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AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO
1 Português – Ensino Básico
Ficha de Avaliação Trimestral de 4.º ano – 1.º período
Guião de oralidade
Ouve o texto com atenção.
A CEGONHA E A TARTARUGA
– Vou partir para as terras quentes do Sul – declarou a cegonha com visível
orgulho.
– Desde que anunciaram tempos difíceis, não penso noutra coisa.
– Quem é que anunciou tempos difíceis? – perguntou a tartaruga com um
bocejo.
– O boletim meteorológico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim, só de coisas
desagradáveis. E eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece.
– Foges?
– Bom, é uma força de expressão. Sabes que aproveito todos os pretextos
para uma viagenzinha. Certa de que despertaria inveja, a cegonha pôs-se a
descrever as delícias de que desfrutava nas suas deslocações:
– Oh! Levantar voo, bater as asas, lançar-me à aventura! Hoje uma terra,
amanhã outra... Tu sabes lá o que se encontra por esse mundo fora. Há cada animal!
– Imagino – respondeu a tartaruga.
– Não imaginas, não. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabeça
uma manada de bichos que parecem pacíficos e de trato fácil, mas que afinal são
indomáveis e nunca nada, nem ninguém, conseguiu domesticar?
– Nada mais simples, são zebras.
Um pouco desconsolada, a cegonha insistiu:
– E um mastronço de pele dura como sola, míope, neurótico e com um corno
só?
– Nada mais fácil. É o rinoceronte.
A cegonha já estava a ficar irritadíssima [...].
Cheia de más intenções, perguntou de novo:
– Já viste uns pássaros coloridos que falam, falam, mas não dizem nada,
porque se limitam a repetir o que outros já disseram?
Pachorrenta como é de seu natural, a tartaruga abanou a cabeça, encolheu-
-se na casca, voltou a esticar-se. Parecia ter pouca vontade de responder.
– Então? Perdeste a língua? Se calhar nunca encontraste nenhum destes
pássaros.
– Ó filha, o que mais há por aí são papagaios.
Quase enraivecida, a cegonha largou a falar como uma matraca.
– E os bichos que carregam os filhotes numa bolsa até eles serem bem
grandes? E as aves que põem os ovos nos ninhos alheios, porque não estão para
AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO
2 Português – Ensino Básico
se maçar a tratarem das crias? E os grupos que guincham com voz esganiçada,
pouco se importando se incomodam ou não as pessoas? Conheces?
– Cangurus, cucos e macacos – foi a resposta seca.
A cegonha calou-se, descorçoada. E mais descorçoada ficou quando a
tartaruga resolveu por sua vez fazer perguntas.
– Então agora diz-me cá tu que viajas tanto. Qual é a ave mais rápida do
mundo?
A cegonha engoliu em seco, porque já se cruzara com todas as espécies, mas
nunca lhe ocorrera averiguar a que velocidades se deslocavam.
– Tolices – resmungou. – Querias que andasse a cronometrar os voos de cada
um? Tenho mais que fazer!
– Bom, então diz-me onde é que os caracóis têm os olhos.
– Os caracóis? Sei lá! São tão pequenos que nunca me despertaram qualquer
interesse. Gosto de animais grandes, porque só os grandes têm importância neste
mundo.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Três Fábulas,
Lisboa, Caminho, 2007
Ouve novamente o texto.
A CEGONHA E A TARTARUGA
– Vou partir para as terras quentes do Sul – declarou a cegonha com visível
orgulho.
– Desde que anunciaram tempos difíceis, não penso noutra coisa.
– Quem é que anunciou tempos difíceis? – perguntou a tartaruga com um
bocejo.
– O boletim meteorológico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim, só de coisas
desagradáveis. E eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece.
– Foges?
– Bom, é uma força de expressão. Sabes que aproveito todos os pretextos
para uma viagenzinha. Certa de que despertaria inveja, a cegonha pôs-se a
descrever as delícias de que desfrutava nas suas deslocações:
– Oh! Levantar voo, bater as asas, lançar-me à aventura! Hoje uma terra,
amanhã outra... Tu sabes lá o que se encontra por esse mundo fora. Há cada animal!
– Imagino – respondeu a tartaruga.
– Não imaginas, não. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabeça
uma manada de bichos que parecem pacíficos e de trato fácil, mas que afinal são
indomáveis e nunca nada, nem ninguém, conseguiu domesticar?
– Nada mais simples, são zebras.
Um pouco desconsolada, a cegonha insistiu:
– E um mastronço de pele dura como sola, míope, neurótico e com um corno
só?
AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO
3 Português – Ensino Básico
– Nada mais fácil. É o rinoceronte.
A cegonha já estava a ficar irritadíssima [...].
Cheia de más intenções, perguntou de novo:
– Já viste uns pássaros coloridos que falam, falam, mas não dizem nada,
porque se limitam a repetir o que outros já disseram?
Pachorrenta como é de seu natural, a tartaruga abanou a cabeça, encolheu-
-se na casca, voltou a esticar-se. Parecia ter pouca vontade de responder.
– Então? Perdeste a língua? Se calhar nunca encontraste nenhum destes
pássaros.
– Ó filha, o que mais há por aí são papagaios.
Quase enraivecida, a cegonha largou a falar como uma matraca.
– E os bichos que carregam os filhotes numa bolsa até eles serem bem
grandes? E as aves que põem os ovos nos ninhos alheios, porque não estão para
se maçar a tratarem das crias? E os grupos que guincham com voz esganiçada,
pouco se importando se incomodam ou não as pessoas? Conheces?
– Cangurus, cucos e macacos – foi a resposta seca.
A cegonha calou-se, descorçoada. E mais descorçoada ficou quando a
tartaruga resolveu por sua vez fazer perguntas.
– Então agora diz-me cá tu que viajas tanto. Qual é a ave mais rápida do
mundo?
A cegonha engoliu em seco, porque já se cruzara com todas as espécies, mas
nunca lhe ocorrera averiguar a que velocidades se deslocavam.
– Tolices – resmungou. – Querias que andasse a cronometrar os voos de cada
um? Tenho mais que fazer!
– Bom, então diz-me onde é que os caracóis têm os olhos.
– Os caracóis? Sei lá! São tão pequenos que nunca me despertaram qualquer
interesse. Gosto de animais grandes, porque só os grandes têm importância neste
mundo.
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Três Fábulas,
Lisboa, Caminho, 2007
Em cada uma das questões seguintes assinala com um X a opção correta.
Questão n.º 1: O texto que acabaste de ouvir é:
um conto.
uma notícia.
um poema.
uma fábula.
AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO
4 Português – Ensino Básico
Questão n.º 2: A Cegonha e a tartaruga estavam a conversar sobre:
as suas aventuras e viagens.
o que cada uma sabe sobre o mundo.
os vizinhos da cegonha.
as viagens da tartaruga.
Questão n.º 3: A cegonha começou a falar das suas viagens com o objetivo de:
partilhar com a tartaruga os seus conhecimentos.
divertir a tartaruga.
provocar inveja na tartaruga.
aborrecer a tartaruga.
Questão n.º 4: A expressão “(…) a cegonha largou a falar como uma matraca.”.
Significa que…
a cegonha falava muito.
a cegonha falava muito alto.
a cegonha falava muito depressa.
a cegonha falava muito baixinho.
Questão n.º 5: Após a conversa com a tartaruga, consideras que a cegonha
ficou …
irritada.
envergonhada.
admirada.
engasgada.

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Avaliação trimestral fábula cegonha tartaruga

  • 1. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO 1 Português – Ensino Básico Ficha de Avaliação Trimestral de 4.º ano – 1.º período Guião de oralidade Ouve o texto com atenção. A CEGONHA E A TARTARUGA – Vou partir para as terras quentes do Sul – declarou a cegonha com visível orgulho. – Desde que anunciaram tempos difíceis, não penso noutra coisa. – Quem é que anunciou tempos difíceis? – perguntou a tartaruga com um bocejo. – O boletim meteorológico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim, só de coisas desagradáveis. E eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece. – Foges? – Bom, é uma força de expressão. Sabes que aproveito todos os pretextos para uma viagenzinha. Certa de que despertaria inveja, a cegonha pôs-se a descrever as delícias de que desfrutava nas suas deslocações: – Oh! Levantar voo, bater as asas, lançar-me à aventura! Hoje uma terra, amanhã outra... Tu sabes lá o que se encontra por esse mundo fora. Há cada animal! – Imagino – respondeu a tartaruga. – Não imaginas, não. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabeça uma manada de bichos que parecem pacíficos e de trato fácil, mas que afinal são indomáveis e nunca nada, nem ninguém, conseguiu domesticar? – Nada mais simples, são zebras. Um pouco desconsolada, a cegonha insistiu: – E um mastronço de pele dura como sola, míope, neurótico e com um corno só? – Nada mais fácil. É o rinoceronte. A cegonha já estava a ficar irritadíssima [...]. Cheia de más intenções, perguntou de novo: – Já viste uns pássaros coloridos que falam, falam, mas não dizem nada, porque se limitam a repetir o que outros já disseram? Pachorrenta como é de seu natural, a tartaruga abanou a cabeça, encolheu- -se na casca, voltou a esticar-se. Parecia ter pouca vontade de responder. – Então? Perdeste a língua? Se calhar nunca encontraste nenhum destes pássaros. – Ó filha, o que mais há por aí são papagaios. Quase enraivecida, a cegonha largou a falar como uma matraca. – E os bichos que carregam os filhotes numa bolsa até eles serem bem grandes? E as aves que põem os ovos nos ninhos alheios, porque não estão para
  • 2. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO 2 Português – Ensino Básico se maçar a tratarem das crias? E os grupos que guincham com voz esganiçada, pouco se importando se incomodam ou não as pessoas? Conheces? – Cangurus, cucos e macacos – foi a resposta seca. A cegonha calou-se, descorçoada. E mais descorçoada ficou quando a tartaruga resolveu por sua vez fazer perguntas. – Então agora diz-me cá tu que viajas tanto. Qual é a ave mais rápida do mundo? A cegonha engoliu em seco, porque já se cruzara com todas as espécies, mas nunca lhe ocorrera averiguar a que velocidades se deslocavam. – Tolices – resmungou. – Querias que andasse a cronometrar os voos de cada um? Tenho mais que fazer! – Bom, então diz-me onde é que os caracóis têm os olhos. – Os caracóis? Sei lá! São tão pequenos que nunca me despertaram qualquer interesse. Gosto de animais grandes, porque só os grandes têm importância neste mundo. Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Três Fábulas, Lisboa, Caminho, 2007 Ouve novamente o texto. A CEGONHA E A TARTARUGA – Vou partir para as terras quentes do Sul – declarou a cegonha com visível orgulho. – Desde que anunciaram tempos difíceis, não penso noutra coisa. – Quem é que anunciou tempos difíceis? – perguntou a tartaruga com um bocejo. – O boletim meteorológico. Falaram de vento, chuva, frio, enfim, só de coisas desagradáveis. E eu, sempre que posso, fujo do que me aborrece. – Foges? – Bom, é uma força de expressão. Sabes que aproveito todos os pretextos para uma viagenzinha. Certa de que despertaria inveja, a cegonha pôs-se a descrever as delícias de que desfrutava nas suas deslocações: – Oh! Levantar voo, bater as asas, lançar-me à aventura! Hoje uma terra, amanhã outra... Tu sabes lá o que se encontra por esse mundo fora. Há cada animal! – Imagino – respondeu a tartaruga. – Não imaginas, não. Ora diz-me, consegues fazer passar pela tua cabeça uma manada de bichos que parecem pacíficos e de trato fácil, mas que afinal são indomáveis e nunca nada, nem ninguém, conseguiu domesticar? – Nada mais simples, são zebras. Um pouco desconsolada, a cegonha insistiu: – E um mastronço de pele dura como sola, míope, neurótico e com um corno só?
  • 3. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO 3 Português – Ensino Básico – Nada mais fácil. É o rinoceronte. A cegonha já estava a ficar irritadíssima [...]. Cheia de más intenções, perguntou de novo: – Já viste uns pássaros coloridos que falam, falam, mas não dizem nada, porque se limitam a repetir o que outros já disseram? Pachorrenta como é de seu natural, a tartaruga abanou a cabeça, encolheu- -se na casca, voltou a esticar-se. Parecia ter pouca vontade de responder. – Então? Perdeste a língua? Se calhar nunca encontraste nenhum destes pássaros. – Ó filha, o que mais há por aí são papagaios. Quase enraivecida, a cegonha largou a falar como uma matraca. – E os bichos que carregam os filhotes numa bolsa até eles serem bem grandes? E as aves que põem os ovos nos ninhos alheios, porque não estão para se maçar a tratarem das crias? E os grupos que guincham com voz esganiçada, pouco se importando se incomodam ou não as pessoas? Conheces? – Cangurus, cucos e macacos – foi a resposta seca. A cegonha calou-se, descorçoada. E mais descorçoada ficou quando a tartaruga resolveu por sua vez fazer perguntas. – Então agora diz-me cá tu que viajas tanto. Qual é a ave mais rápida do mundo? A cegonha engoliu em seco, porque já se cruzara com todas as espécies, mas nunca lhe ocorrera averiguar a que velocidades se deslocavam. – Tolices – resmungou. – Querias que andasse a cronometrar os voos de cada um? Tenho mais que fazer! – Bom, então diz-me onde é que os caracóis têm os olhos. – Os caracóis? Sei lá! São tão pequenos que nunca me despertaram qualquer interesse. Gosto de animais grandes, porque só os grandes têm importância neste mundo. Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, Três Fábulas, Lisboa, Caminho, 2007 Em cada uma das questões seguintes assinala com um X a opção correta. Questão n.º 1: O texto que acabaste de ouvir é: um conto. uma notícia. um poema. uma fábula.
  • 4. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL 1 – PORTUGUÊS – 4.º ANO 4 Português – Ensino Básico Questão n.º 2: A Cegonha e a tartaruga estavam a conversar sobre: as suas aventuras e viagens. o que cada uma sabe sobre o mundo. os vizinhos da cegonha. as viagens da tartaruga. Questão n.º 3: A cegonha começou a falar das suas viagens com o objetivo de: partilhar com a tartaruga os seus conhecimentos. divertir a tartaruga. provocar inveja na tartaruga. aborrecer a tartaruga. Questão n.º 4: A expressão “(…) a cegonha largou a falar como uma matraca.”. Significa que… a cegonha falava muito. a cegonha falava muito alto. a cegonha falava muito depressa. a cegonha falava muito baixinho. Questão n.º 5: Após a conversa com a tartaruga, consideras que a cegonha ficou … irritada. envergonhada. admirada. engasgada.