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CLIFFORD GEERTZ:
- A TRANSIÇÃO PARA A
HUMANIDADE
Transição para a Humanidade
 Tema constante nas ciências humanas: questionamento
sobre o parentescodo homem com outrosanimais.
 Duasgrandes revoluções intelectuais:
1.Revolução copernicana - séc. XVI. Visão heliocêntrica do
mundo - Copérnico
2.Revolução darwiniana - séc. XIX - homem como parte da
natureza - e nãocomo sobrenatural.
Transição para a Humanidade
- DEBATE GIRA EM TORNO DA NATUREZA E DO GRAU DE
PROXIMIDADE:
a) Ciências Biológicas (Zoologia, Paleontologia) -
enfatizam tal parentesco - evolução como processo biológico
mais ininterrupto - homem como uma das mais interessantes
formasqueavidaassumiu, tal como odinossauro.
- Unidade intrínseca ao mundo orgânico, universalidade
absolutados princípios (como o daevolução).
Transição para a Humanidade
- debate giraem torno da natureza e do grau de proximidade:
b) Ciências Sociais (Antropologia, Psicologia, Sociologia,
Ciência Política) - não negam a naturezaanimal do homem.
- Vistocomo sendoo únicodiferenteem “grau” e em “espécie”.
-Fabrica instrumentos, fala, adota símbolos, tem consciência
histórica, da finitude, de outros mundos, tem valores, senso
moral e CULTURA.
Obs.: mitologia científica - separação natureza e cultura.
Antropologiaaponta paraoutro caminho.
Tempo geológico
-coluna do tempo geológico é dividida em
Éons, Eras, Períodose Épocas.
-divisão não é arbitrária reflete grandes
acontecimentos que ocorreram nas histórias
geológicae biológicada Terra.
-éons Arqueano e Proterozóico correspondem
a grupos de rochas ígneas e metamórficas que
formam grande volume da crosta continental,
com um registro fóssil escasso, composto
somentede seres microscópicos.
- No final do Proterozóico é que começaram a
apareceros primeirosseres multicelulares.
-o on Fanerozóico significa “vida visível”,
refletindo a fase em que a vida se tornou
abundante no planeta.
Tempo geológico
-As três Eras do on Fanerózóico - Paleozóica,
Mesozóica e Cenozóica ilustram um momento
especial da história da Terra e o limite entre as
Eras é pautado por eventos de extinção em
massa.
- Era Cenozóicasignifica “vida recente”.
PRIMÓRDIOS DOS HOMINÍDIOS
1. Homo habilis (2,4 milhões de anos) - mão completa;
estrutura compatível com a habilidade de fazer e
utilizarferramentas.
2. Homo Erectus (australopitecos africano - 2 milhões de
anos) - ancestral diretodo homosapiens - Plioceno.
3. Homo sapiens neandertais - (homem da caverna) -
500mil anos - língua falada.
4. Homo sapiens sapiens - homem moderno (+/- 400
mil anos).
PRIMÓRDIOS DOS HOMINÍDEOS
Sobre os hominídeos
Bipedismo + visãoestereoscópica + usodas mãos = cultura
Bipedismo + visãoestereoscópica + usodas mãos + cultura
= homem
A transição para a Humanidade
 Antropologia Americana - desenvolve trabalhos nos
doiscampos – compreenderacondição humana:
1. evolução física;
2.significados culturais - enfoque sobre a origem da cultura
a partir da história da evolução física do homo sapiens.
- Nãoseparaçãoentre naturezae cultura. (32).
-traçam-se etapas da evolução (de um ancestral primata
comumao homem moderno).
Teoria do ponto crítico
 Teoria do ponto crítico - Kroeber: capacidade de
adquirir cultura - acontecimento súbito, completo salto
quantitativo na filogenia dos primatas - evolução das
unidades taxionômicas - alteração orgânica prodigiosa.
(33).
-mudança na estrutura cortical capacitando o animal a
exprimir-se, aprender, ensinare fazergeneralizações.
-cultura nasce e prossegue independente da evolução
orgânica. Humanização de um ramo da família primata
(alteraçõesem termosanatômicose genéticos).
- surgimentorepentino dacondição humana. (33)
Razões da teoria do ponto crítico
1. Abismo entre a capacidade mental do homem e a de seus
parentes
capacidade
vivos mais próximos
de falar, adotar símbolos, fabricação
(os grandes símios) 
de
instrumentos.
Ex. experiência de socialização entre um chimpanzé e uma
criança - o primeiro não falou e o segundo sim.
Ao final, Geertz mostra que a distância entre o homem e
os símios é grande.
Razões da teoria do ponto crítico
2. Linguagem, abstração e simbolização - assuntos bem
definidos e excludentes - ou falaou não fala.
- Processos realizados na totalidadee não pela metade.
-série de saltos na passagem da simples atividade reflexa para as
respostas condicionadas e comportamento complexo em
resposta a determinado sinal e daí para o pensamento simbólico.
Razões da teoria do ponto crítico
3. Unidade psíquica do homem - deduz que a cultura já
surgiucompleta anteriormente.
-Relaciona-se com a tese de que não há grandes diferenças na
natureza do processo mental das raças humanas (34).
-igualdade na condição da capacidade de adquirir cultura das
diferentesespécies de hominídeos.
-Kroeber - sobre o Homem - quase completo
neurologicamente antes que a cultura tivesse começado a se
desenvolver - capacidade biológica necessária à aquisição de
culturaera tidacomoalgoque nãoadmitia meio termo.
Crítica à teoria do ponto crítico
 Crítica paleontológica à teoria do ponto crítico - análise
de restos fósseis (Eugene Du Bois):
- formaçãodo corpo humano realizadaaos poucos
-dispersão hominídea pela locomoção bipedal como grande
transformação na estrutura e na função do sistema locomotor
 modificação de ossos, da musculatura - pressões seletivas
parapermitirposturaeretae a marcha bipedal (46)
-processo de hominização - aumento da área de habitação e
defesa dos limites do território para evitar ameaça à
alimentação; organização em bandos; grupos familiares:
parentesco, proibiçãodo incesto; divisãodo trabalho.
Crítica à teoria do ponto crítico
 “Homens australoptecus” - formação da pelve e da perna e
acapacidade craniana.
-Sistema de locomoção bipedal “tipo homem” e de um cérebro
“tipo macaco” (35).
-“proto-homens” - mais ou menos eretos, dotados de pequenos
cérebros, não necessitando usar as mãos para locomoção,
manufaturavam instrumentos e caçavam pequenos animais.
- capazes de adquiriralguns (e não todos) elementos de cultura.
- capacidade de adquirir cultura surgiu gradual e
continuamente (36).
-logo a maior parte do crescimento cortical humano foi
posteriore não anteriorao “início” da cultura.
Crítica à teoria do ponto crítico
“Homens australoptecus”
Crânios
1. Gorilla 2. Australopithecus 3.
Homo erectus 4. Neanderthal (La
Chapelle aux Saints) 5. Steinheim
Skull 6. Euhominid
Crítica à teoria do ponto crítico
 “Homens-macacos australoptecus” - formação da pelve e
da pernae acapacidade craniana.
-Sistema de locomoção bipedal “tipo homem” e de um cérebro
“tipo macaco” (35).
-“proto-homens” - mais ou menos eretos, dotados de pequenos
cérebros, não necessitando usar as mãos para locomoção,
manufaturavam instrumentos e caçavam pequenos animais.
-capazes de adquirir alguns (e não todos) elementos de cultura.
Dúvidas sobre a teoria do ponto crítico - não surgimento
completodacultura.
-capacidade de adquirir cultura surgiu gradual e continuamente
(36).
- logo a maior parte do crescimento cortical humano foi
posteriore não anteriorao “início” da cultura.
Crítica à teoria do ponto crítico
 Desenvolvimento cultural processava-se bem antes de cessar
odesenvolvimentoorgânico
-natureza do homem torna-se não apenas o produtor da
cultura e num sentido especificamente biológico, o
produtodacultura.
-pressões seletivas das fases terminais da evolução do animal
humano foram determinadas pelas fases iniciais do
desenvolvimento da cultura humana e não simplesmente pela
forçado meioambiente.
Crítica à teoria do ponto crítico
-aptidões, habilidades, disposições dependem do
desenvolvimentodo sistema nervoso.
- inter-relação de mudanças culturais e biológicas (37).
-constituição genética e inata do homem é um produto cultural e
biológico. (38).
- Dúvidas sobre a teoria do ponto crítico - não surgimento
completodacultura.
.
Crítica à teoria do ponto crítico
 Idade glacial - modificações rápidas e radicais no clima, nas
formações terrestres e navegetação.
-Condições ideais para um rápido e eficiente desenvolvimento
evolutivodo homem.
-meio cultural passou a ser suplementar ao meio ambiente
natural no processo seletivo, intensificando e acelerando o
processodeevolução do homem.
Crítica à teoria do ponto crítico
 Cultura como componente das capacidades.
- forjaram as principaiscaracterísticas humanas:
1. sistema nervosoencefálico;
2. estruturasocial baseada na Proibiçãodo Incesto;
3. capacidade de criare utilizarsímbolos.
-Implicação - sistema nervoso do homem o torna apto a
adquirir cultura como exige para funcionar que o homem
adquiraessacultura.
-cultura e mente - cérebro do homo sapiens não seria viável fora
daestruturacultural humana (38).
Conclusão
 Estabelece-se o caráter distinto da linhagem hominídea (5 a
20 milhões deanos).
-postulado da existência de diferenças na capacidade de
adquirir cultura não contradiz com o fato de que não há
diferenças significativas na capacidade mental inata das várias
raças humanasatuais (40).
 Idade glacial favoreceu a formação mental do homem,
produzindo a natureza humana  interação das fases iniciais
do desenvolvimento cultural com as fases culminantes da
transformação biológica.
-capacidade de adquirir cultura foi forjada por longo período à
medida que o homem criava seus instrumentos, tornando
explícitaadoutrinada unidade física. (41).
 Implicações na nova maneira de
encarar a cultura:
1. Ambiente cultural como fator indispensável da existência das
capacidades;
2.Sem o homem não haveria formas de cultura; sem formas de
cultura não haveriao homem.
- instrumentos, caça, organização familiar, arte, religião
moldaram somaticamente o homem, necessários à
sobrevivência e realizaçãoexistencial.
3. Singularidade do homem no fato dele ter que aprender;
imprescindível os padrões orientadores. Cognição depende da
existênciade modelos simbólicos externos da realidade
- sem a orientação das ideias aceitas encontradas nos ritos, no
mitoe naarte não saberíamos como sentir. (42).
4. Ideiase emoções sãoartefatos culturais.
Transição para a Humanidade
 PALEOCENO (65 milhões de anos – dominação dos
mamíferos)  EOCENO (55 milhões de anos - tronco comum)
 OLIGOCENO (36 milhões de anos - início do ramo dos seres
humanos e divisão dos primatas)  MIOCENO (23 milhões de
anos)  PLIOCENO (2 a 5 milhões de anos) 
PLEISTOCENO (1,8 milhão a 11.000 anos atrás – expansão do
Homo Sapiens e ao final os seres humanos tinham se espalhado
porquase todo o mundo – Homo sapiens neandertais )
Obs.: mudanças decorrentes do clima, geografia global
(extinções, especiação ou divisão de linhagens e migrações),
impactodecometa/asteroide - radiações adaptativas.

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  • 1. CLIFFORD GEERTZ: - A TRANSIÇÃO PARA A HUMANIDADE
  • 2. Transição para a Humanidade  Tema constante nas ciências humanas: questionamento sobre o parentescodo homem com outrosanimais.  Duasgrandes revoluções intelectuais: 1.Revolução copernicana - séc. XVI. Visão heliocêntrica do mundo - Copérnico 2.Revolução darwiniana - séc. XIX - homem como parte da natureza - e nãocomo sobrenatural.
  • 3. Transição para a Humanidade - DEBATE GIRA EM TORNO DA NATUREZA E DO GRAU DE PROXIMIDADE: a) Ciências Biológicas (Zoologia, Paleontologia) - enfatizam tal parentesco - evolução como processo biológico mais ininterrupto - homem como uma das mais interessantes formasqueavidaassumiu, tal como odinossauro. - Unidade intrínseca ao mundo orgânico, universalidade absolutados princípios (como o daevolução).
  • 4. Transição para a Humanidade - debate giraem torno da natureza e do grau de proximidade: b) Ciências Sociais (Antropologia, Psicologia, Sociologia, Ciência Política) - não negam a naturezaanimal do homem. - Vistocomo sendoo únicodiferenteem “grau” e em “espécie”. -Fabrica instrumentos, fala, adota símbolos, tem consciência histórica, da finitude, de outros mundos, tem valores, senso moral e CULTURA. Obs.: mitologia científica - separação natureza e cultura. Antropologiaaponta paraoutro caminho.
  • 5. Tempo geológico -coluna do tempo geológico é dividida em Éons, Eras, Períodose Épocas. -divisão não é arbitrária reflete grandes acontecimentos que ocorreram nas histórias geológicae biológicada Terra. -éons Arqueano e Proterozóico correspondem a grupos de rochas ígneas e metamórficas que formam grande volume da crosta continental, com um registro fóssil escasso, composto somentede seres microscópicos. - No final do Proterozóico é que começaram a apareceros primeirosseres multicelulares. -o on Fanerozóico significa “vida visível”, refletindo a fase em que a vida se tornou abundante no planeta.
  • 6. Tempo geológico -As três Eras do on Fanerózóico - Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica ilustram um momento especial da história da Terra e o limite entre as Eras é pautado por eventos de extinção em massa. - Era Cenozóicasignifica “vida recente”.
  • 7. PRIMÓRDIOS DOS HOMINÍDIOS 1. Homo habilis (2,4 milhões de anos) - mão completa; estrutura compatível com a habilidade de fazer e utilizarferramentas. 2. Homo Erectus (australopitecos africano - 2 milhões de anos) - ancestral diretodo homosapiens - Plioceno. 3. Homo sapiens neandertais - (homem da caverna) - 500mil anos - língua falada. 4. Homo sapiens sapiens - homem moderno (+/- 400 mil anos).
  • 9.
  • 10. Sobre os hominídeos Bipedismo + visãoestereoscópica + usodas mãos = cultura Bipedismo + visãoestereoscópica + usodas mãos + cultura = homem
  • 11. A transição para a Humanidade  Antropologia Americana - desenvolve trabalhos nos doiscampos – compreenderacondição humana: 1. evolução física; 2.significados culturais - enfoque sobre a origem da cultura a partir da história da evolução física do homo sapiens. - Nãoseparaçãoentre naturezae cultura. (32). -traçam-se etapas da evolução (de um ancestral primata comumao homem moderno).
  • 12. Teoria do ponto crítico  Teoria do ponto crítico - Kroeber: capacidade de adquirir cultura - acontecimento súbito, completo salto quantitativo na filogenia dos primatas - evolução das unidades taxionômicas - alteração orgânica prodigiosa. (33). -mudança na estrutura cortical capacitando o animal a exprimir-se, aprender, ensinare fazergeneralizações. -cultura nasce e prossegue independente da evolução orgânica. Humanização de um ramo da família primata (alteraçõesem termosanatômicose genéticos). - surgimentorepentino dacondição humana. (33)
  • 13. Razões da teoria do ponto crítico 1. Abismo entre a capacidade mental do homem e a de seus parentes capacidade vivos mais próximos de falar, adotar símbolos, fabricação (os grandes símios)  de instrumentos. Ex. experiência de socialização entre um chimpanzé e uma criança - o primeiro não falou e o segundo sim. Ao final, Geertz mostra que a distância entre o homem e os símios é grande.
  • 14. Razões da teoria do ponto crítico 2. Linguagem, abstração e simbolização - assuntos bem definidos e excludentes - ou falaou não fala. - Processos realizados na totalidadee não pela metade. -série de saltos na passagem da simples atividade reflexa para as respostas condicionadas e comportamento complexo em resposta a determinado sinal e daí para o pensamento simbólico.
  • 15. Razões da teoria do ponto crítico 3. Unidade psíquica do homem - deduz que a cultura já surgiucompleta anteriormente. -Relaciona-se com a tese de que não há grandes diferenças na natureza do processo mental das raças humanas (34). -igualdade na condição da capacidade de adquirir cultura das diferentesespécies de hominídeos. -Kroeber - sobre o Homem - quase completo neurologicamente antes que a cultura tivesse começado a se desenvolver - capacidade biológica necessária à aquisição de culturaera tidacomoalgoque nãoadmitia meio termo.
  • 16. Crítica à teoria do ponto crítico  Crítica paleontológica à teoria do ponto crítico - análise de restos fósseis (Eugene Du Bois): - formaçãodo corpo humano realizadaaos poucos -dispersão hominídea pela locomoção bipedal como grande transformação na estrutura e na função do sistema locomotor  modificação de ossos, da musculatura - pressões seletivas parapermitirposturaeretae a marcha bipedal (46) -processo de hominização - aumento da área de habitação e defesa dos limites do território para evitar ameaça à alimentação; organização em bandos; grupos familiares: parentesco, proibiçãodo incesto; divisãodo trabalho.
  • 17. Crítica à teoria do ponto crítico  “Homens australoptecus” - formação da pelve e da perna e acapacidade craniana. -Sistema de locomoção bipedal “tipo homem” e de um cérebro “tipo macaco” (35). -“proto-homens” - mais ou menos eretos, dotados de pequenos cérebros, não necessitando usar as mãos para locomoção, manufaturavam instrumentos e caçavam pequenos animais. - capazes de adquiriralguns (e não todos) elementos de cultura. - capacidade de adquirir cultura surgiu gradual e continuamente (36). -logo a maior parte do crescimento cortical humano foi posteriore não anteriorao “início” da cultura.
  • 18. Crítica à teoria do ponto crítico “Homens australoptecus” Crânios 1. Gorilla 2. Australopithecus 3. Homo erectus 4. Neanderthal (La Chapelle aux Saints) 5. Steinheim Skull 6. Euhominid
  • 19. Crítica à teoria do ponto crítico  “Homens-macacos australoptecus” - formação da pelve e da pernae acapacidade craniana. -Sistema de locomoção bipedal “tipo homem” e de um cérebro “tipo macaco” (35). -“proto-homens” - mais ou menos eretos, dotados de pequenos cérebros, não necessitando usar as mãos para locomoção, manufaturavam instrumentos e caçavam pequenos animais. -capazes de adquirir alguns (e não todos) elementos de cultura. Dúvidas sobre a teoria do ponto crítico - não surgimento completodacultura. -capacidade de adquirir cultura surgiu gradual e continuamente (36). - logo a maior parte do crescimento cortical humano foi posteriore não anteriorao “início” da cultura.
  • 20. Crítica à teoria do ponto crítico  Desenvolvimento cultural processava-se bem antes de cessar odesenvolvimentoorgânico -natureza do homem torna-se não apenas o produtor da cultura e num sentido especificamente biológico, o produtodacultura. -pressões seletivas das fases terminais da evolução do animal humano foram determinadas pelas fases iniciais do desenvolvimento da cultura humana e não simplesmente pela forçado meioambiente.
  • 21. Crítica à teoria do ponto crítico -aptidões, habilidades, disposições dependem do desenvolvimentodo sistema nervoso. - inter-relação de mudanças culturais e biológicas (37). -constituição genética e inata do homem é um produto cultural e biológico. (38). - Dúvidas sobre a teoria do ponto crítico - não surgimento completodacultura. .
  • 22. Crítica à teoria do ponto crítico  Idade glacial - modificações rápidas e radicais no clima, nas formações terrestres e navegetação. -Condições ideais para um rápido e eficiente desenvolvimento evolutivodo homem. -meio cultural passou a ser suplementar ao meio ambiente natural no processo seletivo, intensificando e acelerando o processodeevolução do homem.
  • 23. Crítica à teoria do ponto crítico  Cultura como componente das capacidades. - forjaram as principaiscaracterísticas humanas: 1. sistema nervosoencefálico; 2. estruturasocial baseada na Proibiçãodo Incesto; 3. capacidade de criare utilizarsímbolos. -Implicação - sistema nervoso do homem o torna apto a adquirir cultura como exige para funcionar que o homem adquiraessacultura. -cultura e mente - cérebro do homo sapiens não seria viável fora daestruturacultural humana (38).
  • 24. Conclusão  Estabelece-se o caráter distinto da linhagem hominídea (5 a 20 milhões deanos). -postulado da existência de diferenças na capacidade de adquirir cultura não contradiz com o fato de que não há diferenças significativas na capacidade mental inata das várias raças humanasatuais (40).  Idade glacial favoreceu a formação mental do homem, produzindo a natureza humana  interação das fases iniciais do desenvolvimento cultural com as fases culminantes da transformação biológica. -capacidade de adquirir cultura foi forjada por longo período à medida que o homem criava seus instrumentos, tornando explícitaadoutrinada unidade física. (41).
  • 25.  Implicações na nova maneira de encarar a cultura: 1. Ambiente cultural como fator indispensável da existência das capacidades; 2.Sem o homem não haveria formas de cultura; sem formas de cultura não haveriao homem. - instrumentos, caça, organização familiar, arte, religião moldaram somaticamente o homem, necessários à sobrevivência e realizaçãoexistencial. 3. Singularidade do homem no fato dele ter que aprender; imprescindível os padrões orientadores. Cognição depende da existênciade modelos simbólicos externos da realidade - sem a orientação das ideias aceitas encontradas nos ritos, no mitoe naarte não saberíamos como sentir. (42). 4. Ideiase emoções sãoartefatos culturais.
  • 26. Transição para a Humanidade  PALEOCENO (65 milhões de anos – dominação dos mamíferos)  EOCENO (55 milhões de anos - tronco comum)  OLIGOCENO (36 milhões de anos - início do ramo dos seres humanos e divisão dos primatas)  MIOCENO (23 milhões de anos)  PLIOCENO (2 a 5 milhões de anos)  PLEISTOCENO (1,8 milhão a 11.000 anos atrás – expansão do Homo Sapiens e ao final os seres humanos tinham se espalhado porquase todo o mundo – Homo sapiens neandertais ) Obs.: mudanças decorrentes do clima, geografia global (extinções, especiação ou divisão de linhagens e migrações), impactodecometa/asteroide - radiações adaptativas.