Relatório sobre eficiência de larvicidas e inseticidas no controle do Aedes aegypti
1. Este Relatóriosurge como resultado de conversa entreAgentes de Endemias de Tenente Laurentino
Cruz – RN e responsável pelas atividades técnicas de controle do vetor da dengue na IV Regional de Saúde
do RN, Batista, em 17 de maio de 2012.
Ao questionarmos a eficiência do NOVALURON Batista disse o seguinte:
O Ministério da Saúde recomenda a diluição do Novaluron CE10% em agua pura, sendo que,
portanto, não aconselha tal diluiçãoemágua proveniente das tubulações dos Sistemas de Abastecimento de
Água - SAA. No caso de nosso município a Companhia de Abastecimentos de Águas e Esgotos do Rio Grande
do Norte - CAERN.
Mas fica uma dúvida: - Como entender que o Novaluron CE não possa ser diluído na água
proveniente das tubulações dos SAAs por precauções de perca de sua eficiência e, ao mesmo tempo, o
mesmo produto é indicado para tratar a mesma água dos imóveis que vem exatamente desses SAAs?É
possível que haja aí alguma divergência conceitual e receitual do larvicida?
O novaluron tem ação lenta e, portanto, é comum que, 4 ou 5 dias após o tratamento do
reservatório, existam larvas, pois essas ainda estarão sofrendo a ação do larvicida, disse Batista.
Batista ainda reforçou que durante o LIA – Levantamento de Índice Amostral os Agentes de
Endemias (AE) podem realizar tratamento naqueles reservatórios que encontrarem larvas e indícios de
presença do A. aegypti. Também afirmou que é prudente que o agente logo após o LIA inicie o tratamento
pelas quadras que encontrou focos do A. aegypti, não sendo necessário, para tanto, seguir sequência
numérica das quadras. Assim, segundo Batista, iniciando o tratamentonas quadrasondeencontrou focos,o
AE está direcionando sua ação para àquela área onde,tecnicamente, existe maior risco.
Informamos a Batista sobre uma curiosidade de populares, principalmente idosos, que
encontramos em nossa sociedade sobre o uso de enxofre sólido nos reservatórios de água para evitar
aparecimento de larvas. Batista disse não saber de tal alternativa.
Explicamos que resolvemos fazer alguns testes e colocar em determinados depósitos porções
sólidas de enxofre e observar. Na 17ª semana epidemiológica de 2012 iniciamos lavando um tanque de
cimento de 1 metro cúbico, enchendo-o e colocando de propósito uma barra de 260 gramas de enxofre. O
mesmo fizemos com um tonel de 200 litros e uma barra 120 gramas. Na 20ª semana em visita de inspeção
registramos larvas e pupas naquele tanque que não mais tinha sido lavado e a barra de enxofre continuava
dentro da água. Isso é um indício de que a questão do enxofre sólido na água para prevenir o aparecimento
de larvas de pernilongos pode ser apenas cultural, não sendo sua eficiência em nenhuma hipótese
comprovada, concluímos.
Ao indagarmos sobre o aparecimento de pernilongos um (1) dia após a passagem do carro
fumacê Batista disse que isso é comum acontecer pois o inseticida nem sempre penetra em todos os
locais de uma residência.
Batista também explica que a eficiência do carro fumacê não chega a 100% uma vez que o
inseticida age por contato e se o pernilongo não entra em contato com as partículas do inseticida
(Malation) não sofrerão quaisquer danos.
Assim entendemos que não podemos jamais acreditar que larvicida e inseticida são a solução para
evitar o aparecimento de pernilongos. É sempre necessário algo mais. É preciso manter vigilância todos os
dias em nossas residências. Por Erivan Alonço