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NÚCLEO CENTRADO NO APRENDIZADO E A REFLEXIVIDADE NA AULA.
Por: Abdul Sulemane Manafe (2022)
Resumo
Objectivou-se realizar a presente reflexão propondo a necessidade de abandono da narrativa na sala-de-
aula e a adopção de estratégias que induzam a aprendizagem de significados aos alunos, por meio de
actividades colaborativas. Entretanto, esta resenha não é apenas uma narrativa da acção contemporânea,
mas um desabrochar do modelo de educação perpetuada e desfasada de significados que, embora
propalada pelo professor, contribui para desconstrução do ser humano e a insignificância da escola. E
concludente afirmar mesmo a indagar, que a escola não será o espaço ideal de convergência cultural e da
construção de desconvergência em uma cultura universal (saber cientifico)? Sanar problemas como este já
não requer peripécias de pensadores, apenas uma inovação das teorias de aprendizagem porque nada de
novo virá. Tudo está traçado.
1. O que é ensino centrado no aluno?
Ensino centrado no aluno, tendo o professor como mediador, é ensino em que o aluno fala muito
e o professor fala pouco. Deixar os alunos falarem implica usar estratégias nas quais possam
discutir, negociar significados entre si, apresentar oralmente ao grande grupo o produto de suas
actividades colaborativas, receber e fazer críticas. O aluno deve ser activo, não passivo
Tal como advoga Moreira (2010), ensino centrado no aluno implica não somente a relação
dialógica, interaccionista social, professor-aluno, mas também a interacção aluno-aluno. Para
isso, o ensino deve ser organizado de modo a prover situações que os alunos devem resolver
colaborativamente, em pequenos grupos. As situações propostas aos alunos para serem
resolvidas de modo colaborativo devem fazer sentido para eles, devem ser relevantes para eles.
E, aí, o papel do professor é fundamental: é ele ou ela quem deve escolher cuidadosamente as
situações. Além disso, o docente é o grande mediador da intensa interacção social que decorre
desse tipo de actividade, em sala de aula ou em ambientes virtuais.
Ensino centrado no aluno não é ensino que minimize o papel do professor. Tirá-lo do papel
de narrador não significa, de modo algum, reduzir sua importância. Ao contrário, como mediador
e organizador de situações de aprendizagem centradas no aluno, ele ou ela é mais importante do
que como narrador(a).
E, decorrente do processo de ensino e aprendizagem, a avaliação é também, segundo Novak
(2010), um dos lugares comuns do evento educativo (juntamente com o ensino, a aprendizagem,
o currículo e o contexto). A avaliação formativa acompanha em que medida está ocorrendo a
aprendizagem (significativa, crítica), é processual, contrariamente à somativa que é final. A
recursividade permite que o aprendiz refaça as tarefas de aprendizagem, aproveite o erro como
factor de aprendizagem.
2. Como então, facilitar a aprender a aprender criticamente?
Rogers, já dizia isso em 1969, “o que há de novo na prática? Provavelmente
nada!” Apesar de falas emblemáticas, a maioria de escolas continua behaviorista e calcada na
narrativa. Os professores continuam narrando conhecimentos que os alunos devem reproduzir em
exames, e esquecer pouco tempo depois. Essa escola não educa, somente treina.
Conforme Moreira (2005), há várias respostas, procurando contribuir cada, para facilitar a
aprendizagem significativa crítica ou fazer com que o aluno aprenda a aprender criticamente:
1. Levar em conta o conhecimento prévio do aluno – é a variável que influencia a
aprendizagem significativa. Como ser crítico de algo que não foi aprendido
significativamente.
2. Abandonar a narrativa - centrar o ensino nos alunos, em actividades colaborativas
ou individuais, que impliquem externalização dos significados que estão sendo por eles
captados. “Negociar” significados.
3. Estimular os alunos a perguntarem - É mais importante perguntar (i.e. buscar
conhecimento) do que saber respostas (muitas vezes sem significado).
4. Utilizar distintos materiais educativos - ater-se em um único material (livro, apostila,
manual, notas de aula) é treinamento, não educação.
5. Ensinar que o significado está nas pessoas - não nas palavras, nas coisas. Os
significados são contextuais.
6. Aproveitar o erro como factor de aprendizagem - É normal errar. O conhecimento
científico, por exemplo, progride corrigindo teorias erradas. É bom incentivar os alunos a
buscarem outras explicações.
7. Mostrar que o conhecimento humano é incerto - que depende das perguntas feitas, das
definições e metáforas utilizadas,
8. Implementar distintas estratégias de ensino. Assim como os materiais educativos,
as·estratégias de ensino também devem ser diversificados. Abandonar o quadro-de-giz
(ou os slides Power Point) como única estratégia. Usar sempre a mesma estratégia torna
o ensino aborrecido e não estimula a criticidade.
9. Ajudar os alunos a livrarem-se dos obstáculos epistemológicos - Incentivá-los a
desaprender (no sentido de não usar) conhecimentos que podem estar bloqueando a
aprendizagem significativa de outros.
Provavelmente, o aluno que perceber que novos conhecimentos tem a ver com seus
conhecimentos prévios, que aprender esses conhecimentos a partir de diferentes materiais
educativos e diferentes estratégias de ensino, que captar seus significados como sendo
contextuais, que entender que tais conhecimentos podem ser muito bons, mas são incertos pois
dependem de perguntas, definições e metáforas, será um construtivista crítico e um permanente
aprendiz. Os alunos merecem mais, a escola deve mudar, o ensino deve passar a ser centrado nos
estudantes, estimulando a negociação de significados, as actividades colaborativas, a criticidade,
o aprender a aprender, a educação, não simplesmente o treinamento comportamentalista. As
práticas educacionais devem mudar, os tempos são outros.
Referência
Moreira, M. A. (2010). Abandono da Narrativa, Ensino Centrado no Aluno e Aprender a
Aprender Criticamente. UFRGS. Brasil
Moreira, M.A. (2005). Aprendizagem significativa crítica. Porto Alegre: Instituto de Física,
UFRGS. Brasil
Novak, J.D. (2010). Learning, creating, and using knowledge. Concept maps as facilitative tools
in schools and corporations. 2nd ed. New York and London: Routledge
Rogers, C.R. (1969). Freedom to learn. Columbus, OH: Charles E. Merril.

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  • 1. NÚCLEO CENTRADO NO APRENDIZADO E A REFLEXIVIDADE NA AULA. Por: Abdul Sulemane Manafe (2022) Resumo Objectivou-se realizar a presente reflexão propondo a necessidade de abandono da narrativa na sala-de- aula e a adopção de estratégias que induzam a aprendizagem de significados aos alunos, por meio de actividades colaborativas. Entretanto, esta resenha não é apenas uma narrativa da acção contemporânea, mas um desabrochar do modelo de educação perpetuada e desfasada de significados que, embora propalada pelo professor, contribui para desconstrução do ser humano e a insignificância da escola. E concludente afirmar mesmo a indagar, que a escola não será o espaço ideal de convergência cultural e da construção de desconvergência em uma cultura universal (saber cientifico)? Sanar problemas como este já não requer peripécias de pensadores, apenas uma inovação das teorias de aprendizagem porque nada de novo virá. Tudo está traçado. 1. O que é ensino centrado no aluno? Ensino centrado no aluno, tendo o professor como mediador, é ensino em que o aluno fala muito e o professor fala pouco. Deixar os alunos falarem implica usar estratégias nas quais possam discutir, negociar significados entre si, apresentar oralmente ao grande grupo o produto de suas actividades colaborativas, receber e fazer críticas. O aluno deve ser activo, não passivo Tal como advoga Moreira (2010), ensino centrado no aluno implica não somente a relação dialógica, interaccionista social, professor-aluno, mas também a interacção aluno-aluno. Para isso, o ensino deve ser organizado de modo a prover situações que os alunos devem resolver colaborativamente, em pequenos grupos. As situações propostas aos alunos para serem resolvidas de modo colaborativo devem fazer sentido para eles, devem ser relevantes para eles. E, aí, o papel do professor é fundamental: é ele ou ela quem deve escolher cuidadosamente as situações. Além disso, o docente é o grande mediador da intensa interacção social que decorre desse tipo de actividade, em sala de aula ou em ambientes virtuais. Ensino centrado no aluno não é ensino que minimize o papel do professor. Tirá-lo do papel de narrador não significa, de modo algum, reduzir sua importância. Ao contrário, como mediador e organizador de situações de aprendizagem centradas no aluno, ele ou ela é mais importante do que como narrador(a). E, decorrente do processo de ensino e aprendizagem, a avaliação é também, segundo Novak (2010), um dos lugares comuns do evento educativo (juntamente com o ensino, a aprendizagem, o currículo e o contexto). A avaliação formativa acompanha em que medida está ocorrendo a aprendizagem (significativa, crítica), é processual, contrariamente à somativa que é final. A recursividade permite que o aprendiz refaça as tarefas de aprendizagem, aproveite o erro como factor de aprendizagem.
  • 2. 2. Como então, facilitar a aprender a aprender criticamente? Rogers, já dizia isso em 1969, “o que há de novo na prática? Provavelmente nada!” Apesar de falas emblemáticas, a maioria de escolas continua behaviorista e calcada na narrativa. Os professores continuam narrando conhecimentos que os alunos devem reproduzir em exames, e esquecer pouco tempo depois. Essa escola não educa, somente treina. Conforme Moreira (2005), há várias respostas, procurando contribuir cada, para facilitar a aprendizagem significativa crítica ou fazer com que o aluno aprenda a aprender criticamente: 1. Levar em conta o conhecimento prévio do aluno – é a variável que influencia a aprendizagem significativa. Como ser crítico de algo que não foi aprendido significativamente. 2. Abandonar a narrativa - centrar o ensino nos alunos, em actividades colaborativas ou individuais, que impliquem externalização dos significados que estão sendo por eles captados. “Negociar” significados. 3. Estimular os alunos a perguntarem - É mais importante perguntar (i.e. buscar conhecimento) do que saber respostas (muitas vezes sem significado). 4. Utilizar distintos materiais educativos - ater-se em um único material (livro, apostila, manual, notas de aula) é treinamento, não educação. 5. Ensinar que o significado está nas pessoas - não nas palavras, nas coisas. Os significados são contextuais. 6. Aproveitar o erro como factor de aprendizagem - É normal errar. O conhecimento científico, por exemplo, progride corrigindo teorias erradas. É bom incentivar os alunos a buscarem outras explicações. 7. Mostrar que o conhecimento humano é incerto - que depende das perguntas feitas, das definições e metáforas utilizadas, 8. Implementar distintas estratégias de ensino. Assim como os materiais educativos, as·estratégias de ensino também devem ser diversificados. Abandonar o quadro-de-giz (ou os slides Power Point) como única estratégia. Usar sempre a mesma estratégia torna o ensino aborrecido e não estimula a criticidade. 9. Ajudar os alunos a livrarem-se dos obstáculos epistemológicos - Incentivá-los a desaprender (no sentido de não usar) conhecimentos que podem estar bloqueando a aprendizagem significativa de outros. Provavelmente, o aluno que perceber que novos conhecimentos tem a ver com seus conhecimentos prévios, que aprender esses conhecimentos a partir de diferentes materiais educativos e diferentes estratégias de ensino, que captar seus significados como sendo contextuais, que entender que tais conhecimentos podem ser muito bons, mas são incertos pois dependem de perguntas, definições e metáforas, será um construtivista crítico e um permanente aprendiz. Os alunos merecem mais, a escola deve mudar, o ensino deve passar a ser centrado nos estudantes, estimulando a negociação de significados, as actividades colaborativas, a criticidade,
  • 3. o aprender a aprender, a educação, não simplesmente o treinamento comportamentalista. As práticas educacionais devem mudar, os tempos são outros. Referência Moreira, M. A. (2010). Abandono da Narrativa, Ensino Centrado no Aluno e Aprender a Aprender Criticamente. UFRGS. Brasil Moreira, M.A. (2005). Aprendizagem significativa crítica. Porto Alegre: Instituto de Física, UFRGS. Brasil Novak, J.D. (2010). Learning, creating, and using knowledge. Concept maps as facilitative tools in schools and corporations. 2nd ed. New York and London: Routledge Rogers, C.R. (1969). Freedom to learn. Columbus, OH: Charles E. Merril.