O documento descreve um projeto de extensão que visa promover a formação contínua em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para profissionais da área da saúde em Parintins, a fim de melhorar o atendimento à população surda. O projeto inclui identificar profissionais com conhecimento em Libras, mapear onde surdos buscam atendimento e oferecer cursos sobre Libras e saúde para os profissionais.

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1 Título do Projeto: Saúde e Educação :Formação contínua em Libras aos
Profissionais da área de saúde do Município de Parintins
2 Resumo do Projeto
O presente projeto de extensão pretende: Verificar como ocorre o atendimento as
pessoas Surdas nas UBS1
no Município de Parintins. A comunidade surda possui cultura
e linguagem próprias, desconhecidas pela maioria dos ouvintes, o que a exclui de vários
processos da sociedade. As barreiras na comunicação e o preconceito dificultam seu
acesso a serviços de saúde considerando que os surdos comunicam se por meio da
Libras. Assim a ideia em realizar um projeto que possa viabilizar este acesso dar -se
após um minicurso de Língua Brasileira de Sinais, realizados pelos acadêmicos surdos
em uma palestra com agentes de saúde em Parintins. Os surdos ficaram satisfeitos com
a interação, relataram preocupação com prevenção e autocuidado e expectativas
positivas quanto à formação de médicos humanizados e qualificados para seu
atendimento.
Palavras-chave: Saúde Educação Acessibilidade
3 – Introdução
O projeto que hora apresentamos tem como proposta que parti do objetivo
geral :Verificar como ocorre o atendimento as pessoas Surdas nas UBS no
Município de Parintins, considerando que a saúde não pode ser entendida
apenas como a ausência da doença, mas como um estado de bem-estar
físico, mental e social que se traduz, ainda, na qualidade de vida do indivíduo.
Percebemos que as ações em atenção ao cuidado individual, que
partem por meio do SUS pressupõe ações de cuidado coletivo, com enfoque
em processos de educação em saúde, visando à prevenção e a promoção de
saúde, todavia em meio a estes cuidados é necessária uma comunicação
acessível para que o surdo possa ser atendido de maneira igual como todos
os demais pacientes.
Assim, é importante destacarmos que em meio a população, há
diversos grupos de pessoas com suas especificidades, as quais devem ser
respeitadas durante os atendimentos em saúde. Algumas destas
especificidades podem afetar intensamente a comunicação e a relação entre
os profissionais de saúde e os pacientes, como no caso dos surdos.
1 Unidade de Saúde Básica

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No que refere se a surdez, que é caracterizada pela perda menor ou
maior da capacidade normal de percepção dos sons. Ela tem graus que se
dividem em leve, moderado, severo e profundo, os quais são descritos de
acordo com a quantidade de decibéis que o indivíduo não percebe.
Dessa maneira a interação por meio da formação dos profissionais da
área de saúde em libras têm o intuito de ampliar os conhecimentos adquiridos
propiciando uma melhor compreensão dentro dos atendimentos realizados.
4 - Objetivos:
Geral: Verificar como ocorre o atendimento as pessoas Surdas nas UBS
no Município de Parintins
Específico:
• Verificar junto a secretaria de saúde os profissionais que atendem
nas UBS e que tem algum conhecimento sobre a libras.
• Identificar junto à comunidade surda acadêmica, quais UBS eles
frequentam quando precisam de atendimento na área da saúde
• Desenvolver atividades que envolvam a formação em LIBRAS
voltada para área da Saúde para os profissionais que desejarem
participar
5 justificativa
A escolha do tema justifica se por percebermos que a comunidade surda
são usuários das línguas de sinais, possuem uma cultura própria, na qual a falta
da audição promove uma forma particular de experimentar o mundo e se situar
nele e a língua de sinais faz parte de sua identidade.
Dessa forma, a comunicação é uma necessidade do ser humano.
Também se configura como parte da história e da cultura de um indivíduo. A
comunicação entre as pessoas é uma troca de sentimentos e necessidades e
por meio dela é possível perceber a realidade do outro, suas crenças, seus
valores e sua subjetividade.
Ao apresentarmos esse projeto entendemos que a humanização da
atenção à saúde depende do estabelecimento da comunicação entre
profissionais de saúde e todos os usuários, respeitando suas especificidades,
sua cultura e sua identidade. Nesse sentido, é essencial a ampliação de acesso
da população surda aos serviços de saúde.

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É importante educar em saúde a comunidade surda e ouvinte, partindo
da interação com os mesmos, sendo assim uma forma de tirar a comunidade
surda da situação de vulnerabilidade, ampliando o acesso a informações,
compreensão e envolvimento no processo de cuidado em saúde, gerando
possibilidade de maior autonomia para este grupo de pessoas.
Educar também é humanizar e neste projeto de formação contínua
acreditamos que trará contribuições significativas tanto para os surdos como
para os profissionais da área de saúde que terão oportunidade de aprender uma
segunda língua e assim poder realizar um trabalho de forma acessível e
atendendo aos pilares da universidade: Ensino, Pesquisa e Extensão
6 - Revisão de Literatura sobre o Tema
Considerando as dificuldades de comunicação e as inúmeras
consequências negativas tanto para o surdo, que tem pouca informação em
relação à sua saúde, quanto para os trabalhadores que o atendem, que na
maioria das vezes, por não saberem como se comunicarem com este público,
sentem-se angustiados nas situações de contato com estes usuários.
Percebemos que tais interações causam desconforto, medo,
desconfiança, entre outros sentimentos ruins, que podem atrapalhar os
atendimentos e cuidados em saúde . Um dos resultados disso é a baixa procura
pelo cuidado em saúde por parte dos surdos, além de casos em que, apesar de
atendidos, os surdos continuaram com dúvidas a respeito de seu diagnóstico e
tratamento, bem como expressaram insatisfação com relação aos serviços de
saúde.
No que tange à população surda, a Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de
20002, buscou promover a acessibilidade por meio da retirada de obstáculos e
barreiras existentes nos meios de comunicação. A Língua Brasileira de Sinais
(Libras), que é a língua materna dos surdos, foi reconhecida como a segunda
língua oficial do Brasil em 24 de abril de 2002, por meio da Lei n.º 10.43611 e,
em 22 de dezembro de 2005, o Decreto n.º 5.62612 regulamentou essa lei.
Para comunidade surda é necessário se entender e ser entendido,
quando traduzem na humanização do serviço de cuidado em saúde. A oferta de

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cursos de formação e capacitação em Libras para os profissionais da área da
saúde é urgente e necessária, a fim de diminuir as barreiras de comunicação
existentes, além de informar esses profissionais sobre as especificidades
linguísticas, culturais e identitárias dos surdos. A língua de sinais, portanto, não
deve ser menosprezada.
Ainda nesse discurso, os surdos apontam a preferência por profissionais
que saibam Libras, mesmo que minimamente, pois, dessa maneira, conseguem
estabelecer um vínculo melhor, ter mais privacidade na consulta e aderir mais
facilmente ao cuidado proposto.
7 - Metodologia e Procedimentos Metodológicos
Referente as metodologias as serem utilizadas, tratou-se de um estudo
qualitativo, do qual participaram de acadêmicos surdos e intérpretes de libras da
Universidade do Estado do Amazonas, esse grupo de surdos foi composto por
mulheres e homens, todos com surdez bilateral e que utilizam a Libras para
comunicação.
Também participaram profissionais da área de saúde do Município de
Parintins, sendo desenvolvida as formações no auditório do CESP devido à
facilidade de acesso
Após passarem por um curso de Libras composto por encontros de uma
hora e meia cada e com metodologias ativas de ensino e aprendizagem, os
estudantes SURDOS realizaram como conclusão do curso uma atividade prática
de Educação em Saúde.
Os profissionais da área da suade receberam informações acerca da
Libras e da cultura surda, elaboraram e treinaram palestras sobre assuntos tais
como, queimaduras, ressuscitação cardiopulmonar, engasgo e importância do
exercício físico para a saúde, as explicações dos temas, serão sugeridos pelos
participantes e pelos surdos, onde poderão fazer perguntas sobre os assuntos.
Esse momento foi interpretado pelas intérpretes
8 - Resultados esperados
Resultado esperado é que os profissionais da área da saúde em formação
possam redescobrir, técnicas que possam tornar acessível o atendimento a
pessoa surda de forma mais humanizada

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9 - Cronograma de Atividades (Descrever atividades a cada mês)
SEQ AÇÕES PLANEJADAS MÊS ANO
01 Levantamento de fontes bibliográficas Agosto 2022
02 Apresentação do Projeto na secretaria de Saúde Setembro 2022
03
Identificar junto as UBS , quem tem algum conhecimento em libras
Outubro 2022
04 Verificar onde acadêmicos surdos realizam atendimento de saúde Novembro 2022
05
Período inicial da formação
Organização de temas e materiais didáticos para a formação Dezembro 2022
06
Organização do material a ser construído para trabalhar
Elaboração do Relatório Final do projeto
Janeiro 2023
07 Realização da Formação Fevereiro 2023
08 Realização da Formação Março m 2023
09
Realização da Formação
Abril 2023
10 Socialização de experiências e práticas Maio 2023
11 Elaboração do Relatório Final do projeto Junho 2023
12 Apresentação final dos resultados do projeto Julho 2023
Referencias
Brasil. Ministério da Saúde. SUS: a saúde do Brasil [Internet]. Brasília,
DF: O Ministério; 2011 [citado em 2022 maio. 21]. Disponível em:
https://bit.ly/3bvMduB.
Constituição da República Federativa do Brasil: 1988. Brasília (DF):
Centro Gráfico do Senado Federal;1988.
Ministério da Educação (BR); Secretaria de Educação Especial. Educação
infantil: saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e
sinalização: surdez [Internet]. 4. ed. Brasília (DF): O Ministério;2006
Organização Mundial da Saúde. Constituição da Organização Mundial
da Saúde (OMS/WHO). São Paulo: Comissão de Direitos Humanos; [199?]
[citado em 2022 mar. 21]. Disponível em: https://bit.ly/2zanw8G
Vieira CM, Caniato DG, Yonemotu BPR. Comunicação e acessibilidade:
percepções de pessoas com deficiência auditiva sobre seu atendimento nos
serviços de saúde. Rev Eletron Comun Inf Inov Saúde [Internet] 2017