O documento discute como facilitar o turismo sustentável em países emergentes. Ele resume uma pesquisa realizada sobre o tema, incluindo entrevistas com viajantes e especialistas. Os principais pontos levantados são: 1) quebrar estereótipos negativos sobre esses países para atrair mais turismo; 2) desafios como desenvolver o turismo de forma responsável e sustentável; 3) fatores que influenciam a decisão de viajar para esses destinos, como segurança e direitos humanos.
2. Por que fiz esta pesquisa?
Fiz esta pesquisa como uma proposta à Kaospilots,
com base na ideia de quebrar preconceitos e
estereótipos negativos com países pequenos e
emergentes através de ferramentas de marketing e
posicionamento.
Ainda que nation branding não o mais novo dos
conceitos, ainda há muitos desafios e
oportunidades neste campo, sobretudo no caso dos
países em desenvolvimento. Pessoalmente, é uma
oportunidade de alinhar as minhas paixões por
viagens e descobriri diferentes culturas à carreira.
Indo além desta proposta, pretendo compartilhar os
resultados obtidos com esta pesquisa a fim de
contribuir a maiores discussões sobre nation
branding. Eu acredito que viagens e intercâmbios
são essenciais para conectar países, diferentes
culturas e pessoas.
3. Primeiramente, obrigado a todos!!!
Antes de tudo, faço questão de agradecer a todos
que contribuíram a esta pesquisa durante a etapa de
entrevistas e aos meus amigos que me inspiraram a
seguir com esta empreitada. Obrigado Kaospilot por
me inspirar a este desafio! Tem sido realmente
válido!
Por skype, e-mail, inbox, telefone – todas as
respostas e feedbacks foram importantes para
seguir com esta pesquisa dia e noite. Não vou
mencionar nomes para não ser injusto, pois foram
muitas as pessoas que contribuíram de fato. Sem a
colaboração delas, nada disso seria possível!
Eu espero, com esta iniciativa, inspirar mais
discussões sobre estereótipos negativos que
alimentamos a respeito de lugares que não
conhecemos e contribuir para conectar diferentes
culturas mundo afora.
4. De onde veio essa ideia?
Nos últimos 3 anos, I pude viajar a 14 países: vivi
na Índia, no Egito e na Sérvia; além de um mochilão
pela Leste e Centro da Europa.
Muitos lugares maravilhosos, experiências
fantásticas e muitas pessoas incríveis que me
ajudaram a descobrir seus países e suas culturas,
de um modo totalmente diferente do que veria pelas
notícias e propaganda.
Nem todos os indianos são estupradores, Egito não
estava numa guerra civil como dizia a imprensa;
Sérvia, Bósnia, Ucrânia e Rússia não se resumem a
guerras e assim por diante. Teria eu desfrutado de
todas estas descobertas se considerasse toda a
propaganda, as notícias negativas e a minha prévia
falta de conhecimento destes lugares? Claro que
não!
5. E você viajaria para...
Irã?
Paquistão?
Coréia do Norte?
Israel?
Colômbia?
Cazaquistão?
Curdistão? (No Iraque)
Apenas alguns exemplos!
Por
que?
6. Por que não quebrar estereótipos
negativos?
Eu tive incríveis experiências em países carregados
de estigmas e publicidade negativa e tenho visto o
quanto constantes notícias negativas e falta de
conhecimento apropriado inibem muitas pessoas a
viajar a estes lugares.
Então, por que não ajudar a quebrar preconceitos
com lugares para muitos de nós ainda
desconhecidos? Por que não ajudar mais pessoas a
descobrirem estes lugares como são de verdade?
À medida que viajamos mais, não apenas
descobrimos diferentes culturas, povos e
oportunidades, mas também muitas semelhanças
como seres humanos e nos vemos mais conectados
à humanidade e ao universo como um todo.
7. Como foi a pesquisa?
A pesquisa foi conduzida em 2 fases
simultâneas: Fase Qualitativa e Fase Semiótica.
Na Fase Qualitativa, foram realizadas entrevistas
com 80 pessoas de 20 países entre nativos,
viajantes, expatriados, representantes de ONGs,
governos e agências de viagens. Nesta fase, o
propósito foi entender as diferentes perspectivas
de promover lugares carregados de estigmas.
Na Fase Semiótica, foram feitos estudo sobre
nation branding, tendências no setor de viagens
e turismo, diplomacia cultural a partir dos
insights obtidos durante as entrevistas.
8. Sobre os entrevistados
81 pessoas de 20 países
43 mulheres, 38 homens
Entrevistados naturais do: Brasil,
Alemanha, Índia, EUA, Portugal,
Ucrânia, Líbano, Rússia, Argentina,
Bósnia, Paquistão, Irã, Afeganistão,
Austrália, Cazaquistão, México,
Colômbia, Cingapura, Quirguistão,
Chile
Eles viajaram/trabalharam/viveram:
Bósnia, Marrocos, Colômbia, Egito,
Israel, Malásia, Vietnã, Myanmar,
Indonésia, Turquia, Irã, Coréia do
Norte, Paquistão, Paraguai, Ucrânia,
Rússia, Jordânia, Bahrain,
Cazaquistão, Quirguistão, Gana,
Índia, Tunísia, Letônia, Estônia
9. Parte I: Fase Semiótica
Antes de analisar as respostas obtidas durante as
entrevistas, é importante compreender alguns
conceitos para entender o contexto desta pesquisa.
Mais que marketing e posicionamento, trabalhar a
marca de algum local – especialmente quando
carregado de algum estigma – exige o entendimento
dos drivers que traduzem os fatos sociais e
culturais dentro de um país ou até mesmo num
conjunto países.
História, cultura, religião, artes, ícones nacionais,
paisagens, incidentes políticos são alguns dos
fatores que influenciam a imagem de um local, e que
tornam o trabalho de nation branding desafiador e
complexo.
10. Identidade x Imagem
Identidade: o que um local
realmente é
Imagem: como um local é
percebido externamente
x
Corrigir o gap
Desmistificar
estereótipos
Alinhar imagem e
identidade
E aqui tudo
começa!
11. Facilidades e oportunidades
Globalização e maior
competição
Fácil acesso à informação
Passagens aéreas mais baratas
Pessoas viajando com mais
frequência em todo o mundo
Democratização das
ferramentas de mídia
Maiores facilidades para
ativismo na sociedade civil
Maior demanda por experiências de
viagem autênticas
Oportunidades para promover
lugares exóticos e fora do
mainstream
Oportunidades para posicionar a
nichos de mercado
Facilidades
Oportunidades
12. Mas...ainda avistamos barreiras...
Nunca foi fácil viajar como nos dias de hoje,
especialmente aos lugares fora do clichê. E o mesmo vale
para conhecer diferentes culturas. Mesmo com todas
estas facilidades e oportunidades disponíveis, o que ainda
é necessário fazer?
Facilidades
x
Oportunidades
Desmistificar estereótipos
negativos
Ajudar a descobrir atrativos e
potenciais desconhecidos
De estereótipos a turismo responsável
Como desconstruir
estereótipos?
Contato com os
conceitos de
nation branding,
diplomacia
cultural, soft
power
Insights sobre
desenvolver
programas de
turismo sob
perspectivas
sustentáveis
Da ideia inicial de como
quebrar estereótipos, as
respostas e insights
durante a pesquisa
conduziram à idea de
turismo responsável,
como forma de abordar
a viagem e o turismo
como meios de
conectar povos e
diferentes culturas, de
construir alternativas a
modelos de
desenvolvimento
sustentável numa
perspectiva “ganha-
ganha”
13. Desafios pela frente!
Com base nas
respostas obtidas nas
entrevistas, é possível
apontar alguns desafios
para desenvolver
programas de turismo
em países em
desenvolvimento,
sobretudo como
alternativa para um
modelo econômico
sustentável
Assessorar países menos
desenvolvidos a coordenar
criativamente seus ativos na ausência
de poder econômico, diplomático e
militar;
Como inovar em posicionamento de
países e na diplomacia cultural no caso
dos países menos desenvolvidos?
Como desenvolver o turismo em países
menos desenvolvidos através de uma
perspectiva responsável e
interdisciplinar: cultura, valores,
comunidades, governos, ecologia, etc.
14. Desafios pela frente!
Como ajudar países menos desenvolvidos a
construírem modelos de desenvolvimento sustentável
através do turismo responsável?
Como contribuir à preservação de culturas locais
através do turismo?
Como melhorar a qualidade dos serviços essenciais
ao turismo em países menos desenvolvidos?
Como construir um posicionamento para o público
feminino e atender as suas necessidades, assim como
de outros nichos (público gay, exploradores, aventura
etc.)
15. Parte II: Fase Qualitativa
Nas próximas páginas, são apresentados os dados
coletados através das entrevistas.
Ao longo da pesquisa, foi possível identificar drivers
comuns entre as respostas dos entrevistados e
insights do que foi decisivo para as suas
experiências em países fora do mainstream.
É importante considerar que os dados apresentados
se baseiam nas experiências vividas pelos
entrevistados em diferentes países, cada qual com
diferentes realidades.
16. Viajantes/Expatriados/Nativos
Na próxima seção, são apresentados os
insights obtidos através das entrevistas
realizadas com viajantes, expatriados e
nativos em países carregados de
publicidade e estereótipos negativos.
17. Razões para viajar
+ 2 personas
Viagem
Mochilão
Trabalho
Interessante oportunidade
profissional
Projeto social/Voluntariado
Cansado da rotina/do trivial
Viver uma cultura diferente
Novas experiências
Conhecer novos lugares
Sair da zona de conforto
Curiosidade pelo
desconhecido
Desafiar-se pessoalmente
Visitar locais históricos
Trabalho humanitário
Experiência significativa
Razões
comuns
18. Como foi experiência?
o Preconceitos
o Desconfortos e
choques
o Descobertas
o Direitos da mulher
• Drivers Com relação à
experiência dos
entrevistados,
notaram-se os
drivers
apresentados no
lado esquerdo da
página como
insights-chave
19. Preconceitos
Durante as suas experiências, os
entrevistados demonstraram ter vivido o
preconceito sob 2 formas: de um lado, por
ser visto como diferente num lugar
desconhecido e, de outro lado, a
oportunidade de quebrar preconceitos
prévios em contato direto com a cultural
local
Sentir na pele preconceitos
existentes na sociedade
local
Machismo foi apontado
pelas mulheres
Por ser
estrangeiro/diferente
Preconceitos vividos Preconceitos quebrados
Oportunidade de
desmistificar preconceitos
prévios sobre o lugar e as
populações locais
Descobertas através da
imersão cultural
20. Desconfortos e choques
Desconfortos e choques são
aspectos comuns quando se
vive no estrangeiro, à medida
que viajantes e expatriados
ficam expostos situações
desconhecidas e desafiadoras,
assim como a diferentes
mentalidades.
Entre as mulheres
entrevistadas, assédios foram
apontados como causas
comuns de desconforto.
Causas de desconfortos
e choques:
Machismo/assédio sexual
Medo do que não é familiar
Situações desafiadoras
Diferentes mentalidades
21. Descobertas
Aprender sobre outras
culturas como um meio
de compreender, um
primeiro passo ao
respeito e à tolerância e
mudar percepções
prévias foram apontados
como aspectos centrais
ao viajar por lugares
desconhecidos.
Enquanto descobrindo
novos lugares, apontou-
se também como
conceitos e preconceitos
podem ser transmitidos
pela mídia e propaganda.
Algumas frases
mencionadas que
resume a driver
“Descobertas”:
“foi diferente de tudo que
tinha visto antes”
“a mais diferente e
interessante das minhas
experiências”
22. *Direitos da mulher*
Considerando que muitos
países em desenvolvimento
apresentam culturas mais
conservadoras e machistas, a
questão acerca dos direitos da
mulher foi apontada como um
importante fator entre mulheres
viajantes e expatriadas.
Entre as entrevistadas, mostrou-
se evidente preocupações sobre
o papel da mulher na sociedade
local e o desconforto ao
presenciar e ser alvo de
assédios.
23. *Principais preocupações
referentes ao direito da mulher*
Segurança para mulheres
Grau de liberdade às mulheres no país de
destino
Como os direitos da mulher são respeitados
no país
Dress code
Restrições impostas à mulher no país de
destino
Como elas vão se adaptar à cultura local
24. Hesitações
o Segurança
o Saúde
o Custo de vida
o Gênero e
sexualidade
o Qualidade de vida
oferecida no local
• Drivers
Em relação ao que
hesitaria os
entrevistados a viajar
a um determinado
destino, a segurança
foi o principal
aspecto, junto a
outros tópicos
decisivos a uma
razoável qualidade de
vida.
25. Segurança
Os entrevistados mostraram
preocupação prioritária com a
segurança ao decidir sobre
um destino. Em caso de
lugares carregados de
publicidade negativa, alguns
dos entrevistados
mencionaram sobre a
importância de pesquisar
sobre a violência
estatisticamente comprovada,
em vez do que é mostrado
nas notícias.
Fatores apontados
como hesitantes:
Conflitos militares
Guerras
Falta de segurança
Movimentos
extremistas
26. Saúde
Outro fator mencionado
pelos entrevistados é a
saúde. Situações
ameaçadoras à sua saúde
como vírus e doenças –
surto de Ebola, por
exemplo – também são
fatores detratores ao
decidir sobre um destino.
Doenças
Vírus
Epidemias e surtos
Procedimentos de
higiene no local
Outros fatores
hesitantes:
27. Custos e qualidade de vida
Custo de vida e custos
de viagem também
foram apontados
como decisivos ao
escolher um destino,
sobretudo em países
em desenvolvimento.
À direita, são
apresentados outros
aspectos essenciais à
qualidade de vida do
viajante/expatriado no
local.
Outros aspectos
considerados:
Direitos da mulher:
preocupações sobre regras
restritivas, violência contra
a mulher, liberdade social
das mulheres
Aceitação da
homossexualidade no local
28. Que informações considera
essenciais?
o Depende do tipo de viagem
o Conhecer a cultura do local
o Custos de vida e de viagem
o Extra: segurança, idiomas
falados, hospitalidade a
estrangeiros
• Drivers Quando perguntados
sobre quais informações
são essenciais a
respeito de um destino
de viagem, as respostas
se mostraram alinhadas
aos motivos hesitantes.
Tudo depende do tipo de
viagem, que determina
quais informações são
relevantes.
29. Depende!
Cada caso é um caso!
Dependendo de fatores
como o propósito da
viagem, convicções
políticas e preferências
sexuais – por exemplo –
informações como abertura
à homossexualidade,
religião, situação política,
dieta e alimentação são
essenciais para decidir um
destino de viagem.
Alguns fatores que
também influenciam a
escolha de um destino:
Sexualidade
Dieta e
alimentação
Estilo de vida
Religião
Ideologia política
Valores culturais
30. Conhecer a cultura do local
Conhecer a cultura do local
costuma ser uma dos
principais itens considerados
por viajantes/expatriados,
sobretudo nos destino fora do
mainstream.
Mulheres mostraram maior
preocupação acerca de como
se vestir e dos papéis sociais
das mulheres na sociedade
local.
Preocupações
mencionadas acerca
da cultura local:
O que e como se vestir?
Como se comportar?
O que é socialmente
aceito e o que não é?
História e costumes
Papéis sociais das
mulheres
31. Outros aspectos importantes
Alinhado com o que faria
os entrevistados a
hesitar sobre um destino
de viagem, informar-se
sobre aspectos
financeiros como custo
de vida e câmbio
também foi apontado
como importante.
Segurança
Idioma: a população
local fala inglês? Ou
outro idioma?
Receptividade a
estrangeiros
Outros aspectos
mencionados como
importantes:
32. Política, economia, sociedade
o Compreender
antes de chegar ao
local de destino
o Depende do tipo de
viagem
• Drivers Quando perguntados se,
ao optar por um destino
de viagem, consideram
os aspectos político,
econômico e social do
local aonde vão, as
respostas convergem
dependendo dos
objetivos da viagem e da
real situação do local
33. Compreender antes de chegar
As respostas dos entrevistados
podem ser sintetizadas nos
seguintes tópicos:
Compreender a gravidade da
situação em caso de conflitos
e instabilidades.
Entender os riscos
relacionados à situação do
local de destino
Preocupações com fatores que
podem colocar em risco a
segurança individual
34. Depende do tipo de viagem
Dependendo de quanto
tempo de estadia e do
propósito da viagem,
assim como os valores
pessoais do
viajante/expatriado,
alguns aspectos podem
ser levados em
consideração enquanto
outros não.
Curta estadia: tendência a
não considerar em
profundidade os aspectos
políticos e econômico
Viagens de negócios, por
exemplo, costumam
demandar atenção a fatores
como corrupção e
burocracias
Estilo de vida e valores
culturais: determinantes
àqueles que consideram
aspectos como sexualidade
e ideologia política
35. Como se informam?
o Internet
o Amigos e
networking
• Drivers
A informação abundante e
fácil, principalmente pela
internet, é decisiva para
pesquisar sobre lugares fora
do clichê. Tal fato também
representa uma grande fonte
de oportunidades para
promover e posicionar
lugares desconhecidos e
estigmatizados, nem sempre
bem utilizado na indústria do
turismo.
36. Internet
Produzir e compartilhar
conteúdos sobre uma
determinada localidade é uma
atividade essencial para
conectar com viajantes e
promover o local online, já que
atualmente todo tipo de
informação vem sendo
pesquisada na internet.
Importante também prestar
atenção nas ferramentas de
pesquisa online como forma
de disponibilizar informações
importantes a quem procurar
sobre uma localidade.
Google
Sites in geral
Notícias recentes
sobre o lugar
Vídeos e filmes
Livros
Vida cultural
Guias de viagem
37. Dificuldades enfrentadas
o Visto
o Encontrar a
informação certa
• Drivers
Dificuldades relacionadas
ao visto:
Longo tempo para processar
visto
Burocracias
Informações sobre como
estender/renovar o visto
Nenhuma representação no
país de origem do viajante
Procedimentos de imigração
confusos
38. O que ajudou?
Contato com alguém que já
esteve no país de destino
Informação é abundante, a
questão é usar as
ferramentas certas para
encontrar as informações
certas
39. Quais foram as surpresas?
o Estereótipos e
preconceitos prévios
quebrados
o Choques
o Lugares fascinantes
o Descobertas
• Drivers
Entre as surpresas, a
maioria das respostas
convergiu a descobrir os
lugares por conta própria,
tendo contato com o que
eles não imaginavam e
com aspectos locais não
muito conhecidos.
40. Estereótipos quebrados
Ao longo de suas
experiências, os
entrevistados apontaram a
descoberta dos países
onde estiveram em
comparação ao que é
retratado em notícias e por
estereótipos.
Principais surpresas
acerca de quebrar
estereótipos prévios:
Experiências diárias que
desmistificaram a
publicidade negativa
veiculada pela mídia e
propaganda
Questionamentos sobre
preconceitos e
generalizações sobre a
cultural do local
41. Choques
Entre os choques e
aspectos negativos de
suas experiências, os
entrevistados apontaram:
Assédio sexual
Medo em razão de
preconceitos com o
país e com a cultura
local
Extorsões e sobretaxas
nos preços
Associações negativas
sobre islamismo e
direitos da mulher
42. Descobertas
Descobrir novos lugares,
desenvolver competências
pessoais enquanto fora da
zona de conforto e
autodescoberta foram
mencionados como
aspectos marcantes das
experiências dos
entrevistados em países
fora do mainstream.
Principais descobertas
mencionadas:
Lugares fascinantes
Autodescoberta: novos
horizontes e perspectivas de
vida
Desenvolvimento de
competências pessoais e de
flexibilidade
44. Promover os atrativos
Contribuir para a promoção
de quais atrativos há em
algum lugar é essencial para
desfazer estigmas e promover
locais desconhecidos pela
audiência global. Importante e
desafiador, comunicar ao
mundo o que há de cool
acontecendo no país, a vida
cultural, música, cinema,
inovações e criatividade, etc.
Exemplos a promover:
Belezas naturais
Patrimônios arquitetônicos
História recente
Cultura
Custo de vida
Facilidades de transporte e
locomoção
Segurança no local
45. Conteúdo e informação
O que poderia melhorar para
desmistificar estereótipos negativos?
Facilitar o acesso a
informações apropriadas
sobre o local/país
Promover mais os aspectos
positivos
Informações compartilhadas
por viajantes são críticas para
alcançar uma maior audiência
Eventos e conteúdos que
destaquem autenticidades
locais
46. Organizações
Na próxima seção, são
apresentados os insights
obtidos através de
entrevistas realizadas com
agentes de viagens,
representantes de ONGs e
nativos de países
carregados de publicidade
negativa.
47. Por que as pessoas hesitam em vir?
• Drivers
o Cultura
o Segurança
o Estereótipos e
preconceitos
o Falta de conhecimento
sobre o local/país
Quando perguntados
por que as pessoas
hesitam em visitar o
local/país, as
respostas dos
entrevistados
convergiram aos
drivers Cultura,
Segurança,
Estereótipos e
preconceitos e Falta
de conhecimento
48. Cultura
Alguns entrevistados
mencionaram o fato de muitas
pessoas no estrangeiro possuírem
ideias preconceituosas e
estereotipadas sobre a cultura de
seus países, normalmente
exemplos como em relação à
vestimenta, ao papel da mulher na
sociedade local, restrição ao
consumo de álcool, etc.
Em alguns casos, a propaganda
negativa através da mídia, de
filmes ou de algum incidente
político pode contribuir para
arruinar – ou até ajudar – a
imagem de um local como aberto
a estrangeiros
Comunicar claramente
o quanto é aberta a
cultura local:
Vestimenta
Consumo de álcool
Papel da mulher na
sociedade local
Se o local é gay friendly ou
não
Grau de abertura a
diferentes culturas
O que é e não é
culturalmente aceito
49. Segurança
No caso de países recém-
recuperados de conflitos ou
associados guerras – como
Bósnia, Sérvia, Líbano, Israel,
Afeganistão – é comum o desafio
de desmistificar as associações
da imagem do país a violência, até
mesmo em caso de locais com
altos índices de segurança a
cidadãos e turistas. Até mesmo
em caso de baixo nível de
segurança, como mencionou um
entrevistado, “não significa que
todo o país esteja num caos a
ponto de não oferecer segurança
alguma”.
Preconceitos
comuns referentes
a segurança:
Receios sobre o nível
de segurança no
país/local
Impressão como um
país cheio de pessoas
violentas e hostis
Generalização de todo
o país como violento
mesmo quando casos
de violência se
concentram em áreas
isoladas
50. Estereótipos e preconceitos
Desmistificar estereótipos é
um dos maiores desafios
para promover países como
um destino de viagem. Junto
com constantes notícias e
propaganda negativas,
estereótipos alimentam
percepções errôneas sobre
um país/local, de modo que
se ignore muitas vezes os
aspectos positivos.
Alguns preconceitos
mencionados pelos
entrevistados:
“(...) alguns pensam que
o Líbano é um deserto
(...)”
“(...) I suponho que eles
acreditam que a Sibéria
seria mais um vilarejo
rural (...)”
“(...) É claro que não é
nada legal o que a mídia
espalha sobre o
Afeganistão. Bom, eles
pensam que mantendo 1
ou 2 correspondentes no
país, podem saber tudo
que realmente ocorre lá
(...)”
51. Falta de conhecimento
Devido ao desafio de desmistificar
estereótipos e preconceitos,
notou-se durante as entrevistas a
necessidade de inventar novas
maneiras de exportar valores,
narrativas, lendas e ideia a
respeito de um país/local para
promover em maiores escalas –
regional, nacional e internacional.
Além disso, apontou-se a
necessidade de tornar conhecidos
o passado e a história do local e
os atrativos únicos existentes
52. Desafios para promover
• Drivers
o Questões políticas
o Segurança
o Campanhas de
sensibilização
Em relação aos desafios
para promover locais
carregados de estigmas,
os entrevistados
mencionaram os de
manusear a publicidade
negativa em torno de
incidentes políticos,
segurança e campanhas
de sensibilização sobre
os aspectos positivos do
local
53. Questões políticas e segurança
Questões políticas e segurança representam
um complexo desafio para promover um local,
uma vez que ambos são fontes de publicidade
negativa e notícias exageradas. Superar
estatísticas negativas e driblar as notícias
associadas a conflitos e guerras foram
respostas comuns entre os entrevistados.
Relacionado aos motivos que hesitam as
pessoas a visitarem os países dos
participantes, mencionaram-se também as
generalizações de violência a todo o país/região
quando concentrada num pedaço do território
como um grande desafio.
54. Campanhas de sensibilização
Campanhas de sensibilização
sobre os atrativos e aspectos
positivos do local foi um
aspecto comum apontado
pelos entrevistados. Se as
pessoas não sabem o que há
para fazer/visitar, por que ir
até lá? É um ponto crítico
àqueles locais fora do
mainstream e àqueles
distantes das regiões
centrais como as capitais
Por que
sensibilizar?
Possibilita desmistificar
fortes estereótipos sobre
um país/local
Possibilita que pessoas
descubram os aspectos
positivos
possibilita promover
inovações e experiências
interessante no local
Oferecer as informações
apropriadas e precisas
55. O que poderia melhorar para
promover?
Quando perguntados sobre o
que poderia melhorar para
promover seus países, os
entrevistados apresentaram
respostas convergindo para a
notoriedade da imagem do país.
Como um dos participantes
mencionou: “(...) tudo se trata
da imagem (...)”. Pessoas vão a
lugares em função da imagem
que possuem em suas
percepções.
Como alcançar
notoriedade?
Melhor cobertura de
mídia
Enfatizar os aspectos
positivos nas
publicações e
promoções
Investir em marketing
digital
Desenvolver conteúdos
específicos para nichos
56. O que mais melhorar para
promover?
Melhorar a imagem de um
país/local não se resume a
trabalhar sob a marca. Também
envolve um trabalho
complementar em questões como
segurança, nível de corrupção,
maior envolvimento dos setores
público e privado.
Facilidades para estrangeiros
viajarem, trabalharem e viverem
no país também são importantes
à medida que viajantes e
expatriados podem agir como
embaixadores informais de um
país.
O que mais melhorar
na promoção?
Parcerias entre
setores público e
privado
Combate à corrupção
Facilidades para
estrangeiros viajarem,
viverem e trabalharem
no país
57. Quais aspectos positivos
costumam ser ignorados?
• Drivers
o Atrativos turísticos
e econômicos
o Aspectos humanos
Quando perguntados aos
entrevistados sobre quais
atrativos costumam ser
ignorados em função de
preconceitos sobre os
seus países, foi possível
identificar 2 grupos de
drivers: Atrativos
turísticos/econômicos e
Aspectos humanos
58. Atrativos turísticos e econômicos
Praias, natureza, locais
históricos, infraestrutura
científica, startups e
empreendedorismo estão entre
os atrativos ignorados em razão
de preconceitos associados aos
países dos entrevistados.
59. Desafios extras a considerar
Acerca do que poderia melhorar para
desenvolver o turismo em seus
países, os entrevistados relataram
aspectos como infraestrutura precária
ou limitada que impactam diretamente
no potencial turístico e na qualidade
das experiências dos viajantes na
localidade. Ao longo das entrevistas,
também foi mencionado o desafio de
tomar cuidado ao introduzir o turismo
numa localidade, pois o
desenvolvimento e enriquecimento
rápidos costumam alimentar
desentendimentos nas comunidades
locais e esquemas de extorsões e
agenciamento.
Outros pontos mencionados
que impactam o
desenvolvimento turístico
Ausência de voos internacionais
diretos à localidade
Burocracias e regimes de visto
complicados
Baixa qualidade de locais para
acomodação e da mão-de-obra local
Ausência de proteção para
investidores nacionais e estrangeiros
Falta de apoio de governos locais e
corrupção
Ausência de articulação entre
ministérios do turismo a nível
regional
Capacidade limitada para
acomodações confortáveis
60. Aspectos humanos
A diversidade cultural e a
receptividade a estrangeiros
foram os principais
aspectos humanos
mencionados pelos
entrevistados. Muitos dos
lugares desconhecidos e
estigmatizados possuem
intensa vida cultural e
cultura jovem e, em alguns
casos, lugares gay friendly,
por exemplo.
61. Iniciativas inspiradoras
Nas próximas páginas, são
apresentadas algumas incríveis
iniciativas para desmistificar
estereótipos e construir
notoriedade a lugares
estigmatizados, descobertas
durante a pesquisa e as
entrevistas!
62. Site:www.afreaka.com.br/english/
AFREAKA iniciou no Brazil, em
Agosto de 2012 através de uma
iniciativa crowdfunding no site
Catarse.
A ideia do projeto é eliminar os
estereótipos de fome, pobreza,
guerras ligados à África.
AFREAKA busca focar em
expressões culturais individuais e
coletivas da cultura local e os valores
atrelados usando texto, vídeo,
fotografia e infográficos.
Os fundadores entrevistaram artistas,
intelectuais e ambientalistas;
conhecera iniciativas inovadoras;
visitaram galerias de arte e
conheceram inspiradoras
comunidades tradicionais.
63. Site: www.iranisgreat.com
Cientes de que o Irã possui uma imagem
negativa no exterior e que em nada
corresponde à realidade que eles
encontraram durante suas andanças
pelo Irã,Cristian e Audrey com os seus
filhos Emilia e Lucas consideraram criar
uma campanha promocional e
informacional – Iran is Great – na
Europa com início em abril de 2014
apresentando a rica cultura e civilização
do Irã, promovendo os potenciais
culturais, históricos, naturais e turísticos
através de uma motorhome.
Atualmente, eles estão viajando pela
Península Arábica para continuar a
campanha.
,
64. Site: www.serbia4youth.org
Serbia4Youth – Sérvia para Jovens
– é uma organização com o objetivo
de promover o turismo jovem na
Sérvia. A ideia chave é apresentar
os destinos turísticos da Sérvia de
um jeito novo e criativo, recriar
produtos turísticos e encorajar o
público jovem a viajar mais dentro
da Sérvia. Além disto, busca
desenvolver o turismo receptivo ao
público jovem.
65. Site: www.bemvindoaservia.com
Bem-vindo à Sérvia foi criado pelo
carioca Thiago Ferreira em 2011,
um brasileiro que nasceu para viver
na Sérvia, e fala sérvio
perfeitamente!
Vivendo e estudando turismo em
Belgrado, ele criou o blog para
mostrar aos brasileiros as atrações
turísticas existentes na Sérvia e
desmistificar preconceitos sobre o
país e a região dos Bálcãs.
Atualmente, o blog é o único em
português com informações
completas sobre a Sérvia e os
outros países balcânicos.
66. Site: imsiberian.com
I’m siberian - Eu sou da Sibéria,
em inglês – é uma campanha
inspirada na lenda da Sibéria como
o lugar mais selvagem e gelado no
mundo. Busca construir notoriedade
sobre a Sibéria como um destino
totalmente único para viagens,
agindo de um jeito intuitivo e
criativo, inventando novas maneiras
de tornar a Sibéria um símbolo
importante.
67. Site: www.goinpro.org
INPRO é uma iniciativa abraçada
em 2013 por pessoas de diferentes
países e estabelecida na Polônia
como uma pessoa jurídica em 2014.
INPRO busca educar as pessoas e
mostrar-lhes o quanto experiências
internacionais agregam valor à
comunidade local. O lema da
organização é “Para viver numa
comunidade mais inteligente”.
68. Site: visitafghanistan.co
Página Facebook: Visit Afghanistan
Visit Afghanistan é uma incrível
iniciativa para promover o turismo
no Afeganistão através do site e da
página no Facebook,
compartilhando fotos que retratam a
história e cultura afegã, assim como
vida cotidiana no país.
69. Página no Facebook:Everyday
Afghanistan
Everyday Afghanistan é uma outra
iniciativa com o objetivo de
compartilhar no Facebook a real
imagem do Afeganistão e a vida real
de seus habitantes, criada pelos
fotógrafos afegãos Aryan Musleh e
Naib Beig.
Os requisitos para postar na página
são:
1 – Apenas fotos tiradas por ceular;
2 – Fotos devem retratar a vida
cotidiana, urbana e os trabalhos
humanitários no país
70. André FernandesQuem sou eu E-mail: andref.anjos@gmail.com
Para perguntas,
fique à vontade para
me contatar!
De Santa Catarina
para o mundo, assim
sou eu! Minha
paixão: viajar e
descobrir diferentes
culturas! Onde
penso em morar?
Imagino onde uma
mulher me ordenar!