O documento discute a diferença entre adjunto adnominal e aposto especificativo. Explica que o adjunto adnominal depende do nome ao qual está ligado, enquanto o aposto pode substituir o nome. Fornece exemplos para ilustrar como identificar cada um através de orações, removendo termos para verificar o sentido. Por fim, pede que identifique termos como adjunto ou aposto em novas orações.
1. Gramática e Interpretação Textual - Conteúdo Extra
Aposto especificativo ou adjunto adnominal?
Em nosso estudo, encontramos o seguinte desafio: estabelecer a diferença entre adjunto
adnominal e aposto especificativo. Esclarecer essa questão é o objetivo deste texto.
Antes de iniciarmos a diferenciação, é importante destacarmos um ponto: o adjunto adnominal
nasceu para ficar JUNTO DO NOME, ou seja, sua existência terá sentido apenas se o nome existir;
o aposto, ao contrário, pode seguir sem a presença do termo ao qual está ligado, poderá até
substituí-lo, veremos isso logo a seguir.
Comparando grosseiramente o adjunto adnominal com um apontador de lápis...
Se não existissem os lápis, não precisaríamos de apontadores, ou seja, a existência do apontador
depende diretamente da existência dos lápis, assim como os adjuntos adnominais, que não têm
sentido sem os nomes aos quais se ligam. Se extrairmos da oração o termo determinado pelo
adjunto adnominal, a informação perderá o sentido. Se deixássemos de usar lápis, ou parassem
de fabricá-los, a utilidade dos apontadores seria reduzida a zero.
Observe a seguinte oração:
Os moradores do João XXIII estão impressionados com tanta violência.
“Do João XXIII” é adjunto adnominal de “os moradores”. Podemos ver que tirando “os
moradores” ficamos com algo sem nenhum sentido: “João XXIII estão impressionados com tanta
violência”. Não se sabe, com essa oração, quem do João XXIII está impressionado com a
violência.
Note que o termo “os moradores” dá sustentação ao termo “do João XXIII”, e “João XXIII” não
consegue “sobreviver” solto.
Agora, observe:
O mês de março está bastante chuvoso.
2. Se retirarmos o termo “o mês”, ficará: “Março está bastante chuvoso”. Percebe-se que
continuamos com uma oração com o mesmo sentido de antes; isso ocorre porque “março”
equivale ao significado de “mês”; “de março” é, então, aposto de “mês”, especifica qual mês
do ano está sendo chuvoso.
Vejamos, na prática, como fazer essa diferenciação:
Oração 01: A cidade de Fortaleza teve grandes problemas com as últimas chuvas.
Oração 02: A estante de madeira está desorganizada.
Considere a oração 01:
Retirando o termo “a cidade”, o restante da oração permanece com um sentido: “Fortaleza
teve grandes problemas com as últimas chuvas.” Nesse caso, podemos afirmar que “de
Fortaleza” é aposto. Tanto faz dizer “A cidade teve grandes problemas com as últimas chuvas”
como “Fortaleza teve grandes problemas com as últimas chuvas”.
Considere agora a oração 02:
Retirando o termo “a estante”, ficamos com uma oração confusa: “madeira está
desorganizada”. Com isso, percebe-se que “de madeira” está preso ao termo “a estante”, logo
é adjunto adnominal (lembre-se: o apontador e o lápis!)
Agora, exercite! Indique se os termos grifados são aposto especificativo ou adjunto adnominal.
A cidade de Nova York foi devastada pelo vendaval.
O Imperador Hiroito foi preso ontem.
A queda da bolsa denuncia o ânimo do mercado.
A cidade de Curitiba é muito jovem.
O rio Amazonas é o maior rio do mundo.
O sonho dos investidores foi realizado.
A cidade de Manaus tem um teatro lindo.
Durante o carnaval, a cidade de Salvador fica cheia de gente.
A professora Vera trará mais exercícios.
O caderno de português foi perdido.
O campo de golfe está interditado.
A loja de brinquedos está com grandes promoções.
Bom estudo e sucesso! Grande abraço!
Professor Elias de Lima Neto