1. António Variações
foi um músico que
veio criar um estilo
de música bastante
diferente na época.
Marcou e continua a
marcar diversas
gerações de artistas
portugueses pela a
sua maneira e
emoção nas suas
criações.
Nascido António
Joaquim Rodrigues
Ribeiro, em Dezembro de 1944, perto de Braga, sempre viveu com a música. Com
12 anos vai para Lisboa onde vive e trabalha durante alguns anos, até ir para
Angola, em 1965. Em 1970, parte para Londres e conforme afirma mais tarde, não
retira ainda deste contacto com outro país, o pleno proveito, ao contrário do que
sucede em seguida, quando viaja, primeiro para Itália, em 1973 e depois, em 1974,
para a Holanda.
Já nesta altura, António se dedicava a aprender e exercer a profissão de barbeiro,
como fazia questão de marcar, porque o que lhe interessava mais era o corte e não
o penteado. E é também o corte que marca a sua personalidade, o corte com os
preconceitos, com o que é comum e consensual. Assim, abre a Barbearia “É pró
Menino e prá Menina”, onde a sua imagem é notada pelas roupas invulgares,
associadas à aparente serenidade do barbeiro.
Sem perder o rumo que norteava as suas ambições mais profundas de ser músico,
em 1978 assina finalmente contrato com a Editora Valentim de Carvalho, mas
passam 4 anos, algumas viagens mais, vários concertos e apresentações, até gravar
o primeiro disco.
As letras das suas músicas, com raízes na sua terra natal, contam essa viagem,
“entre Braga e NY”, a sua vontade de mudança, num país a mudar devagar e as
suas interrogações pessoais. Entre 1982 e 1984, grava dois singles e dois LPs, tendo
o último saído nos dias anteriores à sua morte, em 13 de Junho de 1984, dia de
Santo António.
Quando Canção de Engate invadiu as rádios, já António Variações se encontrava
internado no hospital. Transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, morreu a 13
de Junho, vítima de uma broncopneumonia, provavelmente causada pela SIDA. O
actor holandês Jelle Balder, com quem também manteve um relacionamento
amoroso, foi o seu ultimo companheiro. Especula-se que terá sido a primeira
figura pública portuguesa a morrer vítima de SIDA.
2. Vinte anos após a sua morte, em Dezembro de 2004, foi lançado um álbum em sua
homenagem, com canções da sua autoria que nunca tinham sido editadas; sete
conhecidos músicos portugueses formaram a banda Humanos e gravaram 12
músicas seleccionadas de um conjunto de cassetes "perdidas" no património de
Variações administrado pelo irmão, Jaime Ribeiro.
Em entrevista, António Variações explicou o nome escolhido: "Variações é uma
palavra que sugere elasticidade, liberdade. E é exactamente isso que eu sou e que
faço no campo da música. Aquilo que canto é heterogéneo. Não quero enveredar
por um estilo. Não sou limitado. Tenho a preocupação de fazer coisas de vários
estilos
Vários outros artistas fizeram as suas versões dos seus temas:
• 1987 - Delfins - Canção de Engate
• 1989 - Lena D'Água - Tu Aqui [álbum com inéditos de Variações]
• 1994 - Variações - As canções de António [álbum tributo]
• 1995 - Amarguinhas - Estou Além
• 1995 - Íris - Estou Além
• 1996 - MDA - Dar & Receber
• 1996 - MDA - Estou Além
• 2004 - Humanos - Humanos [álbum de inéditos de Variações]
• 2004 - Donna Maria - Estou Além
• 2004 - Funkoffandfly - Dar e receber
• 2005 - RAMP - Anjinho da Guarda
• 2008 - André Sardet - Anjinho da Guarda
• 2012 - Tiago Bettencourt - Canção de Engate
Carlos Rosa Nº 6 / Pedro Pires Nº 17
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Fontes: 1 / 2