1. Victoria Karoline Libório Cardoso
Embriologia
Introdução
Período embrionário: fertilização à oitava semana.
Período fetal: nona semana ao final da gestação.
Fases da célula embrionária até a 2° semana:
● Zigoto; Mórula; Blastocisto
Já em blastocisto:
● Massa celular interna - originará o
embrião.
● Cavidade cística - originará a placenta.
● Blastocele - líquido da cavidade cística.
● Principal fonte de nutrição - proliferação e
diferenciação trofoblástica.
Embrião (2° semana) - implantação no endométrio
(mórula) e diferenciação trofoblástica.
● Mesoderma extraembrionário.
● Disco embrionário bilaminar - endoderma
e ectoderma.
● Saco vitelino.
Organogênese
De terceira à oitava semana - formação dos tecidos
e órgãos, pela diferenciação das três camadas
germinativas.
Terceira semana: disco trilaminar, com
mesoderma intraembrionário.
● Nó primitivo/nódulo de Hansen na porção
caudal do disco embrionário - processo
notocordal - migração sentido cefálico.
● Placa neural: espessamento de células da
ectoderme, cefalicamente ao nó primitivo
● Neurulação: formação do tubo neural, pelo
fechamento das pregas neurais, laterais ao
sulco longitudinal (estimulado pela
notocorda).
● Somitos: formados pelo mesoderma
intraembrionário.
● Espessamento e divisões do mesoderma
para-axial do embrião, em pares simétricos
- somitos.
Quarta semana: disco embrionário cilíndrico e com
dobramentos.
● Embrião em forma de "C":
desenv./dobramento das pregas cefálicas,
caudal e laterais.
Entre a 4° e a 8° semana: formação dos sistemas e
órgãos - má formações - abortos expontâneos.
Aspectos gerais da embriologia do
sistema musculoesquelético
Originado pelo mesênquima - Tecido conjuntivo
embrionário, frouxamente organizado - grande
capacidade de diferenciação em fibroblastos,
condroblastos ou osteoblastos.
2. Somitos: origem na divisão da mesoderma
intraembrionário e depois para-axial - há
condensação celular desses segmentos em pares
simétricos dorsolateralmente ao embrião.
Mesoderma para-axial: (3° semana) pela
diferenciação e condensação do mesoderma
intraembrionário, formando 2 colunas
longitudinais.
● Pares: 4 occipitais, 8 cervicais, 12 torácicos,
5 lombares, 5 sacrais.
Cada somito diferencia-se em 3 partes:
● Esclerótomo/anteromedial: osso,
cartilagem, vertebras, discos vertebrais e
costelas.
● Miótomo/dorsolateral: músculos, tendões
e fáscias.
● Dermatomo/dorsolateral: pele.
Tecido cartilaginoso
5° semana: diferenciação dos condroblastos
(células mesenquimais arredondadas pela
deposição de fibras colágenas e elásticas na matriz
intra e extracelular)
Matriz extracelular: forma Fibrocartilagem;
Cartilagem elástica e Cartilagem hialina (maior
quantid.)
Tecido ósseo
Diferenciação direta das células mesenquimais ou
ossificação do tecido cartilaginoso; Primeiramente
pela condensação celular.
Evolução dos grupos de células mesenquimais:
● Diferenciação direta: ossificação
intramembranosa ou diferenciação em
cartilagem.
○ Diferenciação inicial em cartilagem e
depois em ossificação endocondral.
● Matriz extracelular: parte orgânica
(colágeno) e parte inorgânica amorfa.
Ossificação intramembranosa
Diferenciação direta do osteoblasto pelo
mesênquima, sem passar pelo tecido cartilaginoso
- depois, o crescimento é por aposição. Ex:
clavícula e ossos chatos do crânio
Condensações mesenquimais: produção de matriz
extracelular osteoide por osteoblastos primitivos.
Sistema de Havers: lamelas ósseas organizadas,
estimuladas pelo sangue, ao redor dos vasos.
● Inicialmente, o tecido ósseo é
desorganizado.
● Com o desenvolvimento do tecido ósseo, as
células periféricas continuam organizadas
em camadas de ossos compactos (cortical).
Porção central do osso - esponjoso.
influência do osteoclasto para absorver a matriz
osteoide e formar o canal medular.
mesênquima diferenciado em medula óssea.
Ossificação endocondral
Em cartilagem preexistente, pela hipertrofia das
células condrais e deposição de material inorgânico
entre elas.
3. Concomitante, o pericôndrio muda para periósteo
e origina as células ósseas.
Formação do centro primário de ossificação
(diáfise - ossos longos) ou secundário (epífise)
1. Ossificação sobre o pericôndrio.
2. As células hipertrofiadas dentro da
cartilagem se degeneram.
3. Invasão vascular periostal, com
fragmentação da cartilagem, infiltração de
células hematopoiéticas e células
precursoras dos osteoblastos.
Obs: Os núcleos de ossificação 1° dos membros
surgem na 8° semana.
Placa de crescimento: camada de células
cartilaginosas precursoras entre a epífise e a
metáfise, que se dividem durante o crescimento
longitudinal ósseo.
Maturidade esquelética: a placa de crescimento
desaparece e é substituída por osso esponjoso.
Crescimento em diâmetro do osso: atividade
periosteal.
● No nascimento a diáfise está ossificada,
mas a metáfise e a epífise ainda são
cartilaginosas.
Centros de ossificação secundários: surgem nas
epífises nos 1ºs anos de vida.
● Os ossos do esqueleto axial e apendicular
sofrem ossificação endocondral; exceção:
clavícula (intramembranosa).
Período fetal: maior formação de osso esponjoso
(+ flexível e com + colágeno).
Obs: os ossos esponjosos da criança são
substituídos por ossos compactos à medida sofrem
solicitações mecânicas.
Tecido conjuntivo
Formação: principalmente colágeno e
proteoglicanos.
Proteoglicanos = macromoléculas da matriz
intracelular da cartilagem hialina e outros tecidos
conjuntivos, que se agregam entre si com ácido
hialurônico.
Articulações
Início: 6° semana - clivagem no tec. mesenquimal
interzonal, originando uma cavidade revestida por
cartilagem.
Desenvolv. das células mesenquimais:
● Periferia - tec. Fibroso ligamentar -
formação das cápsulas.
● Centro - reabsorção - formação de cavidade
e de cartilagem hialina.
● Desenv. Articular: depende de
movimentação p/ induzir a diferenciação
celular.
● Ex: nos membros, a movimentação
desenvolve a cartilagem hialina articular e
da membrana sinovial.
Aplicações clínicas
Síndromes artrogripóticas: hipomobilidade
intrauterina ou alterações intrínsecas do sist.
Muscular podem interferir no desenv. Articular e
causar articulações rígidas.
4. Displasia do desenv. Do quadril: deficiência de
cobertura da cabeça femoral pelo acetábulo - pode
ter relação c/ o posicionamento intrauterino ou
síndromes.
Tecido muscular
● Derivação: mesoderma intraembrionário,
pelos mioblastos.
● Mioblastos = cél. Mesenquimais alongadas
e fundidas formando uma estrutura
multinucleada, cilíndrica e alongada,
originando fibras e fascículos, circundadas
por lâminas de tec. Conjuntivo.
Músculos do tronco e dos membros: surgem pelos
somitos (miótomos) e pelo mesênquima somática
dos brotos dos membros, respectivamente.
● Ao nascimento, as cél. Musculares estão
praticamente formadas, o restantese
formará no 1° ano de vida.
Organização muscular esquelética:
● Podem seguir a disposição inicial dos
somitos e são segmentados - ex:
intercostais e serrátil.
Migração dos mioblastos sem segmentação -
maioria dos músculos
Desaparecimento quase completo - ex: sacrais e
coccígeo
● Após o nascimento, o número de fibras
musculares é constante até a maturidade,
então o crescimento muscular se faz por
incorporação de células satélites e
produção de novos sarcômeros.
Aplicação clínica
Má formação/ agenesia/ hipoplasia: o
acometimento global pode estar presente na
artrogripose múltipla.
Coluna vertebral
● Início pela notocorda e pelos somitos.
4º semana: células do esclerótomo dos somitos
diferenciam-se e envolvem o tubo neural e a
notocorda.
Em torno da notocorda se origina o corpo vertebral
e o disco intervertebral.
Ao redor do tubo neural origina-se o arco
vertebral, formando uma estrutura mesenquimal
pré-cartilaginosa, com condensações celulares
segmentares (esclerétomos).
Esclerótomos: celularidade frouxa (metade
cefálica) e celularidade densa (metade caudal).
● Sua porção central origina o disco
intervertebral.
Corpo vertebral: parte cefálica + parte caudal,
constituindo um centro intersegmentar.
6° semana: condrogênese no tecido em centros no
corpo e arcos vertebrais que se fundem.
Ossificação: início no período embrionário e
término na vida adulta.
7º semana: dois centros de ossificação primários
(dorsal e ventral) que se unem.
Final período embrionário: surgem os centros de
ossificação primário do arco vertebral, um em cada
lado.
5. ● Ao nascimento a vértebra cartilaginosa tem
3 regiões ossificadas.
● Dos 3 aos 5 anos os núcleos então se
fundem nas vértebras lombares e segue
cefalicamente.
● Na puberdade, início dos centros de
ossificação secundários ao redor do arco
vertebral - 1 posterior (processo
espinhoso), 2 posterolaterais (processos
transversos) e 2 ao redor das bordas
superior e inferior do corpo vertebral
(fepífises anulares).
Aos 25 anos: união final dos centros.
● Obs: as 1° e 2° vértebras cervicais tem um
padrão próprio de ossificação e são
anatomicamente diferentes.
Originalmente: notocorda na porção central do
corpo vertebral e do disco intervertebral.
Dentro dos corpos vertebrais: notocorda sofre
regressão segmentar e desaparece.
Dentro do disco intervertebral: notocorda sofre
expansão e diferenciação, originando o núcleo
pulposo.
Ânulo fibroso do disco intervertebral: formado
pelas fibras circulares ao redor do núcleo pulposo.
Obs: resquícios da notocorda podem originar
cordomas.
Medula espinhal
Início pelo tubo neural (placa neural caudal; 4º par
de somitos).
3°/4° semana: início do tubo neural; espessamento
da parede; permanece como canal interno - origina
o canal central da medula espinhal.
Inicialmente: medula espinhal em toda a extensão
longitudinal da coluna vertebral.
● Anatomicamente, os forames
intervertebrais estão próximos às origens
dos respectivos nervos espinhais.
Obs: o crescimento da coluna é mais rápido do que
o da medula, então a extremidade caudal da
medula ocupa níveis mais proximais no canal
medular.
6 meses intrauterinos: canal medular em S1;
Nascimento: canal medula entre L2 e L3;
Adulto: canal medular entre L1 e L2.
● Logo, as raízes dos nervos espinhais
lombares e sacrais (cauda equina)
percorrem dentro do canal medular antes
de saírem do forame.
Meninges: formado pelo mesênquima que
circunda o tubo neural.
Dura-máter: reveste o canal medular em toda a
extensão.
Pia-máter e aracnóide: não envolvem o canal
medular e sim a medula e as raízes.
Filum terminale: extensão da pia-máter, vai do
cone medular ao periósteo do cóccix.
Correlações clínicas
Falhas no fechamento do neuroporo caudal na 4°
semana do desenv. pode envolver a medula
6. espinhal, meninges, vértebras, musculatura dorsal
e pele, em graus variados.
A espinha bífida pode estar junta de outros
defeitos de fechamento, como a
mielomeningocele.
Espinha bífida oculta: defeito no fechamento do
arco vertebral posterior (tubo neural), sem
comprometimento neurológico.
● Mais frequente na L5 e na S1, podendo não
ter significado clínico ou apenas defeito
local na pele ou um tufo piloso.
Espinha bífida cística: tipo grave de espinha bífida
aberta - formação de bolsa envolvendo as
meninges, com líquido cefalorraquidiano.
● A medula e as raízes podem estar em
posição normal (meningocele) ou não
(espinha bífida cística com
mielomeningocele), com funcionamento
variado.
Mielosquise: espinha bífida aberta com defeito de
fechamento na medula espinhal (se torna
displásica, exposta; pode conter aderências na
parede).
Forma cística - bolsa de meninge íntegra.
Bolsa rota - défict neurológico grave nas raízes
acometidas. Geralmente está na lombar.
Lipomielocele: lipoma entremeado às meninges e
aos elementos neurais, em espinha bífida.
Hemivértebra: defeito de formação - agenesia de
uma metade do corpo vertebral, por ausência de
condrogênese, podendo ter escoliose ou cifose
● Influência da notocorda para a placa neural
em vias de neurotransmissores químicos