Em 1929, Berenice Abbott iniciou um extenso estudo fotográfico de Nova York para documentar a cidade que estava se modernizando rapidamente. Em 1930, Lewis Hine foi contratado para documentar a construção do Empire State Building e fotografou os trabalhadores em condições precárias de trabalho sem segurança. Suas fotos ajudaram a promover leis de proteção aos trabalhadores.
2. Fotografia de Arquitetura
Professor: Fernando Pires
Momentos Memoráveis na Fotografia
de Arquitetura
1929-1930
Alessandra Junguitu Nogueira
Luis Filipe Vargas
Marcelo Campos
Marcos Machosiki
Pedro Ferraz
2013/01
3. 1929 – Berenice Abbott inicia um extenso estudo
fotográfico de Nova York
• Berenice nasceu em Springfield, estado de Ohio em
1898 mas mudou-se para Paris em 1921 onde
tornou-se assistente de ManRay, que lhe ensinou
tudo sobre fotografia.
• Lá também conheceu uma de suas maiores
influências, o fotógrafo francês Eugene Atget, que
durante 20 anos produziu oito mil fotografias que
registraram a cultura e arquitetura de Paris.
• Inspirada por ele, retornou aos Estados Unidos da
América e realizou um trabalho semelhante, mas
registrando cenas de New York no momento em que
a cidade velha estava dando lugar a modernidade,
onde a paisagem ia se modificando gradativamente.
• Este trabalho recebeu o nome de Changing New
York.
4. • Berenice foi a primeira mulher a
ser admitida na Academia
Americana de Artes e Letras.
• Berenice Abbott faleceu aos 93
anos em 1991, no final da sua
vida contra um enfisema
pulmonar, resultado de respirar
por muitos anos produtos
químicos usados na revelação de
seus filmes e também por
fotografar New York do alto de
seus prédios ao relento.
10. 1930 - Lewis Hine é contratado para documentar a
construção do Empire State Building
• Apesar de Lewis Hine (1874-1940) ser sociólogo e professor de
Sociologia, foi como fotógrafo que se tornou conhecido. Aliás,
entendia a fotografia como um meio pedagógico, uma forma de
estudar e divulgar um dos assuntos pelo qual sempre se
interessou: o trabalho.
• Hine ficou famoso pela extensa reportagem sobre o trabalho
infantil. Durante os anos 20' fez uma série dework portraits,
fotografias que documentam ironicamente a contribuição do
trabalho humano para a indústria moderna. Foi este seu currículo
que levou a que lhe fosse encomendado aquela que viria a ser a
sua reportagem mais famosa: a construção do Empire State
Building, em Nova York.
• 1930 e 1931, Hine fotografou a obra e os trabalhadores nos 102
andares do famoso edifício na Quinta Avenida.
• Passando pelas mesmas dificuldades e a falta de segurança dos
trabalhadores, Hine fez imagens emblemáticas que foram
publicadas após a obra, no livro Men at Work (Homem no
Trabalho, 1932, 48 pg.).
• Dedicou o seu ofício de fotógrafo à documentação dos problemas
sociais dos Estados Unidos no começo do século 20.
• Nos anos 1930 os jornais já veiculavam fotografias e havia o
interesse crescente por temas sociais. Após isso, a Cruz Vermelha
mandou que fotografasse as consequências da seca
em Arkansas e Kentucky.
11. • Fazia uso de lentes normais, pelo seu pequeno porte, pra que não chamasse atenção, especialmente
quando fotografava vários meninos e meninas juntos. Os planos variavam entre plano aberto, quando
desejava contextualizar seus objetos de fotografia, plano médio, para fotos em conjunto enfocando os
rostos de seus objetos, e plano próximo, para fotos individuais.
• A maioria de suas fotos era frontal, uma vez que seu grande objetivo era capturar a expressão nos rostos
dos trabalhadores, mas também usava ângulos diferentes pra criar uma perspectiva mais interessante
(como mostrar a máquina e assim deixar claro qual era a função de certa pessoa). Ao fotografar, achava
importante estar sempre no nível de quem fotografava (percebe-se que há grande simetria, nunca há chão
demais nem teto demais, só quando necessário para a composição, e seus "modelos" eram centralizados
com precisão).
• Pelo que podemos perceber em seu trabalho, não havia manipulação, até porque essa era uma de suas crenças
(também uma regra). Para ele, a imagem só tinha credibilidade quando não havia sequer um tipo de manipulação,
seja na cor, no contraste, ou o que fosse. Ao referir-se sobre suas fotografia usava a palavra "crua", que é auto-
explicativa.
• Ao compor a foto, Hine era muito cuidadoso. Apesar da vontade de ser discreto, enquadrava as máquinas de
maneira sutil, para que mesmo quando desfocadas (pois o foco estaria sempre nos trabalhadores) as máquinas
parecessem nítidas e descrevessem o lugar onde sua câmera, ou melhor, lentes, congelavam com sentimento de
justiça seu objeto de estudo e trabalho.
• Durante sua existência, caminhou por grande parte dos Estados Unidos da América fotografando pessoas,
e o fazia por elas, para denunciar algo que o incomodava de maneira tal que dedicou sua vida a isso. Suas
fotos contribuíram para que leis de proteção aos jovens fossem criadas, e que houvesse melhoria nas
condições de trabalho para o resto dos cidadãos (os que também viviam em um regime de "semi-
escravidão").
• A nobreza de Hine garantiu que, naquele país que viria futuramente ser uma potência mundial, crianças
não fossem mais exploradas em favor do lucro, nem imigrantes trabalhassem por menos e em condições
perigosas, e assim essas injustiças passassem a ser apenas fotografias de uma história americana, e
exemplo para o resto do mundo.
12. As imagens de Hine são arrepiantes. Mostram condições de trabalho sem qualquer tipo de
segurança, pessoas literalmente em equilíbrio instável e poses acrobáticas, que confiaram em
Deus ou na sorte para não caírem. É de estranhar que, mesmo assim, apenas cinco operários
tenham morrido em acidentes durante a construção.
• "Se eu pudesse contar uma história com palavras, não precisaria andar com uma
câmara".