SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
REVISTA REAÇÃO

Dr. Scott Rains
srains@oco.net
San Jose, California


PERGUNTAS


1)     Para sua apresentação aos nossos leitores, por favor, fale sobre
suas atividades, cargos que ocupa, funções... Todas as informações sobre sua
vida pessoal, formação acadêmica, idade, profissão, família, sua deficiência
etc... Tudo o que está no blog A Vida que Segue estão corretas ? podemos
usá-las na abertura da entrevista ?


Sou um norte americano que tem adorado o Brasil e seu povo desde que
escolhi o país como meu destino de intercambio durante o colegial. Voltei
dois anos depois em 1975 já como cadeirante com bolsa de estudos para
a USP. Hoje com 58 anos, destes, 40 como cadeirante e 30 como marido,
tenho visto muitas mudanças no país. Sou grato por ter sido convidado
para contribuir um pouco. Tenho boa lembrança de ter dado o primeiro
workshop no país sobre Desenho Universal em turismo na abertura do
 3° Congresso Internacional sobre Desenho Universal "Projetando para
o Século XXI."




2)   Quando o sr começou a se interessar por turismo adaptado ?

A verdade é que turismo “adaptado” não me interessa. Falo de turismo
inclusivo.

Adaptar supõe uma norma que tem que ser modificada para 23.9% de
pessoas do Brasil e do Mundo, e que num mercado do tamanho da
população da China fica ‘fora” – fora do dito normal, das normas, do
mercado, ou da vida social. Quando estiver adequado com a ideologia que
classifica “adaptação” como justiça, já haveremos perdido ao nível de
preconceitos de nosso valor. Ambos como seres humanos e como
segmento consumidor. Falta ainda constatar na arquitetura, na atitude e na
qualidade dos serviços essa adaptação e normas, notadamente mais sutis
e completamente desconhecida pelos que não fazem parte da nossa
comunidade de PCD. Percebemos a falta da nossa gente no mercado e
eliminamos um destino , uma possibilidade de maior participação.
Demonstram as representações visuais que não fazemos parte do mundo
dos que tem responsabilidade por si mesmo, e ,por isso sabemos que não
se tem pensado em como criar, planejar uma experiência agradável para
nós.


3)    A questão do turismo é bastante discutida entre as pessoas com
deficiência, com muitos estudos para definições das melhores rotas, hotéis
acessíveis, transportes adaptados. O sr afirma que o caminho não é o turismo
adaptado mas sim o turismo acessível. Qual a diferença entre os dois
conceitos ?

Existem artigos sobre a realidade de hoje, sim. É importante para nós
como viajantes. Acho mais importante nesta época,            discussões
fortificadas com os estudos acadêmicos e profissionais sobre o
comportamento de viagem (Techinical term in English “travel behavior”) e
processos decisórios do mercado que é” viajantes com deficiência”. No
Brasil estamos esperando os resultados da primeira pesquisa nacional
sobre a comunidade de pessoas com deficiências como viajantes.
Cumprimento os responsáveis no governo com           visão de iniciar a
investigação   necessária      para    desenvolver uma      implantação
verdadeiramente brasileira de turismo inclusivo.

Com pesquisa confiável podemos iniciar com o “destination management”.
Para isso é necessário um plano de turismo integral visando um destino
que adote os princípios e mandamentos de desenho universal.



4)   Por que acessibilidade




A verdadeira inclusão é simplesmente uma cultura humanizada. Nela o que
tem prioridade é o valor do individuo seja qual for o nível de capacidade de
deficiência que tiver.

A Acessibilidade é necessária para a verdadeira inclusão.          A Inclusão
floresce somente no solo da acessibilidade.

Nosso comportamento "natural", seja social ou econômico, é distorcido
pela falta de acessibilidade, que nos exclui da participação plena como
cidadãos, ou no meu caso, como convidado do Brasil.
Lembro que dizemos “Qualquer viagem e esporte radical quando tiver
deficiência.” Viajamos para nos testar contra os desafios de sair de nossa
zona de conforto, queremos escolher desafios interessantes como outros
que viajem, não com problemas com embarcar no avião, entrar no
banheiro, sobreviver com a falta de sinal de emergência visual no quarto
do hotel se formos surdos e etc...

É uma decisão perigosa para a empresa, excluir lucros do mercado que
   está crescendo tão rápido no setor de turismo de deficiência.


5)     O que pode representar o turismo para as pessoas com deficiência ? É
     diferente em relação a pessoas sem deficiência ?

As respostas não são curtas.

Primeiro de tudo turismo é um negócio e como tal sobrevive de lucro. A
falta de imaginar 1/4 da população como consumidor dos produtos de
turismo desde o princípio, garante que o produto não vai ser adequado.
Pois, quem somos nós?

Tradicionalmente a deficiência recebeu o seu lugar na sociedade por
instituições poderosas que nos adotou como os objetos de sua
preocupação: religião, medicina e negócios para citar três. Cada uma
desenvolveu um modelo de deficiência de acordo com sua visão de
mundo. Pessoas com deficiência têm desenvolvido o seu próprio modelo
de deficiência fazendo surgir uma fome de justiça. O Modelo Social da
Deficiência, juntamente com seu protocolo de soluções práticas,
conhecido como Desenho Universal, classifica os outros três como
ideologias que mantêm as pessoas com deficiência como impotente e
passiva.

No entanto com os limites exagerados que experimentamos como pessoas
com deficiência, ensinamos e tornamos a ensinar a realidade fundamental
do ser humano e encarnado somos interdependentes.

A Independência flui da adequada interdependência e não vice-versa. Nós
brincamos que "Toda viagem é um esporte radical quando você é uma
pessoa com deficiência." Nós projetamos sistemas de transporte, hotéis,
restaurantes e atitudes que nos inclui. Lutamos para que os projetos sejam
implementados , sem mudanças, ou influenciadas pela corrupção. Então,
viajamos, assim como qualquer pioneiro, para descobrir exatamente como,
porque e onde estes sistemas falham.

O modelo de caridade de deficiência carrega um tom de julgamento moral.
Nele o PCD participa como beneficiário de atos individuais ou corporativos
de caridade. O caminho de filantropo está fechado para eles. O estigma
social exagera na sua distância social, proporcionando uma narrativa
preconcebida de carência em que suas necessidades estão por ser
assumidas e entendidas por todos, mesmo para aqueles que não têm
experiência direita da vida de uma pessoa com deficiência. A
responsabilidade adulta para o auto aperfeiçoamento moral, bem como a
alegria sem ego de auto doação através do dar, é limitado a pouco mais do
que ser uma "inspiração". Em seus mais cínicos modelos de caridade, o
que perpetua sem reservas uma classe privilegiada, é o direito de dar o
que o doador considere adequado para um destinatário cuja esperada
resposta é a gratidão. Leis que permitam o acesso a edifícios
arquitetonicamente sem graça ou soluciona agrupamentos isolados de
cadeiras de rodas em seções consideradas inutilizável devido as barreiras
que bloqueiam a visão do campo de jogo são dois exemplos do modelo de
caridade disfarçada de como “ acessibilidade”.
O modelo médico da deficiência evoluiu em campo limitado, onde a cura
de uma condição médica aguda ou a manutenção da saúde em uma
condição crônica era o objetivo. No caso pior, o modelo pivô em torno de
uma relação desequilibrada em que o profissional médico dispensa o
conhecimento privilegiado a um PCD e se espera obedecer muitas vezes
sem ser oferecido alternativas ou justificativas fornecidas para pessoas
sem deficiência. A condescendência pode assim inundar a prática médica.
De tal modo que o modelo médico da deficiência é às vezes considerado
um caso do modelo de caridade. Explicando assim que o conhecimento
não o dinheiro, é o que ancora uma relação de dominação e submissão.
Uma das consequências do exagero deste modelo é o falso pressuposto
pelo público que questões de saúde ou cura são de interesse constante no
cotidiano das pessoas com deficiência. Outra, é a adoção de atitude de
dominação paternalista pelo publico, por exemplo: por um motorista de
ônibus ou uma comissária de bordo que não foram adequadamente
treinados para no uso de seus equipamentos e insistem na obediência a
seus "pacientes" que têm conhecimento íntimo - às vezes ate diário - dos
mecanismos e protocolos e as ameaças á saúde deles e suas
consequências..

O modelo econômico de deficiência é o conceito mais recente e menos
desenvolvido para explicar a construção social e manutenção da
deficiência. Aqui, os princípios do ” Desenho Universal” são aplicados
para criar produtos, ambientes e comunicação a serem utilizados por todas
as pessoas, na maior extensão possível, sem necessidade de adaptação
ou desenho especializado. O modelo propõe que as pessoas com
deficiência em geral, e os de compartilhamento de deficiências
semelhantes, especificamente, irá apresentar um comportamento
econômico similar. Por exemplo, as pessoas com deficiência irão
reconhecer e comprar produtos e serviços projetados para acomodar suas
limitações em função do corpo, desde que estes não mais os estigmatize
como diferentes. Estudos têm mostrado que os viajantes com deficiência
tomam decisões de viagem baseados mais nas recomendações boca-a-
boca do que qualquer outro segmento do público viajante. Um estudo feito
nos EUA, em 2002, e repetido em 2005 mostrou que americanos com
deficiência gastam 13,6 bilhões dólares EUA a cada ano somente em
viagens. Os estudos relatam que iria dobrar a frequência de suas viagens
se a indústria adotassem as práticas de turismo inclusivo.

O modelo social da deficiência, define a mesma como a interação entre a
capacidade funcional humana e as forças sociais. Identificar a deficiência
como uma interação é reconhecer que a mudança de ambiente e outras
respostas sociais para a diversidade natural na capacidade funcional dos
indivíduos diminui a incapacidade de todos os seres humanos. Em outras
palavras, a sociedade cria a experiência da deficiência recusando-se a
projetar para aqueles que estão fora de um determinado intervalo de
habilidades - mas pode optar por estender uma gama de diversidade
através de escolhas de design consciente. O modelo social de deficiência,
é o único modelo criado pela comunidade mundial de pessoas com
deficiência. Como tal, ele demonstra seu pressuposto fundamental de que
a experiência de pessoas com disabilites é o ponto de partida necessário
para qualquer política social justa, relacionado à pessoas com deficiência.
Este valor central é constatado no slogan do movimento pelos direitos dos
deficientes: "Nada sobre nós sem nós". Flui daí que é a afirmação de que
a plena participação das pessoas com deficiência, como especialistas em
sua própria experiência, é exigido em cada etapa. Este por sua vez , é a
afirmação da aplicação prática do modelo social da deficiência conhecida
como Design Universal. Sugiro aqui a leitura do livro prático da minha
colega Silvana Cambiaghi em Portugues “Desenho Universal - Métodos e
Técnicas Para Arquitetos e Urbanistas “ e o novo livro didático “Universal
Design: Creating Inclusive Environments” dos meus colegas Edward
Steinfeld e Jordana Maisel. ( http://www.amazon.com/Universal-Design-
Creating-Inclusive-Environments/dp/0470399139 ) No setor de turismo a
aplicação do Desenho Universal em todas as fases do desenvolvimento de
produtos turísticos, serviços e comunicação, bem como no
desenvolvimento e marketing de destinos, é conhecido como “Turismo
Inclusivo”. Nesta época que antecede a Copa 2014 e Rio 2016 é apenas
esta abordagem abrangente e incapacidade positiva para a política de
turismo e gestão de destino que pode criar produtos que apelam para esse
mercado global de 1 bilhão de pessoas.




6)   O sr já viajou por muitos países em seu trabalho e por lazer, quais
as melhores experiências em turismo e acessiblidade que o sr já encontrou?
Não há lugar que já tenha descoberto como desenvolver um turismo
inclusivo. As Ilhas Canárias, a cidade Takayama em Japão e varios lugares
no Canada são bons exemplos. Aqui no Brasil temos as cidades de
Socorro, Brotas, e Gramado. Não brincando, os que melhor sabem
proporcionar o que queremos á Disneyland! Vale dizer que eles tem a
vantagem do controle total sobre os próprios ambientes. É verdade .
Fazem isso objetivamente. Praticam “Destination Management” inclusivo.
Tem o atitude correta – proporcionar diversão, prazer. Ultrapassar as
normas e expectativas . Projetar uma experiência integral para todos. Até
inventaram uma palavra para quem desenha isso - “Imagineer.” Gosto
disso, eles praticam o que dizemos na indústria, “Vendemos não o e
simples viajar. Vendemos a Imaginação.”



7)     Sua relação com o Brasil é antiga, desde os tempos de estudante.
Quantas vezes já esteve no país e qual sua avaliação sobre a acessibilidade
por aqui ? Mudou muito nos últimos anos ? Estamos no caminho certo ?


Estive sete vezes no Brasil. Inclusive visitas de vários meses. Deixei minha
bolsa de estudo na USP em 1975 por falta de acessibilidade – até mesmo a
falta de desejo da universidade de corrigir a injustiça disso. Muitas coisas
estão melhores . Programas como Viver sem Limites mostram o caminho
certo além do erro estrutural de não incluir o Ministério de Turismo na
gerencia nacional do projeto.
Parabéns ao      governo que esta respondendo ao ímpeto do nosso
movimento. Ainda assim, a admissão de uma faixa de pessoas com
deficiência como clientes e consumidores pelo setor privado vai facilitar
uma inclusão social sustentável.


8)     Grandes eventos ocorrerão no Brasil proximamente, a Copa do Mundo de
Futebol em 2014, as Olimpíadas e Paralimpíadas em 2016. O que é preciso
fazer em termos de acessibilidade para receber bem as pessoas com
deficiência que viajarão para o Brasil ?

Nisso, cito a resposta do meu amigo Augusto Fernandes que tem
responsabilidade para acessibilidade no Comitê Brasileiro Paralimpiada e
Rio 2016:

      Inicialmente é preciso que todas as obras construídas para os jogos,
      sejam acessíveis e cumpram os as exigências nacionais e
      internacionais de acessibilidade. Em um segundo momento, não
      menos importante, é adequar toda a infraestrutura já existente e que
servirão para os jogos. Isto envolve, desde o sistema de transporte,
      vias públicas, acomodações e as instalações esportivas. Também, é
      de suma importância treinar as pessoas para operar todo este
      sistema e ao mesmo tempo conscientizar a população despertando
      uma nova visão e atitude perante as pessoas que possuem alguma
      deficiência ou mobilidade reduzida.

Veja como o ambiente e atitude juntos funcionando podem liberar o poder
algemado do povo brasileiro com deficiência, servir o cidadão e 80% do
que precisamos para receber bem as pessoas com deficiência que viajarão
para o Brasil. O genial deste enfoque é que somos nós como turistas
estrangeiros que retornarão os custos iniciais para o Brasil na forma de
lucros.


9)   O que esses eventos poderão deixar de legado nosso país nessa área ?

Sobre isso fizemos uma pesquisa de opinião com os brasileiros. A
arquiteta cadeirante que responde sobre acessibilidade na Copa 2014,
Silvana Cambiaghi , reporta o que se ouviu de 200 respostas: “Acredito
que além de corrigir algumas leis equivocadas da mobilidade urbana, o
Brasil precisa por em prática as leis vigentes , uma vez que um turista vai
para um país conhecer as "Cidades", restaurantes, entretenimento, lojas e
não apenas ir a um evento!”

Feito corretamente, atingiremos a visão de Augusto Fernandes:

      Será a maior transformação em acessibilidade feita em uma cidade
      brasileira, até então. Seja na infraestrutura, quanto nos serviços
      oferecidos beneficiando todos os moradores e turistas que visitarem
      o Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo servirá de modelo e estímulo
      para as demais cidades do Brasil.

O que sabemos de Londres, é que 86% dos adultos mudaram de opinião
sobre as pessoas com deficiência, após a Paraolimpíada. Derrubar as
barreiras arquitetônicas e atitudes, abre portas para que pessoas com
deficiência passam contribuir na cultura nos negócios, no meio
acadêmico, na arte, moda, entretenimento e ciência.




10) Quais são seus planos ? O que gostaria ainda de realizar não só na
área do turismo mas também em outros campos em relação a pessoas com
deficiência ?
Meu plano em relação ao Brasil e fazer tour jornalístico nos Estados sedes
dos jogos Copa 2014. Pretendo repetir o tour que fiz nas províncias da
África do Sul que sediou a Copa do Mundo 2010. Quero contar a historia
antes do Rio 2016 como é e para conhecer neste grande e belo país.




11) Qual sua mensagem final aos leitores brasileiros ?

Evitem os erros que cometemos nos EUA. Como disse Bertrand Russel,
“Porque repetir velhos erros quando há tantos erros novos para cometer?”

Mais conteúdo relacionado

Destaque

CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.
CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.
CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.Mai Vue
 
Evolución web 2.0
Evolución web 2.0Evolución web 2.0
Evolución web 2.0Diego Nieto
 
JAT2916-published on line-19 Sept 2013
JAT2916-published on line-19 Sept 2013JAT2916-published on line-19 Sept 2013
JAT2916-published on line-19 Sept 2013Sven Korte, Dr. PhD.
 
AnteproyectoredeRsociales
AnteproyectoredeRsocialesAnteproyectoredeRsociales
AnteproyectoredeRsocialesromerojulia
 
Sociedade TecnolóGica
Sociedade TecnolóGicaSociedade TecnolóGica
Sociedade TecnolóGicaLene Leros
 
2012 ao del_consumismo(1)
2012 ao del_consumismo(1)2012 ao del_consumismo(1)
2012 ao del_consumismo(1)amjg22
 
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio mineroscajamarca
 
Cuestionario ciencias
Cuestionario cienciasCuestionario ciencias
Cuestionario cienciasSonia Rivera
 
Workshop organizações cuturais online (slideshow)
Workshop organizações cuturais online (slideshow)Workshop organizações cuturais online (slideshow)
Workshop organizações cuturais online (slideshow)Serpentina
 
Manish Reference Letter - Parho Likho
Manish Reference Letter - Parho LikhoManish Reference Letter - Parho Likho
Manish Reference Letter - Parho LikhoManish Kumar
 

Destaque (18)

Diap mar
Diap marDiap mar
Diap mar
 
Um mundo de oportunidades
Um mundo de oportunidadesUm mundo de oportunidades
Um mundo de oportunidades
 
CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.
CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.
CERT New Certificate - Five Star Workforce Solutions, Inc.
 
Evolución web 2.0
Evolución web 2.0Evolución web 2.0
Evolución web 2.0
 
Obra
ObraObra
Obra
 
Hambre
HambreHambre
Hambre
 
Job Benchmarking, Driscoll Learning
Job Benchmarking, Driscoll LearningJob Benchmarking, Driscoll Learning
Job Benchmarking, Driscoll Learning
 
JAT2916-published on line-19 Sept 2013
JAT2916-published on line-19 Sept 2013JAT2916-published on line-19 Sept 2013
JAT2916-published on line-19 Sept 2013
 
HollywoodCEO: Mad Men
HollywoodCEO: Mad MenHollywoodCEO: Mad Men
HollywoodCEO: Mad Men
 
AnteproyectoredeRsociales
AnteproyectoredeRsocialesAnteproyectoredeRsociales
AnteproyectoredeRsociales
 
Commendation_letter
Commendation_letterCommendation_letter
Commendation_letter
 
Hist1 b2
Hist1 b2Hist1 b2
Hist1 b2
 
Sociedade TecnolóGica
Sociedade TecnolóGicaSociedade TecnolóGica
Sociedade TecnolóGica
 
2012 ao del_consumismo(1)
2012 ao del_consumismo(1)2012 ao del_consumismo(1)
2012 ao del_consumismo(1)
 
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio
Las mentiras de Ciudadanos por el Cambio
 
Cuestionario ciencias
Cuestionario cienciasCuestionario ciencias
Cuestionario ciencias
 
Workshop organizações cuturais online (slideshow)
Workshop organizações cuturais online (slideshow)Workshop organizações cuturais online (slideshow)
Workshop organizações cuturais online (slideshow)
 
Manish Reference Letter - Parho Likho
Manish Reference Letter - Parho LikhoManish Reference Letter - Parho Likho
Manish Reference Letter - Parho Likho
 

Semelhante a Turismo inclusivo e acessibilidade para pessoas com deficiência

Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos Internacionais
Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos InternacionaisTurismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos Internacionais
Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos InternacionaisScott Rains
 
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoO Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoScott Rains
 
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos Exemplos
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos ExemplosInclusão em Hotéis: Aprendendo pelos Exemplos
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos ExemplosScott Rains
 
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdf
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdfPRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdf
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdfPaulyeneAlves1
 
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
Tfg caderno 2 final   cópia final rosiTfg caderno 2 final   cópia final rosi
Tfg caderno 2 final cópia final rosirosilda candido
 
Orgulho na Deficiência e Viagem Global
Orgulho na Deficiência e Viagem GlobalOrgulho na Deficiência e Viagem Global
Orgulho na Deficiência e Viagem GlobalScott Rains
 
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdf
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdfcartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdf
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdfssuser1bdb90
 
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferenças
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferençasBreve reflexão sobre a escola e os alunos com diferenças
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferençasEduardo Pizarro
 
Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002asustecnologia
 
Apresentação voz da rua
Apresentação voz da ruaApresentação voz da rua
Apresentação voz da ruaalceman
 
Apresentação CRAS PMS.ppt
Apresentação  CRAS PMS.pptApresentação  CRAS PMS.ppt
Apresentação CRAS PMS.pptTatiana981167
 
Faap mexe a cadeira final-16-ago
Faap mexe a cadeira final-16-agoFaap mexe a cadeira final-16-ago
Faap mexe a cadeira final-16-agoBeatriz Belloti
 
livro_TA_ESCOLA.pdf
livro_TA_ESCOLA.pdflivro_TA_ESCOLA.pdf
livro_TA_ESCOLA.pdfAlinePin2
 
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35Valter Gomes
 
Antropologia e cultura olhares e discursos sobre os brasileiros
Antropologia e cultura  olhares e discursos sobre os brasileirosAntropologia e cultura  olhares e discursos sobre os brasileiros
Antropologia e cultura olhares e discursos sobre os brasileirosSalomao Lucio Dos Santos
 
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olhares
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olharesMODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olhares
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olharesLucas Souza Castro
 
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdf
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdfDescodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdf
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdfElviraLopes3
 
inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência RenataKelly25
 

Semelhante a Turismo inclusivo e acessibilidade para pessoas com deficiência (20)

Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos Internacionais
Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos InternacionaisTurismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos Internacionais
Turismo Inclusivo em Hoteis: Casos Praticos Internacionais
 
Guia do Ativador
Guia do AtivadorGuia do Ativador
Guia do Ativador
 
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com InclusãoO Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
O Brasil Entra no Palco do Mundo com Inclusão
 
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos Exemplos
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos ExemplosInclusão em Hotéis: Aprendendo pelos Exemplos
Inclusão em Hotéis: Aprendendo pelos Exemplos
 
Ser diferente é normal
Ser diferente é normalSer diferente é normal
Ser diferente é normal
 
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdf
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdfPRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdf
PRÁTICAS-DE-ENSINO-PARA-A-EDUCAÇÃO-ESPECIAL-NUMA-PERSPECTIVA-INCLUSIVA.pdf
 
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
Tfg caderno 2 final   cópia final rosiTfg caderno 2 final   cópia final rosi
Tfg caderno 2 final cópia final rosi
 
Orgulho na Deficiência e Viagem Global
Orgulho na Deficiência e Viagem GlobalOrgulho na Deficiência e Viagem Global
Orgulho na Deficiência e Viagem Global
 
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdf
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdfcartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdf
cartilha_diversidade_e_inclusão_cvc_corp.pdf
 
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferenças
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferençasBreve reflexão sobre a escola e os alunos com diferenças
Breve reflexão sobre a escola e os alunos com diferenças
 
Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002Decreto De Madri - 2002
Decreto De Madri - 2002
 
Apresentação voz da rua
Apresentação voz da ruaApresentação voz da rua
Apresentação voz da rua
 
Apresentação CRAS PMS.ppt
Apresentação  CRAS PMS.pptApresentação  CRAS PMS.ppt
Apresentação CRAS PMS.ppt
 
Faap mexe a cadeira final-16-ago
Faap mexe a cadeira final-16-agoFaap mexe a cadeira final-16-ago
Faap mexe a cadeira final-16-ago
 
livro_TA_ESCOLA.pdf
livro_TA_ESCOLA.pdflivro_TA_ESCOLA.pdf
livro_TA_ESCOLA.pdf
 
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35
Folhetim do Estudante - Ano III - Núm. 35
 
Antropologia e cultura olhares e discursos sobre os brasileiros
Antropologia e cultura  olhares e discursos sobre os brasileirosAntropologia e cultura  olhares e discursos sobre os brasileiros
Antropologia e cultura olhares e discursos sobre os brasileiros
 
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olhares
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olharesMODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olhares
MODELO SOCIAL DA DEFICIÊNCIA - Enxergando a vida com outros olhares
 
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdf
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdfDescodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdf
Descodificação de CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE.pdf
 
inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência inclusão social das pessoas com deficiência
inclusão social das pessoas com deficiência
 

Mais de Scott Rains

Numérisé sur une imprimante multifonctions
Numérisé sur une imprimante multifonctionsNumérisé sur une imprimante multifonctions
Numérisé sur une imprimante multifonctionsScott Rains
 
Graveur Coatantiec
Graveur CoatantiecGraveur Coatantiec
Graveur CoatantiecScott Rains
 
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3Scott Rains
 
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)Scott Rains
 
Belgium IYDP Data Sheet
Belgium IYDP Data SheetBelgium IYDP Data Sheet
Belgium IYDP Data SheetScott Rains
 
Belgium's IYDP Stamps
Belgium's IYDP  StampsBelgium's IYDP  Stamps
Belgium's IYDP StampsScott Rains
 
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...Scott Rains
 
Catalyst spring summer-2015
Catalyst spring summer-2015Catalyst spring summer-2015
Catalyst spring summer-2015Scott Rains
 
The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism
 The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism
The Purpose of a Conference on Inclusive TourismScott Rains
 
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014Scott Rains
 
Veterans with Disabilities Toolkit
Veterans with Disabilities ToolkitVeterans with Disabilities Toolkit
Veterans with Disabilities ToolkitScott Rains
 
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...Scott Rains
 
Disability Rights in Nepal: NAPD Magazine
Disability Rights in Nepal: NAPD MagazineDisability Rights in Nepal: NAPD Magazine
Disability Rights in Nepal: NAPD MagazineScott Rains
 
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010Scott Rains
 
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)Scott Rains
 
Declaration Montreal sur Tourisme pour Tous
Declaration Montreal sur Tourisme pour TousDeclaration Montreal sur Tourisme pour Tous
Declaration Montreal sur Tourisme pour TousScott Rains
 
Going to Wild Places I Could Only Dream About - Slideshow
Going to Wild Places I Could Only Dream About - SlideshowGoing to Wild Places I Could Only Dream About - Slideshow
Going to Wild Places I Could Only Dream About - SlideshowScott Rains
 
Destinations for All: How Far Have We Come?
Destinations for All: How Far Have We Come?Destinations for All: How Far Have We Come?
Destinations for All: How Far Have We Come?Scott Rains
 
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in Destinations
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in DestinationsMontreal Declaration on Inclusive Tourism in Destinations
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in DestinationsScott Rains
 

Mais de Scott Rains (20)

Numérisé sur une imprimante multifonctions
Numérisé sur une imprimante multifonctionsNumérisé sur une imprimante multifonctions
Numérisé sur une imprimante multifonctions
 
Graveur Coatantiec
Graveur CoatantiecGraveur Coatantiec
Graveur Coatantiec
 
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3
Guernsey Philatelic News Nov 1981 vol. 3
 
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)
Turkey: International Year of Disabled Persons (IYDP)
 
Belgium IYDP Data Sheet
Belgium IYDP Data SheetBelgium IYDP Data Sheet
Belgium IYDP Data Sheet
 
Belgium's IYDP Stamps
Belgium's IYDP  StampsBelgium's IYDP  Stamps
Belgium's IYDP Stamps
 
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...
Tracing Disability Representation After the1981UN International Year of Disab...
 
Catalyst spring summer-2015
Catalyst spring summer-2015Catalyst spring summer-2015
Catalyst spring summer-2015
 
The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism
 The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism
The Purpose of a Conference on Inclusive Tourism
 
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014
San Marino Declaration on Inclusive Tourism - 2014
 
Veterans with Disabilities Toolkit
Veterans with Disabilities ToolkitVeterans with Disabilities Toolkit
Veterans with Disabilities Toolkit
 
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...
On Disability and Tourism in Nepal: Article by Scott Rains and Interview with...
 
Disability Rights in Nepal: NAPD Magazine
Disability Rights in Nepal: NAPD MagazineDisability Rights in Nepal: NAPD Magazine
Disability Rights in Nepal: NAPD Magazine
 
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010
Travel South Africa in a Wheelchair - Forward Magzine, Feb 2010
 
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)
The Matera Manifesto on Cultural Inclusion (In Italian and English)
 
Declaration Montreal sur Tourisme pour Tous
Declaration Montreal sur Tourisme pour TousDeclaration Montreal sur Tourisme pour Tous
Declaration Montreal sur Tourisme pour Tous
 
Going to Wild Places I Could Only Dream About - Slideshow
Going to Wild Places I Could Only Dream About - SlideshowGoing to Wild Places I Could Only Dream About - Slideshow
Going to Wild Places I Could Only Dream About - Slideshow
 
Destinations for All: How Far Have We Come?
Destinations for All: How Far Have We Come?Destinations for All: How Far Have We Come?
Destinations for All: How Far Have We Come?
 
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in Destinations
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in DestinationsMontreal Declaration on Inclusive Tourism in Destinations
Montreal Declaration on Inclusive Tourism in Destinations
 
S10 p1
S10 p1S10 p1
S10 p1
 

Turismo inclusivo e acessibilidade para pessoas com deficiência

  • 1. REVISTA REAÇÃO Dr. Scott Rains srains@oco.net San Jose, California PERGUNTAS 1) Para sua apresentação aos nossos leitores, por favor, fale sobre suas atividades, cargos que ocupa, funções... Todas as informações sobre sua vida pessoal, formação acadêmica, idade, profissão, família, sua deficiência etc... Tudo o que está no blog A Vida que Segue estão corretas ? podemos usá-las na abertura da entrevista ? Sou um norte americano que tem adorado o Brasil e seu povo desde que escolhi o país como meu destino de intercambio durante o colegial. Voltei dois anos depois em 1975 já como cadeirante com bolsa de estudos para a USP. Hoje com 58 anos, destes, 40 como cadeirante e 30 como marido, tenho visto muitas mudanças no país. Sou grato por ter sido convidado para contribuir um pouco. Tenho boa lembrança de ter dado o primeiro workshop no país sobre Desenho Universal em turismo na abertura do 3° Congresso Internacional sobre Desenho Universal "Projetando para o Século XXI." 2) Quando o sr começou a se interessar por turismo adaptado ? A verdade é que turismo “adaptado” não me interessa. Falo de turismo inclusivo. Adaptar supõe uma norma que tem que ser modificada para 23.9% de pessoas do Brasil e do Mundo, e que num mercado do tamanho da população da China fica ‘fora” – fora do dito normal, das normas, do mercado, ou da vida social. Quando estiver adequado com a ideologia que classifica “adaptação” como justiça, já haveremos perdido ao nível de preconceitos de nosso valor. Ambos como seres humanos e como segmento consumidor. Falta ainda constatar na arquitetura, na atitude e na qualidade dos serviços essa adaptação e normas, notadamente mais sutis e completamente desconhecida pelos que não fazem parte da nossa comunidade de PCD. Percebemos a falta da nossa gente no mercado e eliminamos um destino , uma possibilidade de maior participação.
  • 2. Demonstram as representações visuais que não fazemos parte do mundo dos que tem responsabilidade por si mesmo, e ,por isso sabemos que não se tem pensado em como criar, planejar uma experiência agradável para nós. 3) A questão do turismo é bastante discutida entre as pessoas com deficiência, com muitos estudos para definições das melhores rotas, hotéis acessíveis, transportes adaptados. O sr afirma que o caminho não é o turismo adaptado mas sim o turismo acessível. Qual a diferença entre os dois conceitos ? Existem artigos sobre a realidade de hoje, sim. É importante para nós como viajantes. Acho mais importante nesta época, discussões fortificadas com os estudos acadêmicos e profissionais sobre o comportamento de viagem (Techinical term in English “travel behavior”) e processos decisórios do mercado que é” viajantes com deficiência”. No Brasil estamos esperando os resultados da primeira pesquisa nacional sobre a comunidade de pessoas com deficiências como viajantes. Cumprimento os responsáveis no governo com visão de iniciar a investigação necessária para desenvolver uma implantação verdadeiramente brasileira de turismo inclusivo. Com pesquisa confiável podemos iniciar com o “destination management”. Para isso é necessário um plano de turismo integral visando um destino que adote os princípios e mandamentos de desenho universal. 4) Por que acessibilidade A verdadeira inclusão é simplesmente uma cultura humanizada. Nela o que tem prioridade é o valor do individuo seja qual for o nível de capacidade de deficiência que tiver. A Acessibilidade é necessária para a verdadeira inclusão. A Inclusão floresce somente no solo da acessibilidade. Nosso comportamento "natural", seja social ou econômico, é distorcido pela falta de acessibilidade, que nos exclui da participação plena como cidadãos, ou no meu caso, como convidado do Brasil.
  • 3. Lembro que dizemos “Qualquer viagem e esporte radical quando tiver deficiência.” Viajamos para nos testar contra os desafios de sair de nossa zona de conforto, queremos escolher desafios interessantes como outros que viajem, não com problemas com embarcar no avião, entrar no banheiro, sobreviver com a falta de sinal de emergência visual no quarto do hotel se formos surdos e etc... É uma decisão perigosa para a empresa, excluir lucros do mercado que está crescendo tão rápido no setor de turismo de deficiência. 5) O que pode representar o turismo para as pessoas com deficiência ? É diferente em relação a pessoas sem deficiência ? As respostas não são curtas. Primeiro de tudo turismo é um negócio e como tal sobrevive de lucro. A falta de imaginar 1/4 da população como consumidor dos produtos de turismo desde o princípio, garante que o produto não vai ser adequado. Pois, quem somos nós? Tradicionalmente a deficiência recebeu o seu lugar na sociedade por instituições poderosas que nos adotou como os objetos de sua preocupação: religião, medicina e negócios para citar três. Cada uma desenvolveu um modelo de deficiência de acordo com sua visão de mundo. Pessoas com deficiência têm desenvolvido o seu próprio modelo de deficiência fazendo surgir uma fome de justiça. O Modelo Social da Deficiência, juntamente com seu protocolo de soluções práticas, conhecido como Desenho Universal, classifica os outros três como ideologias que mantêm as pessoas com deficiência como impotente e passiva. No entanto com os limites exagerados que experimentamos como pessoas com deficiência, ensinamos e tornamos a ensinar a realidade fundamental do ser humano e encarnado somos interdependentes. A Independência flui da adequada interdependência e não vice-versa. Nós brincamos que "Toda viagem é um esporte radical quando você é uma pessoa com deficiência." Nós projetamos sistemas de transporte, hotéis, restaurantes e atitudes que nos inclui. Lutamos para que os projetos sejam implementados , sem mudanças, ou influenciadas pela corrupção. Então, viajamos, assim como qualquer pioneiro, para descobrir exatamente como, porque e onde estes sistemas falham. O modelo de caridade de deficiência carrega um tom de julgamento moral. Nele o PCD participa como beneficiário de atos individuais ou corporativos
  • 4. de caridade. O caminho de filantropo está fechado para eles. O estigma social exagera na sua distância social, proporcionando uma narrativa preconcebida de carência em que suas necessidades estão por ser assumidas e entendidas por todos, mesmo para aqueles que não têm experiência direita da vida de uma pessoa com deficiência. A responsabilidade adulta para o auto aperfeiçoamento moral, bem como a alegria sem ego de auto doação através do dar, é limitado a pouco mais do que ser uma "inspiração". Em seus mais cínicos modelos de caridade, o que perpetua sem reservas uma classe privilegiada, é o direito de dar o que o doador considere adequado para um destinatário cuja esperada resposta é a gratidão. Leis que permitam o acesso a edifícios arquitetonicamente sem graça ou soluciona agrupamentos isolados de cadeiras de rodas em seções consideradas inutilizável devido as barreiras que bloqueiam a visão do campo de jogo são dois exemplos do modelo de caridade disfarçada de como “ acessibilidade”. O modelo médico da deficiência evoluiu em campo limitado, onde a cura de uma condição médica aguda ou a manutenção da saúde em uma condição crônica era o objetivo. No caso pior, o modelo pivô em torno de uma relação desequilibrada em que o profissional médico dispensa o conhecimento privilegiado a um PCD e se espera obedecer muitas vezes sem ser oferecido alternativas ou justificativas fornecidas para pessoas sem deficiência. A condescendência pode assim inundar a prática médica. De tal modo que o modelo médico da deficiência é às vezes considerado um caso do modelo de caridade. Explicando assim que o conhecimento não o dinheiro, é o que ancora uma relação de dominação e submissão. Uma das consequências do exagero deste modelo é o falso pressuposto pelo público que questões de saúde ou cura são de interesse constante no cotidiano das pessoas com deficiência. Outra, é a adoção de atitude de dominação paternalista pelo publico, por exemplo: por um motorista de ônibus ou uma comissária de bordo que não foram adequadamente treinados para no uso de seus equipamentos e insistem na obediência a seus "pacientes" que têm conhecimento íntimo - às vezes ate diário - dos mecanismos e protocolos e as ameaças á saúde deles e suas consequências.. O modelo econômico de deficiência é o conceito mais recente e menos desenvolvido para explicar a construção social e manutenção da deficiência. Aqui, os princípios do ” Desenho Universal” são aplicados para criar produtos, ambientes e comunicação a serem utilizados por todas as pessoas, na maior extensão possível, sem necessidade de adaptação ou desenho especializado. O modelo propõe que as pessoas com deficiência em geral, e os de compartilhamento de deficiências semelhantes, especificamente, irá apresentar um comportamento econômico similar. Por exemplo, as pessoas com deficiência irão reconhecer e comprar produtos e serviços projetados para acomodar suas limitações em função do corpo, desde que estes não mais os estigmatize
  • 5. como diferentes. Estudos têm mostrado que os viajantes com deficiência tomam decisões de viagem baseados mais nas recomendações boca-a- boca do que qualquer outro segmento do público viajante. Um estudo feito nos EUA, em 2002, e repetido em 2005 mostrou que americanos com deficiência gastam 13,6 bilhões dólares EUA a cada ano somente em viagens. Os estudos relatam que iria dobrar a frequência de suas viagens se a indústria adotassem as práticas de turismo inclusivo. O modelo social da deficiência, define a mesma como a interação entre a capacidade funcional humana e as forças sociais. Identificar a deficiência como uma interação é reconhecer que a mudança de ambiente e outras respostas sociais para a diversidade natural na capacidade funcional dos indivíduos diminui a incapacidade de todos os seres humanos. Em outras palavras, a sociedade cria a experiência da deficiência recusando-se a projetar para aqueles que estão fora de um determinado intervalo de habilidades - mas pode optar por estender uma gama de diversidade através de escolhas de design consciente. O modelo social de deficiência, é o único modelo criado pela comunidade mundial de pessoas com deficiência. Como tal, ele demonstra seu pressuposto fundamental de que a experiência de pessoas com disabilites é o ponto de partida necessário para qualquer política social justa, relacionado à pessoas com deficiência. Este valor central é constatado no slogan do movimento pelos direitos dos deficientes: "Nada sobre nós sem nós". Flui daí que é a afirmação de que a plena participação das pessoas com deficiência, como especialistas em sua própria experiência, é exigido em cada etapa. Este por sua vez , é a afirmação da aplicação prática do modelo social da deficiência conhecida como Design Universal. Sugiro aqui a leitura do livro prático da minha colega Silvana Cambiaghi em Portugues “Desenho Universal - Métodos e Técnicas Para Arquitetos e Urbanistas “ e o novo livro didático “Universal Design: Creating Inclusive Environments” dos meus colegas Edward Steinfeld e Jordana Maisel. ( http://www.amazon.com/Universal-Design- Creating-Inclusive-Environments/dp/0470399139 ) No setor de turismo a aplicação do Desenho Universal em todas as fases do desenvolvimento de produtos turísticos, serviços e comunicação, bem como no desenvolvimento e marketing de destinos, é conhecido como “Turismo Inclusivo”. Nesta época que antecede a Copa 2014 e Rio 2016 é apenas esta abordagem abrangente e incapacidade positiva para a política de turismo e gestão de destino que pode criar produtos que apelam para esse mercado global de 1 bilhão de pessoas. 6) O sr já viajou por muitos países em seu trabalho e por lazer, quais as melhores experiências em turismo e acessiblidade que o sr já encontrou?
  • 6. Não há lugar que já tenha descoberto como desenvolver um turismo inclusivo. As Ilhas Canárias, a cidade Takayama em Japão e varios lugares no Canada são bons exemplos. Aqui no Brasil temos as cidades de Socorro, Brotas, e Gramado. Não brincando, os que melhor sabem proporcionar o que queremos á Disneyland! Vale dizer que eles tem a vantagem do controle total sobre os próprios ambientes. É verdade . Fazem isso objetivamente. Praticam “Destination Management” inclusivo. Tem o atitude correta – proporcionar diversão, prazer. Ultrapassar as normas e expectativas . Projetar uma experiência integral para todos. Até inventaram uma palavra para quem desenha isso - “Imagineer.” Gosto disso, eles praticam o que dizemos na indústria, “Vendemos não o e simples viajar. Vendemos a Imaginação.” 7) Sua relação com o Brasil é antiga, desde os tempos de estudante. Quantas vezes já esteve no país e qual sua avaliação sobre a acessibilidade por aqui ? Mudou muito nos últimos anos ? Estamos no caminho certo ? Estive sete vezes no Brasil. Inclusive visitas de vários meses. Deixei minha bolsa de estudo na USP em 1975 por falta de acessibilidade – até mesmo a falta de desejo da universidade de corrigir a injustiça disso. Muitas coisas estão melhores . Programas como Viver sem Limites mostram o caminho certo além do erro estrutural de não incluir o Ministério de Turismo na gerencia nacional do projeto. Parabéns ao governo que esta respondendo ao ímpeto do nosso movimento. Ainda assim, a admissão de uma faixa de pessoas com deficiência como clientes e consumidores pelo setor privado vai facilitar uma inclusão social sustentável. 8) Grandes eventos ocorrerão no Brasil proximamente, a Copa do Mundo de Futebol em 2014, as Olimpíadas e Paralimpíadas em 2016. O que é preciso fazer em termos de acessibilidade para receber bem as pessoas com deficiência que viajarão para o Brasil ? Nisso, cito a resposta do meu amigo Augusto Fernandes que tem responsabilidade para acessibilidade no Comitê Brasileiro Paralimpiada e Rio 2016: Inicialmente é preciso que todas as obras construídas para os jogos, sejam acessíveis e cumpram os as exigências nacionais e internacionais de acessibilidade. Em um segundo momento, não menos importante, é adequar toda a infraestrutura já existente e que
  • 7. servirão para os jogos. Isto envolve, desde o sistema de transporte, vias públicas, acomodações e as instalações esportivas. Também, é de suma importância treinar as pessoas para operar todo este sistema e ao mesmo tempo conscientizar a população despertando uma nova visão e atitude perante as pessoas que possuem alguma deficiência ou mobilidade reduzida. Veja como o ambiente e atitude juntos funcionando podem liberar o poder algemado do povo brasileiro com deficiência, servir o cidadão e 80% do que precisamos para receber bem as pessoas com deficiência que viajarão para o Brasil. O genial deste enfoque é que somos nós como turistas estrangeiros que retornarão os custos iniciais para o Brasil na forma de lucros. 9) O que esses eventos poderão deixar de legado nosso país nessa área ? Sobre isso fizemos uma pesquisa de opinião com os brasileiros. A arquiteta cadeirante que responde sobre acessibilidade na Copa 2014, Silvana Cambiaghi , reporta o que se ouviu de 200 respostas: “Acredito que além de corrigir algumas leis equivocadas da mobilidade urbana, o Brasil precisa por em prática as leis vigentes , uma vez que um turista vai para um país conhecer as "Cidades", restaurantes, entretenimento, lojas e não apenas ir a um evento!” Feito corretamente, atingiremos a visão de Augusto Fernandes: Será a maior transformação em acessibilidade feita em uma cidade brasileira, até então. Seja na infraestrutura, quanto nos serviços oferecidos beneficiando todos os moradores e turistas que visitarem o Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo servirá de modelo e estímulo para as demais cidades do Brasil. O que sabemos de Londres, é que 86% dos adultos mudaram de opinião sobre as pessoas com deficiência, após a Paraolimpíada. Derrubar as barreiras arquitetônicas e atitudes, abre portas para que pessoas com deficiência passam contribuir na cultura nos negócios, no meio acadêmico, na arte, moda, entretenimento e ciência. 10) Quais são seus planos ? O que gostaria ainda de realizar não só na área do turismo mas também em outros campos em relação a pessoas com deficiência ?
  • 8. Meu plano em relação ao Brasil e fazer tour jornalístico nos Estados sedes dos jogos Copa 2014. Pretendo repetir o tour que fiz nas províncias da África do Sul que sediou a Copa do Mundo 2010. Quero contar a historia antes do Rio 2016 como é e para conhecer neste grande e belo país. 11) Qual sua mensagem final aos leitores brasileiros ? Evitem os erros que cometemos nos EUA. Como disse Bertrand Russel, “Porque repetir velhos erros quando há tantos erros novos para cometer?”