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Dificuldades de Aprendizagem e a Instituição
Claudine Rodrigues Araújo
Orientador: Prof. Me. Martin L.K. Oliveira Souza
Resumo
O artigo científico desenvolvido tem a finalidade de apresentar abordagens do ponto de
vista teórico, partindo de uma revisão bibliográfica a respeito da constituição da
aprendizagem humana, sob diversos “olhares” da literatura. Visa identificar as
dificuldades de aprendizagem e seus reflexos no contexto escolar. Faz uma breve
descrição e determina algumas das principais dificuldades mais recorrentes na escola,
ressaltando a importância do diagnóstico e das estratégias aplicadas na resolução dos
problemas que interferem a aprendizagem. Objetiva analisar numa perspectiva teórica
quais são as características dessas dificuldades e explica que na maioria das vezes os
agravantes das dificuldades são de origem externa. Analisa a importância das interações
sociais e destaca a função da escola diante das dificuldades dos aprendizes, demonstrando
o valor do comprometimento docente e do psicopedagogo quanto a afetividade no ensino
e aprendizagem dos alunos os quais apresentam dificuldades. Por fim investiga a
complexidade que envolve a aprendizagem humana.
Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem; Aluno; Docente, Psicopedagogo, Escola
Abstract
The scientific article developed aims to present approaches from the theoretical point of
view, starting from a bibliographic review regarding the constitution of human learning,
under various "perspectives" of the literature. It aims to identify learning difficulties and
their reflexes in the school context. It makes a brief description and determines some of
the most recurrent main difficulties in school, emphasizing the importance of diagnosis
and strategies applied in solving problems that interfere with learning. It aims to analyze
in a theoretical perspective what are the characteristics of these difficulties and explains
that most of the times the aggravating factors of the difficulties are of external origin. It
analyzes the importance of social interactions and highlights the role of the school in the
face of the difficulties of the apprentices, demonstrating the value of teacher commitment
and psychopedagoging regarding the affectivity in the teaching and learning of students
who present difficulties . Finally, it investigates the complexity that involves human
learning.
Keywords: learning disabilities ; student ; Teacher; Psychopedagoging; School.
INTRODUÇÃO
O presente artigo visa identificar dificuldades relacionados à aprendizagem em sala de
aula, devido ser um grande desafio para muitos docentes, principalmente aos iniciantes e
aqueles os quais buscam se atualizar para lidar com a inclusão, ritmos e também modos
distintos de aprender.
A aprendizagem do ser humano tem início na vida intrauterina e o ambiente interfere
intensamente no processo dinâmico que é aprender. Cada sujeito possui uma forma única
de compreender o mundo e selecionar informações transformando em conhecimento.
Vários fatores requerem atenção especial dos profissionais envolvidos, pois é por meio
de atividades da mesma natureza como, por exemplo, decodificar sons e letras, que se
iniciam os primeiros passos para o reconhecimento de diversos problemas que interferem
diretamente no processo de aprendizagem.
As dificuldades precisam ser compreendidas, possibilitando buscar as intervenções
necessárias, trabalhar as lacunas existentes e assim permitir que todos consigam aprender
efetivamente, pois, apesar de cada indivíduo ter a sua maneira particular de adquirir
conhecimento, alguns parâmetros, dentre eles a idade cronológica, precisam ser seguidos
dentro do contexto educacional, propiciando o reconhecimento do atraso escolar e quais
as suas principais causas.
A finalidade deste estudo, realizado por meio de uma pesquisa de cunho bibliográfico,
tem como principal objetivo apresentar contribuições extremamente relevantes apuradas
na literatura especializada, partindo sempre da questão específica a qual serve de base
para o desenvolvimento do trabalho.
Procura se buscar as soluções e possíveis alternativas concretas a problemática discutida,
sempre utilizando embasamento teórico consistente destinado a dar as respostas
necessárias para uma indagação muito atual, presente no cotidiano educacional. Quais
são as dificuldades da aprendizagem mais recorrentes no contexto escolar?
As respostas serão apresentadas nas seções a seguir abordando o tema de acordo com as
principais contribuições teóricas, distinguindo as dificuldades e transtornos, ressaltando
a importância do docente e da escola na educação de alunos com problemas relacionados
à aprendizagem. E por fim, se expõe um balanço geral da discussão com as considerações
finais, abrindo espaço para apontamentos futuros, e as referências prestam a devida
credibilidade das obras consultadas.
DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM: UMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A aprendizagem é o resultado de uma organização dos esquemas mentais desenvolvidos
em diferentes estágios com influência do ambiente, assimilação dos valores culturais e
demais aspectos funcionais, conceituada como a capacidade de compreender, conhecer e
observar as informações obtidas.
Para Graça (2003 p.06,) ”a aprendizagem é gradual, isto é, vamos aprendendo pouco a
pouco, durante toda a vida”. Trata-se de um esquema próprio para estabelecer a
individualidade amparada em quatro (4) elementos essenciais:
O comunicador ou emissor: Figurado pelo professor ou máquinas capazes de ensinar
transmitindo informações e conhecimentos.
A mensagem: Conteúdo educativo repassado com precisão e objetividade.
O receptor da mensagem: Aluno o qual deve receber a instrução disseminada.
O meio ambiente: Local que seja propício para a efetivação da aprendizagem; escola,
família, sociedade, etc.
Esses elementos possuem um papel muito importante, se algum deles falhar, ocorrerá
problemas de aprendizagem. No entanto, princípios como; saúde física, mental,
concentração, memória e inteligência necessitam ser considerados.
Durante a aprendizagem os sujeitos passam por uma transformação e se tornam um novo
sujeito. Visto que a aprendizagem é um processo pelo qual as competências, habilidades,
conhecimentos, comportamento ou valores do sujeito são adquiridos ou modificados de
acordo com as experiências vividas por ele, sejam resultadas do seu estudo, formação, do
raciocínio ou da observação de uma situação. (BARBOSA 2015, p.24).
Teorias clássicas encontradas na literatura procuram explicar como a aprendizagem se
processa. Segundo Barbosa (2015, p.15) “dentre elas, destacam-se:
Comportamentalismo, Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica.
O comportamentalismo tem o foco em conduzir o aprendiz a assimilar as respostas
corretamente de acordo com os estímulos proporcionados pelo ambiente. Para os
comportamentalistas, aprender implica mudanças no comportamento, destacando as
teorias do reflexo, associacionista, Behaviorismo de Watson e o Behaviorismo de Skinner
(BARBOSA, 2015, p.16).
No cognitivismo a busca é entender a ocorrência dos processos mentais durante a
aprendizagem. Os cognitivistas entendem que se aprende a partir da construção do
conhecimento e a base do cognitivismo está na cognição, dando ênfase aos processos da
mente, percepção e compreensão. Seus maiores expoentes são: Bruner, Piaget e Ausubel.
Os representantes do humanismo, Carl Rogers e Kelly, postulam que aprender leva a
autonomia e auto- realização do ser. Tem a atenção voltada para o ensino centrado no
aluno e a sua principal preocupação é o crescimento pessoal.
A teoria Sócio-Histórica conta com contribuições de Lev Vygotsky, Luria e Leontiev,
destacando a influência das questões culturais, históricas e sociais as quais agem
diretamente na aprendizagem do individuo, nesta perspectiva a mediação é uma atividade
indispensável para a aprendizagem do aluno.
Cada enfoque em sua essência investiga a aprendizagem e o porquê das “falhas” ou
dificuldades durante o transcurso do processo. As dificuldades da aprendizagem em geral
caracterizam-se em uma desordem ou disfunção de ordem neurológica causada por lesões
cerebrais, desenvolvimento inadequado do cérebro ou desconformidade química.
Barbosa (2015) evidencia a visão neurobiológica da aprendizagem, definida como
aquisição de novas informações arquivadas na memória. O cérebro reage aos estímulos
externos, ativando as sinapses, função na qual se adquirem os novos saberes.
Na falta de intensidade das sinapses, há alterações dos circuitos que processam as
informações provocando disfunções na rede neuronal, levando o aprendiz a apresentar
dificuldades específicas, com níveis de intensidade distintos, as dificuldades mais comuns
enfrentadas pelas crianças na escola estão relacionadas à leitura, escrita e matemática.
A maioria dos estudantes passa por dificuldades de aprendizagem em várias fases durante
os anos escolares. Na verdade, ter dificuldade com matéria nova é uma parte normal do
processo de aprendizagem e gera benefícios aos estudantes. O esforço e a concentração
adicionais necessários para completar tarefas desafiadoras, podem reforçar as habilidades
de resolução de problemas e aumentar a compreensão e manter o foco necessário para
melhorar a memória em longo prazo […] (FERREIRA, 2015, p.09).
As dificuldades surgem a partir de obstáculos encontrados no processo de ensino-
aprendizagem causados pelos fatores externos, metodologias inapropriadas, conflitos
pessoais e diferenças culturais.
Na visão psicopedagógica, acredita-se que todo o ser humano tem a sua modalidade de
aprendizagem e com os seus próprios meios constrói o saber. Logo ao nascer, inicia-se
um procedimento o qual se constitui em um esquema, fruto do inconsciente simbólico,
residindo nele o desejo de aprender, resultado da história e das relações pertencentes a
cada um.
Serra (2012, p.23) argumenta, ”a aprendizagem possui algumas funções contraditórias.
São elas: a função socializadora, a função repressora e a função transformadora”.
Na função socializadora, a educação conduz o indivíduo a experimentar a vida
comunitária, fazendo ensaios da participação social em ambiente escolar. A escola atua
dentro de um projeto social e humano para que o homem faça uso do conhecimento em
sua cultura.
A função repressiva define os limites a serem seguidos e especifica atividades coletivas,
mas há uma abertura a plena expressão do desejo de aprender. Por outro lado, a função
transformadora representa uma divisão das demais funções. Ao mesmo tempo em que
mantém a cultura (função socializadora) delimita o ser para agir de acordo com as regras
(função repressiva) e com isso, liberta os sujeitos e como consequência, transforma a
sociedade. No entanto, quando há dificuldades da aprendizagem, essas funções não se
realizam plenamente.
Ainda, dentre o conjunto das teorias, as contribuições da epistemologia convergente
caracterizam a aprendizagem em um esquema evolutivo dividido em quatro (04) níveis:
Protoaprendizagem: Onde se desencadeiam as primeiras aprendizagens nas relações
afetivas da criança com a mãe, a partir do nascimento até os primeiros anos de vida. O
mundo da criança resume-se á mãe ou ao adulto que a substitui.
Deuteroaprendizagem: É adquirida a concepção de mundo e de vida pela convivência
com a família.
Aprendizagem assistemática: Acontece na interação do sujeito com a comunidade.
Aprendizagem sisteimática: Ocorre nas interações com as instituições educativas, por
exemplo, a escola, onde são transmitidos os conhecimentos e as atitudes estimadas na
sociedade.
O enfoque dado às interações seja com a mãe, comunidade, ou com as instituições,
indicam que o aspecto social e sua amplitude favorecem a aprendizagem (SERRA 2012,
p.25).
Obstáculos podem vir a causar inadequações e comprometer a aprendizagem, porém se
existir uma relação integrada entre o meio e o aprendiz, o núcleo essencial não é afetado.
p.25).
Obstáculos podem vir a causar inadequações e comprometer a aprendizagem, porém se
existir uma relação integrada entre o meio e o aprendiz, o núcleo essencial não é afetado.
Avalia-se que as dificuldades de aprendizagem são de caráter provisório em distintas
dimensões; social, pedagógica, afetiva, cognitiva e orgânica, vistas sempre pela óptica de
várias causas, mas, deve-se também observar o interesse do aluno, caso esteja desatento.
Cruz (2014 p.02) afirma, “este fator é muito comum em nossa época, quando jogos
eletrônicos condicionam as crianças a obter respostas imediatas e a satisfação é gerada
pela competitividade”. Então, o docente deve tentar perceber a causa da desatenção,
motivada muitas vezes pelo uso excessivo de aparelhos eletrônicos, conflitos da vida
cotidiana, falta de harmonia entre colegas, metodologia descontextualizada e exaustiva.
Define-se que para desenvolver estratégias e procurar soluções as quais busquem sanar
as dificuldades de aprendizagem, estão intimamente relacionadas algumas tarefas
essenciais, dentre elas, o desenvolvimento de projetos em conjunto, solicitar pesquisas
monitoradas, elaborar apresentações, dramatizações e acima de tudo despertar a
curiosidade do aluno.
Tornar o material didático mais atraente com pequenas adaptações e ilustrações, separar
informações, usar materiais concretos, promover jogos e atividades lúdicas. As avaliações
devem ser frequentes ou acumulativas, a linguagem dos enunciados deve ser composta
por frases simples, produções textuais com número delimitado de linhas e retomada dos
conceitos anteriormente estudados.
Demais colaborações, reforçam a importância da terapia ocupacional, o terapeuta tem
conhecimento e habilidades, acesso a recursos e informações, logo após a exploração do
problema são estabelecidos planos de ação adotados juntamente com a escola e a família.
A Terapia Ocupacional tem importante papel neste contexto intervindo como facilitador
da relação escola, aluno-família, o que propicia o desenvolvimento do aprendizado da
criança tendo a capacidade de realizar suas atividades plenamente e inserida nos seus
contextos de desempenho. (OLIVEIRA e CASTANHARO 2006, p.98).
ATUAÇÃO DOCENTE E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NAS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM:
A aprendizagem desde o início da existência humana, se constitui de modo complexo,
variando de um indivíduo para outro, o que fez com que os estudos ao longo dos anos
buscassem o entendimento das questões relacionadas à aprendizagem escolar.
Consistindo em uma mudança potencial no comportamento dos indivíduos, a
aprendizagem devido a suas experiências, muda o ser humano de alguma forma como
resultado da prática, mas quando ocorrem às dificuldades e os transtornos da
aprendizagem, todo o processo fica comprometido.
Para Carara (2017, p.07) “os transtornos e dificuldades de aprendizagem apresentam
vários fatores que influenciam sua constituição, como aspectos sociais, afetivos, de ordem
orgânica, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital”.
As dificuldades são tidas como um fenômeno o qual afeta a vida das pessoas, identificado
como um grupo heterogêneo de desordens manifestadas na utilização e aquisição da
leitura, escrita e dos raciocínios matemáticos, em geral desencadeados pela desmotivação,
falta de estímulos, desestrutura familiar, demais problemas pessoais e de ordem afetiva,
que interferem diretamente na aprendizagem do educando.
O professor utilizando-se dos recursos e de metodologias diversificadas se torna um
mediador entre o objeto de conhecimento e a concretização real da aprendizagem,
intervindo nas interações, exercendo fundamental importância no aprendizado e assim
contribuir para a ocorrência de avanços que não seriam possíveis espontaneamente.
A figura do professor, que passa um período significativo do dia convivendo diretamente
com os alunos, deve conhecer seus alunos e assumir um papel de referência para as
crianças, ficando apto a identificar suas dificuldades e interferir de maneira positiva, de
forma a promover situações favoráveis à aprendizagem. O professor deve assumir o papel
de facilitador dentro da escola, onde o aluno possa ser o protagonista dentro do processo
de ensino aprendizado que deve ocorrer de forma integrada. (CARARA 2017, p.08).
Ao detectar alunos com dificuldades de aprendizagem, diversas categorias serão
encontradas. Ocorrerá a identificação dos que necessitam de intervenção clínica,
psicológica ou psicopedagógica, até mesmo neurológica, mas sempre haverá problemas
os quais devem ser solucionados dentro da escola, por meio de programas de ensino
individualizados e de práticas diferenciadas.
É de suma importância que o professor reflita a respeito das causas do fracasso escolar,
não para se sentir culpado e sim responsável em adotar alternativas buscando solucionar
aborrecimentos durante as etapas de aprendizagem.
Compreender como ocorre o conhecimento, as interferências na aprendizagem e os seus
distintos estágios, transforma o trabalho docente em processo científico. Por isso, destaca-
se a relevância de ações e intervenções conjuntas com a equipe escolar, para subsidiar
uma estrutura curricular a qual esteja compatível com a cognição, afetividade e
convivência social do aluno, somente a partir de então, as metodologias passarão a
alcançar com eficácia os objetivos propostos e atingir os alunos com dificuldades
proporcionando aprendizagem.
A sala de aula é um espaço de diálogo, mesmo que o aprender seja individual, na escola
ele acontece coletivamente. Momentos de individualidade e coletividade podem ser
oferecidos na produção da aprendizagem.
Organizar as turmas para o trabalho em grupo, juntando alunos que aprendem com
facilidade e alunos que apresentam dificuldades, também pode ser uma boa alternativa,
pois as crianças e adolescentes falam a mesma língua e podem funcionar como
professores particulares um dos outros. (SERRA 2012, p.33).
Deve-se ainda, valorizar as potencialidades dos alunos, para descobrir os talentos que eles
possuem e chegar a uma relação interdisciplinar positiva com as demais áreas.
O planejamento também é essencial, representa que uma intervenção quando planejada,
exerce amplo poder na realização da aprendizagem. A capacidade de elaboração,
transformação e simbolização provocam respostas distintas, tomadas de intencionalidade,
que por meio da interação, provocam elaboração das estruturas mentais superiores, isto
quer dizer, a organização do planejamento facilita a aprendizagem. As informações
interagem e se agrupam, estabelecendo novos conceitos e novas maneiras de ver o mundo.
Serra (2012, p.80) enfatiza, “ao planejar, é preciso que o professor acompanhe e avalie os
seus alunos de modo a resgatar aqueles que possuem dificuldades e que considere o
vinculo desses alunos com o ato de aprender”.
A elaboração da aprendizagem significativa decorre das trocas com o mundo exterior e a
afetividade está intimamente ligada ao conhecimento, os conteúdos não podem estar
limitados em si mesmos, eles estão a serviço do docente, para que se adaptem as práticas
pedagógicas a fim de facilitar a aprendizagem.
O PAPEL DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DIFICULDADES E
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
O aluno independentemente da idade quando ingressa na vida escolar, traz consigo uma
lista de experiências e é neste meio que apresentará sucesso ou dificuldades em seu
aprendizado. As dificuldades vão de áreas específicas a outras mais globais,
representando na maioria das vezes problemas em todas as atividades.
Nepomuceno e Bridi (2010 p.03) acreditam, “se a dificuldade fosse apenas originada de
danos biológicos, orgânicos ou, somente, da inteligência, para solucioná-los não
precisaria entender a complexa rede social do aluno e nem pensar nos aspectos ligados a
escola e a relação professor/aluno.
Estudos evidenciam que cabe a escola, evitar a mera recepção de conteúdos,
proporcionarem ao aluno o desenvolvimento educacional e a formação cultural básica
para viver em sociedade.
As dificuldades de aprendizagem precisam ser consideradas não como fracassos, mas
sim, como desafios a serem superados, dando oportunidade ao aluno de se constituir ser
humano em sua totalidade.
Muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes da metodologia inadequada,
professores desmotivados e incompreensivos, brigas e discussões entre colegas. A escola
deve ser a segunda casa do indivíduo, um lugar onde ele possa se sentir bem e entre
amigos, contar com a professora sempre que precisar ou sempre que tiver um problema
familiar (outra causa de dificuldades de aprendizagem) e manter contato com os outros
membros da equipe escolar assim como a coordenação pedagógica. Se o aluno sente-se à
vontade para conversar com a professora. (NEPOMUCENO e BRIDI 2010, p.07).
A ausência de vinculo entre alunos, professores e escola, é um dos motivos do fracasso
escolar, o aluno sente-se desmotivado a cumprir com suas obrigações, e as situações
agravam-se ainda mais quando encontrados métodos muito rígidos, visto que os alunos
necessitam ter liberdade para construir o conhecimento.
Cabe a escola detectar ás carências, elaborar programas com reforço escolar, visando
integrar o aluno com dificuldades, selecionar teorias e práticas realmente significativas
na realidade em que os sujeitos se inserem.
O trabalho educacional ofertado na escola deve ser planejado e intencional,
diferenciando-se de outros espaços, porque as práticas sociais nela desenvolvidas
precisam permitir os alunos entrarem em contato com valores que ampliem as habilidades
e os posicionamentos diante das situações de conflito.
A escola é sim um espaço privilegiado para o bom desenvolvimento da aprendizagem,
pois através dela o aluno pode ter um convívio direto com novas perspectivas de
conhecimentos e diferentes contatos com indivíduos ímpares (SOARES 2006, apud.
CORTEZ e FARIA 2011, p.06).
Uma escola de qualidade não fica limitada apenas ao ensino de conteúdos, há um conjunto
de diversidades e multiplicidades a serem consideradas. Tal modo permite a instituição
ampliar a construção dos conhecimentos, possibilitando que alunos com transtornos de
aprendizagem consigam aprender e sintam-se integrados junto ao demais, portanto, a
escola carece estar ciente de suas funções.
A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com
competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de ensino, conteúdos
que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada momento
histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os
alunos possam exercer seus direitos e deveres. Para tanto ainda é necessário que a
instituição escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o propósito de
contribuir para que os alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva
(CORTEZ e FARIA 2011, p.27).
A escola ainda tem o dever de realizar reuniões para elaborar e apresentar soluções
voltadas aos alunos com transtornos, onde se reconheça a importância da tecnologia
assistiva de baixo custo e sejam determinadas ações a serem desenvolvidas juntamente
com os pais e toda a comunidade escolar, discutindo a adaptação do currículo e de uma
proposta pedagógica que realmente contemple a todos. As ações primordiais podem ser
desempenhadas a cada trimestre, com análise dos resultados alcançados e projetos
posteriores.
A Contribuição do Psicopedagogo nas Dificuldades de Aprendizagem
A Psicopedagogia é uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo
o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento.
Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com
os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as
crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem
uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de
aprendizagem.
Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está
apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros
profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino-
aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Por meio de
técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção
psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços
institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de
um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos.
Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou
desobstruir tal processo. Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da
instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e
profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz
de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar. A
psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os
problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos
trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem
menor.
Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem,
buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades,
encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais
- psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e
exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da
potencialização humana no processo de aquisição do saber.
"Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que
requerem atenção educacional diferenciada"(FIRMINO; BORUCHOVITH; DIEHL,
2001, p. 57). Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito,
auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-
aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento,
redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o
educador se olhe como aprendente e como ensinante.
Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores
realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão
de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como
as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios
de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.
Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de
parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente
se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto
ao professor é positiva.
É importante que o psicopedagogo, também participe das reuniões de pais, esclarecendo,
juntamente com os professores, o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe,
avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação
professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades,
buscando estratégias e apoio. Segundo Bossa (1994, p.23):
[...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo
aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a
integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características
e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que
no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela
elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais,
fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel
da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da
criança ou, da própria ensinagem.
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre
as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para
que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso,
deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino
e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se
transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.
O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para
compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo
a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir.
Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente,
envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola.
Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no
processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa
a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas
de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação
educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.
Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem,
diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores,
estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora.
fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e,
muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse
processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia
(BOSSA, 1994).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual
participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos
a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não o
desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são consequentes da
história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará
experiências futuras, como por exemplo: o conceito de si próprio, insegurança, interações
sociais etc.
Apesar das dificuldades e transtornos de aprendizagem que alguns seres humanos
apresentam no decorrer do percurso escolar, é comprovado cientificamente o potencial
intelectual que estes possuem.
Com base neste estudo, reafirma-se o fato de que mesmo sendo muito comum encontrar
dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, a atenção e o compromisso da
família, professores, psicopedagogo e a parceria com a escola fazem todo o diferencial.
O diagnóstico preciso e as intervenções propiciam maiores e melhores resultados em
todos os aspectos.
A adaptação das metodologias como também do ambiente escolar, são fatores
indispensáveis ao bem estar do aluno e estão intrinsecamente ligados ao desempenho
cognitivo.
Conclui-se que por se tratar de um assunto amplo, as investigações não se limitam, sempre
haverá novas pesquisas buscando atualizações. O propósito de reconhecer a diversidade
de dificuldades da aprendizagem contribui para a formação docente.
Com o reconhecimento cada vez mais crescente da indispensabilidade de incluir alunos e
se aperfeiçoar, os profissionais procuram especialização para atuar competentemente,
pois considerando os resultados obtidos, os argumentos utilizados no trabalho são
bastante significativos para a educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, Priscila de Souza. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em:
<oincrivelze.com. br/ > . Acesso em 28 de fevereiro, 2018.
BEAUCLAIR, João. O que é a Psicopedagogia?. Rio de Janeiro, 2004, disponível em:
http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=98. Acesso em 25
abri. 2015.
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.
CARARA, Mariane Lemos. Dificuldades de aprendizagem e vulnerabilidade social sob
a percepção da comunidade escolar. Disponível em: <www.uniedu.sed.sc.gov.br >>.
Acesso em 12 de março, 2018.
CORTEZ, Renata Veloso de Moraes; FARIA Moacir Alves. Distúrbios de aprendizagem
e os desafios da educação escolar. Revista eletrônica saberes da educação. Vol. 02, nº 1,
2011. Disponível em: < www.docs.uninove.br/>. Acesso em 14 de março, 2018.
FERREIRA, Cláudia. Transtornos da aprendizagem: Da teoria á prática. 3° Edição. Belo
Horizonte. Uni Duni editora de livros LTDA, 2015.
FIRMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin.
Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
GRAÇA, Viviane da Silva. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em:
<www.avm.edu.br.mono./pdf>. Acesso em: 27 de maio, 2020.
SERRA, Dayse Carla Gênero. Teorias e práticas da psicopedagogia institucional. 1ª
edição. Curitiba. Editora: IESDE Brasil S.A, 2012.
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  • 1. Dificuldades de Aprendizagem e a Instituição Claudine Rodrigues Araújo Orientador: Prof. Me. Martin L.K. Oliveira Souza Resumo O artigo científico desenvolvido tem a finalidade de apresentar abordagens do ponto de vista teórico, partindo de uma revisão bibliográfica a respeito da constituição da aprendizagem humana, sob diversos “olhares” da literatura. Visa identificar as dificuldades de aprendizagem e seus reflexos no contexto escolar. Faz uma breve descrição e determina algumas das principais dificuldades mais recorrentes na escola, ressaltando a importância do diagnóstico e das estratégias aplicadas na resolução dos problemas que interferem a aprendizagem. Objetiva analisar numa perspectiva teórica quais são as características dessas dificuldades e explica que na maioria das vezes os agravantes das dificuldades são de origem externa. Analisa a importância das interações sociais e destaca a função da escola diante das dificuldades dos aprendizes, demonstrando o valor do comprometimento docente e do psicopedagogo quanto a afetividade no ensino e aprendizagem dos alunos os quais apresentam dificuldades. Por fim investiga a complexidade que envolve a aprendizagem humana. Palavras-chave: Dificuldades de Aprendizagem; Aluno; Docente, Psicopedagogo, Escola Abstract The scientific article developed aims to present approaches from the theoretical point of view, starting from a bibliographic review regarding the constitution of human learning, under various "perspectives" of the literature. It aims to identify learning difficulties and their reflexes in the school context. It makes a brief description and determines some of the most recurrent main difficulties in school, emphasizing the importance of diagnosis and strategies applied in solving problems that interfere with learning. It aims to analyze in a theoretical perspective what are the characteristics of these difficulties and explains that most of the times the aggravating factors of the difficulties are of external origin. It analyzes the importance of social interactions and highlights the role of the school in the face of the difficulties of the apprentices, demonstrating the value of teacher commitment and psychopedagoging regarding the affectivity in the teaching and learning of students who present difficulties . Finally, it investigates the complexity that involves human learning. Keywords: learning disabilities ; student ; Teacher; Psychopedagoging; School. INTRODUÇÃO
  • 2. O presente artigo visa identificar dificuldades relacionados à aprendizagem em sala de aula, devido ser um grande desafio para muitos docentes, principalmente aos iniciantes e aqueles os quais buscam se atualizar para lidar com a inclusão, ritmos e também modos distintos de aprender. A aprendizagem do ser humano tem início na vida intrauterina e o ambiente interfere intensamente no processo dinâmico que é aprender. Cada sujeito possui uma forma única de compreender o mundo e selecionar informações transformando em conhecimento. Vários fatores requerem atenção especial dos profissionais envolvidos, pois é por meio de atividades da mesma natureza como, por exemplo, decodificar sons e letras, que se iniciam os primeiros passos para o reconhecimento de diversos problemas que interferem diretamente no processo de aprendizagem. As dificuldades precisam ser compreendidas, possibilitando buscar as intervenções necessárias, trabalhar as lacunas existentes e assim permitir que todos consigam aprender efetivamente, pois, apesar de cada indivíduo ter a sua maneira particular de adquirir conhecimento, alguns parâmetros, dentre eles a idade cronológica, precisam ser seguidos dentro do contexto educacional, propiciando o reconhecimento do atraso escolar e quais as suas principais causas. A finalidade deste estudo, realizado por meio de uma pesquisa de cunho bibliográfico, tem como principal objetivo apresentar contribuições extremamente relevantes apuradas na literatura especializada, partindo sempre da questão específica a qual serve de base para o desenvolvimento do trabalho. Procura se buscar as soluções e possíveis alternativas concretas a problemática discutida, sempre utilizando embasamento teórico consistente destinado a dar as respostas necessárias para uma indagação muito atual, presente no cotidiano educacional. Quais são as dificuldades da aprendizagem mais recorrentes no contexto escolar? As respostas serão apresentadas nas seções a seguir abordando o tema de acordo com as principais contribuições teóricas, distinguindo as dificuldades e transtornos, ressaltando a importância do docente e da escola na educação de alunos com problemas relacionados à aprendizagem. E por fim, se expõe um balanço geral da discussão com as considerações finais, abrindo espaço para apontamentos futuros, e as referências prestam a devida credibilidade das obras consultadas. DIFICULDADES DA APRENDIZAGEM: UMA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A aprendizagem é o resultado de uma organização dos esquemas mentais desenvolvidos em diferentes estágios com influência do ambiente, assimilação dos valores culturais e
  • 3. demais aspectos funcionais, conceituada como a capacidade de compreender, conhecer e observar as informações obtidas. Para Graça (2003 p.06,) ”a aprendizagem é gradual, isto é, vamos aprendendo pouco a pouco, durante toda a vida”. Trata-se de um esquema próprio para estabelecer a individualidade amparada em quatro (4) elementos essenciais: O comunicador ou emissor: Figurado pelo professor ou máquinas capazes de ensinar transmitindo informações e conhecimentos. A mensagem: Conteúdo educativo repassado com precisão e objetividade. O receptor da mensagem: Aluno o qual deve receber a instrução disseminada. O meio ambiente: Local que seja propício para a efetivação da aprendizagem; escola, família, sociedade, etc. Esses elementos possuem um papel muito importante, se algum deles falhar, ocorrerá problemas de aprendizagem. No entanto, princípios como; saúde física, mental, concentração, memória e inteligência necessitam ser considerados. Durante a aprendizagem os sujeitos passam por uma transformação e se tornam um novo sujeito. Visto que a aprendizagem é um processo pelo qual as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento ou valores do sujeito são adquiridos ou modificados de acordo com as experiências vividas por ele, sejam resultadas do seu estudo, formação, do raciocínio ou da observação de uma situação. (BARBOSA 2015, p.24). Teorias clássicas encontradas na literatura procuram explicar como a aprendizagem se processa. Segundo Barbosa (2015, p.15) “dentre elas, destacam-se: Comportamentalismo, Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica. O comportamentalismo tem o foco em conduzir o aprendiz a assimilar as respostas corretamente de acordo com os estímulos proporcionados pelo ambiente. Para os comportamentalistas, aprender implica mudanças no comportamento, destacando as teorias do reflexo, associacionista, Behaviorismo de Watson e o Behaviorismo de Skinner (BARBOSA, 2015, p.16).
  • 4. No cognitivismo a busca é entender a ocorrência dos processos mentais durante a aprendizagem. Os cognitivistas entendem que se aprende a partir da construção do conhecimento e a base do cognitivismo está na cognição, dando ênfase aos processos da mente, percepção e compreensão. Seus maiores expoentes são: Bruner, Piaget e Ausubel. Os representantes do humanismo, Carl Rogers e Kelly, postulam que aprender leva a autonomia e auto- realização do ser. Tem a atenção voltada para o ensino centrado no aluno e a sua principal preocupação é o crescimento pessoal. A teoria Sócio-Histórica conta com contribuições de Lev Vygotsky, Luria e Leontiev, destacando a influência das questões culturais, históricas e sociais as quais agem diretamente na aprendizagem do individuo, nesta perspectiva a mediação é uma atividade indispensável para a aprendizagem do aluno. Cada enfoque em sua essência investiga a aprendizagem e o porquê das “falhas” ou dificuldades durante o transcurso do processo. As dificuldades da aprendizagem em geral caracterizam-se em uma desordem ou disfunção de ordem neurológica causada por lesões cerebrais, desenvolvimento inadequado do cérebro ou desconformidade química. Barbosa (2015) evidencia a visão neurobiológica da aprendizagem, definida como aquisição de novas informações arquivadas na memória. O cérebro reage aos estímulos externos, ativando as sinapses, função na qual se adquirem os novos saberes. Na falta de intensidade das sinapses, há alterações dos circuitos que processam as informações provocando disfunções na rede neuronal, levando o aprendiz a apresentar dificuldades específicas, com níveis de intensidade distintos, as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas crianças na escola estão relacionadas à leitura, escrita e matemática. A maioria dos estudantes passa por dificuldades de aprendizagem em várias fases durante os anos escolares. Na verdade, ter dificuldade com matéria nova é uma parte normal do processo de aprendizagem e gera benefícios aos estudantes. O esforço e a concentração adicionais necessários para completar tarefas desafiadoras, podem reforçar as habilidades de resolução de problemas e aumentar a compreensão e manter o foco necessário para melhorar a memória em longo prazo […] (FERREIRA, 2015, p.09). As dificuldades surgem a partir de obstáculos encontrados no processo de ensino- aprendizagem causados pelos fatores externos, metodologias inapropriadas, conflitos pessoais e diferenças culturais.
  • 5. Na visão psicopedagógica, acredita-se que todo o ser humano tem a sua modalidade de aprendizagem e com os seus próprios meios constrói o saber. Logo ao nascer, inicia-se um procedimento o qual se constitui em um esquema, fruto do inconsciente simbólico, residindo nele o desejo de aprender, resultado da história e das relações pertencentes a cada um. Serra (2012, p.23) argumenta, ”a aprendizagem possui algumas funções contraditórias. São elas: a função socializadora, a função repressora e a função transformadora”. Na função socializadora, a educação conduz o indivíduo a experimentar a vida comunitária, fazendo ensaios da participação social em ambiente escolar. A escola atua dentro de um projeto social e humano para que o homem faça uso do conhecimento em sua cultura. A função repressiva define os limites a serem seguidos e especifica atividades coletivas, mas há uma abertura a plena expressão do desejo de aprender. Por outro lado, a função transformadora representa uma divisão das demais funções. Ao mesmo tempo em que mantém a cultura (função socializadora) delimita o ser para agir de acordo com as regras (função repressiva) e com isso, liberta os sujeitos e como consequência, transforma a sociedade. No entanto, quando há dificuldades da aprendizagem, essas funções não se realizam plenamente. Ainda, dentre o conjunto das teorias, as contribuições da epistemologia convergente caracterizam a aprendizagem em um esquema evolutivo dividido em quatro (04) níveis: Protoaprendizagem: Onde se desencadeiam as primeiras aprendizagens nas relações afetivas da criança com a mãe, a partir do nascimento até os primeiros anos de vida. O mundo da criança resume-se á mãe ou ao adulto que a substitui. Deuteroaprendizagem: É adquirida a concepção de mundo e de vida pela convivência com a família. Aprendizagem assistemática: Acontece na interação do sujeito com a comunidade.
  • 6. Aprendizagem sisteimática: Ocorre nas interações com as instituições educativas, por exemplo, a escola, onde são transmitidos os conhecimentos e as atitudes estimadas na sociedade. O enfoque dado às interações seja com a mãe, comunidade, ou com as instituições, indicam que o aspecto social e sua amplitude favorecem a aprendizagem (SERRA 2012, p.25). Obstáculos podem vir a causar inadequações e comprometer a aprendizagem, porém se existir uma relação integrada entre o meio e o aprendiz, o núcleo essencial não é afetado. p.25). Obstáculos podem vir a causar inadequações e comprometer a aprendizagem, porém se existir uma relação integrada entre o meio e o aprendiz, o núcleo essencial não é afetado. Avalia-se que as dificuldades de aprendizagem são de caráter provisório em distintas dimensões; social, pedagógica, afetiva, cognitiva e orgânica, vistas sempre pela óptica de várias causas, mas, deve-se também observar o interesse do aluno, caso esteja desatento. Cruz (2014 p.02) afirma, “este fator é muito comum em nossa época, quando jogos eletrônicos condicionam as crianças a obter respostas imediatas e a satisfação é gerada pela competitividade”. Então, o docente deve tentar perceber a causa da desatenção, motivada muitas vezes pelo uso excessivo de aparelhos eletrônicos, conflitos da vida cotidiana, falta de harmonia entre colegas, metodologia descontextualizada e exaustiva. Define-se que para desenvolver estratégias e procurar soluções as quais busquem sanar as dificuldades de aprendizagem, estão intimamente relacionadas algumas tarefas essenciais, dentre elas, o desenvolvimento de projetos em conjunto, solicitar pesquisas monitoradas, elaborar apresentações, dramatizações e acima de tudo despertar a curiosidade do aluno. Tornar o material didático mais atraente com pequenas adaptações e ilustrações, separar informações, usar materiais concretos, promover jogos e atividades lúdicas. As avaliações devem ser frequentes ou acumulativas, a linguagem dos enunciados deve ser composta por frases simples, produções textuais com número delimitado de linhas e retomada dos conceitos anteriormente estudados.
  • 7. Demais colaborações, reforçam a importância da terapia ocupacional, o terapeuta tem conhecimento e habilidades, acesso a recursos e informações, logo após a exploração do problema são estabelecidos planos de ação adotados juntamente com a escola e a família. A Terapia Ocupacional tem importante papel neste contexto intervindo como facilitador da relação escola, aluno-família, o que propicia o desenvolvimento do aprendizado da criança tendo a capacidade de realizar suas atividades plenamente e inserida nos seus contextos de desempenho. (OLIVEIRA e CASTANHARO 2006, p.98). ATUAÇÃO DOCENTE E ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO NAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: A aprendizagem desde o início da existência humana, se constitui de modo complexo, variando de um indivíduo para outro, o que fez com que os estudos ao longo dos anos buscassem o entendimento das questões relacionadas à aprendizagem escolar. Consistindo em uma mudança potencial no comportamento dos indivíduos, a aprendizagem devido a suas experiências, muda o ser humano de alguma forma como resultado da prática, mas quando ocorrem às dificuldades e os transtornos da aprendizagem, todo o processo fica comprometido. Para Carara (2017, p.07) “os transtornos e dificuldades de aprendizagem apresentam vários fatores que influenciam sua constituição, como aspectos sociais, afetivos, de ordem orgânica, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital”. As dificuldades são tidas como um fenômeno o qual afeta a vida das pessoas, identificado como um grupo heterogêneo de desordens manifestadas na utilização e aquisição da leitura, escrita e dos raciocínios matemáticos, em geral desencadeados pela desmotivação, falta de estímulos, desestrutura familiar, demais problemas pessoais e de ordem afetiva, que interferem diretamente na aprendizagem do educando. O professor utilizando-se dos recursos e de metodologias diversificadas se torna um mediador entre o objeto de conhecimento e a concretização real da aprendizagem, intervindo nas interações, exercendo fundamental importância no aprendizado e assim contribuir para a ocorrência de avanços que não seriam possíveis espontaneamente. A figura do professor, que passa um período significativo do dia convivendo diretamente com os alunos, deve conhecer seus alunos e assumir um papel de referência para as
  • 8. crianças, ficando apto a identificar suas dificuldades e interferir de maneira positiva, de forma a promover situações favoráveis à aprendizagem. O professor deve assumir o papel de facilitador dentro da escola, onde o aluno possa ser o protagonista dentro do processo de ensino aprendizado que deve ocorrer de forma integrada. (CARARA 2017, p.08). Ao detectar alunos com dificuldades de aprendizagem, diversas categorias serão encontradas. Ocorrerá a identificação dos que necessitam de intervenção clínica, psicológica ou psicopedagógica, até mesmo neurológica, mas sempre haverá problemas os quais devem ser solucionados dentro da escola, por meio de programas de ensino individualizados e de práticas diferenciadas. É de suma importância que o professor reflita a respeito das causas do fracasso escolar, não para se sentir culpado e sim responsável em adotar alternativas buscando solucionar aborrecimentos durante as etapas de aprendizagem. Compreender como ocorre o conhecimento, as interferências na aprendizagem e os seus distintos estágios, transforma o trabalho docente em processo científico. Por isso, destaca- se a relevância de ações e intervenções conjuntas com a equipe escolar, para subsidiar uma estrutura curricular a qual esteja compatível com a cognição, afetividade e convivência social do aluno, somente a partir de então, as metodologias passarão a alcançar com eficácia os objetivos propostos e atingir os alunos com dificuldades proporcionando aprendizagem. A sala de aula é um espaço de diálogo, mesmo que o aprender seja individual, na escola ele acontece coletivamente. Momentos de individualidade e coletividade podem ser oferecidos na produção da aprendizagem. Organizar as turmas para o trabalho em grupo, juntando alunos que aprendem com facilidade e alunos que apresentam dificuldades, também pode ser uma boa alternativa, pois as crianças e adolescentes falam a mesma língua e podem funcionar como professores particulares um dos outros. (SERRA 2012, p.33). Deve-se ainda, valorizar as potencialidades dos alunos, para descobrir os talentos que eles possuem e chegar a uma relação interdisciplinar positiva com as demais áreas. O planejamento também é essencial, representa que uma intervenção quando planejada, exerce amplo poder na realização da aprendizagem. A capacidade de elaboração, transformação e simbolização provocam respostas distintas, tomadas de intencionalidade, que por meio da interação, provocam elaboração das estruturas mentais superiores, isto
  • 9. quer dizer, a organização do planejamento facilita a aprendizagem. As informações interagem e se agrupam, estabelecendo novos conceitos e novas maneiras de ver o mundo. Serra (2012, p.80) enfatiza, “ao planejar, é preciso que o professor acompanhe e avalie os seus alunos de modo a resgatar aqueles que possuem dificuldades e que considere o vinculo desses alunos com o ato de aprender”. A elaboração da aprendizagem significativa decorre das trocas com o mundo exterior e a afetividade está intimamente ligada ao conhecimento, os conteúdos não podem estar limitados em si mesmos, eles estão a serviço do docente, para que se adaptem as práticas pedagógicas a fim de facilitar a aprendizagem. O PAPEL DA ESCOLA NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DIFICULDADES E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM O aluno independentemente da idade quando ingressa na vida escolar, traz consigo uma lista de experiências e é neste meio que apresentará sucesso ou dificuldades em seu aprendizado. As dificuldades vão de áreas específicas a outras mais globais, representando na maioria das vezes problemas em todas as atividades. Nepomuceno e Bridi (2010 p.03) acreditam, “se a dificuldade fosse apenas originada de danos biológicos, orgânicos ou, somente, da inteligência, para solucioná-los não precisaria entender a complexa rede social do aluno e nem pensar nos aspectos ligados a escola e a relação professor/aluno. Estudos evidenciam que cabe a escola, evitar a mera recepção de conteúdos, proporcionarem ao aluno o desenvolvimento educacional e a formação cultural básica para viver em sociedade. As dificuldades de aprendizagem precisam ser consideradas não como fracassos, mas sim, como desafios a serem superados, dando oportunidade ao aluno de se constituir ser humano em sua totalidade. Muitas dificuldades de aprendizagem são decorrentes da metodologia inadequada, professores desmotivados e incompreensivos, brigas e discussões entre colegas. A escola deve ser a segunda casa do indivíduo, um lugar onde ele possa se sentir bem e entre amigos, contar com a professora sempre que precisar ou sempre que tiver um problema familiar (outra causa de dificuldades de aprendizagem) e manter contato com os outros
  • 10. membros da equipe escolar assim como a coordenação pedagógica. Se o aluno sente-se à vontade para conversar com a professora. (NEPOMUCENO e BRIDI 2010, p.07). A ausência de vinculo entre alunos, professores e escola, é um dos motivos do fracasso escolar, o aluno sente-se desmotivado a cumprir com suas obrigações, e as situações agravam-se ainda mais quando encontrados métodos muito rígidos, visto que os alunos necessitam ter liberdade para construir o conhecimento. Cabe a escola detectar ás carências, elaborar programas com reforço escolar, visando integrar o aluno com dificuldades, selecionar teorias e práticas realmente significativas na realidade em que os sujeitos se inserem. O trabalho educacional ofertado na escola deve ser planejado e intencional, diferenciando-se de outros espaços, porque as práticas sociais nela desenvolvidas precisam permitir os alunos entrarem em contato com valores que ampliem as habilidades e os posicionamentos diante das situações de conflito. A escola é sim um espaço privilegiado para o bom desenvolvimento da aprendizagem, pois através dela o aluno pode ter um convívio direto com novas perspectivas de conhecimentos e diferentes contatos com indivíduos ímpares (SOARES 2006, apud. CORTEZ e FARIA 2011, p.06). Uma escola de qualidade não fica limitada apenas ao ensino de conteúdos, há um conjunto de diversidades e multiplicidades a serem consideradas. Tal modo permite a instituição ampliar a construção dos conhecimentos, possibilitando que alunos com transtornos de aprendizagem consigam aprender e sintam-se integrados junto ao demais, portanto, a escola carece estar ciente de suas funções. A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. Para tanto ainda é necessário que a instituição escolar garanta um conjunto de práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva (CORTEZ e FARIA 2011, p.27). A escola ainda tem o dever de realizar reuniões para elaborar e apresentar soluções voltadas aos alunos com transtornos, onde se reconheça a importância da tecnologia
  • 11. assistiva de baixo custo e sejam determinadas ações a serem desenvolvidas juntamente com os pais e toda a comunidade escolar, discutindo a adaptação do currículo e de uma proposta pedagógica que realmente contemple a todos. As ações primordiais podem ser desempenhadas a cada trimestre, com análise dos resultados alcançados e projetos posteriores. A Contribuição do Psicopedagogo nas Dificuldades de Aprendizagem A Psicopedagogia é uma ciência que estuda o processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em processo de construção do conhecimento. Diante do baixo desempenho acadêmico, as escolas estão cada vez mais preocupadas com os alunos que têm dificuldades de aprendizagem, não sabem mais o que fazer com as crianças que não aprendem de acordo com o processo considerado normal e não possuem uma política de intervenção capaz de contribuir para a superação dos problemas de aprendizagem. Neste contexto, o psicopedagogo institucional, como um profissional qualificado, está apto a trabalhar na área da educação, dando assistência aos professores e a outros profissionais da instituição escolar para melhoria das condições do processo ensino- aprendizagem, bem como para prevenção dos problemas de aprendizagem. Por meio de técnicas e métodos próprios, o psicopedagogo possibilita uma intervenção psicopedagógica visando à solução de problemas de aprendizagem em espaços institucionais. Juntamente com toda a equipe escolar, está mobilizado na construção de um espaço adequado às condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos. Elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo. Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar. A psicopedagogia é uma área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e com os problemas dele decorrentes. Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor. Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber. "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada"(FIRMINO; BORUCHOVITH; DIEHL, 2001, p. 57). Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito,
  • 12. auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino- aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa. Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante. Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos. Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. É importante que o psicopedagogo, também participe das reuniões de pais, esclarecendo, juntamente com os professores, o desenvolvimento dos filhos; em conselhos de classe, avaliando o processo metodológico; na escola como um todo, acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno, aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio. Segundo Bossa (1994, p.23): [...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria ensinagem. O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem. O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se ocupar dos problemas que podem surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da dinâmica das relações da comunidade educativa
  • 13. a fim de favorecer o processo de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo. Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas psicológica, psicomotora. fonoaudiológica e educacional, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia (BOSSA, 1994). CONSIDERAÇÕES FINAIS A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Dentro dos aspectos biológicos a criança apresenta uma série de características que lhe permitem, ou não o desenvolvimento de conhecimentos. As características psicológicas são consequentes da história individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará experiências futuras, como por exemplo: o conceito de si próprio, insegurança, interações sociais etc. Apesar das dificuldades e transtornos de aprendizagem que alguns seres humanos apresentam no decorrer do percurso escolar, é comprovado cientificamente o potencial intelectual que estes possuem. Com base neste estudo, reafirma-se o fato de que mesmo sendo muito comum encontrar dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, a atenção e o compromisso da família, professores, psicopedagogo e a parceria com a escola fazem todo o diferencial. O diagnóstico preciso e as intervenções propiciam maiores e melhores resultados em todos os aspectos. A adaptação das metodologias como também do ambiente escolar, são fatores indispensáveis ao bem estar do aluno e estão intrinsecamente ligados ao desempenho cognitivo. Conclui-se que por se tratar de um assunto amplo, as investigações não se limitam, sempre haverá novas pesquisas buscando atualizações. O propósito de reconhecer a diversidade de dificuldades da aprendizagem contribui para a formação docente.
  • 14. Com o reconhecimento cada vez mais crescente da indispensabilidade de incluir alunos e se aperfeiçoar, os profissionais procuram especialização para atuar competentemente, pois considerando os resultados obtidos, os argumentos utilizados no trabalho são bastante significativos para a educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, Priscila de Souza. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em: <oincrivelze.com. br/ > . Acesso em 28 de fevereiro, 2018. BEAUCLAIR, João. O que é a Psicopedagogia?. Rio de Janeiro, 2004, disponível em: http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=98. Acesso em 25 abri. 2015. BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. CARARA, Mariane Lemos. Dificuldades de aprendizagem e vulnerabilidade social sob a percepção da comunidade escolar. Disponível em: <www.uniedu.sed.sc.gov.br >>. Acesso em 12 de março, 2018. CORTEZ, Renata Veloso de Moraes; FARIA Moacir Alves. Distúrbios de aprendizagem e os desafios da educação escolar. Revista eletrônica saberes da educação. Vol. 02, nº 1, 2011. Disponível em: < www.docs.uninove.br/>. Acesso em 14 de março, 2018. FERREIRA, Cláudia. Transtornos da aprendizagem: Da teoria á prática. 3° Edição. Belo Horizonte. Uni Duni editora de livros LTDA, 2015. FIRMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin. Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. GRAÇA, Viviane da Silva. Dificuldades de aprendizagem. Disponível em: <www.avm.edu.br.mono./pdf>. Acesso em: 27 de maio, 2020. SERRA, Dayse Carla Gênero. Teorias e práticas da psicopedagogia institucional. 1ª edição. Curitiba. Editora: IESDE Brasil S.A, 2012.