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FATTO Consultoria e Sistemas 
Medic¸ ˜ao, Estimativas e Requisitos de Software 
Gloss´ ario: Processo e Produto 
Carlos Eduardo Vazquez1, Guilherme Siqueira Sim˜oes2 
Resumo 
O gloss´ ario ´e um importante e reconhecido instrumento para a gest˜ao do conhecimento e um recurso inestim ´avel 
para a produc¸ ˜ao de software. Al ´em de suas aplicac¸ ˜oes como um produto acabado, o pr ´oprio processo para sua 
elaborac¸ ˜ao, quando j ´a n˜ao est ´a dispon´ıvel um ou mais gloss´ arios, ´e um importante passo na preparac¸ ˜ao para 
elicitac¸ ˜ao porque fornece quest˜oes a serem abordadas. Este texto trata dessas duas dimens˜oes do gloss´ario 
explorando uma vis ˜ao de produto e processo al ´em de oferecer orientac¸ ˜ao pr ´ atica sobre como elaborar e manter 
um gloss´ ario no ˆambito da engenharia de requisitos. 
Keywords 
gloss´ ario; gest˜ao do conhecimento; elicitac¸ ˜ao de requisitos; an´ alise de requisitos; gest˜ao de requisitos; 
1FATTO Consultoria e Sistemas, carlos.vazquez@fattocs.com 
2FATTO Consultoria e Sistemas, guilherme.simoes@fattocs.com 
Conte´udo 
Introduc¸ ˜ao 1 
1 Preparac¸ ˜ao para elicitac¸ ˜ao 1 
2 O que ´e o gloss´ario 2 
2.1 Onde encontrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 
2.2 Quando comec¸ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
2.3 Quando usar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
2.4 O que definir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
3 Como elaborar um gloss´ario 3 
3.1 Encontrar Termos Comuns . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
3.2 Avaliar os resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 
4 Vantagens 3 
Referˆencias 3 
Introduc¸ ˜ao 
Alguns anos atr´as um coordenador pediu de ´ultima hora a um 
dos autores que participasse de uma reuni˜ao sobre o projeto 
que comec¸ava: 
— O pessoal est´a l´a no segundo andar discutindo sobre 
o cvv2, n˜ao vou poder participar e queria que vocˆe acom-panhasse 
para saber que impacto isso pode ter nos nossos 
sistemas. A reuni˜ao acabou de comec¸ar, corre l´a. 
Ele entrou na sala discretamente e sentou-se na cadeira 
mais pr´oxima da entrada. Estavam presentes umas 8 pessoas. 
A conversa estava adiantada, e o tal do cvv2 era citado a toda 
hora. Mas ele n˜ao tinha ideia do que era aquilo. Sabia o 
que era cvv, mas o cvv2 n˜ao. Ele tentou entender a conversa 
por alguns minutos at´e que percebeu que n˜ao ia conseguir se 
situar. Estava com vergonha de interromper a discuss˜ao para 
fazer essa pergunta banal. Ent˜ao aproveitou que a conversa se 
concentrou num canto da mesa e perguntou em voz baixa no 
p´e do ouvido de seu colega do lado: 
— Adriano, o que ´e cvv2?. 
Ele respondeu meio sem grac¸a e baixinho: 
— Tamb´em n˜ao sei!. 
Imagine executar um projeto sem que todos os envolvidos 
consigam entender todo o vocabul´ario de termos novos que 
um ele costuma envolver. Ou ainda, imagine que os envol-vidos 
tenham entendimentos distintos sobre alguns termos 
usados. Acha dif´ıcil isso ocorrer? Pergunte o que significa 
“trem” para quem mora em Minas Gerais. Enquanto que para 
todos os demais brasileiros a resposta seja muito parecida 
com “ve´ıculo que anda sobre trilhos”, em Minas Gerais vocˆe 
descobrir´a que “trem” significa tudo, inclusive o veiculo que 
anda sobre trilhos! 
Logo, problemas `a vista! Torna-se fundamental ent˜ao usar 
uma ferramenta para compartilhar esse conhecimento sobre os 
termos e unificar entendimentos; e o gloss´ario cumpre muito 
bem este papel. 
Como produto final, o gloss´ario ´e algo simples: uma lista
Gloss´ ario: Processo e Produto — 2/4 
alfab´etica de termos de um determinado dom´ınio de conhe-cimento 
com a definic¸ ˜ao destes termos. Ainda que simples, 
´e uma ferramenta poderosa na difus˜ao do conhecimento en-tre 
as partes interessadas. Por´em n˜ao deve-se restringir os 
seus benef´ıcios somente ao produto final. O seu processo 
de elaborac¸ ˜ao ´e tamb´em uma oportunidade muito rica para o 
analista de requisitos. 
1. Preparac¸ ˜ao para elicitac¸ ˜ao 
O processo de elaborac¸ ˜ao do gloss´ario ´e um instrumento 
importante na descoberta e elicitac¸ ˜ao de diversas quest˜oes, 
tamb´em ajudando na organizac¸ ˜ao das suas respostas. A ideia 
´e que, descobrir as perguntas e as pessoas que podem fornecer 
as respostas muitas vezes ´e mais importante que descobrir as 
respostas para o limitado horizonte de perguntas conhecidas. 
O fil´osofo Ludwig Wittgenstein teorizou que os limites 
de nossa linguagem s˜ao os limites de nosso mundo [2]. Se 
restrito pelos limites de sua linguagem, o analista de requisi-tos 
corre s´erios riscos de falhar em sua miss˜ao por capturar e 
entender as necessidades do neg´ocio e as desenvolver em um 
conjunto de requisitos que oferec¸am uma soluc¸ ˜ao para elas. 
Por exemplo, quando se estuda um documento com as ne-cessidades 
de neg´ocio, surgem termos cujo significado preciso 
foge ao entendimento do analista de requisitos e de qualquer 
pessoa que n˜ao esteja inserida naquele dom´ınio em particular. 
Observe o trecho extra´ıdo de uma declarac¸ ˜ao de escopo de 
um projeto real para a ´area de engenharia: 
O escopo do Registro de Responsabilidade de 
Obras de M´edio e Grande Porte deve compreen-der 
os seguintes requisitos gerais: 
1. Obras com Registro Pendente; 
2. Formul´ario On-Line de Registro de Respon-sabilidade; 
3. Relat´orios para Fiscalizac¸ ˜ao; 
4. Relat´orios para Gest˜ao da Fiscalizac¸ ˜ao. 
O leitor pode saber o que significa ”registro”, ”fiscalizac¸ ˜ao”e 
”gest˜ao”de maneira geral; mas ser´a que esse significado geral 
´e suficiente para entender plenamente o seu significado no 
dom´ınio do problema quando da an´alise do documento? 
Nesse simples trecho surgem pelo menos cinco termos 
que devem ter os seus significados explorados mais profun-damente 
com o objetivo de obter (e confirmar) um melhor 
entendimento sobre o dom´ınio do problema. S˜ao eles: 
 Registro de Responsabilidade; 
 Obras de M´edio e Grande Porte; 
 Obra com Registro Pendente; 
 Fiscalizac¸ ˜ao; 
 Gest˜ao da Fiscalizac¸ ˜ao; 
Possivelmente n˜ao ser´a na an´alise do documento que se 
obter´a as respostas sobre o que cada um desses termos espe-cificamente 
significa. Mas ele ser´a o ponto de partida para 
identificac¸ ˜ao de termos candidatos e com isso, combust´ıvel 
(o que deseja-se enfatizar) para outras atividades de elicitac¸ ˜ao. 
Organizar um gloss´ario pode ser visto como predominan-temente 
uma atividade de an´alise ainda que an´alise e elicitac¸ ˜ao 
andem sempre juntas. O produto de um tipo de trabalho reali-menta 
o outro em um processo evolutivo no qual os requisitos 
v˜ao sendo descobertos (revelados). Pela sua importˆancia em 
gerar pauta para outras atividades de elicitac¸ ˜ao, destacamos 
mais um benef´ıcio da elaborac¸ ˜ao de gloss´ario. 
O gloss´ario, no ˆambito da engenharia de requisitos, deve 
estar associado `a identificac¸ ˜ao de oportunidades de ampliar a 
linguagem dos envolvidos no desenvolvimento da soluc¸ ˜ao de 
forma que n˜ao sejam desnecessariamente limitados por ela. 
2. O que ´e o gloss´ario 
O gloss´ario identifica e define termos chave para o dom´ınio 
do problema, capturando o vocabul´ario comum das partes 
interessadas. 
Antes de ser um produto especificamente da engenharia 
de requisitos, o gloss´ario ´e um ativo da gerˆencia do conheci-mento. 
A gerˆencia do conhecimento ´e um processo de neg´ocio 
que formaliza a gest˜ao e uso dos ativos intelectuais de uma 
organizac¸ ˜ao. Ela promove uma abordagem colaborativa e de 
integrac¸ ˜ao para a criac¸ ˜ao, captura, organizac¸ ˜ao, acesso e uso 
de ativos de informac¸ ˜ao, incluindo o conhecimento t´acito n˜ao 
capturado das pessoas. 
Um exemplo ´e o Gloss´ario Eleitoral Brasileiro [4], veja 
uma parte: 
 Abstenc¸ ˜ao eleitoral: termo usado para definir a n˜ao-participac 
¸ ˜ao [do eleitor] no ato de votar. O ´ındice de 
abstenc¸ ˜ao eleitoral ´e calculado como o percentual de 
eleitores que, tendo direito, n˜ao se apresentam `as urnas. 
´E 
diferente dos casos em que o eleitor, apresentando-se, 
vota em branco ou anula o voto. Ver tamb´em: 
Justificac¸ ˜ao de eleitor / Votac¸ ˜ao / Voto em branco / 
Voto obrigat´orio. 
 Abstenc¸ ˜ao proibida: Ver Voto obrigat´orio. Abuso de 
autoridade: ´E 
o ato de autoridade que, embora com-petente 
para praticar o ato, excede os limites de suas 
atribuic¸ ˜oes ou o pratica com fins diversos dos objeti-vados 
pela lei ou exigidos pelo interesse p´ublico. Ver 
tamb´em: Abuso do poder econˆomico / Abuso do poder 

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Gloss´ ario: Processo e Produto — 3/4 
pol´ıtico / Ac¸ ˜ao de investigac¸ ˜ao judicial eleitoral / Crime 
eleitoral / Mandato eletivo. 
 Abuso do poder econˆomico: O abuso de poder econˆomico 
em mat´eria eleitoral se refere `a utilizac¸ ˜ao excessiva, an-tes 
ou durante a campanha eleitoral, de recursos materi-ais 
ou humanos que representem valor econˆomico, bus-cando 
beneficiar candidato, partido ou coligac¸ ˜ao, afe-tando 
assim a normalidade e a legitimidade das eleic¸ ˜oes. 
Ver tamb´em: Ac¸ ˜ao de impugnac¸ ˜ao de mandato eletivo. 
2.1 Onde encontrar 
Muitas ´areas de neg´ocio tˆem os seus gloss´arios; o que ´e ´otimo 
e pode facilitar muito o trabalho do analista de requisitos. No 
entanto ainda que haja um gloss´ario dispon´ıvel, cabe con-siderar 
desenvolver um especificamente para o projeto por 
dois motivos: (a) O potencial de haver diferentes p´ublicos 
usu´arios da informac¸ ˜ao; e (b) O seu processo de atualizac¸ ˜ao e 
respectivos direitos associados. 
2.2 Quando comec¸ar 
A elaborac¸ ˜ao do gloss´ario deve ter in´ıcio conjuntamente com 
as atividades de elicitac¸ ˜ao j´a quando se analisa o dom´ınio do 
problema e as necessidades de neg´ocio (quanto mais cedo 
melhor) e deve ser atualizado de maneira cont´ınua conforme 
o analista de requisitos explora os requisitos das partes inte-ressadas 
e especifica os requisitos da soluc¸ ˜ao. 
`A 
medida que as atividades de elicitac¸ ˜ao e an´alise pro-gridem, 
o analista de requisitos identifica novos termos can-didatos 
para compor o gloss´ario, define os j´a identificados 
e confirma a validade das definic¸ ˜oes que elaborou junto `as 
partes interessadas com autoridade para isso. Eventualmente 
tamb´em ajusta definic¸ ˜oes j´a feitas. 
2.3 Quando usar 
Considerando-se a importˆancia de capturar um vocabul´ario 
comum, se recomenda o uso obrigat´orio e acess´ıvel por todos 
da equipe de desenvolvimento e demais partes interessadas. 
2.4 O que definir 
O gloss´ario deve incluir: 
 termos t´ecnicos do dom´ınio do problema; 
 abreviac¸ ˜oes e acrˆonimos; 
 sinˆonimos e antˆonimos 
 termos do dia a dia com sentido espec´ıfico no dom´ınio 
do problema. 
Fique atento ao feedback da equipe do projeto; porque se 
ao longo do trabalho algu´em tem d´uvidas sobre um termo (ou 
mesmo o desconhece), ent˜ao isso ´e uma pista que ele deveria 
compor o gloss´ario (ou ser melhor explicado, caso j´a possua 
uma definic¸ ˜ao). 
3. Como elaborar um gloss´ario 
3.1 Encontrar Termos Comuns 
A partir da elicitac¸ ˜ao e an´alise das necessidades de neg´ocio 
em suas diferentes representac¸ ˜oes e junto as partes interessa-das 
chave, identificam-se os termos candidatos ao gloss´ario; 
especialmente aqueles: 
 U´ nicos para o dom´ınio; 
 Com mais de uma definic¸ ˜ao; 
 Com definic¸ ˜ao local distinta do senso comum; e 
 Com potencial de causar dificuldades de entendimento. 
Termos cujo significado no dom´ınio do problema est˜ao 
alinhados ao senso comum n˜ao precisam estar no gloss´ario, 
sob o risco de sobrecarreg´a-lo. 
O gloss´ario deve ser atualizado conforme se avanc¸a no 
desenvolvimento dos requisitos, inicialmente, a partir das ne-cessidades 
de neg´ocio e do dom´ınio do problema; em seguida, 
consolidando a abrangˆencia da soluc¸ ˜ao e explorando os deta-lhes 
associados `aquele escopo. 
A correlac¸ ˜ao entre os termos pode ser estruturada usando 
remissivas simples (“ver”, apenas remete ao termo que cont´em 
a definic¸ ˜ao, usado para sinˆonimos) e remissivas cruzadas (“ver 
tamb´em”, remete a outros termos relacionados que podem ser 
de interesse ao usu´ario) 
3.2 Avaliar os resultados 
Tanto a vers˜ao inicial, quanto as suas atualizac¸ ˜oes devem ser 
validadas junto `as partes interessadas com a autoridade pelo 
assunto. 
4. Vantagens 
O uso do gloss´ario melhora a comunicac¸ ˜ao interna (entre a 
equipe) e externa (com o cliente) porque diminui o poten-cial 
de haver divergˆencia na interpretac¸ ˜ao dos termos usa-dos 
ao longo do desenvolvimento do projeto e que, sem a 
uniformizac¸ ˜ao promovida por sua utilizac¸ ˜ao, poderiam causar 
s´erios problemas de comunicac¸ ˜ao. 
Por exemplo, ao elicitar os requisitos das partes interes-sadas, 
uma vez que se o analista de requisitos conhece sua 
terminologia, a aplicac¸ ˜ao de t´ecnicas como a entrevista ou 
observac¸ ˜ao em campo ser˜ao mais produtivas e efetivas. N˜ao 
ser˜ao necess´arias interrupc¸ ˜oes a todo instante quando se dis-cute 
determinado tema para explicar um termo j´a definido no 
gloss´ario. 
Ele simplifica a redac¸ ˜ao e manutenc¸ ˜ao de outros documen-tos 
de requisitos porque a definic¸ ˜ao dos termos usados n˜ao 
precisa (nem deveria) estar presente nos demais documentos. 

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Gloss´ ario: Processo e Produto — 4/4 
O gloss´ario ´e um documento importante n˜ao s´o para o 
projeto de software. Toda organizac¸ ˜ao preocupada com a 
gerˆencia do conhecimento deveria ter um (ou mais) gloss´arios 
sobre o seu neg´ocio para permitir, por exemplo, que um novo 
funcion´ario tenha mais facilidade para se contextualizar, di-minuindo 
a necessidade por treinamento e acompanhamento. 
Haver um gloss´ario nesse ˆambito facilita a elicitac¸ ˜ao e an´alise 
de requisitos. 
Referˆencias 
[1] IIBA - International Institute of Business Analysis (2005). 
A Guide to the Business Analysis Body of Knowledge
R 
(BABOK
R Guide). Versa˜o 2.0. 
[2] Moura, Cl´audio M. (2014). Os Tortuosos Caminhos da 
Educac¸ ˜ao Brasileira: Pontos de Vista Impopulares. Editora 
Pensa. 
[3] Gartner Group. IT Glossary. http://www.gartner.com/it-glossary/ 
km-knowledge-management, acessado em 
21/09/2014. 
[4] TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Gloss´ario Eleitoral 
Brasileiro. http://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/glossario-eleitoral, 
acessado em 14/10/2014. 

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Glossário de termos técnicos para projetos de software

  • 1. FATTO Consultoria e Sistemas Medic¸ ˜ao, Estimativas e Requisitos de Software Gloss´ ario: Processo e Produto Carlos Eduardo Vazquez1, Guilherme Siqueira Sim˜oes2 Resumo O gloss´ ario ´e um importante e reconhecido instrumento para a gest˜ao do conhecimento e um recurso inestim ´avel para a produc¸ ˜ao de software. Al ´em de suas aplicac¸ ˜oes como um produto acabado, o pr ´oprio processo para sua elaborac¸ ˜ao, quando j ´a n˜ao est ´a dispon´ıvel um ou mais gloss´ arios, ´e um importante passo na preparac¸ ˜ao para elicitac¸ ˜ao porque fornece quest˜oes a serem abordadas. Este texto trata dessas duas dimens˜oes do gloss´ario explorando uma vis ˜ao de produto e processo al ´em de oferecer orientac¸ ˜ao pr ´ atica sobre como elaborar e manter um gloss´ ario no ˆambito da engenharia de requisitos. Keywords gloss´ ario; gest˜ao do conhecimento; elicitac¸ ˜ao de requisitos; an´ alise de requisitos; gest˜ao de requisitos; 1FATTO Consultoria e Sistemas, carlos.vazquez@fattocs.com 2FATTO Consultoria e Sistemas, guilherme.simoes@fattocs.com Conte´udo Introduc¸ ˜ao 1 1 Preparac¸ ˜ao para elicitac¸ ˜ao 1 2 O que ´e o gloss´ario 2 2.1 Onde encontrar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.2 Quando comec¸ar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2.3 Quando usar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2.4 O que definir . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3 Como elaborar um gloss´ario 3 3.1 Encontrar Termos Comuns . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.2 Avaliar os resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 4 Vantagens 3 Referˆencias 3 Introduc¸ ˜ao Alguns anos atr´as um coordenador pediu de ´ultima hora a um dos autores que participasse de uma reuni˜ao sobre o projeto que comec¸ava: — O pessoal est´a l´a no segundo andar discutindo sobre o cvv2, n˜ao vou poder participar e queria que vocˆe acom-panhasse para saber que impacto isso pode ter nos nossos sistemas. A reuni˜ao acabou de comec¸ar, corre l´a. Ele entrou na sala discretamente e sentou-se na cadeira mais pr´oxima da entrada. Estavam presentes umas 8 pessoas. A conversa estava adiantada, e o tal do cvv2 era citado a toda hora. Mas ele n˜ao tinha ideia do que era aquilo. Sabia o que era cvv, mas o cvv2 n˜ao. Ele tentou entender a conversa por alguns minutos at´e que percebeu que n˜ao ia conseguir se situar. Estava com vergonha de interromper a discuss˜ao para fazer essa pergunta banal. Ent˜ao aproveitou que a conversa se concentrou num canto da mesa e perguntou em voz baixa no p´e do ouvido de seu colega do lado: — Adriano, o que ´e cvv2?. Ele respondeu meio sem grac¸a e baixinho: — Tamb´em n˜ao sei!. Imagine executar um projeto sem que todos os envolvidos consigam entender todo o vocabul´ario de termos novos que um ele costuma envolver. Ou ainda, imagine que os envol-vidos tenham entendimentos distintos sobre alguns termos usados. Acha dif´ıcil isso ocorrer? Pergunte o que significa “trem” para quem mora em Minas Gerais. Enquanto que para todos os demais brasileiros a resposta seja muito parecida com “ve´ıculo que anda sobre trilhos”, em Minas Gerais vocˆe descobrir´a que “trem” significa tudo, inclusive o veiculo que anda sobre trilhos! Logo, problemas `a vista! Torna-se fundamental ent˜ao usar uma ferramenta para compartilhar esse conhecimento sobre os termos e unificar entendimentos; e o gloss´ario cumpre muito bem este papel. Como produto final, o gloss´ario ´e algo simples: uma lista
  • 2. Gloss´ ario: Processo e Produto — 2/4 alfab´etica de termos de um determinado dom´ınio de conhe-cimento com a definic¸ ˜ao destes termos. Ainda que simples, ´e uma ferramenta poderosa na difus˜ao do conhecimento en-tre as partes interessadas. Por´em n˜ao deve-se restringir os seus benef´ıcios somente ao produto final. O seu processo de elaborac¸ ˜ao ´e tamb´em uma oportunidade muito rica para o analista de requisitos. 1. Preparac¸ ˜ao para elicitac¸ ˜ao O processo de elaborac¸ ˜ao do gloss´ario ´e um instrumento importante na descoberta e elicitac¸ ˜ao de diversas quest˜oes, tamb´em ajudando na organizac¸ ˜ao das suas respostas. A ideia ´e que, descobrir as perguntas e as pessoas que podem fornecer as respostas muitas vezes ´e mais importante que descobrir as respostas para o limitado horizonte de perguntas conhecidas. O fil´osofo Ludwig Wittgenstein teorizou que os limites de nossa linguagem s˜ao os limites de nosso mundo [2]. Se restrito pelos limites de sua linguagem, o analista de requisi-tos corre s´erios riscos de falhar em sua miss˜ao por capturar e entender as necessidades do neg´ocio e as desenvolver em um conjunto de requisitos que oferec¸am uma soluc¸ ˜ao para elas. Por exemplo, quando se estuda um documento com as ne-cessidades de neg´ocio, surgem termos cujo significado preciso foge ao entendimento do analista de requisitos e de qualquer pessoa que n˜ao esteja inserida naquele dom´ınio em particular. Observe o trecho extra´ıdo de uma declarac¸ ˜ao de escopo de um projeto real para a ´area de engenharia: O escopo do Registro de Responsabilidade de Obras de M´edio e Grande Porte deve compreen-der os seguintes requisitos gerais: 1. Obras com Registro Pendente; 2. Formul´ario On-Line de Registro de Respon-sabilidade; 3. Relat´orios para Fiscalizac¸ ˜ao; 4. Relat´orios para Gest˜ao da Fiscalizac¸ ˜ao. O leitor pode saber o que significa ”registro”, ”fiscalizac¸ ˜ao”e ”gest˜ao”de maneira geral; mas ser´a que esse significado geral ´e suficiente para entender plenamente o seu significado no dom´ınio do problema quando da an´alise do documento? Nesse simples trecho surgem pelo menos cinco termos que devem ter os seus significados explorados mais profun-damente com o objetivo de obter (e confirmar) um melhor entendimento sobre o dom´ınio do problema. S˜ao eles: Registro de Responsabilidade; Obras de M´edio e Grande Porte; Obra com Registro Pendente; Fiscalizac¸ ˜ao; Gest˜ao da Fiscalizac¸ ˜ao; Possivelmente n˜ao ser´a na an´alise do documento que se obter´a as respostas sobre o que cada um desses termos espe-cificamente significa. Mas ele ser´a o ponto de partida para identificac¸ ˜ao de termos candidatos e com isso, combust´ıvel (o que deseja-se enfatizar) para outras atividades de elicitac¸ ˜ao. Organizar um gloss´ario pode ser visto como predominan-temente uma atividade de an´alise ainda que an´alise e elicitac¸ ˜ao andem sempre juntas. O produto de um tipo de trabalho reali-menta o outro em um processo evolutivo no qual os requisitos v˜ao sendo descobertos (revelados). Pela sua importˆancia em gerar pauta para outras atividades de elicitac¸ ˜ao, destacamos mais um benef´ıcio da elaborac¸ ˜ao de gloss´ario. O gloss´ario, no ˆambito da engenharia de requisitos, deve estar associado `a identificac¸ ˜ao de oportunidades de ampliar a linguagem dos envolvidos no desenvolvimento da soluc¸ ˜ao de forma que n˜ao sejam desnecessariamente limitados por ela. 2. O que ´e o gloss´ario O gloss´ario identifica e define termos chave para o dom´ınio do problema, capturando o vocabul´ario comum das partes interessadas. Antes de ser um produto especificamente da engenharia de requisitos, o gloss´ario ´e um ativo da gerˆencia do conheci-mento. A gerˆencia do conhecimento ´e um processo de neg´ocio que formaliza a gest˜ao e uso dos ativos intelectuais de uma organizac¸ ˜ao. Ela promove uma abordagem colaborativa e de integrac¸ ˜ao para a criac¸ ˜ao, captura, organizac¸ ˜ao, acesso e uso de ativos de informac¸ ˜ao, incluindo o conhecimento t´acito n˜ao capturado das pessoas. Um exemplo ´e o Gloss´ario Eleitoral Brasileiro [4], veja uma parte: Abstenc¸ ˜ao eleitoral: termo usado para definir a n˜ao-participac ¸ ˜ao [do eleitor] no ato de votar. O ´ındice de abstenc¸ ˜ao eleitoral ´e calculado como o percentual de eleitores que, tendo direito, n˜ao se apresentam `as urnas. ´E diferente dos casos em que o eleitor, apresentando-se, vota em branco ou anula o voto. Ver tamb´em: Justificac¸ ˜ao de eleitor / Votac¸ ˜ao / Voto em branco / Voto obrigat´orio. Abstenc¸ ˜ao proibida: Ver Voto obrigat´orio. Abuso de autoridade: ´E o ato de autoridade que, embora com-petente para praticar o ato, excede os limites de suas atribuic¸ ˜oes ou o pratica com fins diversos dos objeti-vados pela lei ou exigidos pelo interesse p´ublico. Ver tamb´em: Abuso do poder econˆomico / Abuso do poder c FATTO Consultoria e Sistemas - www.fattocs.com
  • 3. Gloss´ ario: Processo e Produto — 3/4 pol´ıtico / Ac¸ ˜ao de investigac¸ ˜ao judicial eleitoral / Crime eleitoral / Mandato eletivo. Abuso do poder econˆomico: O abuso de poder econˆomico em mat´eria eleitoral se refere `a utilizac¸ ˜ao excessiva, an-tes ou durante a campanha eleitoral, de recursos materi-ais ou humanos que representem valor econˆomico, bus-cando beneficiar candidato, partido ou coligac¸ ˜ao, afe-tando assim a normalidade e a legitimidade das eleic¸ ˜oes. Ver tamb´em: Ac¸ ˜ao de impugnac¸ ˜ao de mandato eletivo. 2.1 Onde encontrar Muitas ´areas de neg´ocio tˆem os seus gloss´arios; o que ´e ´otimo e pode facilitar muito o trabalho do analista de requisitos. No entanto ainda que haja um gloss´ario dispon´ıvel, cabe con-siderar desenvolver um especificamente para o projeto por dois motivos: (a) O potencial de haver diferentes p´ublicos usu´arios da informac¸ ˜ao; e (b) O seu processo de atualizac¸ ˜ao e respectivos direitos associados. 2.2 Quando comec¸ar A elaborac¸ ˜ao do gloss´ario deve ter in´ıcio conjuntamente com as atividades de elicitac¸ ˜ao j´a quando se analisa o dom´ınio do problema e as necessidades de neg´ocio (quanto mais cedo melhor) e deve ser atualizado de maneira cont´ınua conforme o analista de requisitos explora os requisitos das partes inte-ressadas e especifica os requisitos da soluc¸ ˜ao. `A medida que as atividades de elicitac¸ ˜ao e an´alise pro-gridem, o analista de requisitos identifica novos termos can-didatos para compor o gloss´ario, define os j´a identificados e confirma a validade das definic¸ ˜oes que elaborou junto `as partes interessadas com autoridade para isso. Eventualmente tamb´em ajusta definic¸ ˜oes j´a feitas. 2.3 Quando usar Considerando-se a importˆancia de capturar um vocabul´ario comum, se recomenda o uso obrigat´orio e acess´ıvel por todos da equipe de desenvolvimento e demais partes interessadas. 2.4 O que definir O gloss´ario deve incluir: termos t´ecnicos do dom´ınio do problema; abreviac¸ ˜oes e acrˆonimos; sinˆonimos e antˆonimos termos do dia a dia com sentido espec´ıfico no dom´ınio do problema. Fique atento ao feedback da equipe do projeto; porque se ao longo do trabalho algu´em tem d´uvidas sobre um termo (ou mesmo o desconhece), ent˜ao isso ´e uma pista que ele deveria compor o gloss´ario (ou ser melhor explicado, caso j´a possua uma definic¸ ˜ao). 3. Como elaborar um gloss´ario 3.1 Encontrar Termos Comuns A partir da elicitac¸ ˜ao e an´alise das necessidades de neg´ocio em suas diferentes representac¸ ˜oes e junto as partes interessa-das chave, identificam-se os termos candidatos ao gloss´ario; especialmente aqueles: U´ nicos para o dom´ınio; Com mais de uma definic¸ ˜ao; Com definic¸ ˜ao local distinta do senso comum; e Com potencial de causar dificuldades de entendimento. Termos cujo significado no dom´ınio do problema est˜ao alinhados ao senso comum n˜ao precisam estar no gloss´ario, sob o risco de sobrecarreg´a-lo. O gloss´ario deve ser atualizado conforme se avanc¸a no desenvolvimento dos requisitos, inicialmente, a partir das ne-cessidades de neg´ocio e do dom´ınio do problema; em seguida, consolidando a abrangˆencia da soluc¸ ˜ao e explorando os deta-lhes associados `aquele escopo. A correlac¸ ˜ao entre os termos pode ser estruturada usando remissivas simples (“ver”, apenas remete ao termo que cont´em a definic¸ ˜ao, usado para sinˆonimos) e remissivas cruzadas (“ver tamb´em”, remete a outros termos relacionados que podem ser de interesse ao usu´ario) 3.2 Avaliar os resultados Tanto a vers˜ao inicial, quanto as suas atualizac¸ ˜oes devem ser validadas junto `as partes interessadas com a autoridade pelo assunto. 4. Vantagens O uso do gloss´ario melhora a comunicac¸ ˜ao interna (entre a equipe) e externa (com o cliente) porque diminui o poten-cial de haver divergˆencia na interpretac¸ ˜ao dos termos usa-dos ao longo do desenvolvimento do projeto e que, sem a uniformizac¸ ˜ao promovida por sua utilizac¸ ˜ao, poderiam causar s´erios problemas de comunicac¸ ˜ao. Por exemplo, ao elicitar os requisitos das partes interes-sadas, uma vez que se o analista de requisitos conhece sua terminologia, a aplicac¸ ˜ao de t´ecnicas como a entrevista ou observac¸ ˜ao em campo ser˜ao mais produtivas e efetivas. N˜ao ser˜ao necess´arias interrupc¸ ˜oes a todo instante quando se dis-cute determinado tema para explicar um termo j´a definido no gloss´ario. Ele simplifica a redac¸ ˜ao e manutenc¸ ˜ao de outros documen-tos de requisitos porque a definic¸ ˜ao dos termos usados n˜ao precisa (nem deveria) estar presente nos demais documentos. c FATTO Consultoria e Sistemas - www.fattocs.com
  • 4. Gloss´ ario: Processo e Produto — 4/4 O gloss´ario ´e um documento importante n˜ao s´o para o projeto de software. Toda organizac¸ ˜ao preocupada com a gerˆencia do conhecimento deveria ter um (ou mais) gloss´arios sobre o seu neg´ocio para permitir, por exemplo, que um novo funcion´ario tenha mais facilidade para se contextualizar, di-minuindo a necessidade por treinamento e acompanhamento. Haver um gloss´ario nesse ˆambito facilita a elicitac¸ ˜ao e an´alise de requisitos. Referˆencias [1] IIBA - International Institute of Business Analysis (2005). A Guide to the Business Analysis Body of Knowledge R (BABOK R Guide). Versa˜o 2.0. [2] Moura, Cl´audio M. (2014). Os Tortuosos Caminhos da Educac¸ ˜ao Brasileira: Pontos de Vista Impopulares. Editora Pensa. [3] Gartner Group. IT Glossary. http://www.gartner.com/it-glossary/ km-knowledge-management, acessado em 21/09/2014. [4] TSE - Tribunal Superior Eleitoral. Gloss´ario Eleitoral Brasileiro. http://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/glossario-eleitoral, acessado em 14/10/2014. c FATTO Consultoria e Sistemas - www.fattocs.com