Planejamento participativo de projetos ecopedagógicos
1. Planejamento Participativo de Projetos Ecopedagógicos na Transição de
Conteúdos Programáticos Seriados para Ciclos de Aprendizagem
Baseados nos Parâmetros Curriculares Nacionais
Evandro de Castro SANGUINETTO1
, Maria Teresa Junqueira VASCONCELLOS2
1
Estudante de Biologia/UNINCOR – e-mail: evandro@encantadordesonhos.com.br
2
Orientadora e Professora do curso de Pedagogia/UNINCOR – e-mail:
mtvasconcellos@globo.com
RESUMO
Um dos grandes desafios das escolas de nosso tempo, e de seus professores em
particular, é dar contexto, sentido e significado aos conteúdos que são ensinados, tornando
uma necessidade cada vez mais presente, em um mundo que se planetariza e busca pela
sustentabilidade, cruzarmos a ponte entre teoria e prática, cognição e ação, ensino e
aprendizagem. O objetivo desse trabalho é apresentar uma metodologia que permita ao
professor superar o ensino mecanicista, reprodutor e linear baseado em conteúdos
programáticos seriados expressos em livros e apostilas didáticas, evoluindo para ciclos de
aprendizado expressos nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, tendo no
planejamento participativo de projetos ecoeducativos e temas culturais as ferramentas de
transição.
PALAVRAS-CHAVE: ecoeducação, formação de professores, planejamento participativo,
ciclos de aprendizagem, temas culturais.
ABSTRACT
One of today’s challenge concerning school, as well as teachers, is their ability to
contextualize, to provide sense and meaning to the subjects taught. Taking the world’s
planetarization into account and considering the search for sustainability, it seems essential
to cross the bridge that links theory and practice, cognition and action, teaching and
learning. This paper aims at offering a methodology to support teachers in their process to
2. overcome the mechanicist, reproductive and linear teaching approach, based on the
principles of the serial programmatic table of contents, still present in most didactic books
and handouts largely utilized, while, at the same time, developing skills that enable the use
of the learning cycles referred to in the National Curriculum Parameters (PCNs).
Participative planning, projects on ecoeducation and cultural themes are here regarded as
the tools for such transition.
KEY WORDS: ecoeducation, teachers training, participative planning, learning cycles,
cultural themes.
INTRODUÇÃO
O cotidiano escolar mostra que professores do Ensino Fundamental e Médio têm
grande dificuldade em ampliar sua prática pedagógica para além dos conteúdos
programáticos dos livros didáticos, que muitas vezes deixam de ser referência para sua
docência transformando-se em única fonte, referencial e modelo pedagógico.
Para se fazer o novo proposto pelos PCNs, educação em Ciclos de Aprendizagem,
Educação Inclusiva (STAINBACK), EcoEducação1
e Educação para a Sustentabilidade
(GADOTTI, 2000), faz-se necessário modificarmos as estruturas mentais lineares, seriadas
e mecanicistas que caracterizam nossa sociedade2
, promovendo sua evolução para novas
formas de pensar caracterizadas pelo sistêmico (MORIN, 2003), complexo (MORIN, 2002,
2003 ) e orgânico dados pela visão de conjunto, percepção global, capacidade de diálogo e
troca e trabalho em equipe (PCN) que, por sua vez, requerem novas formas de ver3
,
1
No artigo Pedagogia da terra: Ecopedagogia e educação sustentável, GADOTTI chama de ecoeducação a
educação comunitária e ambiental, juntando todas na educação sustentável.
2
MORIN, 2002, pág. : “É o problema universal de todo cidadão do novo milênio: como ter acesso às
informações sobre o mundo e como ter a possibilidade de articula-las e organiza-las? Como perceber e
conceber o Contexto, o Global (a relação todo/partes), o Multidimensional. O Complexo? Para articular e
organizar os conhecimentos e assim reconhecer e conhecer os problemas do mundo, é necessária a reforma do
pensamento”.
3
NICOLESCU, pág 56: “Um nível de Realidade é aqui que é porque todos os outros níveis existem ao
mesmo tempo. Este Princípio de Relatividade dá origem a uma nova maneira de olhar a religião, a política, a
arte, a educação, a vida social. E quando nossa visão de mundo muda, o mundo muda. Na visão
transdisciplinar a Realidade não é apenas multidirecional, é também multireferencial”.
3. interagir e agir no mundo (NICOLESCU) e no cotidiano (GUTIERREZ e GADOTTI,
2000), um processo realimentando o outro.
Pretende-se com o presente trabalho contribuir para a construção de uma educação
com sentido (GUTIERREZ, 1999), voltada para as necessidades do educando e da
sociedade na qual está inserido (GADOTTI, 2000), desenvolvendo metodologia que
permita ao professor superar o ensino mecânico e linear baseado em conteúdos
programáticos expressos nos livros didáticos, evoluindo para o pensamento sistêmico
expresso pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs.
Um novo mundo apresenta-se nesse início de Século XXI e em certo sentido o
futuro já chegou. No entanto, nossas escolas estão ainda presas a velhos conceitos, velhos
paradigmas4
, velhas práticas, todos originados na ciência do Século XIX e praticados ao
longo do Século XX na construção da produção em massa de bens e serviços que
alavancaram o sistema capitalista para a atual hegemonia global.
As duas últimas décadas do século passado promoveram intensa redução de mão-
de-obra nas fábricas de todo o mundo, em operações de reengenharia e reestruturação com
a disseminação de computadores, robôs e comunicação via internet ocupando os lugares do
humano nas linhas de produção. O mercado de trabalho tem evoluído do setor secundário
(indústrias) para o terciário (serviços) e agora um novo salto, um novo setor, o da
informação.
Em meio a esse furacão de transformações5
, cresce a compreensão e necessidade
urgentes de buscarmos pela sustentabilidade socioambiental, por entendermos, em escala
planetária, que o atual modelo de produção de bens e riquezas coloca em risco as
possibilidades de as gerações futuras obterem seu sustento e manterem a qualidade de vida6
4
Para aprofundar, ver MORAES.
5
MORIN, 2003, pág. 57, nota de rodapé: “(...) a demonstração da termodinâmica prigoginiana de que, em
condições de instabilidade, há formação espontânea de organização, donde a probabilidade de uniões
organizadas cada vez mais complexas de macromoléculas, em condições termodinâmicas apropriadas
(turbilhões)” poderia ser um indicativo de semelhante ocorrência também nas sociedades humanas. Note-se as
organizações espontâneas ocorridas, por exemplo, no universo virtual da internet como a formação e ação de
ONGs locais/planetárias.
6
Publicação do MEC traz o seguinte texto a respeito do Relatório Brundtland: “No plano internacional
cumpre informar que em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED),
instituída pela ONU em 1983, promulgou um relatório intitulado “Nosso futuro Comum” (Gro Harlem
Brundtland -1ª Ministra da Noruega) onde várias reflexões voltadas à escassez de recursos naturais e energia;
à miséria de vários povos e conseqüente degradação de ecossistemas; à poluição industrial e necessidade de
mudar hábitos de consumo e produção, induziram à recomendações, à todas as nações, para que através de
4. em meio a crescente destruição, degradação e aumento da miséria – o preço que vimos
pagando sem nos darmos conta da complexa teia de relações que nos nutre e permite a vida.
Nesse contexto, a velha, arcaica, mecânica, reprodutivista e conservadora escola que
insistimos em manter, está com seus dias contados e necessitamos evoluir para uma escola
que ensine a complexidade de nossos tempos, o sentido da ciência para o cotidiano, a
resolução de problemas socioambientais nos níveis locais, que construa sua identidade a
partir da população que atende (PMTC), com suas características, necessidades, saberes,
práticas, culturas, todas singulares em meio à pluralidade cultural global7
, onde a máxima
dos anos 70 é cada vez mais atual: pensar global e agir local.
Partindo dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs, que nos trazem a
possibilidade de trabalharmos uma visão mais ampla, sistêmica, orgânica por meio de
temas culturais, temas transversais e com liberdade de múltiplas abordagens, construímos
uma metodologia participativa8
utilizando cartões com objetivos, conteúdos e avaliação
(PCNs), que grupos de professores rearranjam enquanto estudam e percebem suas múltiplas
possibilidades, finalizando com a elaboração de projetos socioambientais e/ou
ecopedagógicos e/ou baseados em temas culturais.
Como resultados, a participação de todos, a construção coletiva do conhecimento, o
envolvimento e a renovação de práticas cristalizadas pelo tempo9
.
MATERIAIS E MÉTODOS
mudanças legais e institucionais viessem a buscar o desenvolvimento sustentável, eliminando a pobreza e os
padrões de consumo exagerados para garantir dignas condições de vida, e um meio ambiente equilibrado para
esta e para as futuras gerações”. No mesmo relatório define-se: “desenvolvimento sustentável é aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas
próprias necessidades”.
7
Para aprofundamento, veja DELLORS e os quatro pilares da educação do futuro: aprender a conhecer,
aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos.
8
Para aprofundar no tema, consulte GTZ e PMSP.
9
DELLORS, pág. 19: “Trata-se de aprender a viver juntos, desenvolvendo o conhecimento acerca dos outros,
da sua história, tradições e espiritualidade. E a partir daí, criar um espírito novo que, graças precisamente a
esta percepção das nossas crescentes interdependências, graças a uma análise partilhada dos riscos e dos
desafios do futuro, conduza à realização de projetos comuns ou, então a uma gestão inteligente e
apaziguadora dos inevitáveis conflitos. Utopia, pensarão alguns, mas utopia necessária, utopia vital para sair
do ciclo perigoso que se alimenta do cinismo e da resignação”.
5. Do site do Ministério da Educação e Cultura – MEC, baixamos os arquivos em pdf
dos PCN de 1a
a 4a
séries e 5a
a 8a
séries do Ensino Fundamental e utilizando o programa
Microsoft Word, construímos tabela com células em tamanho aproximado de cartões de
visita onde cada item dos Objetivos, Conteúdos e Avaliações da área de Ciências Naturais
foram copiados e colados nas células.
Em papel A4, imprimimos as tabelas, ciclo a ciclo (em média 8 cartões por folha) e
partimos para o trabalho de campo com professores das EM “Profa. Oneida Junqueira” e
“Rio do Peixe II”, ambas pertencentes à Rede Municipal de Educação de Três Corações,
Minas Gerais, utilizando horários de Módulo de Estudos para o Planejamento Participativo
dos PCNs.
Com as folhas impressas em mãos os professores selecionaram crayons (giz de cera)
de diferentes cores para pintar os cartões: vermelho para Objetivos, laranja para Conteúdos
e amarelo para Avaliações, o que proporciona harmonia para o conjunto garantindo o
necessário destaque na organização do material.
Trabalhando apenas com Objetivos de um dado ciclo, os cartões coloridos eram
lidos e organizados por similaridades que o grupo entendesse/percebesse existirem entre
eles. Nota-se que alguns Objetivos são semelhantes e estes formam grupos que são
espacialmente separados em uma coluna que vai se formando com a troca de idéias,
mediações e acordos entre os professores. Essa organização espacial dá-se sobre uma mesa
grande ou junção de carteiras o que permite grande mobilidade dos cartões, além de fácil
visualização e acesso por parte de todos.
Organizada a primeira coluna, dos Objetivos, passa-se para a elaboração da coluna
dos Conteúdos, onde a cada cartão lido o grupo busca associações com os Objetivos. A
forma de fazê-lo é livre e o grupo soberano. Na maioria das vezes os cartões são lidos e
uma grande interação acontece até que as ligações e relações se estabeleçam entre
Objetivos e Conteúdos.
Pronta essa segunda coluna, a percepção geral foi de que não existe uma forma
“certa” de se fazer o exercício, pois as mudanças são constantes mesmo durante a leitura e
releitura dos cartões. Visualiza-se ainda que podem ocorrer diferentes situações, todas
possíveis e plausíveis:
a) Um objetivo se liga a um único conteúdo;
6. b) Um objetivo fica sem conteúdo;
c) Um objetivo se liga a dois ou mais conteúdos;
d) Um conteúdo se liga a dois ou mais objetivos;
e) Um ou mais conteúdos ficam sem objetivos;
f) Vários objetivos podem se ligar a vários conteúdos e vice-versa;
g) Um ou mais objetivos e/ou conteúdos são comuns a uma ou mais áreas
programáticas.
Uma terceira coluna com cartões de Avaliação é construída como na anterior e o
exercício deixa claro aos participantes as possibilidades e conexões inter, multi e
transdisciplinares de Objetivos, Conteúdos e Avaliações. Como já visto, alguns vazios
podem estar presentes nas colunas, servindo de base para novas discussões, reflexões e
proposições, redefinindo estruturas, rearranjando colunas ou mesmo criando novos
Objetivos, Conteúdos e formas de Avaliação para o quadro que se forma.
Finalmente, os cartões são colados em papel pardo ou outro, reproduzindo a mesma
disposição que tinham sobre a mesa, e este é afixado em local de fácil acesso e visibilidade
para que sejam consultados e comparados com o trabalho de outros grupos, o que fortalece
a percepção do trabalho em equipe e a noção de trasitoriedade da organização, uma vez que
a mesma pode e deve sofrer variações no espaço-tempo à medida que o(s) grupo(s)
reflita(m) sobre seu trabalho, avance(m) em sua(s) práticas e reorganize(m) sua(s)
estrutura(s) internas de pensamento-percepção-ação.
Em uma segunda etapa, com uma releitura e adaptação de metodologias de
Planejamento Participativo construímos com diversos grupos de dois a três professores,
diferentes visões sobre um mesmo tema. Trabalhando em duas escolas da zona rural, com
professores quase em sua maioria da zona urbana, sentíamos uma grande distância entre
estes e o público que atendiam. Entendendo a necessidade de conhecermos de perto a
realidade sobre a qual atuamos, resolvemos planejar saídas de campo com o objetivo de
conhecer de perto diferentes comunidades rurais, buscando uma maior aproximação entre
conteúdos programáticos e realidades locais.
Com o Planejamento Participativo, cada grupo de professores construía sua visão da
proposta e em Reuniões Pedagógicas em que todos participaram, pudemos integrar as
7. diversas visões em dois projetos de escola, ambos muito semelhantes e com amplas
possibilidades de intercâmbio.
Uma quarta coluna se abre no planejamento com os PCN, relacionando ao já
construído os conteúdos programáticos dos livros didáticos de cada ciclo: cada tópico é
assim visto como conectado e interconectado com um ou mais conteúdos e objetivos dos
PCN e novas formas de avaliação são então percebidas e contempladas.
Os projetos elaborados, além do nome, justificativa, objetivos geral e específicos,
metodologia, cronograma de atividades e responsabilidades conta com um outro tópico:
Conteúdos por Área. Neste cada professor ou grupo de professores exercita possibilidades
de conteúdos a serem desenvolvidos por meio do projeto, partindo do planejamento por
ciclo definido a partir do planejamento anual de cada escola, o que é agora relacionado em
uma quinta coluna.
Observando o quadro completo, percebe-se claramente uma infinidade de opções e
possibilidades que se abrem para o trabalho docente no tocante ao desenvolvimento dos
conteúdos programáticos, agora plenamente possível e simples de ser alinhado em
múltiplas dimensões: sala de aula, planejamento bimestral, semestral, anual, Projeto
Político Pedagógico, Parâmetros Curriculares Nacional.
RESULTADOS
Desenvolvida com professores, supervisoras e diretoras de duas escolas municipais
rurais, EM Rio do Peixe II e EM Oneida Junqueira, obteve-se como resultados a plena
aceitação da metodologia que culminou com o planejamento participativo de projetos
ecopedagógicos e 15 saídas a campo envolvendo todo professorado, servidores e alunado
para estudo do meio e visitas às comunidades de origem dos alunos de ambas escolas. Em
avaliação da metodologia, realizada com 24 professores de ambas escolas, tivemos os
seguintes percentuais: (1) A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs
de cada área (100%); (2) A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos,
conteúdos e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos livros
didáticos (100%); (3) A metodologia utilizada permite relacionar projetos ecopedagógicos,
8. conteúdos programáticos e ciclos de aprendizagem (88% - 8% não respondeu); (4) A
metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto (88% - 8% não respondeu); (5) A
metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico (100%); (6) A metodologia
utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz na transição do ensino seriado para os
ciclos de aprendizagem propostos pelos PCNs (96%).
Tabela 1 – Respostas em números absolutos da EM Professora Oneida Junqueira – 10
questionários
SIM NÃO NR
A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs de
cada área?
10
A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos, conteúdos e
avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos
livros didáticos?
10
A metodologia utilizada permite relacionar projetos
ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos de
aprendizagem?
09 01
A metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto? 08 02
A metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico? 10
A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz
na transição do ensino seriado para os ciclos de aprendizagem
propostos pelos PCNs?
10
Tabela 2 – Respostas em números absolutos da EM Rio do Peixe II – 14 questionários
SIM NÃO NR
A metodologia utilizada amplia o conhecimento sobre os PCNs de
cada área?
14
A metodologia utilizada permite relacionar os objetivos, conteúdos
e avaliações dos PCNs com os conteúdos curriculares expressos nos
livros didáticos?
14
A metodologia utilizada permite relacionar projetos
ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos de
aprendizagem?
12 01 01
A metodologia utilizada facilita uma visão de conjunto? 13 01
A metodologia utilizada facilita o planejamento pedagógico? 14
A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta eficiente e eficaz
na transição do ensino seriado para os ciclos de aprendizagem
propostos pelos PCNs?
13 01
9. Tabela 3 – Respostas em números absolutos e percentuais da EM Professora Oneida
Junqueira e EM Rio do Peixe II – 24 questionários
SIM % NÃO % NR %
A metodologia utilizada amplia o conhecimento
sobre os PCNs de cada área?
24 100
A metodologia utilizada permite relacionar os
objetivos, conteúdos e avaliações dos PCNs com os
conteúdos curriculares expressos nos livros
didáticos?
24 100
A metodologia utilizada permite relacionar projetos
ecopedagógicos, conteúdos programáticos e ciclos
de aprendizagem?
21 88 01 04 02 08
A metodologia utilizada facilita uma visão de
conjunto?
21 88 01 04 02 08
A metodologia utilizada facilita o planejamento
pedagógico?
24 100
A metodologia utilizada pode ser uma ferramenta
eficiente e eficaz na transição do ensino seriado
para os ciclos de aprendizagem propostos pelos
PCNs?
23 96 01 04
Solicitados a descreverem, em poucas palavras, a utilidade dessa metodologia em
sua prática pedagógica, colhemos os seguintes depoimentos:
EM Professora Oneida Junqueira
Permitiu correlacionar o planejamento de acordo com o objetivo principal: “a característica
e a dificuldade” de cada aluno, num âmbito geral. Mostrou cada vez mais os níveis de
conhecimento e os níveis de dificuldade do aluno em se adaptar ao conhecimento.
Associar prática a teoria. Vivência e troca de experiências. Interação aluno-professor.
Trabalho coletivo.
Permite uma visão global dos conteúdos, relacionando prática e teoria, facilitando assim a
integração de conteúdos e interdisciplinando disciplinas.
Achei uma forma diferenciada, que me fez perceber a elasticidade dos objetivos e
conteúdos programáticos. Bem como a cooperação grupal, onde eu e as outras duas
10. professoras pudemos nos aperceber dessa maleabilidade existente nos PCNs, fornecendo
uma visão inovadora e uma releitura reflexiva do mesmo.
Através da metodologia utilizada fica mais fácil interpretar os PCNs, pois foi discutido
parte por parte, utilizando várias cores para diferenciar as disciplinas e deixando mais claro
os conteúdos e objetivos dos PCNs.
O trabalho desenvolvido possibilitou uma visão integrada entre os objetivos e conteúdos. O
estudo da maneira como foi realizado nos possibilitou compreender melhor os objetivos,
conteúdos e avaliações dos PCNs.
Planejamento e reflexão Prática Avaliação Planejamento e reflexão.
Uma visão mais clara e abrangente. Auxilia melhor a prática do dia-a-dia. Propicia uma
visão inteirada para auxiliar no trabalho de monitoria com professores.
Trabalho coletivo. Participação de todos envolvendo a prática e teoria. Envolvimento do
corpo docente. Melhor entrosamento do grupo. Participação da comunidade.
A metodologia utilizada facilitou a compreensão dos objetivos propostos. O trabalho
realizado foi bem detalhado, abrangente, muito bem contextualizado e com isso o trabalho
de sala de aula pode acontecer de forma interdisciplinar. Através dos estudos dos PCNs,
ficou fácil compreender a valorizar a realidade do aluno, bem como desenvolver um
trabalho prazeroso e dinâmico!
EM Rio do Peixe II
Nos dá segurança para fazer um bom trabalho.
Foi muito válido para a minha disciplina, pois pude me avaliar e trabalhar diferente.
Extrapolar além da sala de aula, com as visitas às comunidades, conhecendo assim melhor a
11. realidade e o mundo de meus alunos. Foi muito proveitoso para enriquecimento do meu
trabalho.
Facilitou a compreensão dos PCNs. Aprendi a montar planejamento interdisciplinar.
Melhorei muito a minha prática pedagógica. Exemplo: com o passeio na comunidade do
Barra Mansa trabalhei meio ambiente, família, ciências, história, geografia, montamos
maquete e cartazes.
Foi bastante útil, tanto que estou usando essa metodologia para estudar e com isso utilizo
de vários critérios para estar montando o planejamento.
A metodologia utilizada proporcionou uma análise e uma compreensão melhor dos PCNs,
facilitando o planejamento pedagógico.
A utilidade dessa metodologia em minha prática pedagógica facilitou o planejamento
pedagógico coletivo e individual.
Pude organizar melhor meu trabalho e instrumentalizar (melhor), uma vez que estava
ansiosa e sentindo dificuldades no planejamento.
Permite interação, integração e interdisciplinaridade, podendo avaliar e redimensionar o
trabalho em percurso.
Facilitou o trabalho e planejamento das atividades em sala.
O meu trabalho ficou mais organizado e fácil de ser planejado. Tudo que seguimos em
ordem é mais significativo. Aprendi muito! Obrigada!
Oferece melhores condições de capacitação ao professor, pois ele precisa exercitar o hábito
de estudo. A metodologia é nova e necessita mais acompanhamento de uma tutoria na
orientação do estudo e dúvidas.
12. Observo que através desta metodologia criamos alunos questionadores, que sabem ler e
interpretar textos, mesmo que interdisciplinares, não dando aulas e exercícios sem ter
relação com o cotidiano dos alunos o que faz as aulas ficarem mais interessantes.
CONCLUSÃO
A metodologia desenvolvida mostrou grande resultado na construção coletiva de
planejamentos, rompendo com o receio e insegurança de professores em avançar por
campos desconhecidos: pensamento sistêmico, PCNs, temas culturais, projetos
ecopedagógicos e socioambientais. Mostra-se assim como ótima ferramenta para
redefinirmos metodologias de planejamento de aulas e desenvolvimento de projetos em
nossas escolas, permitindo maior autonomia e participação do corpo docente bem como de
alunos, funcionários, motoristas, direção e supervisão, ampliando a criação, inovação e
evolução da reflexão e prática (eco)pedagógica na educação.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Documentos eletrônicos: PCN 1a
a 4a
séries. Disponível em
<http://www.mec.gov.br/sef/sef/pcn1a4.shtm>. Acesso em 25 mai 2005.
BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Documentos eletrônicos: PCN 1a
a 4a
séries. Disponível em
<http://www.mec.gov.br/sef/sef/pcn5a8.shtm>. Acesso em 25 mai 2005.
BRASIL. MEC. Ministério da Educação. Educação Ambiental Legal. Brasília, DF, 2002.
Disponível em < http://www.mec.gov.br/sef/Ftp/ealegal.doc>. Acesso em 25 mai 2005.
DELLORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir – Relatório para a Unesco
da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo: Cortez, Brasília,
DF: MEC : UNESCO, 2003.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Peirópolis, 2000.
13. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da terra:
Ecopedagogia e educação sustentável. Disponível em
<http://www.antroposmoderno.com/antro-articulo.php?id_articulo=392>. Acessado em 20
abr 2004.
GUTIERREZ, Francisco; PRADO, Cruz. Ecopedagogia e cidadania planetária. São
Paulo: Cortez, 1999.
GTZ. Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit. ZOPP - Planejamento de
projetos orientado por objetivos. República Federal da Alemanha. Eschborn: Multiprint,
1998. Disponível em <http://www.dep.ensino.eb.br/site_dfa/peg/Projetos/zopp_p.pdf>.
Acessado em 20 abr 2005.
MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional emergente. 3a
edição. Campinas:
Papirus, 1997.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez;
Brasília, DF: UNESCO, 2002.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. Rio de Janeiro: Bertrand, 2003.
NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Triom, 1999.
PMSP. Prefeitura Municipal de São Paulo. Caderno de propostas. Métodos e atitudes para
facilitar reuniões participativas. São Paulo: PMSP : Friedrich Ebert Stiftung, 2002.
PMTC-SEDUC. Prefeitura Municipal de Três Corações – Secretaria de Educação e
Cultura. Uma proposta curricular para os ciclos de formação. Três Corações: PMTC-
SEDUC, Apostila, 2002.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Meio Ambiente. Conceitos para se fazer educação
ambiental. São Paulo: A Secretaria, 1997.
STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão, Um Guia para Educadores.
Porto Alegre: Artmed Editora, 1999.
UNESCO. Conferência Mundial sobre Educação para Todos Jomtien, Tailândia - 5 a 9 de
março de 1990. Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das
necessidades básicas de aprendizagem. Disponível em
<http://www.unesco.org.br/publicacoes/copy_of_pdf/decjomtien> e
<http://www.unicef.org/brazil/jomtien.htm>. Acesso em 25 jan 2004.