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A CONSTRUÇÃO MODERNA E PÓS
MODERNA DA GEOGRAFIA:
MOVIMENTOS, PROCESSOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS PARA A CONSTRUÇÃO
,MODERNA E PÓS MODERNA DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA.
• É importante analisar e compreender a historia, os processos, vertentes e
paradigmas em que a ciência geográfica passou para se transformar no que
conhecemos atualmente como geografia:
• É evidente que a ciência geográfica passou por inúmeras evoluções desde sua
origem mais primitiva onde a mesma ainda era considerada uma ramificação da
matemática, passando tempos depois a se consolidar como a geografia
clássica/tradicional positivista até a construção da geografia moderna e por fim a
pós moderna:
POSITIVISMO :
• O positivism é uma corrente de pensamento filosófico que surgiu na Europa, mais
precisamente na França, entre os séculos XIX e XX. Desenvolvida pelo pensador e sociologo
Auguste Comte.
• Conte defendia que o conhecimento científico matematico era a única forma de conhecimento
válido.
• Com isso, as superstições, religiões e demais ensinos teológicos não eram levados em
consideração, pois não contribuiam para o desenvolvimento da humanidade de uma forma
racional segundo Comte.
• Portanto, o Positivismo valoriza a ciência, o materialismo e o mundo humano, em detrimento
da metafísica e do mundo espiritual.
INÍCIO DO POSITIVISMO:
• Primeiro, o termo foi empregado pelo filósofo francês Claude-Henri de Rouvroy (1760-
1825) para explicar o método do cientificismo, todavia, o grande idealizador do
movimento positivista no mundo foi o auxiliar de Claude-Henri, o francês Auguste
Comte (1798-1857).
• Através de Comte a teoria destacou-se internacionalmente entre a metade do século XIX
e começo do século XX. Segundo os princípios do filósofo, as primeiras ideias do
Positivismo surgiram como subdivisões do Iluminismo, na época das crises sociais, que
explodiram na Europa e da chamada "sociedade industrial", marcada pela Revolução
Francesa.
• A Revolução Francesa pôs fim ao chamado “Antigo Regime”, ou seja, acabou com a
monarquia no território francês. Esse fato desencadeou um período de instabilidade
política que durou cerca de trinta anos. A Inglaterra acumulava cada vez mais fábricas,
inaugurando a primeira fase da Revolução Industrial, que no século XVIII utilizava,
principalmente, o motor a vapor como forma de energia produtiva. O efeito colateral
negativo dessa primeira fase da Revolução Industrial foi a explosão demográfica dos
centros urbanos, que ocasionou um crescimento desordenado das cidades, acirrando a
desigualdade social, a miséria, a fome e as doenças.
• Como maneira de entender as complexas mudanças sociais, Comte propôs o
desenvolvimento de uma nova ciência, a Sociologia. Segundo o filósofo, esse período seria o
mais intenso na cadeia evolutiva da humanidade, que utilizaria a Sociologia e a Biologia para
compreender os campos fisiológicos e sociais de atuação do ser humano na natureza.
• O positivismo seria uma saída para resolver o problema deixado pela instabilidade política.
Comte era favorável ao fim da monarquia, porém, o caos que sucedeu a Revolução Francesa,
para ele, era perigoso e, segundo o filósofo, somente a ordem política e o rigor civil poderiam
mudar esse quadro. Por meio de um estudo sistemático da sociedade (Sociologia) e da ordem
política e social aliada ao cientificismo (positivismo), haveria avanço para a humanidade.
METODOLOGÍA POSITIVISTA:
• O filósofo enxergava todas as sociedades constituídas através de núcleos permanentes, a
exemplo da família e da propriedade, que devem promover o progresso. As ideias
positivistas comparam a sociedade a um organismo biológico, no qual nenhuma parte
tem existência independente, ou seja, em um estágio positivo não haveria lugar para o
individualismo, apenas para o desenvolvimento do altruísmo (termo cunhado por
Comte) e da solidariedade de cada um em favor dos outros. A principal metodologia do
pensamento positivista é a observação dos fenômenos. Através dela, é feita a
observação e a imaginação dos fatos, desconsiderando todo conhecimento que não
possa ser comprovado de forma científica, no ano de 1855, Auguste Comte escreveu a
obra “Apelo aos conservadores”, no qual definiu o significado da Lei dos três estados,
considerada a ideia-chave do Positivismo comtiano os estados são:
• Teológico: o ser humano busca a explicação da vida
através de entidades supranaturais, no qual o imaginário
e a criatividade humana se sobrepõe à racionalidade.
• Positivo: esse estado não se preocupa com os motivos
ou propósitos das coisas, mas sim com a maneira como
ocorre o processo.
• Metafísico ou abstrato: o homem continua à procura
das respostas para as mesmas perguntas feitas na fase
teológica. Além disso, os deuses são substituídos por
entidades abstratas, como o "Éter", que tenta explicar a
realidade.
• Essa lei ajuda a compreender as etapas pelas quais o
ser humano evolui em relação às concepções da vida.
CARACTERÍSTICAS DO POSITIVISMO:
• Para o Positivismo, apenas uma teoria deve ser considerada verdadeira, isto é, pode ser
comprovada através de técnicas científicas válidas (ciências naturais). Sendo assim, enquanto
doutrina filosófica, ela tem a matemática, a física, a astronomia, a química, a biologia e a sociologia
como principais modelos científicos.
• O Positivismo defende a ideia da ciência cumulativa ou transcultural. Isso quer dizer que não
importa a cultura onde a corrente filosófica se desenvolveu, o importante é alcançar toda a
humanidade. Comte centralizou a ideia do pensamento positivista em sete termos e significados.
São eles: o real, o útil, ao certo, o preciso, o relativo, o orgânico e o simpático. Vale ressaltar que o
pensamento positivista é considerado também uma “romantização da ciência”, pois ele deposita a
sua fé na onipotência da razão, apesar de estabelecer os valores humanos como completamente
opostos aos da teologia e a metafísica.
A GEOGRAFIA TRADICIONAL E O POSITIVISMO:
• O período chamado de tradicional na Geografia, estende-se de 1870,
aproximadamente, quando essa disciplina se tornou uma disciplina
institucionalizada nas universidades europeias, até a década de 1950, quando se
verificou a denominada revolução teorético-quantitativa.Na perspectiva tradicional,
a Geografia sofreu forte influência das obras de Alexandre Von Humboldt e de Karl
Ritter. As contribuições e as ideias apresentadas por aqueles geógrafos tiveram
grande repercussão, incidindo no desenvolvimento dessa ciência na primeira
metade do Século XX. Na Alemanha, os trabalhos mais significativos são os de Alfred
Hettner; na França os trabalhos mais relevantes são os de Paul Vidal de La Blache.
• A primeira manifestação da filiação da Geografia ao Positivismo está na redução
da realidade ao mundo dos sentidos, ou seja, os estudos dos fenômenos devem
se restringir aos aspectos visíveis, mensuráveis e palpáveis. A partir desse
entendimento, a Geografia é considerada uma ciência empírica, pautada na
observação, que é a única forma possível de se obter o conhecimento. No que se
refere aos procedimentos de análise (descrição, enumeração, classificação e
comparação, chega-se a conclusões gerais e ao descobrimento das leis) a
indução é posta como a única via para se chegar à explicação científica
• Uma segunda manifestação da filiação positivista é a ideia da existência de um único
método de interpretação, comum a todas as ciências. Tal método seria originário das
ciências naturais, que se converteriam em modelo de cientificidade, e deveriam orientar
as demais ciências, a base essencial desse método foi anunciada por Augusto Comte o
raciocínio indutivo, que parte da observação, mediante classificação e comparação, pelos
quais se chega à conclusão e ao descobrimento de leis.Nessa concepção, a naturalização
dos fenômenos humanos, se expressa na seguinte afirmação: “A Geografia é uma ciência
de contato entre o domínio da natureza e o da humanidade”, noção que permeia todo o
pensamento Geográfico Tradicional. Com efeito, o homem aparece como um elemento
da paisagem, na geografia tradicional, ou seja, como um dado do lugar, como mais um
fenômeno da superfície da Terra.
• Positivismo é uma concepção filosófica e metodológica, e foi por meio dessa corrente de
pensamento que a Geografia deixou a Idade Clássica, e ingressou na Era Moderna, que trouxe um
novo discurso para a Geografia, exigindo um saber sistematizado e a possibilidade de afirmar
proposições a partir de um certo grau de precisão, nos limites de uma linguagem lógica. Foi nesse
palco que os geógrafos ergueram os pilares da Geografia Tradicional. Os intelectuais vinculados às
correntes, determinismo ambiental, possibilismo e o método regional tentaram as primeiras
tentativas de generalização feitas pelos geógrafos do período moderno. Redução da realidade ao
mundo dos sentidos, existência de um único método de interpretação, comum a todas as ciências,
a Geografia é uma ciência de síntese. O pensamento geográfico também se sustentou à custa de
alguns princípios elaborados no processo de constituição dessa disciplina, e tidos como
inquestionáveis, são eles: princípio da unidade terrestre - a princípio da individualidade, princípio
da atividade, princípio da conexão, princípio da comparação e princípio da extensão.
POSITIVISMO NA GEOGRAFIA :
• O Positivismo como Fundamento da Geografia Tradicional e como forma de um conjunto
de idéias onde pensamentos são formulados, se concede o pensamento geográfico
tradicional ( orientação geral de um conjunto das correntes não-dialéticas). Uma das
manifestações do positivismo na Geografia Tradicional é a redução real do mundo na
relação com sentidos, ou seja embasar-se todo trabalho de pesquisa científica ao
domínio de fenômenos
ESCOLA ALEMÃ DE GEOGRAFIA :
• Alexander Von Humboldt (1769-1859), Karl Ritter (1779-1859) e Friedrich Ratzel (1844-1904)
foram os nomes de maior destaque na escola alemã surgida no século XIX, sendo os dois primeiros
os responsáveis pela sistematização da geografia como ciência, neste tempo, a geografia
tradicional, geografia que apresentou o positivismo de Augusto Comte (1798-1857), ou seja
baseando-se na observação; e o último, veio a formular a teoria do determinismo ambiental, o
primeiro paradigma a caracterizar a geografia em emerge no final do século XIX.
• A teoria do determinismo ambiental formulada por Ratzel, fala das influências que as condições
naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o
homem. Neste sentido, os homens procuravam organizar o espaço para garantir a manutenção da
vida. O maior sinal de perda de uma sociedade seria a perda do território.
• As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico em
que ele vivia, durante a unificação alemã. O expansionismo do Império Alemão,
arquitetado pelo primeiro-ministro da Prússia, Otto von Bismarck (1815-1898),
foi legitimado pelas duas principais correntes de pensamento ratzeliano, o
determinismo geográfico e o espaço vital (espaço necessário para a
sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira explicaria a superioridade
de algumas raças, nesse caso, a alemã, que naturalmente se desenvolveria mais
que as outras, e a segunda justificaria a conquista de novos territórios para suprir
a maior demanda de recursos para seu desenvolvimento, ou seja,
expansionismo.
• Os discípulos do determinismo foram além das proposições ratzelianas, chegando a
afirmar que o homem seria um produto do meio. Defendiam que um meio natural mas
hostil, proporciona um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de
organização social para suportar todas as contrariedades impostas pelo meio. Ex: O
inverno justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram
grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados. Essa
ideia justificou o expansionismo neocolonial na África e na Ásia entre o fim do século XIX
e o início do século XX. Pensamentos que, mais tarde, foram aproveitados pelos
cientistas e políticos da Alemanha Nazista.
ESCOLA FRANCESA DE GEOGRAFIA :
• Ao final do século XIX, em reação ao determinismo geográfico, surge na França, o Possibilismo.
Este procurou abolir qualquer forma de determinação, adotando a ideia de que a ação humana é
marcada pela contingência. A natureza era considerada como fornecedora de possibilidades para
que o homem a modificasse. Teve como precursor Paul Vidal de La Blache (1845-1918), sem
dúvida, o nome de maior destaque da escola francesa de geografia.
• Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se uma
grande soberania, diferentemente da Alemanha, que na época do determinismo ainda passava por
um processo de unificação territorial, Vidal de la Blanche realizou estudos regionais procurando
provar que a natureza exerce influências sobre o homem, mas que o homem tinha possibilidades
de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao possibilismo. A natureza passou a ser
considerada fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO:
O determinismo geográfico é a crença de que o ambiente determina os padrões da cultura humana de um
determinado local e seu desenvolvimento social.
Neste caso são levados em consideração principalmente os fatores físicos, como formas de relevo e clima.
Os especialistas que acreditam no determinismo geográfico afirmam que somente os fatores ecológicos,
climáticos e geográficos são responsáveis pelas culturas humanas e decisões individuais.
Além disso, eles afirmavam que as condições sociais praticamente não têm impacto sobre o
desenvolvimento cultural.
O principal argumento para o determinismo geográfico é de que as características físicas de uma área,
como o clima, têm um impacto essencial e direto na vida dos habitantes do local.
Essa perspectiva afirma que isso ajuda a definir o comportamento geral e a cultura de uma
sociedade. Por exemplo, foi dito que as áreas nos trópicos de câncer e capricórnio eram
menos desenvolvidas do que as latitudes mais altas.
Essa justificativa se deu pelo clima continuamente quente que, segundo alguns geógrafos,
facilitava a sobrevivência e, portanto, as pessoas que moravam ali não trabalhavam tanto
para garantir sua sobrevivência.
Outro exemplo de determinismo geográfico seria a teoria de que as nações insulares
(formadas por uma ilha ou um conjunto delas) têm características culturais únicas, devido
ao seu isolamento das sociedades continentais
POSSIBILISMO GEOGRÁFICO:
• O possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século XX, com
o pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o homem (sociedade) consegue
adaptar o meio pela técnica, pelo trabalho. La Blache dedicou-se à ideia de
gênero de vida, com base na relação entre sociedade e espaço. Neste, o ser
humano não é um produto do meio, mas, sim, o contrário, uma vez que, pela
técnica, com o advento das revoluções tecnológicas, o ser humano consegue
transformar o espaço, adaptando o relevo, adaptando-se ao clima,
transformando cursos dos rios, construindo hidrelétricas, por exemplo.
CARACTERÍSTICAS DO POSSIBILISMO DE VIDAL DE LA
BLACHE:
• O mentor das ideias possibilistas foi Paul Vidal de La Blache, que focalizou a relação homem/meio,
tendo como pano de fundo o confronto entre França e Alemanha. O Possibilismo proliferou por
entre a intelectualidade francesa da época, tendo um papel fundamental na consolidação da
sociedade burguesa francesa. Seu objetivo era abolir qualquer ideia determinista, e por meio da
objetividade e neutralidade buscava legitimar as doutrinas da ordem.A Geografia teve um
tratamento privilegiado na época, no processo de neutralização da ciência visando à manutenção
ideológica, sendo a disciplina incluída em todas as séries do ensino básico, além de serem criados
institutos e universidades de Geografia.
• Assim, nessa ótica considerou-se a natureza como doadora de possibilidades para que o homem
pudesse modificá-la a seu favor, se quisesse. Bastaria intervir na natureza e adequá-la às suas
necessidades.
• Dentro dessa perspectiva, o homem poderia transformar o meio que bem entendesse, pois além
de modificá-lo ele também se adapta a esse próprio meio modificado. Os adeptos da perspectiva
possibilista não responsabilizam as condições ambientais pela pobreza da população regional, pois
a natureza oferece condições para que o homem a modifique.
• Ou seja, o homem não sofre, simplesmente, a ação do meio natural e sim manifesta a sua ação
sobre o meio, sendo o homem um agente geográfico que atua sobre o meio natural, usando sua
influência e criando possibilidades de sobrevivência.
• É importante considerar que o Possibilismo, sendo uma corrente do pensamento geográfico
francês, surgiu por conta de uma necessidade Estatal, ao atender os interesses do expansionismo
Francês, objetivando a interação homem com o meio natural
GEOGRAFIA TRADICIONAL DE RATZEL E DE
HARTSHORNE
• A geografia Tradicional privilegiou diversos conceitos como: paisagem e região e em torno deles,
estabeleceu-se a discussão sobre o objeto da Geografia e a sua identidade no âmbito das demais
ciências. Desse modo, os debates incluíam os conceitos de paisagem, região natural e região-
paisagem, assim como os de paisagem cultural, gênero de vida e diferenciação de áreas. Envolvem
geógrafos vinculados ao Positivismo e ao historicismo ou, em outros termos, aqueles geógrafos
deterministas, possibilistas, culturais e regionais, mas onde o conceito de espaço onde se situa a
Geografia tradicional? O espaço, na realidade, não constitui conceito chave na Geografia
Tradicional. Contudo, está presente na obra de Ratzel e de Hartshorne, ainda que, como no caso
do segundo, de modo implícito.
GEOGRAFIA TRADICIONAL DE VIDAL DE LA BLACHE:
• Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no
que se refere à história do pensamento geográfico. Vidal também foi considerado o fundador da
escola regional francesa. La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que
caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e
determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também
transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades
eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito.
• Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história
para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão
da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o
meio em que ele vive.
• La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível,
ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os
conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e
participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma
determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos.
• Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria lablacheana, esse conceito
estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da
vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito
foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo
homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma
construção intelectual humana.
• Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La
Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionava o desenvolvimento
das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em
sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida.
• A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma
sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos
maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia
Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções
geopolíticas.
A GEOGRAFIA TRADICIONAL DO BRASIL:
• A escola possibilista possuía como grande precursor Vidal de La Blache, que
formula suas ideias através do método positivista, em que o homem é quem
modifica o meio, onde ele adapta-se a natureza e a transforma, criando no
relacionamento constante e cumulativo com a natureza um conjunto de técnicas,
hábitos que lhes permitem utilizar os recursos disponíveis, e este, conjunto de
técnicas e costumes construído e passado socialmente denominou gênero de
vida, ao qual, haveria uma relação de equilíbrio entre a população e os recursos
dessa maneira como a Geografia era conceituada enquanto ciência também teve
uma forte influência nas Universidades, o ensino de Geografia nas escolas
brasileiras teve influência dos geógrafos franceses.
• No Brasil os primeiros cursos de formação de professores de Geografia surgiram nos
anos de 1930, antes disso os conhecimentos geográficos existentes não estavam
consolidados, a partir desse período essa ciência se institucionaliza cientificamente no
país, muito baseada na Geografia Francesa. As instituições que sediaram os primeiros
cursos foram a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Essa Geografia era marcada pelo positivismo que sustentava metodologicamente quase
todas as chamadas ciências humanas que se consolidaram nessa época nas faculdades
brasileiras. Com fortes tendências de estudos regionais, os estudos geográficos
pautavam se pela busca de explicações objetivas e quantitativas da realidade
fundamentos da escola francesa até então.
GEOGRAFIA E O MARXISMO HISTÓRICO
• O materialismo histórico é um marco teórico que visa explicar as
mudanças e o desenvolvimento da história, utilizando-se de fatores
práticos, tecnológicos (materiais) e o modo de produção.
• Na perspectiva do materialismo histórico, as mudanças tecnológicas
e do modo de produção são os dois fatores principais de mudança
social, política e jurídica.
• Essa concepção social e filosófica foi desenvolvida por Karl Marx e
Friedrich Engels, dois filósofos alemães.
• O conceito foi desenvolvido quando
a Revolução Industrial já havia se
espalhado por toda a Europa,
durante os séculos XVII e XVIII. Foi
nesse cenário, caracterizado pela
ascensão da burguesia que eles
buscaram entender como se davam
as novas relações sociais
ALGUNS ELEMENTOS DA CONCEPÇÃO DO
MATERIALISMO HISTÓRICO:
• O materialismo histórico busca entender as relações entre o trabalho e a
produção de bens materiais ao longo da história;
• O homem vai viver suas relações sociais segundo as relações econômicas, ele não
tem autonomia. Essa afirmação é validada ao observarmos os períodos históricos.
Por exemplo, na Idade contemporânea, a sua relação econômica define se você é
patrão ou proletário e na Idade média, definia se você era servo ou senhor;
• As ideias não influenciam a vida social. O Idealismo não consegue realizar nada
que de fato modifique a sociedade, só a práxis;
• A evolução histórica acompanha a sucessão dos modos de produção;
• O trabalho media as relações sociais durante toda a história da humanidade.
MATERIALISMO DIALÉTICO:
• Na concepção marxista, a dialética é uma ferramenta utilizada para compreender
a história.
• A dialética marxista considera o movimento natural da história e não admite sua
maneira estática e definitiva. Segundo Engels:
“O movimento é o modo de existência da matéria ” . Sendo assim, a
história quando é analisada como algo em movimento torna-se
transitória, que por sua vez, pode ser transformada pelas ações
humanas. “Engles”
CARACTERÍSTICAS:
• Baseia-se na dialética para compreender os processos sociais.
• Não concorda com o conceito de que a história é estática e
definitiva.
• Opõe-se totalmente ao idealismo.
• Estuda os fatos históricos com base em elementos contraditórios.
• Defende que qualquer análise deve avaliar um todo e não somente
o objeto do estudo em questão.
O MATERIALISMO DIALÉTICO ESTÁ SUBDIVIDIDO EM
QUATRO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.SÃO ELES:
• A história da filosofia abrange um processo de conflito entre o princípio idealista
(que se baseia em ideias, pensamentos e no abstrato como um todo) e o
princípio materialista (que tem por base os materiais, fatos e estudos concretos).*
• Todo ser humano é responsável por determinar a própria consciência e não o
contrário.*
• A matéria é dialética e não metafísica, ou seja, está em constante mudança e não
é estática.
• A dialética é o estudo da contradição na essência das coisas; ela baseia seus
estudos na comparação de contradições analisando um todo.
FENOMENOLOGIA
• Fenomenologia é uma metodologia ou um modo de pensamento filosófico que
retoma a importância dos fenômenos, os quais devem ser estudados em si
mesmos – tudo que podemos saber do mundo e de nós próprios.
• Esse método foi desenvolvido inicialmente por Edmund Husserl (1859-1938) e,
desde então, tem muitos adeptos na Filosofia e em diversas áreas do
conhecimento.
• Para ele, o mundo só pode ser compreendido a partir da forma como se
manifesta, ou seja, como aparece para a consciência humana. Não há um mundo
em si e nem uma consciência em si. A consciência é responsável por dar sentido
às coisas.
• De acordo com a fenomenologia de Husserl, todos os fenômenos
do mundo devem ser pensados a partir das percepções mentais de
cada ser humano. O filósofo queria que a filosofia pudesse ter as
bases e condições de uma ciência rigorosa. No entanto, um método
científico é determinado por ser uma "verdade provisória", ou seja,
algo que será considerado como verdadeiro até que um fato novo
mostre o contrário, criando uma nova realidade.
• Os fenômenos são entendidos pela representação que a
consciência faz do mundo. O entendimento deve ser entendido
sempre como "consciência de algo". Com isso, o autor nega a ideia
tradicional da consciência como uma qualidade humana, vazia, que
pode ser preenchida com algo.
GEOGRAFIA MODERNA
• O positivismo influenciou várias ciências umas dela foi a geografia no século XVIII e XIX.
Um conjuntos de novas ideias fundamentados de compreender o mundo. Colocando-os
em regras e métodos explicando de uma forma com certo grau de precisão.
• Mas se a geógrafos da historia antiga esteve atrelado a concepção de explicar a
existência do mundo e da superfície terrestre , mediante da descrição dos povos e dos
lugares ,da cartografia de lugares ,elaborando uma imagem do mundo ,procura na
modernidade torna-se cientifica e moderna ,fundamentando-se no uso do método para
suas explicações.
• A geografia moderna buscava romper que havia anteriormente substituir a
simples descrição e o conhecimento empírico do senso comum por uma forma
de explicação também teórica, que pudesse ser formulado alguns procedimentos
e métodos. Um dos autores da ciência moderna foi Kant que ministrava a “física
do mundo” ou” Geografia Física “ que concebia a geografia como uma ciência
empírica .Assim surgiu as obras de Humboldt e Ritter conhecido com os maiores
expoentes da Geografia moderna.
ALEXANDER VON HUMBOLDT:
Seu olhar tinha por objeto os elementos mais variados do
meio físico, mas não se limitava a eles. Humboldt observava
também a sociedade local. Cada observação se dava
separadamente e em seguida recolocada em conexão com
as outras, a fim de resgatar uma verdadeira cadeia
explicativa. Não é, por tanto, difícil de compreender a
insistência com que o nome de Humboldt é associado ao da
Geografia moderna. A respeito da continuidade com as
narrativas de viagens e as cosmografias, Humboldt soube,
graças à sua grande cultura, reproduzir essas tradições a
um novo modelo científico e atualizá-las levando em conta
as principais descobertas da época.
Durante a viagem buscava observar e contemplar a paisagem para entender os processos de sua
formação e das “forças da natureza”, em suas próprias palavras, procurando compreender “a ação
combinada das forças, a influência da criação inanimada sobre o mundo animal e vegetal, sobre esta
harmonia” (HUMBOLDT apud CAPEL, 2008, p. 14). Suas influências vêm do iluminismo, do
racionalismo, da concepção do uso da razão para estabelecer o entendimento do mundo, mas também
de correntes filosóficas que se contrapunham ao racionalismo. É o caso, por exemplo, da influência das
obras de Schelling (1775-1829), cuja “Filosofia da natureza” baseava-se na compreensão da natureza
mediante a observação, contemplação e relacionando as diversas conexões que compõem uma
“natureza integrada”.Segundo Antonio Carlos Rober t de Moraes (2003),
Humboldt usou como método o empirismo “raciocinado”, segundo o qual a paisagem precisaria ser contemplada,
observada para, depois dessa reflexão, chegar-se à causalidade das conexões existentes na natureza. Assim afirma
Moraes (2003, p. 48):
A paisagem causaria no observador uma impressão, a qual combinada com a observação sistemática dos seus
elementos componentes e filtrada pelo raciocínio lógico, levaria à explicação; à causalidade das conexões da paisagem
observada.
Na visão de Humboldt interessava o entendimento dos fatores naturais de forma integrada, desse modo não separava,
por exemplo, as questões climáticas (temperatura, umidade, luz, pluviosidade etc.), dos fatores pedológicos (solos),
geológicos (formação das rochas e minerais, processos de vulcanismo, origem da Terra e das formações geológicas
etc.) com os tipos de vegetação.
ESQUEMA DO MÉTODO DE HUMBOLDT.
Fonte: Elaborado por Vivian Fiori,2004.
Observação da Natureza
Contemplação Intuição
Causalidade Conexões dos
fenômenos
Comparação
Leis Gerais
Síntese da Paisagem
KARL RITTER:
Ritter estabelece a relação ou a conexões entre fatores
físicos e humanos, postulando a relação do homem com
o meio. Estudou Filosofia e História. Apesar de sua
origem familiar, tornou-se defensor da monarquia.
A religião teve relação com o discurso e obras de Ritter,
já que para esse pensador tudo no mundo tinha uma
finalidade divina, mas cabia ao cientista desvendar os
processos existentes no mundo. Sobre essa questão,
Antonio Carlos Rober t Moraes (1989, p. 49) afirma que:
“Para Ritter a ordem natural obedeceria a um fim previsto por Deus, a causalidade da natureza obedeceria à designação divina
do movimento dos fenômenos. Deste modo, haveria uma finalidade na natureza, logo uma predestinação dos lugares.
Compreender esta predestinação seria a tarefa do conhecimento geográfico, que no limite, para esse autor, seria uma forma de
contemplação da própria divindade.”
Assim, os estudos de Ritter também tinham uma perspectiva religiosa, talvez pelo fato de ter sido criado por um padrasto
pastor. De qualquer forma, Ritter dizia que tudo que estava no mundo havia sido criado com uma finalidade, contudo, cabia à
Geografia desvendar essas realidades já criadas, pois nesses sistemas naturais estariam expressos os desígnios divinos e
atribuía-se à Ciência desvendá-los. Para Ritter, a ordem dos fenômenos pertenceria a um fim previsto por Deus.
Ritter foi considerado um dos precursores da Geografia moderna e sua obra teve importância principalmente por discutir a
questão do método e dos procedimentos metodológicos em uma pesquisa de Geografia, sobretudo em uma perspectiva
regional.
Ritter e Humboldt viveram no mesmo período, sendo que Ritter teve importante cargo na hierarquia universitária da Alemanha,
tendo lecionado na Cátedra de Geografia na Universidade de Berlim.
Embora contemporâneos, há algumas diferenças em relação à formação e obra de Ritter e Humboldt, entre as quais destacam-
se:
• Ritter realizou menos viagens e expedições; por outro lado, tendo estudado na universidade Química, Física,
Estatística e História optou nos seus estudos por desenvolver uma perspectiva regional e com o homem como um
elemento de seus estudos de forma mais direta;
• Ritter escreveu obras como Europa, quadros geográficos, históricos e estatísticos e também sobre o Oriente Médio, Ásia e
África; assim, a produção de Ritter tinha uma perspectiva de estudos regionais, enquanto Humboldt fomentava uma perspectiva
de estudos mais gerais. Ou seja, enquanto Humboldt buscava leis gerais à sua explicação sobre o mundo, Ritter fazia
comparações para, a partir dessas, evidenciar os arranjos individuais em uma perspectiva regional.
Desse modo, havia algumas diferenças entre os legados teóricos de Humboldt e Ritter, conforme destaca Ruy
Moreira (2006, p. 24):
Ritter e Humboldt, posto que seus trabalhos se entrelaçassem, eram, entretanto, complemento um do outro.
Humboldt emprestou método e forma à Geografia sistemática (Climatologia e Geografia das plantas), Ritter
fundou o estudo regional. Juntos, empreenderam um quase completo e moderno programa de Geografia.
Assim, é de lamentar-se que Ritter, através de seus ensinamentos na universidade e nos vários estudos sobre
metodologia, houvesse influenciado muito mais a geração subsequente do que Humboldt, cujos trabalhos,
dispersos por tantos jornais, fossem menos conhecidos pelo menos entre os geógrafos. A princípio, a
influência de Humboldt foi muito maior no desenvolvimento das Ciências sistemáticas e, quando uma década
mais tarde, eles principiaram a preocupar os geógrafos, estes consideraram a sua obra não como
complemento, mas como contrária à obra de Ritter, usando-o com a finalidade de for talecer o dualismo
existente entre a Geografia regional e a Geografia física, o que durou até o término do século.
Ritter estabelece relações ou conexões entre fatores físicos e humanos, postulando a relação do homem com o meio e, por tanto,
relacionando a História à Geografia.
Nesse sentido, Ritter (apud CAPEL, 2008, p. 43) assim explica o que é Geografia:
A expressão Geografia, utilizada no sentido de descrição da Terra, é infeliz e tem confundido as pessoas; parece-nos que com isso
simplesmente refere-se aos elementos, cujos fatores são a verdadeira Ciência da Geografia. Esta Ciência tenta possuir a mais completa e
cósmica imagem da Terra; resumir e organizar em uma bela unidade de tudo o que conhecemos do globo [...]. A Geografia é a parte da
Ciência que estuda o Planeta em todas suas características, fenômenos e relações, como uma unidade interdependente, e mostra a
conexão deste conjunto unificado com o homem e com o Criador do homem. Enquanto Humboldt, apesar de ter escrito sobre o homem,
privilegiou a compreensão dos elementos integrados na natureza, por meio do conceito de paisagem, Ritter favoreceu estudos regionais
nos quais o homem era um elemento impor tante na Geografia.
Sua principal obra denomina-se Geografia comparada. Nessa aparece uma introdução teórico-metodológica sobre o que é Geografia. Em
1822 foi editado o primeiro volume da versão definitiva da obra Geografia geral e comparada, na qual trabalhou até 1859.
• Desse modo, Humboldt e Ritter tornaram-se geógrafos importantes à
sistematização do conhecimento geográfico, trazendo propostas e métodos à
Geografia, assim como ampliaram o papel institucional dessa Ciência a partir da
formação de Cátedras dessa disciplina no meio acadêmico.
• Contudo, ambos não formaram uma “escola” geográfica e a par tir desses o positivismo
tornou-se um dos principais métodos. Assim, compreenderemos um pouco sobre esse
método
DISCUSSÕES DA GEOGRAFIA MODERNA
O paradigma geral da realidade unificadora, não a especialização formada com o progresso da ciência moderna.
No entanto, numa perspectiva abrangente e holística (Moreira, 2006), a geografia tem encontrado dificuldades em
pensar a sua construção científica a partir da natureza e da sociedade, e a partir de um percurso historicamente
diverso e conflituoso após as suas origens modernas (Moreira, 2006). O objeto de análise da geografia foi entendido
desde sua origem como a expressão dessa complexa relação entre o homem (sociedade) e a natureza, e enfrenta a
dificuldade científica de lidar com a divisão ou separação da natureza e pressupostos metodológicos filosóficos. O
problema aqui não está na perspectiva de síntese, com o se pretende, mas justamente na incapacidade de
integração filosófica, por parte dos geógrafos, dessa s divergências que tomaram forma no campo da ciência.
Em outras palavras, seguindo os preceitos do conhecimento científico moderno e recorrendo à filosofia como fonte de
premissas e conceitos, a geografia historicamente não cumpriu o que propôs nas origens modernas e o que sua
disciplina realmente requer, ou seja, tem lidado com ela e a solução, métodos filosóficos e metodológicos nos campos
humano e natural.
Humboldt e Ritter seguiram esse caminho, participaram ativamente dos debates filosóficos
e, à sua maneira (especialmente Humboldt), propuseram uma forma de análise que, em
seu contexto, pode conciliar conceitualmente o homem e a natureza. Entende-se que este
caminho, por causa da realização do completo do conhecimento científico moderno, é
analiticamente contrário à filosofia e só pode ser encontrado na definição pré-definida
(quando ainda se propõe esse mínimo diálogo) impactou tão incisivamente na
construção e estruturação metodológica da Geografia.
• As divergências metodológicas entre um ramo físico e outro social das ciências
ampliaram a dificuldade epistemológica da Geografia, na medida em que ela não
solucionou seus impasses e, ainda hoje, continua tomando em prestado suas
orientações e premissas metodológicas das Ciências Humanas e Naturais sem o
exame e solução filosóficos necessários para uma postura integradora. Como, enfim,
não há um a unidade filosófica entre estas premissas e correntes, ou seja, como os
pressupostos metodológicos das ciências naturais e humanas assumiram caminhos
divergentes, resta que a Geografia, refém destes pressupostos, se encontra
permanentemente em crise, para usar a tão conhecida expressão de Lacoste (de 1974).
• No saber geográfico contemporâneo, mais do que outrora, o conflito resultante
desses caminhos metodológicos distanciou o que se pretendia explicar, enfim,
desenhou-se mais precisamente um a divisão entre um a Geografia Física e um a
Geografia Humana, de maneira que, na Geografia Física, a sociedade aparece com
o uma variável no conjunto organizado da natureza e sua manifestação espacial , e
na Geografia Humana, a natureza é tom ada com o um elemento antropizado,
incorporado direta ou indiretamente pelos interesses e prerrogativas sociais,
aparecendo então com o uma expressão material da relação levada a cabo pelas
transformações produtivas. Percebemos, nesse sentido, que a Geografia manteve -se
ligada a sua origem pelo desafio de analisar integradamente homem (sociedade) e
natureza, mas abandonou o exercício filosófico que lhe é próprio e sem o qual não
pode integrar de maneira coerente uma explicação para o objeto que se propõe.
• Ritter e Humboldt, com suas propostas integradoras, são a
apresentação de um a resposta ou no mínimo promotores de
um a discussão sobre a possibilidade de unir bases
metodológicas distintas, legados interpretativos diversos,
construções filosóficas excludentes num mesmo corpo de análise.
Um a contribuição como essa seria fundamental para a
Geografia.
GEOGRAFIA PÓS MODERNA:
Harvey (1993), ao discutir o tema Pós-Modernismo, informa que este
é um conceito que não pode ser ignorado. Em seu texto, entre tantas
perguntas que se faz destacam-se: o que é o Pós-Modernismo? Uma
ruptura radical ao Modernismo? Um estilo? Uma comercialização e
domesticação do Modernismo? A emergência de uma sociedade
nova? Ou a lógica cultural do capitalismo avançado?
“Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34”
COMO PODEMOS DEFINIR PÓS MODERNISMO:
Pós-Modernismo pode ser entendido como uma prática que emana
da cultura do consumo de massa enraizada na vida cotidiana nesta
fase do capitalismo avançado (HARVEY, 1993).
Ou seja é correto afirmar que o pós modernismo esta ligado com o
crescimento e expansão dos monopólios capitalistas, surgindo
incialmente nos anos 70, com o ideal do progresso tecnológico e da
criação dos desejos mais profundos da sociedade de consumo:
Desmorona o estado de bem estar social; promove-se a construção
das políticas do Estado Mínimo; a regulamentação anterior dá lugar à
desregulamentação de direitos sociais, educação, saúde, habitação,
de regras trabalhistas, de contratos de trabalho, de processos de
produção... Dá- se lugar à flexibilização, ou seja, impõem-se regras
brandas nos contratos, sejam eles de trabalho, ou de produção.
“Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34”
minimizam-se os encargos trabalhistas), promove-se a proliferação
do trabalho autônomo, a terceirização (vide os programas Gente que
Faz). Golpeiam-se os movimentos sindicais, propõe-se a livre
negociação entre empregadores e empregados. Promove-se a
exclusão na medida em que diminuem os postos de trabalho
públicos e privados, amplia-se a demanda por emprego, aumenta-se
a disponibilidade de mão de obra num mundo onde poucas são as
economias que crescem. Neste contexto o trabalho se torna informal.
Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34, 35”
• Este momento é também estudado por Milton Santos (1997, 2000)
que o denominou de Período Técnico Científico Informacional.
• Trata-se de um momento onde o advento de novas tecnologias
impulsionadas pela ciência, demandadas dos grandes centros de
investigação e/ou corporações, impõe novas formas de produzir e
consumir. “Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 35”
MILTON SANTOS:
• Milton Santos foi um geógrafo
brasileiro, considerado por muitos
como o maior pensador da história
da Geografia no Brasil e um dos
maiores do mundo. Destacou-se por
escrever e abordar sobre inúmeros
temas, como a epistemologia da
Geografia, a globalização, o espaço
urbano.
REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICO
INFORMACIONAL:
• Milton Santos foi o criador do termo “revolução técnico cientifico
informacional”
• Revolução técnico cientifico informacional, pode ser definida como
o avanço das tecnologias de comunicação e sua facilidade,
velocidade de acesso e comunicação de dados, entre pessoas,
mesmo que seja de um pais a outro, sejam elas por meio telefônico,
internet entre outros.
AVANÇOS DA REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICO
INFORMACIONAL:
• tecnologias ligadas às telecomunicações: antenas via satélite,
torres de telefonia móvel, cabos de fibra óptica, redes de
computadores, satélites, satélites de tv e rádio e tudo que
possibilita a velocidade das informações .
• Infraestrutura em transportes: mesmo com o incremento das
telecomunicações, o transporte é de suma importância pois facilita
facilita o dinamismo nesse sentido com aeroportos, portos,
rodovias, entre outros.
REFERÊNCIAS
• www educamaisbrasil.com.br
• www..educador.brasilescola.uol.com.br
• https://m.brasilescola.uol.com.br
• SILVEIRA Roberison Wittgenstein Dias ,Antônio Carlos;Debate e Epistemologia na
Gênese da Geografia Moderna .
• FIORI. Prof Dra Vivian ;Teoria e Métodos em Geografia -O Pensamento Geográfico

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A construção moderna e pós-moderna da geografia

  • 1. A CONSTRUÇÃO MODERNA E PÓS MODERNA DA GEOGRAFIA: MOVIMENTOS, PROCESSOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS PARA A CONSTRUÇÃO ,MODERNA E PÓS MODERNA DA CIÊNCIA GEOGRÁFICA.
  • 2. • É importante analisar e compreender a historia, os processos, vertentes e paradigmas em que a ciência geográfica passou para se transformar no que conhecemos atualmente como geografia: • É evidente que a ciência geográfica passou por inúmeras evoluções desde sua origem mais primitiva onde a mesma ainda era considerada uma ramificação da matemática, passando tempos depois a se consolidar como a geografia clássica/tradicional positivista até a construção da geografia moderna e por fim a pós moderna:
  • 3. POSITIVISMO : • O positivism é uma corrente de pensamento filosófico que surgiu na Europa, mais precisamente na França, entre os séculos XIX e XX. Desenvolvida pelo pensador e sociologo Auguste Comte. • Conte defendia que o conhecimento científico matematico era a única forma de conhecimento válido. • Com isso, as superstições, religiões e demais ensinos teológicos não eram levados em consideração, pois não contribuiam para o desenvolvimento da humanidade de uma forma racional segundo Comte. • Portanto, o Positivismo valoriza a ciência, o materialismo e o mundo humano, em detrimento da metafísica e do mundo espiritual.
  • 4. INÍCIO DO POSITIVISMO: • Primeiro, o termo foi empregado pelo filósofo francês Claude-Henri de Rouvroy (1760- 1825) para explicar o método do cientificismo, todavia, o grande idealizador do movimento positivista no mundo foi o auxiliar de Claude-Henri, o francês Auguste Comte (1798-1857). • Através de Comte a teoria destacou-se internacionalmente entre a metade do século XIX e começo do século XX. Segundo os princípios do filósofo, as primeiras ideias do Positivismo surgiram como subdivisões do Iluminismo, na época das crises sociais, que explodiram na Europa e da chamada "sociedade industrial", marcada pela Revolução Francesa.
  • 5. • A Revolução Francesa pôs fim ao chamado “Antigo Regime”, ou seja, acabou com a monarquia no território francês. Esse fato desencadeou um período de instabilidade política que durou cerca de trinta anos. A Inglaterra acumulava cada vez mais fábricas, inaugurando a primeira fase da Revolução Industrial, que no século XVIII utilizava, principalmente, o motor a vapor como forma de energia produtiva. O efeito colateral negativo dessa primeira fase da Revolução Industrial foi a explosão demográfica dos centros urbanos, que ocasionou um crescimento desordenado das cidades, acirrando a desigualdade social, a miséria, a fome e as doenças.
  • 6. • Como maneira de entender as complexas mudanças sociais, Comte propôs o desenvolvimento de uma nova ciência, a Sociologia. Segundo o filósofo, esse período seria o mais intenso na cadeia evolutiva da humanidade, que utilizaria a Sociologia e a Biologia para compreender os campos fisiológicos e sociais de atuação do ser humano na natureza. • O positivismo seria uma saída para resolver o problema deixado pela instabilidade política. Comte era favorável ao fim da monarquia, porém, o caos que sucedeu a Revolução Francesa, para ele, era perigoso e, segundo o filósofo, somente a ordem política e o rigor civil poderiam mudar esse quadro. Por meio de um estudo sistemático da sociedade (Sociologia) e da ordem política e social aliada ao cientificismo (positivismo), haveria avanço para a humanidade.
  • 7. METODOLOGÍA POSITIVISTA: • O filósofo enxergava todas as sociedades constituídas através de núcleos permanentes, a exemplo da família e da propriedade, que devem promover o progresso. As ideias positivistas comparam a sociedade a um organismo biológico, no qual nenhuma parte tem existência independente, ou seja, em um estágio positivo não haveria lugar para o individualismo, apenas para o desenvolvimento do altruísmo (termo cunhado por Comte) e da solidariedade de cada um em favor dos outros. A principal metodologia do pensamento positivista é a observação dos fenômenos. Através dela, é feita a observação e a imaginação dos fatos, desconsiderando todo conhecimento que não possa ser comprovado de forma científica, no ano de 1855, Auguste Comte escreveu a obra “Apelo aos conservadores”, no qual definiu o significado da Lei dos três estados, considerada a ideia-chave do Positivismo comtiano os estados são:
  • 8. • Teológico: o ser humano busca a explicação da vida através de entidades supranaturais, no qual o imaginário e a criatividade humana se sobrepõe à racionalidade. • Positivo: esse estado não se preocupa com os motivos ou propósitos das coisas, mas sim com a maneira como ocorre o processo. • Metafísico ou abstrato: o homem continua à procura das respostas para as mesmas perguntas feitas na fase teológica. Além disso, os deuses são substituídos por entidades abstratas, como o "Éter", que tenta explicar a realidade. • Essa lei ajuda a compreender as etapas pelas quais o ser humano evolui em relação às concepções da vida.
  • 9. CARACTERÍSTICAS DO POSITIVISMO: • Para o Positivismo, apenas uma teoria deve ser considerada verdadeira, isto é, pode ser comprovada através de técnicas científicas válidas (ciências naturais). Sendo assim, enquanto doutrina filosófica, ela tem a matemática, a física, a astronomia, a química, a biologia e a sociologia como principais modelos científicos. • O Positivismo defende a ideia da ciência cumulativa ou transcultural. Isso quer dizer que não importa a cultura onde a corrente filosófica se desenvolveu, o importante é alcançar toda a humanidade. Comte centralizou a ideia do pensamento positivista em sete termos e significados. São eles: o real, o útil, ao certo, o preciso, o relativo, o orgânico e o simpático. Vale ressaltar que o pensamento positivista é considerado também uma “romantização da ciência”, pois ele deposita a sua fé na onipotência da razão, apesar de estabelecer os valores humanos como completamente opostos aos da teologia e a metafísica.
  • 10. A GEOGRAFIA TRADICIONAL E O POSITIVISMO: • O período chamado de tradicional na Geografia, estende-se de 1870, aproximadamente, quando essa disciplina se tornou uma disciplina institucionalizada nas universidades europeias, até a década de 1950, quando se verificou a denominada revolução teorético-quantitativa.Na perspectiva tradicional, a Geografia sofreu forte influência das obras de Alexandre Von Humboldt e de Karl Ritter. As contribuições e as ideias apresentadas por aqueles geógrafos tiveram grande repercussão, incidindo no desenvolvimento dessa ciência na primeira metade do Século XX. Na Alemanha, os trabalhos mais significativos são os de Alfred Hettner; na França os trabalhos mais relevantes são os de Paul Vidal de La Blache.
  • 11. • A primeira manifestação da filiação da Geografia ao Positivismo está na redução da realidade ao mundo dos sentidos, ou seja, os estudos dos fenômenos devem se restringir aos aspectos visíveis, mensuráveis e palpáveis. A partir desse entendimento, a Geografia é considerada uma ciência empírica, pautada na observação, que é a única forma possível de se obter o conhecimento. No que se refere aos procedimentos de análise (descrição, enumeração, classificação e comparação, chega-se a conclusões gerais e ao descobrimento das leis) a indução é posta como a única via para se chegar à explicação científica
  • 12. • Uma segunda manifestação da filiação positivista é a ideia da existência de um único método de interpretação, comum a todas as ciências. Tal método seria originário das ciências naturais, que se converteriam em modelo de cientificidade, e deveriam orientar as demais ciências, a base essencial desse método foi anunciada por Augusto Comte o raciocínio indutivo, que parte da observação, mediante classificação e comparação, pelos quais se chega à conclusão e ao descobrimento de leis.Nessa concepção, a naturalização dos fenômenos humanos, se expressa na seguinte afirmação: “A Geografia é uma ciência de contato entre o domínio da natureza e o da humanidade”, noção que permeia todo o pensamento Geográfico Tradicional. Com efeito, o homem aparece como um elemento da paisagem, na geografia tradicional, ou seja, como um dado do lugar, como mais um fenômeno da superfície da Terra.
  • 13. • Positivismo é uma concepção filosófica e metodológica, e foi por meio dessa corrente de pensamento que a Geografia deixou a Idade Clássica, e ingressou na Era Moderna, que trouxe um novo discurso para a Geografia, exigindo um saber sistematizado e a possibilidade de afirmar proposições a partir de um certo grau de precisão, nos limites de uma linguagem lógica. Foi nesse palco que os geógrafos ergueram os pilares da Geografia Tradicional. Os intelectuais vinculados às correntes, determinismo ambiental, possibilismo e o método regional tentaram as primeiras tentativas de generalização feitas pelos geógrafos do período moderno. Redução da realidade ao mundo dos sentidos, existência de um único método de interpretação, comum a todas as ciências, a Geografia é uma ciência de síntese. O pensamento geográfico também se sustentou à custa de alguns princípios elaborados no processo de constituição dessa disciplina, e tidos como inquestionáveis, são eles: princípio da unidade terrestre - a princípio da individualidade, princípio da atividade, princípio da conexão, princípio da comparação e princípio da extensão.
  • 14. POSITIVISMO NA GEOGRAFIA : • O Positivismo como Fundamento da Geografia Tradicional e como forma de um conjunto de idéias onde pensamentos são formulados, se concede o pensamento geográfico tradicional ( orientação geral de um conjunto das correntes não-dialéticas). Uma das manifestações do positivismo na Geografia Tradicional é a redução real do mundo na relação com sentidos, ou seja embasar-se todo trabalho de pesquisa científica ao domínio de fenômenos
  • 15. ESCOLA ALEMÃ DE GEOGRAFIA : • Alexander Von Humboldt (1769-1859), Karl Ritter (1779-1859) e Friedrich Ratzel (1844-1904) foram os nomes de maior destaque na escola alemã surgida no século XIX, sendo os dois primeiros os responsáveis pela sistematização da geografia como ciência, neste tempo, a geografia tradicional, geografia que apresentou o positivismo de Augusto Comte (1798-1857), ou seja baseando-se na observação; e o último, veio a formular a teoria do determinismo ambiental, o primeiro paradigma a caracterizar a geografia em emerge no final do século XIX. • A teoria do determinismo ambiental formulada por Ratzel, fala das influências que as condições naturais exerceriam sobre o ser humano, sustentando a tese de que o meio natural determinaria o homem. Neste sentido, os homens procuravam organizar o espaço para garantir a manutenção da vida. O maior sinal de perda de uma sociedade seria a perda do território.
  • 16. • As afirmações de Ratzel estavam fortemente ligadas ao momento histórico em que ele vivia, durante a unificação alemã. O expansionismo do Império Alemão, arquitetado pelo primeiro-ministro da Prússia, Otto von Bismarck (1815-1898), foi legitimado pelas duas principais correntes de pensamento ratzeliano, o determinismo geográfico e o espaço vital (espaço necessário para a sobrevivência de uma dada comunidade). A primeira explicaria a superioridade de algumas raças, nesse caso, a alemã, que naturalmente se desenvolveria mais que as outras, e a segunda justificaria a conquista de novos territórios para suprir a maior demanda de recursos para seu desenvolvimento, ou seja, expansionismo.
  • 17. • Os discípulos do determinismo foram além das proposições ratzelianas, chegando a afirmar que o homem seria um produto do meio. Defendiam que um meio natural mas hostil, proporciona um maior nível de desenvolvimento ao exigir um alto grau de organização social para suportar todas as contrariedades impostas pelo meio. Ex: O inverno justificaria o desenvolvimento das sociedades europeias, que não tiveram grandes dificuldades em subjugar os povos tropicais, mais indolentes e atrasados. Essa ideia justificou o expansionismo neocolonial na África e na Ásia entre o fim do século XIX e o início do século XX. Pensamentos que, mais tarde, foram aproveitados pelos cientistas e políticos da Alemanha Nazista.
  • 18. ESCOLA FRANCESA DE GEOGRAFIA : • Ao final do século XIX, em reação ao determinismo geográfico, surge na França, o Possibilismo. Este procurou abolir qualquer forma de determinação, adotando a ideia de que a ação humana é marcada pela contingência. A natureza era considerada como fornecedora de possibilidades para que o homem a modificasse. Teve como precursor Paul Vidal de La Blache (1845-1918), sem dúvida, o nome de maior destaque da escola francesa de geografia. • Enquadrado no pensamento político dominante, num momento em que a França tornou-se uma grande soberania, diferentemente da Alemanha, que na época do determinismo ainda passava por um processo de unificação territorial, Vidal de la Blanche realizou estudos regionais procurando provar que a natureza exerce influências sobre o homem, mas que o homem tinha possibilidades de modificar e de melhorar o meio, dando origem ao possibilismo. A natureza passou a ser considerada fornecedora de possibilidades e o homem o principal agente geográfico.
  • 19. DETERMINISMO GEOGRÁFICO: O determinismo geográfico é a crença de que o ambiente determina os padrões da cultura humana de um determinado local e seu desenvolvimento social. Neste caso são levados em consideração principalmente os fatores físicos, como formas de relevo e clima. Os especialistas que acreditam no determinismo geográfico afirmam que somente os fatores ecológicos, climáticos e geográficos são responsáveis pelas culturas humanas e decisões individuais. Além disso, eles afirmavam que as condições sociais praticamente não têm impacto sobre o desenvolvimento cultural. O principal argumento para o determinismo geográfico é de que as características físicas de uma área, como o clima, têm um impacto essencial e direto na vida dos habitantes do local.
  • 20. Essa perspectiva afirma que isso ajuda a definir o comportamento geral e a cultura de uma sociedade. Por exemplo, foi dito que as áreas nos trópicos de câncer e capricórnio eram menos desenvolvidas do que as latitudes mais altas. Essa justificativa se deu pelo clima continuamente quente que, segundo alguns geógrafos, facilitava a sobrevivência e, portanto, as pessoas que moravam ali não trabalhavam tanto para garantir sua sobrevivência. Outro exemplo de determinismo geográfico seria a teoria de que as nações insulares (formadas por uma ilha ou um conjunto delas) têm características culturais únicas, devido ao seu isolamento das sociedades continentais
  • 21. POSSIBILISMO GEOGRÁFICO: • O possibilismo nasceu na França, no final do século XIX e início do século XX, com o pensador Paul Vidal de La Blache. Para ele, o homem (sociedade) consegue adaptar o meio pela técnica, pelo trabalho. La Blache dedicou-se à ideia de gênero de vida, com base na relação entre sociedade e espaço. Neste, o ser humano não é um produto do meio, mas, sim, o contrário, uma vez que, pela técnica, com o advento das revoluções tecnológicas, o ser humano consegue transformar o espaço, adaptando o relevo, adaptando-se ao clima, transformando cursos dos rios, construindo hidrelétricas, por exemplo.
  • 22. CARACTERÍSTICAS DO POSSIBILISMO DE VIDAL DE LA BLACHE: • O mentor das ideias possibilistas foi Paul Vidal de La Blache, que focalizou a relação homem/meio, tendo como pano de fundo o confronto entre França e Alemanha. O Possibilismo proliferou por entre a intelectualidade francesa da época, tendo um papel fundamental na consolidação da sociedade burguesa francesa. Seu objetivo era abolir qualquer ideia determinista, e por meio da objetividade e neutralidade buscava legitimar as doutrinas da ordem.A Geografia teve um tratamento privilegiado na época, no processo de neutralização da ciência visando à manutenção ideológica, sendo a disciplina incluída em todas as séries do ensino básico, além de serem criados institutos e universidades de Geografia. • Assim, nessa ótica considerou-se a natureza como doadora de possibilidades para que o homem pudesse modificá-la a seu favor, se quisesse. Bastaria intervir na natureza e adequá-la às suas necessidades.
  • 23. • Dentro dessa perspectiva, o homem poderia transformar o meio que bem entendesse, pois além de modificá-lo ele também se adapta a esse próprio meio modificado. Os adeptos da perspectiva possibilista não responsabilizam as condições ambientais pela pobreza da população regional, pois a natureza oferece condições para que o homem a modifique. • Ou seja, o homem não sofre, simplesmente, a ação do meio natural e sim manifesta a sua ação sobre o meio, sendo o homem um agente geográfico que atua sobre o meio natural, usando sua influência e criando possibilidades de sobrevivência. • É importante considerar que o Possibilismo, sendo uma corrente do pensamento geográfico francês, surgiu por conta de uma necessidade Estatal, ao atender os interesses do expansionismo Francês, objetivando a interação homem com o meio natural
  • 24. GEOGRAFIA TRADICIONAL DE RATZEL E DE HARTSHORNE • A geografia Tradicional privilegiou diversos conceitos como: paisagem e região e em torno deles, estabeleceu-se a discussão sobre o objeto da Geografia e a sua identidade no âmbito das demais ciências. Desse modo, os debates incluíam os conceitos de paisagem, região natural e região- paisagem, assim como os de paisagem cultural, gênero de vida e diferenciação de áreas. Envolvem geógrafos vinculados ao Positivismo e ao historicismo ou, em outros termos, aqueles geógrafos deterministas, possibilistas, culturais e regionais, mas onde o conceito de espaço onde se situa a Geografia tradicional? O espaço, na realidade, não constitui conceito chave na Geografia Tradicional. Contudo, está presente na obra de Ratzel e de Hartshorne, ainda que, como no caso do segundo, de modo implícito.
  • 25. GEOGRAFIA TRADICIONAL DE VIDAL DE LA BLACHE: • Paul Vidal de La Blache (1845-1918) foi um geógrafo francês e um dos nomes mais lembrados no que se refere à história do pensamento geográfico. Vidal também foi considerado o fundador da escola regional francesa. La Blache rejeitava a ideia preconizada por Friedrich Ratzel que caracterizou a escola alemã de geografia, em que as condições naturais do meio influenciavam e determinavam as atividades humanas e a vida em sociedade. Para Vidal, o homem também transformava o meio onde vivia, de forma que para as ações humanas, diversas possibilidades eram possíveis, uma vez que essas não obedeceriam a uma relação entre causa e efeito. • Graças à sua formação, La Blache trouxe para a Geografia a importância do tempo e da história para os estudos geográficos. Foi considerado, por isso, um dos grandes responsáveis pela difusão da Geografia Humana, apesar de afirmar que a Geografia não deveria estudar o homem, mas o meio em que ele vive.
  • 26. • La Blache também defendia a prática de uma Geografia Regional. Para esse pensador, seria impossível, ao menos naquele momento, alcançar visões totalizantes para a realidade, de forma que os conhecimentos e os conceitos só deveriam ser aplicados em realidades específicas. Por isso, incentivou e participou de muitas monografias regionais, isto é, estudos que se preocupavam apenas com uma determinada região e que se caracterizavam por serem extremamente descritivos. • Por isso, o conceito de região foi muito importante em sua obra. Na teoria lablacheana, esse conceito estava associado às paisagens naturais, de forma que uma região existia no espaço independente da vontade humana, cabendo aos cientistas apenas identificá-las e expor suas características. Tal conceito foi mais tarde criticado, uma vez que a região passou a ser entendida como uma divisão elaborada pelo homem a partir de seus próprios critérios e que, portanto, não existiria naturalmente, sendo uma construção intelectual humana.
  • 27. • Outro conceito muito importante em sua obra foi o de gênero de vida. Para La Blache, as regiões constituíam um meio vivo que proporcionava o desenvolvimento das sociedades. Com a utilização dos recursos regionais naturais, a vida em sociedade constituiria, então, o que se denominou por gêneros de vida. • A partir desses conceitos e de um método que se caracterizava por ser uma sequência entre observação, comparação e conclusão, Vidal se tornou um dos maiores nomes da ciência geográfica e contribuiu para alavancar a Geografia Francesa para se opor e combater a Geografia Alemã e as suas intenções geopolíticas.
  • 28. A GEOGRAFIA TRADICIONAL DO BRASIL: • A escola possibilista possuía como grande precursor Vidal de La Blache, que formula suas ideias através do método positivista, em que o homem é quem modifica o meio, onde ele adapta-se a natureza e a transforma, criando no relacionamento constante e cumulativo com a natureza um conjunto de técnicas, hábitos que lhes permitem utilizar os recursos disponíveis, e este, conjunto de técnicas e costumes construído e passado socialmente denominou gênero de vida, ao qual, haveria uma relação de equilíbrio entre a população e os recursos dessa maneira como a Geografia era conceituada enquanto ciência também teve uma forte influência nas Universidades, o ensino de Geografia nas escolas brasileiras teve influência dos geógrafos franceses.
  • 29. • No Brasil os primeiros cursos de formação de professores de Geografia surgiram nos anos de 1930, antes disso os conhecimentos geográficos existentes não estavam consolidados, a partir desse período essa ciência se institucionaliza cientificamente no país, muito baseada na Geografia Francesa. As instituições que sediaram os primeiros cursos foram a Universidade de São Paulo e a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Essa Geografia era marcada pelo positivismo que sustentava metodologicamente quase todas as chamadas ciências humanas que se consolidaram nessa época nas faculdades brasileiras. Com fortes tendências de estudos regionais, os estudos geográficos pautavam se pela busca de explicações objetivas e quantitativas da realidade fundamentos da escola francesa até então.
  • 30. GEOGRAFIA E O MARXISMO HISTÓRICO • O materialismo histórico é um marco teórico que visa explicar as mudanças e o desenvolvimento da história, utilizando-se de fatores práticos, tecnológicos (materiais) e o modo de produção. • Na perspectiva do materialismo histórico, as mudanças tecnológicas e do modo de produção são os dois fatores principais de mudança social, política e jurídica. • Essa concepção social e filosófica foi desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels, dois filósofos alemães.
  • 31. • O conceito foi desenvolvido quando a Revolução Industrial já havia se espalhado por toda a Europa, durante os séculos XVII e XVIII. Foi nesse cenário, caracterizado pela ascensão da burguesia que eles buscaram entender como se davam as novas relações sociais
  • 32. ALGUNS ELEMENTOS DA CONCEPÇÃO DO MATERIALISMO HISTÓRICO: • O materialismo histórico busca entender as relações entre o trabalho e a produção de bens materiais ao longo da história; • O homem vai viver suas relações sociais segundo as relações econômicas, ele não tem autonomia. Essa afirmação é validada ao observarmos os períodos históricos. Por exemplo, na Idade contemporânea, a sua relação econômica define se você é patrão ou proletário e na Idade média, definia se você era servo ou senhor; • As ideias não influenciam a vida social. O Idealismo não consegue realizar nada que de fato modifique a sociedade, só a práxis; • A evolução histórica acompanha a sucessão dos modos de produção; • O trabalho media as relações sociais durante toda a história da humanidade.
  • 33. MATERIALISMO DIALÉTICO: • Na concepção marxista, a dialética é uma ferramenta utilizada para compreender a história. • A dialética marxista considera o movimento natural da história e não admite sua maneira estática e definitiva. Segundo Engels: “O movimento é o modo de existência da matéria ” . Sendo assim, a história quando é analisada como algo em movimento torna-se transitória, que por sua vez, pode ser transformada pelas ações humanas. “Engles”
  • 34. CARACTERÍSTICAS: • Baseia-se na dialética para compreender os processos sociais. • Não concorda com o conceito de que a história é estática e definitiva. • Opõe-se totalmente ao idealismo. • Estuda os fatos históricos com base em elementos contraditórios. • Defende que qualquer análise deve avaliar um todo e não somente o objeto do estudo em questão.
  • 35. O MATERIALISMO DIALÉTICO ESTÁ SUBDIVIDIDO EM QUATRO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.SÃO ELES: • A história da filosofia abrange um processo de conflito entre o princípio idealista (que se baseia em ideias, pensamentos e no abstrato como um todo) e o princípio materialista (que tem por base os materiais, fatos e estudos concretos).* • Todo ser humano é responsável por determinar a própria consciência e não o contrário.* • A matéria é dialética e não metafísica, ou seja, está em constante mudança e não é estática. • A dialética é o estudo da contradição na essência das coisas; ela baseia seus estudos na comparação de contradições analisando um todo.
  • 36. FENOMENOLOGIA • Fenomenologia é uma metodologia ou um modo de pensamento filosófico que retoma a importância dos fenômenos, os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo e de nós próprios. • Esse método foi desenvolvido inicialmente por Edmund Husserl (1859-1938) e, desde então, tem muitos adeptos na Filosofia e em diversas áreas do conhecimento. • Para ele, o mundo só pode ser compreendido a partir da forma como se manifesta, ou seja, como aparece para a consciência humana. Não há um mundo em si e nem uma consciência em si. A consciência é responsável por dar sentido às coisas.
  • 37. • De acordo com a fenomenologia de Husserl, todos os fenômenos do mundo devem ser pensados a partir das percepções mentais de cada ser humano. O filósofo queria que a filosofia pudesse ter as bases e condições de uma ciência rigorosa. No entanto, um método científico é determinado por ser uma "verdade provisória", ou seja, algo que será considerado como verdadeiro até que um fato novo mostre o contrário, criando uma nova realidade.
  • 38. • Os fenômenos são entendidos pela representação que a consciência faz do mundo. O entendimento deve ser entendido sempre como "consciência de algo". Com isso, o autor nega a ideia tradicional da consciência como uma qualidade humana, vazia, que pode ser preenchida com algo.
  • 39. GEOGRAFIA MODERNA • O positivismo influenciou várias ciências umas dela foi a geografia no século XVIII e XIX. Um conjuntos de novas ideias fundamentados de compreender o mundo. Colocando-os em regras e métodos explicando de uma forma com certo grau de precisão. • Mas se a geógrafos da historia antiga esteve atrelado a concepção de explicar a existência do mundo e da superfície terrestre , mediante da descrição dos povos e dos lugares ,da cartografia de lugares ,elaborando uma imagem do mundo ,procura na modernidade torna-se cientifica e moderna ,fundamentando-se no uso do método para suas explicações.
  • 40. • A geografia moderna buscava romper que havia anteriormente substituir a simples descrição e o conhecimento empírico do senso comum por uma forma de explicação também teórica, que pudesse ser formulado alguns procedimentos e métodos. Um dos autores da ciência moderna foi Kant que ministrava a “física do mundo” ou” Geografia Física “ que concebia a geografia como uma ciência empírica .Assim surgiu as obras de Humboldt e Ritter conhecido com os maiores expoentes da Geografia moderna.
  • 41. ALEXANDER VON HUMBOLDT: Seu olhar tinha por objeto os elementos mais variados do meio físico, mas não se limitava a eles. Humboldt observava também a sociedade local. Cada observação se dava separadamente e em seguida recolocada em conexão com as outras, a fim de resgatar uma verdadeira cadeia explicativa. Não é, por tanto, difícil de compreender a insistência com que o nome de Humboldt é associado ao da Geografia moderna. A respeito da continuidade com as narrativas de viagens e as cosmografias, Humboldt soube, graças à sua grande cultura, reproduzir essas tradições a um novo modelo científico e atualizá-las levando em conta as principais descobertas da época.
  • 42. Durante a viagem buscava observar e contemplar a paisagem para entender os processos de sua formação e das “forças da natureza”, em suas próprias palavras, procurando compreender “a ação combinada das forças, a influência da criação inanimada sobre o mundo animal e vegetal, sobre esta harmonia” (HUMBOLDT apud CAPEL, 2008, p. 14). Suas influências vêm do iluminismo, do racionalismo, da concepção do uso da razão para estabelecer o entendimento do mundo, mas também de correntes filosóficas que se contrapunham ao racionalismo. É o caso, por exemplo, da influência das obras de Schelling (1775-1829), cuja “Filosofia da natureza” baseava-se na compreensão da natureza mediante a observação, contemplação e relacionando as diversas conexões que compõem uma “natureza integrada”.Segundo Antonio Carlos Rober t de Moraes (2003),
  • 43. Humboldt usou como método o empirismo “raciocinado”, segundo o qual a paisagem precisaria ser contemplada, observada para, depois dessa reflexão, chegar-se à causalidade das conexões existentes na natureza. Assim afirma Moraes (2003, p. 48): A paisagem causaria no observador uma impressão, a qual combinada com a observação sistemática dos seus elementos componentes e filtrada pelo raciocínio lógico, levaria à explicação; à causalidade das conexões da paisagem observada. Na visão de Humboldt interessava o entendimento dos fatores naturais de forma integrada, desse modo não separava, por exemplo, as questões climáticas (temperatura, umidade, luz, pluviosidade etc.), dos fatores pedológicos (solos), geológicos (formação das rochas e minerais, processos de vulcanismo, origem da Terra e das formações geológicas etc.) com os tipos de vegetação.
  • 44. ESQUEMA DO MÉTODO DE HUMBOLDT. Fonte: Elaborado por Vivian Fiori,2004. Observação da Natureza Contemplação Intuição Causalidade Conexões dos fenômenos Comparação Leis Gerais Síntese da Paisagem
  • 45. KARL RITTER: Ritter estabelece a relação ou a conexões entre fatores físicos e humanos, postulando a relação do homem com o meio. Estudou Filosofia e História. Apesar de sua origem familiar, tornou-se defensor da monarquia. A religião teve relação com o discurso e obras de Ritter, já que para esse pensador tudo no mundo tinha uma finalidade divina, mas cabia ao cientista desvendar os processos existentes no mundo. Sobre essa questão, Antonio Carlos Rober t Moraes (1989, p. 49) afirma que:
  • 46. “Para Ritter a ordem natural obedeceria a um fim previsto por Deus, a causalidade da natureza obedeceria à designação divina do movimento dos fenômenos. Deste modo, haveria uma finalidade na natureza, logo uma predestinação dos lugares. Compreender esta predestinação seria a tarefa do conhecimento geográfico, que no limite, para esse autor, seria uma forma de contemplação da própria divindade.” Assim, os estudos de Ritter também tinham uma perspectiva religiosa, talvez pelo fato de ter sido criado por um padrasto pastor. De qualquer forma, Ritter dizia que tudo que estava no mundo havia sido criado com uma finalidade, contudo, cabia à Geografia desvendar essas realidades já criadas, pois nesses sistemas naturais estariam expressos os desígnios divinos e atribuía-se à Ciência desvendá-los. Para Ritter, a ordem dos fenômenos pertenceria a um fim previsto por Deus. Ritter foi considerado um dos precursores da Geografia moderna e sua obra teve importância principalmente por discutir a questão do método e dos procedimentos metodológicos em uma pesquisa de Geografia, sobretudo em uma perspectiva regional.
  • 47. Ritter e Humboldt viveram no mesmo período, sendo que Ritter teve importante cargo na hierarquia universitária da Alemanha, tendo lecionado na Cátedra de Geografia na Universidade de Berlim. Embora contemporâneos, há algumas diferenças em relação à formação e obra de Ritter e Humboldt, entre as quais destacam- se: • Ritter realizou menos viagens e expedições; por outro lado, tendo estudado na universidade Química, Física, Estatística e História optou nos seus estudos por desenvolver uma perspectiva regional e com o homem como um elemento de seus estudos de forma mais direta; • Ritter escreveu obras como Europa, quadros geográficos, históricos e estatísticos e também sobre o Oriente Médio, Ásia e África; assim, a produção de Ritter tinha uma perspectiva de estudos regionais, enquanto Humboldt fomentava uma perspectiva de estudos mais gerais. Ou seja, enquanto Humboldt buscava leis gerais à sua explicação sobre o mundo, Ritter fazia comparações para, a partir dessas, evidenciar os arranjos individuais em uma perspectiva regional.
  • 48. Desse modo, havia algumas diferenças entre os legados teóricos de Humboldt e Ritter, conforme destaca Ruy Moreira (2006, p. 24): Ritter e Humboldt, posto que seus trabalhos se entrelaçassem, eram, entretanto, complemento um do outro. Humboldt emprestou método e forma à Geografia sistemática (Climatologia e Geografia das plantas), Ritter fundou o estudo regional. Juntos, empreenderam um quase completo e moderno programa de Geografia. Assim, é de lamentar-se que Ritter, através de seus ensinamentos na universidade e nos vários estudos sobre metodologia, houvesse influenciado muito mais a geração subsequente do que Humboldt, cujos trabalhos, dispersos por tantos jornais, fossem menos conhecidos pelo menos entre os geógrafos. A princípio, a influência de Humboldt foi muito maior no desenvolvimento das Ciências sistemáticas e, quando uma década mais tarde, eles principiaram a preocupar os geógrafos, estes consideraram a sua obra não como complemento, mas como contrária à obra de Ritter, usando-o com a finalidade de for talecer o dualismo existente entre a Geografia regional e a Geografia física, o que durou até o término do século.
  • 49. Ritter estabelece relações ou conexões entre fatores físicos e humanos, postulando a relação do homem com o meio e, por tanto, relacionando a História à Geografia. Nesse sentido, Ritter (apud CAPEL, 2008, p. 43) assim explica o que é Geografia: A expressão Geografia, utilizada no sentido de descrição da Terra, é infeliz e tem confundido as pessoas; parece-nos que com isso simplesmente refere-se aos elementos, cujos fatores são a verdadeira Ciência da Geografia. Esta Ciência tenta possuir a mais completa e cósmica imagem da Terra; resumir e organizar em uma bela unidade de tudo o que conhecemos do globo [...]. A Geografia é a parte da Ciência que estuda o Planeta em todas suas características, fenômenos e relações, como uma unidade interdependente, e mostra a conexão deste conjunto unificado com o homem e com o Criador do homem. Enquanto Humboldt, apesar de ter escrito sobre o homem, privilegiou a compreensão dos elementos integrados na natureza, por meio do conceito de paisagem, Ritter favoreceu estudos regionais nos quais o homem era um elemento impor tante na Geografia. Sua principal obra denomina-se Geografia comparada. Nessa aparece uma introdução teórico-metodológica sobre o que é Geografia. Em 1822 foi editado o primeiro volume da versão definitiva da obra Geografia geral e comparada, na qual trabalhou até 1859.
  • 50. • Desse modo, Humboldt e Ritter tornaram-se geógrafos importantes à sistematização do conhecimento geográfico, trazendo propostas e métodos à Geografia, assim como ampliaram o papel institucional dessa Ciência a partir da formação de Cátedras dessa disciplina no meio acadêmico. • Contudo, ambos não formaram uma “escola” geográfica e a par tir desses o positivismo tornou-se um dos principais métodos. Assim, compreenderemos um pouco sobre esse método
  • 51. DISCUSSÕES DA GEOGRAFIA MODERNA O paradigma geral da realidade unificadora, não a especialização formada com o progresso da ciência moderna. No entanto, numa perspectiva abrangente e holística (Moreira, 2006), a geografia tem encontrado dificuldades em pensar a sua construção científica a partir da natureza e da sociedade, e a partir de um percurso historicamente diverso e conflituoso após as suas origens modernas (Moreira, 2006). O objeto de análise da geografia foi entendido desde sua origem como a expressão dessa complexa relação entre o homem (sociedade) e a natureza, e enfrenta a dificuldade científica de lidar com a divisão ou separação da natureza e pressupostos metodológicos filosóficos. O problema aqui não está na perspectiva de síntese, com o se pretende, mas justamente na incapacidade de integração filosófica, por parte dos geógrafos, dessa s divergências que tomaram forma no campo da ciência. Em outras palavras, seguindo os preceitos do conhecimento científico moderno e recorrendo à filosofia como fonte de premissas e conceitos, a geografia historicamente não cumpriu o que propôs nas origens modernas e o que sua disciplina realmente requer, ou seja, tem lidado com ela e a solução, métodos filosóficos e metodológicos nos campos humano e natural.
  • 52. Humboldt e Ritter seguiram esse caminho, participaram ativamente dos debates filosóficos e, à sua maneira (especialmente Humboldt), propuseram uma forma de análise que, em seu contexto, pode conciliar conceitualmente o homem e a natureza. Entende-se que este caminho, por causa da realização do completo do conhecimento científico moderno, é analiticamente contrário à filosofia e só pode ser encontrado na definição pré-definida (quando ainda se propõe esse mínimo diálogo) impactou tão incisivamente na construção e estruturação metodológica da Geografia.
  • 53. • As divergências metodológicas entre um ramo físico e outro social das ciências ampliaram a dificuldade epistemológica da Geografia, na medida em que ela não solucionou seus impasses e, ainda hoje, continua tomando em prestado suas orientações e premissas metodológicas das Ciências Humanas e Naturais sem o exame e solução filosóficos necessários para uma postura integradora. Como, enfim, não há um a unidade filosófica entre estas premissas e correntes, ou seja, como os pressupostos metodológicos das ciências naturais e humanas assumiram caminhos divergentes, resta que a Geografia, refém destes pressupostos, se encontra permanentemente em crise, para usar a tão conhecida expressão de Lacoste (de 1974).
  • 54. • No saber geográfico contemporâneo, mais do que outrora, o conflito resultante desses caminhos metodológicos distanciou o que se pretendia explicar, enfim, desenhou-se mais precisamente um a divisão entre um a Geografia Física e um a Geografia Humana, de maneira que, na Geografia Física, a sociedade aparece com o uma variável no conjunto organizado da natureza e sua manifestação espacial , e na Geografia Humana, a natureza é tom ada com o um elemento antropizado, incorporado direta ou indiretamente pelos interesses e prerrogativas sociais, aparecendo então com o uma expressão material da relação levada a cabo pelas transformações produtivas. Percebemos, nesse sentido, que a Geografia manteve -se ligada a sua origem pelo desafio de analisar integradamente homem (sociedade) e natureza, mas abandonou o exercício filosófico que lhe é próprio e sem o qual não pode integrar de maneira coerente uma explicação para o objeto que se propõe.
  • 55. • Ritter e Humboldt, com suas propostas integradoras, são a apresentação de um a resposta ou no mínimo promotores de um a discussão sobre a possibilidade de unir bases metodológicas distintas, legados interpretativos diversos, construções filosóficas excludentes num mesmo corpo de análise. Um a contribuição como essa seria fundamental para a Geografia.
  • 56. GEOGRAFIA PÓS MODERNA: Harvey (1993), ao discutir o tema Pós-Modernismo, informa que este é um conceito que não pode ser ignorado. Em seu texto, entre tantas perguntas que se faz destacam-se: o que é o Pós-Modernismo? Uma ruptura radical ao Modernismo? Um estilo? Uma comercialização e domesticação do Modernismo? A emergência de uma sociedade nova? Ou a lógica cultural do capitalismo avançado? “Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34”
  • 57. COMO PODEMOS DEFINIR PÓS MODERNISMO: Pós-Modernismo pode ser entendido como uma prática que emana da cultura do consumo de massa enraizada na vida cotidiana nesta fase do capitalismo avançado (HARVEY, 1993). Ou seja é correto afirmar que o pós modernismo esta ligado com o crescimento e expansão dos monopólios capitalistas, surgindo incialmente nos anos 70, com o ideal do progresso tecnológico e da criação dos desejos mais profundos da sociedade de consumo:
  • 58. Desmorona o estado de bem estar social; promove-se a construção das políticas do Estado Mínimo; a regulamentação anterior dá lugar à desregulamentação de direitos sociais, educação, saúde, habitação, de regras trabalhistas, de contratos de trabalho, de processos de produção... Dá- se lugar à flexibilização, ou seja, impõem-se regras brandas nos contratos, sejam eles de trabalho, ou de produção. “Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34”
  • 59. minimizam-se os encargos trabalhistas), promove-se a proliferação do trabalho autônomo, a terceirização (vide os programas Gente que Faz). Golpeiam-se os movimentos sindicais, propõe-se a livre negociação entre empregadores e empregados. Promove-se a exclusão na medida em que diminuem os postos de trabalho públicos e privados, amplia-se a demanda por emprego, aumenta-se a disponibilidade de mão de obra num mundo onde poucas são as economias que crescem. Neste contexto o trabalho se torna informal. Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 34, 35”
  • 60. • Este momento é também estudado por Milton Santos (1997, 2000) que o denominou de Período Técnico Científico Informacional. • Trata-se de um momento onde o advento de novas tecnologias impulsionadas pela ciência, demandadas dos grandes centros de investigação e/ou corporações, impõe novas formas de produzir e consumir. “Suertegaray notas sobre epstemologia da geografia, Pg 35”
  • 61. MILTON SANTOS: • Milton Santos foi um geógrafo brasileiro, considerado por muitos como o maior pensador da história da Geografia no Brasil e um dos maiores do mundo. Destacou-se por escrever e abordar sobre inúmeros temas, como a epistemologia da Geografia, a globalização, o espaço urbano.
  • 62. REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICO INFORMACIONAL: • Milton Santos foi o criador do termo “revolução técnico cientifico informacional” • Revolução técnico cientifico informacional, pode ser definida como o avanço das tecnologias de comunicação e sua facilidade, velocidade de acesso e comunicação de dados, entre pessoas, mesmo que seja de um pais a outro, sejam elas por meio telefônico, internet entre outros.
  • 63. AVANÇOS DA REVOLUÇÃO TÉCNICO CIENTIFICO INFORMACIONAL: • tecnologias ligadas às telecomunicações: antenas via satélite, torres de telefonia móvel, cabos de fibra óptica, redes de computadores, satélites, satélites de tv e rádio e tudo que possibilita a velocidade das informações . • Infraestrutura em transportes: mesmo com o incremento das telecomunicações, o transporte é de suma importância pois facilita facilita o dinamismo nesse sentido com aeroportos, portos, rodovias, entre outros.
  • 64. REFERÊNCIAS • www educamaisbrasil.com.br • www..educador.brasilescola.uol.com.br • https://m.brasilescola.uol.com.br • SILVEIRA Roberison Wittgenstein Dias ,Antônio Carlos;Debate e Epistemologia na Gênese da Geografia Moderna . • FIORI. Prof Dra Vivian ;Teoria e Métodos em Geografia -O Pensamento Geográfico