Jejum: a chave para um relacionamento mais profundo com Deus

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(Apenas trechos do Novo Testamento: Versão King James em língua portuguesa, Abba Press,
Copyright © 2006). As seguintes versões foram traduzidas livremente do idioma inglês em função da
inexistência de tradução no idioma português: AMP (The Amplified Bible) e KJV (King James Version,
Trechos do Antigo Testamento).

JEJUM
Editora Luz às Nações © 2010
© 2008 by Jentezen Franklin
COORDENAÇÃO EDITORIAL
Philip Murdoch
TRADUÇÃO
Maria Lucia Godde Cortez, Idiomas & Cia
REVISÃO
Idiomas & Cia
CAPA
Heston Delgado
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Julio Fado
Originalmente publicado nos Estados Unidos, sob o título Fasting – Opening the door to a deeper,
more intimate, more powerful relationship with God / Jentezen Franklin, por Charisma House, A
Strang Company, 600 Rinehart Road, Lake Mary, Florida, 32746. 1ª edição brasileira: Setembro de 2010.
www.edilan.com.br

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONALDOS EDITORES DELIVROS, RJ
F915j
Franklin, Jentezen, 1962-
Jejum: abrindo a porta para as promessas de Deus: como alcançar umrelacionamento mais íntimo, mais
poderoso e mais profundo comDeus / Jentezen Franklin; [tradução Idiomas & Cia]. - Rio de Janeiro: Luz às
Nações, 2015.
1052Kb ; ePUB
Tradução de: Fasting: opening the door to a more intimate relationship with God Sequência de: Jejum: a
disciplina particular que gera recompensas públicas
ISBN 978-85-99858-81-3
1. Jejum- Aspectos religiosos - Cristianismo. I. Título.
10-4224.
CDD: 248.47
CDU: 27-442.47

Alguns nomes de pessoas mencionados neste livro foram alterados a fim de proteger a privacidade das
mesmas; qualquer semelhança entre indivíduos descritos neste livro e as pessoas conhecidas dos
leitores é mera coincidência.
O material contido neste livro é fornecido apenas a título de informação. Não há a intenção de
diagnosticar, fornecer aconselhamento médico, ou substituir o aconselhamento e o tratamento de seu
médico particular. O autor não afirma de modo algum ser médico. Os leitores são aconselhados a
consultarem profissionais qualificados com relação ao jejum e/ou ao tratamento para seus problemas
específicos de saúde. Nem a editora nem o autor são responsáveis por quaisquer consequências que
possam decorrer da leitura ou da prática das informações contidas neste livro. Caso os leitores estejam
fazendo uso de medicamentos receitados por seus médicos, devem consultá-los e não suspender
qualquer medicamento sem a devida supervisão médica.

Dedicado afetuosamente a meu falecido pai, Billy D. Franklin, meu alicerce, aquele que moldou
a minha vida.
Este livro também é dedicado a todos os membros da nossa família da igreja Free Chapel e do
programa Kingdom Connection, que fielmente se unem a nós todos os anos
em nosso Jejum das Primícias. Nós nos alegramos
com vocês em tudo o que Deus tem feito e fará à medida
que nós O buscamos juntos.

G
Agradecimentos
ostaria de expressar o meu mais profundo agradecimento à minha
esposa, Cherise, por seu constante apoio e encorajamento, e a meus queridos
filhos, Courteney, Caressa, Caroline, Connar e Drake.
A Richie Hughes, por dedicar sua energia à execução deste livro.
A Susan Page, por sua ajuda incansável e de todo coração.
A Tomi Kaiser, por sua capacidade de unir histórias de sermões e
transcrições para auxiliar na execução deste livro.
À minha mãe, Katie Franklin Lancaster, por me moldar dentro de um estilo
de vida de jejum.
À congregação da Free Chapel. Obrigado por sonharem comigo.
Aos parceiros e amigos do programa Kingdom Connection, por seu apoio e
orações.
A todos os dedicados editores de minha equipe ministerial. A criatividade
e a atenção de vocês com os detalhes são uma bênção. Obrigado por me
ajudarem a utilizar as páginas impressas para alcançar mais almas para o
reino de Deus.

Índice
Prefácio por Tommy Tenney
Introdução: Qual é o Segredo?
1 Por que é Tão Difícil?
2 Ele Agradou a Deus
3 Vestes de Louvor
4 Jejum, Fé e Paciência
5 As Prioridades de Deus
6 Para os Pequeninos
7 A Sua Lâmina está Suficientemente Afiada?
8 Visto, mas Não Ouvido
9 Vá em Frente
Sobre o autor

C
Prefácio
onsidero um privilégio chamar Jentezen Franklin de meu amigo tanto no
âmbito público quanto no privado. Muitos dos que ministram possuem
grandes plataformas públicas, mas nem todos eles têm disciplina particular.
Após anos de amizade com Jentezen, sei que há certas horas durante a
semana em que posso ligar para ele no telefone particular de seu lugar
secreto, onde ele está se preparando para ministrar ao público. Também sei
que posso ligar para ele durante todos os meses de janeiro, com meu pedido
urgente de oração, sabendo que ele e sua igreja estarão em seu jejum anual
de vinte e um dias. Eu o encorajo a ler este livro não apenas pelo que ele
fará por você no âmbito público, mas acima de tudo, pelo que fará na esfera
particular de sua vida.
– Tommy Tenney
Caçadores de Deus Network

Abrindo a Porta para
as Promessas de Deus

E
Introdução
Qual É o Segredo?
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
— Mateus 5:6
ssa pergunta geralmente é feita por alguém que tem o desejo genuíno de
ter mais intimidade com o Senhor e conhecer a vontade perfeita de Deus.
Para mim, jejuar tem sido o segredo para as portas abertas, a provisão
milagrosa, o favor, e o toque suave de Deus sobre minha vida. Eu estava em
um jejum de três dias quando Deus me chamou para pregar. Eu estava em um
jejum de vinte e um dias quando nosso ministério recebeu sua primeira
doação de um milhão de dólares. Quando era evangelista, meu irmão e eu
viajamos juntos. Nós nos revezávamos para pregar à noite. Na minha noite
de folga, eu jejuava o dia inteiro por ele. Na noite de folga dele, ele jejuava
o dia inteiro por mim. Passamos do anonimato para uma condição de portas
abertas em todo o mundo através do poder do jejum. Toda missão nasce em
algum lugar. Quando Deus coloca dentro de você um sonho que só Ele pode
tornar possível, você precisa jejuar e orar. Seja bom ou mau, o que está
dentro de você só sairá quando você jejuar e orar.
Agora que sou pastor, nossa igreja inicia cada ano com um jejum de vinte e
um dias. Desde aqueles primeiros anos de ministério até o dia de hoje, jejuar
se tornou um estilo de vida para mim. Quando sinto que estou ficando

espiritualmente seco, quando não sinto aquela unção poderosa, ou quando
preciso ter um novo encontro com Deus, jejuar é a chave secreta que abre a
porta do céu e fecha os portões do inferno.
A disciplina do jejum libera a unção, o favor, e a bênção de Deus na vida
do cristão. À medida que lê este livro, mostrarei a você o poder do cordão
de três dobras. Mostrarei a você como cada personagem principal da Bíblia
jejuava. Ensinarei a você como jejuar. E o que é mais importante, ao ler este
livro, você desenvolverá uma fome pelo jejum. Não sei quanto a você, mas
existem coisas que desejo mais do que comida. “Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mt 5:6).
Se você está lendo este livro, significa que provavelmente não está
contente em viver este ano da mesma forma que viveu o ano anterior. V
ocê
sabe que existe mais. Sabe que existe uma missão para a sua vida. Sabe que
existem coisas que Deus deseja liberar em sua vida, e há um desespero
genuíno por essas coisas que arde em seu coração. Foi para você, e para
pessoas como você, que este livro foi escrito. Agora, quero convidá-lo a
iniciar esta maravilhosa jornada.
Guardai-vos de exercer a vossa justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por
eles; doutra sorte não tereis galardão junto de vosso Pai celeste.
Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas
sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que eles já
receberam a recompensa. Tu, porém, ao dares a esmola, ignore a tua mão esquerda o que faz a
tua mão direita; para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará.
E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas
sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade, vos digo que
eles já receberam a recompensa.
Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está
em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs
repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.
Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso Pai, sabe o de que tendes
necessidade, antes que lho peçais. Portanto, vós orareis assim:
“Pai nosso, que estás no céu,
santificado seja o Teu nome;
venha o Teu reino;
faça-se a Tua vontade,
assim na terra como no céu;

o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;
e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;
e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois Teu é o reino, o poder e a
glória para sempre. Amém]!”
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará;
se porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as
vossas ofensas.
Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram o
rosto com o fim de parecer aos homens que jejuam. Em verdade vos digo que eles já receberam
a recompensa. Tu, porém, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, com o fim de não
parecer aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te
recompensará.
— Mateus 6:1-18

A
Capítulo 1
Por que é Tão Difícil?
Quando a mulher viu que a árvore parecia agradável ao paladar...
— Gênesis 3:6, NVI
inda me impressiona o fato de que a comida tenha sido a sedução usada
para fazer com que Adão e Eva pecassem, resultando na queda da
humanidade. Acho igualmente interessante que Jesus tenha iniciado o Seu
ministério terreno, para nos redimir do pecado, abstendo-se de comer.
Imagino que tenha sido uma visão extraordinária para João Batista quando
ele viu seu próprio primo, o Cordeiro de Deus, descendo às águas para ser
batizado como todos os demais. A maioria das pessoas batizadas naquele
dia provavelmente foi para casa comemorar com uma bela festa, falando
sobre o que haviam visto e ouvido. Jesus, não. Ele seguiu a direção do
Espírito Santo, começando o Seu ministério terreno sozinho, jejuando por
quarenta dias e quarenta noites enquanto era tentado no deserto (Mt 3:16-
4:11).
A primeira coisa que Jesus sentiu no Seu ministério terreno por você e por
mim foi fome. A última coisa que Ele sentiu nesta terra foi sede, quando o
Senhor da glória estava morrendo pendurado em uma cruz cruel, de acordo
com João 19:28.
Então, a minha pergunta é: por que o corpo de Cristo tem tanta dificuldade
para lidar com a disciplina do jejum? A falta de controle sobre a carne abriu
a porta para a tentação do pecado no Jardim do Éden, mas Jesus assumiu o

controle sobre a Sua carne, santificando-se para quebrar o poder da
tentação. Quando Jesus jejuou por quarenta dias e quarenta noites, Satanás
tentou-O dizendo: “Manda que estas pedras se transformem em pães” (Mt
4:3). O inimigo tentou repetidamente fazer com que Jesus se concentrasse no
desejo por alimento e não na missão e nos propósitos do Pai, mas Jesus
sabia que a santificação é uma chave essencial para abrir a porta para as
bênçãos de Deus.
Se Jesus precisou jejuar, quanto mais nós não teríamos essa necessidade?
Eu tinha dezoito anos quando fiz o meu primeiro jejum de vinte e um dias.
Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Jejuar nunca é fácil.
Sinceramente, não conheço nada mais cansativo do que jejuar. Jesus entende
a dificuldade que significa nos privarmos de alimento. Em Hebreus 4:15,
lemos: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado”. Ele também nos dá força para vencermos a
tentação, como nos garante Hebreus 4:16: “Acheguemo-nos, portanto,
confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e
acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. Com estas promessas
em mente, o processo de jejuar passou a ser menos desagradável para mim.
Quando jejuamos, nos abstemos de alimentos com fins espirituais. Ouvi
pessoas dizerem que estavam planejando fazer um jejum de TV ou de jogos
de computador ou de navegar na Internet. É bom deixar essas coisas de lado
por um tempo de consagração caso elas estejam interferindo na sua vida de
oração, no seu estudo da Palavra de Deus ou na sua ministração às
necessidades de outros, mas tecnicamente, isto não é jejum. Jejuar é passar
sem alimento por um determinado período, o que geralmente faz com que
deixemos de lado a agitação das atividades normais. Parte do sacrifício de
jejuar, buscar a Deus e estudar a Sua Palavra, é que as atividades normais
passam a estar em segundo plano.
Existem motivações erradas para se jejuar. Não se jejua para obter méritos
junto a Deus ou para se livrar de pecados. Só existe uma coisa que nos dá
mérito junto a Deus e que nos purifica do pecado – o sangue de Jesus. No
entanto, o jejum começará a trazer à superfície qualquer área de sua vida que
esteja comprometida pelo pecado, e o deixará mais consciente de qualquer
pecado para que você possa se arrepender.

O jejum não é uma dieta cristã. Não se deve jejuar para perder peso,
embora a perda de peso seja um efeito colateral normal. Se você não unir a
oração ao seu jejum, não há necessidade de jejuar. Simplesmente ficar sem
se alimentar é fazer regime, não jejuar. Quando jejua, você se concentra na
oração e na Palavra de Deus.
Finalmente, não jejuamos para que os outros nos notem. O jejum não é uma
oportunidade para mostrar aos outros o quanto somos espirituais, mas uma
oportunidade para nos concentrarmos nas necessidades dos outros. O
movimento mundial contra a fome tem um programa que se chama “Deixe
Ele Roncar”, um jejum mundial contra a fome e pela conscientização.
Durante esse jejum, quando os participantes sentem as dores da fome
aumentarem e o estômago começar a roncar, eles se lembram de que um
terço das pessoas deste mundo vão dormir com essa mesma sensação todas
as noites por não terem o que comer.
Quando este livro estava sendo escrito, estava pastoreando a Free Chapel
havia pouco mais de dezoito anos. Durante grande parte desse tempo, eu
jejuava individualmente por vinte e um dias no início de cada ano, mas há
cerca de sete anos, o Espírito Santo me dirigiu a pedir que a igreja se unisse
a mim nesse jejum. Deus tem nos abençoado mais do que eu jamais poderia
imaginar.
Estava andando pelo aeroporto outro dia, e um homem me parou e disse:
“Sei quem você é. Sou uma daquelas pessoas que jejuaram com a sua igreja
no ano passado”. Quando faz um jejum no início do ano com o corpo de
Cristo, você se une a milhares de pessoas em todo o mundo que também
começam o Ano Novo com um jejum. Uma pessoa jejuando é algo poderoso,
mas quando um grupo de pessoas começa a jejuar, é força multiplicada! É
poder multiplicado!
O Dr. David Yonggi Cho pastoreia a maior igreja do mundo em Seul, na
Coréia do Sul. Setecentos e cinquenta mil membros fazem um jejum de vinte
e um dias todos os anos. Ele tem mil e quinhentos adolescentes que acampam
em tendas no “Monte de Oração”, localizado em um terreno da igreja, para
jejuar e orar por sete dias, todos os anos.
V
ocê foi enganado se acredita que os cristãos não devem jejuar. Deus
espera que todos nós jejuemos – não apenas alguns de nós. Em Mateus
capítulo 6, Ele indica três coisas que os cristãos fazem: “Quando orardes...”

“Quando deres esmola...” e “Quando jejuardes”. Ele não disse “se”, mas
“quando”. Se você tem um tempo para orar e um tempo para ofertar, então
você deve ter um tempo para jejuar.
Portanto, não vos inquieteis, dizendo: “Que comeremos?” “Que beberemos?” Ou: “Com que nos
vestiremos?”... Pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas essas coisas. Buscai, pois, em
primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.
— Mateus 6:31-33
V
ocê sempre pode encontrar um motivo para não jejuar, por isso, precisa
decidir que vai jejuar, e todas as outras coisas entrarão nos eixos. Se você
decidir separar os primeiros dias do ano para jejuar, estabelecerá o rumo de
todo o ano seguinte, e Deus acrescentará bênçãos à sua vida durante todo o
ano. Assim como você define o rumo do seu dia se encontrando com Deus
nas primeiras horas, o mesmo acontece quando dedicamos os primeiros dias
do ano ao jejum.
O primeiro volume deste estudo sobre o jejum chama-se “A Disciplina
Privada que Gera Recompensas Públicas”. As “recompensas” que vieram à
tona nos últimos anos na vida dos que frequentam a Free Chapel foram
fenomenais - e continuam vindo! Neste segundo volume, compartilharei
alguns dos profundos ensinamentos que o Senhor me deu sobre o jejum, à
medida que continuamos a buscá-lo desta forma, e vou encorajar você com
alguns dos magníficos testemunhos da fidelidade de Deus à Sua Palavra.

E
Capítulo 2
Ele Agradou a Deus
Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a
concretização da promessa, por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito, para
que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.
— Hebreus 11:39-40
stou mais entusiasmado com o jejum do que nunca. Não me interprete mal
– gosto de comer! Embora eu goste de comer, não posso dizer que gosto de
observar as pessoas cortando um grande bife fumegante e suculento enquanto
estou mastigando um ramo de brócolis cozido no vapor. Descobri que ter
fome e sede de Deus traz consigo uma recompensa muito maior do que a
satisfação da fome temporária que posso estar sentindo em meu corpo.
V
ocê se lembra da profetiza Ana? A história dela ocupa apenas algumas
linhas no evangelho de Lucas, mas creio que Deus viu muito mais na vida
desta preciosa santa. Ela é chamada de profetiza, e o seu testemunho simples
é o de que ela era uma “viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o
templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações” (Lc 2:37). Isto serve
para lhe mostrar que nunca se é velho demais para jejuar. Ana tinha uma
fome pela Palavra de Deus que era maior do que a sua fome por alimento, e
a sua fidelidade no jejum preparou-a para o que estava para acontecer.
Depois do nascimento de Jesus, José e Maria levaram o seu pequeno bebê
ao templo para ser dedicado como o Filho primogênito. Imagino que aquela
jovem família passou por centenas de pessoas no templo lotado naquele dia,

mas apenas um homem e uma mulher fiel realmente reconheceram o Messias.
Simeão foi o primeiro a se alegrar ao ver Jesus. Depois Ana O viu, e
instantaneamente deu graças a Deus. Então ela começou a dizer a todos os
que aguardavam a redenção de Israel sobre o bebezinho que era o Messias
há tanto tempo esperado (Lc 2:38). Imagine isto – um novo chamado sobre a
vida dela aos oitenta e quatro anos de idade!
Embora o jejum não fique mais fácil com a idade, ele fica mais fácil com a
graça. Quando o Espírito Santo o chama para jejuar, Ele está preparando
você para o que está por vir. O jejum requer fé. Como disse Jesus: “Bem-
aventurados os que têm fome e sede de justiça: porque eles serão saciados”
(Mt 5:6, KJV).
Creia em Deus
O capítulo 11 do livro de Hebreus é mencionado muitas vezes como a
“galeria da fé”, começando com as palavras: “Ora, a fé é a certeza de coisas
que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem” (Hb 11:1). Algumas
das palavras mais encorajadoras da Bíblia se encontram neste livro.
Aprendemos que depois do nascimento de Sete, filho de Adão e Eva, as
pessoas começaram a clamar o nome do Senhor (Gn 4:26). Enoque nasceu
muitos anos depois, e a sua vida foi um passo além de meramente clamar o
nome do Senhor. Milhares de anos depois de sua partida desta terra, o
escritor do livro de Hebreus disse a seu respeito: “Por meio da fé, Enoque
foi arrebatado, de forma que não experimentou a morte; e ‘já não foi
encontrado, porquanto Deus o havia arrebatado’, visto que antes de ser
arrebatado, havia recebido o testemunho de que tinha agradado a Deus” (Hb
11:5, KJV).
O que havia acerca de Enoque que era diferente dos que vieram antes dele?
O que havia em sua vida que agradava tanto a Deus? A resposta encontra-se
em Hebreus:
Em verdade, sem fé é impossível agradar a Deus; portanto, para qualquer pessoa que Dele se
aproxima é indispensável crer que Ele é real e que recompensa todos quantos se consagram a Ele.
— Hebreus 11:6, KJV

Enoque conhecia a Deus. E isto não é tudo. Gênesis 5:22 diz que Enoque
“andou com Deus” por trezentos anos! Ora, se eu fosse escolher o que se
poderia dizer a meu respeito, gostaria que meu testemunho fosse “ele
agradou a Deus”. Observe que Enoque não tentava agradar às pessoas. Na
verdade, Judas relata que Enoque profetizava de uma maneira que teria feito
com que ele não fosse nada popular junto à multidão (Jd 14-15). A principal
preocupação de Enoque era andar pela fé, que é o que agrada a Deus. De
acordo com Hebreus 11:6, é razoável dizer que Enoque achegou-se a Deus,
creu em Deus, buscou a Deus diligentemente, e foi recompensado.
Se você quer agradar a Deus, creia em Deus. Creia que Ele é fiel à Sua
Palavra. Quando o apóstolo Paulo estava ensinando aos Coríntios, uma
sociedade que buscava o conhecimento, ele lhes disse: “Andamos por fé e
não pelo que vemos” (2 Co 5:7). Sadraque, Mesaque e Abede-Nego
andavam por fé e não por vista. Os três se uniram a Daniel em seu jejum
inicial ao abster-se das delícias do rei. Pense no que eles viram quando
estavam a caminho da fornalha. Ela havia sido aquecida sete vezes mais do
que o normal. O calor era tão intenso que matou os guardas que ficaram ao
lado das portas. Se eles tivessem andado por vista, teriam dito “Hoje com
certeza seremos transformados em cinzas”. Em vez disso, pela fé, eles foram
em frente dizendo: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele
nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei” (Dn 3:17). A
fé é a evidência das coisas que não se veem.
Fome da Palavra
De onde vem o tipo de fé que lhe permite confiar em Deus e crer na Sua
Palavra independente do quanto as suas circunstâncias possam parecer
sérias? A sua filha não é salva e está nas drogas. O seu pai está morrendo em
uma cama de hospital. V
ocê está para ser expulso da casa que alugou porque
ela foi vendida sem o seu conhecimento. O seu casamento de vinte anos
chegou ao fim, e os papéis do divórcio foram assinados. Eu poderia
continuar indefinidamente. Estas são situações reais que não têm solução no
âmbito natural. De onde vem uma fé assim?
“A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm
10:17). A versão da Amplified Bible deste versículo da Bíblica declara: “A
fé vem pelo ouvir [o que é dito], e o que é ouvido vem pela pregação [da
mensagem que veio dos lábios] de Cristo (o próprio Messias)”. É ouvindo a

Palavra de Deus, ouvindo a pregação do evangelho, que a fé aumenta. Existe
algo sobre entrar em uma igreja onde a unção flui e você ouve a Palavra de
Deus ser pregada. A fé não vem das programações, dos grupos de louvor
poderosos, ou de estar com um grupo de pessoas que são como você. A fé
vem quando você ouve um homem ou mulher de Deus pregarem a Palavra
sem fazer concessões a todos os que quiserem ouvir. Este é o lugar onde
nasce a fé. Se esta revelação realmente tomar posse do seu espírito, você
nunca permitirá que o diabo o convença a deixar de ser fiel à casa de Deus.
Muitos cristãos acham que são mal alimentados com a Palavra, mas
sentem-se bem alimentados com o mundo, e consequentemente vivem vidas
derrotadas. No primeiro capítulo, mencionei como Eva viu que o fruto era
bom ao paladar. A Palavra de Deus a Adão e Eva foi: “No dia em que dela
comeres, certamente morrerás” (Gn 2:17). Mas Eva agiu na sabedoria do
mundo que foi dita pela serpente em vez de se afastar, pela fé de que a
palavra de Deus era verdadeira.
Em contraste, quando Jesus jejuou no deserto, Ele foi tentado pela mesma
voz que havia sussurrado a Eva de forma tão perspicaz. Mas Jesus
respondeu: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que
procede da boca de Deus” (Mt 4:4). O que Jesus ouviu logo antes de
começar aquele período de jejum? “Em seguida, uma voz dos céus disse:
‘Este é o Meu Filho amado, em quem muito Me agrado” (Mt 3:17, KJV). A
Palavra de Deus sustentou-O ao longo dos quarenta dias e quarenta noites
sem alimento.
Como eu gostaria que o corpo de Cristo hoje tivesse esse mesmo tipo de
fome pela Palavra de Deus. Adoraria ver o dia em que, se fosse preciso, um
cristão preferiria ir à igreja de pijamas do que deixar de ouvir a Palavra de
Deus! Sei que isto parece radical, mas vivemos em tempos radicais.
Precisamos entender as palavras de Jesus quando Ele disse: “Passará o céu
e a terra, porém as Minhas palavras não passarão” (Mc 13:31).
O que o jovem Davi possuía na esfera natural que o fez acreditar que ele
teria êxito contra o gigante filisteu? Nada! Ele era pequeno; ele era jovem;
ele ainda não era um soldado – era simplesmente um guardador de ovelhas.
No entanto, ele andava com Deus, conhecia a Deus, e buscava a Deus. A sua
fé era tudo que ele precisava para saber que Golias cairia diante dele assim
como leão e o urso haviam caído (Ver 1 Samuel 17:34-35).

Diligência
Precisamos nos alimentar com diligência da Palavra de Deus. Às vezes, a
melhor coisa que podemos fazer é deixar a nossa carne passar fome e
alimentar o nosso espírito através de um jejum. O jejum o ajuda a separar o
que você quer do que você precisa. Ele faz com que você se concentre nas
coisas que realmente importam.
Acredite em mim, o jejum permite a você muitas oportunidades de buscar o
Senhor com diligência! V
ocê O busca com diligência quando todos os outros
estão indo ao cinema, tomando refrigerantes, comendo pipoca e você prefere
ficar em casa para estar com o Senhor porque simplesmente precisa ouvir a
Sua voz. Buscar o Senhor com diligência através do jejum acontece pela
manhã quando todos se levantam e comem bacon, ovos, panquecas, torta de
maçã, aveia, batatas fritas e salsichas fritas e você prefere passar tempo com
Deus. Acontece quando você está no trabalho e todos estão almoçando e
comendo hambúrguer, batata frita e milk-shake, mas você está tomando uma
garrafa d’água! Diligência é chegar em casa depois de um dia longo e difícil
no trabalho, quando tudo que você ingeriu durante o dia foi água, e se
ausentar da mesa de jantar para se alimentar com a Palavra.
Andamos por fé. Não ficamos parados,
afundando na nossa própria infelicidade.
Ser diligente é ser persistente. Significa trabalhar duro fazendo algo e
recusar-se a parar. Deus libertou os israelitas do cativeiro de Faraó. Ele
dividiu o Mar Vermelho para que eles pudessem atravessar sobre terra seca,
mas permitiu que o exército de Faraó se afogasse. Ainda assim, os filhos de
Israel entraram no deserto e começaram a reclamar. Depois de tudo que Ele
havia feito por eles, eles não foram diligentes em buscar o Senhor, e aquela
geração mais velha nunca entrou no Seu descanso, na Sua recompensa.
A fé é progressiva. Quando a fé enfrenta uma situação ruim, ela nunca diz:
“V
ou ficar sentada aqui e morrer. Acabou”. A fé nunca fica no deserto,
sentindo pena de si mesma enquanto tudo vai ficando seco ao seu redor.
Andamos por fé. Não ficamos parados, afundando na nossa infelicidade.
Quando entramos em um deserto, continuamos andando; continuamos

seguindo em frente mesmo que façamos apenas um centímetro de progresso a
cada passo. Quando entra em uma batalha, você deve continuar dizendo:
“V
ou seguir em frente”.
Recompensa
Quando uma recompensa é oferecida pela captura de alguém, a recompensa é
dada antes de ser reivindicada. O dinheiro é colocado em uma conta a ser
mantida até que o ofensor seja capturado. Deus é galardoador daqueles que
O buscam diligentemente (Hb 11:6), o que significa que Ele já separou
recompensas para você no céu. Em minha mente, ao ler esta escritura,
sempre acrescentei “O buscam... e O encontram”, Não é isto que ela diz. A
Bíblia nos diz que se buscarmos, encontraremos.
Iniciando cada ano com um período de jejum e oração, estamos buscando
em primeiro lugar o Seu reino. Os testemunhos que ocorrem durante e após o
jejum são incríveis. Quero compartilhar algumas das “recompensas” que as
pessoas receberam para encorajar a sua fé. Geralmente, durante os cultos de
janeiro, o microfone fica sobrecarregado com a quantidade de pessoas que
testemunham sobre a bondade de Deus. Deixarei que algumas delas
compartilhem com você nas suas próprias palavras:
Tenho jejuado para que minha família e meus filhos sejam salvos, e passei
sete dias sem nenhum alimento, apenas tomando líquidos. Estava tentando
decidir se deveria iniciar o jejum de Daniel hoje ou não. Bem, não vou mais
discutir o assunto porque depois de dois anos fugindo do Senhor, minha filha
foi salva nesta manhã – e quero mais milagres em minha família!
Pastor, estávamos com o pagamento de nossa casa atrasado, e estávamos
sendo ameaçados de perdê-la com a execução da hipoteca. Na sexta-feira,
minha empresa comprou pizza para todos. Sentei-me em meu escritório e
tomei sopa de tomate no lugar da pizza. Fui para casa naquela tarde e
descobri que o banco havia feito uma recomposição de toda a dívida da
hipoteca. Nossa situação está regularizada! E não temos nenhum pagamento a
efetuar até 1º de abril!

Estávamos orando por minha nora havia um ano e meio. Ela passou
recentemente por um programa da igreja para libertação das drogas. Ela
esteve envolvida com drogas desde os quatorze anos. Ela estava aqui junto
ao altar esta manhã deitada sobre seu rosto, clamando a Deus. É um milagre.
É um milagre!
Tenho frequentado a Free Chapel por três anos, mas no ano passado minha
mãe me disse: “Eles estão começando um jejum”. Pensei: “Vinte e um dias?
Não sei se consigo”. Então me lembrei de que quando colocamos Deus em
primeiro lugar, o ano será próspero. Naquela época, minha esposa e eu
tínhamos apenas um carro, e estávamos vivendo em um apartamento. Ao
longo do ano, adquiri outro carro. Nós nos mudamos para uma casa. Sou
músico, e o artista com quem tenho trabalhado fechou negócio com uma das
maiores gravadoras do mundo. Assim, minha família e eu participaremos do
jejum novamente este ano – e quem sabe o que irá acontecer?
Meu pai está hospitalizado no Northeast Geórgia Medical Center. Ele tinha
uma hérnia que havia encapsulado o seu cólon, o que basicamente matou o
cólon, intestino e tudo o mais. Ele foi dado como morto cinco vezes. Agora
mesmo ele está com os aparelhos que mantêm a vida desligados. Está
respirando sozinho. E estão falando em transferi-lo para um quarto.
Pastor, esta semana tivemos um enorme problema na nossa conta bancária.
Alguém roubou nosso cartão de crédito e algum dinheiro, e começamos a
cobrir os cheques. Mas glória a Deus, começamos a jejuar. Sabe, Deus
simplesmente desceu! Recebemos todo o dinheiro de volta pelos cheques
compensados, e o banco reembolsou o dinheiro que nos havia sido roubado
também.
Eu mesmo quero compartilhar este testemunho com você. Em um
determinado ano, no final do jejum de vinte e um dias, um casal veio até mim
e me entregou um maço de documentos oficiais. Estarrecido, eu os abri e li a
palavra CANCELADO carimbada em negrito. Depois disso, li as palavras
“Tribunal Superior do Condado de Gwinnet, Estado da Geórgia, Sentença
Final e Decreto de Divórcio”. O casal que estava diante de mim havia tido
dificuldades em seu casamento por um ano, mas durante aquele jejum, o
tempo para colocar tudo de lado e buscar diligentemente a Deus, um milagre

aconteceu! A unidade substituiu a divisão, e o divórcio foi cancelado. O
diabo achou que havia conseguido mais uma estatística de divórcio de
cristãos – mas Deus é galardoador!
O inimigo vem para roubar, matar e destruir, mas Jesus veio para que
pudéssemos ter uma vida mais abundante (Jo 10:10). Existem muitas coisas
que a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus nos oferecem. Embora
todas elas estejam disponíveis, nenhuma delas é automática. Deus não faz
acepção de pessoas. Ele recompensa a todos que O buscam diligentemente
com fé, porque a fé é o que agrada a Ele.

V
Capítulo 3
Vestes de Louvor
Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do
Senhor, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará
aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.
— Salmo 121:1-4
ocê nunca esquece o sentimento de tristeza e perda que ocorre quando
alguém que lhe é chegado morre. Eu amava meu pai imensamente. Quando
ele faleceu em 1991, levei semanas para superar o impacto inicial da tristeza
e do luto. Todos os dias, ao acordar, aquele sentimento de perda me atingia
novamente quando eu pensava: “Meu papai está morto”. Ele foi um pai e avô
maravilhoso. Sou grato por termos tido a oportunidade de construir tantas
lembranças maravilhosas juntos. A vida dele foi realmente uma celebração.
Embora eu soubesse que papai estava com o Senhor, a ausência dele deixou
um vazio que levei algum tempo para superar.
Em Mateus 9, vemos os discípulos de João Batista se aproximarem de
Jesus e perguntarem: “Por que jejuamos nós e os fariseus [muitas vezes], e
Teus discípulos não jejuam?” (v. 14).
Jesus respondeu: “Como podem os convidados do noivo ficar de luto
enquanto o noivo está com eles? Virão dias quando o noivo lhes será tirado;
então jejuarão” (v. 15, NVI).

Esta não é a única vez que vemos as palavras luto e jejuar serem usadas de
forma alternada na Bíblia. O exemplo que o Senhor dá nesta passagem deixa
claro que o jejum é semelhante ao luto. Quando jejua, você geralmente não
tem vontade de comemorar. É um tempo de avançar em direção a Deus, de
buscar a Deus, e de abandonar as coisas da carne. Após algumas horas de
iniciado o jejum, você pode achar que o alimento é a coisa mais importante
na sua mente (imediatamente antes que o seu estômago comece a roncar).
Ainda assim, aguardo ansiosamente os dias do jejum coletivo aqui na Free
Chapel a cada ano, por causa das recompensas que resultam da diligência de
toda uma igreja que busca a Deus desta forma. Jesus disse: “Bem-
aventurados os que choram, pois eles serão consolados” (Mt 5:4). Quem é o
consolador senão o Espírito Santo? Quando o profeta Isaías iniciou a sua
proclamação das boas novas no capítulo 61, ele previu a vinda de Cristo,
que veio para:
Consolar todos os que choram e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa em vez de
cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que
se chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória.
— Isaías 61:2-3
Creio que à medida que a igreja aprender a jejuar (estar de luto) em
conjunto, veremos Deus começar a cumprir essas promessas de muitas
formas. Existem experiências de “queimadas” em sua vida – lembretes
tristes dos sofrimentos passados e dos sonhos fracassados? Não jogue as
cinzas fora. Deus lhe dará beleza em vez de cinzas. Ele lhe dará a unção da
Sua presença, que é o óleo de alegria para o seu luto.
O Jejum Quebra o Espírito Angustiado
O espírito angustiado tem a ver com desânimo, depressão e opressão.
Infelizmente, a maior cilada dos países ocidentais é a mais velha de todo o
mundo. Costumamos beber, fumar, tomar drogas, tomar medicamentos, comer
demais, e ter outros comportamentos danosos para tentar se livrar do espírito
de angústia. Pense em todos os comerciais que você vê sobre perda de peso,
cura para o tabagismo, antidepressivos, etc. Raramente ligamos a televisão
sem sermos bombardeados por anúncios de drogarias.

Em vez de procurar mais coisas para colocar dentro do nosso corpo para
aliviar a dor, devíamos jejuar e buscar este Deus que nos dá vestes de
louvor em lugar do espírito angustiado que aflige a tantos. Por que elas são
vestes de louvor? V
ocê descobrirá que usa a depressão e a opressão como
um vestido. Ele envolve você em trevas e desespero. É uma roupa pesada
que continua arrastando você para baixo. Ela o impede de erguer a cabeça e
de levantar as mãos em louvor a Deus.
A angústia suga a adoração da sua vida. A igreja é algo deprimente, a não
ser que você aprenda a adorar. Sei que esta é uma declaração estranha, mas
é verdade. Não há nada pior do que uma igreja cheia do Espírito que perde
as vestes de louvor e veste o espírito angustiado. Deus deseja o nosso louvor
mais do que a nossa frequência à igreja. Isto não quer dizer que devemos
deixar de nos reunir como um corpo coletivo. Mas os nossos momentos
juntos, assim como os nossos momentos a sós, devem ser para glorificar e
louvar o nosso poderoso Deus. O louvor faz o inimigo recuar!
Um de meus exemplos favoritos deste fato encontra-se em 2 Crônicas. O rei
Josafá foi avisado: “Grande multidão vem contra ti dalém do mar e da Síria;
eis que já estão em Hazazom-Tamar, que é En-Gedi. Então Josafá teve medo
e se pôs a buscar ao Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá” (2 Cr 20:2-
3).
Ora, Josafá havia acabado de colocar o reino de Judá em ordem. As coisas
estavam indo bem. Mal eles começaram a desfrutar daquela paz, quando
ouviram falar que um exército – muito maior do que eles poderiam derrotar
sozinhos – já estava a caminho. Josafá poderia ter morrido sob o peso
daquele espírito de angústia. A escritura diz que ele “temeu”, mas só parou
ali por um instante. Ele imediatamente se dispôs, assim como todo o povo de
Judá, para buscar ao Senhor em jejum e oração. Então ele tomou o seu lugar
na assembleia do povo e começou a louvar – proclamando quem Deus era e
tudo o que Deus havia feito por eles. Ele terminou dizendo: “Em nós não há
força para resistirmos a essa grande multidão que vem contra nós, e não
sabemos nós o que fazer; porém os nossos olhos estão postos em Ti” (v. 12).
Então, eles esperaram.
Quantas vezes nos vemos dizendo a mesma coisa: “Não sei o que fazer.
Este problema é grande demais para mim”. Devemos colocar os nossos
olhos em Deus! A história continua: “Então, veio o Espírito do Senhor no
meio da congregação, sobre Jaaziel... levita, dos filhos de Asafe” (v. 14).

Deus disse a eles que a batalha não era deles, mas Dele. Ele disse a eles
exatamente onde o inimigo estaria, mas disse: “Neste encontro não tereis de
pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos
dará, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã, saí-lhes ao
encontro, porque o Senhor é convosco” (v. 17).
Não sei quanto a você, mas perceber que o Senhor ia destruir meus
inimigos seria motivo suficiente para gritar! E foi exatamente isto que o povo
de Judá fez. Jovens e velhos “se levantaram... para louvarem o Senhor, Deus
de Israel, em voz alta, sobremaneira”. No dia seguinte, eles foram cedo ao
local que o Senhor lhes havia indicado. Então, Josafá dirigiu-se ao povo
novamente, dizendo:
“Ouvi-me, ó Judá e vós moradores de Jerusalém! Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis seguros;
crede nos Seus profetas e prosperareis”. Aconselhou-se com o povo e ordenou cantores para o
Senhor, que, vestidos de ornamentos sagrados e marchando à frente do exército, louvassem a Deus,
dizendo: “Rendei graças ao Senhor, porque a Sua misericórdia dura para sempre”.
— 2 Crônicas 20:20-21
Agora, veja o que aconteceu quando eles começaram a louvar: “Pôs o
Senhor emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os do monte
Seir que vieram contra Judá, e foram desbaratados” (v. 22).
Há poder no jejum coletivo e há poder no louvor coletivo! Ele cria um rio
de cura, um rio de libertação e vitória, um rio de purificação na casa de
Deus. É hora de trocarmos cinzas por beleza, lamento por alegria, e espírito
de angústia por vestes de louvor.
O Que a Comida Conquista
Um amigo me telefonou quando estávamos para começar o jejum coletivo.
Para minha surpresa, ele disse: “Sinto muito por você”. Ele realmente estava
com pena de mim porque eu estava para abrir mão do alimento pela alegria
de buscar ao Senhor por vinte e um dias.
Respondi: “Não sinta pena de mim. Na verdade, sou eu que sinto muito por
você”. Então, eu o desafiei: “Farei um trato com você. Vá em frente e coma a
sua comida durante os próximos vinte e um dias. No final do ano, vamos
comparar as nossas anotações para ver se a comida que você comeu

conquistou para você o que o jejum nos próximos vinte e um dias conquistou
para mim”. Como testemunha Daniel 1:15, comer não conquista o que o
jejum conquista.
Há poder no jejum coletivo e
há poder no louvor coletivo!
Sou muito abençoado por fazer parte de uma comunidade que busca a Deus
em conjunto através do jejum. Batalhas são ganhas e vidas são transformadas
como resultado do jejum. Na verdade, uma mudança drástica ocorreu na
época do Natal na vida de um jovem a quem chamarei de James. Havíamos
iniciado aquele ano com um jejum coletivo como fazemos agora todos os
anos. Muitos milagres haviam ocorrido na vida das pessoas ao longo do ano.
Naquela sexta-feira à noite especificamente, minha família e eu havíamos
participado da programação de Natal na Free Chapel e estávamos indo de
carro para casa. A previsão do tempo havia previsto que um inverno
rigoroso nos atingiria naquele final de semana, de modo que minha esposa,
Cherise, pediu-me para pararmos na mercearia para comprarmos alguns
itens básicos. Era tarde, por isso, estacionei na frente da loja e deixei o
carro ligado para mantê-los aquecidos.
Peguei o leite, o pão e os cereais e entrei na fila para pagar. Podia ver
meus filhos me observando através das janelas da loja. Foi quando o
percebi. Um jovem havia entrado na loja logo em seguida e agora estava na
fila atrás de mim e segurava algumas caixas de cerveja. Dei uma olhada nele
de relance, e nossos olhos se encontraram por um segundo. A princípio,
pensei muito sobre aquilo porque eu estava ali somente para comprar leite e
cereais. Lembre-se, eu havia jejuado por vinte e um dias no início do ano, e
o jejum nos deixa mais sensíveis à voz de Deus. De repente, em meu espírito
ouvi o Senhor dizer: “Diga a ele que ele tem um grande valor para Mim”.
Olhei para trás na direção do jovem, e ele olhou para mim, e então se
afastou. Continuei na fila e paguei pelas minhas compras, sabendo que
deveria dizer algo a ele. Não o vi quando saí, então caminhei em direção ao
carro. Quando abri a porta, Cherise e todas as meninas estavam dizendo:
“Papai! Papai! Olhe, olhe!” Eles me mostraram a câmera que haviam levado

para tirar fotografias da peça de Natal. Mas quando olhei para a tela digital,
eles haviam tirado fotos do rapaz que estava na fila. Perguntei: “O que está
acontecendo?”.
Minha esposa e filhas tiveram uma visão panorâmica daquele sujeito
roubando cerveja e vinho da loja. E não apenas isso, elas tiraram fotos dele
praticando o ato! Isso mesmo, o mesmo jovem de quem Deus havia dito:
“Ele tem grande valor para Mim”. Meu coração desfaleceu. Eu tive a chance
de dizer àquele jovem que ele tinha um grande valor para Deus, que ele não
tinha de continuar vivendo como estava vivendo – derrotado pelo inimigo e
preso debaixo de um espírito angustiado. Eu não tinha obedecido a Deus, e
me sentia péssimo.
Confessei à minha família: “O Senhor falou ao meu coração, mas eu não O
obedeci”. Saltei do carro e voltei para a loja. Procurei freneticamente pelo
sujeito pelos corredores, e uma de minhas filhas correu atrás de mim e disse:
“Papai, ele saiu pela outra porta”. Meu coração desfaleceu novamente.
Quando saí da loja e entrei no carro, Cherise disse: “Sei para onde ele foi.
Ele foi até o próximo supermercado que fica mais adiante nesta rua”.
Perguntei: “V
ocê acha?”.
Ela disse: “Garanto que sim. Ele está em um Camaro vermelho”.
Eu disse: “Vamos lá”. Graças a Deus pelas segundas chances!
Dirigimos até o próximo supermercado, e quando passamos pelo
estacionamento, uma das meninas disse: “Ali está ele! É o Camaro
vermelho!” Estacionei imediatamente, saltei do carro, e corri para dentro
para procurar por ele. Eu sabia exatamente onde procurar: na seção de
cervejas e vinhos! Lá estava ele com o carrinho cheio até o topo de caixas
de cerveja e vinho. Ele o havia empurrado até o final do corredor, onde
poderia se esgueirar para fora por trás das caixas registradoras e sair
facilmente com a sua carga.
Mas aquele não era o plano de Deus para James! Caminhei diretamente
para ele e disse: “V
ocê não me conhece, e eu não o conheço, mas Deus quer
que saiba que você tem grande valor para Ele”. Ele me olhou por um instante
e perguntou: “O que você disse?” Enfiei a mão no bolso, e tirei quarenta
dólares. Entreguei-os a ele, e disse: “Sei que quando eu lhe der este
dinheiro, você provavelmente vai comprar todo aquele álcool com ele, mas
tenho de obedecer a Deus, e Ele me disse para lhe dizer, rapaz, que você tem
grande valor para Ele, e que Ele o ama”.

Ele disse: “Não posso acreditar que isto está acontecendo. Quem é você?”.
Respondi: “Sou um pregador”.
“Onde você prega?”
“Na Free Chapel, que fica na McEver Road”.
Ele começou a tremer e disse: “Obrigado. Não consigo, sabe, não consigo
deixar o álcool”, apontando para o carrinho. Ele disse: “Já estive em seis
programas de reabilitação, e não consigo deixar o álcool”.
Mais uma vez, eu disse a ele o que Deus havia dito a seu respeito. Ele
recuou um ou dois passos. Perguntei: “V
ocê está pronto para sair daqui e
abandonar isto?” Ele olhou para mim muito sério e disse: “Vamos!”
Caminhamos até o estacionamento. Agora, as meninas estavam todas
sentadas no carro, orando por aquele sujeito durante todo o tempo em que eu
estava falando com ele. O sujeito saiu enxugando as lágrimas de seus olhos.
Coloquei meu braço ao redor do seu ombro e disse: “V
ocê só precisa pedir a
Jesus para ajudá-lo, filho. Ele sabe. Ele entende. Ele me enviou durante este
período de Natal para lhe dizer: ‘V
ocê tem grande valor’”.
Todos os outros, inclusive o próprio James, haviam dito: “V
ocê não vale
nada. V
ocê desperdiçou sua vida”. Mas Deus via as coisas de forma
diferente. Orei com James naquele estacionamento, e nos separamos. A
última coisa que ele me disse foi: “Estarei na sua igreja, Pastor”. Comecei a
orar por ele todos os dias. O Natal chegou e foi embora. O Ano Novo
chegou e foi embora. Havíamos iniciado o nosso jejum coletivo há alguns
dias quando vi James andando em minha direção em um domingo de manhã.
Ele tinha um grande sorriso no rosto. Ele disse: “Eu lhe disse que viria até
aqui”. Começamos o nosso ano com um milagre!
Independente do que esteja acontecendo na sua vida neste instante, você
pode se dispor a jejuar e orar para buscar ao Deus que o vê como alguém
que tem grande valor. Não acredite nas mentiras do inimigo. Não se afunde
ainda mais debaixo de um espírito de angústia. Deus tem vestes de louvor
para você. O jugo Dele é suave, e o fardo Dele é leve. À medida que você
jejuar, começará a ver a si mesmo através dos olhos Dele.

N
Capítulo 4
Jejum, Fé e Paciência
A fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o Seu inteiro agrado, frutificando em
toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus; sendo fortalecidos em todo o
poder, segundo a força da Sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com
alegria, dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos
santos na luz.
— Colossenses 1:10-12
ão me lembro exatamente em que série eu estava, mas fizemos uma
experiência no ensino fundamental que deixou em mim uma impressão que
durou até à vida adulta. A professora nos disse para guardarmos as nossas
embalagens de leite do almoço para uma ocasião especial. Devíamos levá-
las para a sala de aula, onde as lavávamos e cortávamos a parte de cima.
Então ela abria um grande recipiente de terra preta para adubo, e
colocávamos algumas colheres dessa terra dentro de nossas caixas. Ela
entregava a cada um de nós uma grande semente de feijão e nos dizia para
plantarmos a semente na terra fazendo um pequeno buraco com nosso dedo e
deixando a semente cair. Depois de empurrar a terra preta para dentro do
buraco, reguei a semente, coloquei o meu nome na caixa com uma fita
adesiva, e coloquei-a na janela ensolarada ao lado da caixa dos outros
alunos.
Todos os dias, quando aquela aula começava, eu corria até à janela com os
outros alunos para ver o que estava acontecendo com as sementes. Não
podíamos ver nada até o terceiro dia, quando um pequenino pedaço de broto

verde começou a aparecer em algumas das caixas. Por volta do sexto dia, a
maioria das caixas tinha brotos verdes, e algumas até tinham folhas
aparecendo – mas a minha não. Durante seis dias, eu corri ansiosamente até
à janela para olhar a minha caixa; não havia nada a não ser terra. Eu a regava
como todos os outros. Ela estava no mesmo sol que todas as outras estavam,
mas nenhum broto aparecia. Perguntei-me se a minha semente ainda estava
ali.
No sétimo dia, eu já não conseguia mais suportar. Cheguei à aula antes dos
outros, e usei meu dedo para cavar a terra para ver se minha semente ainda
estava na caixa. Eu a puxei, e, com certeza, ela havia começado a brotar.
Minha professora entrou nesse instante. Quando ela viu o que eu tinha em
meus pequenos dedos, ela explicou gentilmente que eu realmente deveria ter
deixado a semente quieta e ter simplesmente esperado. Como eu havia
retirado a minha semente da terra muito cedo, eu havia destruído minha
colheita. Ela estava certa. Todas as outras sementes cresceram fortes e altas,
e não demorou muito para que estivessem cheias de diversas vagens de
feijão – muito mais numerosas do que a única semente que havia sido
plantada.
Não Cave ao Redor da Sua Semente!
Aquela pequena experiência de infância permaneceu comigo por tanto tempo
porque através dela aprendi que fazemos o mesmo com nossa vida espiritual.
Recebemos uma palavra do Senhor – ela é apenas uma semente – mas é
plantada bem fundo em nosso coração: “Deus vai me abençoar. Sou
altamente favorecido pelo Senhor. Deus vê a minha necessidade e a
atenderá. Ele protegerá a minha família e salvará os meus entes queridos
perdidos”. As montanhas que você enfrenta parecem tão altas, mas você
pega aquela pequena semente de fé, planta-a naquela montanha, e espera.
Não demora muito até que a impaciência se instale. As montanhas parecem
ainda maiores do que eram antes, e a sua semente não está mostrando nenhum
broto – não importa o que você faça. Outras pessoas estão sendo
abençoadas, mas nada está acontecendo na sua situação. V
ocê começa a
pensar: “Será que recebi mesmo aquela palavra de Deus?” – como eu, que
me perguntava se a minha semente ainda estava na pequena caixa. Eu sabia
que a havia plantado e não achava que alguém a tivesse retirado – mas

certamente ela devia ter sumido porque eu não conseguia ver nada. V
ocê
acaba ficando desanimado. V
ocê enfia os dedos e retira a sua semente antes
do tempo, destruindo a promessa.
Do mesmo modo, ouvi pessoas dizerem que elas simplesmente não
conseguiam passar de um dia ou dois de jejum porque ficavam desanimadas.
Elas ouviam a sua carne em vez de continuarem por fé e se sentiam pior do
que quando começaram. O que aconteceu com o andar por fé e não por vista?
A fé e a paciência devem andar juntas.
Quando um homem levou seu filho aos discípulos para libertá-lo dos
ataques, os discípulos não puderam ajudá-lo. Então ele levou o garoto até
Jesus, pedindo ao Senhor que tivesse misericórdia de seu filho. Jesus
expulsou o demônio que atormentava o garoto, e ele foi curado. Posso
imaginar como os discípulos começaram a questionar a si mesmos e uns aos
outros. Mais tarde, eles perguntaram a Jesus por que não haviam podido
expulsar o demônio. Jesus respondeu dizendo:
Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um
grão de mostarda, poderão dizer a este monte: “Vá daqui para lá”, e ele irá. Nada lhes será
impossível.
— Mateus 17:20, NVI
Que palavras poderosas Jesus nos deu! Eu o encorajo a meditar nesta
passagem da Bíblia por algum tempo e não simplesmente passar por ela
como se fosse um território conhecido. As pessoas que enfrentam grandes
obstáculos geralmente acreditam que precisam ter uma “grande fé” para os
superarem, mas não foi isto que Jesus disse. Ele disse que “nada” seria
impossível para nós – não se tivéssemos uma grande fé – mas se tivéssemos
uma fé como a menor das sementes.
Alguém certa vez me enviou uma semente de mostarda de Israel. Apenas
para lhe dar uma perspectiva de comparação, uma semente de feijão é cerca
de quatrocentas vezes maior do que uma semente de mostarda, mas quando
cresce, ela só produz um arbusto pequeno. Por outro lado, uma semente
comum de mostarda tem apenas cerca de um milímetro de diâmetro, e cresce
e se transforma em uma pequena árvore. As árvores de mostarda mais
comuns são eternas, crescendo ano após ano e desenvolvendo um sistema de

raízes mais profundo a cada estação. V
ocê poderia tentar arrancar uma
dessas pequenas árvores do solo, mas o caule provavelmente partiria,
deixando as raízes para regenerar uma nova planta.
Este é o tipo de fé que devemos ter! Jesus colocou a ênfase no quanto o
nosso Deus é grande, e não no quanto a nossa fé é grande. Com apenas um
pouquinho de fé, como uma semente de mostarda, podemos mover
montanhas, e nada será impossível.
Como cristãos, precisamos parar de medir a nossa fé pelo tamanho do
problema. Precisamos começar, em vez disso, a olhar para o quanto o nosso
Deus é grande. Precisamos plantar essa semente de fé – independente do
quanto ela seja pequena – na montanha que estiver no nosso caminho, seja
ela qual for, e acreditar que ela se moverá, porque Jesus disse isto.
Quando Pedro tentou andar sobre as águas, ele só conseguiu dar alguns
passos porque tirou os olhos de Jesus e o medo o arrastou para baixo.
Quando ele começou a afundar, Jesus tirou-o da água e disse: “Homem de
pequena fé” (Mt 14:31). Pedro realmente tinha uma pequena fé, porque era
isto que era necessário para andar sobre as águas.
Se ele pôde fazer isso apenas com uma pequena fé, imagine o que
acontecerá quando essa fé aumentar!
Lembre-se da Fé
No último capítulo do livro de Hebreus, o escritor nos diz: “Lembrem-se dos
seus líderes, que lhes falaram a palavra de Deus. Observem bem o resultado
da vida que tiveram e imitem a sua fé” (Hb 13:7, NVI). Como perguntei
antes, se o nosso Senhor jejuou, por que nós achamos que não deveríamos
jejuar? Não existe nenhum relato de Jesus ter curado alguém até Ele ter
voltado dos quarenta dias de jejum que deram início ao Seu ministério
terreno. Jesus disse que nós faríamos obras ainda maiores do que Ele havia
feito, porque Ele estava voltando para o Pai. Se Jesus não começou o Seu
ministério antes de jejuar, como é que nós podemos fazer isso?
Ao longo da história da Igreja Cristã, Deus levantou homens e mulheres que
estavam dispostos a dedicar suas vidas a Ele e a buscá-lo diligentemente
através do jejum e da oração. Longos períodos de jejum receberam o crédito
por terem dado início a esses avivamentos, como foi o caso de Evan Roberts
no Laos, que jejuou e orou durante treze meses por aquele país. Evangelistas

de cura como John Alexander Dowie, John G. Lake, Maria Woodworth-Etter,
Smith Wigglesworth e Kathryn Kuhlman, todos entendiam o tremendo poder
da fé que estava em operação no decorrer de seus ministérios.
Não Está Tendo Resultados?
Pode haver ocasiões em que você esteja jejuando e orando e permanecendo
firme na fé, mas sente que nada está acontecendo. Não há nenhum “broto”
aparecendo na terra. Lembre-se da fé daqueles que vieram antes de você.
Davi disse: “Eu afligia a minha alma com jejum e em oração me reclinava
sobre o peito, portava-me como se eles fossem meus amigos ou meus irmãos,
andava curvado, de luto, como quem chora por sua mãe” (Sl 35:13-14).
Não permita que o inimigo o arraste para baixo através do desânimo.
Lembre-se, Deus lhe dá vestes de louvor em troca de espírito angustiado. Às
vezes você não sentirá vontade de orar quando estiver jejuando, mas ore
assim mesmo. V
ocê ficará impressionado com a forma como Deus se
manifestará, e será como se os céus tivessem descido e a glória tivesse
enchido a sua alma.
Neste mesmo salmo, Davi ainda não recebeu uma resposta à sua oração,
mas ele foi capaz de esperar com fé, proclamando os louvores de Deus:
“Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do Seu servo! E
a minha língua celebrará a Tua justiça e o Teu louvor todo o dia” (vv. 27-
28). O Senhor recompensará a sua diligência, pois o Seu prazer está na
prosperidade – na plenitude – dos Seus filhos.
Lembre-se da fé de Abraão: “a certeza das coisas que se esperam, a
convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11:1). Foi essa fé que lhe foi
creditada como justiça – porque ele creu em Deus. Embora o corpo de
Abraão estivesse morto no que diz respeito à concepção de filhos, ele ainda
desejava ter um filho seu. Deus o desejava ainda mais e lhe deu a promessa
não apenas de um filho, mas também de descendentes mais numerosos que as
estrelas do céu (Gn 15:4-6). Quando você crê em Deus com relação a
alguma coisa, você está exercitando a fé, o que agrada a Ele. V
ocê está
sonhando os sonhos de Deus para a sua vida e para a sua família? V
ocê está
crendo Nele no que diz respeito a fazer com que essas coisas – essas
evidências – aconteçam?

P
Capítulo 5
As Prioridades de Deus
E aquele que sonda mentes e corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a
vontade de Deus é que ele intercede pelos santos. Sabemos que todas as coisas cooperam
para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito.
— Romanos 8:27-28
arece desnecessário iniciar este capítulo indicando como as prioridades
de Deus raramente são as nossas prioridades. Esta é a diferença entre a
natureza do homem e a natureza de Deus. Ele até disse: “Assim como os céus
são mais altos do que a terra, também os Meus caminhos são mais altos do
que os seus caminhos, e os Meus pensamentos, mais altos do que os seus
pensamentos” (Is 55:9, NVI). Então, como nos posicionamos para ouvir a
Deus? Como nos libertamos dos nossos desejos a fim de conhecer a Sua
vontade? Bem, posso lhe dizer por experiência própria que o jejum faz com
que você tome a espada da Palavra de Deus e separe o que você “quer” do
que você “precisa”.
Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo
exemplo de desobediência. Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é
apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta
na Sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a
quem temos de prestar contas.

— Hebreus 4:11-13
Esforçar-se é ser diligente. Jejuar, orar e alimentar-se da Palavra de Deus
coloca essa espada em sua mão e posiciona você para discernir a diferença
entre os seus pensamentos e os pensamentos de Deus. Não existe autoridade
maior do que conhecer o coração de Deus com relação a uma situação que
você está enfrentando. A Palavra Dele é a palavra final!
Entre na Linha
Imagine morar apenas a algumas portas de distância de onde Jesus vivia na
maior parte do Seu ministério terreno e nunca se envolver com a Sua
mensagem ou com os Seus milagres. Cornélio era esse homem. Ele deve ter
sido um homem muito ocupado, porque ficou completamente de fora do
mover de Deus. Lucas conta a história desse homem no livro de Atos. Ele
começa assim: “Morava em Cesaréia um homem de nome Cornélio,
centurião da coorte chamada italiana, piedoso e temente a Deus com toda a
sua casa e que fazia muitas esmolas ao povo e de contínuo, orava a Deus”
(At 10:1-2).
Então sabemos que este italiano generoso e provavelmente de bom coração
havia estado ao redor da fé judaica o suficiente para crer no Deus deles e
para orar a Ele, mas ainda assim, o evangelho da salvação através do sangue
de Jesus era uma mensagem que só havia vindo para os judeus, e não para os
gentios. Ainda assim, Cornélio era diligente – e a diligência dele é o motivo
pelo qual aqueles entre nós que não são de descendência judia são capazes
de clamar pelo nome do Senhor e serem salvos hoje.
A Bíblia nos diz que por volta da hora nona do dia, um anjo apareceu a
Cornélio e lhe disse para mandar buscar Pedro em Jope, e ouvir o que Pedro
tinha a lhe dizer. Então ele enviou fielmente os seus homens de maior
confiança a Jope para trazerem Pedro de volta com eles. Agora, para aqui e
pense um instante. Eis um homem que não nasceu de novo, mas que é
devotado a Deus. Será que ele estava em casa assistindo a um jogo na TV
quando esse anjo lhe apareceu? Dificilmente.
Quando Pedro chegou em sua casa, Cornélio disse: “Faz hoje, quatro dias
que, por volta desta hora, estava eu observando em minha casa a hora nona
de oração, e eis que se apresentou diante de mim um varão de vestes

resplandecentes e disse: ‘Cornélio, a tua oração foi ouvida, e as tuas
esmolas, lembradas na presença de Deus’” (At 10:30-31).
Cornélio estava jejuando e orando. Ele estava buscando a Deus
diligentemente quando aquele anjo veio dizer a ele que sua diligência estava
prestes a ser grandemente recompensada. Pedro pregou o evangelho para
eles, e “Ainda Pedro falava estas coisas quando caiu o Espírito Santo sobre
todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, que
vieram com Pedro, admiraram-se, porque também sobre os gentios foi
derramado o dom do Espírito Santo; pois os ouviam falando em línguas e
engrandecendo a Deus” (vv. 44-46).
Aqueles entre nós que não são de descendência judia podem agradecer a
um homem por ser diligente em buscar o Senhor e trazer a mensagem da cruz
aos gentios. Cornélio dava aos pobres e orava com frequência, mas era um
homem perdido. O jejum coloca você dentro do plano central das
prioridades de Deus.
Deus estabeleceu prioridades desde o livro de Gênesis. O princípio das
primícias de Deus é demonstrado claramente:
Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como te jurou a ti e a teus pais,
quanto ta houver dado, apartarás para o Senhor todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais
que tiveres; os machos serão do Senhor.
— Êxodo 13:11-12
Para mim, este é um texto impressionante. Ao longo desta passagem, Deus
deixa claro que os primogênitos – os primeiros filhotes dos rebanhos, os
primeiros frutos das colheitas, os filhos primogênitos das famílias – todos
pertencem a Ele. O Antigo Testamento está cheio de tipos e sombras das
coisas reveladas no Novo Testamento, a saber, que Jesus é o Filho
primogênito. Há dois mil anos, aquele Cordeiro sem mancha redimiu aqueles
dentre nós que havíamos nos tornado impuros pelo pecado quando Ele
ofereceu o Seu próprio sangue no altar no céu.
Volte-se para o Sentido Vertical
Durante dez anos e duzentos e trinta episódios, o seriado televisivo Friends
tornou-se o foco principal de milhões de pessoas nos Estados Unidos. Em
1994, os críticos haviam dito que este programa sobre seis jovens amigos

que viviam na cidade de Nova Iorque não era muito divertido, inteligente ou
original. O episódio final deste programa alcançou 52 milhões de
espectadores. Os críticos que disseram que ele não iria conseguir não
levaram em conta o grande vácuo existente na cultura americana com relação
à necessidade de relacionamento. As pessoas querem e precisam estar
ligadas umas às outras através de relacionamentos.
Essa necessidade de se relacionar está evidente na igreja através dos
grupos que se reúnem nos lares e de uma ênfase maior na comunidade.
Embora isto seja bom, se não tomarmos cuidado, podemos passar a nos
concentrar excessivamente nos relacionamentos no nível horizontal, e não o
bastante no nosso relacionamento em nível vertical. A igreja neste instante,
para a maioria das pessoas do mundo ocidental, principalmente na América
do Norte, está concentrada no eu: “Eu quero que as minhas necessidades
sejam atendidas. Abençoe-me; ensine-me; ajude-me”. Embora estas sejam
necessidades e desejos legítimos, precisamos ter em mente que a cruz possui
duas traves: uma é horizontal, mas a outra é vertical.
O jejum leva as suas prioridades mais para o sentido vertical, alinhando-se
mais com os desejos de Deus. Foi o que Jesus fez quando Ele limpou o
templo. As prioridades haviam se tornado excessivamente horizontais.
Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e comprava; também derribou as
mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: “Está escrito: A minha
casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”.
— Mateus 21:12-13
Isto não significa que quando jejua, você não tem necessidades específicas
e desejos próprios que o motivam a buscar a Deus. Na verdade, você deve
jejuar com um propósito específico. Entretanto, creio que à medida que você
continua em um jejum prolongado, o verdadeiro clamor do seu coração
passa a ser: “Mais de Ti, Deus, e menos de mim”. Quando você O coloca em
primeiro lugar, tudo o mais é acrescentado.
A Ordem das Coisas
Quero lhe mostrar diversos aspectos essenciais da vida que temos a
tendência de tirar da ordem. Em primeiro lugar, muitas vezes deixamos de
lado ao significado das palavras de Paulo: “O mesmo Deus da paz vos

santifique em tudo, e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados
íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Ts
5:23). Observe que a prioridade de Deus é a preocupação em primeiro lugar
com o seu espírito, em segundo lugar com a sua alma, e em terceiro lugar
com o seu corpo. Nós interpretamos isto inteiramente ao contrário, sempre
nos concentrando em nosso corpo em primeiro lugar, e em nosso espírito em
último. Nós nos preocupamos com coisas como: “O que vou vestir?” “O que
vou comer?” “Onde preciso de Botox?” Jesus nos disse para não nos
preocuparmos com estas coisas, dizendo: “Não é a vida mais do que o
alimento, e o corpo mais do que as vestes?” (Mt 6:25).
De acordo com o princípio das “primícias” de Deus, aquilo que você
coloca em primeiro lugar determinará o resto. Quando coloca o seu espírito
em primeiro lugar, você serve às coisas do Espírito Santo em vez de servir
aos desejos da carne. Como resultado, a sua mente, sua vontade, suas
emoções, assim como o seu corpo físico e a sua saúde se alinharão com a
direção do Espírito. “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a
morte; mas, se pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente,
vivereis” (Rm 8:13).
Perdão
Outra área que frequentemente entra em desordem tem a ver com
reconciliação e adoração pública. Observe o que deve vir em “primeiro
lugar” de acordo com Jesus: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar
a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando,
faze a tua oferta” (Mt 5:23). Primeiro reconcilie-se. Deus deseja a nossa
adoração pública e coletiva. No entanto, esses atos públicos de adoração
não consertam os nossos atos particulares de conflitos, contendas e falta de
perdão.
Aquilo que você coloca em primeiro lugar determina o resto.
Certa vez ouvi uma história sobre uma mulher que se mudou para a Geórgia
para comprar a antiga propriedade onde ela havia crescido. Sua mãe e seu
pai haviam falecido, e a terra precisava ser reivindicada. Uma das primeiras

coisas que ela teve de fazer foi contratar alguém para limpar o poço que seu
pai havia cavado há muitos anos. Com o passar dos anos, muitas coisas
haviam se acumulado no poço tornando a água insalubre. A equipe tirou uma
pilha de entulho de dentro do poço e mostrou-a à mulher, a fim de receber
pelo seu trabalho. Mas ela disse: “Não. Tem mais coisa lá. Por favor,
continuem cavando”. Isto prosseguiu por cerca de três dias. Finalmente, no
final do terceiro dia, a mulher olhou para a última pilha de lixo, brinquedos e
objetos variados que haviam se acumulado no fundo do poço, e disse: “Isto é
tudo”. Perplexo, um dos homens perguntou como ela sabia que havia mais
coisa lá. Ela respondeu: “Porque quando eu era uma garotinha, e meu Pai
começou a cavar este poço, eu peguei um bule de chá e atirei no poço.
Imaginei que a primeira coisa que entrou neste poço seria a última que sairia
dele”.
O jejum permite que o Espírito Santo entre, e assim como aqueles
cavadores de poços, Ele pode começar a cavar e retirar coisas que precisam
sair do seu espírito. V
ocê terá dificuldade em aceitar a graça e o perdão do
Senhor se ainda não tiver chegado até aquele “bule de chá” em seu próprio
coração. V
ocê precisa retirar aquela primeira ofensa que guardou anos atrás,
e às vezes, terá de cavar por muito tempo. Mas quando você realmente
chegar até aquele bule de chá, o rio de águas vivas pode voltar a brotar de
dentro de você e refrigerar outras vidas. Esta é a prioridade de Deus.
Copos Sujos
O que mais o Senhor espera que coloquemos em primeiro lugar? Nas
palavras de Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque
limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de
rapina e intemperança. Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para
que também o seu exterior fique limpo!” (Mt 23:25-26). Jesus estava
ensinando ao povo a obedecer às leis de Deus ensinadas pelos fariseus, mas
Ele instruiu a multidão a não fazer como os fariseus faziam. Eles haviam
extrapolado para o legalismo, e nos seus extremos, haviam tirado as coisas
da ordem. Por exemplo, eles limpavam um belo copo do lado de fora, mas o
lado de dentro ainda estava cheio de crostas de sujeira que não haviam sido
limpas. Quer você esteja falando sobre a sua vida ou o seu copo, limpe

primeiro o interior, porque isto torna todo o resto mais apresentável. O jejum
fará com que você retire as crostas de sujeira, limpando o interior, o que
então fará com que o exterior fique limpo.
Há Algo em Seu Olho?
Outra coisa que deve vir em primeiro lugar encontra-se em Mateus capítulo
7:
Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e,
com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de
teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me
tirar o argueiro de teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e,
então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.
— Mateus 7:1-5
Antes de estar pronto para ver o erro na vida de alguém, você precisa
primeiro fazer um pequeno autoexame de sua própria vida. V
ocê está
preocupado com uma pequena farpa no olho de outro, quando tem um poste
telefônico no seu! Hipocrisia é julgar alguém quando algo pior está
acontecendo com você. A nossa atitude e o nosso estilo de vida devem ser
como Paulo instruiu a igreja dos Gálatas:
Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo
com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado.
— Gálatas 6:1-3, NVI
A palavra restaurá-lo usada neste versículo vem do termo grego usado na
medicina e que significa reposicionar, como alguém recolocaria no lugar um
ombro que saiu do encaixe da junta. Às vezes precisamos nos lembrar de que
alguém pode estar desajustado, mas não significa que está fora do corpo de
Cristo. Quando os santos se desajustam, eles precisam de mãos ternas. Eles
precisam de mãos treinadas para restaurá-los e reposicioná-los.
O Reino em Primeiro Lugar
Toquei neste assunto de forma breve, mas esta é outra área que os cristãos
têm a tendência de colocar fora de ordem. Jesus disse: “Portanto, não se
preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que
vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas, mas o Pai

celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o
Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas”
(Mt 6:31-33, NVI). Mais uma vez, o jejum ajuda você a distinguir entre
aquilo que você quer e aquilo que você realmente necessita. Quando você
opta por não se preocupar com essas coisas, e por buscá-lo em primeiro
lugar, está demonstrando o tipo de fé que agrada a Deus, porque está
confiando Nele para lhe dar também todas as coisas de que você precisa.
Se a pobreza matou os seus milhares, a prosperidade matou os seus dez
milhares. Todos precisamos dar ouvidos à advertência de Jesus: “Tende
cuidado de vós mesmos, para que jamais vos suceda que o vosso coração
fique sobrecarregado com as consequências da libertinagem, da embriaguez
e das ansiedades desta vida terrena” (Lc 21:34, KJV).
O Primeiro Amor
O que você responderia se o Senhor lhe perguntasse: “V
ocê se lembra da
última vez em que esteve apaixonado por Mim?” Comecei a refletir sobre
esta pergunta recentemente. Pensei no tempo em que eu e Cherise estávamos
namorando. Estávamos profundamente apaixonados e queríamos passar
todos os momentos juntos. Por muito tempo, sempre que saíamos para comer,
acabávamos comendo apenas duas ou três colheres, porque estávamos muito
concentrados um no outro. Sei que isto parece uma tolice, mas continue
comigo neste raciocínio – tenho um ponto a lhe provar. Não consigo avaliar
o dinheiro que gastei em refeições – simplesmente porque o nosso desejo de
conversar e de passar tempo juntos era maior do que a nossa vontade de
comer. Estávamos apaixonados. Quando pensei nisso, fiquei impactado. É
isto que o Senhor sente quando jejuamos. Quando estamos tão apaixonados
pelo nosso primeiro amor, jejuar é fácil.
Você se lembra da última vez em que esteve apaixonado por Deus?
Então, eu pergunto a você: você se lembra da última vez em que deixou
uma refeição de lado porque estava tão preocupado com o seu primeiro
amor que a comida não o interessava? V
ocê já passou por momentos em que
se sentiu como se o Noivo estivesse distante? V
ocê simplesmente não sente
mais a Sua presença tão próxima como sentia antes. V
ocê não sente vontade

de adorar em seu coração e lhe falta a empolgação e o entusiasmo infantil
que um dia você sentiu pelas coisas espirituais. Talvez seja hora de
interromper os afazeres da sua vida diária e declarar um jejum, um período
para restaurar a paixão do seu primeiro amor de volta ao lugar devido em
sua vida. Quando você jejua, tudo desacelera. Os dias parecem mais longos.
As noites parecem mais longas, mas na quietude da busca, você encontrará
Aquele a quem o seu coração deseja.

H
Capítulo 6
Para os Pequeninos
Percorrei a Sião, rodeai-a toda, contai-lhe as torres; notais bem os seus baluartes,
observai os seus palácios, para narrardes às gerações vindouras que este é Deus, o
nosso Deus para todo o sempre; Ele será nosso guia até à morte.
— Salmo 48:12-14
á outra prioridade muito importante na agenda de Deus, e para esta,
precisei de um capítulo inteiro. Deus vê muito além do que as nossas mentes
limitadas podem compreender. Para a maioria das pessoas, sempre que
ouvimos as palavras de Josué: “Eu e minha casa serviremos ao Senhor” (Js
24:15), pensamos em nossos cônjuges, em nossos filhos, talvez até em
nossos netos. Deus vê gerações.
Nos últimos jejuns coletivos na Free Chapel, o Senhor colocou em meu
coração esta passagem de Esdras:
Então, apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos perante o nosso Deus, para lhe
pedirmos jornada feliz para nós, para nossos filhos e para tudo que era nosso. Porque tive vergonha de
pedir ao rei exército e cavaleiros para nos defenderem do inimigo no caminho, porquanto já lhe
tínhamos dito: ‘A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que O buscam, para o bem deles; mas a
Sua força e a Sua ira, contra todos os que O abandonam’. Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso
Deus, e Ele nos atendeu.
— Esdras 8:21-23

Depois de setenta anos no cativeiro na Babilônia, Esdras estava prestes a
liderar o remanescente de Israel – toda uma geração de jovens que nunca
haviam visto o templo de Jerusalém, inclusive algumas crianças muito
pequenas – de volta à Terra Prometida. Aquela seria uma jornada traiçoeira
de volta ao lar, mas eles haviam se gabado da mão poderosa da proteção de
Deus antes de saírem, então, tinham de agir por fé e crer em suas próprias
palavras. Acampados próximo ao rio, Esdras proclamou um jejum para que
o povo pudesse se humilhar perante o senhor e buscar a Sua face. Eles
precisavam saber o caminho que deveriam seguir, para proteção deles e para
a proteção dos seus pequeninos.
Jejuamos porque precisamos conhecer o caminho certo para as nossas
vidas. Não precisamos ser confundidos quanto ao nosso futuro ou quanto às
escolhas que estão diante de nós. Jejue, busque a Sua face, e tenha fé de que
Ele o guiará. V
ocê deve aceitar aquele novo emprego? V
ocê deve se casar
com ela? V
ocê deve se casar com ele? É bíblico jejuar e buscar a Deus para
ter a direção certa para a sua vida. Encontramos exemplos disto em Juízes
20:26 (Israel procurando saber se deviam ir lutar contra a tribo de
Benjamim), 1 Samuel 7:6 (buscando a Deus em Mispa para obter perdão e
proteção contra o exército filisteu), e 2 Crônicas 20:3 (Josafá perguntando
sobre o exército que iria atacar).
Também jejuamos pelos nossos pequeninos. Eu não havia percebido a
ternura dessa linguagem antes. Geralmente supomos que havia crianças entre
os peregrinos. Mas aqui, Esdras vê esta promessa, este potencial e este
grave perigo para a geração seguinte. Era tentador pedir que um exército
fosse com eles. Talvez Esdras tenha se lembrado do antigo cântico de Davi:
Agora sei que o Senhor dará vitória ao Seu ungido; dos Seus santos céus lhe responde; com o poder
salvador da Sua mão direita. Alguns confiam em carros, outros em cavalos, mas nós confiamos no
nome do Senhor, nosso Deus. Eles vacilam e caem, mas nós nos erguemos e estamos firmes.
— Salmo 20:6-8, NVI
Alguns versículos depois, vemos que Deus ouviu e respondeu às orações
deles. O jejum somado à oração parece simplesmente abrir uma frequência
diferente nos ouvidos de Deus! Esdras relatou que eles deixaram o rio Aava
depois de doze dias para partirem em direção a Jerusalém. Ele também
testemunhou: “A mão do nosso Deus esteve sobre nós, e Ele nos protegeu do

ataque de inimigos e assaltantes pelo caminho” (Ez 8:31, NVI). A mão de
Deus estava sobre eles, a Sua mão direita protegia a eles e aos seus
pequeninos!
Aqueles Que Não Coram de Vergonha
Podemos dizer que hoje, se existe algo que perdemos, foi o caminho certo.
Mas eu lhe pergunto, quem está jejuando pela proteção dos nossos
pequeninos neste século?
Atualmente, o jejum desapareceu da disciplina cristã regular. Temos mais
disponibilidade de informação sobre pregações na mídia do que nunca, mas
o pecado e o arrependimento raramente são pregados.
Hoje em dia, nossos pequeninos estão expostos a todo tipo de perversão e
perigo ao clique de um botão – seja através da TV
, da Internet, dos telefones
celulares, ou apenas de um passeio pelo shopping local.
Hoje as palavras de Jeremias, o profeta chorão, provocam um bolo em meu
estômago quando as leio em voz alta. Falando de uma geração pecaminosa, o
Senhor disse:
Ficarão eles envergonhados da sua conduta detestável? Não, eles não sentem vergonha alguma,
nem mesmo sabem corar. Portanto, cairão entre os que caem; serão humilhados quando Eu os
castigar.
— Jeremias 6:15, NVI
Em uma era em que as experiências gays e lésbicas são consideradas
normais nos campus das Universidades, quando simplesmente se finge que
não vê o sexo oral e todo tipo de perversão imaginável (os jovens agora
chamam isto de “virgindade técnica”), quando os envolvimentos sexuais
antes e depois do casamento são totalmente aceitáveis, os nossos pequeninos
estão a ponto de se tornarem uma geração que não sabe corar de vergonha.
Eles já estão ficando tão acostumados com o pecado que quando veem a
imundície explícita, acham graça, quando deveriam corar de vergonha e
virar as costas.
Há um inimigo que está fazendo cativas gerações inteiras em todo o mundo
de hoje. As suas garras estão se apertando cada vez mais – a alcançando
cada vez mais longe. Estamos na encruzilhada. “Ponham-se nas

encruzilhadas e olhem; perguntem pelos caminhos antigos, perguntem pelo
bom caminho. Sigam-no, e acharão descanso” (Jr 6:16, NVI).
Temos a oportunidade de nos levantarmos como Esdras, para declararmos
um santo jejum por nossos filhos (Ed 8:21), e buscarmos o Senhor para
sabermos o caminho certo para conduzirmos esta geração. Desde que
começamos a jejuar na Free Chapel, já temos visto a mão de Deus nos
conduzindo. Minha filha mais velha, Courteney, completou os vinte e um dias
de jejum este ano. Ela é uma jovem que está no ensino médio e que passou a
estar muito consciente da sua salvação e dos tempos em que vivemos. Creio
que em resultado do jejum, ela me procurou recentemente sentindo uma
urgência em seu coração e disse: “Papai, amo a Deus, mas ainda não sei qual
é o plano Dele para mim. Não sei quem sou, e não sei o que Deus quer que
eu faça”.
Precisamos aprender a confiar na segurança das Escrituras quando as
coisas ficarem fora do controle. As promessas de Deus são os seus
“medidores” quando as tempestades da vida começarem a soprar. Um
homem em nossa igreja é piloto, e ele às vezes me deixa voar com ele. Ele
me ensinou algumas coisas sobre voo. O mais essencial é treinar a si mesmo
para confiar no que os medidores do avião estão dizendo. Quando você voa
em um avião pequeno e passa por uma tempestade, o avião é sacudido para
todos os lados, e você não pode confiar no que sente. O seu equilíbrio se
desestabiliza, e você não sabe se está voando de cabeça para cima. A única
coisa que o levará com segurança a atravessar a tempestade é confiar nos
medidores – confiar nas Escrituras.
É humilhante fechar a sua mente para o que a sabedoria e a percepção do
mundo dizem, e colocar a sua confiança em alguns medidores digitais no
painel de um avião, mas há uma lição nisto. Tiago disse:
Diz a Escritura: “Deus Se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”. Portanto,
submetam-se a Deus. Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês. Aproximem-se de Deus, e Ele Se
aproximará de vocês! Pecadores, limpem as mãos, e vocês, que têm a mente dividida, purifiquem o
coração. Entristeçam-se, lamentem e chorem. Troquem o riso por lamento e a alegria por tristeza.
Humilhem-se diante do Senhor, e Ele os exaltará.
— Tiago, 4:6-10, NVI

Daniel se humilhou perante o Senhor. Ele jejuou e orou durante três
semanas, e um anjo foi até ele e disse: “Não tenha medo, Daniel. Desde o
primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante
do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas” (Dn
10:12, NVI).
Quero que entenda que quando jejua, você não está “torcendo o braço de
Deus”. V
ocê não vai fazer Deus fazer nada que Ele não queira. O que você
realmente está fazendo é se posicionando e preparando o seu coração para o
que está por vir. Se você estiver disposto a buscar a Deus, Ele estará
disposto a dar.
Toda vez que você jejua, é uma luta de fome contra o inferno. O jejum é
uma declaração extrema na cara do diabo - o mesmo enganador que usou a
comida para tentar Adão e Eva a pecar. Ghandi era um líder hindu humilde
que se levantou contra o Império Britânico em prol da liberdade de sua
nação. Ele não lutou contra eles com violência. Ele simplesmente fez uma
greve de fome, e a atenção do mundo se voltou para a sua petição.
Quando jejuamos, estamos efetivamente fazendo uma greve de fome contra
o inferno e dizendo: “Soltem o que vocês amarraram por meio do engano,
das mentiras, do álcool, das drogas, da pornografia, da falsa religião, e de
tantas outras coisas!”.
Toda vez que você jejua, é uma luta
de fome contra o inferno.
Certo domingo de manhã, quando cheguei à Free Chapel, uma mulher fiel
de nossa congregação foi encontrar-me na porta. Ela estava jejuando havia
vinte e um dias e tinha um relato maravilhoso. Ela começou:
Meu marido e eu colocamos como motivo de oração durante o jejum nos
concentrarmos nas pessoas não salvas de nossa família. Tenho duas
sobrinhas de dezesseis e quatorze anos, e um irmão de sessenta nos –
todos budistas praticantes. Minha sobrinha de dezesseis anos aceitou
Jesus como seu Salvador, e depois de dez dias de jejum, minha sobrinha

de quatorze anos foi salva. E tem mais, eu estava conversando com meu
irmão ontem, e ele me disse que aceitou Jesus como seu Salvador, o que é
um milagre!
Outra senhora compartilhou este testemunho com a congregação:
Creio que há cerca de seis semanas, eu lhes dei o nome de meus filhos e
lhes pedi que orassem por eles porque nenhum deles era salvo. Meu filho
mais velho tem vinte e seis anos. Os outros têm vinte, dezoito e treze anos.
Meu filho de vinte e seis anos decidiu há duas semanas se mudar para o
Texas e viver com minha irmã e seu marido porque teve uma oferta de
emprego que surgiu do nada.
Depois que o senhor me aconselhou a respeito disso, pastor, decidi
entregar o assunto ao Senhor independente do que acontecesse. Depois
que ele chegou ao Texas, ele me telefonou e disse: “Mãe, a tia Ângela
(minha irmã) disse que se eu quisesse ficar aqui e morar com eles que eu
teria que me levantar e ir à igreja com eles todos os domingos”.
Afastei o fone e disse: “Aleluia!” Disse a ele: “Então vá, filho”. Ele
disse: “OK”. A igreja deles é uma igreja pequena, fundamentada na
Bíblia. Ele começou a ir com eles e me telefonou uma semana depois. Ele
perguntou: “Mãe, você vai vir para o natal?” Eu disse: “Sim, eu vou ver
você”.
Ele disse: “V
ocê poderia me comprar uma Bíblia de presente de Natal?” E
eu disse: “OK... o que isto significa?” Meu filho respondeu: “Mãe, eu fui
salvo!”.
Há uma coisa que vocês precisam saber. Desde meu divórcio, meu filho
mais velho tem sido uma figura masculina forte em minha casa. Todos os
outros filhos realmente se espelham nele, e com a salvação dele, eles têm
ligado para ele confidenciando algumas coisas que não querem me contar.
Então, sinto realmente que meus outros filhos virão para o Senhor antes do
final deste ano.
Uma mulher de San Antonio escreveu para nos contar o seguinte:

Minha irmã, meu sobrinho e eu nos unimos ao senhor e à sua igreja nos
jejum de vinte e um dias pela primeira vez este ano. Estou vendo a mão de
Deus sobre mim e sobre minha família. As coisas estão mudando como
nunca aconteceu antes. Vi meu filho sóbrio e em sã consciência pela
primeira vez em muitos anos (ele tem trinta e cinco anos). Deus o abençoe
e também à sua igreja por serem obedientes ao Senhor.
Esta próxima história foi compartilhada por um casal adorável que faz
parte da nossa equipe da Free Chapel. O esposo diz:
Quando ainda estávamos namorando, o médico de minha esposa disse que
ela provavelmente nunca teria filhos por causa de alguns problemas que a
medicação não estava conseguindo reverter. O médico indicou poucas
chances de que as coisas algum dia melhorassem.
Pouco depois que nos casamos, nós nos mudamos para Gainesville e
entramos para a equipe da Free Chapel quando ouvimos pela primeira vez
a mensagem sobre o jejum de vinte e um dias, pregada pelo Pastor
Franklin. Sua mensagem encorajou a todos a crerem em quatro
recompensas durante o jejum, uma das quais era a cura física. Todas as
manhãs, tomávamos a ceia e orávamos pelo objetivo do jejum. Na
vigésimo primeiro dia, último dia do jejum, houve um culto de celebração
onde todos entregaríamos o jejum juntos. Minha esposa vinha se sentindo
cansada, e apenas para ter certeza, ela fez um teste de gravidez. Sem
dúvida nenhuma, ela estava grávida!
Costumamos brincar dizendo que não estávamos tentando e nem sequer
pedindo sinais e maravilhas, mas Deus entregou uma maravilhosa
confirmação da nossa fé no último dia do nosso sacrifício a Ele. De
repente, lá estava o feto que os médicos disseram que nunca existiria. O
nosso obstetra era cristão, e ele brincava conosco durante o pré-natal a
cada mês. Ali estava outro check-up perfeito: batimentos perfeitos, ganho
de peso perfeito. E mais: minha esposa nunca ficou doente durante a
gravidez e nunca teve nenhuma complicação. Caden, nosso bebe, estava se
sentindo tão à vontade que na verdade demorou uma semana além do
prazo para nascer.

Depois de cinco empurrões e um parto de meia hora, nasceu um menino
saudável de 3 kg e 700 gramas. Caden tem tido peso e altura ideais desde
que nasceu, e tudo isto com uma mãe de 1,57 de altura que pesa apenas 47
kg e 600 gramas. Nosso filho nunca ficou doente, nem quebrou um osso,
nem precisou ser internado por causa de uma dor de ouvido. Caden
também nasceu no meu aniversário, uma maravilhosa coincidência, e ele
fará quatro anos no próximo mês de outubro.
É hora dos pais se levantarem como Esdras para jejuarem, buscando a
Deus para saberem qual o caminho certo de Deus para terem a Sua proteção
sobre a sua geração. Os nossos pequeninos estão esperando.

V
Capítulo 7
A Sua Lâmina
Está Suficientemente Afiada?
Porque a Palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de
dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta
para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
— Hebreus 4: 12
ocê consegue se imaginar tendo uma conversa prolongada não apenas
com qualquer anjo, mas com um dos anjos do alto escalão de Deus? Suponha
que esse anjo viesse até você e lhe falasse sobre os reinos que se
levantariam e que cairiam nos anos vindouros, explicando até que
principados manipulariam aqueles líderes e como alianças se formariam e
seriam esmagadas à medida que novos reis subissem ao poder. Eu estaria
disposto a abrir mão de uma torta alemã ou de um grande bife por algumas
semanas para que meu espírito se abrisse o suficiente para receber uma
visitação como essa!
É claro que estou falando de Daniel, o fiel homem de Deus que foi mantido
cativo na Babilônia pela maior parte de sua vida. Depois que
Nabucodonosor sitiou Jerusalém e levou os cativos de volta para a
Babilônia, ele separou os melhores e mais brilhantes jovens. Eles deveriam
ser treinados durante três anos nos caminhos dos caldeus a fim de finalmente
se tornarem seus assistentes pessoais. Daniel estava entre esses escolhidos,
juntamente com seus três amigos que conhecemos por seus nomes

babilônicos: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Bem no início, Daniel e
seus amigos se separaram dos outros se recusando a se contaminarem com os
alimentos oferecidos a eles na mesa do rei.
Observe que simplesmente tomando esta posição, “Ora, Deus concedeu a
Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos” (Dn
1:9). Daniel explicou que ele e seus amigos ficaram em melhor forma depois
de comerem somente legumes e beberem apenas água por dez dias do que os
outros estariam depois de comerem das iguarias do rei. O supervisor
continuou dando a eles somente os legumes e a água solicitados: “...a estes
quatro jovens Deus deu o conhecimento e a inteligência em toda cultura e
sabedoria; mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos” (Dn
1:17).
Daniel galgou posições de grande responsabilidade dentro do reino da
Babilônia, inclusive sob os governos dos governantes subsequentes. No
capítulo 10, Daniel, então próximo dos noventa anos de idade, recebeu uma
mensagem de um grande conflito e uma visão, e compreendeu ambas.
Aparentemente preocupado, ele relatou: “Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei
durante três semanas. Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho
entraram na minha boca” (Dn 10:2-3). A palavra hebraica utilizada aqui para
“manjar desejável” é lechem, ou pães. Assim, durante vinte e um dias,
Daniel jejuou de todo tipo de doce, pães e carnes, e bebeu apenas água.
Foi logo depois desse jejum que ocorreu o encontro de Daniel com o anjo
de Deus à margem do rio Tigre. Observe algo muito encorajador naquilo que
o anjo disse a Daniel: as orações dele haviam sido ouvidas no céu desde o
primeiro dia que ele começara o jejum (Dn 10:12)! A única razão pela qual
o anjo não havia aparecido a Daniel antes foi porque ele estava lutando
contra o principado da Pérsia (o Irã dos dias modernos).
Tedioso, mas Confortável
Dentre os muitos tipos de jejum aceitáveis, aquele que passou a ser
conhecido como “jejum de Daniel” é provavelmente um dos mais comuns – e
com um bom motivo. Ele é um dos jejuns pessoais relatados na Bíblia que
trouxeram com ele grande favor por parte do Senhor. Durante vinte e um
dias, você só come vegetais e frutas e bebe apenas água. Nada de
refrigerantes, hambúrgueres, tortas, carnes, doces, ou pães.

Nos tempos em que vivemos – quando o inimigo está levando a nossa
juventude cativa ao pecado em uma escala alarmante, quando os atos de
terrorismo por parte do Iraque reivindicam centenas de vidas, e quando a
perversão alcançou um nível incomparavelmente alto – assim como Daniel,
é hora de nos separarmos para buscarmos o Senhor e adquirirmos
entendimento. Paulo disse:
Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no Seu forte poder. Vistam toda a armadura de Deus, para
poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo, pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas
contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças
espirituais do mal nas regiões celestiais. Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam
resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo. Assim, mantenham-se
firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com
a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar
todas as setas inflamadas do Maligno. Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a
palavra de Deus.
— Efésios 6:10-17, NVI
V
ocê já viu um militar tentando entrar em seu uniforme trinta anos depois?
Em geral, ele nem conseguirá abotoar a parte da frente. Quando você é um
soldado, permanece em forma; você fica saudável, alerta, e pronto. Paulo
disse que devemos viver assim porque os dias são maus. O inimigo anda ao
derredor esperando para atacar. Assim como o anjo disse a Daniel, os
principados das nações se levantam para guerrear, mas nós vivemos como
militares aposentados, engordando e vivendo confortavelmente.
Moisés jejuou. Elias jejuou quarenta dias. Paulo jejuou quatorze dias. Jesus
jejuou quarenta dias. Se os filhos de Deus não jejuam, como vamos caber na
armadura de Deus? Como vamos empunhar com eficácia a espada do
Espírito?
Quero que você entenda uma coisa: o jejum e a oração afiam a lâmina, que
é a Palavra de Deus. Quando você jejua, os horários das refeições
geralmente passam a ser momentos de estudo. V
ocê se torna mais afinado na
Palavra de Deus, e Deus começa a lhe mostrar verdades mais profundas.
Não foi depois de ter esvaziado um saco de rosquinhas cobertas de
chocolate que Daniel recebeu a visita do anjo. Daniel começou a entender as
verdades de Deus depois de jejuar e de ficar a sós com Ele. O entendimento
vem do estudo da Palavra de Deus!

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