O documento descreve vários instrumentos náuticos importantes para a expansão portuguesa, como a bússola, o astrolábio, o quadrante e a balestilha, que permitiram que os portugueses navegassem por mares desconhecidos. Também discute embarcações como a caravela e a nau que foram cruciais para os descobrimentos, assim como mapas antigos como o portulano.
2. A expansão portuguesa obrigou a uma evolução bastante rápida
da Ciência Náutica, uma vez que se tornou necessário superar
novos obstáculos. Os Portugueses praticavam uma navegação de
cabotagem, utilizando a barca e o barinel, embarcações pequenas
e frágeis, até ao século XV, altura em que foram substituidos pela
Caravela e pela Nau. O desenvolvimento da navegação
astronómica com novos instrumentos e técnicas de navegação e
os progressos da Cartografia permitiram que os portugueses se
aventurassem «por mares nunca dantes navegados».
O astrolábio era um instrumento naval antigo, usado para medir a
altura dos astros acima do horizonte e para determinar a posição
dos astros no céu, tendo sido usado, durante muito tempo, como
instrumento para a navegação marítima.
O quadrante, que tinha a forma de um quarto de círculo graduado
de 0º a 90º e um fio de prumo no centro, tinha duas pínulas com
um orifício, por onde se fazia pontaria à Estrela Polar. Este
instrumento permitia determinar a distância entre o ponto de
partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo o cálculo
se baseava na altura desse astro.
3. Bússola
A bússola foi provavelmente o instrumento de
navegação e orientação mais usado durante os
descobrimentos. Esta “pequena caixa” de madeira
é compostas por uma agulha magnetizada
colocada num plano horizontal e suspensa pelo
seu centro de gravidade, que aponta sempre para
o eixo norte-sul, ao seguir a direcção do norte
magnético da Terra, indicando-nos o Norte.
4. Balestilha
Este instrumento, que se supõe ter sido inventado
pelos portugueses, é extremamente simples,
sendo constituído por uma vara de madeira de
secção quadrada e tendo cerca de 80 centímetros
de comprimento. A sua função era medir a altura
(em graus) que une o horizonte ao astro e, dessa
forma, determinar os azimutes, antes e depois da
sua passagem meridiana.
5. Caravela
A caravela foi uma embarcação criada pelos
portugueses e usada durante a época dos
descobrimentos nos séculos XV e XVI. Era uma
embarcação rápida, de fácil manobra, capaz de
bolinar e que, em caso de necessidade, podia ser
movida a remos. Com cerca de 25 m de
comprimento, 7 m de boca e 3 m de calado
deslocava cerca de 50 toneladas, tinha 2 ou 3
mastros, convés único e popa sobrelevada. As
velas latinas (triangulares) permitiam-lhe bolinar
(navegar em ziguezague contra o vento).
6. Nau
Nau é uma denominação genérica dada a navios
de grande porte até o século XV usados em
viagens de grande percurso. Durante a época dos
Descobrimentos, houve uma evolução dos tipos
de navio utilizados.
De grande porte, como castelos de proa e de
popa, com dois, três ou quatro mastros, e com
duas ou três ordens de velas sobrepostas, as
naus eram imponentes e de armação
arredondada, chegando a ter 600 toneladas no
auge da Carreira da Índia.
7. Mapa - portulano
Um portulano (do latim "portus", porto), ou
portolano, é uma antiga carta náutica Europeia,
datada do século XIII ou posterior. Estes mapas
primitivos de origem italiana eram manuscritos em
pergaminho. Não dispunham de um sistema de
coordenadas geográficas (latitude e longitude),
mas sim de rectas direcionais (linhas
loxodrómicas ou de rumo) a partir de uma rosa-
dos-ventos principal. Este tipo de traçado permitia
calcular os pontos de acerto de rota de
navegação com o simples auxílio da bússola.