O documento discute como a cultura é transmitida e como as pessoas interagem com ela nas diferentes etapas da vida: a criança absorve a cultura através da imitação; o adolescente usa a cultura para construir projetos para o futuro; e os adultos precisam da cultura para resolver problemas práticos da vida.
PROGRAMA DE AÇÃO 2024 - MARIANA DA SILVA MORAES.pdf
Uma Geografia da Cultura ao Longo da Vida
1. UM GEOGRAFIA DO PRÓPRIO HOMEM
• A cultura só existe através dos indivíduos aos quais é transmitidas
e que, por sua vez, a utilizam, à enriquecem, a transformam e a
difundem.
A cultura e as etapas da vida
• Cada um está exposto de uma maneira especifica à cultura,
recebe-a sob uma forma diferente e com uma dose original de
componentes porque não vive na mesma família, cercado das
mesmas pessoas, nas mesmas datas e nas mesmas
circunstâncias.
2. A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA
• Até os cinco ou seis anos, a
transmissão dos conhecimentos é
feita através da imitação e da
impregnação. O poder de atenção
da criança não é ainda suficiente
para que lhe sejam impostos
esforços prolongados
indispensáveis ao aprendizado
sistemático dos gestos ou à
aquisição de conhecimentos
ordenados.
• A criança familiariza-se com
os papéis sociais;
• As questões que a criança
se coloca, e coloca, são
então inumeráveis, mas o
momento das grandes
questões sobre o sentido da
vida ainda não chegou.
3. CRIANÇA X ADOLESCENTE
ADOLESCÊNCIA
A criança não é ainda um membro
ativo da sociedade: forma-se para
mais tarde. O adolescente prepara-
se para a ação. É partindo do que
recebeu que forja seu futuro: ele vive
por antecipação; a cultura serve-lhe
para construir projetos.
O tempo de sonho ainda não terminou: os
compromissos para os quais o adolescente
se prepara não são sempre definitivos;
reorientações são desejáveis. Permanecem
várias possibilidades sobre o sentido a dar à
vida. As responsabilidades estão próximas,
mas não são ainda esmagadoras. A
adolescência é um momento difícil, porque
é aquele das dúvidas, mas a espera tem
tantos charmes que, às vezes, hesita-se em
entrar na vida.
4. CONTINUIDADE E QUESTIONAMENTOS
NA IDADE ADULTA
• As relações do adulto com a cultura que recebeu e assimilou são
diferentes daqueles da criança e do adolescente. Têm primeiro
uma dimensão prática: é necessário enfrentar as dificuldades,
adaptar sua produção, reconquistar a clientela, fazer-se aceitar por
aqueles que se frequenta; convém pensar nas necessidades do lar
e acompanhar a educação das crianças. A cultura não serve mais
para construir grandes projetos, orientar a vida em tal ou tal
sentido. Deve contribuir para resolver problemas precisos,
enfrentar os prazos aos quais não é possível se furtar e encontrar,
no meio de possibilidades, dentre as quais nenhuma parece
satisfatória, aquela que é mais conforme a seus interesses e a
suas exigências.
5. A VELHICE
• “A partir de uma certa idade, a cultura não tem mais o mesmo sentido,
porque não se participa mais de uma vida ativa a não ser através das
lembranças ou por procuração”.
• “Na medida em que não é mais confrontada aos problemas da vida
ativa, a cultura que as pessoas idosas adquiriram deixa de ter de se
adaptar e de evoluir”.
• “As preocupações mudam quando o tempo que resta para viver
diminui. É mais difícil a implicação em projetos de longo prazo: não se
poderá desenvolvê-los totalmente, outros deverão retomá-los. Antes
mesmo que a participação na vida ativa termine, muda o espírito no
qual é conduzida. Os consumos culturais, com seu caráter um pouco
passivo, substituem frequentemente os comportamentos criativos”.