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IMPLANTE PERCUTÂNEO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA EM
PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA: REVISÃO DE LITERATURA
Cosme Aparecido da Silva*
Rita de Cássia Fernandes Grassia**
1. INTRODUÇÃO
A valva aórtica, está localizada obliquamente no óstio da artéria aorta, que se
situa na parte póstero-superior do ventrículo esquerdo (VE), posterior ao lado
esquerdo do esterno, no nível do terceiro espaço intercostal. Ocupa uma área de 3 a
4 cm² e é constituída por um anel de sustentação que fixa três válvulas semilunares
fortes e espessas. Entre a valva e a parede da aorta formam-se bolsas dilatadas,
chamadas seios aórticos.(
¹)
A estenose aórtica (EAo) pode ser definida com a obstrução de via de saída do
ventrículo esquerdo (VE) por calcificação dos folhetos valvares associada ou não à
sua fusão e é dividida em dois grandes grupos etiológicos: congênita e adquirida. A
doença valvar aórtica adquirida é mais frequente e está presente em 4,5% da
população com mais de 75 anos de idade.(
¹)
As causas são várias, sendo as
principais: degeneração senil, febre reumática e secundária a doenças sistêmicas.(
¹)
O envelhecimento da população tem tornado a estenose aórtica calcificada a
doença valvular mais frequente e estima-se que entre 2 e 7% da população mais 65
apresenta o diagnóstico.(
¹,
²)
No entanto, até 33% da população com mais de 75 anos e com estenose
aórtica grave não recebe esta terapia, principalmente devido à sua idade, disfunção
ventricular ou comorbidade que pode apresentar.(
²)
Em 2002, foi introduzido o (TAVI do inglês transcatheter aortic valve
implantation) como tratamento alternativo para pacientes com estenose aórtica
(EAo) com risco cirúrgico extremo.(3)
*Enfermeiro. Discente do curso de Especialização em Enfermagem Cardiologia e Hemodinâmica da
Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
**Enfermeira. Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente e
coordenadora do curso de Especialização em Enfermagem Cardiologia e Hemodinâmica da
Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
2
A partir de 2008, tornou-se disponível no Brasil, o que ocorreu em paralelo a
grandes avanços técnicos e à publicação de estudos clínicos randomizados de larga
escala, que demonstraram o benefício desse tratamento no alívio dos sintomas e na
redução da mortalidade.(3)
O TAVI em pacientes com doença valvar aórtica grave e risco cirúrgico elevado
foi realizado com alto índice de sucesso e baixa mortalidade. O alívio de sintomas e
a sobrevivência de 1 ano foram elevadas a despeito da gravidade dos pacientes. A
hemotransfusão esteve associada a mortalidade intra-hospitalar e 1 ano.(4)
A mortalidade associada à substituição da válvula aórtica cirúrgica (SAVR do
inglês surgical aortic valve replacement) pode ser prevista pelos escores que levam
em consideração as características pré-operatórias dos pacientes. O EuroSCORE e
o escore da Society of Thoracic Surgeons (STS) são os escores mais comumente
usados com este objetivo e tem sido extensivamente validados. Outros escores têm
sido usados para prever especificamente a mortalidade em decorrência da cirurgia
cardíaca valvar, tais como o Ambler score10 e o Guaragna score.(5)
Os escores de risco atualmente disponíveis foram desenhados e validados em
populações submetidas à troca valvar cirúrgica, cirurgia de revascularização
miocárdica (CABG) ou ambas combinadas. Pouco se conhece sobre a utilidade
destes escores para prever a mortalidade de pacientes submetidos ao implante
percutâneo de prótese aórtica. Até o momento, não há um escore de risco
específico, bem estabelecido, para prever a mortalidade de pacientes submetidos ao
TAVI.(5)
O contínuo acúmulo de evidências científicas, provenientes de grandes
registros e de estudos randomizados, a indicação do (TAVI) já encontra-se
estabelecida em diretrizes nacionais e internacionais para o tratamento das
valvopatias. Recomenda-se que o TAVI seja o tratamento de escolha para pacientes
portadores de estenose aórtica grave, considerados inoperáveis e deve ser
considerado uma estratégia alternativa à cirurgia de troca valvular naqueles
indivíduos com alto risco cirúrgico.(5)
Por isso, o motivo desta pesquisa é avaliar o conhecimento do enfermeiro na
qualidade e segurança no atendimento ao paciente com estenose valvar aórtica.
2. OBJETIVO
3
Identificar na literatura artigos que abordem, o implante percutâneo de
bioprótese valvar aórtica em pacientes com estenose valvar aórtica
3. MÉTODO
3.1 Tipo de estudo
Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva e de abordagem
quantitativa, realizada por meio de revisão de literatura.
O método de revisão de literatura é pautado em uma questão de pesquisa
construída de forma clara e guiado por métodos explícitos para identificar, organizar
e sintetizar a literatura relevante. Trata-se de uma reunião de textos sobre o mesmo
assunto para responder uma questão clinica específica, empregando uma estratégia
de busca detalhada e métodos rigorosos de avaliação. Possui o potencial de
contribuir para o retrato do fenômeno de interesse.(6)
3.2 Coleta de dados
Foram incluídos artigos publicados no período compreendido entre 2007 a
2016 nos idioma português, inglês e espanhol nas bases de dados da Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific
Electronic Library Online (SciELO).
Os descritores utilizados foram: cardiologia, válvula aórtica e implante
percutâneo de prótese aórtica bem como, seus respectivos termos nas línguas
inglesa e espanhola, segundo os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS).
3.3 Instrumento para coleta de dados
Foi elaborado um roteiro semiestruturado pelos autores da pesquisa, contendo
os seguintes dados: identificação do artigo, instituição sede do estudo,
características metodológicas, amostra, resultados e conclusões (Apêndice).
3.4 Operacionalização da coleta de dados
A coleta dos dados, ocorreu no decorrer do primeiro semestre do ano letivo de
2017, após aprovação do projeto pela coordenação do curso da Faculdade Israelita
4
de Ciências da Saúde Albert Einstein. Após a identificação dos artigos, foram
analisados os resumos dos mesmos e em seguida na íntegra para verificar se
atenderam aos objetivos para inclusão no estudo.
4. RESULTADOS
A revisão bibliográfica realizada envolveu um total de 35 publicações
cientificas, com os três descritores combinados no índice permutado nos idiomas
português, inglês e espanhol nas bases de dados SciELO e LILACS.
Após leitura dos títulos e resumos, as publicações foram reduzidas a oito,
considerando-se o recorte temporal de dez anos (2007 a 2016) e que abordavam
o TAVI tema central.
Os dados na Tabela 1, nota-se que seis (75,0%) artigos foram encontrados
na base de dados SciELO.
Tabela 1. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra, segundo bases
de dados.
Base de dados Número absoluto (N) Porcentagem (%)
SciELO 06 75,0
LILACS 02 25,0
Total 08 100
De acordo com a Tabela 2, observa-se que os anos de 2014 concentrou-se
o maior número de publicações sobre, implante percutâneo de bioprótese valvar
aórtica com (50%) dos artigos publicados.
5
Tabela 2. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra, segundo ano
de publicação.
Ano de publicação Numero absoluto (N) Percentagem (% )
2007 00 -
2008 00 -
2009 00 -
2010 00 -
2011 00 -
2012 00 -
2013 02 25
2014 04 50
2015 02 25
2016 00 -
Total 08 100
Na Tabela 3, nota-se quatro (50%) artigos foram encontrados com o
descritor implante percutâneo da prótese aórtica.
Tabela 3. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra segundo
descritores
Assunto / Descritor
Numero
Absoluto (N)
Percentagem
(%)
Cardiologia 02 25
Válvula Aórtica 02 25
Implante percutâneo da prótese aórtica 04 50
Total 08 100
6
Na F igura 1, evidenciou-se que 7 (87,5%) artigos foram realizados por
médicos e um (12,5%) artigos por enfermeiros.
Figura 1 – Distribuição dos artigos conforme a profissão dos autores
Na Figura 2, evidenciou-se que 5 (62%) dos artigos, foram encontrados nos
idiomas em português, 2 (25) foram encontrados no idioma inglês e 1 (13) no idioma
espanhol.
Figura 2 – Distribuição dos artigos conforme os idiomas.
7 (87,5%)
1 (12,5)%
Médicos Enfermeiros
5 (62%)
2 (25%)
1 (13%)
Idiomas Portugês
Inglês
Espanhol
7
5. DISCUSSÃO
O implante por cateter de prótese aórtica (TAVI, do inglês transcatheter aortic
valve implantation) constitui tratamento alternativo para pacientes com estenose
aórtica de alto risco cirúrgico ou inoperáveis. Com isso, o TAVI deve ser
desenvolvido dentro de um programa para o tratamento da estenose aórtica e não
encarado meramente como um procedimento.(7)
Quando o implante percutâneo está indicado, a ecocardiografia, a tomografia
computadorizada, a angiotomografia e a ressonância magnética são úteis na
avaliação do pré-procedimento. Estes exames, auxiliam quais artérias (ilíaca ou
femoral) será a via de acesso e auxiliam também na medida do anel aórtico dos
pacientes candidatos a esse procedimento e é muito importante na escolha do tipo
e do tamanho da prótese.(7)
A constituição de um grupo multidisciplinar, (idealmente formado por
cardiologistas clínicos, intervencionistas, cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e
especialistas em imagem cardiovascular) é essencial para a adequada avaliação de
pacientes, resultando em um ambiente propício e dedicação à promoção do
tratamento mais seguro, efetivo e definitivo para pacientes portadores dessa
valvopatia.(8)
Estudos, demonstram que a obstrução coronária, apesar de rara, é uma grave
complicação em pacientes submetidos ao TAVI. Desde o principio dos
procedimentos de TAVI, ainda em modelos experimentais, tratava do implante de
uma prótese biológica envolta por stent em função da proximidade das artérias
coronárias com valva aórtica, sempre houve preocupação em relação a obstrução
coronária.(9)
De fato, a obstrução coronária foi relatada nos primeiros trabalhos
experimentais com próteses percutâneas aórticas, sendo descrita posteriormente em
seres humanos em 2006. Apesar dessas preocupações iniciais e frequentes
variáveis na literatura, atualmente, nos grandes registros de estudos mundiais, sua
incidência é <1%. No registro brasileiro de TAVI, a incidência de obstrução coronária
foi bastante similar, de 0,72%.(9)
Após a implantação da válvula, podem ocorrer complicações elétricas no
coração tais como alterações agudas na condução, BAVT, BRE e BRD. Com isso
sendo necessário instalação de um marcapasso.(10)
8
A estenose aórtica é uma grande preocupação de saúde debilitante global
que está associado com alta mortalidade na população idosa. Até recentemente, o
único tratamento para esses pacientes era a substituição da válvula aórtica
cirúrgica, mostrando resultados perioperatória razoáveis, mas excluindo um grande
numero de pacientes sintomáticos devido ao alto risco peri-operatório como
indicador pela Sociedade europeia de pentuação (EuroSCORE) ou Thoracic society
of surgeons (TST).(11)
Mesmo com complicações que podem ocorrer, alguns resultados confirmam
que o implante transcateter de prótese aórtica, em pacientes com elevado risco
cirúrgico ou com contraindicação à cirurgia convencional de troca valvar, é um
procedimento terapêutico factível e efetivo, com elevada incidência de sucesso
imediato e manutenção dos resultados a médio prazo. Desde 1960 a troca valvar
aórtica tem sido a única opção para o tratamento de estenose valvar aórtica grave,
aumentando a sobrevida destes pacientes, independentemente da idade, com
mortalidade estimada em 4%.(11)
Aproximadamente, um terço dos pacientes com estenose aórtica grave são
inelegíveis para o tratamento cirúrgico convencional, devido ao alto risco operatório
e o tratamento medicamentoso para estes pacientes, resulta uma sobrevida entre 1
e 5 anos respectivamente. O TAVI apresenta ótimos resultados demonstrando não
inferioridade em relação a troca valvar convencional, após um ano de seguimento,
com 20% de redução da mortalidade absoluta em comparação ao tratamento
clinico de pacientes inoperáveis. No entanto, os pré-requisitos anatômicos
necessários, o alto custo relacionado ao procedimento e o baixo numero de
profissionais capacitados à sua realização o tornam indisponível para a maioria dos
pacientes.(12,13)
O atendimento ao paciente após TAVI é complexo e deve ser focado no
cuidado processual e as muitas condições co-mórbidas apresentam
frequentemente nesta população de pacientes. Extubação imediata ou precoce é
importante uma vez que o paciente esteja hemodinâmicamente estável e não
apresenta sinais de sangramento ativo nos locais de acesso. Isto pode ser feito na
sala de operação ou na área de recuperação. A mobilização precoce e atenção
meticulosa às potenciais complicações nos pacientes pós procedimento.(14)
É essencial monitorar o equilíbrio de fluídos após TAVI. Muitos pacientes tem
hipertrofia ventricular esquerda significativa e disfunção diastólica devido a
9
remodelação cardíaca. Estes pacientes dependem de pré-carga adequada para
ajudar a manter o débito cardíaco e a perfusão para as extremidades.(14)
Além disso, muitos pacientes que passam pelo procedimento, têm
insuficiência renal e necessitam de hidratação para minimizar a lesão renal aguda.
Monitorar frequentemente o estado neurológico é fundamental para identificar
quaisquer alterações associadas ao procedimento.(14)
6.CONCLUSÃO
A revisão de literatura realizada envolveu 35 publicações científicas, com os
descritores cardiologia, válvula aórtica, implante percutâneo de prótese aórtica
bem como seus respectivos termos nas línguas inglesa e espanhola, segundo os
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Após a leitura dos títulos e resumos,
os trabalhos foram reduzidos a oito artigos, nos idiomas português, inglês e
espanhol nas bases de dados SciELO e LILACS publicados entre 2007 a 2016.
Foi possível observar nas publicações que o TAVI mostrou-se seguro e
eficaz em pacientes com alto risco cirúrgico, inclusive proporcionando
redução de mortalidade em pacientes cujo procedimento cirúrgico foi
recusado pelo cirurgião em razão do excesso de comorbidades clínicas. No
entanto, os pré-requisitos anatômicos necessários, o alto custo relacionado
ao procedimento e o baixo número de profissionais capacitados à sua
realização o tornam indisponíveis para a maioria dos pacientes.
A enfermagem como um todo é responsável pelo cuidado direto ao paciente,
para isso, são necessárias, conhecimento científico eficaz e habilidades técnicas
para o desempenho de suas ações e para o sucesso do procedimento na
recuperação do paciente.
7. REFERÊNCIAS
1. Falcão CA, Moscoso IIJ. Cardiologia diagnóstico e tratamento. 1a ed. Rio de
Janeiro: Medbook, 2016. Capítulo 5, Valvopatias; p. 39-40.
2. Souza, ALS, Salgado, CG, Rocha, RM. Implante de válvula aórtica por cateter e
10
seus fatores de morbinortalidade em experiência de 5 anos no Brasil. Arq Bras
Cardiol. 2016; 106 (6): 519-527.
3. Kocaaslan C, Ketinci B, Yilmaz M. Comparison of transcatheter aortic
valve implantation versus surgical aortic valve replacement to improve
quality of life in patiente > 70 years of age with severe aortic stenosis.
Bras J. Cardiovasc Surg. 2016; 31 (1): 1-6
4. Pineda F, Sarango B, Sore L. Experiencia inicial del implante percutâneo
da válvula aórtica em el Intituto Nacional del Tórax.Rev Med Chile. 2015;
143: 1512-1520.
5. Silva LS, Caramori PRA, Filho ACBN. Desempenho de escores de risco
cirúrgico para promover mortalidade após implante transcateter de valva
aórtica. Arq Bras Cardiol. 2015; 105(3): 241-247.
6. Brevidelli MM, Sertório SCM. TCC – Trabalho de conclusão de curso: guia
prático para docentes e alunos da área da saúde. 4a ed. São Paulo: Iátria; 2010.
7. Siqueira DA, Abizaid AAC, Ramos AA, Jeronimo AD, LeBihan D, Et al. Impacto
da curva de aprendizado na seleção de pacientes e nos resultados clinicos do
implante por cateter de protese aórtica. Rev Bras de Cardiol Invasiva. 2014;
22(3):2016-24.
8. Ribeiro BR, Leite SR, Siqueira DAA, Carvalho LA, Et al. Obstrução coronaria
após implante por cateter de prótese valvar aórtica. Arq. bras. cardiol. 2014;
102(1):93-96.
9. Reinders A, Vries CS, Joubert G. Pre-interventional assessment and calcification
score of the aortic valve and annulus, with multi-detector ct, intranscatheter aortic
valve implantation using medtronic corevalve. Afr. J. rad. 2015;19(1):762-7.
10.Andrés SA, Ochoa JP, Pipkin M, Llano R, Verón LF, Duronto E, Valdivieso L,
11
Mendiz O. Complicaciones elétricas possiblante de válvula aórtica percutáneo:
evolucion clinica y eléctrica. Rev. arg. de cardiol. 2014; vol. 82.
11.Sabastían L, Abizaid A, Siqueira D, Ramos A, Costs Jr. JR, Arrais M, Kambara
A, Bihan DL, Sousa A, Sousa JE. Experiência inicial de dois centros nacionais
no implante de prótese aórtica transcateter. Arq. Bras. Cardiol.2014; 102(4):336-
44.
12.Pontes ACDV, Duarte JJ, Silva AD, Gardenal N, Dias, AMSAS, Benfetti RA, da
Silva GVR, Benfatti AFC. Experiência inicial e pioneira do implante de valvar
aórtica transcateter (Inovare) por via femoral ou ilíaca. Rev. bras. cir. cardiovasc.
2013;28(2):208-16.
13. de Valhe VA, Pinton FA, de Melo EFP, Bezerra CG, E Parin MA, Arrieta SR,
Kajita LJ, Junior JM, Filho AE, da Silva EER, Tarasoutchi F, Grinberg M, Neto
PAL. Valvuloplastia aórtica por cateter balão na estenose aórtica degenerativa:
Impacto terapêutico em pacientes em condições clinica in extremis. Rev Bras
Cardiol Invasiva. 2013;21(3):221-6.
14.Ellis MF. Transcatheter aortic valve replacement an evolving option for severe
aortic stenosis. Pittisburg: Pennsylvania State Nurses Association; 2015 Nov
11.Disponível em : http://nursing.advanceweb.com/Continuing-Education/CE-
Articles/Transcatheter-Aortic-Valve-Replacement.aspx
12
Seleção:
( ) Randômica
( ) Conveniência
(X ) Outras:
N:
APÊNDICE
IMPLANTE PERCUTÂNEO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA EM
PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA: REVISÃO DE LITERATURA
Instrumento para coleta de dados
Parte I – Identificação
Título / Área: .
Base de
Dados:Título do
Artigo:
Autores:
País / idioma
/ Ano:Tipo do
artigo:Local /
instituição:Parte II - Caracterização
metodológica do estudo
Parte III - Amostra / População
Parte IV - Resultados e Conclusões
Tratamento estatístico:
Tipo de
publicação:
( ) Abord.
Quantitativa( ) Abord. Qualitativa
( ) Abord. Mista
( ) Revis. Sistemática
( ) Revis. Narrativa
( ) Relato de
experiência( ) Relato de caso
(X) Outras
13
Resultado
s:
Tipo:
Conclusõ
es:
Limitações /
vieses:Nível de
evidência:

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IMPLANTE PERCUTÂNEO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA EM PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA: REVISÃO DE LITERATURA

  • 1. IMPLANTE PERCUTÂNEO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA EM PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA: REVISÃO DE LITERATURA Cosme Aparecido da Silva* Rita de Cássia Fernandes Grassia** 1. INTRODUÇÃO A valva aórtica, está localizada obliquamente no óstio da artéria aorta, que se situa na parte póstero-superior do ventrículo esquerdo (VE), posterior ao lado esquerdo do esterno, no nível do terceiro espaço intercostal. Ocupa uma área de 3 a 4 cm² e é constituída por um anel de sustentação que fixa três válvulas semilunares fortes e espessas. Entre a valva e a parede da aorta formam-se bolsas dilatadas, chamadas seios aórticos.( ¹) A estenose aórtica (EAo) pode ser definida com a obstrução de via de saída do ventrículo esquerdo (VE) por calcificação dos folhetos valvares associada ou não à sua fusão e é dividida em dois grandes grupos etiológicos: congênita e adquirida. A doença valvar aórtica adquirida é mais frequente e está presente em 4,5% da população com mais de 75 anos de idade.( ¹) As causas são várias, sendo as principais: degeneração senil, febre reumática e secundária a doenças sistêmicas.( ¹) O envelhecimento da população tem tornado a estenose aórtica calcificada a doença valvular mais frequente e estima-se que entre 2 e 7% da população mais 65 apresenta o diagnóstico.( ¹, ²) No entanto, até 33% da população com mais de 75 anos e com estenose aórtica grave não recebe esta terapia, principalmente devido à sua idade, disfunção ventricular ou comorbidade que pode apresentar.( ²) Em 2002, foi introduzido o (TAVI do inglês transcatheter aortic valve implantation) como tratamento alternativo para pacientes com estenose aórtica (EAo) com risco cirúrgico extremo.(3) *Enfermeiro. Discente do curso de Especialização em Enfermagem Cardiologia e Hemodinâmica da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE). **Enfermeira. Doutora em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Docente e coordenadora do curso de Especialização em Enfermagem Cardiologia e Hemodinâmica da Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein (FICSAE).
  • 2. 2 A partir de 2008, tornou-se disponível no Brasil, o que ocorreu em paralelo a grandes avanços técnicos e à publicação de estudos clínicos randomizados de larga escala, que demonstraram o benefício desse tratamento no alívio dos sintomas e na redução da mortalidade.(3) O TAVI em pacientes com doença valvar aórtica grave e risco cirúrgico elevado foi realizado com alto índice de sucesso e baixa mortalidade. O alívio de sintomas e a sobrevivência de 1 ano foram elevadas a despeito da gravidade dos pacientes. A hemotransfusão esteve associada a mortalidade intra-hospitalar e 1 ano.(4) A mortalidade associada à substituição da válvula aórtica cirúrgica (SAVR do inglês surgical aortic valve replacement) pode ser prevista pelos escores que levam em consideração as características pré-operatórias dos pacientes. O EuroSCORE e o escore da Society of Thoracic Surgeons (STS) são os escores mais comumente usados com este objetivo e tem sido extensivamente validados. Outros escores têm sido usados para prever especificamente a mortalidade em decorrência da cirurgia cardíaca valvar, tais como o Ambler score10 e o Guaragna score.(5) Os escores de risco atualmente disponíveis foram desenhados e validados em populações submetidas à troca valvar cirúrgica, cirurgia de revascularização miocárdica (CABG) ou ambas combinadas. Pouco se conhece sobre a utilidade destes escores para prever a mortalidade de pacientes submetidos ao implante percutâneo de prótese aórtica. Até o momento, não há um escore de risco específico, bem estabelecido, para prever a mortalidade de pacientes submetidos ao TAVI.(5) O contínuo acúmulo de evidências científicas, provenientes de grandes registros e de estudos randomizados, a indicação do (TAVI) já encontra-se estabelecida em diretrizes nacionais e internacionais para o tratamento das valvopatias. Recomenda-se que o TAVI seja o tratamento de escolha para pacientes portadores de estenose aórtica grave, considerados inoperáveis e deve ser considerado uma estratégia alternativa à cirurgia de troca valvular naqueles indivíduos com alto risco cirúrgico.(5) Por isso, o motivo desta pesquisa é avaliar o conhecimento do enfermeiro na qualidade e segurança no atendimento ao paciente com estenose valvar aórtica. 2. OBJETIVO
  • 3. 3 Identificar na literatura artigos que abordem, o implante percutâneo de bioprótese valvar aórtica em pacientes com estenose valvar aórtica 3. MÉTODO 3.1 Tipo de estudo Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva e de abordagem quantitativa, realizada por meio de revisão de literatura. O método de revisão de literatura é pautado em uma questão de pesquisa construída de forma clara e guiado por métodos explícitos para identificar, organizar e sintetizar a literatura relevante. Trata-se de uma reunião de textos sobre o mesmo assunto para responder uma questão clinica específica, empregando uma estratégia de busca detalhada e métodos rigorosos de avaliação. Possui o potencial de contribuir para o retrato do fenômeno de interesse.(6) 3.2 Coleta de dados Foram incluídos artigos publicados no período compreendido entre 2007 a 2016 nos idioma português, inglês e espanhol nas bases de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). Os descritores utilizados foram: cardiologia, válvula aórtica e implante percutâneo de prótese aórtica bem como, seus respectivos termos nas línguas inglesa e espanhola, segundo os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). 3.3 Instrumento para coleta de dados Foi elaborado um roteiro semiestruturado pelos autores da pesquisa, contendo os seguintes dados: identificação do artigo, instituição sede do estudo, características metodológicas, amostra, resultados e conclusões (Apêndice). 3.4 Operacionalização da coleta de dados A coleta dos dados, ocorreu no decorrer do primeiro semestre do ano letivo de 2017, após aprovação do projeto pela coordenação do curso da Faculdade Israelita
  • 4. 4 de Ciências da Saúde Albert Einstein. Após a identificação dos artigos, foram analisados os resumos dos mesmos e em seguida na íntegra para verificar se atenderam aos objetivos para inclusão no estudo. 4. RESULTADOS A revisão bibliográfica realizada envolveu um total de 35 publicações cientificas, com os três descritores combinados no índice permutado nos idiomas português, inglês e espanhol nas bases de dados SciELO e LILACS. Após leitura dos títulos e resumos, as publicações foram reduzidas a oito, considerando-se o recorte temporal de dez anos (2007 a 2016) e que abordavam o TAVI tema central. Os dados na Tabela 1, nota-se que seis (75,0%) artigos foram encontrados na base de dados SciELO. Tabela 1. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra, segundo bases de dados. Base de dados Número absoluto (N) Porcentagem (%) SciELO 06 75,0 LILACS 02 25,0 Total 08 100 De acordo com a Tabela 2, observa-se que os anos de 2014 concentrou-se o maior número de publicações sobre, implante percutâneo de bioprótese valvar aórtica com (50%) dos artigos publicados.
  • 5. 5 Tabela 2. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra, segundo ano de publicação. Ano de publicação Numero absoluto (N) Percentagem (% ) 2007 00 - 2008 00 - 2009 00 - 2010 00 - 2011 00 - 2012 00 - 2013 02 25 2014 04 50 2015 02 25 2016 00 - Total 08 100 Na Tabela 3, nota-se quatro (50%) artigos foram encontrados com o descritor implante percutâneo da prótese aórtica. Tabela 3. Publicações selecionadas para fazer parte da amostra segundo descritores Assunto / Descritor Numero Absoluto (N) Percentagem (%) Cardiologia 02 25 Válvula Aórtica 02 25 Implante percutâneo da prótese aórtica 04 50 Total 08 100
  • 6. 6 Na F igura 1, evidenciou-se que 7 (87,5%) artigos foram realizados por médicos e um (12,5%) artigos por enfermeiros. Figura 1 – Distribuição dos artigos conforme a profissão dos autores Na Figura 2, evidenciou-se que 5 (62%) dos artigos, foram encontrados nos idiomas em português, 2 (25) foram encontrados no idioma inglês e 1 (13) no idioma espanhol. Figura 2 – Distribuição dos artigos conforme os idiomas. 7 (87,5%) 1 (12,5)% Médicos Enfermeiros 5 (62%) 2 (25%) 1 (13%) Idiomas Portugês Inglês Espanhol
  • 7. 7 5. DISCUSSÃO O implante por cateter de prótese aórtica (TAVI, do inglês transcatheter aortic valve implantation) constitui tratamento alternativo para pacientes com estenose aórtica de alto risco cirúrgico ou inoperáveis. Com isso, o TAVI deve ser desenvolvido dentro de um programa para o tratamento da estenose aórtica e não encarado meramente como um procedimento.(7) Quando o implante percutâneo está indicado, a ecocardiografia, a tomografia computadorizada, a angiotomografia e a ressonância magnética são úteis na avaliação do pré-procedimento. Estes exames, auxiliam quais artérias (ilíaca ou femoral) será a via de acesso e auxiliam também na medida do anel aórtico dos pacientes candidatos a esse procedimento e é muito importante na escolha do tipo e do tamanho da prótese.(7) A constituição de um grupo multidisciplinar, (idealmente formado por cardiologistas clínicos, intervencionistas, cirurgiões, anestesistas, enfermeiros e especialistas em imagem cardiovascular) é essencial para a adequada avaliação de pacientes, resultando em um ambiente propício e dedicação à promoção do tratamento mais seguro, efetivo e definitivo para pacientes portadores dessa valvopatia.(8) Estudos, demonstram que a obstrução coronária, apesar de rara, é uma grave complicação em pacientes submetidos ao TAVI. Desde o principio dos procedimentos de TAVI, ainda em modelos experimentais, tratava do implante de uma prótese biológica envolta por stent em função da proximidade das artérias coronárias com valva aórtica, sempre houve preocupação em relação a obstrução coronária.(9) De fato, a obstrução coronária foi relatada nos primeiros trabalhos experimentais com próteses percutâneas aórticas, sendo descrita posteriormente em seres humanos em 2006. Apesar dessas preocupações iniciais e frequentes variáveis na literatura, atualmente, nos grandes registros de estudos mundiais, sua incidência é <1%. No registro brasileiro de TAVI, a incidência de obstrução coronária foi bastante similar, de 0,72%.(9) Após a implantação da válvula, podem ocorrer complicações elétricas no coração tais como alterações agudas na condução, BAVT, BRE e BRD. Com isso sendo necessário instalação de um marcapasso.(10)
  • 8. 8 A estenose aórtica é uma grande preocupação de saúde debilitante global que está associado com alta mortalidade na população idosa. Até recentemente, o único tratamento para esses pacientes era a substituição da válvula aórtica cirúrgica, mostrando resultados perioperatória razoáveis, mas excluindo um grande numero de pacientes sintomáticos devido ao alto risco peri-operatório como indicador pela Sociedade europeia de pentuação (EuroSCORE) ou Thoracic society of surgeons (TST).(11) Mesmo com complicações que podem ocorrer, alguns resultados confirmam que o implante transcateter de prótese aórtica, em pacientes com elevado risco cirúrgico ou com contraindicação à cirurgia convencional de troca valvar, é um procedimento terapêutico factível e efetivo, com elevada incidência de sucesso imediato e manutenção dos resultados a médio prazo. Desde 1960 a troca valvar aórtica tem sido a única opção para o tratamento de estenose valvar aórtica grave, aumentando a sobrevida destes pacientes, independentemente da idade, com mortalidade estimada em 4%.(11) Aproximadamente, um terço dos pacientes com estenose aórtica grave são inelegíveis para o tratamento cirúrgico convencional, devido ao alto risco operatório e o tratamento medicamentoso para estes pacientes, resulta uma sobrevida entre 1 e 5 anos respectivamente. O TAVI apresenta ótimos resultados demonstrando não inferioridade em relação a troca valvar convencional, após um ano de seguimento, com 20% de redução da mortalidade absoluta em comparação ao tratamento clinico de pacientes inoperáveis. No entanto, os pré-requisitos anatômicos necessários, o alto custo relacionado ao procedimento e o baixo numero de profissionais capacitados à sua realização o tornam indisponível para a maioria dos pacientes.(12,13) O atendimento ao paciente após TAVI é complexo e deve ser focado no cuidado processual e as muitas condições co-mórbidas apresentam frequentemente nesta população de pacientes. Extubação imediata ou precoce é importante uma vez que o paciente esteja hemodinâmicamente estável e não apresenta sinais de sangramento ativo nos locais de acesso. Isto pode ser feito na sala de operação ou na área de recuperação. A mobilização precoce e atenção meticulosa às potenciais complicações nos pacientes pós procedimento.(14) É essencial monitorar o equilíbrio de fluídos após TAVI. Muitos pacientes tem hipertrofia ventricular esquerda significativa e disfunção diastólica devido a
  • 9. 9 remodelação cardíaca. Estes pacientes dependem de pré-carga adequada para ajudar a manter o débito cardíaco e a perfusão para as extremidades.(14) Além disso, muitos pacientes que passam pelo procedimento, têm insuficiência renal e necessitam de hidratação para minimizar a lesão renal aguda. Monitorar frequentemente o estado neurológico é fundamental para identificar quaisquer alterações associadas ao procedimento.(14) 6.CONCLUSÃO A revisão de literatura realizada envolveu 35 publicações científicas, com os descritores cardiologia, válvula aórtica, implante percutâneo de prótese aórtica bem como seus respectivos termos nas línguas inglesa e espanhola, segundo os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Após a leitura dos títulos e resumos, os trabalhos foram reduzidos a oito artigos, nos idiomas português, inglês e espanhol nas bases de dados SciELO e LILACS publicados entre 2007 a 2016. Foi possível observar nas publicações que o TAVI mostrou-se seguro e eficaz em pacientes com alto risco cirúrgico, inclusive proporcionando redução de mortalidade em pacientes cujo procedimento cirúrgico foi recusado pelo cirurgião em razão do excesso de comorbidades clínicas. No entanto, os pré-requisitos anatômicos necessários, o alto custo relacionado ao procedimento e o baixo número de profissionais capacitados à sua realização o tornam indisponíveis para a maioria dos pacientes. A enfermagem como um todo é responsável pelo cuidado direto ao paciente, para isso, são necessárias, conhecimento científico eficaz e habilidades técnicas para o desempenho de suas ações e para o sucesso do procedimento na recuperação do paciente. 7. REFERÊNCIAS 1. Falcão CA, Moscoso IIJ. Cardiologia diagnóstico e tratamento. 1a ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2016. Capítulo 5, Valvopatias; p. 39-40. 2. Souza, ALS, Salgado, CG, Rocha, RM. Implante de válvula aórtica por cateter e
  • 10. 10 seus fatores de morbinortalidade em experiência de 5 anos no Brasil. Arq Bras Cardiol. 2016; 106 (6): 519-527. 3. Kocaaslan C, Ketinci B, Yilmaz M. Comparison of transcatheter aortic valve implantation versus surgical aortic valve replacement to improve quality of life in patiente > 70 years of age with severe aortic stenosis. Bras J. Cardiovasc Surg. 2016; 31 (1): 1-6 4. Pineda F, Sarango B, Sore L. Experiencia inicial del implante percutâneo da válvula aórtica em el Intituto Nacional del Tórax.Rev Med Chile. 2015; 143: 1512-1520. 5. Silva LS, Caramori PRA, Filho ACBN. Desempenho de escores de risco cirúrgico para promover mortalidade após implante transcateter de valva aórtica. Arq Bras Cardiol. 2015; 105(3): 241-247. 6. Brevidelli MM, Sertório SCM. TCC – Trabalho de conclusão de curso: guia prático para docentes e alunos da área da saúde. 4a ed. São Paulo: Iátria; 2010. 7. Siqueira DA, Abizaid AAC, Ramos AA, Jeronimo AD, LeBihan D, Et al. Impacto da curva de aprendizado na seleção de pacientes e nos resultados clinicos do implante por cateter de protese aórtica. Rev Bras de Cardiol Invasiva. 2014; 22(3):2016-24. 8. Ribeiro BR, Leite SR, Siqueira DAA, Carvalho LA, Et al. Obstrução coronaria após implante por cateter de prótese valvar aórtica. Arq. bras. cardiol. 2014; 102(1):93-96. 9. Reinders A, Vries CS, Joubert G. Pre-interventional assessment and calcification score of the aortic valve and annulus, with multi-detector ct, intranscatheter aortic valve implantation using medtronic corevalve. Afr. J. rad. 2015;19(1):762-7. 10.Andrés SA, Ochoa JP, Pipkin M, Llano R, Verón LF, Duronto E, Valdivieso L,
  • 11. 11 Mendiz O. Complicaciones elétricas possiblante de válvula aórtica percutáneo: evolucion clinica y eléctrica. Rev. arg. de cardiol. 2014; vol. 82. 11.Sabastían L, Abizaid A, Siqueira D, Ramos A, Costs Jr. JR, Arrais M, Kambara A, Bihan DL, Sousa A, Sousa JE. Experiência inicial de dois centros nacionais no implante de prótese aórtica transcateter. Arq. Bras. Cardiol.2014; 102(4):336- 44. 12.Pontes ACDV, Duarte JJ, Silva AD, Gardenal N, Dias, AMSAS, Benfetti RA, da Silva GVR, Benfatti AFC. Experiência inicial e pioneira do implante de valvar aórtica transcateter (Inovare) por via femoral ou ilíaca. Rev. bras. cir. cardiovasc. 2013;28(2):208-16. 13. de Valhe VA, Pinton FA, de Melo EFP, Bezerra CG, E Parin MA, Arrieta SR, Kajita LJ, Junior JM, Filho AE, da Silva EER, Tarasoutchi F, Grinberg M, Neto PAL. Valvuloplastia aórtica por cateter balão na estenose aórtica degenerativa: Impacto terapêutico em pacientes em condições clinica in extremis. Rev Bras Cardiol Invasiva. 2013;21(3):221-6. 14.Ellis MF. Transcatheter aortic valve replacement an evolving option for severe aortic stenosis. Pittisburg: Pennsylvania State Nurses Association; 2015 Nov 11.Disponível em : http://nursing.advanceweb.com/Continuing-Education/CE- Articles/Transcatheter-Aortic-Valve-Replacement.aspx
  • 12. 12 Seleção: ( ) Randômica ( ) Conveniência (X ) Outras: N: APÊNDICE IMPLANTE PERCUTÂNEO DE BIOPRÓTESE VALVAR AÓRTICA EM PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA: REVISÃO DE LITERATURA Instrumento para coleta de dados Parte I – Identificação Título / Área: . Base de Dados:Título do Artigo: Autores: País / idioma / Ano:Tipo do artigo:Local / instituição:Parte II - Caracterização metodológica do estudo Parte III - Amostra / População Parte IV - Resultados e Conclusões Tratamento estatístico: Tipo de publicação: ( ) Abord. Quantitativa( ) Abord. Qualitativa ( ) Abord. Mista ( ) Revis. Sistemática ( ) Revis. Narrativa ( ) Relato de experiência( ) Relato de caso (X) Outras