SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 25
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
Processos de fabricação I - Aula 3
Área de corte (S)
Constitui a área calculada da secção do cavaco que será retirada,
definida como o produto da profundidade de corte (P) com o avanço (A)
GRANDEZAS DE CORTE
Área de corte
Onde:
b = mm
h = mm/rot.
b
h
Área de corte (S)
Força de corte (Fc)
f
Ap
b
h
R
Pressão específica (KS) segundo Norma ABNT
Pressão específica (KS) – Força de corte para a unidade de área da seção (s).
EXEMPLO 1:
Fc = KS*A
Fc = KS*(
𝐴𝑝
𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅
)* (f *sen XR)
Fc = 1970 N/mm2 *
1,5𝑚𝑚
𝑠𝑒𝑛 75
* 0,30mm/revolução *sen 75
Fc = 886,5 N
Segundo Norma ABNT
Pretende –se obter peças cilíndricas de aço ABNT 1040 (dureza 156 HB) com
Ø85mm e 450mm de comprimento a partir de barras cilíndricas com Ø100mm utilizando
profundidade de corte 1,5mm, avanço 0,30mm/rot e rotação 1115 Rpm em torno com
potência nominal de 20 CV. Para isso dispõe-se de ferramenta MD P25 com χr =75°, α =
0°, γ=-6°, 𝜆 = −6° e rε =0,8mm.. Calcular a força de corte.
Norma DIN utiliza-se o símbolo St (de stahl, que significa aço em Alemão), seguido da
resistência mínima à tração.
Ex: St 60 (resistência à tração ≘ 60 kg/mm²).
Pressão específica (KS) segundo Norma DIN
Fc = KS*A
Fc = KS* (
𝐴𝑝
𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅
)* (f *sen XR)
Fc = 2558,922 [
𝑁
𝑚𝑚2
]*
1,5𝑚𝑚
𝑠𝑒𝑛 75
* 0,30 [
𝑚𝑚
𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙
] * 𝑠𝑒𝑛 75
Fc = 1151 N
Segundo Norma DIN
É a máxima tensão (força) aplicada em um determinado material, antes do seu
completo rompimento, tensão esta que é medida em laboratório, com aparelhos especiais.
A unidade de tensão de ruptura é o kg/mm².
Pressão específica (KS) segundo tensão de ruptura (Tr)
Diagrama de obtenção pressão específica de corte (Ks)
MATERIAL
(TENSÃO DE RUPTURA EM Kg/mm2 OU DUREZA)
1 - AÇO DURO MANGANÊS
2 - AÇO LIGA 140-180 Kg/mm2
AÇO FERRAM. 150-180 Kg/mm2
3 - AÇO LIGA 100-140 Kg/mm2
4 - AÇO INOXIDÁVEL 60-70 Kg/mm2
5 - AÇO Cr Mg 85-100 Kg/mm2
6 - AÇO Mn Cr Ni 70-85 Kg/mm2
7 - AÇO 85-100 Kg/mm2
8 - AÇO 70-85 Kg/mm2
9 - AÇO 60-70 Kg/mm2
10 - AÇO 50-60 Kg/mm2
11 - AÇO FUNDIDO ACIMA DE 8O Kg/mm2
12 - AÇO ATÉ 50 Kg/mm2
AÇO FUNDIDO 50-70 Kg/mm2
FUNDIÇÃO DE CONCHA 65-90 SHORE
13 - AÇO FUNDIDO 30-50 Kg/mm2
FERRO FUNDIDO DE LIGA 250-400 BRINELL
14 - FERRO FUNDIDO 200-250 BRINELL
15 - FERRO FUNDIDO MALEÁVEL
16 - FERRO FUNDIDO ATÉ 200 BRINELL
Fc = KS*A
Fc = KS*
𝐴𝑝
𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅
* f *sen XR
Fc = 240 [
𝑘𝑔
𝑚𝑚2
]*
1,5𝑚𝑚
𝑠𝑒𝑛 75
* 0,30 [
𝑚𝑚
𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙
] * 𝑠𝑒𝑛 75 = 108 𝐾𝑔
Fc = 1080 N
Pressão específica (KS) segundo tensão de ruptura (Tr)
Pressão específica de corte (Ks)
É, por definição, a força de corte para a unidade de área da seção de corte (S).
Também é uma variável medida em laboratório, obtida mediante várias
experiências, onde se verificou que a pressão específica de corte depende dos
seguintes fatores: material empregado (resistência); secção de corte; geometria da
ferramenta; afiação da ferramenta; velocidade de corte; fluido de corte e rigidez da
ferramenta.
Fc = KS*
𝐴𝑝
𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅
* f *sen XR =
200
0,300
,
07 ∗
1,5
𝑠𝑒𝑛75°
∗ 0,30 ∗ 𝑠𝑒𝑛75° = 97,9 [𝑘𝑔] = 979 N
[Kg/mm2]
Existem diversas teorias baseadas em resultados experimentais para
cálculo da pressão específica de corte, dentre eles: F. W. Taylor, ASME,
HUCKS E KRONENBERG.
Em 1951, buscando uma formulação simples e precisa, KIENZLE
apresentou a equação que utiliza a espessura de corte. Através de testes
práticos, obteve-se a representação gráfica da pressão da pressão específica
de corte KS para um determinado par peça-ferramenta.
Sabendo que uma diminuição ou aumento no ângulo de saída () propicia
respectivamente um aumento ou diminuição da força de corte, faz-se uma
correção de 1,5 para cada grau de variação do ângulo  em relação aos valores
aos valores utilizados por KIENZLE em suas experimentações (  = 6° para
aço e  = 2° para ferro fundido).
Pressão específica de corte (Ks) de KIENZLE
Pressão específica de corte (Ks) de KIENZLE
Onde KS1 e Z são constante do material
N/mm2
Como a equação de KIENZLE para a força de corte é a que melhor equilibra
complexidade e exatidão dos resultados, é a que mais tem sido adotada. Logo, tem-se a
equação empírica da força de corte Fc [N] segundo KIENZLE, .
Sabendo-se que uma diminuição (aumento) no ângulo de saída (𝛾) propicia um
aumento (diminuição) da força de corte, faz-se uma correção de 1,5% para cada grau de
variação do ângulo 𝛾 em relação aos valores de Ks1 tabelados.
O mesmo vale para o ângulo de inclinação (𝜆): para cada grau de diminuição
(aumento) em relação ao valor usado por KIENZLE (𝜆 = -4°), deve-se aumentar ou
(diminuir) Ks1 em 1,5%.
No caso de raios de ponta (re), para os casos em que ap > 2*re, não há necessidade
de correção. Caso contrário, ensaios devem ser realizados.
Força de corte utilizando a equação de
KIENZLE
Força de corte
Então :
➢ KS1 aço 1040= 2110 [N/mm2 ] [tabela]
➢ 1-z = 0,83 [tabela]
➢ h= f*sen XR = 0,3*sen75= 0,29
➢ b=
𝑎𝑝
𝑠𝑒𝑛𝑋𝑅
=
1,5
𝑠𝑒𝑛 75
= 1,553
➢  = -6°
FC = [1-(0,015*(-6-6)) ]* 2110*0,290,83 * 1,553 = 1383 𝑁
EXERCÍCIO 1
𝜙𝑖 = 100 𝑚𝑚
𝜙𝐹 = 85 𝑚𝑚
LF = 450 mm
Ap = 1,5mm
f = 0,30 mm/volta
N = 1115 Rpm em um torno de 20CV
Ferramenta MD P25 → r= 75° ; = 0° ;  = -6°; = -6° e r= 0,8 mm.
A taxa de remoção de material representa o volume de cavaco removido[cm3] por unidade de tempo [min].
[Q]= ap * f * VC .
DADOS:
Pretende-se obter peças cilíndricas de aço ABNT 1040 (dureza 156HB), com
Ø85mm e 450mm de comprimento a partir de barras cilíndricas com Ø=100mm
utilizando profundidade de corte (ap) =1,5mm, avanço (f) = 0,30mm/rot e rotação 1115
Rpm em um torno com potência nominal de 20 Cv. Para isso dispõe-se de uma
ferramenta MD P25 com χr= 75°, α = 0°,γ = - 6°, λ= - 6° e rε = 0,8mm e z = 0,17.
Calcular, a) Tempo de corte de uma peça, b) a taxa de remoção de material (Q) e
c) força de corte (F) utilizando a equação de Kienzle.
Potência de corte (Pc)
Potência de corte é a grandeza despendida no eixo-árvore para a realização de uma
determinada usinagem. É um parâmetro de corte que nos auxilia a estabelecer o quanto
podemos exigir de uma máquina-ferramenta para um máximo rendimento, sem prejuízo dos
componentes dessa máquina, obtendo-se assim uma perfeita usinabilidade.
É diretamente proporcional à velocidade de corte (Vc) e à força de corte (Fc).
Potência do motor
Exercicios 2
Considere  = 80%
Exercicios 3
(h)
Pretende-se tornear um eixo de aço ABNT1035, de diâmetro 100mm,
profundidade de usinagem ap = 4mm, avanço (f) = 0,56mm/volta , rotação n =
320 rpm. Para tanto empregou-se uma ferramenta de metal duro P20 de
características geométricas R=60º,  = 6º, =15º,λ= 0°,r= 0,5mm.
Calcular a força e a potência de corte segundo:
a) Kienzle
Exercicios 4
Exercicios 5
Em uma operação o chefe da produção estipulou que um único passe deveria ser
realizado em uma peça cilíndrica em 5 min. A peça tem 400 mm de comprimento e 150
mm de diâmetro. Usando um avanço igual a 0,30 mm/rot e uma profundidade de corte
igual a 4,0 mm, qual á a velocidade de corte a ser utilizada para alcançar o tempo de
corte requerido?
Tc = Np* L/Vf
EXERCICIOS 6
Em processos de torneamento sabe-se que a força de corte é o produto da pressão
específica de corte (Ks) pela área da seção transversal de corte (A)-(definida pelo produto
do avanço(f) pela profundidade de corte (ap). Por que a força de corte aumenta linearmente
com o incremento da profundidade de corte e aumenta não linearmente com o incremento
do avanço?
Como a força de corte (Fc) é diretamente proporcional à ap (equivalente a b)
devido ao motivo de aumentar Ks , ela aumenta de maneira inversamente
proporcional a f (equivalente a h), resultando das duas variações uma pequena
redução de Fc.
EXERCICIOS 7
Em processos de torneamento, sabe-se que a potência de corte é o produto da
força de corte pela velocidade de corte. Ao contrário do que parece, a potência não
é diretamente proporcional à velocidade de corte. Explique por quê.
A pressão específica de corte (ks) diminui com o aumento do avanço (f), já que com
o crescimento de f, a velocidade de avanço (vf = f * n) aumenta e, por conseguinte, o
coeficiente de atrito diminui, pois o corte se torna mais dinâmico.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 8 ensaios mecnicos e end - radiografia
Aula 8   ensaios mecnicos e end - radiografiaAula 8   ensaios mecnicos e end - radiografia
Aula 8 ensaios mecnicos e end - radiografiaAlex Leal
 
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SP
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SPPROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SP
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SPRBarnabe
 
U00 processos de usinagem (visão geral)
U00   processos de usinagem (visão geral)U00   processos de usinagem (visão geral)
U00 processos de usinagem (visão geral)Luiz Furlan
 
Capítulo 4 processos de conformação plástica
Capítulo 4  processos de conformação plásticaCapítulo 4  processos de conformação plástica
Capítulo 4 processos de conformação plásticaMaria Adrina Silva
 
Apostila 1 para publicar
Apostila 1 para publicarApostila 1 para publicar
Apostila 1 para publicarwendelrocha
 
Análise das condições econômicas de usinagem
Análise das condições econômicas de usinagemAnálise das condições econômicas de usinagem
Análise das condições econômicas de usinagemMaria Adrina Silva
 
Elementos de máquinas
Elementos de máquinasElementos de máquinas
Elementos de máquinasGabriel Sana
 
125528714 parte-1-fresamento
125528714 parte-1-fresamento125528714 parte-1-fresamento
125528714 parte-1-fresamentoKleyton Renato
 
Aula 09 cálculos de roscas
Aula 09   cálculos de roscasAula 09   cálculos de roscas
Aula 09 cálculos de roscasRenaldo Adriano
 
Fabricação mecânica i traçagem
Fabricação mecânica i   traçagemFabricação mecânica i   traçagem
Fabricação mecânica i traçagemLevi Oliveira
 

Mais procurados (20)

Mecanismos
MecanismosMecanismos
Mecanismos
 
06 - fresagem
06  - fresagem06  - fresagem
06 - fresagem
 
Aulas 10, 11 e 12 - Introd. a Engenharia de Fabricação
Aulas 10, 11 e 12 - Introd. a Engenharia de FabricaçãoAulas 10, 11 e 12 - Introd. a Engenharia de Fabricação
Aulas 10, 11 e 12 - Introd. a Engenharia de Fabricação
 
Aula 8 ensaios mecnicos e end - radiografia
Aula 8   ensaios mecnicos e end - radiografiaAula 8   ensaios mecnicos e end - radiografia
Aula 8 ensaios mecnicos e end - radiografia
 
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SP
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SPPROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SP
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO - FRESAMENTO - IFSP SP
 
Roscas,parafusos porcas e arruelas
Roscas,parafusos porcas e arruelasRoscas,parafusos porcas e arruelas
Roscas,parafusos porcas e arruelas
 
U00 processos de usinagem (visão geral)
U00   processos de usinagem (visão geral)U00   processos de usinagem (visão geral)
U00 processos de usinagem (visão geral)
 
Tolerancia dimensional
Tolerancia dimensionalTolerancia dimensional
Tolerancia dimensional
 
Capítulo 4 processos de conformação plástica
Capítulo 4  processos de conformação plásticaCapítulo 4  processos de conformação plástica
Capítulo 4 processos de conformação plástica
 
Apostila 1 para publicar
Apostila 1 para publicarApostila 1 para publicar
Apostila 1 para publicar
 
Ensaio dureza brinell
Ensaio dureza brinellEnsaio dureza brinell
Ensaio dureza brinell
 
Análise das condições econômicas de usinagem
Análise das condições econômicas de usinagemAnálise das condições econômicas de usinagem
Análise das condições econômicas de usinagem
 
Apresentação cnc resumida
Apresentação cnc resumidaApresentação cnc resumida
Apresentação cnc resumida
 
Aula 21 molas i
Aula 21   molas iAula 21   molas i
Aula 21 molas i
 
Aula26 (1)
Aula26 (1)Aula26 (1)
Aula26 (1)
 
Elementos de máquinas
Elementos de máquinasElementos de máquinas
Elementos de máquinas
 
125528714 parte-1-fresamento
125528714 parte-1-fresamento125528714 parte-1-fresamento
125528714 parte-1-fresamento
 
Mecânica básica elementos de maquinas
Mecânica básica elementos de maquinasMecânica básica elementos de maquinas
Mecânica básica elementos de maquinas
 
Aula 09 cálculos de roscas
Aula 09   cálculos de roscasAula 09   cálculos de roscas
Aula 09 cálculos de roscas
 
Fabricação mecânica i traçagem
Fabricação mecânica i   traçagemFabricação mecânica i   traçagem
Fabricação mecânica i traçagem
 

Semelhante a Pressão específica de corte segundo Kienzle

Linha de vida memorai de calculo
Linha de vida memorai de calculoLinha de vida memorai de calculo
Linha de vida memorai de calculoreativo
 
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)ferramentaria2
 
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfAula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfguizucka
 
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdf
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdfAula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdf
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdfMiguelFernandes510560
 
Exercicios de torção
Exercicios de torçãoExercicios de torção
Exercicios de torçãoRomualdo SF
 
definições de torno.ppt
definições de torno.pptdefinições de torno.ppt
definições de torno.pptGeison25
 
Resistência dos Materiais - Torção
Resistência dos Materiais - TorçãoResistência dos Materiais - Torção
Resistência dos Materiais - TorçãoRodrigo Meireles
 
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encosto
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encostoRedução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encosto
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encostoeliasgoncalves
 
Cálculos movimento circular
Cálculos movimento circularCálculos movimento circular
Cálculos movimento circularTableau Colégio
 
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdf
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdfUsinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdf
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdfAnna Carla Araujo
 
Tubs e flanges flacon - ctalogo tecnico
Tubs e flanges   flacon - ctalogo tecnicoTubs e flanges   flacon - ctalogo tecnico
Tubs e flanges flacon - ctalogo tecnicoMarcos Macedo
 
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...Creativity Please
 
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)Jose Donizeti Tagliaferro
 
Apostila mecânica ufv
Apostila mecânica ufvApostila mecânica ufv
Apostila mecânica ufvDalber Silva
 

Semelhante a Pressão específica de corte segundo Kienzle (20)

APOSTILA AULA 3.pdf
APOSTILA AULA 3.pdfAPOSTILA AULA 3.pdf
APOSTILA AULA 3.pdf
 
Usinagem1 laboratorio
Usinagem1 laboratorioUsinagem1 laboratorio
Usinagem1 laboratorio
 
Catalogo coforja
Catalogo coforjaCatalogo coforja
Catalogo coforja
 
Linha de vida memorai de calculo
Linha de vida memorai de calculoLinha de vida memorai de calculo
Linha de vida memorai de calculo
 
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)
Fieira e trefilção (angulo de fieira e conformação)
 
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdfAula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
Aula 5 Forças e Potência de corte - Introdução.pdf
 
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdf
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdfAula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdf
Aula 07 Furação Alargamento Roscamento SEM-0534 2017.pdf
 
Exercicios de torção
Exercicios de torçãoExercicios de torção
Exercicios de torção
 
definições de torno.ppt
definições de torno.pptdefinições de torno.ppt
definições de torno.ppt
 
Resistência dos Materiais - Torção
Resistência dos Materiais - TorçãoResistência dos Materiais - Torção
Resistência dos Materiais - Torção
 
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encosto
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encostoRedução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encosto
Redução dos custos relacionados ao consumo de cilindros de encosto
 
Cálculos movimento circular
Cálculos movimento circularCálculos movimento circular
Cálculos movimento circular
 
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdf
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdfUsinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdf
Usinagem_para_Engenharia_Resolucao_Exercicios - Cap02.pdf
 
Aula 17 - Torção.pdf
Aula 17 - Torção.pdfAula 17 - Torção.pdf
Aula 17 - Torção.pdf
 
Tubs e flanges flacon - ctalogo tecnico
Tubs e flanges   flacon - ctalogo tecnicoTubs e flanges   flacon - ctalogo tecnico
Tubs e flanges flacon - ctalogo tecnico
 
Rotaçao 11
Rotaçao 11Rotaçao 11
Rotaçao 11
 
Rot e
Rot eRot e
Rot e
 
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...
HTR India - Produtos - Resistores Sentido De Corrente - Sentido de Corrente d...
 
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)
Material de estudo_pra_mecânica_dos_sólidos_ii (1)
 
Apostila mecânica ufv
Apostila mecânica ufvApostila mecânica ufv
Apostila mecânica ufv
 

Pressão específica de corte segundo Kienzle

  • 1. UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA Processos de fabricação I - Aula 3
  • 2. Área de corte (S) Constitui a área calculada da secção do cavaco que será retirada, definida como o produto da profundidade de corte (P) com o avanço (A) GRANDEZAS DE CORTE Área de corte Onde: b = mm h = mm/rot. b h
  • 3. Área de corte (S) Força de corte (Fc) f Ap b h R
  • 4. Pressão específica (KS) segundo Norma ABNT Pressão específica (KS) – Força de corte para a unidade de área da seção (s).
  • 5. EXEMPLO 1: Fc = KS*A Fc = KS*( 𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅 )* (f *sen XR) Fc = 1970 N/mm2 * 1,5𝑚𝑚 𝑠𝑒𝑛 75 * 0,30mm/revolução *sen 75 Fc = 886,5 N Segundo Norma ABNT Pretende –se obter peças cilíndricas de aço ABNT 1040 (dureza 156 HB) com Ø85mm e 450mm de comprimento a partir de barras cilíndricas com Ø100mm utilizando profundidade de corte 1,5mm, avanço 0,30mm/rot e rotação 1115 Rpm em torno com potência nominal de 20 CV. Para isso dispõe-se de ferramenta MD P25 com χr =75°, α = 0°, γ=-6°, 𝜆 = −6° e rε =0,8mm.. Calcular a força de corte.
  • 6. Norma DIN utiliza-se o símbolo St (de stahl, que significa aço em Alemão), seguido da resistência mínima à tração. Ex: St 60 (resistência à tração ≘ 60 kg/mm²). Pressão específica (KS) segundo Norma DIN
  • 7. Fc = KS*A Fc = KS* ( 𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅 )* (f *sen XR) Fc = 2558,922 [ 𝑁 𝑚𝑚2 ]* 1,5𝑚𝑚 𝑠𝑒𝑛 75 * 0,30 [ 𝑚𝑚 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙 ] * 𝑠𝑒𝑛 75 Fc = 1151 N Segundo Norma DIN
  • 8. É a máxima tensão (força) aplicada em um determinado material, antes do seu completo rompimento, tensão esta que é medida em laboratório, com aparelhos especiais. A unidade de tensão de ruptura é o kg/mm². Pressão específica (KS) segundo tensão de ruptura (Tr)
  • 9. Diagrama de obtenção pressão específica de corte (Ks) MATERIAL (TENSÃO DE RUPTURA EM Kg/mm2 OU DUREZA) 1 - AÇO DURO MANGANÊS 2 - AÇO LIGA 140-180 Kg/mm2 AÇO FERRAM. 150-180 Kg/mm2 3 - AÇO LIGA 100-140 Kg/mm2 4 - AÇO INOXIDÁVEL 60-70 Kg/mm2 5 - AÇO Cr Mg 85-100 Kg/mm2 6 - AÇO Mn Cr Ni 70-85 Kg/mm2 7 - AÇO 85-100 Kg/mm2 8 - AÇO 70-85 Kg/mm2 9 - AÇO 60-70 Kg/mm2 10 - AÇO 50-60 Kg/mm2 11 - AÇO FUNDIDO ACIMA DE 8O Kg/mm2 12 - AÇO ATÉ 50 Kg/mm2 AÇO FUNDIDO 50-70 Kg/mm2 FUNDIÇÃO DE CONCHA 65-90 SHORE 13 - AÇO FUNDIDO 30-50 Kg/mm2 FERRO FUNDIDO DE LIGA 250-400 BRINELL 14 - FERRO FUNDIDO 200-250 BRINELL 15 - FERRO FUNDIDO MALEÁVEL 16 - FERRO FUNDIDO ATÉ 200 BRINELL
  • 10. Fc = KS*A Fc = KS* 𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅 * f *sen XR Fc = 240 [ 𝑘𝑔 𝑚𝑚2 ]* 1,5𝑚𝑚 𝑠𝑒𝑛 75 * 0,30 [ 𝑚𝑚 𝑟𝑒𝑣𝑜𝑙 ] * 𝑠𝑒𝑛 75 = 108 𝐾𝑔 Fc = 1080 N Pressão específica (KS) segundo tensão de ruptura (Tr)
  • 11. Pressão específica de corte (Ks) É, por definição, a força de corte para a unidade de área da seção de corte (S). Também é uma variável medida em laboratório, obtida mediante várias experiências, onde se verificou que a pressão específica de corte depende dos seguintes fatores: material empregado (resistência); secção de corte; geometria da ferramenta; afiação da ferramenta; velocidade de corte; fluido de corte e rigidez da ferramenta. Fc = KS* 𝐴𝑝 𝑠𝑒𝑛 𝑋𝑅 * f *sen XR = 200 0,300 , 07 ∗ 1,5 𝑠𝑒𝑛75° ∗ 0,30 ∗ 𝑠𝑒𝑛75° = 97,9 [𝑘𝑔] = 979 N [Kg/mm2]
  • 12. Existem diversas teorias baseadas em resultados experimentais para cálculo da pressão específica de corte, dentre eles: F. W. Taylor, ASME, HUCKS E KRONENBERG. Em 1951, buscando uma formulação simples e precisa, KIENZLE apresentou a equação que utiliza a espessura de corte. Através de testes práticos, obteve-se a representação gráfica da pressão da pressão específica de corte KS para um determinado par peça-ferramenta. Sabendo que uma diminuição ou aumento no ângulo de saída () propicia respectivamente um aumento ou diminuição da força de corte, faz-se uma correção de 1,5 para cada grau de variação do ângulo  em relação aos valores aos valores utilizados por KIENZLE em suas experimentações (  = 6° para aço e  = 2° para ferro fundido).
  • 13. Pressão específica de corte (Ks) de KIENZLE
  • 14. Pressão específica de corte (Ks) de KIENZLE Onde KS1 e Z são constante do material N/mm2
  • 15. Como a equação de KIENZLE para a força de corte é a que melhor equilibra complexidade e exatidão dos resultados, é a que mais tem sido adotada. Logo, tem-se a equação empírica da força de corte Fc [N] segundo KIENZLE, . Sabendo-se que uma diminuição (aumento) no ângulo de saída (𝛾) propicia um aumento (diminuição) da força de corte, faz-se uma correção de 1,5% para cada grau de variação do ângulo 𝛾 em relação aos valores de Ks1 tabelados. O mesmo vale para o ângulo de inclinação (𝜆): para cada grau de diminuição (aumento) em relação ao valor usado por KIENZLE (𝜆 = -4°), deve-se aumentar ou (diminuir) Ks1 em 1,5%. No caso de raios de ponta (re), para os casos em que ap > 2*re, não há necessidade de correção. Caso contrário, ensaios devem ser realizados. Força de corte utilizando a equação de KIENZLE
  • 16.
  • 17. Força de corte Então : ➢ KS1 aço 1040= 2110 [N/mm2 ] [tabela] ➢ 1-z = 0,83 [tabela] ➢ h= f*sen XR = 0,3*sen75= 0,29 ➢ b= 𝑎𝑝 𝑠𝑒𝑛𝑋𝑅 = 1,5 𝑠𝑒𝑛 75 = 1,553 ➢  = -6° FC = [1-(0,015*(-6-6)) ]* 2110*0,290,83 * 1,553 = 1383 𝑁
  • 18. EXERCÍCIO 1 𝜙𝑖 = 100 𝑚𝑚 𝜙𝐹 = 85 𝑚𝑚 LF = 450 mm Ap = 1,5mm f = 0,30 mm/volta N = 1115 Rpm em um torno de 20CV Ferramenta MD P25 → r= 75° ; = 0° ;  = -6°; = -6° e r= 0,8 mm. A taxa de remoção de material representa o volume de cavaco removido[cm3] por unidade de tempo [min]. [Q]= ap * f * VC . DADOS: Pretende-se obter peças cilíndricas de aço ABNT 1040 (dureza 156HB), com Ø85mm e 450mm de comprimento a partir de barras cilíndricas com Ø=100mm utilizando profundidade de corte (ap) =1,5mm, avanço (f) = 0,30mm/rot e rotação 1115 Rpm em um torno com potência nominal de 20 Cv. Para isso dispõe-se de uma ferramenta MD P25 com χr= 75°, α = 0°,γ = - 6°, λ= - 6° e rε = 0,8mm e z = 0,17. Calcular, a) Tempo de corte de uma peça, b) a taxa de remoção de material (Q) e c) força de corte (F) utilizando a equação de Kienzle.
  • 19. Potência de corte (Pc) Potência de corte é a grandeza despendida no eixo-árvore para a realização de uma determinada usinagem. É um parâmetro de corte que nos auxilia a estabelecer o quanto podemos exigir de uma máquina-ferramenta para um máximo rendimento, sem prejuízo dos componentes dessa máquina, obtendo-se assim uma perfeita usinabilidade. É diretamente proporcional à velocidade de corte (Vc) e à força de corte (Fc). Potência do motor
  • 22. Pretende-se tornear um eixo de aço ABNT1035, de diâmetro 100mm, profundidade de usinagem ap = 4mm, avanço (f) = 0,56mm/volta , rotação n = 320 rpm. Para tanto empregou-se uma ferramenta de metal duro P20 de características geométricas R=60º,  = 6º, =15º,λ= 0°,r= 0,5mm. Calcular a força e a potência de corte segundo: a) Kienzle Exercicios 4
  • 23. Exercicios 5 Em uma operação o chefe da produção estipulou que um único passe deveria ser realizado em uma peça cilíndrica em 5 min. A peça tem 400 mm de comprimento e 150 mm de diâmetro. Usando um avanço igual a 0,30 mm/rot e uma profundidade de corte igual a 4,0 mm, qual á a velocidade de corte a ser utilizada para alcançar o tempo de corte requerido? Tc = Np* L/Vf
  • 24. EXERCICIOS 6 Em processos de torneamento sabe-se que a força de corte é o produto da pressão específica de corte (Ks) pela área da seção transversal de corte (A)-(definida pelo produto do avanço(f) pela profundidade de corte (ap). Por que a força de corte aumenta linearmente com o incremento da profundidade de corte e aumenta não linearmente com o incremento do avanço? Como a força de corte (Fc) é diretamente proporcional à ap (equivalente a b) devido ao motivo de aumentar Ks , ela aumenta de maneira inversamente proporcional a f (equivalente a h), resultando das duas variações uma pequena redução de Fc.
  • 25. EXERCICIOS 7 Em processos de torneamento, sabe-se que a potência de corte é o produto da força de corte pela velocidade de corte. Ao contrário do que parece, a potência não é diretamente proporcional à velocidade de corte. Explique por quê. A pressão específica de corte (ks) diminui com o aumento do avanço (f), já que com o crescimento de f, a velocidade de avanço (vf = f * n) aumenta e, por conseguinte, o coeficiente de atrito diminui, pois o corte se torna mais dinâmico.