE
A AIRWAY VIA AÉREA
B BREATHING RESPIRAÇÃO
C CIRCULATION CIRCULAÇÃO
D DISABILITY DISFUNÇÃO NEUROLÓGIA
E EXPOSITION EXPOSIÇÃO
Diagnóstico
28. VIAS AÉREAS E COLUNA CERVICAL
Inicialmente, é avaliada permeabilidade das vias aéreas
superiores
Queda de língua, Presença de vómito, sangue, corpo
estranho na cavidade oral.,
.
29. Tratamento ao politraumatizado
Em obstrução real ou potencial de via
aéreas, fazer manobras para sua liberação:
Aspiração
Anteriorização do mento (queixo)
Posicionamento da cânula orofaríngea
Administração de oxigênio 10-12L/min em máscara
com reservatório
Intubação traqueal se necessário
.
30. Tratamento ao politraumatizado (continuação)
Intubação via nasotraqueal no potencial trauma
Maxilofacial é contra-indicada.
Traqueostomia pode ser necessária em traumas faciais
com fracturas graves de mandíbula e maxila.
Politrauma deve ter coluna cervical imobilizada até
lesão raquimedular ser descartada
31. Tratamento ao politraumatizado
(continuação)
B. ventilação
Avaliação da ventilação se faz através da inspeção,
percussão, palpação e auscultação do tórax.
Os diagnósticos a serem buscados são:
•Pneumotórax hipertensivo
•Pneumotórax aberto
•Tórax instável
•Hemotórax maciço
32. B. VENTILAÇÃO (CONTINUAÇÃO)
CAUSA CONDUTA
Pneumotórax hipertensivo Toracocentese imediata e/ou
toracotomia com drenagem torácica
fechada.
Pneumotórax aberto Curativo de três pontos imediatamente
(paciente não entubado)
Tórax instável Drenagem torácica é tratamento
definitivo
Hemotórax maciço Intubação e ventilação com pressão
positiva (PP)
Alteração da Ventilação no Trauma
33. Tratamento ao politraumatizado (continuação)
C. CIRCULAÇÃO
No manuseio do traumatizado o choque deve ser sempre
considerado (e tratado), a princípio, como hemorrágico.
Como sequência para exame deve-se pesquisar e
controlar fontes de sangramento externo, mediante
compressão
Puncionar dois acessos periféricos calibrosos (14-16G) e
na impossibilidade destes, obter acesso venoso central
Colher amostra de sangue para prova cruzada (lactato,
troponina no trauma cardíaco, BHCG para mulheres jovens)
34. C. CIRCULAÇÃO (continuação)
Em caso de choque realizar reposição volêmica,
utilizando solução salina
(SF 0,9%, em bolus de 2000ml).
Para cada ml de sangue perdido repõe-se 3ml de
cristalóide isotônico.
A hemotransfusão é somente indicada em caso de
choque grau III e IV
35. D. EXAME NEUROLÓGICO
O exame neurológico durante a avaliação primária é
realizado:
Classificando o paciente de acordo a Escala de Coma
de Glasgow (ECG)(GCS)
Examinando a pupila (diâmetro e reactividade À luz
Motricidade dos membros.
36. D. ESCALA DE COMA DE GLASGOW (ECG)
Resposta a Avaliação
Abrir os Olhos Score
Espontâneo 4
A voz 3
A dor 2
nenhuma 1
Melhor Resposta motora
Obedece comandos 6
Localiza a dor 5
Defesa normal (flexão) 4
Defesa anormal (flexão)(descortica) 3
Extensão-Descerebra 2
Nenhuma (flácido) 1
Resposta verbal
Orientado 5
Conversação confusa 4
Palavras inapropriadas 3
Sons incompreensíveis 2
Nenhuma 1
Para calcular a escala de coma de Glasgow, somar os scores de abrir os olhos, melhor resposta motora, e
resposta verbal. O melhor GCS possível é 15 pontos e o pior possível é 3 pontos
37. D. EXAME NEUROLÓGICO
Como a Escala de coma de Glasgow é muito detalhada
e morosa a alternativa é evaluar segundo o
AVPU
A Alert
V Response to vocal stimulos
P Response to painful stimulos
U Unresponsiv
38. E. EXPOSIÇÃO
Remoção de toda vestimenta é realizada na chegada,
com exposição do tórax e membros superiores para
avaliação, monitoramento e punção venosa.
Posteriormente faz-se a limpeza e medicação
temporária das feridas, posicionamento de talas
ortopédicos e, por fim,o paciente é coberto com manta
térmica para se prevenir a dispersão de calor
A Avaliação Secundária (Secondary Survey) segue-se a
Avaliação primária (Primary Survey)
39. E. EXPOSIÇÃO
É uma avaliação da cabeça aos pés
A Avaliação Secundária (Secondary Survey) segue-se a
Avaliação primária (Primary Survey)
A Avaliação secundária é efeituada só após
normalisação das funções vitais
41. conclusão
Um paciente politraumatizado é aquele
sinistrado que sofreu traumatismos múltiplos, no
qual no mínimo um é potencialmente fatal
Os traumas são classificados em maior e menor.
No trauma maior observar os :
Parâmetros vitais; Anatomia da lesão; Condições
clínicas de risco aumentado; Impacto violento
42. Conclusão (continuação)
Trauma menor:
Traumatismo abdominal aberto penetrante
Traumatismo abdominal aberto não penetrante
Traumatismo abdominal fechado
Traumatismo cranio- encefálico aberto
Avaliação ABCDE , primária em até 2 a 5 min
O tratamento é feito por uma equipe multidisciplinar
(Trauma Team)
43. Acidentes automobilísticos: atropelamentos e colisões
Quedas; Acidente de recreação (jogos de contacto,
Agressões interpessoais
Ferimento por projéctil de arma de fogo; Ferimento por
arma branca
De acordo a etiologia: o trauma pode ser provocado por
agentes físico, químico, eléctrico.
Conclusão (continuação)
44. Recomendações
O Politraumatizado deve ser
considerado um
paciente prioritário
pode ter as suas
funções vitais
deterioradas em curto
período de tempo!!!
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