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Capítulo 12 – A universidade de ontem e de hoje
Anísio Spínola Teixeira
Mestranda: Fernanda Bortolin Maciel
Frederico Westphalen, dezembro de 2015.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Evolução lenta
Século XIX: espírito de segregação
Iniciou-se na pesquisa desde o começo do século XX
Objetivava a harmoniosa cultura clássica
Saber aplicado e utilitário, que visava à vida do espírito – olhado
com desdém
Com a pesquisa, buscava o saber pelo saber
• Mestres e estudantes continuavam em
sua independência e isolamento.
• O culto do saber do passado ou a
busca do saber do futuro era a forma
leiga de convento, de alheamento aos
negócios do mundo e de entrega da
vida aos prazeres do espírito.
• Esse isolamento era corrigido com a
formação profissional (clero, bacharel
em direito, médico e engenheiro).
Fim da
Idade
Média:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
A formação profissional não constituía o coração da
universidade, mas sua extensão ou desenvolvimento –
a formação universitária era a da cultura clássica,
seguida da pesquisa (primeiramente relativa a essa
cultura clássica, depois relativa à ciência experimental).
Mesmo com a ciência experimental, a universidade
continuou sua busca do “saber pelo saber”, do saber
como um fim em si mesmo.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Exceção: universidade
americana, que
davam à pesquisa o
caráter prático de
saber aplicado.
Missão da
universidade: guarda
e transmissão do
saber!
Orgulhava-se de seus
poucos alunos e da
alta qualidade de
seus intelectuais e
eruditos.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Revolução
científica
Revolução
industrial
Revolução
democrática
Últimos 150 anos: para alguns, a
universidade vem perdendo sua
unidade e seu senso de missão.
UNIVERSIDADE:
• Guarda e
• Cuidado
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
DA CULTURA
HUMANA
Equipamento maior
da vida da própria
sociedade!!
Formação
e ensino
Pesquisa
Serviço
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
OBJETIVOS:
Oxford e Cambridge – importantes para esclarecer
a missão da universidade – buscaram conservar a
cultura clássica.
• Universidade como exercício mental e não
simples transmissão do saber.
• Forma o homem para “refletir com precisão e
conversar com graça e facilidade e dispor
daquele famoso e inteligente senso de humor,
que lhe valeria como melhor substituto até
então descoberto para a sabedoria”.
• Formação da elite humana.
• Melhor exemplo para formação de uma elite
para o governo e o serviço público.
Oxford –
formação
não
utilitária.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Newman (1852) fundou a universidade de Dublin
Excluía a pesquisa e condenava o caráter utilitário no seu
ensino, devendo o saber constituir o seu próprio fim.
Também Whitehead compartilhava dessa filosofia, devendo a
universidade ter por essência o ensino e a cultura do espírito.
Após essa concepção - Flexner – Universidade Moderna: “não existe fora mas dentro
da contextura geral da sociedade de determinada época”; é uma expressão de época;
Universidade de Berlim de Humboldt e universidade de Manchester – ambas
devotadas à ciência e ao seu tempo
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Longa e extrema luta para inclusão da
pesquisa e da ciência na universidade.
Representou a expansão:
• No desenvolvimento dos estudos de pós-graduação;
• Na educãaão de adultos e
• Na multiplicação de escolas profissionais de todo
gênero.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Instituição de serviço nacional,
devotada à solução de problemas
• À apreciação crítica das conquistas
realizadas
• Pesquisa dirigida e aplicada para o
desenvolvimento e a defesa nacional
Outra
transformação:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Instituição que rompe resistências, nova por sua complexidade e variedade, seu
pluralismo , bem como confusão e divisionismo
Presidente Kerr – Universidade da Califórnia –
analisou a imensa transformação da universidade –
MULTIVERSIDADE
• Aumento no número de alunos
• Qualidade do estudante diminuiu
• Diminuiu a qualidade dos estudos
• Aumento no número de cursos
• Pesquisa aumentou enormemente
Humboldt,
Newman e
Flexner não
reconheciam
suas
universidades
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Hoje, a ciência fez-se a grande mola
de competição do mundo
desenvolvido e nenhuma força lhe é
igualada em importância e alcance.
Universidade na busca de soluções para uma
sociedade totalmente industrializada, penetrada
na ciência e tecnologia e coletivamente
organizadas sob a forma de grandes grupos com
interesses diversos e muitas vezes contraditórios.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Kerr – Laissez-faire universitário – liberdade de de
experimentar e tentar, característica da civilização
pluralista e democrática, cria a “moderna universidade
americana”, considerada um conjunto de fragmentos,
experimentos e conflitos.
• “Nenhuma universidade pode visar mais alto do que
que ser tão britânica (Oxford e Cambridge) quanto
possível, em relação aos seus graduandos, tão
germânica (Berlim, Halle e Gottingen) quanto seus pós-
graduandos e pesquisadores e tão americana (Harvard
e Wisconsin) quanto possível para o público em geral.”
• Nathan Pusey - Ocorreu um crescimento e
mudança, quanto ao currículo e quanto à
natureza da universidade contemporânea,
alargamento de sua área internacional de
interesse, avanço do saber, crescente renovação e
extrema complexidade dos métodos de pesquisa.
• Mudanças na orientação intelectual e nas
aspirações da universidade contemporânea.
• Aumento nos investimentos na universidade, no
quadro de professores, campus, nas estações
experimentais, programas no estrangeiro,
cursos... MULTIVERSIDADE
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Estudantes e sua tipologia:
• Típico do colégio (clubes, atletismo)
• Acadêmico (estudantes sérios, de pura vida intelectual)
• Vocacional (estudantes em busca de treinamento
específico)
• Não-conformista (políticos ativistas, intelectuais
agressivos e boêmios)
• Estudante individual (enfrenta extrema diversidade de
oportunidades que seu currículo oferece)
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Pesquisa já é a mais importante das funções.
• “Homens da empresa da ciência e da cultura” – novos
ricos.
• Movimento das escolas estaduais nos Estados Unidos –
Nova universidade que se voltava tanto para o
desenvolvimento do gentleman como à pesquisa
tecnológica, à pesquisa econômica e à pesquisa em
todos os aspectos políticos e sociais da democracia.
• “A universidade rompia com as tradições originárias de
formadora da elite, para se abrir a todos se ser o
grande instrumento de igualdade de oportunidade
para todos.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
Novo tipo de
universidade:
• Aberta
• Popular
• Participantes do
progresso
• Alto prestígio
intelectual
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• A separação entre ciência e aplicações da
ciência quase deixa de existir.
• Universidades se “entregam” ao serviço da
tecnologia.
• Universidade sendo solicitada para dar sua
contribuição científica ao progresso da
civilização.
• Ciência como preocupação central dos
governos.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Universidades são arrancadas da sua
segregação de instituição de formação de
homens e de busca desinteressada e lenta do
saber para ser lançada no redemoinho da
competição internacional e dos conflitos de
poder. Mas, não perder de vista:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Liberdade do saber
• Alargamento dos horizontes da igualdade
de oportunidades
• Aperfeiçoamento da formação humana.
Objetivos
perenes da
Universidade:
• A consolidação da herança greco-latina
na Idade Média a partir do século XII
• O Renascimento no século XVI
• O segundo renascimento com o séc.
XVIII
• Início da industrialização
• Surto científico no séc. XIX
• Industrialização total e a maturidade
do desenvolvimento científico
Grandes fases
de
caracterização
da universidade
processaram-se
em consonância
com os grandes
períodos
históricos:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• A educação está intrinsecamente relacionada
com o caráter da civilização de cada país.
• Quanto mais educação, melhor
desenvolvimento nacional e tecnologia.
• Nos EUA, a crescimento do “saber” faz-se em
proporção de duas vezes o crescimento da
economia – Kerr – “indústria do
conhecimento”
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Quanto à população: já não serve somente
a elites, nem apenas à classe média, mas a
todas as classes e todo o povo.
• Quanto ao saber: identifica-se com todos
os saberes, de todas as áreas, todos os
níveis e todas as ocupações
• Quanto ao espaço: não é algo isolado, mas
estende-se à agricultura, à indústria, à
cidade e multiplica-se em pontos diversos.
Universidade
hoje:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
O próprio crescimento do saber não se faz hoje mais
apenas com indivíduos, mas por equipes, e há
tendência para a concentração desse crescimento por
áreas e não mais por pessoas.
A universidade tem que associar-se a várias outras em
certos campos do saber, com programas próprios e
intercâmbios de professores e alunos, levando à
formação de não só de multiversidades, mas de
constelações de multiversidades.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• O saber sempre foi importante, mas nunca tanto
quanto agora. Mudanças ocorrem, problemas
surgem, o saber abre oportunidades para
soluções e não há como deter a marcha, salvo se
pudesse deter o saber.
• A universidade é hoje centro de toda a sociedade
e, apesar disto, tem de manter seus velhos ideais
e não só manter-se em equilíbrio, mas constituir-
se a força maior do equilíbrio de toda a
sociedade.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Muitos conflitos se encerraram entre o saber
contemplativo e o saber utilitário, entre a
ciência básica e a aplicada, entre teoria e
prática, entre preparação e consumação, entre
cultura aristocrática e cultura comum e não é
possível que o homem não consiga resolver os
novos problemas que a remoção desses
obstáculos tenha podido trazer.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Estamos em caminho para uma e
o preconceito a vencer é o de que uma cultura
comum, uma não possa ser
uma grande e alta cultura.
• Marchamos para essa cultura comum
então para a confusão e a anarquia.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Nosso ensino superior nunca representou
originalidade, mas a cópia de outras ideias
de universidade.
• Mantivemos a universidade como um
conjunto de escolas profissionais
indenpendentes entre si (lembrando a
Universidade de Paris, com vestígios
germânicos nas escolas de Medicina a
respeito de vagas ideias de pesquisa).
• Nossas universidades nunca foram
propriamente humanísticas nem de
pesquisa científica, mas simplesmente
profissionalizantes.
Brasil:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• No Brasil temos uma série de
congregações isoladas e
independentes, unidas por
uma reivindicação comum
em torno do orçamento,
(federal)
• Expansão quantitativa das
universidades.
Brasil:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• UnB: aglutina função formadora e de
cultura básica, função de preparo do
especialista, pós-graduação e a
pesquisa e a ideia de serviço e
integração na sociedade brasileiro e
nos seus problemas.
• Somente a UnB pode ser
considerada uma universidade de
serviço (devotada aos problemas
práticos de sua sociedade e à
educação).
• A ideia de universidade humanista e de
formação clássica não chegou a se
caracterizar entre nós.
• A ideia de serviço, da universidade
integrada na sociedade e nos seus
problemas está apenas a esboçar-se.
• Universidade moderna organizada para a
pesquisa, integrada no presente e voltada
para o futuro apenas agora começa a
medrar.
• A ideia de multiversidade ligada à
indústria, à defesa e ao desenvolvimento
nacional ainda está para ser sentida e
compreendida.
Brasil:
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE
• Bibliografia
– TEIXEIRA, A. S. Educação e o mundo Moderno.
São Paulo: Nacional, 1977.
A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE
HOJE

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  • 1. Capítulo 12 – A universidade de ontem e de hoje Anísio Spínola Teixeira Mestranda: Fernanda Bortolin Maciel Frederico Westphalen, dezembro de 2015.
  • 2. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE Evolução lenta Século XIX: espírito de segregação Iniciou-se na pesquisa desde o começo do século XX Objetivava a harmoniosa cultura clássica Saber aplicado e utilitário, que visava à vida do espírito – olhado com desdém Com a pesquisa, buscava o saber pelo saber
  • 3. • Mestres e estudantes continuavam em sua independência e isolamento. • O culto do saber do passado ou a busca do saber do futuro era a forma leiga de convento, de alheamento aos negócios do mundo e de entrega da vida aos prazeres do espírito. • Esse isolamento era corrigido com a formação profissional (clero, bacharel em direito, médico e engenheiro). Fim da Idade Média: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 4. A formação profissional não constituía o coração da universidade, mas sua extensão ou desenvolvimento – a formação universitária era a da cultura clássica, seguida da pesquisa (primeiramente relativa a essa cultura clássica, depois relativa à ciência experimental). Mesmo com a ciência experimental, a universidade continuou sua busca do “saber pelo saber”, do saber como um fim em si mesmo. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 5. Exceção: universidade americana, que davam à pesquisa o caráter prático de saber aplicado. Missão da universidade: guarda e transmissão do saber! Orgulhava-se de seus poucos alunos e da alta qualidade de seus intelectuais e eruditos. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE Revolução científica Revolução industrial Revolução democrática
  • 6. Últimos 150 anos: para alguns, a universidade vem perdendo sua unidade e seu senso de missão. UNIVERSIDADE: • Guarda e • Cuidado A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE DA CULTURA HUMANA Equipamento maior da vida da própria sociedade!!
  • 8. Oxford e Cambridge – importantes para esclarecer a missão da universidade – buscaram conservar a cultura clássica. • Universidade como exercício mental e não simples transmissão do saber. • Forma o homem para “refletir com precisão e conversar com graça e facilidade e dispor daquele famoso e inteligente senso de humor, que lhe valeria como melhor substituto até então descoberto para a sabedoria”. • Formação da elite humana. • Melhor exemplo para formação de uma elite para o governo e o serviço público. Oxford – formação não utilitária. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 9. Newman (1852) fundou a universidade de Dublin Excluía a pesquisa e condenava o caráter utilitário no seu ensino, devendo o saber constituir o seu próprio fim. Também Whitehead compartilhava dessa filosofia, devendo a universidade ter por essência o ensino e a cultura do espírito. Após essa concepção - Flexner – Universidade Moderna: “não existe fora mas dentro da contextura geral da sociedade de determinada época”; é uma expressão de época; Universidade de Berlim de Humboldt e universidade de Manchester – ambas devotadas à ciência e ao seu tempo A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 10. Longa e extrema luta para inclusão da pesquisa e da ciência na universidade. Representou a expansão: • No desenvolvimento dos estudos de pós-graduação; • Na educãaão de adultos e • Na multiplicação de escolas profissionais de todo gênero. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 11. • Instituição de serviço nacional, devotada à solução de problemas • À apreciação crítica das conquistas realizadas • Pesquisa dirigida e aplicada para o desenvolvimento e a defesa nacional Outra transformação: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE Instituição que rompe resistências, nova por sua complexidade e variedade, seu pluralismo , bem como confusão e divisionismo
  • 12. Presidente Kerr – Universidade da Califórnia – analisou a imensa transformação da universidade – MULTIVERSIDADE • Aumento no número de alunos • Qualidade do estudante diminuiu • Diminuiu a qualidade dos estudos • Aumento no número de cursos • Pesquisa aumentou enormemente Humboldt, Newman e Flexner não reconheciam suas universidades A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 13. Hoje, a ciência fez-se a grande mola de competição do mundo desenvolvido e nenhuma força lhe é igualada em importância e alcance. Universidade na busca de soluções para uma sociedade totalmente industrializada, penetrada na ciência e tecnologia e coletivamente organizadas sob a forma de grandes grupos com interesses diversos e muitas vezes contraditórios. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 14. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE • Kerr – Laissez-faire universitário – liberdade de de experimentar e tentar, característica da civilização pluralista e democrática, cria a “moderna universidade americana”, considerada um conjunto de fragmentos, experimentos e conflitos. • “Nenhuma universidade pode visar mais alto do que que ser tão britânica (Oxford e Cambridge) quanto possível, em relação aos seus graduandos, tão germânica (Berlim, Halle e Gottingen) quanto seus pós- graduandos e pesquisadores e tão americana (Harvard e Wisconsin) quanto possível para o público em geral.”
  • 15. • Nathan Pusey - Ocorreu um crescimento e mudança, quanto ao currículo e quanto à natureza da universidade contemporânea, alargamento de sua área internacional de interesse, avanço do saber, crescente renovação e extrema complexidade dos métodos de pesquisa. • Mudanças na orientação intelectual e nas aspirações da universidade contemporânea. • Aumento nos investimentos na universidade, no quadro de professores, campus, nas estações experimentais, programas no estrangeiro, cursos... MULTIVERSIDADE A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 16. Estudantes e sua tipologia: • Típico do colégio (clubes, atletismo) • Acadêmico (estudantes sérios, de pura vida intelectual) • Vocacional (estudantes em busca de treinamento específico) • Não-conformista (políticos ativistas, intelectuais agressivos e boêmios) • Estudante individual (enfrenta extrema diversidade de oportunidades que seu currículo oferece) A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 17. • Pesquisa já é a mais importante das funções. • “Homens da empresa da ciência e da cultura” – novos ricos. • Movimento das escolas estaduais nos Estados Unidos – Nova universidade que se voltava tanto para o desenvolvimento do gentleman como à pesquisa tecnológica, à pesquisa econômica e à pesquisa em todos os aspectos políticos e sociais da democracia. • “A universidade rompia com as tradições originárias de formadora da elite, para se abrir a todos se ser o grande instrumento de igualdade de oportunidade para todos. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 18. Novo tipo de universidade: • Aberta • Popular • Participantes do progresso • Alto prestígio intelectual A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 19. • A separação entre ciência e aplicações da ciência quase deixa de existir. • Universidades se “entregam” ao serviço da tecnologia. • Universidade sendo solicitada para dar sua contribuição científica ao progresso da civilização. • Ciência como preocupação central dos governos. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 20. • Universidades são arrancadas da sua segregação de instituição de formação de homens e de busca desinteressada e lenta do saber para ser lançada no redemoinho da competição internacional e dos conflitos de poder. Mas, não perder de vista: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE • Liberdade do saber • Alargamento dos horizontes da igualdade de oportunidades • Aperfeiçoamento da formação humana. Objetivos perenes da Universidade:
  • 21. • A consolidação da herança greco-latina na Idade Média a partir do século XII • O Renascimento no século XVI • O segundo renascimento com o séc. XVIII • Início da industrialização • Surto científico no séc. XIX • Industrialização total e a maturidade do desenvolvimento científico Grandes fases de caracterização da universidade processaram-se em consonância com os grandes períodos históricos: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 22. • A educação está intrinsecamente relacionada com o caráter da civilização de cada país. • Quanto mais educação, melhor desenvolvimento nacional e tecnologia. • Nos EUA, a crescimento do “saber” faz-se em proporção de duas vezes o crescimento da economia – Kerr – “indústria do conhecimento” A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 23. • Quanto à população: já não serve somente a elites, nem apenas à classe média, mas a todas as classes e todo o povo. • Quanto ao saber: identifica-se com todos os saberes, de todas as áreas, todos os níveis e todas as ocupações • Quanto ao espaço: não é algo isolado, mas estende-se à agricultura, à indústria, à cidade e multiplica-se em pontos diversos. Universidade hoje: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 24. O próprio crescimento do saber não se faz hoje mais apenas com indivíduos, mas por equipes, e há tendência para a concentração desse crescimento por áreas e não mais por pessoas. A universidade tem que associar-se a várias outras em certos campos do saber, com programas próprios e intercâmbios de professores e alunos, levando à formação de não só de multiversidades, mas de constelações de multiversidades. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 25. • O saber sempre foi importante, mas nunca tanto quanto agora. Mudanças ocorrem, problemas surgem, o saber abre oportunidades para soluções e não há como deter a marcha, salvo se pudesse deter o saber. • A universidade é hoje centro de toda a sociedade e, apesar disto, tem de manter seus velhos ideais e não só manter-se em equilíbrio, mas constituir- se a força maior do equilíbrio de toda a sociedade. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 26. • Muitos conflitos se encerraram entre o saber contemplativo e o saber utilitário, entre a ciência básica e a aplicada, entre teoria e prática, entre preparação e consumação, entre cultura aristocrática e cultura comum e não é possível que o homem não consiga resolver os novos problemas que a remoção desses obstáculos tenha podido trazer. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 27. • Estamos em caminho para uma e o preconceito a vencer é o de que uma cultura comum, uma não possa ser uma grande e alta cultura. • Marchamos para essa cultura comum então para a confusão e a anarquia. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 28. • Nosso ensino superior nunca representou originalidade, mas a cópia de outras ideias de universidade. • Mantivemos a universidade como um conjunto de escolas profissionais indenpendentes entre si (lembrando a Universidade de Paris, com vestígios germânicos nas escolas de Medicina a respeito de vagas ideias de pesquisa). • Nossas universidades nunca foram propriamente humanísticas nem de pesquisa científica, mas simplesmente profissionalizantes. Brasil: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 29. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE • No Brasil temos uma série de congregações isoladas e independentes, unidas por uma reivindicação comum em torno do orçamento, (federal) • Expansão quantitativa das universidades. Brasil:
  • 30. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE • UnB: aglutina função formadora e de cultura básica, função de preparo do especialista, pós-graduação e a pesquisa e a ideia de serviço e integração na sociedade brasileiro e nos seus problemas. • Somente a UnB pode ser considerada uma universidade de serviço (devotada aos problemas práticos de sua sociedade e à educação).
  • 31. • A ideia de universidade humanista e de formação clássica não chegou a se caracterizar entre nós. • A ideia de serviço, da universidade integrada na sociedade e nos seus problemas está apenas a esboçar-se. • Universidade moderna organizada para a pesquisa, integrada no presente e voltada para o futuro apenas agora começa a medrar. • A ideia de multiversidade ligada à indústria, à defesa e ao desenvolvimento nacional ainda está para ser sentida e compreendida. Brasil: A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE
  • 32. • Bibliografia – TEIXEIRA, A. S. Educação e o mundo Moderno. São Paulo: Nacional, 1977. A UNIVERSIDADE DE ONTEM E DE HOJE

Notas do Editor

  1. UnB: aglutina função formadora e de cultura básica, função de preparo do especialista, pós-graduação e a pesquisa e a ideia de serviço e integração na sociedade brasileiro e nos seus problemas. Somente a UnB pode ser considerada uma universidade de serviço (devotada aos problemas prticos de sua sociedade e à educação).