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os Princípios Empresariais para
Alimentos e
Agricultura
como orientadores para os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável
A REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL agradece às organizações
que patrocinaram esta edição dos Princípios Empresariais para
Alimentos e Agricultura como Orientadores para os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, possibilitando que este conhecimento
seja compartilhado por meio de cópias impressas e digitais.
patrocínio
coordenação editorial
03
NA VANGUARDA DO
AGRONEGÓCIO MUNDIAL
A sistematização de uma produção agrícola sus-
tentável é premente no Brasil. Trata-se de um dos
principais setores de nossa economia, colocando
o País entre os principais exportadores de com-
modities do mundo. Tendo em vista a relevância
do tema, após lançar os Princípios Empresariais
de Alimentos e Agricultura (PEAA), em março de
2015, a Rede Brasil do Pacto Global sai mais uma
vez na frente com o lançamento desta Cartilha.
Trata-se de um belo e inovador resultado do Grupo
Temático de Alimentos e Agricultura, que soube
escutar as demandas das organizações. Suas lide-
ranças solicitavam um guia que pudesse, de forma
prática, aplicar os PEAA em seus processos, já em
consonância com os Objetivos de Desenvolvimen-
to Sustentável (ODS) da ONU – com destaque para
o ODS 2, “acabar com a fome, alcançar a seguran-
ça alimentar, melhorar a nutrição e promover a
agricultura sustentável”.
A publicação lança novos paradigmas aos negó-
cios na área. Os PEAA guiarão a atuação das em-
presas – bem como de todos os atores da cadeia
produtiva – para a Agenda 2030 da ONU, pautada
por práticas socioambientais responsáveis, que
levam em conta a preservação dos ecossistemas
naturais, sociais e culturais de cada região.
Ao lançar esta Cartilha, a Rede Brasil do Pacto
Global demonstra protagonismo entre as Redes
Locais do UN Global Compact, colocando-se na
vanguarda da discussão sobre a sustentabilidade
do agronegócio no mundo.
Vamos em frente!
André Oliveira
Presidente da Rede Brasil do Pacto Global
e Diretor Jurídico, de Impostos e Seguros
da BASF na América do Sul
André Oliveira (Basf)
Presidente
Denise Hills (Itaú Unibanco), Antonio Fares (FIEP),
Meire Fidélis (Grupo Abril), Carlos Rossin (PwC)
Vice-presidentes
Beatriz Martins Carneiro
Secretária executiva
Barbara Dunin
Assessora
Gabriela Almeida
Assistente de Projeto
Vanessa Tarantini
Oportunidades de Engajamento
Luiz Fernando Campos
Assessor de comunicação
Princípios Empresariais para Alimentos
e Agricultura como Orientadores para os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Grupo Temático de Alimentos e Agricultura
Coordenação: Juliana Lopes (Amaggi)
Integrantes: ABAG, Agroicone, Amaggi, BASF, Bayer,
Bonsucro, BRF, Bunge, Câmara Brasil- Alemanha, CEBDS,
DNV GL, Dow, GT Foods, GTPS, Hospital Albert Einstein,
IFAD, MAPA, Monsanto, Netafim, Novozymes, Odebrecht
Agroindustrial, Proforest, Rever Consulting, SLC Agricola,
Social Carbon, Syngenta, The Nature Conservancy e TOTVS
Coordenação editorial e edição:
Rever Consulting
Projeto gráfico e design:
Akemi Takenaka
Agosto de 2016
Expediente
05
Mensagem dos
patrocinadores
Rodrigo Santos
Presidente da Monsanto para
América do Sul
Garantir o sucesso continuado do agri-
cultor é o que nos coloca em movimen-
to. E por essa razão, inovamos no de-
senvolvimento de soluções agrícolas,
compartilhamos nosso conhecimento
e aprendizados e atuamos colaborati-
vamente em uma rede de organizações
empenhada em promover a segurança
alimentar.
Com esse objetivo, nasceu a cartilha
para implementação dos Princípios Em-
presariais para Alimentos e Agricultura,
reunindo algumas das soluções desen-
volvidas pelas diversas organizações do
setor, na busca constante de sistemas de
produção cada vez mais eficientes.
Temos como setor privado o poder de
influenciar e engajar nossos parceiros
e públicos para atuarmos colaborativa-
mente na promoção do desenvolvimento
sustentável da agricultura e no direcio-
namento de ações alinhadas e consis-
tentes para gerar valor econômico em
direção dos objetivos de desenvolvimen-
to sustentável.
Boa Leitura!
Waldemir Ival Loto
CEO da AMAGGI
Nós, líderes empresariais, temos o dever
de contribuir para a segurança alimentar
de cada cidadão do planeta. Mas também
temos a responsabilidade de fazer isto
garantindo a preservação do ecossiste-
ma e a perenidade dos nossos negócios.
Foi com a frase acima que iniciei meu
discurso no Global Compact Leaders
Summit, em 2013: convidando todos os
líderes empresariais a contribuir para a
criação de um modelo mais sustentável
para o agronegócio em seus países.
A AMAGGI se orgulha de ter participado
da construção dos Princípios Empresa-
riais para Alimentos e Agricultura desde
o seu início, durante a Rio+20. E tenho a
convicção de que o Brasil pode contribuir
para uma agricultura sustentável.
Precisamos de soluções inovadoras que
tragam viabilidade econômica e respon-
sabilidade ambiental. Que garantam o
respeito aos Direitos Humanos, ao tra-
balho decente e ao desenvolvimento das
comunidades rurais.
A cartilha para implementação dos Prin-
cípios Empresariais para Agricultura e
Alimentos se constitui em um passo im-
portante nessa direção e mostra o quan-
to estes princípios estão alinhados com
os Objetivos de Desenvolvimento Sus-
tentável. Estamos prontos para debater
e construir o futuro que queremos.
Muito obrigado!
08
16
11
26
40
50
62
68
76
sumário executivo
Compromissos para o setor
de alimentos e agricultura
PROMOVER SEGURANÇA ALIMENTAR,
SAúDE E NUTRIÇão
Ser ambientalmente responsável
garantir viabilidade econômica
e compartilhar valores
Respeitar os direitos humanos,
criar trabalho digno e ajudar
as comunidades rurais a prosperarem
Incentivar a boa governança
e a responsabilidade
promover o acesso e a transferência
de conhecimento, habilidades e tecnologia
COMO GERENCIAR E COMUNICAR OS PEAA
índice
07
Junte-se A nós!
Somente construiremos soluções para as ques-
tões sociais, ambientais e humanas mais comple-
xas por meio de um processo conjunto, participa-
tivo e estruturado.
O aumento da demanda por alimentos para uma
população estimada em 9 bilhões de pessoas no
ano de 2050 e a escassez da água nos mostram
alguns dos desafios que temos.
Com o lançamento dos Princípios Empresarias
para Alimentos e Agricultura (PEAA) no Brasil em
março de 2015, trouxemos alguns dos bons exem-
plos já existentes e iniciamos a construção desta
cartilha. Todos os participantes deste processo
nos mostram que os resultados podem ser mul-
tiplicados se todos os atores socioeconômicos
envolvidos tiverem uma atuação forte e contínua.
A cartilha tem como objetivo orientar a implemen-
tação dos PEAA, em especial o setor privado, tra-
zendo dicas para a construção de uma estratégia
sólida e uso de ferramentas de gestão que fazem
sentido na atuação diária das empresas, mas que
também mostrem o quanto está vinculada a um
processo global como os Objetivos do Desenvolvi-
mento Sustentável (ODS).
Há muito tempo o Brasil é apresentado como ce-
leiro do mundo, mas acredito que temos todas as
condições de sermos muito mais e assumirmos a
condição de berço de um novo modelo de desen-
volvimento, em que toda a cadeia de alimentos e
agricultura seja sustentável.
Obrigada!
Juliana de Lavor Lopes
Diretora de Sustentabilidade da AMAGGI
e Coordenadora do Grupo Temático
de Alimentos e Agricultura
da Rede Brasil do Pacto Global
FOTO:FellipeAbreu
s u m á r i o
e x e c u t i v o
09
Promover segurança alimentar,
saúde e nutrição
ser ambientalmente responsável
Segurança do abastecimento alimentar
Segurança do alimento
Bem-estar animal
Desperdício de alimentos
Água
Mudanças Climáticas
Biodiversidade de fauna e flora
Conservação do solo
Resíduos e efluentes
Segurança ambiental de produtos
Desenvolvimento de tecnologias
Princípio 1
Princípio 2
Temas
Temas
A “Cartilha de Implementação: Os
Princípios Empresariais para Ali-
mentos e Agricultura como orienta-
dores para os Objetivos de Desen-
volvimento Sustentável” tem como
objetivo orientar uma atuação mensu-
rável para as empresas de alimentos e
agricultura sobre os Princípios Empre-
sarias para Alimentos e Agricultura –
PEAA em busca de um sistema produ-
tivo mais sustentável e resiliente.
Para facilitar a gestão e reporte, a
Cartilha destaca os temas relevantes
para cada Princípio. Os temas são en-
tão divididos em frentes de atuação,
com exemplos de práticas para o tra-
balho de cada tema. Esta estrutura
ajuda as empresas a compreenderem
distinção entre uma sólida estratégia
para um tema de uma prática ou pro-
jeto específico.
Os temas e frentes de atuação des-
tacados na Cartilha são baseados no
atual contexto e experiência das em-
presas no Brasil. A Cartilha representa
um consenso dos membros doGrupo
Temático Alimento e Agricultura do
Pacto Global sobre o que as empresas
do setor devem focar e coordenar es-
forços neste momento. A definição de
uma estrutura comum permite uma
atuação em conjunto e alinhada, uti-
lizando seus negócios como motores
propulsores do desenvolvimento am-
biental e social.
A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai-
nel de gestão PEAA” – para auxiliar
o planejamento, gestão, monitora-
mento e reporte do desempenho de
cada Princípio. Esta ferramenta apoia
a definição de uma estratégia robus-
ta, tanto para o Princípio como para
o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e
comunicar os PEAA’), baseada na
própria estrutura da Cartilha. O Painel
também apoia na definição de metas,
resultados esperados tanto para o
garantir viabilidade econômica e
compartilhar valores
Estabilidade dos agricultores
Consumo responsável
Gestão de fornecedores e terceiros
Princípio 3
Temas
respeitar os direitos humanos,
criar trabalho digno e ajudar as
comunidades rurais a prosperarem
Direitos Humanos
Diversidade e Inclusão
Desenvolvimento profissional
Saúde e segurança
Desenvolvimento local
Princípio 4
Temas
10
Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA), são uma
adaptação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor de
Alimentos e Agricultura, com foco na atuação específica do setor privado.
peaa
incentivar a boa governança
e a responsabilidade
Governança corporativa
Transparência e ética empresarial
Relações institucionais
Regulação & compliance
Princípio 5
Temas
promover o acesso e a
transferência de conhecimento,
habilidades e tecnologia
Transferência de tecnologia e expertise
Acesso a recursos financeiros
Princípio 6
Temas
negócio como para o impacto sobre o
tema, e indicadores de desempenho
para estes resultados. O Painel con-
solida em uma única ferramenta as
informações necessárias para uma
empresa avaliar se sua estratégia irá
gerar valor em direção dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável.
Com a Cartilha de implementação dos
PEAA as empresas de Alimentos e
Agricultura signatárias ou não do Pac-
to Global possuem um framework uni-
ficado para orientação de práticas, mo-
nitoramento e reporte dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
O desafio de definir sistemas de pro-
dução mais eficientes já abriu portas
a novas soluções e oportunidades. A
Cartilha tenta trazer de maneira prática
algumas destas soluções. Para o su-
cesso, é preciso definir um foco estra-
tégico, que traga benefícios claros aos
negócios e ao desenvolvimento sus-
tentável – A Cartilha de implementação
dos PEAA é o primeiro passo prático
para um bom planejamento, gestão e
execução de cada Princípio.
alimentos
e agricultura
setor
privado
c o m p r o m i s s o s
p a r a o s e t o r
d e a l i m e n t o s
e a g r i c u lt u r a
12
Conservar e promover
o uso sustentável dos
oceanos.
Tomar medidas
urgentes para combater
a mudança do clima.
Garantir educação
inclusiva, equitativa e
de qualidade.
Assegurar uma vida
saudável e promover o
bem-estar para todos.
Acabar com a pobreza
em todas as suas formas,
em todos os lugares
Acabar com a fome, alcançar
a segurança alimentar,
melhorar a nutrição.
Garantir acesso à
energia barata, confiável,
sustentável.
Garantir disponibilidade
e manejo sustentável
da água
Alcançar a igualdade de
gênero e empoderar todas
as mulheres e meninas
São 17 os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável
Reduzir a desigualdade
entre os países
e dentro deles
Promover sociedades
pacíficas e inclusivas
para o desenvolvimento
sustentável.
Tornar as cidades e os
assentamentos humanos
inclusivo, seguros, resilientes
Proteger, recuperar
e promover o uso
sustentável das florestas
Assegurar
padrões de consumo
e produção sustentável
Promover o crescimento
econômico sustentado,
inclusivo e sustentável
Fortalecer os mecanismos
de implementação e
revitalizar a parceria global.
Construir infraestrutura
resiliente, promover a
industrialização inclusiva
Objetivos de
Desenvolvimento
Sustentável
Durante a 70ª Assembleia Geral da
ONU em 2015, líderes mundiais de
193 países acordaram a definição
de uma nova agenda global para os
próximos 15 anos. Ela busca atender
necessidades universais em cinco
áreas: Pessoas, Planeta, Prosperi-
dade, Paz e Parcerias. Sua constru-
ção se deu a partir de um processo
de negociação com a sociedade civil
organizada, governos e o setor pri-
vado e consiste nos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
13
A importância
dos PEAA
O crescimento da população para 9,7
bilhões até 20502
irá aumentar signifi-
cativamente a demanda por alimentos,
que por sua vez, irá elevar a pressão e
demanda sobre os recursos naturais.
As empresas do setor de Alimentos e
Agricultura têm um papel central no
desenvolvimento de sistemas de pro-
dução mais eficientes – mais produti-
vos e menos demandantes de recursos
naturais – e escaláveis para garantia da
segurança alimentar e sustentabilida-
de da agricultura que todos nós depen-
demos.
Os atores da cadeia de produção de
alimentos - produtores, distribuido-
res, traders, varejistas, investidores,
mesas redondas, governos e consumi-
dores – terão de trabalhar em conjunto
em soluções reais e coletivas para uma
cadeia mais sustentável, igualitária e
menos impactante. As mesas redon-
das, fóruns e coalizões são meios im-
portantes na união destes atores, para
discussões específicas na busca por
soluções e troca de aprendizados que
alavancam as práticas setoriais.
Os PEAA como
orientadores
para os ODS
Os Objetivos de Desenvolvimento Sus-
tentável – ODS – estabelecem uma
Agenda 2030 com 17 Objetivos e 169
metas, que orientam diversos agentes
para ações em busca de um mundo
mais sustentável e resiliente.
Os Princípios Empresariais para Ali-
mentos e Agricultura - PEAA - foram
elaborados para orientar empresas do
setor sobre a sustentabilidade na ali-
mentação e agricultura, para orientar
práticas e facilitar o monitoramento e
reporte de progresso do setor privado.
Princípios
Empresariais
para Alimentos
e Agricultura
- PEAA
Os PEAA têm como objetivo consoli-
dar um conjunto de ações e resultados
esperados que as empresas devem
tomar para se alinharem aos objetivos
da ONU. Os PEAA foram desenvolvi-
dos pelo Pacto Global da ONU ao longo
de dois anos, por meio de um processo
amplo e inclusivo com diversos ato-
res. Mais de 20 consultas online e pre-
senciais foram realizadas no mundo,
envolvendo mais de 1.000 empresas,
agências da ONU e organizações da
sociedade civil comprometidas com os
temas da agricultura, nutrição e siste-
mas alimentares.
Os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável estabelecem com clare-
za o compromisso das 193 nações na
direção do desenvolvimento iguali-
tário, da sustentabilidade ambiental,
e a urgência em tratar as mudanças
climáticas e seus impactos. Cada ODS
possui metas específicas, que podem
ser consultadas no site do PNUD1
.
O setor privado tem um papel es-
sencial na aplicação dos ODS como
grande detentor do poder econômico,
propulsor de inovações e tecnologias,
influenciador e engajador dos mais
diversos públicos – desde governos,
fornecedores e consumidores – para
atuação colaborativa.
Os PEAA são uma adaptação para a
realidade e peculiaridades do setor
privado de Alimentos e Agricultura no
cumprimento das metas determinadas
para promoção do desenvolvimento
sustentável. Desta forma, as empresas
do setor, signatárias ou não do Pacto
Global, possuem um framework unifi-
cado para orientação de práticas, mo-
nitoramento e reporte.
Os PEAA foram apresentados em
Roma com o objetivo de contribuir
ao desenvolvimento sustentável pre-
visto no documento final da Rio+20,
“O Futuro que Queremos”.
1
PNUD – Dos ODM aos ODS (http://www.pnud.org.br/ods.aspx) 2
ONU – Novo estudo da ONU indica que mundo terá 11 bilhões de habitantes em 2100 (https://nacoesunidas.org/
novo-estudo-da-onu-indica-que-mundo-tera-11-bilhoes-de-habitantes-em-2100/)
14
3
http://www.pnud.org.br/Docs/Portfolio%20ODS-PNUD_ArquivoCompleto.pdf.
Os PEAA se relacionam com os ODS e suas metas,
conforme correlação abaixo:
Os ODS relacionados a cada Princípio e tema estão apontados graficamente ao longo da Cartilha.
Princípio Objetivo do Desenvolvimento
Sustentável3
Promover segurança alimentar,
saúde e nutrição
ser ambientalmente responsável
garantir viabilidade econômica e
compartilhar valores
respeitar os direitos humanos,
criar trabalho digno e ajudar as
comunidades rurais a prosperarem
incentivar a boa governança
e a responsabilidade
promover o acesso e a
transferência de conhecimento,
habilidades e tecnologia
15
Os Princípios Empresarias
para Alimentos e
Agricultura – PEAA -
oferecem uma estrutura
voluntária para que
as empresas possam,
de maneira conjunta e
direcionada, buscar o
impacto positivo no setor
e coordenar esforços dos
demais atores relevantes.
Esta Cartilha tem como objetivo prin-
cipal alinhar sobre a atuação das em-
presas pautadas nos PEAA, dando
indicações de práticas a serem desen-
volvidas para cada Princípio. Além do
direcionamento de práticas, a Cartilha
busca inspirar as empresas com casos
de sucesso no contexto brasileiro.
O público alvo desta Cartilha são em-
presas do setor de Alimentos e Agri-
cultura, bem como seus parceiros
comerciais – que estão diretamente
envolvidos na cadeia produtiva destas
empresas e influenciam seu desempe-
nho. A adesão aos PEAA é voluntária,
porém a sua utilização está desvin-
culada da adesão e objetiva incentivar
todas as empresas do setor a atuarem
em conjunto e alinhadas, para tornar o
setor um motor de desenvolvimento e
melhoria ambiental e social.
Recomendações
gerais
Antes de partirmos para o direcio-
namento focado nos Princípios, al-
gumas recomendações iniciais são
necessárias e gerais para todos os
Princípios.
A aplicação dos PEAA deve ser orien-
tada pelo entendimento das priorida-
des específicas da organização tipi-
camente definidas em um processo
de materialidade. Prioridades organi-
zacionais de sustentabilidade devem
contemplar: a estratégia e fatores
críticos de sucesso da organização
capturados em metas e objetivos; os
impactos econômicos, ambientais, e
socais da organização; riscos signifi-
cativos para a organização; desafios
para o setor indicado por especia-
listas, organizações orientadoras ou
praticadas por empresas do setor;
leis, regulamentos, acordos inter-
nacionais e diretrizes voluntárias;
competências da organização e como
podem contribuir com o desenvolvi-
mento sustentável; e aspectos que
podem influenciar substancialmente
a avaliação e decisões de partes in-
teressadas. As empresas devem co-
meçar a aplicação dos PEAA com os
temas mais materiais para a organi-
zação e gradualmente expandir para
os outros princípios e temas corres-
pondentes do setor.
A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai-
nel de gestão PEAA” – para auxiliar o
planejamento, gestão, monitoramen-
to do desempenho e reporte de cada
Princípio, baseada na própria estrutu-
ra da Cartilha. Esta ferramenta apoia
a definição de uma estratégia robus-
ta, tanto para o Princípio como para
o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e
comunicar os PEAA’).
Outro fator de sucesso para a boa
implantação dos PEAA, além da de-
finição de uma estratégia, é o esta-
belecimento de uma governança que
possibilite definir prioridades, objeti-
vos e metas e direcione esforços para
atingir resultados esperados. Isto re-
quer a definição de times e líderes que
serão responsáveis e responsabiliza-
dos pelo desempenho da empresa em
cada tema ou Princípio. Os líderes têm
papel fundamental no engajamen-
to dos envolvidos e perenidade das
ações ao longo do tempo.
O desafio de definir sistemas de pro-
dução mais eficientes já abriu portas
a novas soluções e oportunidades. A
Cartilha tenta trazer de maneira prá-
tica algumas destas soluções, mas
principalmente, estruturar as práticas
em busca de um objetivo claro, ala-
vancando o desempenho do setor de
Alimentos e Agricultura na direção do
desenvolvimento sustentável.
Boa leitura.
16
p r o m o v e r
s e g u r a n ç a
a l i m e n t a r ,
s a ú d e e n u t r i ç ã o
17
As empresas devem desenvolver
sistemas agrícolas e de alimentos
que otimizam a produção e minimizam
o desperdício, a fim de fornecer
nutrição e promover a saúde
para todas as pessoas no planeta.
18
4
FAO (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) | 5
OCDE - FAO Perspectivas Agrícolas 2015-2024 (https://www.fao.org.br/download/PA20142015CB.pdf) | 6
FAO - Key facts on food loss
and waste you should know! (http://www.fao.org/save-food/resources/keyfindings/en/) | 7
FAO - Food wastage footprint (http://www.fao.org/docrep/018/i3347e/i3347e.pdf).
A
Organização das Nações
Unidas para a Alimentação
e Agricultura (FAO) proje-
ta um aumento de 77% da
demanda por alimentos nos países em
desenvolvimento – seremos nove bi-
lhões de habitantes por volta de 20304
.
Embora o Brasil tenha apresentado
crescimento da produtividade agrícola
nas últimas três décadas5
e tenha saí-
do do mapa da fome da FAO no ano de
2014, parte da população brasileira não
tem acesso a uma alimentação sufi-
ciente, de qualidade e segura. Algumas
regiões se tornam “desertos alimenta-
res”, áreas em que o acesso ao alimen-
to fresco e saudável é insuficiente.
O consumo excessivo e o desperdício
dos alimentos agravam o cenário de
disparidade - cerca de um terço dos
alimentos produzidos para consumo
humano no mundo - por volta de 1,3
bilhões de toneladas - é perdido ou
desperdiçado todo ano6
. De acordo
com a FAO, 54% do desperdício mun-
dial de alimentos no mundo se dá nas
fases iniciais de produção (manipula-
ção, pós-colheita e armazenagem),
enquanto que os outros 46% ocorrem
nas etapas de processamento, distri-
buição e consumo7
.
ODS 2
Fome zero e agricultura
sustentável no que tange
as metas de acesso
ao alimento seguro e em
quantidades suficientes
(2.1), e o aumento
da produtividade (2.3);
ODS 3
Saúde e bem-estar
para as metas de
prevenção às doenças
não transmissíveis via
prevenção – alimentação
saudável (3.4), e
redução de mortes
por contaminações e
substâncias nocivas (3.9);
ODS 12
Consumo e produção
responsáveis para
a meta de redução
do desperdício
de alimentos (12.3).
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema
A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento
de políticas públicas e
parcerias público-privadas.
Para mudar este cenário, as empresas devem
mostrar avanços nos temas Segurança do
abastecimento alimentar, Segurança do produto,
Bem-estar animal e Desperdício de alimentos
que compreendem os ODS:
19
20
8
FAO - A contribuição dos insetos para a segurança alimentar, subsistência e meio ambiente (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) 9
Estudo conduzido pela Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG) em parceria com a ONG Aliança da Terra. (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/08/1675241-maior-produtividade-da-pecuaria-brasileira-reduziria-
emissao-de-gases-estufa.shtml) 10
Unicamp - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos revisada e ampliada (http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_
ampliada_e_revisada) 11
Portal da Saúde - Saúde e Abia fecham acordo para reduzir sódio em carnes e laticínios (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/
vigilancia/noticias-vigilancia/7695-saude-e-abia-fecham-acordo-para-reduzir-sodio-em-carnes-e-laticinios).
Uma sólida gestão da Segurança de
Abastecimento Alimentar inclui, não
exaustivamente, as seguintes fren-
tes de atuação:
➔ Estímulo do acesso ao ali-
mento investindo em produtores lo-
cais de alimentos e apoiando o circuito
curto de compra, além da criação de
centros de compra da alimentos em
locais mais próximos ao consumidor;
➔ Aumento da produtividade
dos alimentos, por meio do inves-
timento em pesquisa e tecnologia para
desenvolvimento de novos produtos,
serviços e processos direcionado aos
pequenos, médios e grandes produtores,
focando na diversidade de alimentos;
➔ Incentivo a uma dieta ba
-lanceada aos consumidores, co-
laboradores, suas famílias e sociedade
por meio do fornecimento de produtos
Aliança da Terra
Aumentar a produtividade na pecuária
de 3,5 para 5,8 arrobas por hectare9
.
Seguir a Tabela Brasileira de
Composição de Alimentos (TACO)10
e acordos como o de redução de sódio
em carnes11
em até 68% até 2020.
Unilever
Reduzir o volume de sal
de 75% de seu portfólio até 2020.
Syngenta
Aumentar a produtividade média das
principais culturas do mundo em 20% sem
usar mais terra, água ou insumos, até 2020.
com composições mais saudáveis,
como por exemplo menor teor de só-
dio e gordura trans e maior quantida-
de de nutrientes e vitaminas, além da
promoção de educação nutricional no
uso de seus produtos ou práticas sau-
dáveis com orientação sobre o impacto
dos alimentos na saúde;
➔ Substituições alternativas
à proteína animal, como a inges-
tão de grãos, cereais, vegetais e inse-
tos. O consumo de insetos é recomen-
dado pela FAO, tanto para humanos
quanto na nutrição animal, pois além
da garantia da segurança do abasteci-
mento alimentar confere muitos bene-
fícios ao meio ambiente, à saúde, à so-
ciedade e como meios de subsistência8
.
Empresas e instituições líderes
No setor estão buscando resultados:
75%
68%
20%
Segurança do
abastecimento
alimentar
Segurança do abastecimento
alimentar é o acesso físico e
econômico a alimentos seguros,
nutritivos e em quantidade
suficiente para atender às
necessidades e preferências de
todos, garantindo uma vida
ativa e saudável (FAO).
21
O arroz é a terceira maior cultura cerealífera do
mundo, atrás apenas do milho e trigo, e que está pre-
sente como base alimentar para mais da metade da
população mundial. A área ocupada pelo cultivo de ar-
roz em 2012/2013 foi de 239 milhões de hectares no
Brasil*. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro,
contribui, em média, com 65% da produção nacional.
Plantas daninhas como o chamado ‘arroz vermelho’,
disseminado em quase toda a área cultivada do estado,
são responsáveis pela redução da produtividade (Kg/
ha) e maior custo de produção. Nesse contexto, a BASF,
empenhada em contribuir com o aumento da produti-
vidade dos alimentos lançou o Sistema de Produção
Clearfield® Arroz em 2003, tecnologia de controle do
arroz vermelho baseada em três pilares: sementes de
arroz certificadas e isentas de arroz vermelho, her-
bicidas desenvolvidos especialmente para o solo e o
clima brasileiros (reconhecidos mundialmente por sua
baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente), e o
Programa de Monitoramento, treinamento que visa
conscientizar os produtores sobre o uso ambiental-
mente correto do sistema.
As sementes certificadas possuem maior pureza, ga-
rantindo que os recursos e esforços aplicados no cul-
tivo serão convertidos no produto final, aumentando a
produtividade do cultivar. Para avaliar os resultados da
utilização do sistema, a BASF contou com a Funda-
ção Espaço ECO, que utilizou a metodologia AgBalan-
ce (socioecoeficiência agrícola) para medir e comparar
a sustentabilidade da produção da Fazenda Condessa
(Mostardas- RS), usuária da tecnologia Clearfield des-
de 2004, com a produção média do Rio Grande do Sul
(tendo uma saca de arroz, 50kg, como base) em duas
safras (2004/2005 e 2012/2013). A Fazenda Condessa,
que além do Clearfield incorporou diversas boas práti-
cas agrícolas, teve um custo de produção 15% me-
nor e uma produtividade 6% maior que a média do
estado na safra de 2012/2013. Quanto aos indicadores
ambientais, houve diminuição de 13% nas emissões
de gases de efeito estufa e de 21% nas emissões
de gases prejudiciais à camada de ozônio. Após 8 sa-
fras, o Sistema Clearfield proporcionou o aumento de
mais de 2 toneladas/hectare na produtividade mé-
dia do Rio Grande do Sul, contribuindo para a maior sus-
tentabilidade da produção de arroz irrigado no estado.
Tecnologia desenvolvida pela BASF controla
a disseminação de plantas daninhas
*DadosdaCONAB-CompanhiaNacionaldoAbastecimento.
12
Sistema Clearfield® Arroz (http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=17/05/2011&id=24273&secao=Gest%E3o)
12
22
Existem diversas frentes de atuação
e práticas estabelecidas pelo setor de
agricultura e alimentos que já se mos-
tram essenciais para uma sólida estra-
tégia de segurança alimentar, como:
➔Garantia da qualidade e sa-
nidade dos produtos, definindo
procedimentos de higiene, segurança e
monitoramento estruturados e auditá-
veis tanto interna quanto externamen-
te junto a seus fornecedores;
➔ prevenção de contaminação
do alimento, evitando contato com
patógenos; respeitando aplicação e uso
correto de produtos químicos e veteri-
nários como antibióticos e hormônios
(produtos originais e liberados pelas
agências reguladoras nacionais) e tempo
de carência entre aplicação e disponibi-
lidade para consumo. A capacitação de
agricultores, colaboradores e terceiros, e
o uso de materiais educativos têm papel
essencial neste processo;
➔ Treinamento de colabora-
dores e terceiros envolvidos em
todas as etapas de produção;
➔ Proteção do alimento
durante sua distribuição,
armazenamento e manuseio;
➔ A rotulagem adequada dos
produtos, para informar o processo de
garantia sobre a segurança do alimento,
bem como orientar a escolha do consu-
midor. Ela deve informar o consumidor
de modo claro e preciso as informações
de composição real dos produtos (pre-
sença de transgênicos, produtos aler-
gênicos, ingredientes, quantidade de
nutrientes, etc.), data de validade, certi-
ficações, cuidados de armazenamento,
entre outras informações. O treinamento
da equipe de atendimento ao consumi-
dor tem um papel relevante na orienta-
ção dos mesmos.
Segurança
do alimento
Segurança do alimento é a
garantia de que os alimentos
não ofereçam riscos à saúde
humana no seu uso e consumo,
tanto no curto quanto no
longo prazo. Empresas
devem garantir a segurança
do alimento por meio de
um conjunto de normas
de produção, transporte
e armazenamento dos
alimentos para manutenção de
determinadas características
físico-químicas, microbiológicas
e sensoriais - previamente
padronizadas por atores
competentes – assim como,
informar seus consumidores
sobre seus processos.
BRF
100% das fazendas de suínos adaptadas
para gestação coletiva até 2026.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
100%
bem-estar
animal
Bem-estar animal possui
crescente importância para
o consumidor final e parceiros
ao longo da cadeia. Implica na
garantia de melhores condições
de vida desde o nascimento até
o momento do abate do animal
e é outro tema que deve ser
considerado como requisito
para compras internacionais.
Frentes de atuação e práticas relevan-
tes para bem-estar animal incluem:
➔ Garantir necessidades bá-
sicas, mantendo o animal livre de
fome, sede, desconforto, dor, ferimen-
tos, doenças ou angústia;
➔ Respeitar o comportamen-
to natural do animal, como
convivência em grupo/individual;
➔ Monitorar enfermidades
e notificar órgãos reguladores sobre
suspeitas;
➔ Realizar abate humanitário
para evitar sofrimento físico e mental;
➔Treinar regularmente fun-
cionários sobre trato de animais e
uso de tecnologias;
➔ Evitar situação de estresse
e ferimentos durante o transporte
de carga viva oferecendo boas condições
aos animais transportados e motoristas.
23
O bem-estar animal é uma das premissas da cul-
tura da BRF, respeitando o conceito das cinco li-
berdades dos animais. Todos os animais recebem
cuidados diários para terem suas necessidades
garantidas e são assistidos por profissionais ha-
bilitados, que recebem treinamento constante para
assegurar aos animais uma vida digna e sadia.
Todos os novos projetos da BRF, desde 2012, são
construídos de modo a aprimorar o bem-estar das
matrizes produtoras de leitão, com melhorias
nas instalações, equipamentos e ambiência,
como, por exemplo, a estruturação do espaço cole-
tivo, melhorias no sistema de alimentação e quali-
dade do ar. As fêmeas não ficam confinadas, são
criadas em sistema coletivo e podem externar
seu comportamento natural.
A demanda mundial para as indústrias iniciou após
a União Europeia definir, em 2008, o sistema cole-
tivo como o melhor para o bem-estar dos suínos.
A BRF assumiu então o compromisso, em parce-
ria com reconhecida ONG de proteção animal, de
adaptar todas as granjas próprias e terceiras já
existentes até 2026, onde seus parceiros integra-
dos estão envolvidos e engajados com as melho-
rias do sistema.
Vida digna e sadia para os suínos
“O sistema coletivo é
melhor, eu não voltaria
ao modelo anterior.”
13
Bem-estar suíno - (http://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/bem-estar-em-pauta-na-producao-suina-brasileira) e (http://www.worldanimalprotection.org.br/
not%C3%ADcia/world-animal-protection-e-brf-anunciam-parceria-global)
13
24
Desta forma, as empresas do setor
agrícola devem trabalhar nas seguin-
tes frentes de atuação:
➔ Impedir o desperdício no
momento de produção de ali-
mentos, por exemplo, melhorando
técnicas, equipamento e embalagens
durante os processos de plantio, co-
lheita, distribuição e armazenamento
e aproximando a produção do mercado
consumidor para, inclusive, fortalecer
o consumo de produtos tradicionais
das culturas locais;
Desperdício
de alimentos
Desperdício de alimentos
são as perdas que ocorrem na
cadeia produtiva dos alimentos,
que vão desde a produção
ao consumo. As perdas podem
ter impacto significativo
na produtividade e também
na garantia da segurança
do abastecimento alimentar.
rastreabilidade
A rastreabilidade da origem
da matéria-prima até seu
destino final tem se tornado
um crescente foco das
empresas líderes em gestão
da qualidade e impacto dos
seus produtos. Um sistema
de rastreabilidade permite
monitorar informações
relevantes para
a produção e consumo, como
por exemplo o consumo de
insumos, localidade da área
produtiva, tipo de mão
de obra utilizada, etc.
Esta ferramenta tem grande
potencial na garantia da
Segurança do produto, pois
assegura o monitoramento
do produto/alimento em todas
as suas etapas de produção.
Quando aplicada para o tema
de Proteção do Bem-estar
animal, pode, por exemplo,
identificar cada animal para
registro da idade, ganho de
peso, reprodução, uso de
medicamentos e vacinas,
alimentação, garantindo
a boa gestão da cadeia e
um processo eficiente de
rastreabilidade (Boas
Práticas de Manejo:
Identificação – Ministério
da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, MAPA).
➔ Treinar colaboradores e
fornecedores para manuseio e
transporte (refrigerado, quando neces-
sário) dos alimentos, garantindo sua
qualidade e segurança (importante para
evitar contaminação e garantir qualida-
de para não rejeição do produto);
➔ Conscientizar consumido-
res e mobilizar a sociedade,
por exemplo, realizando campanhas
públicas para incentivar o consumo
de alimentos considerados ‘imperfei-
tos’, mas de boa qualidade nutricio-
nal, vendas promocionais de produtos
próximos da validade, campanhas de
conscientização para compra cons-
ciente e uso dos alimentos de maneira
integral, como uso de folhas e cascas
no seu preparo e armazenamento cor-
reto no ambiente doméstico.
25
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:
G4-EC8
• Impactos econômicos indiretos significativos
e sua extensão - Indicador de produtividade.
G4-FP4
• Natureza, escopo e eficácia de programas e
práticas (contribuições em espécie, iniciativas
voluntárias, transferência de conhecimento,
parcerias e desenvolvimento de produtos) que
promovam estilos de vida saudáveis, prevenção
de doenças crônicas, acesso a alimentos saudáveis
e nutritivos e que melhorem o bem-estar para
as comunidades carentes.
G4-FP6
• Percentual do volume total de vendas de
produtos de consumo (por categoria de produto)
que possuem baixo teor de gorduras saturadas,
gorduras trans, sódio e açúcares.
G4-FP7
• Percentual do volume total de vendas de
produtos de consumo (por categoria de produto)
que contém ingredientes nutritivos como fibras,
vitaminas, minerais, fitoquímicos ou aditivos
alimentares funcionais.
G4-FP8
• Políticas e práticas relativas à comunicação aos
consumidores sobre ingredientes e informações
nutricionais (além das exigências legais).
• Quantidade de pessoas atingidas e melhorias
de qualidade de vida após programas de incentivo
à dieta balanceada.
G4-FP5
• Percentual do volume de produção fabricado
em locais certificados por uma terceira parte
independente como de acordo com sistemas
padronizados de manejo de segurança alimentar
reconhecidos internacionalmente.
G4-PR2
• Número total de casos de não-conformidade
com regulamentos e códigos voluntários
relacionados aos impactos na saúde e segurança
dos produtos e serviços durante o seu ciclo de
vida, por tipo de resultado.
G4-FP12
• Políticas e práticas sobre antibióticos, anti-
inflamatórios, hormônios, e/ou tratamentos
de promoção de crescimento dos animais.
WASH-WH4.4
• Número de empregados recebendo
treinamentos e conscientização sobre higiene.
G4-PR4
• Número total de casos de não conformidade
com regulamentos e códigos voluntários
relativos a informações e rotulagem de produtos
e serviços, discriminados por tipo de resultados.
• Percentual das categorias de produtos
e serviços significativas para as quais são
avaliados impactos na saúde e segurança
buscando melhorias.
Segurança
do abastecimento
alimentar
Segurança
do alimento
Para maiores informações sobre indicadores, por favor consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
26
s e r
a m b i e n ta l m e n t e
r e s p o n s á v e l
27
As empresas devem apoiar
a intensificação sustentável dos
sistemas de alimentação para atender
às necessidades globais de gestão
da agricultura, pecuária, pesca e
silvicultura de forma responsável.
Elas devem proteger e melhorar o meio
ambiente e usar os recursos naturais
de forma eficiente e otimizada.
28
O
Brasil assumiu, em 2015, na
COP 21 em Paris, o compro-
misso de zerar as emissões
de gases de efeito estufa
(GEE)14
, para combater o avanço do
aquecimento global. Como o setor da
agropecuária é o responsável direto
por aproximadamente 30%15
da emis-
são total de GEE do país, é preciso que
as empresas contribuam de modo ex-
pressivo por meio de melhorias nos
seus modelos produtivos e produtos,
melhor conservação de áreas naturais
e uso do solo. Além disso, a agricultu-
ra irrigada é responsável pelo consu-
mo de 54%16
de toda a água retirada
de corpos hídricos no Brasil, e, como
é observada a expansão desse tipo de
prática, o uso racional desse recurso
também é considerado importante.
Consumidores precisam ser mobiliza-
dos e conscientizados para entender
como suas escolhas impactam a for-
ma que alimentos serão produzidos e
o ambiente ao seu redor.
ODS 2
Fome zero e agricultura
sustentável para meta
de busca por sistemas
sustentáveis e resilientes (2.4);
ODS 6
Água potável e saneamento
para as metas de melhoria da
qualidade da água (6.3), aumento
da eficiência no uso (6.4),
realização de gestão integrada
(6.5), e proteção e restauração
de fontes (6.6);
ODS 13
Ação contra a mudança global do
clima para as metas de resiliência
e capacidade de adaptação (13.1),
integração da problemática na
estratégia da empresa (13.2),
educação e conscientização sobre
mudança do clima (13.3);
ODS 7
Energia acessível e limpa para as metas
de aumento do uso de energias renováveis
(7.2), melhoria da eficiência energética
(7.3), e facilitação do acesso a pesquisa e a
tecnologias de energia limpa (7.a);
ODS 14
Vida na água para as
metas de conservação
dos oceanos (14.1),
gestão responsável dos
ecossistemas aquáticos,
marinhos e costeiros
(14.2), e práticas
pesqueiras (14.4 e 14.6); e
ODS 12
Consumo Responsável para as metas de
alcance da gestão sustentável e uso eficiente
dos recursos naturais (12.2), manejo
responsável de produtos químicos e resíduos
(12.4), redução da geração de resíduos
(12.5), informação e conscientização para
desenvolvimento sustentável (12.8);
ODS 15
Vida terrestre para as metas
de conservação, recuperação
e uso sustentável de
ecossistemas terrestres e
de água doce (15.1), gestão
sustentável das florestas,
detenção do desmatamento
e restauração de áreas
degradadas (15.2), e proteção à
biodiversidade (15.5 e 15.7).
Para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços
nos temas Água, Mudanças climáticas, Biodiversidade
de fauna e flora, Conservação do solo, Resíduos
e efluentes, Segurança ambiental de produtos e
Desenvolvimento de tecnologias. Os ODS abordados são:
14
Portal Brasil – Com proposta mais ambiciosa, Brasil chega à COP21 como importante negociador do clima (http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/11/com-proposta
-mais-ambiciosa-Brasil-chega-a-COP21-como-importante-negociador-mundial-do-clima)15
Observatório do Clima –Evolução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil
(1970-2013). Setor da Agropecuária (https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/seeg.tracersoft.com.br/wp-content/uploads/2015/08/agropecuaria_2015.pdf)
16
GV Agro – Estudo sobre eficiência do uso da água no Brasil (http://gvagro.fgv.br/sites/gvagro.fgv.br/files/u5/Sumario_Irrigacao-Site-FINAL%20%282%29.pdf)
29
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema
A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu não
cumprimento é um fator de
risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além das
próprias operações.
As empresas também têm papel
ativo na promoção de mudanças
da conjuntura nacional por
meio de investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento de
políticas públicas e parcerias
público-privadas.
30
Água
Água é o recurso natural
essencial a todas
as formas de vida.
Uma estratégia empresarial sólida
atua em diferentes frentes, como:
➔ Gestão de recursos hídri-
cos, que deve ser realizada com efi-
ciência e qualidade, por meio do res-
peito aos limites de captação de cada
ator local; realização de licenciamento
adequado; investimento no monito-
ramento da qualidade de água usada
e devolvida; identificação da depen-
dência hídrica das operações e cadeia
para se precaver de escassez (quando
possível); mapeamento de áreas de
estresse hídrico; estabelecimento do
balanço hídrico e hidrológico; e pro-
moção de gestão compartilhada de
corpos d’água com participação ativa
em comitês de bacias. A realização de
estudos aprofundados da bacia em di-
versas escalas juntamente com os Co-
mitês possibilita explorar a capacidade
de retirada e de recarga da bacia, para
que possa ser compartilhadaentre os
diferentes atores locais.
➔Acesso igualitário e de qua-
lidade à água, que deve garantir
acesso a todos os atores locais de for-
ma igualitária, humanitária e sustentá-
vel e evitar competição desleal de uso
de água. As empresas devem otimizar
o acesso em áreas críticas por meio
de gestão de uso através dos comitês
de bacia, controle consultivo de uso,
construção de cisternas, perfuração
adequada de poços, e controle de qua-
lidade da água para uso em atividades;
➔ Uso racional e redução no
consumo, que deve buscar minimi-
zar o uso do recurso ao se respeitar os
limites de captação de órgãos públi-
cos reguladores. As empresas devem
monitorar a quantidade de água usa-
da; estabelecer meta de redução a ser
atingida através de ações como identi-
17
Consórcio PCJ – (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/) e (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/politica-2/)
O Programa de Gestão de Bacias Hidrográficas, elaborado e im-
plantado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), visa construir um sistema descen-
tralizado de gestão dos recursos hídricos da região ao incluir o po-
der público, os usuários do serviço e as suas comunidades. O objetivo
da descentralização é minimizar conflitos, contribuir para o desen-
volvimento econômico da região e garantir que a arrecadação com a
cobrança pelo uso da água permaneça na região de origem. A arti-
culação entre agentes locais, capacitação técnica (seminários, pales-
tras, reuniões e visitas técnicas), bem como o acompanhamento ativo
das legislações federais e estaduais e parcerias com órgãos públicos
e privados (nacionais ou internacionais) estão entre as práticas previs-
tas pelo projeto, baseado na Polícia Nacional de Recursos Hídricos.
Gestão descentralizada
17
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema
A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de
práticas para cada tema.
Empresas que buscam
certificações, possuem
maior controle de suas
práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento de
políticas públicas e parcerias
público-privadas.
31
Agricultores familiares possuem dificuldade de aumen-
tar a produtividade e qualidade dos produtos a partir dos mé-
todos tradicionais de irrigação. Além disso, enfrentam desa-
fios como acesso limitado à água, fornecimento inadequado de
eletricidade, recursos financeiros insuficientes, perda do recurso por
desperdício ou evaporação e grande necessidade de mão-de-obra.
Por meio de um sistema de irrigação por gotejamento acessível e
eficiente, a Netafim levou aos pequenos agricultores a mesma tecno-
logia de irrigação por gotejamento das grandes lavouras, aumentan-
do o acesso à água e o consumo racional do recurso. O sistema
realiza a aplicação precisa de água e nutrientes diretamente na
raiz da planta, melhorando a qualidade do cultivo. Segundo Francisco
Matildes, técnico em agropecuária da EMATER, parceira da Netafim,
os primeiros agricultores que adquiriram o sistema, em Oeiras, Piauí,
estavam totalmente desestimulados, cogitando migração. Um deles
teve R$1900 de lucro em 80 dias (desde a preparação do solo até a
colheita), o que permitiu-lhe permanecer na cidade. De 2009 até 2014,
estima-se que 500 famílias foram beneficiadas pelo sistema
Sistema de irrigação
aumenta acesso à água
18
Brasil Kirin promove o reflorestamento
de 300 hectares em oito anos
EmItu(SP),aBrasilKirin,umadasmaioresempresas
de bebidas do País, em parceria com a Fundação SOS
Mata Atlântica, reflorestou mais de 300 hectares de
mata ao redor de seus mananciais nos últimos oito
anos. O plantio de mudas de quase 100 espécies
nativas, produzidas no viveiro mantido na área pela
SOS Mata Atlântica, gerou o afloramento de 19 nas-
centes, com uma estimativa de aumento de 5% na
ofertadeáguasuperficialeem20%dasubterrânea.
Com capacidade para produzir 750 mil mudas anual-
mente, o Centro de Experimentos Florestais SOS
Mata Atlântica – Brasil Kirin já cultivou aproxima-
damente 4 milhões de mudas de mais de 100 es-
pécies de árvores nativas da Mata Atlântica, desde
2007, ano de início do projeto. Além disso, o Cen-
tro realiza um trabalho de restauração florestal e
um programa de educação ambiental, que desde
2010, recebeu a visita de aproximadamente 33
mil pessoas, entre estudantes (do Ensino Infan-
til ao Superior), professores, visitantes e eventos,
como o Porteira Aberta e Férias na Mata Atlântica.
Em 2014, quando houve uma crise hídrica na cida-
de, a empresa foi capaz de manter suas operações
normalmente e ainda contribuir com o abasteci-
mento da população local em colaboração com a
Prefeitura de Itu.
19
18
Kit de Irrigação – (http://pt.slideshare.net/reggisfilho/adapta-sertao-kifnet-5), (https://www.netafim.com.br/product/family-drip-system), (https://www.youtube.com/
watch?v=E0VoxAjohLI) e (http://www.irrigacaodesucesso.com.br/) 19
Brasil Kirin – Relatório de Sustentabilidade (https://www.brasilkirin.com.br/pdf/relatorio-sustentabilidade-2014.pdf)
ficação rápida de vazamentos e investi-
mento em maquinário mais moderno;
captar água de chuva; e engajar e trei-
nar colaboradores próprios e terceiros
em atividades de eficiência hídrica e
controle de consumo. Também devem
monitorar impactos acumulados em
sua região de abrangência; desenvol-
ver produtos que utilizem menos água
em sua produção e consumo; além de
incentivar a otimização do uso de água
pelo consumidor final;
➔ Reuso, que, por meio de um sis-
tema fechado no processo produtivo,
utiliza água residual em usos alterna-
tivos, como limpeza de fábrica, res-
friamento de maquinário e irrigação,
garantindo que a água residual atenda
ao requisito de qualidade exigido para
as atividades escolhidas e capacitar
colaboradores e sociedade para reuso
em áreas domésticas; e
32
Amaggi
Redução de 50% da quantidade de água
usada na aplicação de agroquímicos na
produção até 2020.
Coca-cola
Ser neutra no consumo de água até 2020, ao utilizar
1,47 litro de água captada por litro de bebida produzida.
Unilever
Reduzir em 50% a quantidade de água usada
no consumo de seus produtos até 2020.
BASF
Ter 100% de uso sustentável da água em
áreas propensas à escassez hídrica, reduzir
em 50% o consumo de água proveniente
de fontes públicas no processo produtivo e
diminuir em 80% as emissões de substâncias
orgânicas na água residual, até 2020.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
50%
100%
➔ Conservação e recupera-
ção de fontes que deve buscar a
preservação e recuperação de bacias hi-
drográficas, solo e ambientes naturais.
Para este objetivo as empresas devem
monitorar impactos de suas atividades
próprias e da cadeia na qualidade de
corpos hídricos; controlar e tratar (sem-
pre que necessário) efluentes antes de
devolvê-los à natureza; evitar a conta-
minação do solo com resíduos tóxicos;
e apoiar projetos de preservação e re-
cuperação. As empresas também de-
vem exigir de fornecedores e produto-
res rurais o atendimento à legislações e
licenças pertinentes, bem como apoiar
a criação de políticas públicas de Paga-
mento de Serviços Ambientais.
As empresas devem trabalhar três
frentes de atuação no combate às
mudanças climáticas:
➔ Redução de emissões: devido à
importância dessa frente, suas práticas
foram divididas nos blocos de Energia,
Manutenção e recuperação de áreas
Mudanças
Climáticas
Mudanças Climáticas são as
variações no padrão estatístico
do clima – temperatura,
precipitação, nebulosidade
e outros fenômenos climáticos
– em escala global ou regional
ao longo do tempo.
naturais, Eficiência na logística e Va-
loração de custo da emissão:
• Energia, ao realizar inventário de
emissões, como GHG Protocolo Agrí-
cola; aumentar eficiência energética e
utilizar fontes de energia renováveis e
limpas para geração de energia;
• Manutenção e recuperação
de áreas naturais, ao manter
áreas de Preservação Permanente
(APPs) e Reserva Legal (RL); apoiar
projetos para manter e recuperar
áreas naturais para manutenção/
restauração de microclimas; implan-
tar corredores ecológicos; prevenir
a degradação de novas áreas; uti-
lizar técnicas de manejo e conser-
vação de solo e melhorar manejo
para intensificar uso de pastagens;
• Eficiência na logística, por
meio do investimento em modais de
transporte mais eficientes; e trans-
porte compartilhado com parceiros;
• Valoração de custo da emis-
são, ao estimular o comércio de
carbono através da participação e
incentivo à precificação20
e estimular
gestão de agricultura de baixo carbo-
no. A valoração estimula um maior
controle das emissões e, portanto,
maior busca por eficiência e redução.
➔ Mitigação de impacto, com
ações de planejamento de paisagem e
ocupação do solo;
➔ Adaptação às mudanças
climáticas, através de investimento
no uso racional de recursos hídricos e
do solo; monitoramento da ocorrência
de eventos extremos; identificar riscos
e vulnerabilidades a possíveis cenários
de mudanças; traçar estratégias de
adaptação para o próprio negócio e ca-
deia; e desenvolver produtos e tecnolo-
gias voltadas às novas condições.
20
The Global Compact - Business Leadership On Carbon Pricing (http://caringforclimate.org/workstreams/carbon-pricing/)
33
21
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Plano ABC (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf) 22
Projeto Carbono Araguaia – (http://www.portaldbo.com.br/
Revista-DBO/Noticias/Roncador-vai-monitorar-gases-da-pecuaria/14708)
O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mu-
danças Climáticas para a Consolidação de uma Eco-
nomia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura
(Plano ABC) foi elaborado para promover a redução
das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) en-
tre 36,1% e 38,9% até 2020, conforme compromisso
assumido pelo Brasil na COP 15 (15ª Conferência das
Partes) em 2009.
O Plano organiza e planeja ações para adoção de tec-
nologias sustentáveis de produção que visem reduzir
a emissão de GEE no setor agropecuário. Coordena-
do pela Casa Civil da Presidência da República junto
ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pe-
cuária (MAPA) e ao Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA), o texto foi elaborado por mais de 100
pessoas, de mais de 30 instituições governamentais,
não governamentais e da iniciativa privada. A meta
do plano é a redução das emissões GEE e nesta pro-
jeção, o setor agropecuário, tem a responsabilidade
de contribuir com a redução de 22,5% dessas emis-
sões.
Na ação de Integração Lavoura-Pecuária- Flores-
ta além do compromisso de se ampliar a área em
4 milhões de hectares está também contemplada a
implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em
2,76 milhões de hectares pela agricultura familiar.
Redução de emissão de carbono
também na agricultura
21
O principal desafio da agropecuária brasileira é o au-
mento da produtividade, para que se obtenha maior
produção com o uso racional e sustentável da área.
Em resposta a este desafio, o Projeto Carbono Ara-
guaia recupera pastagens e monitora emissões
de carbono, promovendo a pecuária responsável no
Vale do Araguaia Mato-grossense, abrangendo 80
mil hectares de pastagem de fazendas parceiras.
O total de pastagens na região atinge 3 milhões de
hectares em 9 municípios, o que demonstra a rele-
vância do tema localmente. A Dow oferece suporte
tecnológico e assistência operacional ao pecua-
rista, bem como assegura ferramentas para gerar
os protocolos de gases estufa para cada proprieda-
Recuperação de pastagens
e apoio ao pecuarista
22
de no projeto, através da ferramenta GHG Protocolo
Agrícola, do World Resources Institute. Os benefícios
climáticos apurados serão disponibilizados ao pro-
grama de mitigação da pegada de carbono das Olim-
píadas de 2016, liderado pela Dow.
O objetivo do projeto é monitorar os efeitos da
recuperação de pastagens e melhor manejo do
rebanho. A fazenda modelo tem 1800 hectares de
propriedade da Agropecuária Água Viva, localizada
no município de Cocalinho (MT). O programa conta
ainda com apoio da Associação Nacional dos Confi-
nadores (Assocon) e do Grupo de Trabalho da Pecu-
ária Sustentável (GTPS).
34
Monsanto
Ter operações de sementes
com zero emissão até
2020, com colaboração de
produtores.
BASF
Reduzir em 40% as
emissões de gases de
efeito estufa e em 70%
as emissões de poluentes
e aumentar em 35% a
eficiência energética até 2020.
Walmart
Obter 100% de consumo
de energia a partir de fontes
renováveis até 2020.
Empresas líderes no setor estão buscando resultados:
15%
100%
100%
Biodiversidade
de fauna e flora
Biodiversidade de fauna
e flora é a diversidade genética
da fauna e flora natural
(número e abundância)
de determinado local.
11
milhões
Desta forma, as empresas do
setor agrícola devem trabalhar nas
seguintes frentes de atuação:
➔ Manutenção e recupera-
ção de ambientes naturais
por meio do não financiamento, uso,
distribuição, comercialização e con-
sumo de produtos que tenham pro-
cessos de desmatamento ilegal em
sua cadeia; analisar impactos da ati-
Syngenta
Aumentar a biodiversidade de 5 milhões
de hectares de terras cultiváveis, até 2020.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
Ambev
Trabalhar em parceria com
stakeholders locais para
melhorar a gestão da água
em regiões-chave de cultivo
de cevada e reduzir em 15%
as emissões de carbono nas
operações logísticas até 2017.
Raízen
Ter 100% de colheitas
mecanizadas até 2021.
Fibria
Acumular 11 milhões de
toneladas de CO2 equivalente
de saldo positivo, entre
emissões e remoções anuais de
gases de efeito estufa, em 2025.
vidade em áreas naturais; adequar
propriedades rurais de acordo com
legislações; mapear áreas prioritárias
para preservação e recuperação de
locais degradados; preparar um plano
de monitoramento e conservação da
biodiversidade; implantar corredores
ecológicos; remunerar fornecedores
por meio do Pagamento por Servi-
ços Ambientais (PSA); e influenciar
colaboradores, cadeia e sociedade a
seguirem conceitos de manutenção e
recuperação de ambientes;
➔ Expansão agrícola de for-
ma planejada, com planejamen-
to de expansão das atividades agrí-
colas sobre áreas já convertidas e
subutilizadas para reduzir abertura
de novas áreas.
5
milhões
35
23
Monitoramento da cadeira de pescado – (http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/o-que-voce-nao-sabe-sobre-o-peixe-que-come-mas-deveria) e (http://www.
walmartbrasil.com.br/noticias/walmart-implanta-programa-pioneiro-de-rastreamento-da-cadeia-de-pescado/)
O Walmart, atento à proteção da biodiversidade e ma-
nutenção dos ambientes naturais, está utilizando fer-
ramentas de rastreabilidade para monitoramento da
sua cadeia de pescados e conscientização do con-
sumidor para compra. O projeto, para monitoramen-
to de riscos ambientais e sociais da cadeia, acontece
em parceria com a ONG Sustainable Fisheries Part-
nership (SFP) e seus 10 maiores fornecedores de con-
gelados, como Frescatto, DellMare, Pioneira da Costa
e West Noway. Primeiro são identificadas as espécies
prioritárias a serem observadas e os desafios ofereci-
dos por suas cadeias produtivas. As análises de sus-
tentabilidade, os desafios identificados e as informa-
ções sobre as espécies vão para um banco de dados
que informa os varejistas sobre a adequação dos pes-
cados comercializados aos princípios de sustentabili-
dade. Todos os mercados Walmart do planeta podem
incluir informações no banco de dados, e elas ficarão
visíveis a todos os outros da rede. Com base nesses
resultados, são construídas estratégias de melho-
rias com os fornecedores (nacionais e internacio-
nais) que são então refletidas em um plano de ação,
de acordo com cada espécie averiguada. Atualmente,
80% do volume de pescados comercializados nos
mercados Walmart já tem sua cadeia de produção
rastreada e as 21 espécies de peixes congelados
vendidas foram submetidas a um diagnóstico de
risco ambiental e social. No futuro, o Walmart dis-
ponibilizará essas informações ao consumidor final no
Brasil, como já é feito nos Estados Unidos.
Monitoramento da cadeia de pescados
23
rastreabilidade
A rastreabilidade da origem da
matéria-prima até seu destino
final tem se tornado um crescente
foco das empresas líderes em
gestão da qualidade e impacto dos
seus produtos. Um sistema de
rastreabilidade permite monitorar
informações relevantes para a
produção e consumo, como por
exemplo o consumo de insumos,
localidade da área produtiva, tipo
de mão de obra utilizada, etc.
Esta ferramenta tem grande
potencial na garantia de uso
racional de recursos naturais,
pois assegura o monitoramento
do produto/alimento em todas as
suas etapas de produção. Quando
aplicada para o tema de Água e
Mudanças Climáticas, por exemplo,
pode identificar a quantidade de
água utilizada em todo o processo
produtivo, a quantidade de gases
de efeito estufa emitida e auxiliar
o evitamento de desmatamento,
apoiando o monitoramento
adequado das operações e cadeia
de fornecedores.
36
Frentes de atuaçãoepráticasrelevantes
paraconservaçãodosoloincluem:
➔ Gestão responsável de pai-
sagens agrícolas, ao mapear e
recuperar áreas prioritárias de preser-
vação para reduzir a erosão e proteger
corpos hídricos; remunerar fornecedo-
res por meio de Pagamento por Ser-
viços Ambientais (PSA); e prevenir a
degradação de novas áreas de cultivo
e pastagem;
➔ Conservação e recupera-
ção de solo, ao analisar e monito-
rar impactos das atividades na qualida-
de do solo; realizar técnicas adequadas
de manejo como rotação de culturas
e plantio direto; utilizar sistemas ino-
vadores para manutenção de solos a
longo prazo, como integração lavou-
ra-pecuária-floresta e Sistemas Agro-
florestais (SAFs); promover o uso ra-
cional de adubos químicos através de
receituário agronômico para minimizar
desperdício; manter a matéria orgâni-
ca e características estruturais do solo
(com adubação verde, manutenção de
palhada, curvas de nível, micro bacias
e terraceamento, por exemplo); re-
cuperar áreas de matas degradadas
para reduzir carreamento de solo para
recursos hídricos; identificar áreas frá-
geis e vulneráveis à erosão e controlar
focos de erosão assim que forem iden-
tificados; planejar e gerenciar estradas
rurais para minimizar lixiviação de so-
los para rios; e capacitar colaboradores
e agricultores em técnicas de recupe-
ração, conservação e manejo através
de eventos e materiais didáticos.
Para alcançar redução dos resíduos
em suas operações as empresas
devem: investir no tratamento dos
efluentes antes de devolver a água
residual em corpos hídricos; utilizar
Conservação
do solo
Conservação do solo busca
o uso racional e manejo
do solo que visam promover
agricultura sustentável e
aumentar a oferta de alimentos.
Resíduos e
efluentes
Resíduos e efluentes são
materiais e substâncias sólidas,
líquidas e gasosas que não foram
convertidos em produto final no
processo produtivo.
Syngenta
Melhorar a fertilidade de 10 milhões de
hectares de terras cultiváveis à beira da
degradação, até 2020.
Fibria
Promover a restauração ambiental de
40 mil hectares de áreas próprias e reduzir
em 1/3 a quantidade de terras necessárias
para a produção de celulose, até 2025.
Bunge
Reduzir em 5% o envio de resíduos para
destinação não sustentável até 2016.
Unilever
Reduzir em 50% o desperdício associado
ao descarte de seus produtos até 2020.
BASF
Zerar resíduos próprios destinados
a aterros até 2025.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
10
milhões
mil
40
efluentes em campos de cultivo para
fertirrigação; diminuir a destinação
de resíduos sólidos para aterros e
incineradoras ao desenvolver tecno-
logias que façam dos resíduos no-
vas opções de matérias-primas para
operação própria ou de fornecedores,
aos moldes da economia circular;
enviar resíduos orgânicos para com-
postagem; utilizar embalagens com-
postas por materiais reciclados; in-
centivar a devolução de embalagens
de seus produtos ao fornecer pontos
de entrega voluntária e adotar a lo-
gística reversa.
50%
37
Frentes de atuação e práticas rele-
vantes para segurança ambiental de
produtos incluem:
➔ Uso responsável de agro-
químicos, com promoção de treina-
mentos para agricultores e publicação
de materiais didáticos, incluindo ques-
tões sobre: importância de seguir o
receituário agronômico, segurança no
armazenamento e transporte dos lí-
quidos, qualidade da aplicação, revisão
periódica de pulverizadores, risco de
deriva, respeito ao tempo de carência
e descarte correto de embalagens va-
zias;
➔ Produção orgânica e
agroecológica, ao respeitar os
ciclos dos nutrientes do solo ao invés
de aplicar fertilizantes e agroquími-
cos; empregar de modo racional os
recursos naturais; utilizar o mane-
jo integrado de pragas e rotação de
culturas; valorizar a biodiversidade
de culturas; estimular a produção ba-
seada nos princípios de agroecologia;
e respeitar o conhecimento e cultura
tradicional local.
O tema, para ser bem trabalhado pe-
las empresas, deve incluir as seguintes
frentes:
➔ Sementes e agroquímicos, ao
investir em pesquisa de produtos que
utilizem menor quantidade de recur-
sos naturais e emitam menos gases de
efeito estufa em seu ciclo de vida; utili-
zem resíduos em sua composição; es-
Segurança
ambiental
de produtos
Segurança ambiental de
produtos é o conjunto de
normas de produção, transporte,
armazenamento, uso e consumo
dos alimentos de forma que não
gere danos ao meio ambiente no
curto e longo prazo.
Desenvolvimento
de tecnologias
Desenvolvimento de tecnologias
consiste no desenvolvimento
de pesquisa e inovação para
aplicação de melhores práticas
ambientais no processo
produtivo com o objetivo de
produzir mais alimento com uso
de menos recursos naturais.
Dow
Alcançar 6 vezes mais impacto positivo
líquido do portfólio de inovação sobre o
desenvolvimento sustentável até 2025.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
6x
tejam adaptados a situações extremas
(como estresse hídrico ou enchentes);
aumentem a produtividade do produ-
tor; e utilizem embalagens que dimi-
nuam o desperdício de produto.
➔ Serviços de precisão, ao de-
senvolver tecnologias, produtos e ser-
viços que auxiliem o produtor na me-
lhoria de atividade de campo e gestão.
Um exemplo seria o uso de um apli-
cativo para identificar, por exemplo,
melhores produtos e manejo para suas
culturas e tipos de pragas com respec-
tivos tratamentos.
➔ Práticas de intensificação
sustentável e modelos de
produção de valor agregado,
ao usar diferentes modos de produção
de cultivos, como orgânicos e agricul-
tura familiar que busca a agregar valor
social e ambiental em sua produção.
38
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:
WASH-WWS2.9
• Número de instalações, em áreas de
escassez hídrica, em que as tecnologias
de economia de água e campanha de
sensibilização são utilizadas.
• CEO Water Mandate’s Corporate
Water Disclosure Guidelines –
Intensidade média de água extraída
em áreas com escassez hídrica,
número total e percentual de retiradas
de água de áreas de escassez e
performance da água ao longo da
cadeia de valor.
WASH-WWS2.1
• Distância entre o local de trabalho e
a fonte de abastecimento de água.
UNGC-PF16.14
• Envolvimento da companhia
com a comunidade para garantir
que as necessidades de água da
última estão sendo atendidas e
discutir possíveis estratégias para
reduzir a pegada de água.
G4-EN8
• Total de retirada de água por fonte.
G4-EN9
• Fontes hídricas significativamente
afetadas por retirada de água.
G4-EN10
• Percentual e volume total de água
reciclada e reutilizada.
UNGC-PF16.13
• Procedimentos ou sistemas locais
para ajudar a reduzir sua pegada hídrica.
Água Mudanças
Climáticas
G4-EU19
• Participação dos stakeholders no
processo de decisão relacionado
à planta de energia e ao
desenvolvimento da infraestrutura.
CDP-CC11.2
• Quantidades de combustível,
eletricidade, calor, vapor e
refrigeração em MWh adquiridas
e consumidas durante o ano
de referência.
CDP-CC11.3
• Discriminar a quantidade e o tipo de
cada combustível usado.
CDP-CC11.4
• Detalhar as quantidades de
eletricidade, calor, vapor ou
resfriamento que foram consideradas
como de baixa emissão de carbono.
G4-EC2
• Implicações financeiras e outros
riscos e oportunidades para as
atividades da organização em
decorrência de mudanças climáticas.
UNGC-PF17.9
• Práticas promovidas relacionadas
à estabilidade do clima dentro de
suas relações comerciais e se estas
práticas se estendem aos pequenos
produtores.
UNGC-PF17.13
• Iniciativas que promovem práticas
resilientes e/ou atualizam os
procedimentos da cadeia de valor
para enfrentar a mudança climática
e partes interessadas fora da cadeia
de valor envolvidas (por exemplo,
comunidades vizinhas e pequenos
proprietários).
CDP-CC5.1
• Riscos identificados, relacionados
a mudanças climáticas, capazes de
G4-EN7
• Reduções nos requisitos energéticos
de produtos e serviços.
G4-EN15, EN16 e EN17
• Emissões de gases de efeito estufa,
de escopos 1, 2 e 3.
G4-EN18
• Intensidade das emissões
de gases estufa.
G4-EN19
• Redução de emissões de gases
de efeito estufa (GEE).
G4-EN20
• Emissões de gases que afetam
a camada de ozônio.
G4-EN21
• Emissões de NOX, SOX e outros.
G4-EU5
• Alocação de licenças de emissões
de CO2 ou equivalentes, discriminadas
por quadro de comércio de carbono.
CDP-CC3.3a
• Número total de projetos de
mitigação de emissões em cada fase
do desenvolvimento. Para aqueles nas
fases de implementação, de quanto se
estimam as poupanças de CO2.
CDP-CC12.1
• Comparação entre emissão
de gases estufa no ano corrente com
o ano anterior.
G4-EN3
• O consumo de energia dentro
da organização.
G4-EN6
• Redução do consumo de energia.
39
G4-EN11
• Unidades operacionais próprias,
arrendadas ou administradas dentro
ou adjacentes a áreas protegidas e
áreas de alto índice de biodiversidade.
G4-EN12
• Descrição dos impactos
significativos de atividades, produtos
e serviços na biodiversidade de áreas
protegidas e em áreas não-protegidas
de alta biodiversidade.
G4-EN13
• Hábitats protegidos ou restaurados.
G4-EN14
• Número total de espécies na lista
vermelha da IUCN e em listas nacionais
de conservação cujos habitats estão
em áreas afetadas por operações, por
nível de risco de extinção.
G4-EN26
• Identificação, tamanho, status de
proteção e índice de biodiversidade
de espécies marinhas (e de seus
habitats) significativamente afetados
por descartes de água e drenagens
realizadas pela organização.
G4-EU13
• Biodiversidade de habitats naturais
em comparação com a biodiversidade
das áreas afetadas.
G4-OG4
• Número absoluto e porcentagem de
sites onde foi identificado e monitorado
risco para a biodiversidade.
G4-EN27
• Extensão da mitigação dos impactos
ambientais de produtos e serviços.
G4-EN29
• Valor monetário de multas
significativas e número total de
sanções não monetárias aplicadas em
decorrência da não conformidade com
leis e regulamentos ambientais.
G4-EN30
• Impactos ambientais significativos
do transporte de produtos e outros
bens e materiais para as operações da
organização, bem como do transporte
de trabalhadores.
G4-EN34
• Número de queixas sobre os impactos
ambientais das operações, registradas
e resolvidas tratadas através de
mecanismos formais de reclamação.
G4-CRE5
• Solo recuperado ou necessitado de
recuperação para o uso exigido ou
planejado pela empresa, de acordo
com as disposições legais.
G4-EO13
• Número, tipo e impacto dos legados
físicos e tecnológicos.
UNCG-PF14.1
• Impactos da empresa em relação
ao meio ambiente e saúde local,
avaliados por autoridades locais/
especialistas/ONGs e respostas para
mitigação de impactos negativos e
aumento de impactos positivos.
UNGC-PF17.10
• Operações da empresa que ofereçam
risco de desastres ambientais (por
exemplo, a seca, a contaminação, etc.)
sobre as comunidades locais, e se a
empresa está se envolvendo com as
comunidades para mitigar e gerenciar
esses riscos ambientais e detalhes
dos programas no lugar, como
objetivos e metas.
• Retorno para negócio de
investimento em projetos ambientais.
G4-EN22
• Descarte total de água por qualidade
e destinação.
G4-EN23
• Peso total de resíduos, por tipo e
método de disposição.
G4-EN24
• Número e volume total de
derramamentos significativos de
produtos químicos e todos os resíduos
em todo seu ciclo de vida, de lixo
marinho e poluição por nutrientes.
G4-EN25
• Peso de resíduos transportados,
importados, exportados ou tratados
considerados perigosos nos termos
da Convenção de Basileia anexo I, II,
III e VIII e percentagem de resíduos
transportados internacionalmente.
Bioddiversidade
de fauna e flora
Segurança
ambiental
de produtos
conservação
do solo
Desenvolvimento
de tecnologias
Resíduos e
efluentes
CDP-F8.2
• Detalhamento dos compromissos de
redução ou fim do desmatamento e
degradação da floresta nas operações
diretas da empresa e/ou na cadeia.
WBCSD-1B
• Porcentagem de todas as florestas
(pertencentes, arrendadas e
administradas) certificadas.
provocar mudanças substanciais no
negócio, na receita ou nos gastos.
CDP-CC6.1
• Oportunidades identificadas,
relacionadas a mudanças climáticas,
capazes de provocar mudanças
substanciais no negócio, na receita
ou nos gastos.
Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
40
g a r a n t i r
v i a b i l i d a d e
e c o n ô m i c a e
c o m p a r t i l h a r
v a l o r e s
41
As empresas devem
criar, entregar e compartilhar
valores ao longo de toda
a cadeia de alimentos e
agricultura – dos agricultores
aos consumidores.
42
U
ma empresa tem o poten-
cial de moldar sua cadeia de
produção para a resolução
de questões ambientais e
sociais, assegurando, por exemplo a
viabilidade econômica dos seus par-
ceiros por meio de uma remuneração
adequada – proporcional ao seu papel
na cadeia produtiva - garantindo ma-
nutenção do seu negócio e compar-
tilhando os valores gerados pelo pro-
duto final. Há uma tendência observada
de que consumidor está atento a este
cenário, e a decisão de compra não
fica apenas na comparação de preços,
mas no entendimento do valor agrega-
do do produto, de sua origem e o meio
de produção empregado. O consumi-
dor está se tornando mais exigente na
sua escolha - apenas 8% da população
acredita na comunicação de ações de
sustentabilidade feitas por empresas24
- e demanda informações precisas e
claras sobre a produção.
Há ainda um grande trabalho a ser fei-
to com consumidores e cadeia sobre
compartilhamento e valorização de
práticas socioambientais.
ODS 8
Trabalho decente e
crescimento econômico
para a meta de
promoção de políticas
orientadas à inovação e
empreendedorismo (8.3);
ODS 9
Indústria, inovação
e infraestrutura
para a meta
de incentivo à
pesquisa científica
e inovação (9.4); e
ODS 12
Consumo e produção
responsáveis para as
metas de alcance da
gestão sustentável e uso
eficiente dos recursos
naturais (12.2), manejo
responsável de produtos
químicos e resíduos (12.4),
redução da geração de
resíduos (12.5), informação
e conscientização
para desenvolvimento
sustentável (12.8).
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema
A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu não
cumprimento é um fator de
risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção de
mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento
de políticas públicas e
parcerias público-privadas.
Para avançar neste cenário, as empresas
devem mostrar avanços nos temas
Estabilidade dos agricultores, Consumo
responsável e Gestão de fornecedores e
terceiros. Os ODS abordados são:
24
Akatu – Pesquisa 2012: Rumo à sociedade do bem-estar (http://www.akatu.org.br/pesquisa/2012/SUMARIO_PESQUISAAKATU.pdf)
43
44
Esse desenvolvimento é fundamental
para a manutenção de unidades produ-
tivas no país. Desta forma, as empre-
sas do setor agrícola devem trabalhar
nas seguintes frentes de atuação:
➔ Melhora no desempenho
da propriedade e incentivo
ao empreendedorismo, por
meio do diagnóstico dos principais
desafios, capacitação sobre gestão
de negócio, técnicas e ferramentas de
melhoria de desempenho financeiro, e
promover linhas de crédito para aqui-
sição de técnicas e/ou tecnologias
para melhoria de cultivo;
➔ Compra direta de produtores
rurais, para fortalecer o relaciona-
mento com a empresa e incentivar a
transparência sobre produtos e práti-
cas de preço no mercado;
➔ Apoio à melhoria da quali-
dade de vida dos agriculto-
res, ao garantir acesso às necessi-
dades básicas de subsistência, como
abastecimento de alimentos e água
de qualidade, obtenção de energia,
garantia de jornada de trabalho ade-
quada e boas condições de trabalho;
➔ Valorização do produtor
para melhoria da imagem dos agricul-
tores perante a sociedade, através de
comunicação sobre produtos e meios
de produção.
Estabilidade dos
agricultores
A estabilidade dos agricultores
pode ser alcançada por meio
de um conjunto de práticas
essenciais para a preservação
do sustento e estabilidade do
agricultor e de sua família e
desenvolvimento socioeconômico
de comunidades agrícolas.
Unilever
Impactar a vida de 5,5 milhões de pessoas
ao melhorar a subsistência de pequenos
agricultores, os rendimentos dos varejistas
de pequena escala e aumentar a participação
dos na cadeia de valor da Unilever (meta global).
Syngenta
Capacitar 20 milhões de pequenos
agricultores e ajudar a aumentarem
a sua produtividade em 50%.
Cargill
Certificar 200 fazendas produtoras de cacau até 2019.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
20
5,5
milhões
milhões
45
A COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Fami-
liar de Canudos, Uauá e Curaça) teve início nos
anos 80 com um grupo pequeno de mulheres em
Uauá - sertão da Bahia - produzindo incialmente ape-
nas geleias, com o intuito incluir a mulher na gera-
ção de renda familiar, incentivar o empreendedo-
rismo e apoiar a melhoria da qualidade de vida
de pequenos agricultores. Em 2004, a COOPERCUC
foi oficializada e tinha quarenta e quatro cooperados.
Buscando estabelecer novos negócios e mercados,
os cooperados têm participado de capacitações e
intercâmbios para ampliar seus conhecimentos
por meio de novas tecnologias e estratégias.
Atualmente, os investimentos em capacitação e
infraestrutura – 15 mini-fábricas – resultam na Gra-
veteiros, uma linha de produtos diversa de do-
ces e geleias à base de frutas nativas do sertão,
como maracujá da caatinga, goiaba, manga, banana e
umbu. Os produtos possuem o selo FLO Fair Trade
e Certificação Orgânica e são comercializados inter-
nacionalmente – Itália, França e Áustria.
Ao todo, 450 famílias de 18 comunidades da re-
gião são beneficiadas pelo trabalho da COOPER-
CUC, que possui capacidade de produção de 200
toneladas de doces. Devido ao seu sucesso, a coo-
perativa passou a receber apoio da terceira edição do
Projeto Pró-Semiárido na Bahia do Fundo Interna-
cional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em coo-
peração com o Governo da Bahia, que financiou um
plano de negócio para uma nova planta de pro-
cessamento da COOPERCUC num total de R$ 4 mi-
lhões investidos a ser inaugurada em julho de 2016
aumentando e diversificando a produção para incluir
também polpa de frutas.
Empreendedorismo e geração de renda familiar
25
Coopercuc – (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/nossa-historia/), (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/crescimento-producao/) e (http://www.portalsemear.
org.br/banco_de_saberes/cooperativismo-no-semiarido-brasileiro-a-experiencia-da-cooperativa-agropecuaria-familiar-de-canudos-uaua-e-curaca-coopercuc/)
25
46
Uma estratégia sólida de
Consumo Responsável deve
contemplar as frentes de:
➔ Eficiência no uso de recur-
sos (como água, energia e solo), ao
utilizá-los de modo responsável; eli-
minar insumos prejudiciais à saúde;
reutilizar resíduos; promover a eco-
nomia circular e produtos que utilizem
menos insumo e/ou gerem menos
resíduo; utilizar pensamento de ciclo
de vida dos produtos para identificar
melhorias; desenvolver produtos que
utilizem menos recursos no seu uso e
consumo; dar preferência a fornecedo-
res que sigam padrões socioambien-
Consumo
responsável
Consumo responsável é o
“Uso de serviços e produtos,
que respondem às necessidades
básicas e trazem melhor
qualidade de vida enquanto
minimizam o uso de recursos
naturais e materiais tóxicos,
bem como a emissão de
resíduos e poluentes ao longo
do ciclo de vida do serviço ou
produto, de maneira a não
prejudicar as necessidades das
gerações futuras” (Sustainable
Consumption and Production –
SCP – Oslo Symposium, 1994).
tais em atividades e apoiar indústria de
reciclagem e logística reversa (quando
indicado, como por exemplo para em-
balagens vazias de agroquímicos ou
embalagens recicláveis);
➔ Promover o consumo cons-
ciente ao rastrear e monitorar sua
produção; comunicar de maneira trans-
parente as informações de produtos;
mapear as demandas e tendências do
mercado; disponibilizar ao consumidor
meios de destinação adequada de resí-
duos - logística reversa - e capacitar o
consumidor a fazer escolha consciente,
ensinando-o a levar em conta impacto
ambiental e social do produto.
Ambev
Reduzir em 100 mil toneladas os materiais
usados em embalagens até 2017.
Nestlè
Evitar o uso de pelo menos 100.000
toneladas de material de embalagem até
2017, através de análise e otimização contínua
do portfólio de embalagem (meta global).
Coca-cola
Reciclar 100% da embalagem de seus
produtos até 2020.
DOW
Desenvolver 6 grandes projetos de
economia circular até 2025.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
100
100
mil
mil
100%
rastreabilidade
A rastreabilidade da origem da
matéria-prima até seu destino
final tem se tornado um
crescente foco das empresas
líderes em gestão da qualidade
e impacto dos seus produtos.
Um sistema de rastreabilidade
permite monitorar informações
relevantes para a produção e
consumo, como por exemplo o
consumo de insumos, localidade
da área produtiva, tipo de mão
de obra utilizada, etc.
O consumo responsável
requer um monitoramento
preciso e constante da cadeia
(fornecedores e terceiros),
desta forma um sistema de
rastreabilidade pode assegurar
que a cadeia produtiva
atende aos requisitos sociais,
ambientais e econômicos
definidos pela empresa.
47
A Unilever apresenta como visão entregar a
seus consumidores produtos que promovam a
melhoria dos padrões de vida, com a visão de
gerar crescimento para o negócio, enquan-
to reduzimos o impacto, através do Plano de
Sustentabilidade da Unilever (USLP). Dentre
as frentes do plano, está a meta de, até 2020,
100% de nossas matérias-primas agrícolas
serem fornecidas de forma sustentável.
Com o desenvolvimento deste trabalho, a
Fruttare no Brasil, alcançou a marca de 100%
das suas frutas de origem sustentável. O pro-
grama de sustentabilidade para frutas tem se
mostrado benéfico para a cadeia de forne-
cedores, trazendo melhorias na qualidade de
trabalho para os colaboradores e nos pro-
cessos. As fazendas que aderem ao programa
tornam-se “fazendas referências” e mode-
los para as demais. Para o consumidor, o con-
ceito ‘cultivo sustentável’, mesmo que ainda
pouco conhecido, é interpretado positivamente
pelo público-alvo da marca (jovens entre 18 e
25 anos), que ressalta ainda que as comunica-
ções de marcas devem estar pautadas em
histórias verdadeiras.
Através deste insight, a Fruttare relançou seus
produtos com novas embalagens que trazem
um selo que destaca a origem da fruta e
seu cultivo sustentável. Além disso, desen-
volveu a campanha ‘Rota das Frutas’, com o
intuito de mostrar o contato e olhar de uma
jovem e suas experiências nas fazendas das
frutas sustentáveis da Fruttare, informando
ao público-alvo sobre o trabalho feito, de
maneira pouco técnica e engajadora.
Frutas de origem sustentável
26
Rota da fruta – (http://www.kibon.com.br/Brand/Fruttare.aspx).
26
48
A gestão de fornecedores e terceiros
bem estruturada pode contribuir subs-
tancialmente para garantir a viabilida-
de econômica e compartilhar valores
da sustentabilidade ao longo da cadeia.
Uma abordagem elaborada de Gestão
de Fornecedores inclui:
Gestão de
fornecedores
e terceiros
Gestão de fornecedores
e terceiros é a gestão
do relacionamento com
empresas e indivíduos
fornecedores de produtos
e serviços para a empresa.
➔ Definir um escopo de
atuação com a cadeia mapean-
do os ris-cos e oportunidades ao
longo dos elos da cadeia e segmen-
tando fornecedores críticos em re-
lação às questões socioambientais
nas quais a empresa quer alavancar
seu desempenho, por exemplo, nos
seus temas materiais (Ex.: Mudan-
ças climáticas, Consumo responsá-
vel, Água, Direitos humanos, etc.);
➔ Possuir um Código de Conduta
bem estruturado para fornecedores e
terceiros, que inclua cláusulas am-
bientais e sociais a serem respeitadas
e que remetam aos valores da empre-
sa e possibilitem condições de adapta-
ção de novos fornecedores, com temas
materiais e prioridades da empresa
bem definidos onde o envolvimento de
Raízen
Cadastrar 700 novos fornecedores em
programa de produção sustentável até 2016.
Unilever
Ter 100% de matéria-prima agrícola sustentável
por meio de verificações e certificações até 2020.
Coca-cola
Certificar 100% dos fornecedores até 2020.
Empresas líderes no setor
estão buscando resultados:
700
100%
100%
fornecedores é importante para atingir
resultados esperados;
➔ Engajar com fornece-
dores e terceiros para capa-
citação destes visando avanços nas
práticas socioambientais, por meio de
palestras, patrocínio de eventos, distri-
buição de materiais didáticos, etc.;
➔ Mensurar os resultados
por meio de auditorias em fornecedo-
res e terceiros, mapeando e monito-
rando o cadastro de fornecedores para
identificação rápida de irregularidades;
➔ Formar parcerias com for-
necedores, terceiros e demais
atores relevantes para tratar
causas de impactos que não podem
ser abordadas por uma única empresa;
49
indicadores mais utilizados
atualmente para reportar os temas
incluídos neste princípio são:
G4-EN2
• Porcentagem de materiais usados
proveniente de reciclagem.
G4-EN7
• A redução na necessidade
de uso de energia de produtos
e serviços.
WBCSD-1C
• Porcentagem de madeira/fibra/
produtos certificados do volume total
de consumo.
G4-EN27
• Extensão da mitigação
dos impactos ambientais
de produtos e serviços.
G4-EN28
• Percentual de produtos e suas
embalagens recuperados em
relação ao total de produtos vendidos,
discriminados por categoria
de produtos.
• Porcentagem dos lançamentos de
marcas próprias que são submetidos a
uma análise de sustentabilidade, a fim
de avaliar os impactos no ciclo de vida.
G4-12
• Descrição da cadeia de fornecedores
da organização.
G4-LA14
• Porcentagem de novos fornecedores
que foram selecionados com base em
critérios de boas práticas trabalhistas.
G4-LA15
• Impactos negativos significativos reais
e potenciais das práticas trabalhistas na
cadeia de abastecimento e as medidas
de prevenção ou correção tomadas.
G4-HR5
• Operações e fornecedores
identificados como portadores de alto
risco de ocorrência de trabalho infantil.
Medidas para contribuir com a abolição
do trabalho infanto-juvenil.
G4-HR6
• Operações e fornecedores identificados
como tendo risco significativo
de ocorrência de trabalho forçado ou
escravo, e medidas para contribuir
para a eliminação de todas as formas
de trabalho forçado ou obrigatório.
G4-EC9
• Proporção de gastos em
fornecedores locais em regiões com
operações significativas.
G4-DMAb
• Políticas e práticas utilizadas para
promover a inclusão econômica ao
selecionar fornecedores. Formas de
inclusão econômica podem incluir:
fornecedores pertencentes a mulheres;
fornecedores de propriedade ou
integrados por membros de grupos
sociais vulneráveis, marginalizados ou
Consumo
responsável
Gestão de
fornecedores
e terceiros
sub-representados; e pequenos
e médios fornecedores.
UNGC-PF2.12
• Os investimentos previstos no país
para próximos anos, em relação a porte
de investimento, volume de comércio
ou volume das trocas comerciais
com fornecedores e distribuidores e
modelo(s) de negócio(s) que a empresa
pretende usar para investir.
UNGC-PF2.13
• Práticas de compra da empresa
(o volume de compra, os preços
negociados e pagos) que impactam a
volatilidade dos preços das principais
commodities, materiais, culturas, e/ou
insumos dependentes de fornecedores
locais ou nacionais.
UNGC-PF3.5
• Política/código que aborda direitos e
normas de trabalho ao longo da cadeia
de valor.
UNGC-PF3.6
• Mecanismos para monitorar o
cumprimento de normas e padrões
trabalhistas de seus maiores
fornecedores, principais indicadores
avaliados e mecanismo ou sistema
para lidar com fornecedores que não
são compatíveis.
UNGC-PF13.10 - Programas
de saúde e segurança e/ou ações
dentro da empresa que se estendem
a trabalhadores ao longo da cadeia
de valor, que estejam de acordo com
leis internacionais, nacionais ou locais
trabalhistas e padrões do setor, e como
é feito o monitoramento.
Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
50
respeitar os
direitos humanos,
criar trabalho
digno e ajudar as
comunidades rurais
a prosperarem
51
As empresas devem respeitar os
direitos dos agricultores, trabalhadores
e consumidores. Elas devem contribuir
para melhorar a vida dessas pessoas
promover e fornecer oportunidades iguais
para que as comunidades se tornem
atrativas para viver, trabalhar e investir.
52
O
Brasil é pioneiro no esta-
belecimento de agendas
estaduais de Trabalho De-
cente – em 2006, lançou a
Agenda Nacional de Trabalho Decente
(ANTD)27
, parceria do Governo Federal
com a Organização Internacional do
Trabalho (OIT). A Agenda tem como
objetivos a geração de mais e melho-
res empregos, a erradicação do tra-
balho escravo e do trabalho infantil, o
fortalecimento dos gestores munici-
pais, estaduais e federais e do diálogo
social. A demanda pela implementa-
ção desta agenda é urgente, uma vez
que até 2010, 3,4 milhões28
de crian-
ças e jovens brasileiros estavam tra-
balhando para complementar a renda
familiar, e, de 2003 a 2016, cerca de
45 mil trabalhadores29
foram resga-
tados de situação de escravidão. As
empresas empregadoras têm respon-
sabilidade fundamental no desenvolvi-
mento do respeito ao trabalhador e à
comunidade em que possui operação,
garantindo prosperidade à ambos.
ODS 1
Erradicação da pobreza para a meta
de garantia de direitos iguais aos
recursos econômicos, serviços
básicos, propriedade e herança,
recursos naturais, novas tecnologias e
serviços financeiros (1.4);
ODS 2
Fome zero e agricultura sustentável
para a meta de proteção dos
recursos genéticos e conhecimentos
tradicionais (2.5);
ODS 9
Indústria, inovação e
infraestrutura para a meta de
emprego pleno com remuneração
equivalente ao cargo;
ODS 4
Educação de qualidade para a
meta de aumento das habilidades
técnicas e profissionais de jovens
e adultos (4.4);
ODS 10
Redução das desigualdades
para a meta de
empoderamento e promoção
da inclusão social, econômica
e política de todos (10.2),
igualdade de oportunidades
(10.3), e adoção de política
salarial para promoção da
igualdade (10.4); e
ODS 5
Igualdade de gênero para as metas
de fim da discriminação contra
mulheres e meninas (5.1), eliminação
de qualquer forma de violência contra
mulheres e meninas (5.2), e garantia
da participação plena das mulheres e
igualdade de oportunidades (5.5);
ODS 11
Cidades e comunidades
sustentáveis no que
tange a meta de melhoria
da capacidade para o
planejamento e gestão de
assentamentos humanos
participativos (11.3), e redução
do impacto ambiental negativo
per capita das cidades (11.6).
Para avançar neste cenário, as empresas devem
mostrar avanços nos temas Direitos Humanos,
Diversidade e Inclusão, Desenvolvimento
profissional, Saúde e segurança ocupacional e
Desenvolvimento local, que compreendem os ODS:
27
Organização Internacional do Trabalho – OIT (http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-no-brasil) 28
Repórter Brasil – Brasil livre de trabalho infantil (http://reporterbrasil.org.
br/wp-content/uploads/2015/02/Brasil-Livre-de-Trabalho-Infantil-Reporter-Brasil.pdf) 29
Ministério do Trabalho e Previdência Social – Notícia sobre campanha de combate ao
trabalho escravo (http://www.mtps.gov.br/component/content/article?id=3356)
53
Considerações
gerais para
a definição
da estratégia
de cada tema
A conformidade com a
legislação vigente para
cada tema é essencial como
desempenho mínimo e seu
não cumprimento é um fator
de risco para as empresas.
A aderência às certificações
é recomendada, pois é
uma oportunidade de obter
direcionamento, padronização
e comparabilidade de práticas
para cada tema. Empresas
que buscam certificações,
possuem maior controle de
suas práticas e estão buscando
melhorias constantes.
A cadeia de fornecedores deve
ser considerada na estratégia
de cada tema, sempre que
possível, ampliando o impacto
positivo das ações para além
das próprias operações.
As empresas também têm
papel ativo na promoção
de mudanças da conjuntura
nacional por meio de
investimentos sociais
estratégicos, via incentivos
fiscais, e fomento
de políticas públicas e
parcerias público-privadas.
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  • 2. A REDE BRASIL DO PACTO GLOBAL agradece às organizações que patrocinaram esta edição dos Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura como Orientadores para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, possibilitando que este conhecimento seja compartilhado por meio de cópias impressas e digitais. patrocínio coordenação editorial
  • 3. 03 NA VANGUARDA DO AGRONEGÓCIO MUNDIAL A sistematização de uma produção agrícola sus- tentável é premente no Brasil. Trata-se de um dos principais setores de nossa economia, colocando o País entre os principais exportadores de com- modities do mundo. Tendo em vista a relevância do tema, após lançar os Princípios Empresariais de Alimentos e Agricultura (PEAA), em março de 2015, a Rede Brasil do Pacto Global sai mais uma vez na frente com o lançamento desta Cartilha. Trata-se de um belo e inovador resultado do Grupo Temático de Alimentos e Agricultura, que soube escutar as demandas das organizações. Suas lide- ranças solicitavam um guia que pudesse, de forma prática, aplicar os PEAA em seus processos, já em consonância com os Objetivos de Desenvolvimen- to Sustentável (ODS) da ONU – com destaque para o ODS 2, “acabar com a fome, alcançar a seguran- ça alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável”. A publicação lança novos paradigmas aos negó- cios na área. Os PEAA guiarão a atuação das em- presas – bem como de todos os atores da cadeia produtiva – para a Agenda 2030 da ONU, pautada por práticas socioambientais responsáveis, que levam em conta a preservação dos ecossistemas naturais, sociais e culturais de cada região. Ao lançar esta Cartilha, a Rede Brasil do Pacto Global demonstra protagonismo entre as Redes Locais do UN Global Compact, colocando-se na vanguarda da discussão sobre a sustentabilidade do agronegócio no mundo. Vamos em frente! André Oliveira Presidente da Rede Brasil do Pacto Global e Diretor Jurídico, de Impostos e Seguros da BASF na América do Sul
  • 4. André Oliveira (Basf) Presidente Denise Hills (Itaú Unibanco), Antonio Fares (FIEP), Meire Fidélis (Grupo Abril), Carlos Rossin (PwC) Vice-presidentes Beatriz Martins Carneiro Secretária executiva Barbara Dunin Assessora Gabriela Almeida Assistente de Projeto Vanessa Tarantini Oportunidades de Engajamento Luiz Fernando Campos Assessor de comunicação Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura como Orientadores para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Grupo Temático de Alimentos e Agricultura Coordenação: Juliana Lopes (Amaggi) Integrantes: ABAG, Agroicone, Amaggi, BASF, Bayer, Bonsucro, BRF, Bunge, Câmara Brasil- Alemanha, CEBDS, DNV GL, Dow, GT Foods, GTPS, Hospital Albert Einstein, IFAD, MAPA, Monsanto, Netafim, Novozymes, Odebrecht Agroindustrial, Proforest, Rever Consulting, SLC Agricola, Social Carbon, Syngenta, The Nature Conservancy e TOTVS Coordenação editorial e edição: Rever Consulting Projeto gráfico e design: Akemi Takenaka Agosto de 2016 Expediente
  • 5. 05 Mensagem dos patrocinadores Rodrigo Santos Presidente da Monsanto para América do Sul Garantir o sucesso continuado do agri- cultor é o que nos coloca em movimen- to. E por essa razão, inovamos no de- senvolvimento de soluções agrícolas, compartilhamos nosso conhecimento e aprendizados e atuamos colaborati- vamente em uma rede de organizações empenhada em promover a segurança alimentar. Com esse objetivo, nasceu a cartilha para implementação dos Princípios Em- presariais para Alimentos e Agricultura, reunindo algumas das soluções desen- volvidas pelas diversas organizações do setor, na busca constante de sistemas de produção cada vez mais eficientes. Temos como setor privado o poder de influenciar e engajar nossos parceiros e públicos para atuarmos colaborativa- mente na promoção do desenvolvimento sustentável da agricultura e no direcio- namento de ações alinhadas e consis- tentes para gerar valor econômico em direção dos objetivos de desenvolvimen- to sustentável. Boa Leitura! Waldemir Ival Loto CEO da AMAGGI Nós, líderes empresariais, temos o dever de contribuir para a segurança alimentar de cada cidadão do planeta. Mas também temos a responsabilidade de fazer isto garantindo a preservação do ecossiste- ma e a perenidade dos nossos negócios. Foi com a frase acima que iniciei meu discurso no Global Compact Leaders Summit, em 2013: convidando todos os líderes empresariais a contribuir para a criação de um modelo mais sustentável para o agronegócio em seus países. A AMAGGI se orgulha de ter participado da construção dos Princípios Empresa- riais para Alimentos e Agricultura desde o seu início, durante a Rio+20. E tenho a convicção de que o Brasil pode contribuir para uma agricultura sustentável. Precisamos de soluções inovadoras que tragam viabilidade econômica e respon- sabilidade ambiental. Que garantam o respeito aos Direitos Humanos, ao tra- balho decente e ao desenvolvimento das comunidades rurais. A cartilha para implementação dos Prin- cípios Empresariais para Agricultura e Alimentos se constitui em um passo im- portante nessa direção e mostra o quan- to estes princípios estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sus- tentável. Estamos prontos para debater e construir o futuro que queremos. Muito obrigado!
  • 6. 08 16 11 26 40 50 62 68 76 sumário executivo Compromissos para o setor de alimentos e agricultura PROMOVER SEGURANÇA ALIMENTAR, SAúDE E NUTRIÇão Ser ambientalmente responsável garantir viabilidade econômica e compartilhar valores Respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem Incentivar a boa governança e a responsabilidade promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia COMO GERENCIAR E COMUNICAR OS PEAA índice
  • 7. 07 Junte-se A nós! Somente construiremos soluções para as ques- tões sociais, ambientais e humanas mais comple- xas por meio de um processo conjunto, participa- tivo e estruturado. O aumento da demanda por alimentos para uma população estimada em 9 bilhões de pessoas no ano de 2050 e a escassez da água nos mostram alguns dos desafios que temos. Com o lançamento dos Princípios Empresarias para Alimentos e Agricultura (PEAA) no Brasil em março de 2015, trouxemos alguns dos bons exem- plos já existentes e iniciamos a construção desta cartilha. Todos os participantes deste processo nos mostram que os resultados podem ser mul- tiplicados se todos os atores socioeconômicos envolvidos tiverem uma atuação forte e contínua. A cartilha tem como objetivo orientar a implemen- tação dos PEAA, em especial o setor privado, tra- zendo dicas para a construção de uma estratégia sólida e uso de ferramentas de gestão que fazem sentido na atuação diária das empresas, mas que também mostrem o quanto está vinculada a um processo global como os Objetivos do Desenvolvi- mento Sustentável (ODS). Há muito tempo o Brasil é apresentado como ce- leiro do mundo, mas acredito que temos todas as condições de sermos muito mais e assumirmos a condição de berço de um novo modelo de desen- volvimento, em que toda a cadeia de alimentos e agricultura seja sustentável. Obrigada! Juliana de Lavor Lopes Diretora de Sustentabilidade da AMAGGI e Coordenadora do Grupo Temático de Alimentos e Agricultura da Rede Brasil do Pacto Global FOTO:FellipeAbreu
  • 8. s u m á r i o e x e c u t i v o
  • 9. 09 Promover segurança alimentar, saúde e nutrição ser ambientalmente responsável Segurança do abastecimento alimentar Segurança do alimento Bem-estar animal Desperdício de alimentos Água Mudanças Climáticas Biodiversidade de fauna e flora Conservação do solo Resíduos e efluentes Segurança ambiental de produtos Desenvolvimento de tecnologias Princípio 1 Princípio 2 Temas Temas A “Cartilha de Implementação: Os Princípios Empresariais para Ali- mentos e Agricultura como orienta- dores para os Objetivos de Desen- volvimento Sustentável” tem como objetivo orientar uma atuação mensu- rável para as empresas de alimentos e agricultura sobre os Princípios Empre- sarias para Alimentos e Agricultura – PEAA em busca de um sistema produ- tivo mais sustentável e resiliente. Para facilitar a gestão e reporte, a Cartilha destaca os temas relevantes para cada Princípio. Os temas são en- tão divididos em frentes de atuação, com exemplos de práticas para o tra- balho de cada tema. Esta estrutura ajuda as empresas a compreenderem distinção entre uma sólida estratégia para um tema de uma prática ou pro- jeto específico. Os temas e frentes de atuação des- tacados na Cartilha são baseados no atual contexto e experiência das em- presas no Brasil. A Cartilha representa um consenso dos membros doGrupo Temático Alimento e Agricultura do Pacto Global sobre o que as empresas do setor devem focar e coordenar es- forços neste momento. A definição de uma estrutura comum permite uma atuação em conjunto e alinhada, uti- lizando seus negócios como motores propulsores do desenvolvimento am- biental e social. A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai- nel de gestão PEAA” – para auxiliar o planejamento, gestão, monitora- mento e reporte do desempenho de cada Princípio. Esta ferramenta apoia a definição de uma estratégia robus- ta, tanto para o Princípio como para o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e comunicar os PEAA’), baseada na própria estrutura da Cartilha. O Painel também apoia na definição de metas, resultados esperados tanto para o garantir viabilidade econômica e compartilhar valores Estabilidade dos agricultores Consumo responsável Gestão de fornecedores e terceiros Princípio 3 Temas respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem Direitos Humanos Diversidade e Inclusão Desenvolvimento profissional Saúde e segurança Desenvolvimento local Princípio 4 Temas
  • 10. 10 Os Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA), são uma adaptação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o setor de Alimentos e Agricultura, com foco na atuação específica do setor privado. peaa incentivar a boa governança e a responsabilidade Governança corporativa Transparência e ética empresarial Relações institucionais Regulação & compliance Princípio 5 Temas promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia Transferência de tecnologia e expertise Acesso a recursos financeiros Princípio 6 Temas negócio como para o impacto sobre o tema, e indicadores de desempenho para estes resultados. O Painel con- solida em uma única ferramenta as informações necessárias para uma empresa avaliar se sua estratégia irá gerar valor em direção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Com a Cartilha de implementação dos PEAA as empresas de Alimentos e Agricultura signatárias ou não do Pac- to Global possuem um framework uni- ficado para orientação de práticas, mo- nitoramento e reporte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O desafio de definir sistemas de pro- dução mais eficientes já abriu portas a novas soluções e oportunidades. A Cartilha tenta trazer de maneira prática algumas destas soluções. Para o su- cesso, é preciso definir um foco estra- tégico, que traga benefícios claros aos negócios e ao desenvolvimento sus- tentável – A Cartilha de implementação dos PEAA é o primeiro passo prático para um bom planejamento, gestão e execução de cada Princípio. alimentos e agricultura setor privado
  • 11. c o m p r o m i s s o s p a r a o s e t o r d e a l i m e n t o s e a g r i c u lt u r a
  • 12. 12 Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos. Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima. Garantir educação inclusiva, equitativa e de qualidade. Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos. Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição. Garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável. Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas São 17 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivo, seguros, resilientes Proteger, recuperar e promover o uso sustentável das florestas Assegurar padrões de consumo e produção sustentável Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável Fortalecer os mecanismos de implementação e revitalizar a parceria global. Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Durante a 70ª Assembleia Geral da ONU em 2015, líderes mundiais de 193 países acordaram a definição de uma nova agenda global para os próximos 15 anos. Ela busca atender necessidades universais em cinco áreas: Pessoas, Planeta, Prosperi- dade, Paz e Parcerias. Sua constru- ção se deu a partir de um processo de negociação com a sociedade civil organizada, governos e o setor pri- vado e consiste nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
  • 13. 13 A importância dos PEAA O crescimento da população para 9,7 bilhões até 20502 irá aumentar signifi- cativamente a demanda por alimentos, que por sua vez, irá elevar a pressão e demanda sobre os recursos naturais. As empresas do setor de Alimentos e Agricultura têm um papel central no desenvolvimento de sistemas de pro- dução mais eficientes – mais produti- vos e menos demandantes de recursos naturais – e escaláveis para garantia da segurança alimentar e sustentabilida- de da agricultura que todos nós depen- demos. Os atores da cadeia de produção de alimentos - produtores, distribuido- res, traders, varejistas, investidores, mesas redondas, governos e consumi- dores – terão de trabalhar em conjunto em soluções reais e coletivas para uma cadeia mais sustentável, igualitária e menos impactante. As mesas redon- das, fóruns e coalizões são meios im- portantes na união destes atores, para discussões específicas na busca por soluções e troca de aprendizados que alavancam as práticas setoriais. Os PEAA como orientadores para os ODS Os Objetivos de Desenvolvimento Sus- tentável – ODS – estabelecem uma Agenda 2030 com 17 Objetivos e 169 metas, que orientam diversos agentes para ações em busca de um mundo mais sustentável e resiliente. Os Princípios Empresariais para Ali- mentos e Agricultura - PEAA - foram elaborados para orientar empresas do setor sobre a sustentabilidade na ali- mentação e agricultura, para orientar práticas e facilitar o monitoramento e reporte de progresso do setor privado. Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura - PEAA Os PEAA têm como objetivo consoli- dar um conjunto de ações e resultados esperados que as empresas devem tomar para se alinharem aos objetivos da ONU. Os PEAA foram desenvolvi- dos pelo Pacto Global da ONU ao longo de dois anos, por meio de um processo amplo e inclusivo com diversos ato- res. Mais de 20 consultas online e pre- senciais foram realizadas no mundo, envolvendo mais de 1.000 empresas, agências da ONU e organizações da sociedade civil comprometidas com os temas da agricultura, nutrição e siste- mas alimentares. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecem com clare- za o compromisso das 193 nações na direção do desenvolvimento iguali- tário, da sustentabilidade ambiental, e a urgência em tratar as mudanças climáticas e seus impactos. Cada ODS possui metas específicas, que podem ser consultadas no site do PNUD1 . O setor privado tem um papel es- sencial na aplicação dos ODS como grande detentor do poder econômico, propulsor de inovações e tecnologias, influenciador e engajador dos mais diversos públicos – desde governos, fornecedores e consumidores – para atuação colaborativa. Os PEAA são uma adaptação para a realidade e peculiaridades do setor privado de Alimentos e Agricultura no cumprimento das metas determinadas para promoção do desenvolvimento sustentável. Desta forma, as empresas do setor, signatárias ou não do Pacto Global, possuem um framework unifi- cado para orientação de práticas, mo- nitoramento e reporte. Os PEAA foram apresentados em Roma com o objetivo de contribuir ao desenvolvimento sustentável pre- visto no documento final da Rio+20, “O Futuro que Queremos”. 1 PNUD – Dos ODM aos ODS (http://www.pnud.org.br/ods.aspx) 2 ONU – Novo estudo da ONU indica que mundo terá 11 bilhões de habitantes em 2100 (https://nacoesunidas.org/ novo-estudo-da-onu-indica-que-mundo-tera-11-bilhoes-de-habitantes-em-2100/)
  • 14. 14 3 http://www.pnud.org.br/Docs/Portfolio%20ODS-PNUD_ArquivoCompleto.pdf. Os PEAA se relacionam com os ODS e suas metas, conforme correlação abaixo: Os ODS relacionados a cada Princípio e tema estão apontados graficamente ao longo da Cartilha. Princípio Objetivo do Desenvolvimento Sustentável3 Promover segurança alimentar, saúde e nutrição ser ambientalmente responsável garantir viabilidade econômica e compartilhar valores respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem incentivar a boa governança e a responsabilidade promover o acesso e a transferência de conhecimento, habilidades e tecnologia
  • 15. 15 Os Princípios Empresarias para Alimentos e Agricultura – PEAA - oferecem uma estrutura voluntária para que as empresas possam, de maneira conjunta e direcionada, buscar o impacto positivo no setor e coordenar esforços dos demais atores relevantes. Esta Cartilha tem como objetivo prin- cipal alinhar sobre a atuação das em- presas pautadas nos PEAA, dando indicações de práticas a serem desen- volvidas para cada Princípio. Além do direcionamento de práticas, a Cartilha busca inspirar as empresas com casos de sucesso no contexto brasileiro. O público alvo desta Cartilha são em- presas do setor de Alimentos e Agri- cultura, bem como seus parceiros comerciais – que estão diretamente envolvidos na cadeia produtiva destas empresas e influenciam seu desempe- nho. A adesão aos PEAA é voluntária, porém a sua utilização está desvin- culada da adesão e objetiva incentivar todas as empresas do setor a atuarem em conjunto e alinhadas, para tornar o setor um motor de desenvolvimento e melhoria ambiental e social. Recomendações gerais Antes de partirmos para o direcio- namento focado nos Princípios, al- gumas recomendações iniciais são necessárias e gerais para todos os Princípios. A aplicação dos PEAA deve ser orien- tada pelo entendimento das priorida- des específicas da organização tipi- camente definidas em um processo de materialidade. Prioridades organi- zacionais de sustentabilidade devem contemplar: a estratégia e fatores críticos de sucesso da organização capturados em metas e objetivos; os impactos econômicos, ambientais, e socais da organização; riscos signifi- cativos para a organização; desafios para o setor indicado por especia- listas, organizações orientadoras ou praticadas por empresas do setor; leis, regulamentos, acordos inter- nacionais e diretrizes voluntárias; competências da organização e como podem contribuir com o desenvolvi- mento sustentável; e aspectos que podem influenciar substancialmente a avaliação e decisões de partes in- teressadas. As empresas devem co- meçar a aplicação dos PEAA com os temas mais materiais para a organi- zação e gradualmente expandir para os outros princípios e temas corres- pondentes do setor. A Cartilha traz uma ferramenta – “Pai- nel de gestão PEAA” – para auxiliar o planejamento, gestão, monitoramen- to do desempenho e reporte de cada Princípio, baseada na própria estrutu- ra da Cartilha. Esta ferramenta apoia a definição de uma estratégia robus- ta, tanto para o Princípio como para o tema (Capítulo ‘Como gerenciar e comunicar os PEAA’). Outro fator de sucesso para a boa implantação dos PEAA, além da de- finição de uma estratégia, é o esta- belecimento de uma governança que possibilite definir prioridades, objeti- vos e metas e direcione esforços para atingir resultados esperados. Isto re- quer a definição de times e líderes que serão responsáveis e responsabiliza- dos pelo desempenho da empresa em cada tema ou Princípio. Os líderes têm papel fundamental no engajamen- to dos envolvidos e perenidade das ações ao longo do tempo. O desafio de definir sistemas de pro- dução mais eficientes já abriu portas a novas soluções e oportunidades. A Cartilha tenta trazer de maneira prá- tica algumas destas soluções, mas principalmente, estruturar as práticas em busca de um objetivo claro, ala- vancando o desempenho do setor de Alimentos e Agricultura na direção do desenvolvimento sustentável. Boa leitura.
  • 16. 16 p r o m o v e r s e g u r a n ç a a l i m e n t a r , s a ú d e e n u t r i ç ã o
  • 17. 17 As empresas devem desenvolver sistemas agrícolas e de alimentos que otimizam a produção e minimizam o desperdício, a fim de fornecer nutrição e promover a saúde para todas as pessoas no planeta.
  • 18. 18 4 FAO (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) | 5 OCDE - FAO Perspectivas Agrícolas 2015-2024 (https://www.fao.org.br/download/PA20142015CB.pdf) | 6 FAO - Key facts on food loss and waste you should know! (http://www.fao.org/save-food/resources/keyfindings/en/) | 7 FAO - Food wastage footprint (http://www.fao.org/docrep/018/i3347e/i3347e.pdf). A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) proje- ta um aumento de 77% da demanda por alimentos nos países em desenvolvimento – seremos nove bi- lhões de habitantes por volta de 20304 . Embora o Brasil tenha apresentado crescimento da produtividade agrícola nas últimas três décadas5 e tenha saí- do do mapa da fome da FAO no ano de 2014, parte da população brasileira não tem acesso a uma alimentação sufi- ciente, de qualidade e segura. Algumas regiões se tornam “desertos alimenta- res”, áreas em que o acesso ao alimen- to fresco e saudável é insuficiente. O consumo excessivo e o desperdício dos alimentos agravam o cenário de disparidade - cerca de um terço dos alimentos produzidos para consumo humano no mundo - por volta de 1,3 bilhões de toneladas - é perdido ou desperdiçado todo ano6 . De acordo com a FAO, 54% do desperdício mun- dial de alimentos no mundo se dá nas fases iniciais de produção (manipula- ção, pós-colheita e armazenagem), enquanto que os outros 46% ocorrem nas etapas de processamento, distri- buição e consumo7 . ODS 2 Fome zero e agricultura sustentável no que tange as metas de acesso ao alimento seguro e em quantidades suficientes (2.1), e o aumento da produtividade (2.3); ODS 3 Saúde e bem-estar para as metas de prevenção às doenças não transmissíveis via prevenção – alimentação saudável (3.4), e redução de mortes por contaminações e substâncias nocivas (3.9); ODS 12 Consumo e produção responsáveis para a meta de redução do desperdício de alimentos (12.3). Considerações gerais para a definição da estratégia de cada tema A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas. A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes. A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações. As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas. Para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Segurança do abastecimento alimentar, Segurança do produto, Bem-estar animal e Desperdício de alimentos que compreendem os ODS:
  • 19. 19
  • 20. 20 8 FAO - A contribuição dos insetos para a segurança alimentar, subsistência e meio ambiente (http://www.fao.org/3/d-i3264o.pdf) 9 Estudo conduzido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a ONG Aliança da Terra. (http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/08/1675241-maior-produtividade-da-pecuaria-brasileira-reduziria- emissao-de-gases-estufa.shtml) 10 Unicamp - Tabela Brasileira de Composição de Alimentos revisada e ampliada (http://www.unicamp.br/nepa/taco/contar/taco_4_edicao_ ampliada_e_revisada) 11 Portal da Saúde - Saúde e Abia fecham acordo para reduzir sódio em carnes e laticínios (http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/profissional-e-gestor/ vigilancia/noticias-vigilancia/7695-saude-e-abia-fecham-acordo-para-reduzir-sodio-em-carnes-e-laticinios). Uma sólida gestão da Segurança de Abastecimento Alimentar inclui, não exaustivamente, as seguintes fren- tes de atuação: ➔ Estímulo do acesso ao ali- mento investindo em produtores lo- cais de alimentos e apoiando o circuito curto de compra, além da criação de centros de compra da alimentos em locais mais próximos ao consumidor; ➔ Aumento da produtividade dos alimentos, por meio do inves- timento em pesquisa e tecnologia para desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos direcionado aos pequenos, médios e grandes produtores, focando na diversidade de alimentos; ➔ Incentivo a uma dieta ba -lanceada aos consumidores, co- laboradores, suas famílias e sociedade por meio do fornecimento de produtos Aliança da Terra Aumentar a produtividade na pecuária de 3,5 para 5,8 arrobas por hectare9 . Seguir a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO)10 e acordos como o de redução de sódio em carnes11 em até 68% até 2020. Unilever Reduzir o volume de sal de 75% de seu portfólio até 2020. Syngenta Aumentar a produtividade média das principais culturas do mundo em 20% sem usar mais terra, água ou insumos, até 2020. com composições mais saudáveis, como por exemplo menor teor de só- dio e gordura trans e maior quantida- de de nutrientes e vitaminas, além da promoção de educação nutricional no uso de seus produtos ou práticas sau- dáveis com orientação sobre o impacto dos alimentos na saúde; ➔ Substituições alternativas à proteína animal, como a inges- tão de grãos, cereais, vegetais e inse- tos. O consumo de insetos é recomen- dado pela FAO, tanto para humanos quanto na nutrição animal, pois além da garantia da segurança do abasteci- mento alimentar confere muitos bene- fícios ao meio ambiente, à saúde, à so- ciedade e como meios de subsistência8 . Empresas e instituições líderes No setor estão buscando resultados: 75% 68% 20% Segurança do abastecimento alimentar Segurança do abastecimento alimentar é o acesso físico e econômico a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para atender às necessidades e preferências de todos, garantindo uma vida ativa e saudável (FAO).
  • 21. 21 O arroz é a terceira maior cultura cerealífera do mundo, atrás apenas do milho e trigo, e que está pre- sente como base alimentar para mais da metade da população mundial. A área ocupada pelo cultivo de ar- roz em 2012/2013 foi de 239 milhões de hectares no Brasil*. O Rio Grande do Sul, maior produtor brasileiro, contribui, em média, com 65% da produção nacional. Plantas daninhas como o chamado ‘arroz vermelho’, disseminado em quase toda a área cultivada do estado, são responsáveis pela redução da produtividade (Kg/ ha) e maior custo de produção. Nesse contexto, a BASF, empenhada em contribuir com o aumento da produti- vidade dos alimentos lançou o Sistema de Produção Clearfield® Arroz em 2003, tecnologia de controle do arroz vermelho baseada em três pilares: sementes de arroz certificadas e isentas de arroz vermelho, her- bicidas desenvolvidos especialmente para o solo e o clima brasileiros (reconhecidos mundialmente por sua baixa toxicidade ao homem e ao meio ambiente), e o Programa de Monitoramento, treinamento que visa conscientizar os produtores sobre o uso ambiental- mente correto do sistema. As sementes certificadas possuem maior pureza, ga- rantindo que os recursos e esforços aplicados no cul- tivo serão convertidos no produto final, aumentando a produtividade do cultivar. Para avaliar os resultados da utilização do sistema, a BASF contou com a Funda- ção Espaço ECO, que utilizou a metodologia AgBalan- ce (socioecoeficiência agrícola) para medir e comparar a sustentabilidade da produção da Fazenda Condessa (Mostardas- RS), usuária da tecnologia Clearfield des- de 2004, com a produção média do Rio Grande do Sul (tendo uma saca de arroz, 50kg, como base) em duas safras (2004/2005 e 2012/2013). A Fazenda Condessa, que além do Clearfield incorporou diversas boas práti- cas agrícolas, teve um custo de produção 15% me- nor e uma produtividade 6% maior que a média do estado na safra de 2012/2013. Quanto aos indicadores ambientais, houve diminuição de 13% nas emissões de gases de efeito estufa e de 21% nas emissões de gases prejudiciais à camada de ozônio. Após 8 sa- fras, o Sistema Clearfield proporcionou o aumento de mais de 2 toneladas/hectare na produtividade mé- dia do Rio Grande do Sul, contribuindo para a maior sus- tentabilidade da produção de arroz irrigado no estado. Tecnologia desenvolvida pela BASF controla a disseminação de plantas daninhas *DadosdaCONAB-CompanhiaNacionaldoAbastecimento. 12 Sistema Clearfield® Arroz (http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=17/05/2011&id=24273&secao=Gest%E3o) 12
  • 22. 22 Existem diversas frentes de atuação e práticas estabelecidas pelo setor de agricultura e alimentos que já se mos- tram essenciais para uma sólida estra- tégia de segurança alimentar, como: ➔Garantia da qualidade e sa- nidade dos produtos, definindo procedimentos de higiene, segurança e monitoramento estruturados e auditá- veis tanto interna quanto externamen- te junto a seus fornecedores; ➔ prevenção de contaminação do alimento, evitando contato com patógenos; respeitando aplicação e uso correto de produtos químicos e veteri- nários como antibióticos e hormônios (produtos originais e liberados pelas agências reguladoras nacionais) e tempo de carência entre aplicação e disponibi- lidade para consumo. A capacitação de agricultores, colaboradores e terceiros, e o uso de materiais educativos têm papel essencial neste processo; ➔ Treinamento de colabora- dores e terceiros envolvidos em todas as etapas de produção; ➔ Proteção do alimento durante sua distribuição, armazenamento e manuseio; ➔ A rotulagem adequada dos produtos, para informar o processo de garantia sobre a segurança do alimento, bem como orientar a escolha do consu- midor. Ela deve informar o consumidor de modo claro e preciso as informações de composição real dos produtos (pre- sença de transgênicos, produtos aler- gênicos, ingredientes, quantidade de nutrientes, etc.), data de validade, certi- ficações, cuidados de armazenamento, entre outras informações. O treinamento da equipe de atendimento ao consumi- dor tem um papel relevante na orienta- ção dos mesmos. Segurança do alimento Segurança do alimento é a garantia de que os alimentos não ofereçam riscos à saúde humana no seu uso e consumo, tanto no curto quanto no longo prazo. Empresas devem garantir a segurança do alimento por meio de um conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento dos alimentos para manutenção de determinadas características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais - previamente padronizadas por atores competentes – assim como, informar seus consumidores sobre seus processos. BRF 100% das fazendas de suínos adaptadas para gestação coletiva até 2026. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 100% bem-estar animal Bem-estar animal possui crescente importância para o consumidor final e parceiros ao longo da cadeia. Implica na garantia de melhores condições de vida desde o nascimento até o momento do abate do animal e é outro tema que deve ser considerado como requisito para compras internacionais. Frentes de atuação e práticas relevan- tes para bem-estar animal incluem: ➔ Garantir necessidades bá- sicas, mantendo o animal livre de fome, sede, desconforto, dor, ferimen- tos, doenças ou angústia; ➔ Respeitar o comportamen- to natural do animal, como convivência em grupo/individual; ➔ Monitorar enfermidades e notificar órgãos reguladores sobre suspeitas; ➔ Realizar abate humanitário para evitar sofrimento físico e mental; ➔Treinar regularmente fun- cionários sobre trato de animais e uso de tecnologias; ➔ Evitar situação de estresse e ferimentos durante o transporte de carga viva oferecendo boas condições aos animais transportados e motoristas.
  • 23. 23 O bem-estar animal é uma das premissas da cul- tura da BRF, respeitando o conceito das cinco li- berdades dos animais. Todos os animais recebem cuidados diários para terem suas necessidades garantidas e são assistidos por profissionais ha- bilitados, que recebem treinamento constante para assegurar aos animais uma vida digna e sadia. Todos os novos projetos da BRF, desde 2012, são construídos de modo a aprimorar o bem-estar das matrizes produtoras de leitão, com melhorias nas instalações, equipamentos e ambiência, como, por exemplo, a estruturação do espaço cole- tivo, melhorias no sistema de alimentação e quali- dade do ar. As fêmeas não ficam confinadas, são criadas em sistema coletivo e podem externar seu comportamento natural. A demanda mundial para as indústrias iniciou após a União Europeia definir, em 2008, o sistema cole- tivo como o melhor para o bem-estar dos suínos. A BRF assumiu então o compromisso, em parce- ria com reconhecida ONG de proteção animal, de adaptar todas as granjas próprias e terceiras já existentes até 2026, onde seus parceiros integra- dos estão envolvidos e engajados com as melho- rias do sistema. Vida digna e sadia para os suínos “O sistema coletivo é melhor, eu não voltaria ao modelo anterior.” 13 Bem-estar suíno - (http://www.worldanimalprotection.org.br/not%C3%ADcia/bem-estar-em-pauta-na-producao-suina-brasileira) e (http://www.worldanimalprotection.org.br/ not%C3%ADcia/world-animal-protection-e-brf-anunciam-parceria-global) 13
  • 24. 24 Desta forma, as empresas do setor agrícola devem trabalhar nas seguin- tes frentes de atuação: ➔ Impedir o desperdício no momento de produção de ali- mentos, por exemplo, melhorando técnicas, equipamento e embalagens durante os processos de plantio, co- lheita, distribuição e armazenamento e aproximando a produção do mercado consumidor para, inclusive, fortalecer o consumo de produtos tradicionais das culturas locais; Desperdício de alimentos Desperdício de alimentos são as perdas que ocorrem na cadeia produtiva dos alimentos, que vão desde a produção ao consumo. As perdas podem ter impacto significativo na produtividade e também na garantia da segurança do abastecimento alimentar. rastreabilidade A rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc. Esta ferramenta tem grande potencial na garantia da Segurança do produto, pois assegura o monitoramento do produto/alimento em todas as suas etapas de produção. Quando aplicada para o tema de Proteção do Bem-estar animal, pode, por exemplo, identificar cada animal para registro da idade, ganho de peso, reprodução, uso de medicamentos e vacinas, alimentação, garantindo a boa gestão da cadeia e um processo eficiente de rastreabilidade (Boas Práticas de Manejo: Identificação – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA). ➔ Treinar colaboradores e fornecedores para manuseio e transporte (refrigerado, quando neces- sário) dos alimentos, garantindo sua qualidade e segurança (importante para evitar contaminação e garantir qualida- de para não rejeição do produto); ➔ Conscientizar consumido- res e mobilizar a sociedade, por exemplo, realizando campanhas públicas para incentivar o consumo de alimentos considerados ‘imperfei- tos’, mas de boa qualidade nutricio- nal, vendas promocionais de produtos próximos da validade, campanhas de conscientização para compra cons- ciente e uso dos alimentos de maneira integral, como uso de folhas e cascas no seu preparo e armazenamento cor- reto no ambiente doméstico.
  • 25. 25 indicadores mais utilizados atualmente para reportar os temas incluídos neste princípio são: G4-EC8 • Impactos econômicos indiretos significativos e sua extensão - Indicador de produtividade. G4-FP4 • Natureza, escopo e eficácia de programas e práticas (contribuições em espécie, iniciativas voluntárias, transferência de conhecimento, parcerias e desenvolvimento de produtos) que promovam estilos de vida saudáveis, prevenção de doenças crônicas, acesso a alimentos saudáveis e nutritivos e que melhorem o bem-estar para as comunidades carentes. G4-FP6 • Percentual do volume total de vendas de produtos de consumo (por categoria de produto) que possuem baixo teor de gorduras saturadas, gorduras trans, sódio e açúcares. G4-FP7 • Percentual do volume total de vendas de produtos de consumo (por categoria de produto) que contém ingredientes nutritivos como fibras, vitaminas, minerais, fitoquímicos ou aditivos alimentares funcionais. G4-FP8 • Políticas e práticas relativas à comunicação aos consumidores sobre ingredientes e informações nutricionais (além das exigências legais). • Quantidade de pessoas atingidas e melhorias de qualidade de vida após programas de incentivo à dieta balanceada. G4-FP5 • Percentual do volume de produção fabricado em locais certificados por uma terceira parte independente como de acordo com sistemas padronizados de manejo de segurança alimentar reconhecidos internacionalmente. G4-PR2 • Número total de casos de não-conformidade com regulamentos e códigos voluntários relacionados aos impactos na saúde e segurança dos produtos e serviços durante o seu ciclo de vida, por tipo de resultado. G4-FP12 • Políticas e práticas sobre antibióticos, anti- inflamatórios, hormônios, e/ou tratamentos de promoção de crescimento dos animais. WASH-WH4.4 • Número de empregados recebendo treinamentos e conscientização sobre higiene. G4-PR4 • Número total de casos de não conformidade com regulamentos e códigos voluntários relativos a informações e rotulagem de produtos e serviços, discriminados por tipo de resultados. • Percentual das categorias de produtos e serviços significativas para as quais são avaliados impactos na saúde e segurança buscando melhorias. Segurança do abastecimento alimentar Segurança do alimento Para maiores informações sobre indicadores, por favor consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
  • 26. 26 s e r a m b i e n ta l m e n t e r e s p o n s á v e l
  • 27. 27 As empresas devem apoiar a intensificação sustentável dos sistemas de alimentação para atender às necessidades globais de gestão da agricultura, pecuária, pesca e silvicultura de forma responsável. Elas devem proteger e melhorar o meio ambiente e usar os recursos naturais de forma eficiente e otimizada.
  • 28. 28 O Brasil assumiu, em 2015, na COP 21 em Paris, o compro- misso de zerar as emissões de gases de efeito estufa (GEE)14 , para combater o avanço do aquecimento global. Como o setor da agropecuária é o responsável direto por aproximadamente 30%15 da emis- são total de GEE do país, é preciso que as empresas contribuam de modo ex- pressivo por meio de melhorias nos seus modelos produtivos e produtos, melhor conservação de áreas naturais e uso do solo. Além disso, a agricultu- ra irrigada é responsável pelo consu- mo de 54%16 de toda a água retirada de corpos hídricos no Brasil, e, como é observada a expansão desse tipo de prática, o uso racional desse recurso também é considerado importante. Consumidores precisam ser mobiliza- dos e conscientizados para entender como suas escolhas impactam a for- ma que alimentos serão produzidos e o ambiente ao seu redor. ODS 2 Fome zero e agricultura sustentável para meta de busca por sistemas sustentáveis e resilientes (2.4); ODS 6 Água potável e saneamento para as metas de melhoria da qualidade da água (6.3), aumento da eficiência no uso (6.4), realização de gestão integrada (6.5), e proteção e restauração de fontes (6.6); ODS 13 Ação contra a mudança global do clima para as metas de resiliência e capacidade de adaptação (13.1), integração da problemática na estratégia da empresa (13.2), educação e conscientização sobre mudança do clima (13.3); ODS 7 Energia acessível e limpa para as metas de aumento do uso de energias renováveis (7.2), melhoria da eficiência energética (7.3), e facilitação do acesso a pesquisa e a tecnologias de energia limpa (7.a); ODS 14 Vida na água para as metas de conservação dos oceanos (14.1), gestão responsável dos ecossistemas aquáticos, marinhos e costeiros (14.2), e práticas pesqueiras (14.4 e 14.6); e ODS 12 Consumo Responsável para as metas de alcance da gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais (12.2), manejo responsável de produtos químicos e resíduos (12.4), redução da geração de resíduos (12.5), informação e conscientização para desenvolvimento sustentável (12.8); ODS 15 Vida terrestre para as metas de conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce (15.1), gestão sustentável das florestas, detenção do desmatamento e restauração de áreas degradadas (15.2), e proteção à biodiversidade (15.5 e 15.7). Para mudar este cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Água, Mudanças climáticas, Biodiversidade de fauna e flora, Conservação do solo, Resíduos e efluentes, Segurança ambiental de produtos e Desenvolvimento de tecnologias. Os ODS abordados são: 14 Portal Brasil – Com proposta mais ambiciosa, Brasil chega à COP21 como importante negociador do clima (http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2015/11/com-proposta -mais-ambiciosa-Brasil-chega-a-COP21-como-importante-negociador-mundial-do-clima)15 Observatório do Clima –Evolução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil (1970-2013). Setor da Agropecuária (https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/seeg.tracersoft.com.br/wp-content/uploads/2015/08/agropecuaria_2015.pdf) 16 GV Agro – Estudo sobre eficiência do uso da água no Brasil (http://gvagro.fgv.br/sites/gvagro.fgv.br/files/u5/Sumario_Irrigacao-Site-FINAL%20%282%29.pdf)
  • 29. 29 Considerações gerais para a definição da estratégia de cada tema A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas. A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes. A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações. As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.
  • 30. 30 Água Água é o recurso natural essencial a todas as formas de vida. Uma estratégia empresarial sólida atua em diferentes frentes, como: ➔ Gestão de recursos hídri- cos, que deve ser realizada com efi- ciência e qualidade, por meio do res- peito aos limites de captação de cada ator local; realização de licenciamento adequado; investimento no monito- ramento da qualidade de água usada e devolvida; identificação da depen- dência hídrica das operações e cadeia para se precaver de escassez (quando possível); mapeamento de áreas de estresse hídrico; estabelecimento do balanço hídrico e hidrológico; e pro- moção de gestão compartilhada de corpos d’água com participação ativa em comitês de bacias. A realização de estudos aprofundados da bacia em di- versas escalas juntamente com os Co- mitês possibilita explorar a capacidade de retirada e de recarga da bacia, para que possa ser compartilhadaentre os diferentes atores locais. ➔Acesso igualitário e de qua- lidade à água, que deve garantir acesso a todos os atores locais de for- ma igualitária, humanitária e sustentá- vel e evitar competição desleal de uso de água. As empresas devem otimizar o acesso em áreas críticas por meio de gestão de uso através dos comitês de bacia, controle consultivo de uso, construção de cisternas, perfuração adequada de poços, e controle de qua- lidade da água para uso em atividades; ➔ Uso racional e redução no consumo, que deve buscar minimi- zar o uso do recurso ao se respeitar os limites de captação de órgãos públi- cos reguladores. As empresas devem monitorar a quantidade de água usa- da; estabelecer meta de redução a ser atingida através de ações como identi- 17 Consórcio PCJ – (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/) e (http://agua.org.br/hotsites/gestao-de- bacias/politica-2/) O Programa de Gestão de Bacias Hidrográficas, elaborado e im- plantado pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Consórcio PCJ), visa construir um sistema descen- tralizado de gestão dos recursos hídricos da região ao incluir o po- der público, os usuários do serviço e as suas comunidades. O objetivo da descentralização é minimizar conflitos, contribuir para o desen- volvimento econômico da região e garantir que a arrecadação com a cobrança pelo uso da água permaneça na região de origem. A arti- culação entre agentes locais, capacitação técnica (seminários, pales- tras, reuniões e visitas técnicas), bem como o acompanhamento ativo das legislações federais e estaduais e parcerias com órgãos públicos e privados (nacionais ou internacionais) estão entre as práticas previs- tas pelo projeto, baseado na Polícia Nacional de Recursos Hídricos. Gestão descentralizada 17 Considerações gerais para a definição da estratégia de cada tema A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas. A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes. A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações. As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.
  • 31. 31 Agricultores familiares possuem dificuldade de aumen- tar a produtividade e qualidade dos produtos a partir dos mé- todos tradicionais de irrigação. Além disso, enfrentam desa- fios como acesso limitado à água, fornecimento inadequado de eletricidade, recursos financeiros insuficientes, perda do recurso por desperdício ou evaporação e grande necessidade de mão-de-obra. Por meio de um sistema de irrigação por gotejamento acessível e eficiente, a Netafim levou aos pequenos agricultores a mesma tecno- logia de irrigação por gotejamento das grandes lavouras, aumentan- do o acesso à água e o consumo racional do recurso. O sistema realiza a aplicação precisa de água e nutrientes diretamente na raiz da planta, melhorando a qualidade do cultivo. Segundo Francisco Matildes, técnico em agropecuária da EMATER, parceira da Netafim, os primeiros agricultores que adquiriram o sistema, em Oeiras, Piauí, estavam totalmente desestimulados, cogitando migração. Um deles teve R$1900 de lucro em 80 dias (desde a preparação do solo até a colheita), o que permitiu-lhe permanecer na cidade. De 2009 até 2014, estima-se que 500 famílias foram beneficiadas pelo sistema Sistema de irrigação aumenta acesso à água 18 Brasil Kirin promove o reflorestamento de 300 hectares em oito anos EmItu(SP),aBrasilKirin,umadasmaioresempresas de bebidas do País, em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, reflorestou mais de 300 hectares de mata ao redor de seus mananciais nos últimos oito anos. O plantio de mudas de quase 100 espécies nativas, produzidas no viveiro mantido na área pela SOS Mata Atlântica, gerou o afloramento de 19 nas- centes, com uma estimativa de aumento de 5% na ofertadeáguasuperficialeem20%dasubterrânea. Com capacidade para produzir 750 mil mudas anual- mente, o Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Brasil Kirin já cultivou aproxima- damente 4 milhões de mudas de mais de 100 es- pécies de árvores nativas da Mata Atlântica, desde 2007, ano de início do projeto. Além disso, o Cen- tro realiza um trabalho de restauração florestal e um programa de educação ambiental, que desde 2010, recebeu a visita de aproximadamente 33 mil pessoas, entre estudantes (do Ensino Infan- til ao Superior), professores, visitantes e eventos, como o Porteira Aberta e Férias na Mata Atlântica. Em 2014, quando houve uma crise hídrica na cida- de, a empresa foi capaz de manter suas operações normalmente e ainda contribuir com o abasteci- mento da população local em colaboração com a Prefeitura de Itu. 19 18 Kit de Irrigação – (http://pt.slideshare.net/reggisfilho/adapta-sertao-kifnet-5), (https://www.netafim.com.br/product/family-drip-system), (https://www.youtube.com/ watch?v=E0VoxAjohLI) e (http://www.irrigacaodesucesso.com.br/) 19 Brasil Kirin – Relatório de Sustentabilidade (https://www.brasilkirin.com.br/pdf/relatorio-sustentabilidade-2014.pdf) ficação rápida de vazamentos e investi- mento em maquinário mais moderno; captar água de chuva; e engajar e trei- nar colaboradores próprios e terceiros em atividades de eficiência hídrica e controle de consumo. Também devem monitorar impactos acumulados em sua região de abrangência; desenvol- ver produtos que utilizem menos água em sua produção e consumo; além de incentivar a otimização do uso de água pelo consumidor final; ➔ Reuso, que, por meio de um sis- tema fechado no processo produtivo, utiliza água residual em usos alterna- tivos, como limpeza de fábrica, res- friamento de maquinário e irrigação, garantindo que a água residual atenda ao requisito de qualidade exigido para as atividades escolhidas e capacitar colaboradores e sociedade para reuso em áreas domésticas; e
  • 32. 32 Amaggi Redução de 50% da quantidade de água usada na aplicação de agroquímicos na produção até 2020. Coca-cola Ser neutra no consumo de água até 2020, ao utilizar 1,47 litro de água captada por litro de bebida produzida. Unilever Reduzir em 50% a quantidade de água usada no consumo de seus produtos até 2020. BASF Ter 100% de uso sustentável da água em áreas propensas à escassez hídrica, reduzir em 50% o consumo de água proveniente de fontes públicas no processo produtivo e diminuir em 80% as emissões de substâncias orgânicas na água residual, até 2020. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 50% 100% ➔ Conservação e recupera- ção de fontes que deve buscar a preservação e recuperação de bacias hi- drográficas, solo e ambientes naturais. Para este objetivo as empresas devem monitorar impactos de suas atividades próprias e da cadeia na qualidade de corpos hídricos; controlar e tratar (sem- pre que necessário) efluentes antes de devolvê-los à natureza; evitar a conta- minação do solo com resíduos tóxicos; e apoiar projetos de preservação e re- cuperação. As empresas também de- vem exigir de fornecedores e produto- res rurais o atendimento à legislações e licenças pertinentes, bem como apoiar a criação de políticas públicas de Paga- mento de Serviços Ambientais. As empresas devem trabalhar três frentes de atuação no combate às mudanças climáticas: ➔ Redução de emissões: devido à importância dessa frente, suas práticas foram divididas nos blocos de Energia, Manutenção e recuperação de áreas Mudanças Climáticas Mudanças Climáticas são as variações no padrão estatístico do clima – temperatura, precipitação, nebulosidade e outros fenômenos climáticos – em escala global ou regional ao longo do tempo. naturais, Eficiência na logística e Va- loração de custo da emissão: • Energia, ao realizar inventário de emissões, como GHG Protocolo Agrí- cola; aumentar eficiência energética e utilizar fontes de energia renováveis e limpas para geração de energia; • Manutenção e recuperação de áreas naturais, ao manter áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reserva Legal (RL); apoiar projetos para manter e recuperar áreas naturais para manutenção/ restauração de microclimas; implan- tar corredores ecológicos; prevenir a degradação de novas áreas; uti- lizar técnicas de manejo e conser- vação de solo e melhorar manejo para intensificar uso de pastagens; • Eficiência na logística, por meio do investimento em modais de transporte mais eficientes; e trans- porte compartilhado com parceiros; • Valoração de custo da emis- são, ao estimular o comércio de carbono através da participação e incentivo à precificação20 e estimular gestão de agricultura de baixo carbo- no. A valoração estimula um maior controle das emissões e, portanto, maior busca por eficiência e redução. ➔ Mitigação de impacto, com ações de planejamento de paisagem e ocupação do solo; ➔ Adaptação às mudanças climáticas, através de investimento no uso racional de recursos hídricos e do solo; monitoramento da ocorrência de eventos extremos; identificar riscos e vulnerabilidades a possíveis cenários de mudanças; traçar estratégias de adaptação para o próprio negócio e ca- deia; e desenvolver produtos e tecnolo- gias voltadas às novas condições. 20 The Global Compact - Business Leadership On Carbon Pricing (http://caringforclimate.org/workstreams/carbon-pricing/)
  • 33. 33 21 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Plano ABC (http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/download.pdf) 22 Projeto Carbono Araguaia – (http://www.portaldbo.com.br/ Revista-DBO/Noticias/Roncador-vai-monitorar-gases-da-pecuaria/14708) O Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mu- danças Climáticas para a Consolidação de uma Eco- nomia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC) foi elaborado para promover a redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE) en- tre 36,1% e 38,9% até 2020, conforme compromisso assumido pelo Brasil na COP 15 (15ª Conferência das Partes) em 2009. O Plano organiza e planeja ações para adoção de tec- nologias sustentáveis de produção que visem reduzir a emissão de GEE no setor agropecuário. Coordena- do pela Casa Civil da Presidência da República junto ao Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pe- cuária (MAPA) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o texto foi elaborado por mais de 100 pessoas, de mais de 30 instituições governamentais, não governamentais e da iniciativa privada. A meta do plano é a redução das emissões GEE e nesta pro- jeção, o setor agropecuário, tem a responsabilidade de contribuir com a redução de 22,5% dessas emis- sões. Na ação de Integração Lavoura-Pecuária- Flores- ta além do compromisso de se ampliar a área em 4 milhões de hectares está também contemplada a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 2,76 milhões de hectares pela agricultura familiar. Redução de emissão de carbono também na agricultura 21 O principal desafio da agropecuária brasileira é o au- mento da produtividade, para que se obtenha maior produção com o uso racional e sustentável da área. Em resposta a este desafio, o Projeto Carbono Ara- guaia recupera pastagens e monitora emissões de carbono, promovendo a pecuária responsável no Vale do Araguaia Mato-grossense, abrangendo 80 mil hectares de pastagem de fazendas parceiras. O total de pastagens na região atinge 3 milhões de hectares em 9 municípios, o que demonstra a rele- vância do tema localmente. A Dow oferece suporte tecnológico e assistência operacional ao pecua- rista, bem como assegura ferramentas para gerar os protocolos de gases estufa para cada proprieda- Recuperação de pastagens e apoio ao pecuarista 22 de no projeto, através da ferramenta GHG Protocolo Agrícola, do World Resources Institute. Os benefícios climáticos apurados serão disponibilizados ao pro- grama de mitigação da pegada de carbono das Olim- píadas de 2016, liderado pela Dow. O objetivo do projeto é monitorar os efeitos da recuperação de pastagens e melhor manejo do rebanho. A fazenda modelo tem 1800 hectares de propriedade da Agropecuária Água Viva, localizada no município de Cocalinho (MT). O programa conta ainda com apoio da Associação Nacional dos Confi- nadores (Assocon) e do Grupo de Trabalho da Pecu- ária Sustentável (GTPS).
  • 34. 34 Monsanto Ter operações de sementes com zero emissão até 2020, com colaboração de produtores. BASF Reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa e em 70% as emissões de poluentes e aumentar em 35% a eficiência energética até 2020. Walmart Obter 100% de consumo de energia a partir de fontes renováveis até 2020. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 15% 100% 100% Biodiversidade de fauna e flora Biodiversidade de fauna e flora é a diversidade genética da fauna e flora natural (número e abundância) de determinado local. 11 milhões Desta forma, as empresas do setor agrícola devem trabalhar nas seguintes frentes de atuação: ➔ Manutenção e recupera- ção de ambientes naturais por meio do não financiamento, uso, distribuição, comercialização e con- sumo de produtos que tenham pro- cessos de desmatamento ilegal em sua cadeia; analisar impactos da ati- Syngenta Aumentar a biodiversidade de 5 milhões de hectares de terras cultiváveis, até 2020. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: Ambev Trabalhar em parceria com stakeholders locais para melhorar a gestão da água em regiões-chave de cultivo de cevada e reduzir em 15% as emissões de carbono nas operações logísticas até 2017. Raízen Ter 100% de colheitas mecanizadas até 2021. Fibria Acumular 11 milhões de toneladas de CO2 equivalente de saldo positivo, entre emissões e remoções anuais de gases de efeito estufa, em 2025. vidade em áreas naturais; adequar propriedades rurais de acordo com legislações; mapear áreas prioritárias para preservação e recuperação de locais degradados; preparar um plano de monitoramento e conservação da biodiversidade; implantar corredores ecológicos; remunerar fornecedores por meio do Pagamento por Servi- ços Ambientais (PSA); e influenciar colaboradores, cadeia e sociedade a seguirem conceitos de manutenção e recuperação de ambientes; ➔ Expansão agrícola de for- ma planejada, com planejamen- to de expansão das atividades agrí- colas sobre áreas já convertidas e subutilizadas para reduzir abertura de novas áreas. 5 milhões
  • 35. 35 23 Monitoramento da cadeira de pescado – (http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/o-que-voce-nao-sabe-sobre-o-peixe-que-come-mas-deveria) e (http://www. walmartbrasil.com.br/noticias/walmart-implanta-programa-pioneiro-de-rastreamento-da-cadeia-de-pescado/) O Walmart, atento à proteção da biodiversidade e ma- nutenção dos ambientes naturais, está utilizando fer- ramentas de rastreabilidade para monitoramento da sua cadeia de pescados e conscientização do con- sumidor para compra. O projeto, para monitoramen- to de riscos ambientais e sociais da cadeia, acontece em parceria com a ONG Sustainable Fisheries Part- nership (SFP) e seus 10 maiores fornecedores de con- gelados, como Frescatto, DellMare, Pioneira da Costa e West Noway. Primeiro são identificadas as espécies prioritárias a serem observadas e os desafios ofereci- dos por suas cadeias produtivas. As análises de sus- tentabilidade, os desafios identificados e as informa- ções sobre as espécies vão para um banco de dados que informa os varejistas sobre a adequação dos pes- cados comercializados aos princípios de sustentabili- dade. Todos os mercados Walmart do planeta podem incluir informações no banco de dados, e elas ficarão visíveis a todos os outros da rede. Com base nesses resultados, são construídas estratégias de melho- rias com os fornecedores (nacionais e internacio- nais) que são então refletidas em um plano de ação, de acordo com cada espécie averiguada. Atualmente, 80% do volume de pescados comercializados nos mercados Walmart já tem sua cadeia de produção rastreada e as 21 espécies de peixes congelados vendidas foram submetidas a um diagnóstico de risco ambiental e social. No futuro, o Walmart dis- ponibilizará essas informações ao consumidor final no Brasil, como já é feito nos Estados Unidos. Monitoramento da cadeia de pescados 23 rastreabilidade A rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc. Esta ferramenta tem grande potencial na garantia de uso racional de recursos naturais, pois assegura o monitoramento do produto/alimento em todas as suas etapas de produção. Quando aplicada para o tema de Água e Mudanças Climáticas, por exemplo, pode identificar a quantidade de água utilizada em todo o processo produtivo, a quantidade de gases de efeito estufa emitida e auxiliar o evitamento de desmatamento, apoiando o monitoramento adequado das operações e cadeia de fornecedores.
  • 36. 36 Frentes de atuaçãoepráticasrelevantes paraconservaçãodosoloincluem: ➔ Gestão responsável de pai- sagens agrícolas, ao mapear e recuperar áreas prioritárias de preser- vação para reduzir a erosão e proteger corpos hídricos; remunerar fornecedo- res por meio de Pagamento por Ser- viços Ambientais (PSA); e prevenir a degradação de novas áreas de cultivo e pastagem; ➔ Conservação e recupera- ção de solo, ao analisar e monito- rar impactos das atividades na qualida- de do solo; realizar técnicas adequadas de manejo como rotação de culturas e plantio direto; utilizar sistemas ino- vadores para manutenção de solos a longo prazo, como integração lavou- ra-pecuária-floresta e Sistemas Agro- florestais (SAFs); promover o uso ra- cional de adubos químicos através de receituário agronômico para minimizar desperdício; manter a matéria orgâni- ca e características estruturais do solo (com adubação verde, manutenção de palhada, curvas de nível, micro bacias e terraceamento, por exemplo); re- cuperar áreas de matas degradadas para reduzir carreamento de solo para recursos hídricos; identificar áreas frá- geis e vulneráveis à erosão e controlar focos de erosão assim que forem iden- tificados; planejar e gerenciar estradas rurais para minimizar lixiviação de so- los para rios; e capacitar colaboradores e agricultores em técnicas de recupe- ração, conservação e manejo através de eventos e materiais didáticos. Para alcançar redução dos resíduos em suas operações as empresas devem: investir no tratamento dos efluentes antes de devolver a água residual em corpos hídricos; utilizar Conservação do solo Conservação do solo busca o uso racional e manejo do solo que visam promover agricultura sustentável e aumentar a oferta de alimentos. Resíduos e efluentes Resíduos e efluentes são materiais e substâncias sólidas, líquidas e gasosas que não foram convertidos em produto final no processo produtivo. Syngenta Melhorar a fertilidade de 10 milhões de hectares de terras cultiváveis à beira da degradação, até 2020. Fibria Promover a restauração ambiental de 40 mil hectares de áreas próprias e reduzir em 1/3 a quantidade de terras necessárias para a produção de celulose, até 2025. Bunge Reduzir em 5% o envio de resíduos para destinação não sustentável até 2016. Unilever Reduzir em 50% o desperdício associado ao descarte de seus produtos até 2020. BASF Zerar resíduos próprios destinados a aterros até 2025. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 10 milhões mil 40 efluentes em campos de cultivo para fertirrigação; diminuir a destinação de resíduos sólidos para aterros e incineradoras ao desenvolver tecno- logias que façam dos resíduos no- vas opções de matérias-primas para operação própria ou de fornecedores, aos moldes da economia circular; enviar resíduos orgânicos para com- postagem; utilizar embalagens com- postas por materiais reciclados; in- centivar a devolução de embalagens de seus produtos ao fornecer pontos de entrega voluntária e adotar a lo- gística reversa. 50%
  • 37. 37 Frentes de atuação e práticas rele- vantes para segurança ambiental de produtos incluem: ➔ Uso responsável de agro- químicos, com promoção de treina- mentos para agricultores e publicação de materiais didáticos, incluindo ques- tões sobre: importância de seguir o receituário agronômico, segurança no armazenamento e transporte dos lí- quidos, qualidade da aplicação, revisão periódica de pulverizadores, risco de deriva, respeito ao tempo de carência e descarte correto de embalagens va- zias; ➔ Produção orgânica e agroecológica, ao respeitar os ciclos dos nutrientes do solo ao invés de aplicar fertilizantes e agroquími- cos; empregar de modo racional os recursos naturais; utilizar o mane- jo integrado de pragas e rotação de culturas; valorizar a biodiversidade de culturas; estimular a produção ba- seada nos princípios de agroecologia; e respeitar o conhecimento e cultura tradicional local. O tema, para ser bem trabalhado pe- las empresas, deve incluir as seguintes frentes: ➔ Sementes e agroquímicos, ao investir em pesquisa de produtos que utilizem menor quantidade de recur- sos naturais e emitam menos gases de efeito estufa em seu ciclo de vida; utili- zem resíduos em sua composição; es- Segurança ambiental de produtos Segurança ambiental de produtos é o conjunto de normas de produção, transporte, armazenamento, uso e consumo dos alimentos de forma que não gere danos ao meio ambiente no curto e longo prazo. Desenvolvimento de tecnologias Desenvolvimento de tecnologias consiste no desenvolvimento de pesquisa e inovação para aplicação de melhores práticas ambientais no processo produtivo com o objetivo de produzir mais alimento com uso de menos recursos naturais. Dow Alcançar 6 vezes mais impacto positivo líquido do portfólio de inovação sobre o desenvolvimento sustentável até 2025. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 6x tejam adaptados a situações extremas (como estresse hídrico ou enchentes); aumentem a produtividade do produ- tor; e utilizem embalagens que dimi- nuam o desperdício de produto. ➔ Serviços de precisão, ao de- senvolver tecnologias, produtos e ser- viços que auxiliem o produtor na me- lhoria de atividade de campo e gestão. Um exemplo seria o uso de um apli- cativo para identificar, por exemplo, melhores produtos e manejo para suas culturas e tipos de pragas com respec- tivos tratamentos. ➔ Práticas de intensificação sustentável e modelos de produção de valor agregado, ao usar diferentes modos de produção de cultivos, como orgânicos e agricul- tura familiar que busca a agregar valor social e ambiental em sua produção.
  • 38. 38 indicadores mais utilizados atualmente para reportar os temas incluídos neste princípio são: WASH-WWS2.9 • Número de instalações, em áreas de escassez hídrica, em que as tecnologias de economia de água e campanha de sensibilização são utilizadas. • CEO Water Mandate’s Corporate Water Disclosure Guidelines – Intensidade média de água extraída em áreas com escassez hídrica, número total e percentual de retiradas de água de áreas de escassez e performance da água ao longo da cadeia de valor. WASH-WWS2.1 • Distância entre o local de trabalho e a fonte de abastecimento de água. UNGC-PF16.14 • Envolvimento da companhia com a comunidade para garantir que as necessidades de água da última estão sendo atendidas e discutir possíveis estratégias para reduzir a pegada de água. G4-EN8 • Total de retirada de água por fonte. G4-EN9 • Fontes hídricas significativamente afetadas por retirada de água. G4-EN10 • Percentual e volume total de água reciclada e reutilizada. UNGC-PF16.13 • Procedimentos ou sistemas locais para ajudar a reduzir sua pegada hídrica. Água Mudanças Climáticas G4-EU19 • Participação dos stakeholders no processo de decisão relacionado à planta de energia e ao desenvolvimento da infraestrutura. CDP-CC11.2 • Quantidades de combustível, eletricidade, calor, vapor e refrigeração em MWh adquiridas e consumidas durante o ano de referência. CDP-CC11.3 • Discriminar a quantidade e o tipo de cada combustível usado. CDP-CC11.4 • Detalhar as quantidades de eletricidade, calor, vapor ou resfriamento que foram consideradas como de baixa emissão de carbono. G4-EC2 • Implicações financeiras e outros riscos e oportunidades para as atividades da organização em decorrência de mudanças climáticas. UNGC-PF17.9 • Práticas promovidas relacionadas à estabilidade do clima dentro de suas relações comerciais e se estas práticas se estendem aos pequenos produtores. UNGC-PF17.13 • Iniciativas que promovem práticas resilientes e/ou atualizam os procedimentos da cadeia de valor para enfrentar a mudança climática e partes interessadas fora da cadeia de valor envolvidas (por exemplo, comunidades vizinhas e pequenos proprietários). CDP-CC5.1 • Riscos identificados, relacionados a mudanças climáticas, capazes de G4-EN7 • Reduções nos requisitos energéticos de produtos e serviços. G4-EN15, EN16 e EN17 • Emissões de gases de efeito estufa, de escopos 1, 2 e 3. G4-EN18 • Intensidade das emissões de gases estufa. G4-EN19 • Redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). G4-EN20 • Emissões de gases que afetam a camada de ozônio. G4-EN21 • Emissões de NOX, SOX e outros. G4-EU5 • Alocação de licenças de emissões de CO2 ou equivalentes, discriminadas por quadro de comércio de carbono. CDP-CC3.3a • Número total de projetos de mitigação de emissões em cada fase do desenvolvimento. Para aqueles nas fases de implementação, de quanto se estimam as poupanças de CO2. CDP-CC12.1 • Comparação entre emissão de gases estufa no ano corrente com o ano anterior. G4-EN3 • O consumo de energia dentro da organização. G4-EN6 • Redução do consumo de energia.
  • 39. 39 G4-EN11 • Unidades operacionais próprias, arrendadas ou administradas dentro ou adjacentes a áreas protegidas e áreas de alto índice de biodiversidade. G4-EN12 • Descrição dos impactos significativos de atividades, produtos e serviços na biodiversidade de áreas protegidas e em áreas não-protegidas de alta biodiversidade. G4-EN13 • Hábitats protegidos ou restaurados. G4-EN14 • Número total de espécies na lista vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação cujos habitats estão em áreas afetadas por operações, por nível de risco de extinção. G4-EN26 • Identificação, tamanho, status de proteção e índice de biodiversidade de espécies marinhas (e de seus habitats) significativamente afetados por descartes de água e drenagens realizadas pela organização. G4-EU13 • Biodiversidade de habitats naturais em comparação com a biodiversidade das áreas afetadas. G4-OG4 • Número absoluto e porcentagem de sites onde foi identificado e monitorado risco para a biodiversidade. G4-EN27 • Extensão da mitigação dos impactos ambientais de produtos e serviços. G4-EN29 • Valor monetário de multas significativas e número total de sanções não monetárias aplicadas em decorrência da não conformidade com leis e regulamentos ambientais. G4-EN30 • Impactos ambientais significativos do transporte de produtos e outros bens e materiais para as operações da organização, bem como do transporte de trabalhadores. G4-EN34 • Número de queixas sobre os impactos ambientais das operações, registradas e resolvidas tratadas através de mecanismos formais de reclamação. G4-CRE5 • Solo recuperado ou necessitado de recuperação para o uso exigido ou planejado pela empresa, de acordo com as disposições legais. G4-EO13 • Número, tipo e impacto dos legados físicos e tecnológicos. UNCG-PF14.1 • Impactos da empresa em relação ao meio ambiente e saúde local, avaliados por autoridades locais/ especialistas/ONGs e respostas para mitigação de impactos negativos e aumento de impactos positivos. UNGC-PF17.10 • Operações da empresa que ofereçam risco de desastres ambientais (por exemplo, a seca, a contaminação, etc.) sobre as comunidades locais, e se a empresa está se envolvendo com as comunidades para mitigar e gerenciar esses riscos ambientais e detalhes dos programas no lugar, como objetivos e metas. • Retorno para negócio de investimento em projetos ambientais. G4-EN22 • Descarte total de água por qualidade e destinação. G4-EN23 • Peso total de resíduos, por tipo e método de disposição. G4-EN24 • Número e volume total de derramamentos significativos de produtos químicos e todos os resíduos em todo seu ciclo de vida, de lixo marinho e poluição por nutrientes. G4-EN25 • Peso de resíduos transportados, importados, exportados ou tratados considerados perigosos nos termos da Convenção de Basileia anexo I, II, III e VIII e percentagem de resíduos transportados internacionalmente. Bioddiversidade de fauna e flora Segurança ambiental de produtos conservação do solo Desenvolvimento de tecnologias Resíduos e efluentes CDP-F8.2 • Detalhamento dos compromissos de redução ou fim do desmatamento e degradação da floresta nas operações diretas da empresa e/ou na cadeia. WBCSD-1B • Porcentagem de todas as florestas (pertencentes, arrendadas e administradas) certificadas. provocar mudanças substanciais no negócio, na receita ou nos gastos. CDP-CC6.1 • Oportunidades identificadas, relacionadas a mudanças climáticas, capazes de provocar mudanças substanciais no negócio, na receita ou nos gastos. Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
  • 40. 40 g a r a n t i r v i a b i l i d a d e e c o n ô m i c a e c o m p a r t i l h a r v a l o r e s
  • 41. 41 As empresas devem criar, entregar e compartilhar valores ao longo de toda a cadeia de alimentos e agricultura – dos agricultores aos consumidores.
  • 42. 42 U ma empresa tem o poten- cial de moldar sua cadeia de produção para a resolução de questões ambientais e sociais, assegurando, por exemplo a viabilidade econômica dos seus par- ceiros por meio de uma remuneração adequada – proporcional ao seu papel na cadeia produtiva - garantindo ma- nutenção do seu negócio e compar- tilhando os valores gerados pelo pro- duto final. Há uma tendência observada de que consumidor está atento a este cenário, e a decisão de compra não fica apenas na comparação de preços, mas no entendimento do valor agrega- do do produto, de sua origem e o meio de produção empregado. O consumi- dor está se tornando mais exigente na sua escolha - apenas 8% da população acredita na comunicação de ações de sustentabilidade feitas por empresas24 - e demanda informações precisas e claras sobre a produção. Há ainda um grande trabalho a ser fei- to com consumidores e cadeia sobre compartilhamento e valorização de práticas socioambientais. ODS 8 Trabalho decente e crescimento econômico para a meta de promoção de políticas orientadas à inovação e empreendedorismo (8.3); ODS 9 Indústria, inovação e infraestrutura para a meta de incentivo à pesquisa científica e inovação (9.4); e ODS 12 Consumo e produção responsáveis para as metas de alcance da gestão sustentável e uso eficiente dos recursos naturais (12.2), manejo responsável de produtos químicos e resíduos (12.4), redução da geração de resíduos (12.5), informação e conscientização para desenvolvimento sustentável (12.8). Considerações gerais para a definição da estratégia de cada tema A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas. A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes. A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações. As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas. Para avançar neste cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Estabilidade dos agricultores, Consumo responsável e Gestão de fornecedores e terceiros. Os ODS abordados são: 24 Akatu – Pesquisa 2012: Rumo à sociedade do bem-estar (http://www.akatu.org.br/pesquisa/2012/SUMARIO_PESQUISAAKATU.pdf)
  • 43. 43
  • 44. 44 Esse desenvolvimento é fundamental para a manutenção de unidades produ- tivas no país. Desta forma, as empre- sas do setor agrícola devem trabalhar nas seguintes frentes de atuação: ➔ Melhora no desempenho da propriedade e incentivo ao empreendedorismo, por meio do diagnóstico dos principais desafios, capacitação sobre gestão de negócio, técnicas e ferramentas de melhoria de desempenho financeiro, e promover linhas de crédito para aqui- sição de técnicas e/ou tecnologias para melhoria de cultivo; ➔ Compra direta de produtores rurais, para fortalecer o relaciona- mento com a empresa e incentivar a transparência sobre produtos e práti- cas de preço no mercado; ➔ Apoio à melhoria da quali- dade de vida dos agriculto- res, ao garantir acesso às necessi- dades básicas de subsistência, como abastecimento de alimentos e água de qualidade, obtenção de energia, garantia de jornada de trabalho ade- quada e boas condições de trabalho; ➔ Valorização do produtor para melhoria da imagem dos agricul- tores perante a sociedade, através de comunicação sobre produtos e meios de produção. Estabilidade dos agricultores A estabilidade dos agricultores pode ser alcançada por meio de um conjunto de práticas essenciais para a preservação do sustento e estabilidade do agricultor e de sua família e desenvolvimento socioeconômico de comunidades agrícolas. Unilever Impactar a vida de 5,5 milhões de pessoas ao melhorar a subsistência de pequenos agricultores, os rendimentos dos varejistas de pequena escala e aumentar a participação dos na cadeia de valor da Unilever (meta global). Syngenta Capacitar 20 milhões de pequenos agricultores e ajudar a aumentarem a sua produtividade em 50%. Cargill Certificar 200 fazendas produtoras de cacau até 2019. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 20 5,5 milhões milhões
  • 45. 45 A COOPERCUC (Cooperativa Agropecuária Fami- liar de Canudos, Uauá e Curaça) teve início nos anos 80 com um grupo pequeno de mulheres em Uauá - sertão da Bahia - produzindo incialmente ape- nas geleias, com o intuito incluir a mulher na gera- ção de renda familiar, incentivar o empreendedo- rismo e apoiar a melhoria da qualidade de vida de pequenos agricultores. Em 2004, a COOPERCUC foi oficializada e tinha quarenta e quatro cooperados. Buscando estabelecer novos negócios e mercados, os cooperados têm participado de capacitações e intercâmbios para ampliar seus conhecimentos por meio de novas tecnologias e estratégias. Atualmente, os investimentos em capacitação e infraestrutura – 15 mini-fábricas – resultam na Gra- veteiros, uma linha de produtos diversa de do- ces e geleias à base de frutas nativas do sertão, como maracujá da caatinga, goiaba, manga, banana e umbu. Os produtos possuem o selo FLO Fair Trade e Certificação Orgânica e são comercializados inter- nacionalmente – Itália, França e Áustria. Ao todo, 450 famílias de 18 comunidades da re- gião são beneficiadas pelo trabalho da COOPER- CUC, que possui capacidade de produção de 200 toneladas de doces. Devido ao seu sucesso, a coo- perativa passou a receber apoio da terceira edição do Projeto Pró-Semiárido na Bahia do Fundo Interna- cional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA) em coo- peração com o Governo da Bahia, que financiou um plano de negócio para uma nova planta de pro- cessamento da COOPERCUC num total de R$ 4 mi- lhões investidos a ser inaugurada em julho de 2016 aumentando e diversificando a produção para incluir também polpa de frutas. Empreendedorismo e geração de renda familiar 25 Coopercuc – (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/nossa-historia/), (http://www.coopercuc.com.br/quem-somos/crescimento-producao/) e (http://www.portalsemear. org.br/banco_de_saberes/cooperativismo-no-semiarido-brasileiro-a-experiencia-da-cooperativa-agropecuaria-familiar-de-canudos-uaua-e-curaca-coopercuc/) 25
  • 46. 46 Uma estratégia sólida de Consumo Responsável deve contemplar as frentes de: ➔ Eficiência no uso de recur- sos (como água, energia e solo), ao utilizá-los de modo responsável; eli- minar insumos prejudiciais à saúde; reutilizar resíduos; promover a eco- nomia circular e produtos que utilizem menos insumo e/ou gerem menos resíduo; utilizar pensamento de ciclo de vida dos produtos para identificar melhorias; desenvolver produtos que utilizem menos recursos no seu uso e consumo; dar preferência a fornecedo- res que sigam padrões socioambien- Consumo responsável Consumo responsável é o “Uso de serviços e produtos, que respondem às necessidades básicas e trazem melhor qualidade de vida enquanto minimizam o uso de recursos naturais e materiais tóxicos, bem como a emissão de resíduos e poluentes ao longo do ciclo de vida do serviço ou produto, de maneira a não prejudicar as necessidades das gerações futuras” (Sustainable Consumption and Production – SCP – Oslo Symposium, 1994). tais em atividades e apoiar indústria de reciclagem e logística reversa (quando indicado, como por exemplo para em- balagens vazias de agroquímicos ou embalagens recicláveis); ➔ Promover o consumo cons- ciente ao rastrear e monitorar sua produção; comunicar de maneira trans- parente as informações de produtos; mapear as demandas e tendências do mercado; disponibilizar ao consumidor meios de destinação adequada de resí- duos - logística reversa - e capacitar o consumidor a fazer escolha consciente, ensinando-o a levar em conta impacto ambiental e social do produto. Ambev Reduzir em 100 mil toneladas os materiais usados em embalagens até 2017. Nestlè Evitar o uso de pelo menos 100.000 toneladas de material de embalagem até 2017, através de análise e otimização contínua do portfólio de embalagem (meta global). Coca-cola Reciclar 100% da embalagem de seus produtos até 2020. DOW Desenvolver 6 grandes projetos de economia circular até 2025. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 100 100 mil mil 100% rastreabilidade A rastreabilidade da origem da matéria-prima até seu destino final tem se tornado um crescente foco das empresas líderes em gestão da qualidade e impacto dos seus produtos. Um sistema de rastreabilidade permite monitorar informações relevantes para a produção e consumo, como por exemplo o consumo de insumos, localidade da área produtiva, tipo de mão de obra utilizada, etc. O consumo responsável requer um monitoramento preciso e constante da cadeia (fornecedores e terceiros), desta forma um sistema de rastreabilidade pode assegurar que a cadeia produtiva atende aos requisitos sociais, ambientais e econômicos definidos pela empresa.
  • 47. 47 A Unilever apresenta como visão entregar a seus consumidores produtos que promovam a melhoria dos padrões de vida, com a visão de gerar crescimento para o negócio, enquan- to reduzimos o impacto, através do Plano de Sustentabilidade da Unilever (USLP). Dentre as frentes do plano, está a meta de, até 2020, 100% de nossas matérias-primas agrícolas serem fornecidas de forma sustentável. Com o desenvolvimento deste trabalho, a Fruttare no Brasil, alcançou a marca de 100% das suas frutas de origem sustentável. O pro- grama de sustentabilidade para frutas tem se mostrado benéfico para a cadeia de forne- cedores, trazendo melhorias na qualidade de trabalho para os colaboradores e nos pro- cessos. As fazendas que aderem ao programa tornam-se “fazendas referências” e mode- los para as demais. Para o consumidor, o con- ceito ‘cultivo sustentável’, mesmo que ainda pouco conhecido, é interpretado positivamente pelo público-alvo da marca (jovens entre 18 e 25 anos), que ressalta ainda que as comunica- ções de marcas devem estar pautadas em histórias verdadeiras. Através deste insight, a Fruttare relançou seus produtos com novas embalagens que trazem um selo que destaca a origem da fruta e seu cultivo sustentável. Além disso, desen- volveu a campanha ‘Rota das Frutas’, com o intuito de mostrar o contato e olhar de uma jovem e suas experiências nas fazendas das frutas sustentáveis da Fruttare, informando ao público-alvo sobre o trabalho feito, de maneira pouco técnica e engajadora. Frutas de origem sustentável 26 Rota da fruta – (http://www.kibon.com.br/Brand/Fruttare.aspx). 26
  • 48. 48 A gestão de fornecedores e terceiros bem estruturada pode contribuir subs- tancialmente para garantir a viabilida- de econômica e compartilhar valores da sustentabilidade ao longo da cadeia. Uma abordagem elaborada de Gestão de Fornecedores inclui: Gestão de fornecedores e terceiros Gestão de fornecedores e terceiros é a gestão do relacionamento com empresas e indivíduos fornecedores de produtos e serviços para a empresa. ➔ Definir um escopo de atuação com a cadeia mapean- do os ris-cos e oportunidades ao longo dos elos da cadeia e segmen- tando fornecedores críticos em re- lação às questões socioambientais nas quais a empresa quer alavancar seu desempenho, por exemplo, nos seus temas materiais (Ex.: Mudan- ças climáticas, Consumo responsá- vel, Água, Direitos humanos, etc.); ➔ Possuir um Código de Conduta bem estruturado para fornecedores e terceiros, que inclua cláusulas am- bientais e sociais a serem respeitadas e que remetam aos valores da empre- sa e possibilitem condições de adapta- ção de novos fornecedores, com temas materiais e prioridades da empresa bem definidos onde o envolvimento de Raízen Cadastrar 700 novos fornecedores em programa de produção sustentável até 2016. Unilever Ter 100% de matéria-prima agrícola sustentável por meio de verificações e certificações até 2020. Coca-cola Certificar 100% dos fornecedores até 2020. Empresas líderes no setor estão buscando resultados: 700 100% 100% fornecedores é importante para atingir resultados esperados; ➔ Engajar com fornece- dores e terceiros para capa- citação destes visando avanços nas práticas socioambientais, por meio de palestras, patrocínio de eventos, distri- buição de materiais didáticos, etc.; ➔ Mensurar os resultados por meio de auditorias em fornecedo- res e terceiros, mapeando e monito- rando o cadastro de fornecedores para identificação rápida de irregularidades; ➔ Formar parcerias com for- necedores, terceiros e demais atores relevantes para tratar causas de impactos que não podem ser abordadas por uma única empresa;
  • 49. 49 indicadores mais utilizados atualmente para reportar os temas incluídos neste princípio são: G4-EN2 • Porcentagem de materiais usados proveniente de reciclagem. G4-EN7 • A redução na necessidade de uso de energia de produtos e serviços. WBCSD-1C • Porcentagem de madeira/fibra/ produtos certificados do volume total de consumo. G4-EN27 • Extensão da mitigação dos impactos ambientais de produtos e serviços. G4-EN28 • Percentual de produtos e suas embalagens recuperados em relação ao total de produtos vendidos, discriminados por categoria de produtos. • Porcentagem dos lançamentos de marcas próprias que são submetidos a uma análise de sustentabilidade, a fim de avaliar os impactos no ciclo de vida. G4-12 • Descrição da cadeia de fornecedores da organização. G4-LA14 • Porcentagem de novos fornecedores que foram selecionados com base em critérios de boas práticas trabalhistas. G4-LA15 • Impactos negativos significativos reais e potenciais das práticas trabalhistas na cadeia de abastecimento e as medidas de prevenção ou correção tomadas. G4-HR5 • Operações e fornecedores identificados como portadores de alto risco de ocorrência de trabalho infantil. Medidas para contribuir com a abolição do trabalho infanto-juvenil. G4-HR6 • Operações e fornecedores identificados como tendo risco significativo de ocorrência de trabalho forçado ou escravo, e medidas para contribuir para a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório. G4-EC9 • Proporção de gastos em fornecedores locais em regiões com operações significativas. G4-DMAb • Políticas e práticas utilizadas para promover a inclusão econômica ao selecionar fornecedores. Formas de inclusão econômica podem incluir: fornecedores pertencentes a mulheres; fornecedores de propriedade ou integrados por membros de grupos sociais vulneráveis, marginalizados ou Consumo responsável Gestão de fornecedores e terceiros sub-representados; e pequenos e médios fornecedores. UNGC-PF2.12 • Os investimentos previstos no país para próximos anos, em relação a porte de investimento, volume de comércio ou volume das trocas comerciais com fornecedores e distribuidores e modelo(s) de negócio(s) que a empresa pretende usar para investir. UNGC-PF2.13 • Práticas de compra da empresa (o volume de compra, os preços negociados e pagos) que impactam a volatilidade dos preços das principais commodities, materiais, culturas, e/ou insumos dependentes de fornecedores locais ou nacionais. UNGC-PF3.5 • Política/código que aborda direitos e normas de trabalho ao longo da cadeia de valor. UNGC-PF3.6 • Mecanismos para monitorar o cumprimento de normas e padrões trabalhistas de seus maiores fornecedores, principais indicadores avaliados e mecanismo ou sistema para lidar com fornecedores que não são compatíveis. UNGC-PF13.10 - Programas de saúde e segurança e/ou ações dentro da empresa que se estendem a trabalhadores ao longo da cadeia de valor, que estejam de acordo com leis internacionais, nacionais ou locais trabalhistas e padrões do setor, e como é feito o monitoramento. Para maiores informações sobre indicadores, consultar o site http://unstats.un.org/sdgs/indicators/database/.
  • 50. 50 respeitar os direitos humanos, criar trabalho digno e ajudar as comunidades rurais a prosperarem
  • 51. 51 As empresas devem respeitar os direitos dos agricultores, trabalhadores e consumidores. Elas devem contribuir para melhorar a vida dessas pessoas promover e fornecer oportunidades iguais para que as comunidades se tornem atrativas para viver, trabalhar e investir.
  • 52. 52 O Brasil é pioneiro no esta- belecimento de agendas estaduais de Trabalho De- cente – em 2006, lançou a Agenda Nacional de Trabalho Decente (ANTD)27 , parceria do Governo Federal com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A Agenda tem como objetivos a geração de mais e melho- res empregos, a erradicação do tra- balho escravo e do trabalho infantil, o fortalecimento dos gestores munici- pais, estaduais e federais e do diálogo social. A demanda pela implementa- ção desta agenda é urgente, uma vez que até 2010, 3,4 milhões28 de crian- ças e jovens brasileiros estavam tra- balhando para complementar a renda familiar, e, de 2003 a 2016, cerca de 45 mil trabalhadores29 foram resga- tados de situação de escravidão. As empresas empregadoras têm respon- sabilidade fundamental no desenvolvi- mento do respeito ao trabalhador e à comunidade em que possui operação, garantindo prosperidade à ambos. ODS 1 Erradicação da pobreza para a meta de garantia de direitos iguais aos recursos econômicos, serviços básicos, propriedade e herança, recursos naturais, novas tecnologias e serviços financeiros (1.4); ODS 2 Fome zero e agricultura sustentável para a meta de proteção dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais (2.5); ODS 9 Indústria, inovação e infraestrutura para a meta de emprego pleno com remuneração equivalente ao cargo; ODS 4 Educação de qualidade para a meta de aumento das habilidades técnicas e profissionais de jovens e adultos (4.4); ODS 10 Redução das desigualdades para a meta de empoderamento e promoção da inclusão social, econômica e política de todos (10.2), igualdade de oportunidades (10.3), e adoção de política salarial para promoção da igualdade (10.4); e ODS 5 Igualdade de gênero para as metas de fim da discriminação contra mulheres e meninas (5.1), eliminação de qualquer forma de violência contra mulheres e meninas (5.2), e garantia da participação plena das mulheres e igualdade de oportunidades (5.5); ODS 11 Cidades e comunidades sustentáveis no que tange a meta de melhoria da capacidade para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos (11.3), e redução do impacto ambiental negativo per capita das cidades (11.6). Para avançar neste cenário, as empresas devem mostrar avanços nos temas Direitos Humanos, Diversidade e Inclusão, Desenvolvimento profissional, Saúde e segurança ocupacional e Desenvolvimento local, que compreendem os ODS: 27 Organização Internacional do Trabalho – OIT (http://www.oitbrasil.org.br/content/oit-no-brasil) 28 Repórter Brasil – Brasil livre de trabalho infantil (http://reporterbrasil.org. br/wp-content/uploads/2015/02/Brasil-Livre-de-Trabalho-Infantil-Reporter-Brasil.pdf) 29 Ministério do Trabalho e Previdência Social – Notícia sobre campanha de combate ao trabalho escravo (http://www.mtps.gov.br/component/content/article?id=3356)
  • 53. 53 Considerações gerais para a definição da estratégia de cada tema A conformidade com a legislação vigente para cada tema é essencial como desempenho mínimo e seu não cumprimento é um fator de risco para as empresas. A aderência às certificações é recomendada, pois é uma oportunidade de obter direcionamento, padronização e comparabilidade de práticas para cada tema. Empresas que buscam certificações, possuem maior controle de suas práticas e estão buscando melhorias constantes. A cadeia de fornecedores deve ser considerada na estratégia de cada tema, sempre que possível, ampliando o impacto positivo das ações para além das próprias operações. As empresas também têm papel ativo na promoção de mudanças da conjuntura nacional por meio de investimentos sociais estratégicos, via incentivos fiscais, e fomento de políticas públicas e parcerias público-privadas.